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Índice

1. Introdução.................................................................................................................................2

1.1. Objectivos.........................................................................................................................2

1.1.1. Objectivo geral...........................................................................................................2

1.1.2. Objectivos específicos...............................................................................................2

1.2. Metodologia......................................................................................................................3

2. O pós-colonialismo em África.................................................................................................4

3. Situação economica e social de África pós-colonial................................................................4

4. Referências bibliográficas........................................................................................................8
1. Introdução
Os conflitos armados no continente africano sempre parecem ser a consequência do efeito
dominó. Na maioria das vezes eles são decorrentes de crises políticas inicialmente mal
resolvidas. A complexidade das estruturas políticas na África tem geralmente a ver com o
estabelecimento de partidos políticos, que em regra geral, são mais regionais e étnicos do que
ideológicos. Às vezes o carisma de um político é suficiente para ter seguidores e votos durante
uma eleição. Alguns indivíduos tornam-se líderes de partidos políticos muitas vezes por herança
ou por pertencimento a um grupo étnico que reivindica tal partido. A própria estrutura histórica
do continente pode explicar esse fato. Bem antes da colonização o sistema político africano
funcionava como o modelo da família patriarca romano, que era dominada pelo pater famílias.

O colonialismo foi mais do que um sistema de exploração econômica e dominação política, e


pode mesmo ser entendido como um modo de percepção do mundo. Produziu formas de
enquadramento da vida social e criou relações fundadas em forças hegemônicas — sempre em
tensão construtiva com imagens contra-hegemônicas.

O colonialismo foi mais do que um sistema de exploração econômica e de dominação política,


podendo mesmo ser entendido como um modo de percepção do mundo e de enquadramento da
vida social. Este número especial do Anuário Antropológico discute as categorias geradas pelo
colonialismo. Reunindo pesquisas cujo enfoque recai sobre as experiências coloniais em África,
as contribuições agregadas neste volume analisam os mapas mentais elaborados por uma
variedade de sujeitos no intuito de orientar a navegação na paisagem colonial africana.
Igualmente, fornecem subsídios para uma reflexão crítica sobre o que restou desse modo de
enquadrar o mundo depois das descolonizações.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
Abordar sobre as transformações sociais e economicas pós-coloniais em África.

1.1.2. Objectivos específicos


Definir o pós-colonialismo;

Caracterizar a situação económica e social de África;


1.2. Metodologia
2. O pós-colonialismo em África
Os estudos históricos sobre a presença europeia em África, bem como os eventos
contemporâneos que recorrentemente descortinam aos olhos do mundo as feridas abertas
deixadas naquele continente pelos projetos imperialistas, não permitem minimizar a violência
explícita das ações de subjugação política e de extração de recursos que acompanharam o
colonialismo. O que os estudos coloniais e pós-coloniais têm demonstrado, porém, sobretudo
aqueles realizados a partir da década de 1990, é que tais dimensões dos projetos imperialistas
devem ser vislumbradas através de uma nova lente. Num sentido mais amplo, o colonialismo
passa a ser entendido como um evento que alcançou os domínios mais insólitos das práticas
cotidianas, os mais recônditos cantos da vida social. Como produto de um complexo encontro
que alterou a tudo e a todos trata-se de “um processo histórico totalizante, instituidor de uma
hegemonia orientadora da percepção e da experiência social” (Braz, 2002).

Primeiramente, é necessário definir o que é Pós-Colonialismo. Segundo Price (2000), há dois


significados: o primeiro se refere ao tempo histórico anterior ao processo de descolonização em
geral do chamado “Terceiro Mundo” a partir da metade do século XX; o segundo no tocante ao
conjunto de contribuições teóricas provindas de estudos literários e culturais, que a partir dos
anos 80 ganhou adeptos nos Estados Unidos e Inglaterra. Ainda segundo a autora, o pós-
colonialismo compartilha em suas perspectivas o caráter discursivo do social, descentramento de
narrativas e sujeitos, e apresenta uma crítica às concepções dominantes de modernidade, sendo o
“colonial” uma alusão às situações de opressão diversas através de barreiras de gênero, étnicas
ou raciais: “Em essência, foi e é um argumento comprometido com a superação das relações de
colonização, colonialismo e colonialidade.” Neste sentido, o movimento não é prerrogativa de
autores localizados na periferia global, mas de todos que buscam dar voz aos que são/foram
oprimidos. Mais do que isso, parte-se da premissa de que o colonialismo não acabou com a
independência política. 

3. Situação economica e social de África pós-colonial


Não sendo propriamente uma invenção colonial, a partir de meados do século XIX,
concomitantemente com a consolidação da dominação territorial colonial, o Estado adquire em
África, em termos de dimensão e de complexidade, uma importância desmesurada quando
comparado com situações anteriores. De facto, muito embora numerosas sociedades africanas
tivessem conhecido estruturas políticas centralizadas que, na sua configuração geral, se podem
considerar como estatais, data da consolidação do territorial colonial a construção do Estado
como nós hoje o concebemos. A instituição política ao serviço da afirmação e controlo do poder
não só, quando comparada com as situações anteriores, se especializa e reforça no plano
burocrático-administrativo, como ainda assume, no plano propriamente da dominação política,
novos aspectos e interioriza tecnologias de gestão do poder importadas das metrópoles coloniais.
Nesta última dimensão, por exemplo, data logo dos alvores da implementação do Estado colonial
uma das mais significativas alterações ao próprio entendimento de dominação: ao arrepio da
situação corrente à época em África (Thomas, 2005).

O Estado Colonial, introduzindo a quadrícula político-administrativa, vai tornar o controlo do


espaço onde os indivíduos residem e circulam num dos elementos centrais da dominação
política, social e económica. Por outro lado, com o Estado colonial, não só o número de
competências e a complexidade das tarefas que este adjudicou como suas aumentou
significativamente a sua importância, como ainda as noções de fronteira e de espaço político
ganharam novos entendimentos e significações. Todavia, verdadeiramente novo na situação
africana foi, importado da Europa, o aparecimento do conceito de nação. Acoplado, como na
Europa novecentista, ao de Estado, formando com ele, ideologicamente, face e reverso de uma
mesma entidade política, este conceito vai introduzir por mimetismo em África duas outras
noções conexas que o Estado colonial procurará homogeneizar e dar sentido político: a de “povo
da nação” e a de “território da nação”. A estas duas noções acrescentou-se ainda, na mesma
época, a de “língua da nação”, isto é, introduziu-se na rotina gestionária e burocrática do Estado
colonial a ideia de que a língua com que a administração estatal comunica é a língua “que devem
falar” todos aqueles que vivem no espaço do Estado e da nação (Lovejoy, 2002).

O pós-colonialismo apareceu como uma tentativa de resistir a essa hegemonia ocidental sobre a
periferia, em outros termos é uma maneira de tentar reduzir a assimetria nas relações Norte-Sul.
Sankaran Krishna (2009) falou sobre as narrativas da modernização e do subdesenvolvimento. O
argumento sustentado é que a globalização neoliberal é o último herdeiro intelectual da
modernização, e o pós-colonialismo é o filho do subdesenvolvimento e da resistência à história
da modernização (Krishna, 2009). O autor argumenta que a globalização é um movimento que
está sufocando o mundo inteiro com uma forma de produção baseada no capitalismo de livre
mercado e uma ideologia de consumismo individualista, enquanto o pós-colonialismo articula
uma política de resistência às desigualdades, exploração dos seres humanos e o meio ambiente, a
diminuição das escolhas políticas e éticas que surgiram na sequência da globalização (Krishna,
2009).

O fato é que as elites africanas mergulharam de formas incoerentes na ideologia da globalização,


eles tentaram aplicar preceitos e conceitos inadequados às realidades de seus países. Fazendo
referência a Krishna (2009), a globalização é o filho da modernização daí a dificuldade de
entender como aplicar tais ideologia , ainda de maneira irracional, a países enraizados no
subdesenvolvimento crônico e endêmico. A globalização em si não pode ser considerada como
nefasto, porém a maneira cuja ela é aplicada nas relações Norte-Sul constitui um perigo para
países do sul global.

As sociedades pós-coloniais são propensas as burocracias militares, ditaduras e o colapso da


democracia por causa da militarização, do caráter superdimensionado do Estado e a
“patrimonialização” do Estado. O “pós” no pós-colonialismo não significou deixar para trás o
colonialismo, mas enfatizou a continuidade da relevância do seu impacto no Estado, na política,
na formação de turmas, nas forças armadas, na burocracia, na economia e em outras partes
cruciais de desenvolvimento do país do terceiro mundo após a descolonização (Krishna, 2009).
O Estado pós-colonial africano é uma mistura do Estado pré-colonial na sua forma patriarcal e
do Estado colonial caracterizado pelo domínio do centro sobre a periferia. Na África, o Estado
pós-colonial atual é patrimonial e as elites africanas obedecem às ordens das super potências do
centro em troca de se manterem no poder sob a forma de ditadura, autocracia e democracia falsa
e falsificada (Carvalho, 2004).
4. Conclusão
O novo mundo pós-colonial, além de consolidar as questões identitárias como uma das mais
problemáticas, também cristaliza as relações de poder e dominação entre as antigas metrópoles e
suas ex-colônias, ainda que estas tenham se tornado independentes politicamente.

No período de pós-colonização, com a independência de muitos Estados coloniais artificiais e


que alteraram suas populações devido a fluxos coloniais, tal como a Guiana, a identidade
nacional tornou-se uma questão delicada, sobretudo quando os grupos nacionais possuem
profundas divergências internas e rivalidades entre si. O atual mundo pós-colonial consolidou
uma mistura de culturas e identidades diversas em escala global. Porém, a pior e mais paradoxal
consequência disto foi fazer as pessoas acreditarem que elas pertencem somente a uma
identidade característica, como negro(a) ou oriental, por exemplo. Contudo, humanos fazem sua
história, cultura e identidade étnica também, não sendo esta algo fixo e dado, necessariamente.
5. Referências bibliográficas
Krishna, S. (2009). Globalization and postcolonialismo: Hegemony and resistance in the twen-
ty-first century. Lanham: Rowman & Littlefield Publishers.

Lovejoy, Paul. (2002). A escravidão na África: uma história de suas transformações. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira.

Thomas C. (2005). Além da escravidão. Investigações sobre raça, trabalho e cidadania em


sociedades pós-emancipação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Carvalho, Clara. (2004). A persistência da história: passado e contemporaneidade em África.


Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.

Braz, Juliana. (2002). “Língua e poder: transcrevendo a questão nacional”. Mana.

Price, Sally. (2000). Arte primitiva em centros civilizados. Rio de Janeiro: UFRJ.

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