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Aníbal Quijano.
Aníbal Quijano Obregón foi um sociólogo e teórico político peruano nascido em 1930, em
Yanama, precursor da teoria da decolonialidade e professor em diversas universidades
latinoamericanas.
Em seu texto Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina o autor nos apresenta
reflexões profundas a respeito da formação social e histórica latinoamericana e os
engendramentos das estruturas de poder que nos levam à dominação dos povos
latinoamericanos através dos séculos de colonialismo e capitalismo. A leitura do texto é densa,
pois o autor traz conceitos muito diversos, além de analisar distintos processos históricos
traçando diálogos com diferentes autores latino americanos, o que enriquece profundamente
o/a leitor/a .
Podemos partir da afirmação de que a cultura latinoamérica é heterogênea em sua gênese e
multifacetada em suas singularidades. É neste canto do mundo onde há uma fusão supra
peculiar das mais diversas generalidades. Entretanto, sabemos da histórica violência e
dominação a qual nosso continente foi submetido durante séculos. Para o autor, um conceito
chave para compreensão de tais processos é o conceito de raça.
O racismo biológico tem sua gênese na especismo, pois a sobreposição hierárquica da espécie
humana sobre outras espécies, implica, desse modo, no antropocentrismo existente
anteriormente ao conceito de raça. Para o autor, é a partir da invasão da América que o
conceito de raça, como o conhecemos hoje, passa a ser utilizado pela primeira fundada partir
do etnocentrismo.
Tais definições conceituais construídas pelos colonizadores são baseadas em noções dualista e
apostas, a exemplo de: biológico/social, racial/geográfica, universal/relativo, mente/corpo; com
base em tais dualismos, criaram-se critérios de Europa e não-Europa, bem como, europeu e
não - europeu, onde não europeus eram tidos como inferiores seguindo os critérios da
racionalidade eurocêntrica.