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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


ALBERTO CHIPANDE

CURSO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS PUBLICAS

JOAQUIM TOMÁS JOAQUIM ZINGUE

IDEIAS POLITICAS DO XINOFONTE E CICERO

Caia

2024
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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

ALBERTO CHIPANDE

CURSO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS PUBLICAS

JOAQUIM TOMÁS JOAQUIM ZINGUE

IDEIAS POLITICAS DO XINOFONTE E CICERO

O trabalho a ser entregue no departamento para


ser avaliado na cadeira de Histórias das ideias
politicas e sociais.

Docente: Dr. Eusebio Lambo

Caia

2024
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Sumário
1.Introdução ................................................................................................................................4

1.1.Objectivos......................................................................................................................... 5

1.1.1.Objectivo Geral.......................................................................................................... 5

1.1.2.Objectivos específicos ............................................................................................... 5

1.2.Metodologia da Pesquisa .................................................................................................. 5

2.Fundamentação teórica ............................................................................................................6

2.1. Ideias Politicas do Xinofonte ...................................................................................... 6

2.1.1.Elogio de Esparta .......................................................................................................... 6

2.1.2. As qualidades do chefe:................................................................................................ 7

2.2. Ideias Politicas do Cicero.....................................................................................................7

3. Conclusão ......................................................................................................................... 11

4.Referências bibliográficas ......................................................................................................12


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1.Introdução

O presente trabalho de pesquisa cujo tema intitulado: Ideias Politicas do Xinofonte e


Cicero .

A política se relaciona, então, ao estabelecimento de princípios que organizam a vida


coletiva, à fundação de uma sociedade, à escolha das regras que permitirão que os homens
vivam juntos. A política seria, portanto, o fundamento da vida comum; sem ela, não seria
possível viver em comunidade.

Você deve estar se perguntando se antes da experiência grega não existiam comunidades
ou agrupamentos humanos
O historiador americano Moses Finley, importante pesquisador da política e economia no
mundo antigo, argumenta que a “invenção da política” se relaciona à centralidade da
participação popular na Grécia e Roma antigas, especificamente nos períodos democrático e
republicano. Com relação aos gregos, no período democrático, a fonte da autoridade emanava
da colectividade, ou seja, só deveriam ser consideradas as decisões resultantes da discussão
aberta, seguida de votação.
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1.1.Objectivos
1.1.1.Objectivo Geral
 Compreender no que concerne as ideias Politicas do Xinofonte e Cicero.

1.1.2.Objectivos específicos
 Conhecer as ideias Politicas do Xinofonte e Cicero;
 Descrever as ideias Politicas do Xinofonte e Cicero;
 Identificar os aspectos relevantes nas ideias Politicas do Xinofonte e Cicero;

1.2.Metodologia da Pesquisa
Segundo Barreto e Honorato (1998, p.45) “metodologia deve ser entendida como o
conjunto detalhado e sequencial de métodos e técnicas a serem executadas ao longo da
pesquisa de tal modo que se consiga atingir os objectivos inicialmente propostos e ao mesmo
tempo atender aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais
confiabilidade de informações”.

O procedimento usado na realização do presente trabalho, foi de pesquisa


bibliográfica e a internet.

Segundo Lakatos & Marconi, (2006). a pesquisa bibliográfica é ´´ desenvolvida a


partir do material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos´´.
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2.Fundamentação teórica

2.1. Ideias Politicas do Xinofonte


Xenofonte escreveu um grande conjunto de obras, este preferia a ditadura, desejava a
aventura e a guerra, defendia uma concepção autoritária e aristocrática do poder.

Xenofonte, nascido em 431 a.C. e falecido em 354 a.C. Historiador, militar e filósofo
grego, conhecido pelos seus escritos sobre a cultura e his-tória da Grécia.
Nasce em Atenas no domínio de Erquia, na segunda metade do século -V, no seio de
uma família acomodada. A sua infância e mocidade transcorreram durante a Guerra do Pelo-
poneso (431-404) na que participou fazendo parte das forças equestres. Foi discípulo de Só-
crates.

2.1.1.Elogio de Esparta

Xenofonte apresenta-nos com igual entusiasmo o elogio de Esparta como sociedade


fechada e como regime ditatorial. Apesar de ser um dos Estados menos populosos, foi
inegavelmente “ o mais poderoso e o mais ilustre da Grécia. As características seriam:

a) O Estado intervir nos casamentos e no normal desenvolvimento da vida conjugal;


b) Os jovens são educados por funcionários do Estado e de harmonia com uma disciplina
estrita e austera;
c) O silêncio é de ouro ( os adolescentes que andam nas ruas não podem falar);
d) O treino militar enquadra por completo este regime de educação espartana;
e) Esparta vive como sociedade fechada, em Esparta não só os estrangeiros são banidos
como os cidadãos são impedidos de viajar fora do seu país.

A defesa do modelo espartano, que corresponderia no regime que hoje chamamos


totalitário, Xenofonte diria que Esparta é o lugar onde se obedece melhor aos magistrados e
às leis, a obediência é um bem inestimável no Estado.(Xenofonte Citado por Boissier 1946).

O Estado tem de ser muito forte quanto mais as magistraturas forem poderosas, mas se
imporão aos cidadãos e os resolveram obedecer.
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2.1.2. As qualidades do chefe:

Para Xenofonte a política é o conhecimento do que é preciso saber, o domínio da arte


política será pois o grau mais elevado. O poder é o comando exercido pelo mais capazes, para
Xenofonte não é chefe quem quer, é chefe portanto:

a) Aquele que sabe mandar e por isso faz obedecer;


b) O poder pertence aos que possuem em si uma autoridade natural;
c) É preciso ter também o dom da palavra, persuadir, apelar à razão e aos sentimentos
dos governados;

O poder é a faculdade de mandar e a capacidade de se fazer obedecer, o poder não é pois


um fenômeno jurídico, mas psicológico. O poder merece-se e conquista-se, o que importa aos
governantes é a eficácia demonstrada no exercício do poder. è pelo exercício do poder que
este se torna bom e útil.

O melhor Governo seria para Xenofonte o que titulamos hoje de ditadura, sendo que o
mesmo não deve exercer o poder para interesse pessoal.

2.2. Ideias Politicas do Cicero

Cícero nasceu em 106 a . C. na cidade de Arpino. Como sua família pertencia à ordem
equestre, para ascender à ordem senatorial, além de conquistar o censo necessário, ele e seu
irmão, Quinto, tiveram acesso a uma cuidadosa educação, da qual fazia parte o estudo das leis
e da jurisprudência.

Para Cícero, era a natureza que proporcionava aos homens a faculdade de distinguir o
bem do mal, o honesto do desonesto. Agir bem, honestamente e com justiça era agir de
acordo com a natureza, de acordo com a vontade das divindades.

Segundo Brito (1967:20-21), o homem, pelo conhecimento de si mesmo, alcançaria a


visão das divindades, dos legisladores máximos, e essa identificação transformaria o mundo
numa grande comunidade onde deveria reinar a fraternidade. Tratava-se de uma concepção
interessante a ser defendida para uma população não apenas romana, pois justificava a
conquista pelo facto de poder, por intermédio dela, levar a lei e a civilização aos povos
conquistados.
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Na óptica de Cícero, os homens poderiam pertencer ao mesmo tempo à pátria onde


nasceram e a que os adoptou. Todos os habitantes dos municípios teriam duas pátrias e
deveriam morrer por Roma, dedicando-se inteiramente a ela, pondo-se a seu serviço e
consagrando-lhe todos os seus bens.

Esta concepção estava plenamente de acordo com o pensamento aristocrático à


respeito da relação que deveria se desenvolver entre os cidadãos romanos, os aliados e os
provinciais.

Seguindo esta linha de pensamento que vincula a Natureza, a razão e a lei, Cícero
concluiu que o estabelecimento da lei gerava um progresso moral que resultaria na ciência do
bem-viver. Por isso, a lei se constituía num elemento fundamental para se consolidar os
Estados, estabilizar as cidades, sanar os problemas dos povos.

De acordo com o pensamento de Cícero, o homem era justo e bom por natureza, por
isso, não conseguia ignorar a lei da Natureza. Quem a ignorava era injusto, estivesse a lei
escrita ou não em alguma parte, era natural ao homem desejar a equidade e amar o Direito,
pois só se conseguiria amar algo digno de amor, algo natural. Por isso, a justiça não andaria
em busca de recompensa ou de remuneração, mas bastaria a si própria.

Quando os homens evitavam os excessos, tal facto não se deveria ao temor à infâmia
ou às leis e aos tribunais, mas por medo da Natureza, de uma punição e de um castigo maior e
mais profundo, ligado às próprias divindades, que governavam a consciência humana.

Os homens tenderiam ao Bem Supremo e não à busca do dinheiro, das honras, da


beleza e da saúde, pois não se saberia quanto tempo estes bens iriam durar. Porém, o Bem era
para sempre, depois de ser alcançado. E o Bem era tudo o que estava em conformidade com a
Natureza e era favorável à manutenção da vida.

De acordo com este pensamento, a Natureza levaria o homem a formular leis em


conformidade com ela, e estas leis estimulariam os homens a gozarem de uma vida moderada
e própria da virtude. Os homens seriam disciplinados e viveriam sob uma ordem comum à
Natureza.
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As leis poderiam, desta maneira, rectificar os vícios e fomentar as qualidades


humanas. As leis deveriam agir de modo persuasivo mais do que coercitivo, pois seria, para
Cícero, a eloquência quem governaria os povos, daria força a estas leis, castigaria os maus
por seu intermédio, ampararia os bons, exaltaria os grandes homens, consolaria os aflitos e
imortalizaria os feitos e os ditos dos sábios e dos heróis.

Portanto, no pensamento ciceroniano, a formulação e o respeito às leis trazia consigo


a ordem para a comunidade dos homens. E só quando houvesse ordem e disciplina, o homem
poderia ser realmente feliz.

No segundo livro da obra De Legibus, Cícero afirma que os homens ao formularem as


leis deveriam ter em vista a segurança, a tranquilidade e a felicidade dos próprios homens:

“Assim, é fácil entender que ao fazer aprovar pelo povo decisões prejudiciais e injustas, os
responsáveis quebram suas promessas, negam suas declarações e fazem qualquer outra coisa,
menos leis. (...) Do mesmo modo, não se chamará lei a qualquer decisão do povo, quando
este o houver aprovado, apesar de ser perigoso” ( De Legibus, II, 3-4).

Cícero atentou para os poderes dos deuses, afirmando que eles eram os senhores e
governadores do universo, que nada se fazia sem a ajuda de seu julgamento e de sua virtude
divina e que observavam o carácter, as acções e a responsabilidade de cada um, levando em
conta os piedosos e os hereges.

Por causa disso, os homens deveriam ter grande preocupação com os ritos, espeitando
as leis sacrais. Entre elas, destaca-se as que dizem respeito:

a) A proibição de culto a deuses novos, não reconhecidos pelo Estado;


b) A preocupação em manter os deuses tradicionais e os ritos familiares;
c) A importância dada ao culto dos heróis, das virtudes e da realização das cerimónias
públicas;
d) Que se fizesse um calendário de dias fastos e de festas; que se respeitassem os
sacerdotes e os áugures;
e) Que os prodígios fossem interpretados segundo o Senado; que se castigasse o incesto;
f) Que se reduzissem os gastos funerários; e que não se consagrassem campos às
divindades.
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Cícero buscou por intermédio destas leis ressaltar a tradição e a importância da


manutenção dos costumes ancestrais, do status quo, para garantir a manutenção da própria
República, como forma de governo aristocrático.

Era importante controlar a mudança dos costumes, proibindo incestos e o luxo


excessivo, demonstrado pelos aristocratas enriquecidos pelo uso ostentatório de peças
advindas dos botins, saques e tributos chegados a Roma, a partir das conquistas territoriais.
Os funerais tinham perdido seu carácter religioso em detrimento de uma demonstração de
riqueza e de poder.

Para Cícero a coesão só poderia ser mantida se a plebe fosse conduzida pelos
aristocratas. Devido a isso, o estabelecimento dos poderes dos magistrados romanos, que ele
definiu no terceiro livro do De Legibus, seria fundamental para a manutenção desta
ordenação social, e importante para a sobrevivência da própria República.

A conservação do Estado dependia inicialmente da manutenção das tradições


religiosas e das funções dos magistrados.
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3. Conclusão
Podemos concluir que Cícero testemunhou em sua obra o aparecimento de um direito
mais laico, racional e formal, mais técnico e bastante útil para os aristocratas manterem a
ordem e os seus privilégios.

A lei romana era uma lex iusta em sua essência, por seguir a Natureza e a Razão.
Deste modo, pode-se inferir que De Legibus fazia o elogio da legislação romana existente,
pois nela via-se a aplicação ideal dos princípios e das normas legais (Brito, 1967:21).

A obra pode ser vista como a defesa das leis perfeitas para a constituição aristocrática
republicana ideal do Estado romano, defendida por Cícero na obra anterior e que
complementa esta, intitulada Da Republica.

Portanto, a análise da obra De Legibus de Cícero nos auxiliou a compreender as


ambições e necessidades dos aristocratas romanos no final da República, em meio a guerras
civis e convulsões sociais. Para Cícero, membro da ordem senatorial, a solução deveria ser
encontrada na tradição, pois só ela podia garantir a permanência do poder e da ordem nas
mãos dos senadores.
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4.Referências bibliográficas

BARRETO, A.V.; HONORATO, C. de F, (2008). Manual de sobrevivência na selva


académica. Rio de Janeiro: Objecto Direito.
BOISSIER, Gaston. Cícero e seus Amigos. São Paulo: Renascença, 1946.

BRITO, Octávio T. de. Introdução. In: CÍCERO. Das Leis. São Paulo: Cultrix, 1967.

LAKATOS, Eva M. & MARCONI, (2006). Metodologia de trabalho científico. 7ª ed.


São Paulo: Editora Atlas.

J.K. Anderson, Xenophon (Londres, 1972), pp. 17-19.

Infopédia. «Xenofonte - Infopédia». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado


em 25 de março de 2024.

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