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Laboratório de História I

Trabalho II

Discente: Guilherme Rocha da Silva, matrícula 202210149411

Colonialidade do poder e Orientalismo.

No livro “Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América latina”, Aníbal Quijano,


sociólogo peruano que possui diversos trabalhos no campo dos estudos decolonias, discute
sobre: raça, modernidade, estrutura do trabalho, capitalismo e poder político no território da
América latina. No princípio do artigo, será colocada algumas das principais ideias do autor e
relaciona-la a outras produções.

A priori, o autor traz a ideia de um novo padrão de poder mundial, que possui como
eixo principal a classificação social da população mundial de acordo com a ideia de raça.
Quijano coloca raça como uma construção mental de dominação colonial e que desde o seu
surgimento permeia as dimensões mais importantes de poder mundial, incluindo como
racionalidade específica, o eurocentrismo. Tal eixo possui origem e caráter colonial (Quijano,
2005).

Para Quijano a raça fez na América identidades sociais novas e complexas e que logo
passaram a serem associadas a hierarquias. Desde então, raça e identidade racial foram
estabelecidas como instrumentos de classificação social básica da população. A cor passa a ser
uma característica emblemática da categoria racial. De todas as formas a construção da ideia
de raça passa por um processo de naturalização, como instrumento de legitimação das relações
de superioridade/inferioridade entre dominantes e dominados, passa a se mostrar, também,
como o mais eficaz e durável instrumento de dominação social universal.
Outro autor que aborda muito essas relações de poder é Eduard Said, reconhecido por
seus trabalhos no campo de estudos decoloniais. O autor discute sobre orientalismo, ideia que
surge como um estilo ocidental para dominar, reestruturar e ter autoridade sobre o Oriente.
Nessa ideia o Ocidente tem sobre o Oriente relações de poder e dominação.

Com isso, o que é atribuído como orientalismo são ideias fortemente difundidas que
trata o indivíduo "oriental" como diferente, ameaçador e as vezes como um ser místico. que
coloca o Oriente num conceito único, não como diversos povos, com diversas cultural como
se possuíssem "a mesma essencial". Toda esses estereótipos constroem, desde cedo, no
imaginário popular o que seria o Oriente e seu povo mesmo nunca tendo contato direto com os
países integrantes dessa região. O Orientalismo tá presente e é discutido na academia, nos
filmes, nos jogos, na arte.

Ambas as ideias apresentam um bom paralelo de como foi construídas ideias mentais
para legitimar relações de dominação e atinge diversas sociedades em varias partes do mundo.

A questão das alteridades proposta por ambos os autores se faz pensar o quanto o
Ocidente- Europa, EUA- procura elementos seja traços fenótipos, culturais, religiosos. Na
busca de legitimação para a conquista, invasão, subjugação de povos e culturas "diferentes".

Com críticas a essa relação de poder se coloca em pauta discursões importantes para a
desnaturalização de aspectos sociais e para a construção de novos saberes, ideias e novas
interpretações sobre o mundo.

Referências

SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia
das Letras, 2007.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER,


Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais – perspectivas
latino-americanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina: Clacso, 2005a. p. 117-142.

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