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Introdução
Este trabalho tem como tema: os modelos de Governação caso de estudo a Democracia.
Assim sendo, nesse modelo de governação procurou-se explicar sobre a originalidade do termo
Democracia, sua definição, as causas que justificam o seu surgimento, os tipos da Democracia e
as características da mesma. Para além disso, abordou-se a Democracia no contexto africano onde
focalizou mais para Moçambique tendo em conta que trata-se de um dos países democrático que
resultou da Assinatura dos Acordos Gerais de Paz de 1992 que ocorreram no continente europeu
concretamente na capital italiana (Roma).
No caso particular de Moçambique, fez uma reflexão histórica sobre as razões que
esforçaram o país a abdicar o regime político chamado socialismo que foi característico logo após
da independência nacional em favor da implementação da Democracia. Procurou-se saber as
conquistas ou repercussões provenientes da existência da Democracia em Moçambique na
vertente social, política e até económica.
O trabalho tem como objectivo geral: Compreender os modelos de Governação caso
específico a Democracia e tem como objectivos específicos: (I) contextualizar o processo
surgimento da Democracia e (II) reflectir sobre a implementação da Democracia nos países
africanos: caso de Moçambique.
Para a concretização do trabalho optou – se pela pesquisa bibliográfica, que permitiu
trazer a superfície a abordagem numa perspectiva histórica, ajudando desse modo a perceber
como é que a Democracia emergiu e o processo da sua difusão para o resto do mundo onde a
África faz parte onde Moçambique engaja-se. Com base na pesquisa bibliográfica, foi possível
fazer análise e debates no seio do grupo, e por fim foi realizado a sistematização e compilação de
dados em trabalho final.
Com este trabalho espera-se que, possa trazer um subsídio ou contributo na cadeira de
História das Mentalidades do século XX a XXI, no que diz respeito as ideias ou as mentes sobre
aos modelos de Governação particularmente a Democracia e possivelmente possa ser consultado
como um texto de apoio para abrir outros horizontes e quiçá, venha um dia a merecer uma
atenção por parte dos académicos e comunidade numa possível elaboração dum trabalho de
pesquisa científica em relação ao tema.
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da humanidade. Essa crueldade levada avante pelos monárquicos suscitaram a vontade no seio da
sociedade a desenvolver sistemas de governo que permitissem a participação do povo na tomada
de decisões para o bem comum, algo que vinha ocorrendo na época primitiva. Essa consciência
teve a sua origem pela primeira vez na Atenas em Grécia.
Nas palavras de Bobbio (1998:320) a questão da Democracia foi discutida por alguns
pensadores a título de exemplo, Aristóteles, que a trata como uma forma de Governo do povo, de
todos os cidadãos, ou por outra, de todos aqueles que desfrutam dos direitos de cidadania, se
difere da monarquia, como Governo de um só, e da aristocracia, como Governo de poucos. Lado
a lado disso, Maquiavel sustenta que a Democracia é nada mais que uma forma de república dado
que trata-se de um Governo legitimamente público. Ainda relativamente a Democracia, Platão na
sua obra intitulada a República faz perceber que, a Democracia resulta da camada miserável,
desgraçada e pobre que frustrada pela vida luta incansavelmente mata alguns adversários,
mandam outros para o exílio e dividem com os remanescentes, o Governo e os cargos públicos,
sendo estes determinados, na maioria das vezes pela questão da sorte.
Chegado a esse ponto de reflexão, Platão define a Democracia como sendo a forma de
Governo do número, Governo de muitos, Governo da multidão que não traz nem muito benefício
nem muito dano. Devido isso mesmo, a Democracia trata-se de uma das piores formas de
governo, sendo para ele a aristocracia uma melhor forma de governo dado que no seu
funcionamento conta a participação massiva de um Rei- filósofo que tem a capacidade de ir ao
encontro do mundo das ideias procurando perceber os problemas que tem mortificando a
sociedade e as devidas resoluções para o bem- estar da sociedade.
Na reflexão de Radbruch sobre a Democracia (s/d:89), sustenta que, ela consiste em
confiar a soberania2 estatal a vontade da maioria que existe numa determinada sociedade. É ainda
uma forma especial de orientação moral, da neutralidade, da tolerância e da colocação de valor
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Trata-se de um poder político supremo e independente que não se limita por nenhum outro poder interno ou externo.
De salientar que, o estado soberano não deve aceitar ordens de outros estados que não sejam voluntariamente aceite.
O estado soberano compara-se com o poder que os donos duma casa têm. Ora vejamos, se alguém pretende entrar na
casa, deve pedir licença, porque esta área é sujeito do poder dos donos. Ainda de lembrar que, dentro da casa, não
pode se comportar de qualquer maneira. Assim sendo, se alguém quer entrar no território dum estado alheio, precisa
de certos documentos que tem que mostrar na fronteira dado que, dentro do estado existem certas regras do
comportamento das pessoas. Por exemplo, o Estado proíbe que alguém roube uma coisa duma outra pessoa.
(Zinocacassa & Júnior, 2010:7)
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Descentralizada abre espaço para a existência de uma autonomia administrativa dos estados
membros e das autarquias. Assim sendo, esquematizada fica:
Democracia Democraci
Democracia
a
Das abordagens feitas acima pelos autores permitem concluir que, a Democracia
representativa ou indirecta é bastante visível em muitos países do mundo, incluindo os países do
continente africano onde Moçambique faz parte. No caso moçambicano, o povo é representado
pelos deputados na Assembleia da República ou no Parlamento. Assim sendo, todas (os) as
situações, preocupações, desejos e aos ademais aspectos de interesse do povo, são apresentados e
representados pelos deputados. Ou por outra, é na Assembleia da República onde um grupo de
pessoas confiadas pelo povo tece debates que culminam com tomada das decisões em relação ao
ponto debatido através das votações de bancadas partidárias.
pela admissão aos cargos públicos todos os cidadãos entre os quais os que foram privados de
direitos civis após processo judicial e pela demissão aos cargos públicos todos os cidadãos sem
excepção.
De acordo com Dahal (2001:52), o Governo democrático é caracterizado por apresentar
um conjunto de regras e princípios, uma constituição, que determina as formas de tomadas as
decisões dos aspectos que interessam a sociedade 3; pela participação efectiva que consiste na
existência por parte todos os membros ter oportunidades iguais efectivas para fazer os outros
membros conhecerem suas opiniões sobre uma política a programar; pela existência da Igualdade
de voto, onde todos os membros devem ter oportunidades iguais e efectivas de voto e todos os
votos são contados como iguais; pelo Controle do programa de planeamento, onde os membros
devem ter a oportunidade exclusiva para decidir em torno das questões que devem ser colocadas
no planeamento; pela inclusão de toda camada social.
O mesmo autor adenda que, a democracia é caracterizada por apresentar consequências
almejáveis como pode se depreender: (i) evita a tirania; (ii) oferece direitos essenciais e liberdade
geral; (iii) proporciona autodeterminação e Autonomia moral; (iv) permite que haja o
desenvolvimento humano; (vi) possibilita que haja a protecção dos interesses pessoais essenciais
e igualdade política; (vii) emana esforços nas pessoas para que possam buscar e lutar pela paz;
ajuda a evitar o governo de autocratas cruéis e corruptos. (Ibid: 59)
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Os membros que constituem a sociedade têm a obrigação de viver e estar consoante dentro dos parâmetros
estabelecidos. Todos os membros são tratados (sob a constituição) como iguais no que concerne a participar no
processo de tomada de decisões sobre as políticas, o que faz perceber que, no Governo democrático sejam quais
forem às outras questões todos os membros da sociedade são considerados politicamente iguais.
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A orientação das políticas governamentais para os empreendimentos de grande escala e de capital intensivo
aplicadas mostrou – se inadequado nas condições económicas prevalecentes.
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Devido o dificuldades que o estado moçambicano enfrentava, a alternativa única foi a recorrências a essas
instituições para pedir o capital de modo a promover a redução das taxas de juro sobre as suas dívidas e a dilatação
dos prazos em que os juros deviam ser liquidados. Em troca teve de aceitar praticamente todas as imposições feitas
por estes e como consequência foram introduzidas normas clássicas de gestão capitalista nas empresas estatais em
detrimento da economia de subsistência alimentar e obrigou o Governo a aplicar o reajustamento estrutural para
ultrapassar as dificuldades que o estado enfrentava, assim como o baixo índice de desenvolvimento.
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Com objectivos: de aumentar a eficiência da economia, reduzir os subsídios às empresas estatais e obter receitas
para o orçamento público, aumentar a produtividade, modernizar e melhorar a gestão das empresas.
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É o processo pelo qual um determinado governo descentra as suas actividades administrativas, segundo critérios de
espaços e de funcionalidade. O governo delega as suas funções, de forma imparcial ou não, por força de uma
legislação a propósito sancionada, às estruturas administrativas periféricas e através do princípio da funcionalidade,
é adoptado um sistema de órgãos dotados de autonomia administrativa, que serve de suporte para acção
governativa. O objetivo principal da descentralização de Moçambique era de criar a legitimidade do sistema político
e do Estado, de modo que o este possa garantir níveis razoáveis de segurança, sobrevivência e serviços sociais
básicos.
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As autoridades tradicionais locais comunitárias representam a garantia de continuidade do funcionamento das
comunidades, portanto, com elas é possível resistir pela preservação da identidade cultural e política que se pode
interpretar a conservação ou esforço da legitimidade social.
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ponto notável com a Democracia foi a separação do poder do Estado em executivo, legislativo e
judiciário, isto é, independência dos tribunais, e garantia dos direitos individuais.
Como refere Abreu & Hedges (1999: 45), foi com a efectuação da Democracia que em
Moçambique passou a existir um estado de direito humanos e sindicais, onde os trabalhadores
organizam-se livremente em sindicatos, exercem o direito a reunião, manifestação e a greve
dentro dos parâmetros estabelecidos por lei, existe desde então, um sistema de segurança social
que garante a protecção social ligada as pessoas mais vulneráveis e a liberdade de imprensa.
Para Mosca (2005: 316), em Moçambique a Democracia eliminou a possibilidade de
continuidade do modelo económico e social da pós-independência, fazendo mudanças internas do
poder para facilitar as transformações económicas e permitir as alianças externas; reforçar a
balança de transacções correntes e a balança de pagamentos, reestruturação das empresas
privadas; liberalização do comércio e a abolição do sistema de preços fixos.
Segundo Cravinho (1998: 9), desde que Moçambique conheceu a Democracia tem se
verificado a subida dos preços dos combustíveis e víveres provenientes da produção agrícola, o
que contribui de certa forma para a evolução massiva da desvalorização da moeda nacional,
redução de salário real e cortes nas alocações orçamentais para a saúde, educação e alimentação,
medidas que tem tido repercussões negativas nas camadas mais vulneráveis, o custo social vida
tem sido extremamente alto; desequilíbrios regionais e aumento da diferenciação social que
culmina com a existência de extrema pobreza.
No pensamento de Rocha (1999: 88), a Democracia veio ainda a promover o fracasso no
bem-estar social, algo visível nos elevados níveis de pobreza e no crescimento da exclusão da
sociedade, da reivindicação e da violência e crescimento das despesas nas áreas sociais.
Depois da abordagem patente nos extractos anteriores pode se concluir que, não se pode
esquecer de que a Democracia em Moçambique trouxe efeitos colaterais, manifestados pela
substituição dos valores africanos, tal como a solidariedade social, por princípios mais
individualistas e egoístas e consequentemente a destruição da forma como os recursos eram
redistribuídos á nível da comunidade pelas relações de parentesco para um sistema liberal.
Conclui-se que, tal como se sabe, a Democracia trouxe a liberalização da actividade económica;
separação de poderes, participação da sociedade na vida política e enfim, fez com que
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Moçambique expandisse as suas relações com outros países democrática para a troca de
experiência.
Conclusão
Depois da realização deste trabalho conclui-se que a Democracia é um modelo de
Governação ou Regime político em o poder encontra nas mãos das massas populares ou do povo
maioritário dentro de uma determinada sociedade. O modelo de governação democrático na
história da humanidade surgiu e implementou-se pela premira da antiguidade oriental e clássica
(Grécia e Roma). Pois, a sua expansão pelo resto do mundo observou-se no século passado em
constatação ou recusa dos regimes políticos antidemocráticos, a título de exemplo a da monarquia
e oligarquia que tratam – se de modelos de governação de um e de poucos e em particular de rico,
que vem o povo que constituem a maioria sem nenhum direito humano e muito menos político.
Entretanto, existem vários tipos de Democracia, assim destacam-se alguns tipos como: a
Democracia directa, a Democracia indirecta ou representativa; a Democracia baseada na
separação de poderes ou parlamentares e a Democracia e a Democracia centralizada e
Descentralizada. Contudo, no seu cômputo geral a Democracia é caracterizada por oferecer
espaço para que exista a liberdade de expressão e da imprensa, pela existência de igualdade dos
membros na sociedade perante a lei, pela participação do povo na tomada de decisões sobre o
bem-estar da sociedade, pela distribuição da renda atrás da cobrança dos impostos e enfim.
A execução da Democracia em Moçambique foi suscitada pela guerra, pelas calamidades
naturais e pelos erros de perspectiva na aplicação do modelo de economia centralmente
planificada, no que diz respeito a satisfação da população moçambicana. Portanto, com a
Democracia, Moçambique, tornou um país multipartidário; onde existe a separação de poderes
como poder executiva, legislativa e poder judiciário. A propriedade privada, a existência da
economia do mercado, de autarquias; de valorização das autoridades tradicionais,
descentralização de poder passou a tomar parte da população autóctone.
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