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Jhonatan Vieira
Universidade Federal da Integração Latino-Americana
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All content following this page was uploaded by Jhonatan Vieira on 15 September 2016.
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publicados pelos autores da Teoria Decolonial, assim como em América Latina e o Giro
Decolonial.
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outras. Assim, termos com espanhol e português, e mais tarde europeu, que
até então indicavam apenas procedência geográfica ou país de origem, desde
então adquiriram também, em relação às novas identidades, uma conotação
racial. E na medida em que as relações sociais que se estavam configurando
eram relações de dominação, tais identidades foram associadas às hierarquias,
lugares e papéis sociais correspondentes, com constitutivas delas, e,
consequentemente, ao padrão de dominação que se impunha. Em outras
palavras, raça e identidade racial foram estabelecidas como instrumentos de
classificação social básica da população.
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morte cultural, assimilação cultural, entre outros] , por fim entender que o mito da
conquista é uma dimensão claramente moral, pois para o colonizador, o colonizado tem
culpa, ao se opor ao processo civilizatório e a modernidade.
Mas segundo Gorelik não foi nessa ordem que acontece na América Latina,
segundo o Gorelik (2003) “...a modernidade foi o caminho para chegar a modernização,
não sua consequência; a modernidade se impôs como parte de uma política deliberada
para conduzir a modernização...” ou seja, para o autor, na América Latina primeiro
tivemos mudanças na mentalidade, no pensamento, na forma de enxerga o mundo, para
depois os processos modernizadores da cidade, ou então mudaram as pessoas e seu
entendimento, para depois mudar as cidades [entendendo cidades no campo do físico].
Com isso, podemos trazer para essa forma de entender a constituição das
cidades de Gorelik, aspectos da Colonialidade do Saber, pensando que os processos
modernizadores [nesse caso das cidades], precisam seguir padrões [estéticos e
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intelectuais] eurocêntricos, esses padrões deveriam ser ‘importados’ da Europa, o centro
da modernidade.
Outro aspecto importante das cidades, tem forte ligação com a colonialidad e
da natureza, pois essa [cidade] não se preocupa em entender os processos naturais, pois
há um ideário [capitalista] que a natureza existe única e exclusivamente para servir ao
homem, então ela pode ser utilizada, manipulada e derrubada.
Essa lógica também é mercantil, ou seja, a natureza pode ser usada como fonte
[inesgotável] de renda, pois é provida por deus e esse deixa a natureza como dádiva para
o homem.
No caso das cidades, a maior ligação está no golpe dado na natureza para a
construção desse projeto que nasce com a ideia de modernidade e enxerga na América
Latina uma folha em branco, tendo a possibilidade de refazer a Europa, mas muito melhor
e mais perfeita, já que aqui começariam tudo do zero.
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Sem dúvida podemos concordar com os autores que afirmam que a cidade foi
parte importante no processo de modernização [pensando como Gorelik que em América
Latina, tivemos primeiro a modernidade e como resultado a modernização], mas também
entender as cidades como parte fundamental no processo de colonização, de classificação
social, de colonialidade dos mais diversos aspectos, ou seja, ferramenta essencial da
aplicabilidade do sistema-mundo [que é capitalista, racista, machista, homofóbico].
REFERENCIAS