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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ

Faculdade da Educação

"O Nacionalismo"

(Licenciatura em Ciências de Educação)

Trabalho Cientifico

VoGrupo
Álvaro António Tembe
Félix Fernando António Ginama
Lina Elias Bernardo Mirione
Priscila Tomas Рita Macoрa
Saimone Vasco Sequeira

Chimoio

Abril,2023
VoGrupo
Álvaro António Tembe
Félix Fernando António Ginama
Lina Elias Bernardo Mirione
Priscila Tomas Рita Macoрa
Saimone Vasco Sequeira

"O Nacionalismo"

Trabalho de pesquisa a ser apresentado ao


curso de Licenciatura em Ciências de
Educação, de carácter avaliativo na cadeira
de História de Ideas Políticas, Sob orientação
do MSc: Cassene Fombe

Chimoio

Abril,2023
Índic

e
1.1.Introdução.............................................................................................................................4
1.2. Objetivos:.............................................................................................................................5
1.2.1. Objectivo geral:.................................................................................................................5
1.2.2. Objectivos Específicos:.....................................................................................................5
1.3. Metodologia:........................................................................................................................5
CAPÍTULO II: Referencial Teórico...........................................................................................6
2.0.Definição de nacionalismo....................................................................................................6
2.1.Formação dos Estados-nações..............................................................................................6
2.2.Consequências.......................................................................................................................7
2.3.Desenvolvimento do nacionalismo.......................................................................................7
3.0.O Nacionalismo personalizado:............................................................................................8
3.1.Nacionalismo combatidos.....................................................................................................8
3.3.O poder personalizado..........................................................................................................9
3.4.O Parlamento limitado e eliminado....................................................................................10
4.0.Charles Maurras e a conversão da l’Action Française à Monarquia..................................11
4.1.O Nacionalismo Totalitário: Hitler.....................................................................................12
4.2.Estado totalitário.................................................................................................................13
4.3.A subida ao poder de Benito Mussolini..............................................................................13
4.4.A subida ao poder de Adolf Hitler......................................................................................14
5.0.As especificidades do Nazismo..........................................................................................14
5.1.Totalitarismo.......................................................................................................................15
5.2.Origem do totalitarismo......................................................................................................16
5.3.Exemplos de totalitarismo...................................................................................................16
5.4.Características do totalitarismo...........................................................................................16
CAPÍTULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................19
6.0.Conclusão............................................................................................................................19
7.0.Referências bibliográficas...................................................................................................20
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1.1.Introdução

Neste presente trabalho referente à cadeira de História de Ideas Políticas, falar-se-á do


Nacionalismo ondee veremos que o nacionalismo é um movimento natural e espontâneo,
comprova-o a sua expansão por todo o mundo, sobretudo a partir deste século. Ele já havia
deixado marcas de sua presença na formação de diversas e numerosas nações do continente
americano, mas foi no século XX que afirmou sua força. Não obstante, era considerado
“irracional” pelo presidente Humberto Castelo Branco, o que seria atribuir um atestado de
irracionalidade a quase todo o mundo habitado.
5

lina
1.2. Objetivos:

1.2.1. Objectivo geral:

 Compreender o nacionalismo

1.2.2. Objectivos Específicos:

 Descrever desenvolvimento do nacionalismo;


 Identificar o nacionalismo Totalitário: Hitler;
 Caracterizar o nacionalismo personalizado Charles de Gaule

1.3. Metodologia:

Para a materialização do trabalho, apropriou-se da pesquisa bibliográfica, que na expectativa


de GIL (2008:34), este tipo de pesquisa é desenvolvido a partir de material já elaborado por
outros pesquisadores, tais como:
 Livros – obras literárias ou obras de divulgação, dicionários, enciclopédias, anuários e
almanaques;
 Publicações periódicas – artigos científicos de revistas ou jornais científicos, disponíveis
em bibliotecas ou internet.

O trabalho apresenta (3) capítulos, onde no primeiro capítulo (CAPÍTULO I: Introdução)


introduz-se o trabalho, assim como os objetivos traçados e metodologias. O segundo capítulo
(CAPÍTULO II: Referencial Teórico) busca compreender os temas em destaque. No último
capítulo (CAPÍTULO III: Considerações finais) apresenta-se as conclusões obtidas no
desenvolvimento do trabalho, e por fim, a referência bibliográfica.
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CAPÍTULO II: Referencial Teórico

2.0.Definição de nacionalismo

Nacionalismo é um conceito desenvolvido para a compreensão de um fenômeno típico do


século XIX: a ascensão de um certo sentimento de pertencimento a uma cultura, a uma região,
a uma língua e a um povo (ou, em alguns dos argumentos nacionalistas, a uma raça)
específicos, tendo aparecido pela primeira vez na França comandada por Napoleão
Bonaparte e nos Estados Unidos da América (AMARAL, 2001).

Nesse sentido, o sentimento nacional do século XIX alcançou a condição de ideologia


política. Diferentemente dos Estados nacionais europeus que se formaram nos séculos XVI e
XVII, os Estados Nacionais do século XIX identificavam sua soberania no contingente de
cidadãos que compunham a nação, e não na figura do monarca. Por esse motivo, a tendência
ao regime político republicano tornou-se comum nesse período (BARTOLINI, 1998).

Além dessas características, há também um elemento indispensável para o entendimento do


nacionalismo: a formação do exército nacional por cidadãos comuns, e não por aristocratas e
mercenários, como ocorria nos Estados absolutistas. O exército napoleônico foi o primeiro
grande exército nacional composto por pessoas que lutavam pela “nação francesa” e
identificavam-se como membros de um só “corpo nacional”, de uma só pátria.

Sendo assim, o nacionalismo, desenvolvido no século XIX, compreendeu um conjunto de


sentimentos, ideias e atitudes políticas que resultaram na formação dos Estados-nações
contemporâneos.
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2.1.Formação dos Estados-nações

Acompanham a formação desses Estados-nações as noções de soberania e de cidadania,


garantidas por uma Constituição democrática. Além disso, noções como povo, fronteiras
nacionais e herança cultural (incluindo a língua) dão suporte para a ideologia nacionalista.
Processos históricos como a Unificação Italiana e a Unificação Alemã derivaram dessa
ideologia. Caso queira saber mais sobre o tema deste tópico, leia: Conceito de Estado-nação.

2.2.Consequências

Entretanto, o desenvolvimento dessa forma de organização política combinado com o advento


das massas (grande aglomerado de pessoas em centros urbanos), que foi provocado
pela Revolução Industrial, culminou, nas primeiras décadas do século XX, na Primeira Guerra
Mundial e, posteriormente, na ascensão de regimes totalitários de viés nacionalista
extremista, como o nazismo e o fascismo.

2.3.Desenvolvimento do nacionalismo

Tal fenômeno passou a ser assimilado pelas forças políticas que haviam absorvido
os ideais iluministas de rejeição do Antigo Regime absolutista e que procuravam a construção
de um Estado nacional de viés democrático e constitucional, no qual seus membros fossem
cidadãos, e não súditos do rei.

Que o nacionalismo é um movimento natural e espontâneo, comprova-o a sua expansão por


todo o mundo, sobretudo a partir deste século. Ele já havia deixado marcas de sua presença na
formação de diversas e numerosas nações do continente americano, mas foi no século XX que
afirmou sua força. Não obstante, era considerado “irracional” pelo presidente Humberto
Castelo Branco, o que seria atribuir um atestado de irracionalidade a quase todo o mundo
habitado(THIBAULT, 1981).
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Marcel Prélot dividia o nacionalismo em vários grupos, o emotivo, com Barrès e Péguy, o
integral, com Charles Maurras, o totalitário, com Mussolini e Hitler, e o personalista, com
Charles de Gaulle. Pode haver utilidade, para a França, nessa classificação, mas não me
parece que venha a interessar os outros povos da terra. O totalitarismo, por exemplo, é
excepcional, nas manifestações nacionalistas.

Segundo Horace B. Davis, para Rosa Luxemburgo, as expressões “Estado nacional” e


“nacionalismo” eram em si “receptáculos vazios, nos quais todas as épocas históricas e
relações de classe lançam seu conteúdo material especial”. Ao que se pode acrescentar que,
“se incluirmos como nacionalismo todos os exemplos de resistência ao domínio estrangeiro,
teremos de admitir que ele existiu sempre, já que tal resistência remonta ao alvorecer da
história registrada”. E junta Davis a essa opinião, a manifestação dos estudiosos poloneses
Walecki e Markiewicz. Lekowski, outro estudioso polonês, criticou seu concidadão J. J.
Wiatr, dizendo que lhe foram necessárias duzentas páginas para definir a nação e que, em
seguida, nem mesmo usou sua própria definição.

Davis cita o exemplo de dois Estados que se criaram como oposição bem-sucedida ao
domínio estrangeiro, o holandês e o inglês. Mas pergunta se eram realmente nações, e
responde: “Não, se considerarmos as nações como compostas antes de pessoas do que de
governantes, e impregnadas de um sentimento de unidade nacional e de missão nacional.
Nesse sentido, o nacionalismo não terá surgido antes do século XVIII.”

A idéia do receptáculo é realmente feliz. Imaginem uma enorme quantidade de formas, em


que cada nação vai constituindo o seu tipo de nacionalismo, que vai tomando as cores dos
sentimentos que o vão criando. Não há um só nacionalismo, e sim tantos quantas forem as
nações que o adotarem, dentro de condições históricas que se alteram de um momento para o
outro.
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felix
3.0.O Nacionalismo personalizado:

Charles de Gaule

Charles Gaule projecta um nacionalismo personalizado, onde procurou consolidar o


nacionalismo francês, uma vez sido do poder o seu nacionalismo continuou a ser seguido na
França, após a sua morte. Estabeleceu que o parlamento devia ser limitado e eliminado.

3.1.Nacionalismo combatidos

Ao nacionalismo totalitário de Hitler e de Mussolini, ao nacionalismo contra-


revolucionário de Charles Gaulle opõe uma recusa directa que se traduz, de facto, por uma
luta armada contra os primeiros e por uma repressão penal que atingi as realizações do
segundo. Eleito novamente presidente, em 1959, de Gaulle iniciou um governo forte,
nacionalista e conservador, promulgou uma Constituição que reforçava os poderes
presidenciais.

Ele sabia da importância de um governo forte, nacionalista e conservador para


reconquistar o prestígio e o poder da França no exterior. Em 1966, Gaulle anunciou sua
decisão de retirar as forças francesas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)
e de remover do país os quartéis-generais da OTAN. Da mesma forma De Gaulle recusara a
integração política da França numa Europa construída sob um modelo supranacional. Para ele
esse modelo significaria o desaparecimento do nacionalismo de cada Estado e,
consequentemente, o da França. Isso beneficiário a hegemonia americana, a qual De Gaulle
combatia, por querer levar a França a um nível de potência mundial.

3.2.Nacionalismos continuados

Charles De Gaulle tornou-se um símbolo da França para os franceses e para os povos de


outras partes do mundo. Charles de Gaulle continua a ser o herói preferido dos franceses,
cerca de 30 anos depois do seu desaparecimento. Há, efectivamente, um consenso muito
favorável em relação ao militar que se revoltou porque não quis ser vencido em 1940.
Também se lhe gabam os méritos de ter fundado a V República em 1958 e que ainda vigora.
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Foi um homem muito lúcido e algo contraditório que conseguiu imprimir uma política
bastante hábil, contra ventos e marés (REZENDE, 2001).

Mas, como é evidente, não morreram as ideias gaullistas que continuam a inspirar os políticos
mais à direita e até mesmo certos sectores da esquerda. O ministro do Interior, Jean Pierre
Chevnement, não esconde uma certa veneração pelo general, em termos de independência
nacional e de "sentido do estado". Também o antigo esquerdista Régis Debray, filósofo, se
tem fartado de louvar De Gaulle. Diziam que este era um monarca, mas o certo é que mandou
instalar.

3.3.O poder personalizado

Cabe esta direcção a um chefe de estado que não é a emanação de forças localizadas
ideologicamente. O povo reunido necessariamente ao poder personalizado, o exercício da
autoridade implica uma presença e uma vontade. Estas devem ser, em primeiro lugar, uma
evidência física. Chefe do governo, chefe do estado.

A aclamação popular corresponde, juridicamente a designação popular. Depois de ter aceitado


que esta se exerce-se indirectamente, de Gaulle na sequência de atentado do Petite- Clamart,
pensa que ela devia tomar a forma de eleição por sufrágio universal.

No que toca a este assunto, a concepção gaullista esta mais próxima da doutrina socialista do
que da concepção revolucionaria. A designação pelo conjunto do corpo eleitoral tem carácter
instrumental. Para ser valida deve corresponder ao bem comum do povo. Há portanto uma
legitimidade anterior à eleição e superior a esta, porque legalidade e legitimidade podem estar
sociologicamente dissociada.

Charles de Gaulle assumi a legitimidade a falta de sucessores, até que o povo se possa
exprimir e rectificar ou não auto-entronização.

Reunidas nem por isso legitimidade e legalidade se confundem. Sem a legitimidade a


legalidade prevalece, mas não é valida. Sem a legalidade a legitimidade será inútil. Mas aqui
tudo se torna mais subtil, incluindo o mal entendido entre os Charles Gaulle e eleitores. Ao
ser considerado inútil, a legitimidade não deixa por isso de continuar a ser o valor supremo.
Legalidade deixa-lhe o caminho livre, mas não a institui, porque a legitimidade, donde
provém, precede na ordem ritual do estado (TOUCHARD, 2003).
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Depois de 1962, tendo sido introduzida a eleição por sufrágio universal, o general de Gaulle
declara que o espírito das novas constituições consiste, mantendo-se um parlamento
legislativo, em fazer com que o poder deixe de ser uma questão partidária e provenha
directamente do povo. O parlamento é assim designado como um lugar de expressão dos
partidos: a sua intervenção é legítima, mas partidária, e também parcial, uma vez que o
presidente eleito directamente pelo conjunto do povo é detentor global e a fonte do poder.

Princípio e fonte podem agir discricionariamente. Não há nenhuma autoridade, nem


ministerial, nem civil, nem militar, nem judicial que não sejam conferidas e mantidas por ele.

alvaro
3.4.O Parlamento limitado e eliminado

Não há pois, comparação possível entre o poder nacional do presidente e autoridade


localizada dos eleitos. As eleições são simples competições locais. Também não há medidas
comum entre o domínio supremo que lhe é próprio, e o domínio secundário cuja gestão delega
noutro. No entanto, Charles de Gaulle parecia encarar só uma limitação e ao uma eliminação
do parlamento. Em 1946 invoca a separação dos poderes e o bicameralismo.

No discurso de Bayeu, expôs perfeitamente o seu pensamento de então: todos os princípios e


todas as experiências exigem que os poderes públicos – legislativo, executivo e judiciários
sejam claramente separados e fortemente equilibrados. A sua separação implica que o poder
executivo não possa provir do parlamento, sob pena de se chegar a uma confusão de poderes
em que, em pouco tempo o governo acabaria por não ser mais do que um conjunto de
delegações. (TOUCHARD, 2003).

As decisões de De Gaulle referentes à política internacional, à OTAN e à sua oposição à


Inglaterra, tinham como principal objectivo o restabelecimento da França a uma situação
preponderante na Europa, defendendo ao mesmo tempo sua independência nacional,
exageradamente subordinada, em sua maneira de pensar, à hegemonia americana.
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4.0.Charles Maurras e a conversão da l’Action Française à Monarquia

Orgânica

Para Ales Tenorio Vrbata a “Action Française peut être considerée comme l’organization
royaliste et contre-revolutionnaire la plus importante dans le contexte européene.”24.
Surgido em 1899, o movimento assiste ao seu enriquecimento teórico com a inserção de
Charles Maurras, trazendo consigo o incremento do monarquismo tradicionalista ao
movimento.

Desde sua formação a AF possuía tonalidades antiliberais, militaristas, avessas à


urbanização. Seus integrantes concebiam como essência da nacionalidade francesa o cidadão
(e por cidadão entende-se, a partir do vocabulário corporativista, a Família ou grupo de ofício)
residente no campo. Portanto, seu nacionalismo era derivado das raízes da população fincadas
no solo francês. Assim eram valorizadas as características tradicionais como o catolicismo e o
campesinato nacionais.

Por outro lado, revela-se a xenofobia e, consequentemente, o antissemitismo existente no


grupo. Surgida em momento político ambíguo – onde as democracias expandiam-se pela
Europa e, da mesma forma, o liberalismo (político e econômico) demonstrava seu
esgotamento – a AF é fruto destas contradições. Consequência do momento político vivido
nos finais do século XIX, mas não menos reacionário a ele, o movimento francês irá tratar
seus alvos de ataque de forma unificada, interpretando os problemas nacionais como
originários de uma mesma causa.( PRELOT, 2001)

Após a entrada de Maurras no movimento, alguns pontos evidenciados tomam maior


destaque, outros são abandonados. Conforme visto, o movimento apresentava os seguintes
aspectos: a oposição à democracia; a preponderância do catolicismo em detrimento da
maçonaria, do protestantismo e do judaísmo; a crença em que a propriedade rural forneceria
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proteção contra a contaminação moral da sociedade burguesa e, por último; o armamentismo.

Estes pontos foram mantidos por Maurras, entretanto , o republicanismo - tal como o
liberalismo e a monarquia constitucional – foi uma das causas que passaram a ser combatidas
após a inserção do autor de Enquête sur la Monarchie na AF.

Maurras organizava sua teoria, ou a reformulação da AF, sob afirmação do tradicionalismo,


do nacionalismo monárquico e da religiosidade. Como reflexo do pessimismo em relação às
concepções liberais, o autor compreende os finais do século XIX e primeiros anos do XX
como período de depressão moral e corrupção do nacionalismo francês.

Maurras declara ser a França o produto acabado da religião católica. Ambas seriam as
responsáveis por salvaguardar a integridade da sociedade Ocidental, firmada sob a égide cristã
e greco-romana. Todavia, para que se retomasse esta aliança, haveria a necessidade da França
retomar suas características anteriores à corrupção protestante - onde o sintoma maio se
corporificou na Revolução Francesa.

Deste modo, o autor entende estarem interligados os destinos da França e da Igreja católica,
diante da necessidade de resistirem às “invasões bárbaras”, promovidas pelos judeus,
protestantes e maçons. A barbárie, na compreensão de Maurras, recai sobre estes personagens,
entre outros aspectos, pela corrupção promovida por estes elementos à aristocracia no poder, a
partir de uma seleção às avessas, conforme o autor entendia ser a votação democrática.
Portanto, através da concepção maurrasiana, liberalismo e democracia seriam exógenos à
França, e a fixação destes resultou na debilidade interna do país.

4.1.O Nacionalismo Totalitário: Hitler

Foi no contexto das crises económica, tratado de Versalhes, medo ao comunismo que o
nazismo teve campo na Alemanha, na direcção de Adolfo Hitler. Este chegado ao poder
introduziu o partido único, a política totalitária, racista e expansionista. Na direcção dos nazis
os problemas económico foram remediados, permitindo a afirmação da Alemanha como uma
potência económica e militar no século XX.

Em 1922 Benito Mussolini chegou ao poder em Itália. Na Alemanha, em 1933, foi a vez de
Adolf Hitler se tornar chanceler. Apesar de características comuns entre o regime fascista e o
nacional-socialista, o nazismo destacou-se por ser mais radical e violento. O desejo de
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conquista do “espaço vital” levou a Alemanha a desencadear uma nova guerra mundial,
durante a qual ocorreu o genocídio de 6 milhões de judeus europeus.

Saimo
4.2.Estado totalitário

O estado totalitário organizar-se da seguinte maneira:

 A filiação no partido único (na Alemanha, respectivamente). Cargos de


responsabilidade foram confiados aos membros do Partido, cujos efectivos passam de
3 milhões, em 1934, para 9 milhões em 1939.
 O culto do chefe: Hitler era venerado como um Deus, para isso concentrou todo o
poder (executivo, legislativo e judicial) tornandose o chefe absoluto da Alemanha, era
chefe do exército.
 Expansionismo e militarismo: Consagrando todos os seus esforços à conservação dos
seus melhores elementos, o nacional-socialismo teria forçosamente que proceder à
incorporação de todos os alemães numa só Pátria, numa só Nação, num só Povo.

4.3.A subida ao poder de Benito Mussolini.

O pós-guerra em Itália ficou marcado pela crise económica e pela instabilidade social.
Verificou-se uma onda de greves nas cidades e a ocupação de terras nas áreas rurais. Perante a
incapacidade de o governo repor a ordem, as classes médias e os proprietários começaram a
temer a revolução.

Em toda a Itália, surgiram movimentos paramilitares, os fasci, que os industriais e


latifundiários financiavam para colocarem fim às greves. O fasci criado por Benito Mussolini,
em 1919, acabou por se destacar e, em 1921, transformou-se no Partido Nacional Fascista.

Em 1922, depois da demissão do governo e de Mussolini marchar sobre a cidade de Roma


com os seus camisas castanhas, o rei Vítor Emanuel III convidou-o a ocupar o cargo de
primeiro-ministro.
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4.4.A subida ao poder de Adolf Hitler

O Partido dos Trabalhadores Alemães foi fundado em 1919. Em fevereiro de 1920 mudou o
seu nome para Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) e, pouco
depois, Adolf Hitler tornou-se o seu líder.

A linguagem simples e direta de Hitler, os gestos dramáticos e emotivos, tornaram a sua


mensagem facilmente compreendida pelas massas. Em 1923, Hitler levou a cabo uma
tentativa de golpe, que fracassou. Passou alguns meses na prisão, onde escreveu o livro Mein
Kampf. A partir daqui, a estratégia do NSDAP vai centrar-se na propaganda e nos comícios
públicos, com o objetivo de atrair o voto das massas e derrubar a República de Weimar.

A queda da bolsa de Wall Street, em 1929, e a crise económica que se seguiu, atingiram
duramente o país e polarizaram a sociedade alemã, beneficiando dois partidos políticos que se
encontravam em espectros políticos opostos, o NSDAP à direita e o Partido Comunista
Alemão à esquerda.

Em janeiro de 1933, o presidente alemão Hindenburg, aconselhado pelo seu círculo político,
nomeou Hitler chanceler da Alemanha. A direita conservadora, apesar de temer a dinâmica
revolucionária do movimento nacional-socialista, achava que conseguiria controlar Hitler. Foi
um erro de cálculo que teve consequências desastrosas.(ASCENSÃO, 1943: 10)

5.0.As especificidades do Nazismo

Embora o Nazismo partilhasse algumas características do Fascismo italiano, o regime teve


especificidades que devem ser destacadas.

O regime nazi era mais radical e violento que o fascista. Dois dos elementos centrais da
ideologia nazi eram o racismo biológico e, em especial, o antissemitismo. Hitler acreditava
que os alemães eram arianos, uma “raça superior”, à qual caberia governar o mundo, enquanto
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os judeus, os eslavos e outros povos e minorias, eram encarados como uma “raça inferior” e
uma ameaça à pureza da “comunidade racial alemã”.

A partir de 1933, o antissemitismo de Hitler transformou-se em política oficial do Estado


alemão. O regime começou por retirar os direitos e a propriedade aos judeus.
Progressivamente, a discriminação e a segregação evoluíram para o encarceramento (em
guetos e campos de concentração) e para o assassinato.

O desejo de conquista do “espaço vital”, localizado no Leste da Europa, levaram os nazis a


lançar uma guerra para a conquista de territórios e riquezas. Foi durante a Segunda Guerra
Mundial que teve lugar o genocídio de 6 milhões de judeus europeus, que ficou conhecido
como Holocausto. Tratou-se um processo pensado e executado de forma sistemática pelos
nazis e pelos seus colaboradores.

5.1.Totalitarismo

O totalitarismo é um sistema político caracterizado pelo domínio absoluto de uma pessoa ou


partido político sobre uma nação. Dentro do totalitarismo, a pessoa ou partido político no
poder controla todos os aspectos da vida pública e da vida privada por meio de um governo
abertamente autoritário.

O totalitarismo também é marcado pela forte presença de um militarismo na sociedade e é


acompanhado por ações do regime com o objetivo de promover sua ideologia por meio de um
sistema de doutrinação da população. Os regimes totalitários utilizam-se do terror como arma
política para conter e perseguir seus opositores políticos, e a propaganda política é usada de
maneira consistente para que a população seja convencida das medidas extremas tomadas por
esses regimes.

O totalitarismo foi um sistema político que esteve no auge durante as décadas


de 1920 e 1930. Seu surgimento aconteceu após a Primeira Guerra Mundial e é considerado
pelos historiadores como um reflexo causado por toda a destruição causada por esse conflito.
Assim, o autoritarismo começou a ganhar força como solução política para as crises que o
mundo enfrentava no pós-guerra, conseguindo adeptos mundo afora.(VRBATA, 2006: 29)

"O totalitarismo foi um regime político que surgiu e desapareceu em países europeus no
século XX. Os regimes totalitários têm em comum o controle total da vida pública e da vida
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privada. Para se manterem, os países que adotaram o totalitarismo elegeram líderes


totalitários, que centralizaram as diversas figuras do poder e a atuação do Estado em si
mesmos, além de investirem fortemente em propaganda e elegerem inimigos em potencial,
que se tornaram a maior justificativa interna para que o totalitarismo funcionasse.

Podemos observar três exemplos maiores e principais de totalitarismo na Europa do século


XX: o nazismo, de Hitler, o fascismo, de Mussolini, e o stalinismo, na União Soviética.
Porém, as ditaduras autoritárias de Franco (Espanha) e Salazar (Portugal) podem ser
consideradas totalitárias, além de terem inspirações no fascismo italiano de Benito
Mussolini."

5.2.Origem do totalitarismo

Apesar de alguns teóricos tentarem imputar a origem do totalitarismo ao comunismo, seja


pela dissidência, seja pela reação, não é possível, a partir de uma análise isenta de visões
ideológicas, apresentar um motivo preciso que tenha dado origem a todos os regimes
totalitários. É notório, porém, que há um elemento em comum entre eles: a crise.

Os regimes políticos totalitários apareceram naquele cenário caótico como possíveis soluções
para os problemas da população e, por isso, ganharam apoio popular. Podemos associar,
então, a origem do totalitarismo ao ódio a alguma categoria social, justificada pelo medo e
pelo terror imputados na população."

5.3.Exemplos de totalitarismo

 Nazismo: liderado por Adolf Hitler, ocorreu na Alemanha entre 1933 e 1945.
 Fascismo: liderado por Benito Mussolini, vigorou na Itália entre 1922 e 1943.
 Stalinismo: o comunismo soviético iniciou-se em 1917, a partir da Revolução Russa,
mas o stalinismo, surgido de uma interpretação particular e heterodoxa de Josef Stalin
do marxismo, somente entrou em cena em 1924, perdurando até 1953.
 Franquismo e Salazarismo: Francisco Franco foi um general que dominou a Espanha
entre 1939 e 1975; Antônio de Oliveira Salazar dominou Portugal entre 1926 e 1970,
acabando com o liberalismo econômico e implantando o Estado Novo português.
Ambos os líderes são considerados totalitários, anticomunistas, nacionalistas e tiveram
inspiração no fascismo de Mussolini."
18

Pricila continuacao

5.4.Características do totalitarismo

Podemos elencar alguns elementos em comum que delineiam o conceito de totalitarismo,


tanto no exemplo de regime totalitário de extrema-esquerda (União Soviética) quanto nos
regimes totalitários de extrema-direita (Alemanha e Itália). Esses elementos são:

 Cenário caótico da crise: A Alemanha, no momento de ascensão do partido nazista,


passava por crise financeira e institucional deixada pela Primeira Guerra Mundial, o
que resultou na fome e no desemprego. Hitler e o Partido Nacional-Socialista dos
Trabalhadores Alemães surgiram como uma esperança de recuperação. No início,
Hitler recebeu forte apoio popular. Não foi diferente na Rússia, que também foi
devastada pela Primeira Guerra e por anos de monarquia czarista. Em 1917, quando
estourou a Revolução Russa, os líderes do movimento (Lenin tornou-se o mais
importante líder do processo revolucionário) prometeram eliminar as mazelas
enfrentadas pelo país. Com a saída de Lenin do poder, Stalin, o sucessor, impôs um
regime totalitário de esquerda, que tinha como principal inimigo os anticomunistas.
 Identificação de um inimigo em comum: em todos os regimes totalitários, podemos
encontrar a identificação de inimigos potenciais em comum, que, em geral, são grupos
que não partilham do interesse do regime ou que são escolhidos para servirem de alvo
da indignação popular. Tendo um alvo em comum, é mais fácil manter o povo unido
em prol de um objetivo final. No caso do stalinismo, o inimigo era o burguês; para os
nazistas, o inimigo central era o povo judeu, além de ciganos, comunistas e
homossexuais; para os fascistas, os inimigos eram os estrangeiros, os antinacionalistas
e os críticos do Estado forte, como os anarquistas.
 Controle total da vida da população: é característica comum dos regimes totalitários
o controle da vida da população, tanto no âmbito público quanto no âmbito privado.
Essa característica difere o totalitarismo das ditaduras, pois ela confere ao Estado
plenos poderes de decidir arbitrariamente sobre tudo aquilo que a população pode ou
não acessar, em todos os aspectos de sua vida. Isso faz com que o Estado seja
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excessivamente inflado, estabelecendo um elo entre totalitarismo e autoritarismo, o


que pode causar confusão entre o totalitarismo e o comunismo. Apesar de haver o
registro de um regime totalitário de esquerda (o stalinismo), não se pode dizer que os
regimes totalitários sejam, essencialmente, de esquerda ou que o comunismo seja uma
proposta totalitária.
 Centralização do poder: para se sustentarem, os regimes totalitários centralizaram o
poder nas mãos de um líder ou de um grupo político, o que levou ao culto à
personalidade e, como estratégia, os grupos ou líderes propagaram o nacionalismo e o
patriotismo como elementos essenciais para o crescimento da nação. Há também o
unipartidarismo.
 Propaganda: todos os regimes totalitários investiram fortemente em publicidade para
propagarem os ideais totalitários e manterem o domínio ideológico sobre o povo. A
ideia era manter o apoio popular, mesmo em momentos de crise. A propaganda
nazista, stalinista e fascista foram extremamente fortes, sempre apresentando o líder e
o Estado como os salvadores da pátria contra os inimigos. Qualquer indício de
pensamento liberal ou antinacionalista (como a defesa da cultura e da economia
globalista) era combatido com a incisiva propaganda, que dominava todos os meios de
comunicação, afinal, todos os meios de comunicação foram estatizados. As rádios, o
cinema, os jornais, tudo que fosse meio de disseminação cultural deveria passar pelo
crivo do Estado. Para controle efetivo dos meios de comunicação e garantia da
propaganda, os líderes totalitários criaram ministérios e secretarias para
regulamentação midiática.
 Medo, terror e policiamento: há um constante policiamento da população,
justificado pelo medo do governante de seus governados e vice-versa. O terror é
espalhado como sendo um elemento real, o que causa medo nas pessoas, que se
permitem serem governadas totalitariamente.
 Eliminação das singularidades: o Estado totalitário elimina as diferenças existentes
entre as pessoas, criando um corpo total igual, ao implantar as mesmas ideias nas
pessoas por meio da propaganda, impor os mesmos produtos para o consumo e
controlar as suas vidas privadas.
 Unipartidarismo: Todos os totalitarismos suprimiam a existência dos partidos, e
somente o partido do governo tinha a permissão de funcionar.
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 Doutrinação: A população dos regimes totalitários era alvo de intensa doutrinação,


que se iniciava com o ensino infantil. Essa doutrinação visava propagar a ideologia do
governo.
 Centralização do poder: O poder político no totalitarismo é centralizado no líder
e/ou no partido.
 Censura: A censura era uma prática comum a jornais e à população em geral.
Regimes totalitários não aceitavam críticas, denúncias e não aturavam a existência de
uma oposição.
 Militarização: Exaltação do exército e militarização da sociedade.
 Nacionalismo exacerbado: O nacionalismo no totalitarismo assumia um viés
extremista que pregava a exclusão e perseguição de outros povos ou etnias.
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CAPÍTULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.0.Conclusão

Há maneira geral concluiu-se que o tema abordado é bastante essencial visto que é importante
salientar que nacionalismo foi desenvolvido para a compreensão de um fenômeno típico do
século XIX: a ascensão de um certo sentimento de pertencimento a uma cultura, a uma região,
a uma língua e a um povo (ou, em alguns dos argumentos nacionalistas, a uma raça)
específicos, tendo aparecido pela primeira vez na França comandada por Napoleão
Bonaparte e nos Estados Unidos da América

Mas, como é evidente, não morreram as ideias gaullistas que continuam a inspirar os políticos
mais à direita e até mesmo certos sectores da esquerda. O ministro do Interior, Jean Pierre
Chevnement, não esconde uma certa veneração pelo general, em termos de independência
nacional e de "sentido do estado". Também o antigo esquerdista Régis Debray, filósofo, se
tem fartado de louvar De Gaulle. Diziam que este era um monarca, mas o certo é que mandou
instalar.
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7.0.Referências bibliográficas
ASCENSÃO, L. R. ( 1943.). O Integralismo Lusitano. Lisboa: Edições Gama,.
Freitas, A. D. (1997.). História das ideias políticas, vol II, . Porto: editora Livrara Almeia:, .
MAURRAS, C. (1916.). Quand les Française ne s’aimaient pas: chronique d’une
Renaissance. 2 ed. Paris: Nouvelle Librarie Nationalle.
PRELOT, M., & G., L. ( 2001). História das Ideias Políticas. Vol.II. Lisboa: Editorial
Presença.
RAPOSO, H. (1929.). Dois Nacionalismos: L'Action Française e o Integralismo Lusitano.
Lisboa: Livraria Ferin.
REZENDE. (2001). Rumo da História Geral e do Brasil. Editora. Lisboa. .
THIBAULT, P.-1. (1981). O período das ditaduras . Lisboa: 3a Publicações D. Quixote.
TOUCHARD, J. (2003). História das ideias políticas. Vol I. Europa: 3a edição, Portugal.

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