Você está na página 1de 2

Anotações sobre

Colonialidade e Modernidade/Racionalidade - Aníbal Quijano

Com todo o processo de conquista da América Latina ao longo do tempo, instaurou-se um poder
global que articula todo o planeta, resultado de um longo período de exploração e controle por
parte da minoria europeia elitizada, por meio de uma elevada concentração dos recursos do
mundo.

Dominação política, social e cultural – colonialismo e imperialismo

No colonialismo, a sociedade se tornou estamental, sua estrutura foi dividida em classes


discriminadas por sua questão social e econômica, facilitando, assim, a dominação por parte dos
europeus.

O termo colonialismo político foi eliminado, porém a cultura ocidental e as outras ainda seguem
essa relação colonial, é uma colonização das outras culturas e dos imaginários em diferentes
intensidades.

Repressão de ideias, crenças, símbolos ou conhecimentos, seguida de uma imposição de


padrões de expressão e pensamentos ditados pelos dominantes europeus, por meio da sedução,
que se tornaram desejáveis pelos dominados, uma aspiração de chegar, também, ao poder, e
assim a cultura europeia passou a ser um modelo cultural para todo o mundo.

Na América Latina, repressão e imposição cultural acompanhados de um extermínio dos


indígenas, o que contribuiu para a banalização da valorização das culturas indígenas. Colocadas
como subculturas, até mesmo na Ásia e Oriente Médio, relação de subalternidade diante da
cultura europeia imposta pelo mundo.

A Europa impôs como uma norma orientadora para alcançar o desenvolvimento cultural,
artístico e intelectual

Racionalidade/modernidade europeia estabelecido como um modelo de conhecimento e de


relações no período da dominação cultural europeia, sua constituição estava associada à
colonialidade

Relação sujeito-objeto, o objeto é externo ao indivíduo. Caráter individual e individualista do


sujeito, é um indivíduo isolado, está propenso a ser aprisionado em um papel social para toda a
vida, mas que necessita da libertação.

Associação entre individualismo e conflitos sociais europeus

O paradigma tem o poder de tornar invisível os “sujeitos” que estão fora do contexto europeu,
e a ordem colonial, no momento que a ideia de Europa está se constituindo ao longo do mundo.

A percepção “europa” e “ocidente” baseia-se também em diferenças culturais admitidas como


desigualdade no sentido hierárquico. “Só a cultura europeia é racional, as demais não”. Relação
entre sujeito e objeto quando se refere às relações da Europa com as outras culturas,
bloqueando a interação e trocas de conhecimentos entre as culturas.

A necessidade da ideia de totalidade esteve presente no debate europeu


Totalidade como busca de uma investigação científica sobre a sociedade e sua realidade social.

A racionalidade/modernidade europeia-ocidental se constitui no processo de reestruturação do


poder

Perspectiva de totalidade social contribuiu para as ideias de sociedade como estrutura de


relações entre todas as partes, vinculadas a uma única logica, o que faz ser uma totalidade
fechada, e também a uma estrutura onde todos se relacionam sob a mesmas regras de
hierarquia

A ideia organicista de totalidade social contribuiu para pensamentos de crítica social e propostas
de mudanças sociais, pois evidencia a existência do poder como articulador da sociedade.

Europa pensada desde sempre como o espelho do futuro de todas as dmais sociedades e
culturas, mesmo depois de impor e reprimir indiretamente várias culturas externas a ela.

A ideia de totalidade é produto da Europa e da Modernidade e contribuiu para uma ideia de


“macro-sujeito” histórico

Deve-se libertar a produção do conhecimento

“é necessário desprender-se das vinculações da racionalidade/modernidade com a


colonialidade, inicialmente e, definitivamente, com todo poder não constituído na decisão livre
das pessoas livres”

“a descolonização epistemológica para dar espaço a uma nova comunicação intelectual, a uma
troca de experiências e de significações, como a base de outra racionalidade que possa
pretender, com legitimidade, alguma universalidade”

Você também pode gostar