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CAMPINAS
2019
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CAMPINAS
2019
RESUMO
This paper consists in reporting and analyzing aspects of the African continent,
specifically in five countries, in which each of them belongs to a region, they are South
Africa, Tunisia, Nigeria, Democratic Republic of the Congo and Ethiopia. Through
research in academic articles and websites, the paper has a general economic, political,
social and cultural approach to the international scenario of Africa in the 21st century.
2.DIVISÕES DA ÁFRICA 8
2.1 Tunísia 10
2.2 Nigéria 10
2.4 Etiópia 14
3.RELAÇÕES CHINA-ÁFRICA 20
4.RELAÇÕES EUROPA-ÁFRICA 21
4.1 França-África 21
5.RELAÇÕES EUA-ÁFRICA 26
6.RELAÇÕES ONU-ÁFRICA 27
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 32
8. REFERÊNCIAS 33
7
1. INTRODUÇÃO
Diante disso, tem-se que, com o início do século XXI, outras regiões do globo
ganharam mais destaque internacional, mesmo que este não tenha sido no mesmo grau
do que as grandes potências. Esse fator tem relação com a Conferência de Bandung, em
meados do século XX, em que os países do então chamado “Terceiro Mundo” se
reuniram para propor uma nova força política global, com destaque para a cooperação
econômica e cultural entre África e Ásia como forma de oposição ao colonialismo e
neocolonialismo estadunidense e soviético da época.
Essa ascensão relativa dos países anteriormente sem tanto destaque e prestígio
internacional culminou no processo de independência de alguns países africanos que
ainda se classificavam como colônias europeias. Com a conquista de suas soberanias, os
países africanos, aderiram ao Movimento dos Países Não Alinhados (MNOAL) com
princípios da Conferência de Bandung. Essa conferência conta com cúpulas realizadas
desde 1961, sendo que a mais recente foi a XVI Cúpula de Havana em 2006.
8
Dessa maneira, vale ressaltar que a África do século XXI conta com uma
atuação relativamente melhor com os parceiros comerciais.
2. DIVISÕES DA ÁFRICA
Por fim, os países que compreendem a África Meridional são: África do Sul,
Angola, Moçambique, Botswana, Comores, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícia,
Namíbia, Zâmbia, Zimbábue e Suazilândia.
Para uma abordagem mais específica, serão utilizados cinco países de cada
região já mencionada anteriormente respectivamente. São eles: Tunísia, Nigéria,
República Democrática do Congo, Etiópia e África do Sul.
2.1 Tunísia
2.2 Nigéria
1
A Nigéria já chegou a cooperar com tropas em 10 missões diferentes de manutenção da paz na África em
2013.
12
2
Um dos argumentos do Boko Haram é disseminar a ideia de corrupção do Estado nigeriano e de sua falta
de representatividade, caracterizando-o como um governo envenenado pelos valores ocidentais. Essa
narrativa pode corromper a democracia do país, causando problemas em sua governança e em seus
processos eleitorais.
3
As doações de ajuda humanitária à Nigéria chegaram a 291 milhões de dólares em 2017 (COLE 2017).
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4
IBIETAN, Jide., UJARA, Ese C. Foreign Policy in Nigeria’s Fourth Republic: A Critical Analysis of
Some Unresolved Issues. Ota: Journal of International and Global Studies, 2018. p. 47.
5
Durante o governo de Muhammadu Buhari, a China concedeu o equivalente à 6 bilhões em
investimentos ao país. (OGUNRINU & RAJI, 2018).
14
2.4 Etiópia
6
FOREIGN AFFAIRS AND NATIONAL SECURITY POLICY AND STRATEGY
7
Sigla em inglês: Grand Ethiopian Renaissance Dam
16
O Estado etíope já trabalha para alavancar seu potencial hegemônico, como por
exemplo, construindo alianças políticas mais amigáveis com seus vizinhos, buscando o
apoio estratégico destes, como é o caso do Sudão, Sudão do Sul e Eritreia (no caso deste
último, em 2018 foi assinado um acordo de paz histórico que encerrou a guerra de 20
anos entre etíopes e eritreus). A pretensão etíope de se estabelecer definitivamente como
potência regional efetiva e reconhecida ainda é um objetivo a ser alcançado em meio a
um continente que não possui um histórico propício para a ascensão de hegemons.
8
DEHÉZ, Dustin. Ethiopia – A Hegemon in the Horn of Africa Region? Frankfurt am Main, 2008, p. 12.
18
"A adesão aos BRICS tem sido benéfica para o nosso país e
gostaríamos de garantir que o resto de África possa também
usufruir dos BRICS, particularmente agora que o continente
começa a dar os primeiros passos na criação de zonas de
comércio livre, em que a maioria dos países já assinou o acordo,
que é um passo importante para África" (SISULU, Lindiwe,
Joanesburgo, 2018).
9
A capacidade de um país de convencer outros a fazer o que quer sem força ou coerção. (NYE,
Joseph.2004)
10
STUENKEL, Oliver. The BRICS and the Future of Global Order, 2015, p.42.
19
No caso dos EUA, além da saída dos acordos climáticos, eles também seguiram
um caminho cada vez mais isolado, não apenas em relação a esses países emergentes,
mas também no que diz respeito aos seus aliados "históricos", ou seja, os países da UE.
Dessa forma, na questão das políticas de mudança climática, divisões cada vez maiores
estão se abrindo entre a UE e os EUA, e essa fragmentação provavelmente também terá
consequências importantes em suas capacidades de soft power.
11
PETRONE, Francesco. BRICS, soft power and climate change: new challenges in global
governance? 2019
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3. RELAÇÕES CHINA-ÁFRICA
4.1 França-África
12
Segundo a China, a Base de Apoio do Exército de Libertação Popular da China em Djibouti não serve a
propósitos bélicos, mas sim para apoio logístico e proteção humanitária na região.
22
13
Entre 2001 e 2012, as forças armadas francesas atuaram no Afeganistão. Essa missão não teve
resultados tão satisfatórios quanto a do Mali, sendo criticada pela seu gasto excessivo e pela ineficiência.
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fronteiras do Mali, compondo o Chade, Níger e Burkina Faso. A França ainda possui
forças militares no território africano nos dias atuais, estabelecendo assim, uma base de
influência no continente.
possui uma subdivisão entre o franco CFA da África Ocidental, que abrange países
como Senegal, Níger, Burkina Faso, Benim, Togo, Costa do Marfim, Mali, e o franco
CFA da África Central, que corresponde aos seguintes países; Camarões, Chade, Gabão,
Guiné Equatorial, República do Congo e República Centro-Africana.
Outro ponto a ser destacado diz respeito ao acordo bilateral entre o Reino Unido
e a África do Sul para promover a proteção de interesses mútuos de segurança, melhorar
o comércio e a promoção de um crescimento inclusivo. Dessa forma, a cooperação foi
estabelecida no Fórum Bilateral da África do Sul e Reino Unido em 2015, firmada pelos
Ministros das Relações Exteriores dos países envolvidos. Vale ressaltar que o DFID
(Department for International Development), isto é, o departamento destinado ao
desenvolvimento internacional, liderada pela Unidade de Parcerias para o
Desenvolvimento (Development Partnerships Unit) recebe o apoio de diversos
colaboradores que trabalham com instituições sul-africanas para fortalecer o
desenvolvimento na África, em áreas como capacitação tributária, combate às mudanças
climáticas e monitoramento de prestação de serviços. O programa também trabalha com
o governo sul-africano para apoiar seu papel como representante africano em
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5. RELAÇÕES EUA-ÁFRICA
Com a ascensão de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, ele declarou
que considera a África um lugar de oportunidades, tal fato se relaciona com o
Congresso EUA-África ocorrido em Maputo, Moçambique, em junho de 2019, com
promessas de abertura do mercado norte-americano aos países africanos. Na ocasião
também foram anunciadas iniciativas de desenvolvimento do continente. De acordo
com Mark Green, administrador da USAID, Agência dos Estados Unidos para o
Desenvolvimento Internacional, a ideia é diminuir as barreiras alfandegárias, garantir
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6. RELAÇÕES ONU-ÁFRICA
A Organização das Nações Unidas (ONU) tem como objetivos incluir e manter
a segurança e a paz mundial, promover os direitos humanos, auxiliar
no desenvolvimento econômico e no progresso social, proteger o meio ambiente e
fornecer ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados.
Dessa forma, a organização elencou uma série de desafios enfrentados pela África,
como as mudanças climáticas, proliferação de doenças e corrupção, além da fome e
miséria que assolam o continente e questões que envolvem refugiados. Diante disso, ela
promove missões de paz, programas de combate à pobreza, fome e doenças, promoção
da educação e melhorias de vida às crianças e jovens, entre outros. O UNICEF (Fundo
das Nações Unidas para a Infância), por exemplo, é um órgão responsável pela defesa
dos direitos das crianças, ajuda às suas necessidades e contribuição para o seu
desenvolvimento. Em termos de análise regional, as principais prioridades do UNICEF
na África Oriental e Sul incluem: sobrevivência e desenvolvimento de crianças
pequenas, crianças e AIDS, educação básica e igualdade de gênero, proteção infantil e
preparação e resposta a emergências. Vários programas transversais apoiam essas
prioridades, incluindo comunicação, comunicação para o desenvolvimento,
monitoramento e avaliação, e fornecimento e logística.
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Além disso, vale ressaltar que, em 2003, foi estabelecido o Escritório das Nações
Unidas do Assessor Especial para a África, para reforçar o apoio internacional ao
desenvolvimento e a segurança africana e melhorar a coordenação do apoio do Sistema
da ONU. Ele também visa facilitar deliberações globais sobre a África, especialmente
no que diz respeito à Nova Parceria para o Desenvolvimento da África, isto é, um
quadro estratégico adotado por líderes africanos em 2001.
Outro ponto a ser destacado, dessa vez em relação à segurança, é a Missão das
Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO,
anteriormente MONUC), sigla do francês: Mission de l'Organisation des Nations Unies
pour la stabilisation en République démocratique du Congo), uma das missões de
manutenção de paz da ONU que se encontra em vigor na República Democrática do
Congo. Ela foi criada em 1999 pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações
Unidas para acompanhar o processo de paz da Segunda Guerra do Congo, embora seu
foco tenha se voltado para o conflito em Ituri, e o conflito de Kivu.
É importante ressaltar que a União Africana também possui uma agenda com
metas, a Agenda 2063, considerada um guia para transformar a África na potência
global do futuro, com estratégias para o desenvolvimento inclusivo e sustentável, além
de manifestar o desejo pan-africano de unidade, autodeterminação, liberdade, progresso
e prosperidade coletiva. A ONU está engajada em projetos para com essa União a fim
de retirar as pessoas da pobreza, levar energia para 500 milhões de pessoas sem
eletricidade e conseguir os 60 bilhões de dólares necessários para empoderar as
mulheres africanas, de acordo com Vera Songwe, secretária-executiva da Comissão
Econômica das Nações Unidas para a África.
Na Nigéria, o aumento das tensões políticas antes das eleições de 2019 definiu o
cenário dos direitos em 2018. Apesar dos notáveis avanços militares e proclamações
aparentemente prematuras da derrota do Boko Haram pelas forças do governo, o grupo
permaneceu uma ameaça à segurança, ou seja, os sequestros, atentados suicidas e
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ataques a alvos civis pelo grupo persistiram. Pelo menos 1.200 pessoas morreram e
quase 200.000 foram deslocadas. Em junho, pelo menos 84 pessoas foram mortas em
ataques suicidas duplos atribuídos ao Boko Haram em uma mesquita em Mubi, Estado
de Adamawa.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os Estados africanos necessitam enfrentar problemas domésticos e regionais
caso queiram ascender a uma posição mais favorável no âmbito internacional. Os atuais
alinhamentos multilaterais com países como a China e Reino-Unido e o impulso por
desenvolvimento, são fatores que potencializam a relevância africana e a possibilidade
de crescimento político e econômico. Estes objetivos se confrontam com as guerras
locais, desestabilidades políticas e falta de poder dos países africanos, representando
barreiras ao progresso do continente.
Buscando intensificar sua integração regional em prol do desenvolvimento
conjunto, os Estados africanos tentam desenvolver colaborações através de alianças
militares ou acordos bilaterais, fortalecendo suas atividades comunitárias com o intuito
de resolver problemas compartilhados. A estabilidade e manutenção da governança
também se mostra no centro das discussões africanas, representando um elemento base
para o bem-estar político das instituições internas dos Estados, que se encontram em
alguns casos muito enfraquecidas. Por fim, a inserção internacional como forma de
agregar importância e peso político ao continente já se demonstra uma estratégia em
curso, principalmente no caso de países como Etiópia, África do Sul e até a Nigéria.
A África se encontra em um momento de transição, onde as pretensões de
crescimento no cenário internacional contrastam com as condições problemáticas do
âmbito doméstico e regional. Os países africanos, no momento atual, prezam muito pela
diplomacia e cooperação externa como estratégia de promover o desenvolvimento. As
ações africanas em conjunto com a comunidade internacional, somadas as políticas
regionais de caráter mais colaborativo, podem representar alternativas de fortalecimento
africano no âmbito global.
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REFERÊNCIAS
ABDELHADY, Dalia et al., The Nile and the Grand Ethiopian Renaissance Dam: Is
There a Meeting Point between Nationalism and Hydrosolidarity? Journal of
Contemporary Water Research & Education, pp 73-82, 2015.
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<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2009/07/090710_obamaganachegada_np>
Acesso em: 17 set. 2019.
PETRONE, Francesco. BRICS, soft power and climate change: new challenges in
global governance? Disponível em:
<https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/16544951.2019.1611339> Acesso em: 5
out. 2019.
<http://funag.gov.br/loja/download/1121_a_africa_no_seculo_xxi_um_ensaio_academic
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https://www.e-ir.info/2013/11/06/boko-haram-and-the-isolation-of-northern-nigeria/#_e
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STUENKEL, Oliver. The BRICS and the Future of Global Order. Lanham:
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U
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<https://www.unicef.org/esa/about> Acesso em: 18 set. 2019.
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child In West and Central Africa. Disponível em:
<https://www.unicef.org/wca/what-we-do> Acesso em: 18 set. 2019.
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https://www.e-ir.info/2017/11/30/ethiopia-and-the-south-sudanese-civil-war/>. Acesso
em: 19 Set 2019.