A teoria pós-colonial tem-se mostrado
muito presente na América Latina. Este
artigo tem como objetivo estudar como a
teoria pós-colonial tem compreendido a
América Latina. Foi realizada uma revisão
bibliográfica para que o objetivo deste
trabalho fosse atingido.
A teoria pós-colonial tem-se mostrado
muito presente na América Latina. Este
artigo tem como objetivo estudar como a
teoria pós-colonial tem compreendido a
América Latina. Foi realizada uma revisão
bibliográfica para que o objetivo deste
trabalho fosse atingido.
A teoria pós-colonial tem-se mostrado
muito presente na América Latina. Este
artigo tem como objetivo estudar como a
teoria pós-colonial tem compreendido a
América Latina. Foi realizada uma revisão
bibliográfica para que o objetivo deste
trabalho fosse atingido.
Advogado. Doutorando em Política Social e Direitos Humanos/UCPEL. Pesquisador do GEMIGRA/UCPEL. E-mail: eduardoosreal@gmail.com
RESUMO: as relações coloniais de poder, como
A teoria pós-colonial tem-se mostrado formas de repressão. Conclui-se que a muito presente na América Latina. Este teoria pós-colonial surge para explicar a artigo tem como objetivo estudar como a realidade dos países que haviam sido teoria pós-colonial tem compreendido a colonizados, a partir da perspectiva das América Latina. Foi realizada uma revisão epistemologias destes. Inicialmente, a bibliográfica para que o objetivo deste partir da visão dos colonizados africanos e trabalho fosse atingido. A primeira parte do do oriente e posteriormente os da América artigo traz o conceito de pós-colonialismo Latina. como um movimento múltiplo, mas que possui um ponto de convergência, que consiste em trazer a visão de mundo do PALAVRAS-CHAVE: colonizado, de modo que este venha a Teoria pós-colonial. América Latina. desconstruir a perspectiva do colonizador. Colonialismo. Os primeiros autores a debater sobre o colonialismo foram: Aimé Cesaire, Frantz Fanon, Albert Memmi e Edward Said. A ABSTRACT: partir da década de 1990, esta teoria é Postcolonial theory has been very present trazida para a América Latina, sendo seus in Latin America. This article aims to study principais nomes Enrique Dussel, Aníbal how postcolonial theory has understood Quijano e Walter Mignolo. Estes autores Latin America. A bibliographical review was trouxeram conceitos como o colonialismo carried out so that the objective of this work como parte constitutiva da modernidade e
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was achieved. The first part of the article brings the concept of post-colonialism as a multiple movement, but which has a point of convergence, which consists of bringing the colonized's worldview, so that it deconstructs the colonizer's perspective. The first authors to debate colonialism were: Aimé Cesaire, Frantz Fanon, Albert Memmi and Edward Said. From the 1990s onwards, this theory was brought to Latin America, with its main names being Enrique Dussel, Aníbal Quijano and Walter Mignolo. These authors brought concepts such as colonialism as a constitutive part of modernity and colonial power relations as forms of repression. It is concluded that the postcolonial theory emerges to explain the reality of the countries that had been colonized, from the perspective of their epistemologies. Initially, from the perspective of the African and Eastern colonized and later those of Latin America.
KEYWORDS: Postcolonial theory. Latin America. Colonialism.
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universidades dos Estados Unidos e da 1 INTRODUÇÃO Inglaterra. A teoria pós-colonial tem-se mostra- do muito presente na América Latina. O Entre os diversos "pós", o presente trabalho busca estudar como a "pós-colonialismo" é igualmente um teoria pós-colonial tem sido debatida na movimento múltiplo, abrangendo um América Latina. complexo de contribuições teóricas que oscilam do marxismo gramsciano ao Foi realizada uma revisão bibliográ- pós-estruturalismo de Derrida. Seu ponto de fica, por meio de artigos e livros, para o que intersecção é delinear uma visão objetivo do presente trabalho fosse atingido. desarticulada ou descentrada do mundo, Os principais autores utilizados foram como se o colonizado fosse capaz agora de Luciana Ballestrini (2013), John McLeod desconstruir a perspectiva do colonizador, (2010), Jórissa Danilla Nascimento Aguiar não a partir de um dualismo ou de simples (2016) e Damián Pachón Soto (2008). contradições, mas do jogo de distinções e Inicialmente o artigo trata da origem imprecisões nas relações culturais e de da teoria pós-colonial, desde o seu poder aí implantadas (HAESBAERT, 2004). conceito, o local de surgimento até os Como várias teorias guiadas pelo primeiros autores pós-coloniais. Após esta “pós”, o pós-colonialismo se transformou em discussão será debatido como alguns um tipo de “moda” acadêmica, tendo autores latino-americanos têm entendido a passado a fazer parte tardiamente nas teoria pós-colonial. Por fim serão apresen- ciências sociais brasileiras. Costa defendeu tadas as conclusões do presente trabalho. que o pós-colonialismo compactua, no contexto de suas diferentes visões, do 2 A TEORIA PÓS-COLONIAL “caráter discursivo do social”, do Segundo Luciana Ballestrin (2013), “descentramento das narrativas e dos compreende-se pelo termo sujeitos contemporâneos”, do “método da “pós-colonialismo” essencialmente dois desconstrução dos essencialismos” e da significados. O primeiro trata do tempo “proposta de uma epistemologia crítica às histórico subsequente aos processos de concepções dominantes de modernidade” descolonização do denominado “terceiro (COSTA, 2006). mundo”, desde a metade do século XX. Momentaneamente, tal noção diz respeito, As teorias do discurso colonial têm por conseguinte, à independência, sido consideradas fundamentais para o libertação e emancipação das sociedades desenvolvimento do pós-colonialismo como oprimidas pelo imperialismo e estudo acadêmico. De maneira genérica, neocolonialismo – com ênfase na África e elas exploram os caminhos que a na Ásia. O outro significado da palavra trata representação e o modo de percepção são de uma totalidade de contribuições teóricas utilizados como armas de colonização do provenientes principalmente dos estudos poder para manter os povos colonizados literários e culturais, que a datar dos anos sob o domínio das normas coloniais 1980 passaram a ter destaques em certas (MCLEOD, 2010).
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O colonialismo é estabelecido em superação das relações de colonização, parte ao explicar para aqueles que vivem na colonialismo e colonialidade. Desse modo, metrópole a ideia de que é correto e ele não é exclusividade de autores conveniente governar outros povos e fazer diaspóricos ou colonizados das com que os colonizados aceitem seu status universidades periféricas (BALLESTRIN, de inferioridade na ordem colonial das 2013). coisas - um processo que pode ser A crítica pós-colonial surgiu com denominado de ' colonizando a mente '. aqueles autores qualificados como Portanto, é possível afirmar que o intelectuais da diáspora negra ou migratória, colonialismo estabelece as maneiras de basicamente imigrantes oriundos de países refletir. Ele age induzindo as pessoas a pobres que vivem na Europa Ocidental e na absorver sua ideia e falar sua linguagem; América do Norte, a crítica literária foi a área implantar os valores e suposições dos pioneira na difusão da perspectiva colonizadores quanto ao modo como pós-colonial, sobretudo na Inglaterra e nos entendem e representam o mundo Estados Unidos, a partir dos anos de 1980. (MCLEOD, 2010). Após disso, expande-se para outros países Na década de 1950, surgiram e para outras áreas, fazendo as pesquisas diversas pesquisas importantes que de autores como Homi Bhabha, Edward buscaram registrar os danos psicológicos Said, Gayatri Chakravorty Spivak ou Stuart dos quais eram vítimas os povos Hall e Paul Gilroy referências comuns em colonizados que adotaram esses discursos outros países dentro e fora da Europa coloniais. Proeminente foi o psiquiatra (COSTA, 2006). Frantz Fanon, que redigiu ampla e A teoria pós-colonial molda, sobre a apaixonadamente sobre os danos que o evidência – diga-se, banalizada pelas colonialismo francês causou a milhões de discussões entre estruturalistas e pessoas que sofreram com seu poder pós-estruturalistas – de que toda proposição (MCLEOD, 2010). tem origem em algum lugar, sua crítica ao Frantz Fanon integra um conjunto de modo de produção do conhecimento autores precursores do argumento científico que, ao dar preferência a modelos pós-colonial, cujas primeiras elaborações e conteúdos próprios ao que se conceituou podem ser observadas pelo menos desde o como a cultura nacional nos países da século XIX na América Latina Europa, reiteraria, em outras palavras, o (BALLESTRIN, 2013). fundamento da relação colonial (COSTA, 2006). Ainda que não sequencial, disciplinado e articulado, o fundamento Os estudos pós-coloniais envolvem pós-colonial em toda sua dimensão certas questões de classe e das atinentes histórica, temporal, geográfica e disciplinar maneiras de opressão das elites coloniais e reparou a distinção colonial e colocou-se ao dominantes e também das teorias lado do colonizado. Em essência, foi e é culturalistas, no que diz respeito aos uma corrente comprometida com a diferentes modos de opressão e
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discriminação dos diversos excluídos. pressupostos comumente aceitos sobre "o Entendem a modernidade a partir de outro Oriente" como um local mítico de exotismo, lugar, priorizando a obrigação de fazer uma frouxidão moral, degeneração sexual e reinterpretação do processo de colonização assim por diante (MCLEOD, 2010). (AGUIAR, 2016). Essas observações (que na O pós-colonialismo como movimento realidade não eram observações) foram político, intelectual e interdisciplinar teve tidas como verdades científicas que, como como pioneiros: Albert Memmi, com o seu consequência, eram utilizadas para justificar livro “Retrato do colonizado precedido do a própria propriedade da dominação retrato do colonizador, publicado em 1947, colonial. Desta forma, o colonialismo Aimé Cesaire, com sua obra “Discurso permaneceu: o poder colonial foi auxiliado sobre o colonialismo”, publicado em 1950, pela produção de conhecimento acerca das Frantz Fanon com o seu livro “Os culturas colonizadas que criaram condenados da terra”, publicado em 1968. continuamente uma imagem adulterada do Contudo, foi com a obra de Edward Said Oriente para os do Ocidente. Com o Oriente “Orientalismo: o oriente como invenção do tido como inferior, sua colonização poderia Ocidente”, que foi divulgado o ser explicada em termos brandos ou morais, questionamento do pensamento ocidental como uma maneira de divulgar os (AGUIAR, 2016). benefícios da civilização ocidental e salvar os povos nativos de sua própria barbárie Em seus livros, Said dedicou-se, percebida (MCLEOD, 2010). principalmente, em aumentar a área de debate, descrevendo uma conjuntura de Na mesma época em que surgiu o história, cultura e realidade pensamento pós-colonial nascia outro socioeconômica, pensando sempre a partir movimento de grande relevância que de experiências reais (AGUIAR, 2016). acabou por fortalecer a teoria pós-colonial como um movimento epistêmico, intelectual Said estudou como o conhecimento e político. Na década de 1970, era fundado que as potências imperiais ocidentais no sul da Ásia o Grupo de Estudos construíram sobre suas colônias auxiliaram Subalternos, cujo líder era Ranajit Guha, um incessantemente a justificar sua divergente do marxismo indiano, que tinha subjugação. Os países do ocidente como a como principal projeto “analisar criticamente França e a Grã-Bretanha, defendia ele, não só a historiografia colonial da Índia utilizaram muito tempo desenvolvendo realizada por ocidentais europeus, mas conhecimento sobre os territórios que também a historiografia eurocêntrica conquistavam. Dando ênfase em nacionalista indiana” (GROSFOGUEL, representações do Egito e do Oriente Médio 2008, p.116), assim como a historiografia do em uma diversidade de conteúdos escritos, marxismo ortodoxo (CASTRO-GÓMEZ; Said afirmou que remotamente os viajantes MENDIETA, 1998). ocidentais nessas regiões buscavam aprender muito sobre, ou com os povos Nos anos 1980, a discussão originários destes locais. Em vez disso, eles pós-colonial foi expandida na área da crítica anotavam suas interpretações com base em literária e das pesquisas culturais na
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Inglaterra e nos Estados Unidos, cujos em menor grau teoricamente. É evidente principais nomes citados no Brasil são Homi que as figuras centrais do coletivo são o Bhabha (indiano) autor do livro “O local da filósofo argentino Enrique Dussel, o cultura”, Stuart Hall (jamaicano) autor da sociólogo peruano Aníbal Quijano e o obra “Da diáspora” e Paul Gilroy (inglês) semiólogo argentino-americano e teórico autor do livro “Atlântico negro”. Todas estas cultural Walter D. Mignolo, que colaboraram obras foram traduzidas para o português e com os conceitos que se tornaram o ponto tiveram impacto nas ciências sociais de partida para outros membros (SOTO, brasileiras (BALLESTRIN, 2013). 2008).
Por que o modelo de moderni-
3 A TEORIA PÓS-COLONIAL NA dade/colonialidade é estudado? A resposta AMÉRICA LATINA é simples, porém a riqueza conceitual e que A origem da teoria pós-colonial na surge deste paradigma é útil analiticamente: América Latina, está relacionada ao “la colonialidad es constitutiva de la processo de surgimento do Grupo modernidad, y no derivativa” (MIGNOLO, Modernidade/Colonialidade, na década de 2005, p. 61). 1990. Em 1992, um conjunto de intelectuais Este é um princípio básico do grupo latino-americanos que viviam nos Estados que tem como objetivo desmistificar, uma Unidos criaram o Grupo Latino-Americano leitura rasa e eurocêntrica, onde o dos Estudos Subalternos. Influenciados colonialismo aparece como uma derivação principalmente pelo Grupo Sul-Asiático de da modernidade, ao mesmo tempo em que, Estudos Subalternos, o estatuto do novo contribui apenas com recursos e mão de grupo foi publicado na revista Boundary 2. obra para a formação do capitalismo global Em 1998, Santiago Castro-Gómez traduziu (SOTO, 2008). o documento para o espanhol como “Manifiesto inaugural del Grupo Trata-se de um processo horizontal, Latinoamericano de Estudios Subalternos”. sem colonialidade não há modernidade, Desta forma, a América Latina passou a sendo o contrário também verdadeiro, são fazer parte do debate pós-colonial duas faces de uma mesma moeda. Em (BALLESTRIN, 2013). virtude da colonialidade, a Europa pode desenvolver um modelo padrão de ciências É necessário afirmar que o grupo humanas, válido para todo mundo, debate as contribuições individuais de seus ignorando os conhecimentos existentes da membros e esses novos conceitos são periferia. O Grupo Modernidade/Colonia- discutidos. Dependendo do caso, eles são lidade propõe a desconstrução da bem recebidos pelo grupo. Portanto, perspectiva tradicional da modernidade, descobre-se conceitos que estão se com ênfase no colonialismo, nas culturas e tornando populares entre seus membros. epistemologias subalternizadas não-euro- De acordo com isso, é possível encontrar peias e uma crítica ao eurocentrismo figuras principais no grupo e outras (SOTO, 2008). menores que tiveram uma menor participação ou, talvez, tenham colaborado
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O Grupo Modernidade/Colonialidade Alguns conceitos chaves que formam se baseia em correntes latino-americanas, o objeto de estudo deste grupo de pesquisa mas também de correntes europeias e são: o sistema mundo moderno colonial norte-americanas, podemos ter como como a construção de processos e exemplo: a teologia da libertação, a teoria formações sociais que seguem o da dependência, a filosofia da libertação, colonialismo moderno e as modernidades estudos pós-coloniais, estudos culturais, coloniais, mesmo que estruturalmente estudos subalternos, marxismo, discussões heterogêneo, articula os principais modos sobre a América Latina sobre modernidade de poder em um sistema. “Colonialidade do (SOTO, 2008) poder”(Quijano), um modelo dominante global, instituído desde a conquista da O conceito de modernidade/coloni- América, que vincula raça e trabalho, alidade se baseia em um conjunto de espaços e pessoas, conforme as demandas operações que o diferenciam das teorias do capital e os benefícios dos brancos desenvolvidas pela modernidade. Entre as europeus. “Diferença colonial e teorias da modernidade/colonialidade colonialidade global” (Mignolo), as quais se estão: 1) ênfase em localizar as origens da referem ao conhecimento e dimensões modernidade na Conquista da América, a culturais do processo de subalternização partir de 1492, contrariando as teorias provocado pela colonialidade do poder, a majoritárias que defendem o início da diferença colonial traz as diferenças modernidade com o Iluminismo ou no final culturais nas estruturas globais de poder. do século XVIII; 2) uma atenção especial ao “Colonialidade do ser” (mais recentemente colonialismo e ao avanço do sistema sugerido por Nelson Maldonado-Torres nos mundial capitalista como formadores da debates em grupo) como a dimensão modernidade; 3) em consequência, a ontológica da colonialidade em ambos os adoção de uma perspectiva planetária para lados do encontro (ESCOBAR, 2003). se compreender a modernidade, ao invés de uma teoria intra-europeia; 4) a A perspectiva da modernidade/colo- identificação da dominação de outros fora nialidade prevê um quadro alternativo para do centro europeu como uma necessária as discussões sobre modernidade, dimensão da modernidade, com globalização e desenvolvimento, não é simultaneamente a subalternização do apenas uma mudança na descrição de conhecimento e as culturas de outros eventos, é uma transformação epistêmica grupos; 5) um conceito de eurocentrismo nesta visão. Ao debater sobre a diferença como um modo de conhecimento da colonial, este quadro destaca a dimensão modernidade/colonialidade, uma ideia do poder que frequentemente não aparece dominante e uma maneira de cognição que nos debates relativistas sobre a diversidade questiona sua própria universalidade em cultural. O grupo de estudos “uma confusão entre uma universalidade Modernidade/Colonialidade é um enquadra- abstrata e o mundo concreto derivado da mento criado a partir do sistema mundo posição europeia como centro” (DUSSEL, moderno colonial, auxiliando a explicar as 2000, p.471; QUIJANO, 2000, p.549). dinâmicas do eurocentrismo na construção
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da modernidade e nas tentativas de O grupo criticou os teóricos que superá-la. O grupo mostra o labo obscuro defendiam que a colonialidade surgiu a da modernidade, mas não de maneira partir do início da modernidade. Segundo os intraepistêmica, como os discursos membros do grupo, a colonialidade é que europeus, mas sim de uma perspectiva dos deu origem a modernidade e o seu marco colonizados sobre os supostos benefícios inicial seria a Conquista da América em do mundo moderno (ESCOBAR, 2003). 1492, ao contrário de outros pensadores que afirmam que o Iluminismo é o marco inicial da modernidade.
4 CONCLUSÕES Conclui-se que a teoria pós-colonial
O presente trabalho teve como surge para explicar a realidade dos países objetivo analisar como a teoria pós-colonial que haviam sido colonizados, a partir da tem sido debatida na América Latina. perspectiva das epistemologias destes. Inicialmente, a partir da visão dos A primeira parte do artigo analisa a colonizados africanos e do oriente e origem das teorias pós-coloniais. Estas posteriormente os da América Latina. tiveram como seus principais precursores Aimé Cesaire, que teve como sua principal obra “Discurso sobre o colonialismo”; Frantz Fanon que teve como sua principal obra “Os condenados da terra” e Albert Memmi com sua grande obra “Retrato do colonizado precedido do retrato do colonizador”. No entanto, foi com o livro de Edward Said “Orientalismo; o oriente como invenção do ocidente” que passou a questionar todo o pensamento ocidental. Em suas obras criticou a visão eurocêntrica, em relação aos países do oriente, e que o ocidente precisava aprender mais sobre o oriente, pois esses possuíam uma visão equívoca a respeito deste.
A partir do início da década de 1990,
a teoria pós-colonial chegou à América Latina através do Grupo Modernidade/Colonialidade, composto em sua maioria por pesquisadores latino-americanos radicados nos Estados Unidos. Os três principais membros deste grupo foram Enrique Dussel, Aníbal Quijano e Walter Mignolo.
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