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Beneficência.

Tenho certeza que outrora já falei deste assunto, entretanto se faz muito ou pouco
tempo, não lembro, mas como é um assunto que uma vez por outra precisa ser
reativado ou relembrado, como queiram, eu volto ao tema.
A Beneficência em si não significa simplesmente o ato de socorrer com metais outro
irmão ou algum desprotegido pelas circunstâncias da vida, este apoio na maioria das
vezes é deveras mais edificante quando aplicamos palavras no lugar e no tempo certo.

Normalmente fizemos a benemerência com valores ou objetos, atitude esta que pode
até ser mais prejudicial porque induz um incauto ao ócio, a vida fácil, deduzindo ele,
que sempre e quando precisar, alguém virá em seu socorro, então neste caso, não é
uma ajuda é uma degradação social que estamos levando a efeito, inclusive
contrariando os nossos princípios maçônicos, porque estamos contribuindo para o
vício, ainda que ócio, mas vicio é.

Como a beneficência é um dos fatos que norteiam os nossos procedimentos tanto no


ambiente de loja como no mundo profano, eu resolvi submeter este princípio a sábia
reflexão dos irmãos que me ouvem ao longo deste ano, principalmente devido o
distanciamento causado por esta pandemia.

Os irmãos já sabem que não adiantaria de nada um irmão, seja lá o grau que tenha,
sendo um exemplo de sabedoria e força sem a beleza do sentimento da caridade, isto
o tornaria mais um invisível na multidão.

Se a beneficência é a virtude moral que deve ornar o espírito e coração de qualquer


ser humano, então porque não pratica-la constantemente para pelo menos atender os
princípios que juramos atender.

Por isso a maçonaria nos encaminha à prática do bem, e nos instrui para o fazermos
sem esperar nenhuma recompensa, agindo discretamente e de maneira que a mão
esquerda não saiba o que faz a mão direita.

Esta pratica é sempre levada a efeito pela nossa loja, que em nome dos irmãos a
pratica através da fábrica de fraldas para doação aos carentes assim como tantas
outras campanhas de alimentação e agasalhos desenvolvidas durante o ano, feitas de
tal forma a que, o que a mão esquerda fizer a direita não lhe toma conhecimento, pois
é esta discrição que realmente respeita e não humilha a quem recebe.

A nossa satisfação na caridade consistirá pela defesa do fraco, contra o forte, uma vez
que a Sabedoria não está em castigar os erros, mas em procurar-lhes as causas e
afastá-las.

O Amor Universal nos impele a prática da solidariedade humana. Sendo que a


caridade é a essência da perfeição, porque implica na prática das demais virtudes.

A Caridade se manifesta no bem pensar, no bem agir e no bem falar, porém nos meus
parcos conhecimentos a beneficência que julgo maisw proeminente é o ato de falar, de
aconselhar, porque muita gente na verdade precisa é de orientação para prover seus
próprios meios e com isso estaremos afastando esta pessoa do perigo do ócio que é
um vício devastador.

Todo maçom instruído sempre correrá no socorro aos aflitos, que sejam os
deserdados pela fortuna ou os perseguidos pelos infortúnios, porém há que avaliar a
real necessidade da beneficência, se de palavras ou metais.
Ora, conforme o Livro da Lei, quando formos prestar contas dos nossos atos ao
GADU, não haveremos de ser julgados só pelo mal praticado, mas, também, por todo
o bem que deixamos de fazer!

A maçonaria prega que a caridade é a beleza que adorna o espírito e os corações


bem formados, fazendo com que neles se abriguem os mais puros sentimentos
humanos.

A filantropia é como o Sol, espalhando luz (ensino) e calor (conforto) por toda parte
onde atingem seus raios vivificantes, não se limitando apenas a um círculo restrito de
amigos ou afeiçoados, mas para todos àqueles que a necessitam e até onde a
beneficência possa alcançar.

Portanto Caridade não é mera virtude simbólica e conceitual, mas é uma atividade que
no dia-a-dia precisa ser exercitada junto aos irmãos e as pessoas que precisam do
nosso auxílio.

O Amor Fraterno é paciente, tolerante e, indistintamente ele busca ouvir a todos que
precisam da ajuda material e/ou espiritual e este, repito, muitas vezes mais edificante,
porque reconduz o desgarrado ao seio da sociedade, fazendo-o a se reencontrar.

Toda palavra de conforto é capaz de aliviar o fardo de quem está a ponto de sucumbir
sob o peso da própria cruz. E esta é a caridade interagindo num plano mais elevado
do Amor Fraterno.

O amor é pura caridade e a CARIDADE é de uma só vez, sentimento, virtude e dever!

O maçom terá que adquirir grande força moral sobre si mesmo e ser assíduo aos
trabalhos da Loja, estar em dia com suas obrigações financeiras, ser amigo dos seus
irmãos, e portar-se como cidadão filantrópico que sabe que a beneficência é a virtude
búdica por excelência.

Quem representa em loja a caridade é o Irmão Hospitaleiro, que no nosso caso a anos
incontáveis está a cargo do nosso Irmão Bem Hur, uma pessoa fina e com dons mais
do que provados para desempenhar esta atividade, sobre tudo no momento de levar
palavras de conforto ao povo maçônico ou aos que nos são afetos.

Como nossa prioridade é com a família maçônica, nenhum trabalho sobre a caridade
pode ser considerado completo sem explicar o porquê do tronco de beneficência,
como o próprio nome explicita e tem por propósito socorrer os necessitados, que é a
nossa mais sagrada obrigação.

Sendo que sua benfazeja ação deve-se processar sem alarde e, no silêncio do
anonimato, inclusive, respeitando-se à autoestima das pessoas que merecem a nossa
ajuda.

Mas só quando tudo está Justo e Perfeito é que, naturalmente, flui a beneficência
maçônica e sendo o maçom um pedreiro, podemos intuir que a verdadeira obra da
maçonaria é a construção moral do homem.

O ser humano é o Templo vivo onde habita a alma imortal. Sendo que a mesma alma
com o perene lapidar da Pedra Bruta, trabalha incessantemente para que a pedra
polida e sem arestas possa se encaixar com perfeição no Edifício Social.
Como o obreiro é o maior patrimônio de uma Loja, para o progresso e fortalecimento
da própria Ordem é que, devemos cuidar melhor do nível de instrução daqueles que
são nossos semelhantes por afinidade de ideais, e em cujos ombros repousa o futuro
da maçonaria.

A doutrina maçônica, como disse nosso Ir. Isaac Newton se apoia em dois
sustentáculos extremamente simples: o amor a DEUS e o amor ao HOMEM, coroa da
criação, que leva em si a Divindade e, inexoravelmente, caminha com ela para
eternidade.

Eu considero muito errado é quando um irmão, ao colocar sua contribuição no Tronco


de solidariedade, anunciar que se faz presente também o irmão fulano de tal, ausente,
pois a contribuição é sempre pessoal, presencial e secreta, fora disto é pavonismo.

O que na verdade precisamos, é de fortalecer o Tronco de solidariedade, segundo as


nossas posses, para então através de doações mais generosas, permitir que a
benfazeja ação da caridade maçônica, na nossa comunidade, alcance um continente
maior de pessoas mais carentes.

Na prática do bem, coloca-se em movimentos às forças da alma, portanto toda


omissão no tronco de beneficência, é um terrível desserviço aos desamparados pela
sorte; e por se tratar de um ato dissimulado, não gera nenhum fluido positivo. O que
pode mesmo, segundo os místicos, é criar um efeito negativo a quem se omitiu no
socorro aos aflitos.

É através da beneficência maçônica, em sintonia com Amor Universal, que o maçom


poderá atrair as benesses da EGRÉGORA.

O iniciado sabe que ao colocar sua mão vazia dentro do Saco de Solidariedade,
jamais poderá almejar, com tudo justo e perfeito, os constantes benefícios oriundos da
paz, saúde e prosperidade.

O incauto pode tentar mentir para Deus, talvez até engane o venerável e os irmãos da
sua oficina, mas nunca enganará a si próprio.

E, imediatamente, será julgado e condenado pelo tribunal da sua consciência.

Ora, só pode receber os benefícios da Boa Obra, quem prática a máxima de que é
dando que se recebe.

Pois, segundo diz a sabedoria ancestral, a quem realmente tem, muito mais lhe será
acrescentado; mas a quem nada tem até mesmo o que aparenta ter lhe será tomado.

E, neste mister, que o omisso perdeu a sua oportunidade de semear o bem, portanto
não receberá da Egrégora os fluidos positivos emanadas das boas ações!

E, conforme a lei de Causas e Efeitos, o que poderá acontecer àquela coluna


quebrada, é que na época da colheita ele nada poderá colher, já que ele nunca
semeou!

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