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Contribuições de teorias anti/não-hegemônicas para Relações Internacionais:

Compreensões outras de cosmologias latino-americanas e do sul global

Teoria das Relações Internacionais

“COLONIALIDADE”: NOVOS OLHARES E


DESDOBRAMENTOS

Fernanda Cardoso Fonseca

Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Belo Horizonte
26 de julho de 2019
RESUMO

O artigo terá como principal objetivo o estudo do conceito de colonialidade. Tal conceito
encontra-se interseccionado na maioria dos debates teóricos decolonias do campo das
Relações Internacionais e é de suma importância na compreensão a maneira como essa
“teoria” cria novas perspectivas de análise e como ela dialoga sobre e com o Brasil. Para
tanto, será necessária uma análise do conceito de “colonialidade” trabalhando com as
contribuições dos nomes pioneiros do pensamento decolonial, principalmente aquelas(es)
autoras(es) do grupo Modernidade/Colonialidade (M/C), embora não se limitando a elas(es).
Para traçar uma ampla análise crítica de tal conceito, é imprescindível trabalhar primeiramente
com o estudo pioneiro de Aníbal Quijano, sobre a colonialidade do saber, e posteriormente as
contribuições de Walter Mignolo, com os cinco níveis de colonialidade do poder, além da
contribuição de demais autores para o conceito de colonialidade do ser, entre outros. Não
obstante, é possível perceber que conforme os debates decoloniais foram se expandindo e
englobando novas temáticas, inclusive entrando em contato com novas teorias (como o
surgimento do feminismo subalterno), o conceito de colonialidade foi sendo retrabalhado.
Esse processo pode ser percebido nos estudos de María Lugones, além de Luciana Ballestrin,
Cristina Rojas, Arlene B. Tickner, dentre outros. Por fim, a análise da utilização do conceito
de colonialidade na “teoria” decolonial latino-americana possibilita nortear alguns
desdobramentos importantes que estão ocorrendo dentro do campo dos estudos decoloniais,
buscando posteriormente compreender em que medida essas teorias estão sendo retomadas.
Dentre essas novas formas de trabalhar a “colonialidade” percebe-se forte contribuição que
tal conceito nas discussões sobre antropoceno, o feminismo subalterno, a questão da
imperialidade, a violência contra povos indígenas, o genocídio da juventude negra, dentre
outros.
Palavras-chave: Colonialidade; Decolonialidade; Brasil.
1 INTRODUÇÃO

O conceito de colonialidade está presente em toda a evolução e aprofundamento dos


debates coloniais, desde a compreensão das relações de dominação, até a estruturação dos
movimentos de libertação1, sendo esses pontos respectivamente abordados ao longo do
artigo.

As considerações finais tem por objetivo mapear futuros caminhos para a minha
pesquisa, apontando a recente mobilização do conceito enquanto escopo para entender a
realidade atual, o diálogo com outras(os) autoras(es) pioneiras(os) nas discussões raciais,
incluindo os diálogos com teóricas(os) das interpretações de Brasil.

2 PARTE I: O CONCEITO DE COLONIALIDADE: CRIAÇÃO E DIFUSÃO

Os conceitos de colonialidade foram apresentados inicialmente e principalmente pelas


autoras(es) da Modernidade/Colonialidade (M/C). Essas(es) buscavam entender a
Modernidade e Colonialidade como indissociáveis, dado a escolha do nome
Modernidade/Colonialidade e não Modernidade e Colonialidade. Esses estudos são pioneiros
na criação de uma teoria pensada a partir da América Latina e para a América Latina.

Para melhor compreender as premissas dos estudos da M/C, é preciso entender


primeiramente a noção de sistema-mundo moderno de Wallestein. Em síntese, este é um
sistema social estruturado dinamicamente, que configura um todo espaço-temporal cujo
escopo coincide com o eixo da divisão social do trabalho que integra as suas partes
constituintes (WALLERSTEIN apud MARIUTTI, 2004). No entanto, as(os) decoloniais criticam
essa ideia ao entender que narrativas da modernidade que não trabalham a colonialidade são
incompletas e ideológicas, (CASTRO-GÓMEZ, 2000), inclusive como uma crítica retrabalhada
pelo próprio Wallerstein (QUIJANO & WALLERSTEIN, 1992).

Basca-se então, compreender esse dispositivo de poder que gera o sistema-mundo


moderno/colonial, denominado colonialidade. Em resumo, este é um padrão de poder que

1
Ao longo do texto será utilizado o conceito de “libertação” ao invés de “emancipação”. Dussel (2005)
e Mignolo (2007) afirmam que a modernidade tem um "conceito racional de emancipação", mas
aparece também como um "mito" que justifica a violência genocida. Portanto, em um movimento
geopolítico, eles sugerem que é melhor usarmos a palavra "libertação" - política e econômica, bem
como epistêmica - de acordo com os movimentos reais no Terceiro Mundo. "Libertação" aponta para
"desvinculação", decolonização e pensamento de fronteira, longe de uma trajetória linear da história e
dos pensamentos ocidentais (MAURÍCIO DOMINGUES, 2009).
surge entre dois povos ou nações, porém também demonstra como relações intersubjetivas
são articuladas entre si, através do sistema capitalista mundial e da noção de raça
(MALDONADO-TORRES, 2007). Portanto, a colonialidade sobrevive ao colonialismo mesmo
sendo derivado dela, já que suas estruturas de poder e dominação estão presentes em todo
processo de desenvolvimento histórico desde então (MALDONADO-TORRES, 2007;
QUIJANO, 2000). Ou seja, não existe modernidade sem colonialidade (MIGNOLO, 2000).

Já a ideia de raça associada a noções de inferioridade e superioridade é vista pela


primeira vez na América Latina, gerando novas identidades (“negros”, “índios” e “mestiços”) e
redefinindo outras (“europeu”). Tais identidades passaram a se relacionar hierarquicamente
através de relações de poder e dominação (QUIJANO, 2000). Essas diferenças identitárias
eram sexualmente racializadas através do sistema de exploração do trabalho. Tal fenômeno
é denominado por Quijano (2000) de colonialidade do poder.

A universalização da experiência europeia erroneamente percebida como difusionista


torna as suas próprias formas de conhecimento como as únicas válidas, objetivas e universais
(LANDER, 2005). Assim, uma outra faceta da colonialidade se encontra na forma da na
colonialidade do saber2, sendo esse um processo de hegemonização das formas de saber
europeias. Mignolo (2003), Nelson Maldonado-Torres (2007) e Escobar (2000) também
trabalham com a noção de colonialidade do ser, entendida pelo último enquanto "[...] um
excesso ontológico que ocorre quando seres particulares são impostos a outros, e também
criticamente enfrenta a eficácia dos discursos com os quais o Outro responde à supressão
como resultado do encontro" (ESCOBAR, 2000, p. 35). A colonialidade passa então a ser vista
através da dimensão ontológica da diferenciação.

Em resumo, pode-se inferir que a colonialidade do poder refere-se à relação entre as


modernas formas de exploração e dominação; a colonialidade do saber refere-se ao papel de
tarefas epistemológicas e produção de conhecimento na reprodução dos regimes de
pensamento colonial; e, por fim, a colonialidade do ser remete à experiência vivida da
colonização e seu impacto na linguagem, como trabalhado por Mignolo (2003), Gómez-
Quintero (2010), e outras(os) (MALDONADO-TORRES, 2007). Essas expressões também
possuem uma dimensão ontológica, pois silenciam histórias, vivências, conhecimentos e
saberes, subalternizando-os e enquadrando-os em uma lógica universal. (MALDONADO-
TORRES, 2007).

2
Apesar de partilharem similaridades, o conceito de colonialidade do saber e do ser são apresentados
de formas diferentes por algumas(uns) autoras(es). Colonialidade do saber pode ser percebida
enquanto colonialidade do conhecimento; já a colonialidade do ser pode ser vista enquanto
colonialidade com relação aos modos de vida, enquanto dimensão ontológica de pluriversos distindos,
como trabalhado por Cristina Rojas (2016).
3 PARTE II: DESDOBRAMENTOS

Nessa parte serão apresentados alguns dos desdobramentos dos estudos acerca da
Modernidade/Colonialidade (e posteriormente Deconolialidade – M/C/D), sendo esses os
conceitos de feminismo decolonial, imperialidade, pensamento fronteiriço, pluriverso e
antropoceno. Entendida a lógica de colonialidade, o conceito é expandido para se pensar em
formas de resistência e combate a essa lógica problemática da realidade atual, passando ao
aprofundamento dos estudos e do conceito de decolonialidade.

O projeto decolonial busca então romper com a lógica dualista característica da M/C,
rejeitando a separação do conhecer e do fazer. Questionam-se radicalmente as relações
binárias e assimetrias (ESCOBAR, 2000). Surge então o chamado giro decolonial, sendo este
“um movimento de resistência teórico e prático, político e epistemológico, à lógica da M/C”
(CASTRO-GÓMEZ & GROSFOGUEL, 2007, p.20). A decolonialidade passa a ser trabalhada
como o terceiro elemento da M/C, revelando novos projetos de libertação.

Um importante desdobramento trazido pelo conceito de colonialidade diz respeito ao


projeto do feminismo decolonial como trabalhado por Lugones (2014), Ballestrin (2017b),
dentre outras(os) autoras(es). Pela perspectiva eurocêntrica, certas raças são condenadas
como “inferiores” por não serem sujeitos “racionais”. O estudo e a exploração desses “corpos”
são justificados por serem mais próximos da natureza, e consequentemente menos
civilizados, de acordo a lógica da modernidade (QUIJANO, 2000). Nesse sentido, deve-se
colocar em prática um projeto de decolonização e de degeração (ou ação que rompe com as
relações de gênero dominantes coloniais) (QUIJANO, 2000; LUGONES 2014; MALDONADO-
TORRES, 2007). Ballestrin (2017b) ainda enfatiza a necessidade de uma verdadeira ruptura
decolonial através do estudo dos feminismos subalternos, como forma pôr em evidência
feminismos outros, para além do próprio feminismo moderno.

Ballestrin (2017a) também trabalha os estudos da M/C/D apresentando um outro elo


faltante para amplamente compreender a lógica do projeto colonial, sendo este o da
Imperialidade. Como afirma a autora, não é possível pensar em colonialidade como o lado
obscuro da modernidade sem trabalhar a noção de imperialidade, pois impossibilita a sua
superação. Logo, as estratégias decoloniais devem estar atreladas a processos de
desimperialização do que à negação da modernidade (BALLESTRIN, 2017a, grifo meu).

Outra importante contribuição aos debates decoloniais é a ideia do chamado


pensamento fronteiriça, ou de fronteira. Na tentativa de entender o Outro através das suas
próprias traduções que vão além da lógica epistêmica do conhecimento dito como central,
forma-se o pensamento fronteiriço (MIGNOLO, 2007b) como alternativa às visões
hegemônicas. Isso leva a uma ruptura com o projeto da M/C, revelando a Decolonialidade
enquanto libertação através da desvinculação (delink) de outros universos antes silenciados
e apagados. Esse movimento é visto como uma mudança ontológica decolonial levando à
outras universalidades, isto é, à pluriversalidade (MIGNOLO, 2007a).

Dado o conceito de colonialidade e posteriormente do giro decolonial, o projeto de


desvincular-se passa por um debate ontológico acerca do universal como trabalhado por
Rojas (2016), Blaney & Tickner (2017). As subjetividades específicas na verdade demonstram
as limitações da ciência que tipifica pluriversos através de lentes de uma mesma ontologia
(BLANEY & TICKNER, 2017). Trabalhar com diferentes ontologias trata-se de criar encontros
entre diferenças ontológicas e reconhecer as práticas de dominação que “convertem
realidades ocidentais na realidade-centro e rebaixam "outras" realidades a diferentes
representações do mundo. Se assim for, a ruptura da colonialidade, implicaria, em primeiro
lugar, uma re-compreensão e envolvimento com o ser” (TICKNER & BLANEY, 2017, p. 28).

O olhar pluriversal também se relaciona com os estudos do Antropoceno. De maneira


sintetizada, o Antropoceno trabalha com a ideia de que estamos passando por uma fase única
da história humana quando conectamos conscientemente eventos que acontecem em vastas
escalas geológicas - tais como mudanças climático do planeta - com o que podemos fazer na
vida cotidiana de indivíduos, coletividades, instituições e nações (CHAKRABARTY, 2018;
CHANDLER, 2018). Ainda não sabemos pensar conceitualmente levando em consideração
formas não humanas de vida enquanto agentes, no entanto estudos críticos do Antropoceno
trazem como necessário esse esforço pluriversal, por questionar a relação humano x
natureza. Essas novas formas de viver só conseguem ser acessadas quando se abandona a
ideia do mundo único e passa a ver a diferença através de mudanças ontológicas que trazem
à tona os diferentes pluriversos (CHAKRABART, 2017).

Por fim, pode-se inferir que a virada decolonial refere-se a uma mudança de paradigma
onde deixa-se para trás a aceitação da inferioridade do subalterno para a suposição da
“posição de um questionador”, reconhecendo-o enquanto agente transformador da realidade.
Esse fenômeno tem como consequência a identificação do colonialismo como um problema
estrutural, e a noção da decolonização como um projeto continuado e inacabado
(MALDONADO-TORRES, 2007; BALLESTRIN, 2017a).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS: NOVOS OLHARES E PERSPECTIVAS

Nessa parte final, busco mapear futuros caminhos para a minha pesquisa, ao procurar
entender como teóricas(os) da decolonialidade mobilizam o conceito de colonialismo afim de
sublinhar processos de repressão presentes na realidade atual, e também no diálogo sobre e
com o Brasil. Percebe-se que existe um movimento de retomada de debates de outras(os)
teóricas(os) que também tratam de temas amplamente recorrentes no estudo da
decolonialidade, tais quais a posição do negro enquanto agente questionador, e não apenas
como objeto de estudo. Essa mobilização de ideias gera um diálogo entre as(os) autoras(es)
tidas(os) como decoloniais, e outros nomes que também trabalham com certas temáticas
consonantes, trazendo a perspectiva de contestação do negro enquanto projeto de libertação.

Ao longo das décadas, os estereótipos raciais foram revitalizados, e essa


estigmatização socialmente construídas da corporalidade e performatividade do negro,
dificultava-se ainda mais a aceitação como um igual, submetendo-o a um “cruel círculo de
exclusão e inferiorização, que afeta diretamente a sua autoestima, assim como a sua vida
profissional e social” (STREVA, 2016, p. 20). A negação da Europa não foi, portanto, a
negação da “europeidade” (DU BOIS apud MIGNOLO, 2000).

Para além de um projeto acadêmico, a decolonialidade consiste numa prática de


oposição e intervenção. Inclusive é imprescindível notar que sem utilizar precisamente o termo
“colonialidade”, já era possível encontrar a noção que gira em torno desse conceito em toda
a tradição do pensamento negro de autoras(es) tais como W. E. B. Du Bois, Frantz Fanon,
Aimé Césaire, Angela Davis, Bell Hooks, e também em autoras(es) brasileiras como Abdias
do Nascimento e seu estudo sobre quilombismo, e Lélia Gonzalez, sendo este um propósito
de desdobramento que pretendo retomar em pesquisas futuras.

Reler autoras(es) que foram silenciadas(os) devido à falsa ideia de racionalidade


universal não significa somente se deparar com testemunhos sobre os efeitos da dominação
colonial, mas também “perceber múltiplas vozes, especialmente as negras e indígenas, que
lutam contra a marginalidade, a discriminação, a desigualdade e buscam a transformação
social” (BERNARDINO-COSTA, 2007, p. 8), sendo este um verdadeiro projeto de resistência
antiracista, pluriversal e decolonial. Percebe-se uma conexão de ideias que não só enriquece
o debate para o próprio campo dos estudos decoloniais, como também coloca em evidência
que outras vozes que não “rotuladas” enquanto decoloniais já traziam debates acerca da
colonialidade e do pluriverso antes mesmo do início dos estudos da M/C/D.
O processo de colonialidade também é percebido na construção do Estado brasileiro,
assim como os demais na América Latina. No caso brasileiro, construiu-se um imaginário
estruturado em torno do mito da democracia racial, como exposto por Florestan Fernandes
em 1965, principalmente o fim da escravidão, que não concebia a colonialidade do poder.
Mesmo representando maioria numérica, a população negra e indígena foi excluída como
agente ativo no processo de criação do Estado brasileiro. Através da colonialidade do ser, a
elite branca acaba se identificando com o “europeu” e se afasta das pautas de inclusão dos
negros e índios, o que gera um obstáculo na construção de um projeto de nação no Brasil
(BERNARDINO-COSTA, 2007).

Percebe-se que o conceito de colonialidade tal qual trabalhado no grupo M/C ganha
novos debates. No entanto, estes mesmos conceitos estão sendo mobilizados para analisar
criticamente as realidades históricas do momento atual, tanto em debates econômicos-
políticos, quanto sócio-culturais. Existe a oportunidade de explorar tal temática por novos
olhares de desconstrução pelo projeto decolonial, inclusive mobilizando conceitos e ideias de
demais autoras(es) que não pertencentes ao movimento teórico M/D/C, sendo esta uma
grande oportunidade de trazer mais visibilidade a autoras(es) brasileiras(os). O intuito dessas
considerações, no entanto, não foi um total engajamento nesses debates, mas o apontamento
de novos caminhos intrigantes para futuras análises.
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