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Tenho certeza que outrora já falei deste assunto, entretanto se faz muito ou pouco
tempo, não lembro, mas como é um assunto que uma vez por outra precisa ser
reativado ou relembrado, como queiram, eu volto ao tema.
A Beneficência em si não significa simplesmente o ato de socorrer com metais outro
irmão ou algum desprotegido pelas circunstâncias da vida, este apoio na maioria das
vezes é deveras mais edificante quando aplicamos palavras no lugar e no tempo certo.
Normalmente fizemos a benemerência com valores ou objetos, atitude esta que pode
até ser mais prejudicial porque induz um incauto ao ócio, a vida fácil, deduzindo ele,
que sempre e quando precisar, alguém virá em seu socorro, então neste caso, não é
uma ajuda é uma degradação social que estamos levando a efeito, inclusive
contrariando os nossos princípios maçônicos, porque estamos contribuindo para o
vício, ainda que ócio, mas vicio é.
Os irmãos já sabem que não adiantaria de nada um irmão, seja lá o grau que tenha,
sendo um exemplo de sabedoria e força sem a beleza do sentimento da caridade, isto
o tornaria mais um invisível na multidão.
Por isso a maçonaria nos encaminha à prática do bem, e nos instrui para o fazermos
sem esperar nenhuma recompensa, agindo discretamente e de maneira que a mão
esquerda não saiba o que faz a mão direita.
Esta pratica é sempre levada a efeito pela nossa loja, que em nome dos irmãos a
pratica através da fábrica de fraldas para doação aos carentes assim como tantas
outras campanhas de alimentação e agasalhos desenvolvidas durante o ano, feitas de
tal forma a que, o que a mão esquerda fizer a direita não lhe toma conhecimento, pois
é esta discrição que realmente respeita e não humilha a quem recebe.
A nossa satisfação na caridade consistirá pela defesa do fraco, contra o forte, uma vez
que a Sabedoria não está em castigar os erros, mas em procurar-lhes as causas e
afastá-las.
A Caridade se manifesta no bem pensar, no bem agir e no bem falar, porém nos meus
parcos conhecimentos a beneficência que julgo maisw proeminente é o ato de falar, de
aconselhar, porque muita gente na verdade precisa é de orientação para prover seus
próprios meios e com isso estaremos afastando esta pessoa do perigo do ócio que é
um vício devastador.
Todo maçom instruído sempre correrá no socorro aos aflitos, que sejam os
deserdados pela fortuna ou os perseguidos pelos infortúnios, porém há que avaliar a
real necessidade da beneficência, se de palavras ou metais.
Ora, conforme o Livro da Lei, quando formos prestar contas dos nossos atos ao
GADU, não haveremos de ser julgados só pelo mal praticado, mas, também, por todo
o bem que deixamos de fazer!
A filantropia é como o Sol, espalhando luz (ensino) e calor (conforto) por toda parte
onde atingem seus raios vivificantes, não se limitando apenas a um círculo restrito de
amigos ou afeiçoados, mas para todos àqueles que a necessitam e até onde a
beneficência possa alcançar.
Portanto Caridade não é mera virtude simbólica e conceitual, mas é uma atividade que
no dia-a-dia precisa ser exercitada junto aos irmãos e as pessoas que precisam do
nosso auxílio.
O Amor Fraterno é paciente, tolerante e, indistintamente ele busca ouvir a todos que
precisam da ajuda material e/ou espiritual e este, repito, muitas vezes mais edificante,
porque reconduz o desgarrado ao seio da sociedade, fazendo-o a se reencontrar.
Toda palavra de conforto é capaz de aliviar o fardo de quem está a ponto de sucumbir
sob o peso da própria cruz. E esta é a caridade interagindo num plano mais elevado
do Amor Fraterno.
O maçom terá que adquirir grande força moral sobre si mesmo e ser assíduo aos
trabalhos da Loja, estar em dia com suas obrigações financeiras, ser amigo dos seus
irmãos, e portar-se como cidadão filantrópico que sabe que a beneficência é a virtude
búdica por excelência.
Quem representa em loja a caridade é o Irmão Hospitaleiro, que no nosso caso a anos
incontáveis está a cargo do nosso Irmão Bem Hur, uma pessoa fina e com dons mais
do que provados para desempenhar esta atividade, sobre tudo no momento de levar
palavras de conforto ao povo maçônico ou aos que nos são afetos.
Como nossa prioridade é com a família maçônica, nenhum trabalho sobre a caridade
pode ser considerado completo sem explicar o porquê do tronco de beneficência,
como o próprio nome explicita e tem por propósito socorrer os necessitados, que é a
nossa mais sagrada obrigação.
Sendo que sua benfazeja ação deve-se processar sem alarde e, no silêncio do
anonimato, inclusive, respeitando-se à autoestima das pessoas que merecem a nossa
ajuda.
Mas só quando tudo está Justo e Perfeito é que, naturalmente, flui a beneficência
maçônica e sendo o maçom um pedreiro, podemos intuir que a verdadeira obra da
maçonaria é a construção moral do homem.
O ser humano é o Templo vivo onde habita a alma imortal. Sendo que a mesma alma
com o perene lapidar da Pedra Bruta, trabalha incessantemente para que a pedra
polida e sem arestas possa se encaixar com perfeição no Edifício Social.
Como o obreiro é o maior patrimônio de uma Loja, para o progresso e fortalecimento
da própria Ordem é que, devemos cuidar melhor do nível de instrução daqueles que
são nossos semelhantes por afinidade de ideais, e em cujos ombros repousa o futuro
da maçonaria.
A doutrina maçônica, como disse nosso Ir. Isaac Newton se apoia em dois
sustentáculos extremamente simples: o amor a DEUS e o amor ao HOMEM, coroa da
criação, que leva em si a Divindade e, inexoravelmente, caminha com ela para
eternidade.
O iniciado sabe que ao colocar sua mão vazia dentro do Saco de Solidariedade,
jamais poderá almejar, com tudo justo e perfeito, os constantes benefícios oriundos da
paz, saúde e prosperidade.
O incauto pode tentar mentir para Deus, talvez até engane o venerável e os irmãos da
sua oficina, mas nunca enganará a si próprio.
Ora, só pode receber os benefícios da Boa Obra, quem prática a máxima de que é
dando que se recebe.
Pois, segundo diz a sabedoria ancestral, a quem realmente tem, muito mais lhe será
acrescentado; mas a quem nada tem até mesmo o que aparenta ter lhe será tomado.
E, neste mister, que o omisso perdeu a sua oportunidade de semear o bem, portanto
não receberá da Egrégora os fluidos positivos emanadas das boas ações!