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Universidade de São Paulo

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de Ciência Política
Programa de Pós-graduação em Ciência Política

Disciplina: Participação Política: voto voluntário e compulsório

Sigla: FLS 6475

Horário: Sexta-feira, 14h00 – data de início: 18 de setembro de 2020

Créditos: 8 créditos

Professores responsáveis:

Fernando Limongi

Marcos Paulo de Lucca-Silveira

1. Objetivos

A disciplina discutirá as teorias contemporâneas da participação política. Atenção especial será

dada à conexão entre teoria e empiria nas defesas das duas alternativas (voto obrigatório vs
voto voluntário).

2. Justificativa

O curso oferecerá uma revisão da literatura recente acerca da participação política e do voto
obrigatório, um tema central para o Campo da Ciência Política. Esse tema pode ser considerado
um objeto privilegiado de reflexão teórica para o campo, visto que tem recebido a atenção de
uma soma significativa de trabalhos contemporâneos. Não se verificam consensos de ordem
normativa, como também sobre os efeitos empíricos oriundos do estabelecimento e da
manutenção de regras sobre a obrigatoriedade (ou não) do voto. Desta forma, o curso
contribuirá para o treinamento básico dos alunos do programa de mestrado e doutorado do
Departamento de Ciência Política e demais interessados.
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3. Metodologia

A disciplina será organizada em torno de debates sobre contribuições importantes para o

campo. As alunas deverão escrever relatórios semanais de leitura sobre a bibliografia
selecionada. As aulas serão organizadas em torno do debate desses pequenos ensaios.

4. Avaliação

Além das taxas de frequência das alunas, as avaliações serão baseadas em trabalhos semanais
(pequenos relatórios de leitura/ensaios sobre a literatura) e em participação em aula.

Programa

Aula 1. Apresentação do curso

Aula 2. Democracia, eleições e o paradoxo do voto

Leitura obrigatória:

Lagerspetz, Eerik. 2010. "Wisdom and numbers." Social Science Information 49: 29-60.

Schumpeter, J. A. 2017. Capitalismo, Socialismo e Democracia. São Paulo: Editora Unesp.

Capítulo XXII.

Przeworski, Adam. 2003. “Minimalist Conception of Democracy: A defense”, in Dahl, R., Shapiro,
I, Cheibub, J. A. (org.), The democracy sourcebook, Cambridge, Massachusetts, MIT Press.

Downs, A. 1957. An economic theory of democracy. New York: Harper (Capítulo 14).

Leitura complementar:
Waldrom, J. 2012. “Democracy”, in Estlund, David (org.), The Oxford Handbook of Political
Philosophy, Oxford: Oxford University Press.

Aula 3. Governo Representativo e seleção de líderes

Leitura obrigatória:

Manin, B. 1995. The principles of representative government. Cambridge: Cambridge

University Press, 1993.
Adams, John and Thomas Jefferson, Correspondência Escolhida: o debate sobre a aristocracia
natural (1813).
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Wood, G. 2006. Revolutionary Characters: What Made the Founders Different, New York,
Penguin Books, chap 1, pp. 1-28.

Aula 4. Mobilização

Leituras Obrigatórias
Leal, Victor Nunes. 2012 (1948). Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Companhia das
Letras.
Vellasco, Domingos. 1935. Direito Eleitoral. Sistema eleitoral, nulidades e crítica. pp. 9-31; 126-
137.
Carvalho, Orlando M. 1958. Ensaios de sociologia eleitoral. Cap. 2. Práticas eleitorais no
interior de Minas. pp. 25-55.
Rezende, Francisco de Paula Ferreira. 1988. Minhas Recordações. Cap XII, pp 109 a 116

Tocqueville, A. 2011. Lembranças de 1848, São Paulo, Penguin Companhia, cap 9, pp. 131 a 142

Leituras Complementares
Kasara, K., Mares, I. 2017. Unfinished business: The democratization of electoral practices in
Britain and Germany, Comparative Political Studies, Volume: 50 issue: 5, page(s): 636-664

Aula 5. O paradoxo do voto: um erro teórico ou um problema para a democracia?

Leitura Obrigatória:
Downs, A. 1957. An economic theory of democracy. New York: Harper (Partes selecionadas).
Green, D. P.; Shapiro, I.1994. Pathologies of rational choice theory, Cap. 4 – The Paradox of voter
turnout.
Cox, G. W. 2005. “Electoral Institutions and Political Competition: Coordenation, Persuasion and
Mobilization”, in C. Menárd and M. M. Shirley (eds.), Handbook of New Institutional Economics.
Netherlands: Springer.

Leitura Complementar:
Blais, Andre. 2000. To vote or not to vote? The merits and limits of rational choice theory,
Pittsburgh: University of Pittsburgh Press.
Cox, Gary. 2009. “Swing voters, core voters, and distributive politics”, in Ian Shapiro, Susan C.
Strokes, Elisabeth Wood and Alexander Kirshner, Political Representation. New York: Cambridge
University Press.
Cox, G. W. 2015. Electoral rules, mobilization, and turnout, Ann. Rev. Pol. Sci. 18:6.1- 6.20
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Green, D. P.; Shapiro, I.1994. Pathologies of rational choice theory, Cap. 2-3.
Riker, William H., Peter C. Ordeshook. 1968. “A theory of the calculus of voting”, American
Political Science Review, 62 (1):25-42.

Aula 6. Absenteísmo e seleção adversa

Leitura Obrigatória:
Assis Brasil. 1895. Democracia Representativa. Primeira Edição. Rio de Janeiro: G. Leuzinger &
Filhos.

Leitura Complementar:
Malkopoulou, Anthoula. 2011. Democracy’s Duty: The history of political debates on compulsory
voting. PhD Dissertation, University of Jyväskylä.

Aula 7. Voto mandatório versus voto voluntário: empiria

Leituras recomendadas:

Alessandro Freire, Mathieu Turgeon, 2020. Random votes under compulsory voting: Evidence
from Brazil, Electoral Studies,Volume 66, 2020,
https://doi.org/10.1016/j.electstud.2020.102168.

Blais, André, Agnieszka Dobrzynska , 1998. ‘Turnout in Electoral Democracies’, European Journal
of Political Research, 33:2, 239–261.
Martin, Paul S. 2003. Voting’s Reward: Voter turnout, Attentive Publics, and Congressional
Allocation of Federal Money.
Bechtel, Michael M., Dominik Hangartner, and Lukas Schmid. 2015. “Does Compulsory Voting
Increase Support for Leftist Policy?” American Journal of Political Science, 60 (3): 752-767.
Kasara, K., Sueyanarayan, 2015. When do the rich vote less than the poor and why? Explaining
turnout inequality across the world, American Journal of Political Science, Vol. 59, Issue 3.
Carreras, Miguel, 2016. ‘Compulsory Voting and Political Engagement (beyond the Ballot Box):
A Multilevel Analysis’, Electoral Studies, 43.
Cepaluni, Gabriel, and F. Daniel Hildalgo, 2016. ‘Compulsory Voting Can Increase Political
Inequality: Evidence from Brazil’, Political Analysis, 24:2, 273–280.
Herrera, H., Morreli, M., Nunnari, S. 2016. Turnout across Democracies, American Journal of
Political Science, Vol. 60, Issue 3.
Dassonneville, Ruth, Marc Hooghe, Michael S. Lewis-Beck. 2017. Do electoral rules have an
effect on electoral behaviour? An impact assessment. West European Politics, 40:3, pages 503-
515.
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Aula 8. Voto mandatório versus voto voluntário: teoria política

Hasen, Richard L. 1996. Voting without law? University of Pennsylvania Law Review, vol. 144.
Harvard Law Review (nota anônima), 2007. The Case For Compulsory Voting In The United
States, Harvard Law Review, vol. 121 (2).
Lacroix, Justine. 2007. A liberal defence of compulsory voting. Politics, Vol. 27, n.3.
Brennan, Jason, Hill, Lisa. 2014. Compulsory Voting: For and Against. New York: Cambridge
University Press. (Partes selecionadas)
Hill, Lisa. 2015. Does Compulsory Voting Violate a Right Not to Vote, Australian Journal of
Political Science, 50 (1): 61-72.
Derfner, Amanda; J. Gerald Hebert, 2016. “Voting is Speech?”, Yale Law and Policy Review, Vol.
34 (2).
Elliott, Kevin, J., 2017. Aid for our purposes: Mandatory Voting as Precommitment and Nudge.
The Journal of Politics, vol. 29, number 2.

Aula 9. Da mobilização à persuasão: voto urbano e máquinas políticas

Allswang, John. 1986, Bosses, Machines, and Urban Voters, Hopkins Open Publishing, Cap 1, pp
3-36.
Bryce, James. 1895. The American Commonwealth. New York: MacMillan
Ivins, William. 1887. Machine Politics and Money in Elections in New York City, Harper´s Handy
Series, April 1887, pp 1-27, 65-89, 119-124.

Ostrogorski, M. 1902. Democracy and the organization of political parties. New York: MacMillan.
Riordan, William. 1905. Plunkit of Tammany Hall. New York: McLure, pp 1-29, 46 – 53, 70-76 e
167-183

Weber, Max. Política como Vocação. Várias edições.

Aula 10. Participação e coerção social

Funk, P. 2010. Social Incentives and Voter Turnout: Evidence from Swiss Mail Ballot in
Journal of European Economic Association 8(5), pp 1077-1103 (FUN10)

Larimer, C. Green, P and Gerber, A. 2008. Social Pressure and Voter Turnout: Evidence from
a Large-Scale Field Experiment, APSR 102(1), pp.

Larimer, C. Green, P and Gerber, A. An Experiment Testing the Relative Effectiveness of

Encouraging Voter Participation by Inducing Feelings of Pride or Shame in Political Behavior
32(3): 409-422
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Lazarsfeld, P. F., Berelson, B., & Gaudet, H. (1944). The people's choice. Duell, Sloan & Pearce.
Luechinger, S., RosingerM and Stutzer, A. 2007. The Impact of postal voting on participation:
evidence from Switzerland in Swiss Political Science Review 13(2), pp 167-202.

Aula 11. Persuasão e partidos de massa

Duverger, M. 1980. Partidos Políticos.Rio de Janeiro: Zahar Editores.

Katz, R. and Mair, P. 2009. The Cartel Party Thesis: a Restatement in Perspective in Politics, vol
17, No. 4, pp 753-766.

Mulé, R. 2007. Financial uncertainties of party foundation and consolidation in Britain, Germany
and Italy: The early years in theoretical perspective. In: BURNELL, P. J.; WARE, A. (Orgs.). Funding
democratization. London: Routledge. (MUL07)

Pollock, James Kerr.1932, Money and Politics Abroad. New York: Alfred A. Knopf, Parte I (pp 1-
16), Parte III – Germany (pp. 206-278) e Conclusions (pp. 323-327) (POL32)1111

Aula 12. Conclusões e encerramento