Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Instituto de Geociências
Departamento de Geografia
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Agosto de 2021
INTRODUÇÃO
Contra ese trasfondo, es pertinente insistir que, sin desprenderse de la prisión del
eurocentrismo como perspectiva y conocimiento, y em este caso específico, em la
prisión del dualismo entre “cuerpo” y “no-cuerpo”, no puede llegarse lejos em la
lucha por liberarse de modo definitivo de la idea de raza y del racismo. Ni de la
otra forma de la colinealidad del poder, las relaciones de dominación entre
géneros. (QUIJANO, 2000, p.44).
O pensamento decolonial viria então na direção de não somente fazer uma crítica
ao eurocentrismo hegemônico e hierarquizante presente no domínio cognitivo e linguístico
e que traz consigo toda uma violência seja material ou simbólica que subjuga e
menospreza outras formas de vida. Traz consigo uma necessidade de pensar desde a
ótica dos “debaixo”. É uma crítica para além da inevitabilidade do capitalismo. Segundo,
Grosfoguel (2005): “De este modo, preferimos hablar del ´sistema-mundo europeo / euro-
norteamericano capitalista / patriarcal moderno colonial´ y no sólo del ´sistema – mundo
capitalista’”.
Los estudios culturales y socioculturales han pasado por alto que no es posible
entender el capitalismo global sin tener em cuenta el modo como los 'discursos
raciales' organizan a la población del mundo em una división internacional del
trabajo que tiene directas implicaciones económicas: las 'razas superiores' ocupan
las posiciones mejor remuneradas, mientras que las 'inferiores ejercen los trabajos
más coercitivos y peor remunerados (CASTRO-GOMEZ e GROSFOGUEL, 2007,
pg. 20).
Como resultado, el mundo de comienzos del siglo XXI necesita una decolonialidad
que complemente la descolonización, llevada a cabo em los siglos XIX y XX. Al
contrario de esa descolonización, que no se puede reducir a un acontecimiento
jurídico-político (CASTRO-GÓMEZ e GROSFOGUEL, 2007).
[…] Território é espaço apropriado, espaço feito coisa própria, enfim, território é
instituido por sujeitos e grupos sociais que se afirmam por meio dele. Assim, há
sempre, território e territorialidade por meio de processos sociais de
territorialização. Num mesmo território, há, sempre, múltiplas territorialidades.
(PORTO-GONÇALVES, 2017).
Diversos são os movimentos sociais latino-americanos que nos alertam que sua
luta não é por terra, mas sim por território. É como fazer se materializar no espaço seus
saberes, suas formas de ser em sua dinâmica própria, com seus valores, signos e
significados próprios. Não se trata de destruir o Estado-Nação, esse grande
dominador/explorador do território-estado, fruto maior da modernidade, mas sim, garantir
que as múltiplas-territorialidades sejam respeitadas, assim como as relações de saber-
poder particulares de suas gestões. Questões relacionadas a autonomia e auto-gestão
desses territórios se faz pertinente, como bem adverte, Carlos Walter Porto-Gonçalves:
Ainda, assim, Carlos Walter Porto-Gonçalves nos alerta quanto ao que chama de
'autonomias débeis'. Apesar do reconhecimento de territórios destinados aos povos
subalternos em diversos países latino-americanos (afro descentes, indígenas e outras
populações socioculturamente subalternas), há uma frágil base legal que os mantém
suscetíveis à intervenção do Estado Territorial. Isso ficou muito claro este ano no Brasil
com as chamadas ações do Marco Temporal julgadas pelo Supremo Tribunal Federal
neste ano de 2021. Embora em 1988 nossa constituição tenha consagrado os direitos dos
povos originários sobre seus territórios, há uma constante ameaça de perda destes
direitos o que faz crer que a questão territorial não seja exercida de fato, mas sim
concedidas a eles.
O que talvez para a geografia seja um desafio atualmente é poder fazer uma
autoavaliação epistemológica, começar a buscar compreender como outros saberes
dialogam com seus conceitos-chave. Suas próprias compreensões sobre espaço e
território, por exemplo. Nas palavras de Arturo Escobar (2015): realizar uma “ontologia
política do território”. Para o autor estamos no meio de uma “luta ontológica” frente ao
projeto globalizador neoliberal do sistema-mundo colonial em defesa de outros modelos
de vida que constituem um pluriverso: “um mundo onde caibam muitos mundos”.
El territorio se concibe como más que una base material para la reproducción de la
comunidad humana y sus prácticas. Para poder captar ese algo más, el atender a
las diferencias ontológicas es crucial. Cuando se está hablando de la montaña, o
una laguna o rio, como ancestro o como entidad viva, se está referenciando una
relación social, no una relación de sujeto a objeto. (ESCOBAR, 2015, pg.96).
administrativa da federação
Conforme nos apresenta de forma bem didática, o professor Valter Carmo Cruz
(2017), muitos são os desafios para que nós geógrafos consigamos elaborar um
projeto de decolonização da própria geografia. Entre esses desafios, ele explicita:
QUIJANO, Aníbal. ¡ Qué tal raza!. Revista del CESLA. International Latin American
Studies Review, n. 1, , 2000.
SANCHÉZ, Consuelo. Los pueblos indígenas: del indigenismo a la autonomia. México: Siglo Veintiuno
editores, 1999.