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Só se compra o que tem preço, o restante

se conquista
Vivemos em uma sociedade que valoriza o que se pode comprar, por isso é muito fácil
confundir o material com felicidade. A verdade é que isto nos faz acreditar que
podemos conseguir qualquer coisa se tivermos posses materiais. É como se tudo tivesse
um preço e você pudesse comprar com as suas moedas ou notas.

No entanto, é mais rico quem tem mais? Nem sempre. Se estivermos falando de
riqueza emocional, tudo fica diferente: é mais feliz quem pode apreciar as pessoas do
seu convívio, os pequenos prazeres e as colheitas semeadas com esforço.

Assim, as emoções que a vida nos traz não são rotuladas em euros, dólares ou reais,
mas precisam ser conquistadas. A diferença é substancial, como mostraremos abaixo.

Os bens materiais são momentâneos


É verdade que o material facilita a nossa vida e pode nos proporcionar momentos
felizes. No entanto, esta é uma felicidade momentânea: as riquezas materiais podem nos
livrar das necessidades vitais, como a fome ou diminuir o sentimento de tristeza, mas ao
longo do tempo, não aumentam o nosso bem-estar psicológico.

Por esta razão, é preciso considerar a facilidade com a qual nos tornamos escravos dos
bens materiais. Colocar um preço em tudo é um meio para tornar nossa vida mais
confortável, mas também é muito perigoso: ver nos bens materiais um fim em si
mesmo é claramente um sinal de escravidão.

Uma pessoa não pode ser definida pelo que tem, mas pelo que ela é: julgar uma
pessoa pelas suas posses pode nos dar uma visão distorcida e geralmente mais
injusta diante de tudo o que ela pode nos oferecer.

“A maioria dos luxos e muitos dos chamados confortos da vida não são indispensáveis,
mas constituem um obstáculo para a elevação espiritual da humanidade.”
-Henry D. Thoreau-

É bom estar ciente do que realmente nos importa e do seu valor espiritual: conquistar as
pessoas, apaixonar-se pelo mundo e fazer com que este, por sua vez, se apaixone por
nós. Dessa forma, vamos atrair a felicidade duradoura e a alegria sincera.

O que é substancial não tem preço


De que adianta ter todo dinheiro do mundo se não tivermos ninguém com quem
compartilhá-lo? Charles Dickens nos deu uma prova disso no seu Conto de Natal: dar é
muito mais gratificante do que ficar obcecado por algo que não nos trará nenhuma
alegria.
Podemos ser muito felizes se em vez de pagarmos pelos nossos sonhos, nos
esforçamos para conquistá-los. Além disso, no futuro, nos sentiremos plenos e
satisfeitos com nós mesmos por perceber o quão longe podemos chegar.

“E do que adianta possuir as estrelas? Isto me torna um homem rico. E do que adianta
ser rico? Sendo rico, posso comprar mais estrelas.”
-Antoine De Saint Exupéry-

O mesmo acontece quando se trata de conquistar as pessoas, não apenas no sentido


amoroso: desde nossos pais até os nossos filhos, passando pelas amizades e pelos
nossos amores. Valorizar o outro faz bem à alma e ao coração.

A felicidade não pode ser comprada, ela é conquistada


Não hesite e comece a conquistar agora tudo o que você sabe que nunca poderá
comprar, mas está ao seu alcance. Precisamos perder o medo de sair da nossa zona de
conforto para mostrar o que somos sem restrições e aprender com aqueles que nos
rodeiam. Não é mais rico quem mais tem dinheiro, mas sim quem alcança
realizações para si mesmo e para os outros.

O simples fato de desejar ser feliz não lhe trará felicidade: cada conquista requer
coragem, muito amor, valentia e alguns fracassos. Lembre-se de que para se sentir rico
você precisa listar tudo de maravilhoso que tem e que não poderia comprar.

“O dinheiro pode comprar apenas coisas materiais, como alimentos, vestuário e


habitação. Mas é preciso mais. Há males que não podem ser curados com o dinheiro,
apenas com amor.”
-Madre Teresa de Calcutá-

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A minha paz interior não é negociável


Naquela manhã ela se levantou como em qualquer outra, mas ao lavar o rosto, sabia que
alguma coisa seria diferente. Estava diante do espelho e alguma coisa lá de dentro,
como uma força profunda, tinha uma mensagem para ela: “Sou a sua paz interior e
você precisa começar a cuidar de mim.”

Ela havia passado alguns meses verdadeiramente difíceis e tinha perdido o gosto por
qualquer presente ou gesto agradável que os dias pudessem lhe oferecer. Contudo, sabia
que essa voz interior começava a fazer sentido: era hora de estabelecer prioridades,
de redefinir uma hierarquia; aquela com a qual lidava naquela manhã tinha se
apagado havia tempo.

“Se não há paz dentro de nós, de nada serve procurá-la fora.”

-François de la R.-
É possível que houvesse ao seu redor milhares de obstáculos impedindo-a de
desenvolver a arte de se cuidar, mas por fim havia compreendido que olhar por ela e
para ela, pelo menos uma vez por dia, lhe daria um melhor bem-estar. Além disso,
seria um lembrete na sua memória dizendo: “é a hora do dia de você sair da área do
bosque onde se encontra, subir no balão e olhar de cima”.

Para todos os freios, asas


Ao longo do dia foi refletindo pouco a pouco. Primeiro começou a ser consciente de
como é complicado seguir o propósito que havia traçado: vivemos em uma sociedade
que nos obriga a nos relacionarmos e que nos mantêm constantemente ocupados,
fazendo com que nossas próprias mentes não considerem nossos interesses de uma
forma explícita. Como se cuidar deles, de forma consciente e intencional, fosse um
pecado: o melhor indicador de que somos egoístas.

Mas não era só isso. Tinha brigado com os monstros mais terríveis que existem e que
fizeram com que o medo, a ansiedade e a tristeza se apoderassem do comando da
sua vida. Eles haviam ocasionado prantos, tristezas e rupturas internas.

Também tivera que enfrentar decisões equivocadas, circunstâncias delicadas, momentos


duros que escapavam das suas mãos. Por entre seus dedos, como se fosse água.
Também não podia se esquecer das vezes que havia caminhado com os olhos
encobertos por causa de pessoas que queriam viver duas vidas, uma delas a sua.

Contudo, os melhores propósitos da vida não são fáceis, portanto este também não
tinha por que ser: a dor tinha sido inevitável e até valiosa, mas já era hora de que o
sofrimento deixasse de fazê-la perder um tempo que não voltaria jamais.

Escolha o que você quer ser


Nesse instante ela se lembrou de uma coisa que havia lido há um tempo: que somos o
que pretendemos ser e que, portanto, é preciso escolher isto muito bem. Era
justamente o que precisava para conseguir estabelecer prioridades: fazê-lo supunha agir
de acordo com elas e afastar a dissonância que a mente provoca em relação às atitudes.

“A felicidade é a experiência espiritual de viver cada minuto com amor, graça e


gratidão.”

-Denis Waitley-

Começou por uma decisão: deixar para trás o que a amarrava ao chão, dizer para si
mesma um pouco mais que era especial. No fim das contas era a defensora dos seus
sonhos, a melhor aliada da sua autoestima, e tinha consigo gente que, com seu carinho,
não deixava de iluminá-la.

Queria ser alguém que compreendesse que a sua paz interior passava por encontrar o
seu lugar no mundo e por se manter conectada a ele: sorrindo para a padeira que
vivia a duas quadras quando fosse comprar dela, agradecendo os pequenos detalhes,
distribuindo carinho aos seus. Somente assim o equilíbrio voltaria e os monstros já não
fariam tanto barulho.

A paz interior não é uma possibilidade, é um direito


Nos dias seguintes percebeu o que, de verdade, aquela profunda voz interior que
havia ouvido queria dizer: tinha direito de estar bem e isso não era uma
possibilidade negociável. Tinha que lutar pela sua serenidade, pela sua calma e paz
interior, dado que só assim seria capaz de ir encontrando um pouco de felicidade entre
tantas sobras.

“Os maus momentos vêm sozinhos,

mas os bons, é preciso encontrá-los.”

-Dulce Chacón-

Valia a pena encontrar a forma de consegui-lo, especialmente porque o estado de bem-


estar lhe permitiria ver que a paz interior é um “habitar em si mesmo”, sabendo que
você é feliz com o que tem, com o que faz e com o que compartilha. A partir de
então, prometeu não deixar de se olhar no espelho a cada manhã, assim nunca se
esqueceria.

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5 segredos para amar, segundo um


monge budista
O amor é e continuará sendo um mistério que jamais decifraremos por
completo. No entanto, é possível compreender algumas de suas arestas. Os budistas, por
exemplo, nos oferecem alguns segredos para amar e desfrutar deste sentimento.

Os segredos para amar, segundo os budistas, não são algo do outro mundo, mas uma
simples aplicação do bom senso. Um enfoque que tem ênfase na capacidade de amar
e não tanto na possibilidade de despertar o amor nos outros.

A realidade nos ensina que tudo aquilo que semeamos é também o que vamos colher.
Por isso, se elevarmos nossa capacidade de amar, a consequência disso será que
também sejamos amados, que o que nos dão deixe de ser importante e que o que
podemos dar se torne relevante. Tenha em mente estes cinco segredos para conseguir
isso.

“Não machuque os outros com o que lhe causa dor”.


-Buda-

1. Compreender, um dos segredos para amar


A palavra “compreensão” do amor vai além de um simples fato intelectual. Ela abrange,
é claro, aspectos racionais, mas se estende muito além disso. Significa entender com a
cabeça, mas principalmente com o coração. Desenvolver sensibilidade suficiente para
perceber as necessidades físicas e emocionais do outro. Também para respeitá-las e
tentar satisfazê-las.

Compreender é um dos segredos para amar, pois implica ser capaz de ver o outro em
seus próprios termos e não nos nossos. Perceber e intuir suas vulnerabilidades e suas
carências. Vê-lo como alguém que não é perfeito e que tampouco deve ser julgado por
isso.

2. Fazer com que o coração evolua


Um dos segredos para amar é cumprir primeiro com os compromissos que temos
com nós mesmos. O primeiro deles é aprender a ser feliz e a estar bem, sem a
necessidade de ter um parceiro ao nosso lado.

Não podemos responsabilizar o outro pela tarefa de nos fazer felizes, de preencher
os nossos vazios ou de satisfazer as nossas necessidades. Quem não é capaz de
encontrar a felicidade por si mesmo não a encontrará através de outra pessoa. Talvez a
pessoa acredite nessa ilusão, mas mais cedo ou mais tarde ela descobrirá que nada pode
preencher o vazio da ausência deixada por não ser.

3. Ser nobre
A nobreza e a bondade formam uma força esmagadora. Às vezes muitas pessoas
pensam que é bom quem tem um coração fraco ou um caráter frágil. Isso não é verdade.
Ser bom com os outros é uma decisão nascida da convicção e da força. No entanto,
é também um dos segredos mais decisivos para amar os outros.

A nobreza é caracterizada por buscar o bem dos outros, bem como buscar o seu próprio
bem. Não causar danos deliberada ou desnecessariamente. Ser capaz de simpatizar com
o sofrimento do outro e estar disposto a prestar apoio sempre que possível. Uma pessoa
boa atrai a bondade dos outros.

4. Não ter amores passageiros


A expressão “amores passageiros” é contraditória por si mesma. O amor nunca é
passageiro. Ele sempre deixa marcas. O que existe às vezes é o desejo de ter
aventuras e romances fugazes, que brindem o prazer sexual ou alimentem o
narcisismo, sem que impliquem compromissos ou sofrimentos.

Quando alguém quer levar sua vida desta forma, o que a pessoa realmente deseja é
que a vida não a toque. É como querer nadar enquanto observa a água da costa. É
possível que ela alcance seu objetivo de tocar a água sem se molhar, mas no fim isso só
aumentará ainda mais o vazio que carrega por dentro. Há um ponto em que isso não só
não satisfaz, como também faz com que a pessoa sinta uma espécie de desgosto de si
mesma e dos outros.
5. Reconhecer os quatro elementos do amor
Segundo os budistas, o amor tem quatro componentes essenciais. São
eles: bondade, compaixão, diversão e serenidade. Incorporar esses aspectos em um
relacionamento é um dos segredos do amor que nunca falham. Cada um deles é
indispensável.

A bondade promove relacionamentos respeitosos e atenciosos. A compaixão permite


construir lealdade mútua e um profundo senso de comprometimento. O sofrimento
é compartilhado e, com ele, é criado um vínculo indestrutível. A diversão, por outro
lado, significa principalmente buscar a variedade e a amplitude das experiências
compartilhadas. A serenidade é a base da tolerância e da boa comunicação.

Como podemos ver, os segredos para amar são acessíveis para todos, mas eles
exigem que a pessoa tenha interesse e disposição suficientes para cultivá-los. Eles
não nascem espontaneamente, mas devem ser desenvolvidos com muita paciência. Seus
frutos são muito doces e, portanto, merecem o esforço.

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03 princípios budistas para se sentir


melhor
Muitas vezes, você pode pensar que a vida é muita injusta com você e que todos os
seus esforços para mudar essa situação não apresentam um resultado positivo.

Hoje, quero compartilhar com você um momento de reflexão, convidá-lo a respirar


fundo, olhar para dentro de você mesmo e descobrir três princípios budistas que lhe
farão sentir-se melhor. Esse conhecimento interior lhe permitirá mudar qualquer
situação ou qualquer coisa que deseje.

“Ninguém nos salva a não ser nós mesmos. Ninguém pode e ninguém deve nos salvar.
Nós mesmos devemos percorrer esse caminho.

-Buda-

Dukkha: a insatisfação, decepção e sofrimento


Devido ao dogma budista “a vida é sofrimento”, muitas pessoas acreditam que esta
doutrina tem um caráter negativo ou pessimista. Mas não é bem assim.

Explicada dentro do contexto adequado, significa que segundo o budismo “a vida nem
sempre é suave e agradável, ela requer cuidados”.

Os budistas acreditam que somos responsáveis pelo nosso sofrimento e pelas


situações difíceis que enfrentamos. A origem desse sofrimento é o fato de que nós não
procuramos entender o nível espiritual de todas as coisas e não conhecemos o
lado emocional da nossa vida.

No mundo ocidental, temos a tendência de compartilhar a vida com um sentimento


contínuo de perda, tristeza, cansaço, tédio e ansiedade.

Para superar cada um desses sentimentos, nos ensinaram a consumir drogas e trazer
maus hábitos para a nossa vida, em vez de tentar solucionar o problema. Preferimos
camuflar a dor; isso aumenta o sofrimento e gera mais insatisfação.

Como usar essa filosofia no seu dia a dia?

Não seja tão exigente com a vida. Doenças, sofrimentos e morte são uma parte natural
da vida; temos que aprender a aceitar e permanecer no presente, no aqui e agora.

Não tente alcançar uma vida perfeita. Superar as dificuldades nos traz um grande
aprendizado.

Quando aceitar a imperfeição da vida, sofrerá menos decepções. Dessa forma,


conseguirá liberar sua intuição e deixar de lado o estresse diário e as experiências
desagradáveis.

“A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”.

-Buda-

Anitya: a vida está em constante movimento


Anitya ou transitoriedade significa que a vida está em constante movimento.

Segundo o Budismo não podemos retornar ao passado, tampouco visitar o futuro. Tudo
isso é uma ilusão.

Toda manhã, quando você acordar, vai perceber que mudou um pouco em relação ao
dia anterior. Biologicamente nós crescemos e continuamos mudando a cada dia, assim
como nossos pensamentos e consciência.

Se você se conscientizar de que tudo muda, o desconforto diário que você pode estar
vivendo começará a diminuir.

Se acreditarmos que não existe nada que dure para sempre, perceberemos que o mal
também acaba.

Mas, o que acontece quando você está feliz? Não quer que esse dia termine. Temos
muito medo do que pode acontecer…

Vamos analisar essa situação de uma outra forma: se a felicidade pode se acabar,
então vamos aproveitá-la ao máximo.
Se você conseguir compreender a impermanência da vida e o seu lado positivo, se
sentirá livre.

Tudo o que temos é o agora.

Como integrar esse pensamento em sua vida?

Desfrute e celebre as mudanças. Não tenha medo de que as coisas desapareçam um


dia.

Dizem que tudo o que é negativo desaparece da nossa vida e tudo que é grande e bom
chegará em seu coração se souber sentir e se alegrar.

Você e sua essência são os melhores presentes que você pode oferecer. Aproveite e
aprenda a ser você mesmo a cada dia da sua vida.

Anatma: mudamos todos os dias


Na nossa cultura ocidental aprendemos a sentir que existe um “eu verdadeiro”, mas não
sabemos onde.

O budismo se baseia no fato de que não existe um “eu constante”. Se você entender
que tudo muda, aceite que também mudamos todos os dias.

Não seremos mais os mesmos a menos que a intenção seja essa, e nossa vida nunca
mudará para melhor se nos esforçarmos excessivamente.

Como usar esse conhecimento?

Concentre sua energia em se reinventar a cada dia, em vez de se esforçar para


encontrar o seu “verdadeiro eu”.

Não existe um “eu constante”, mas existe um “eu” aqui e agora, um “eu” que pode
mudar a qualquer momento, porque nossos estados emocionais mudam.

Aproveite a sua vida hoje; amanhã tudo será diferente. Em cada momento você é
uma pessoa diferente com o poder de conseguir tudo o que deseja, realização e paz
interior.

“Seu mundo é a expressão viva de como você está usando e tem usado a sua mente”.

-Earl Nightingale-

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O amor segundo o budismo


O amor segundo o budismo é totalmente diferente do amor segundo o
Ocidente. No primeiro contexto, ele é definido como um sentimento puro que é dado a
outro ser vivo de forma desinteressada, sentindo também o bem-estar absoluto em saber
que não causou dor ou sofrimento a ninguém, mas colaborou para gerar alegria no
outro.

No Ocidente, o amor é um conceito ambivalente que requer a presença da outra


pessoa, reciprocidade e pertencimento. Pode ser considerado ambivalente porque,
embora por um lado exija a satisfação do desejo dos outros, por outro lado, não menos
importante, concentra-se no eu. Nós falamos, portanto, de um amor “menos
desinteressado”.

Aqui encontramos dois conceitos que, nas palavras de Sigmund Freud, embora o objeto
de amor busque ser protegido, também deve ser conservado como próprio e pode
ser alvo de ofensas e queixas à medida que é separado de si.

Isso acontece porque as pulsões de vida e de morte têm uma relação dialética entre
si. Não é possível conceber o amor separado do ódio. Precisamente, de acordo com a
teoria psicanalítica, a pulsão de vida, que busca unir e conservar, está ligada à pulsão de
morte, que busca destruir e separar. Ambas têm a propriedade de que se retroalimentam
naturalmente.

As principais características sobre o amor segundo o


budismo
O amor segundo o budismo não tem nada a ver com a concepção estabelecida no
Ocidente. Na verdade, uma das suas características fundamentais é a capacidade de
sentir compaixão pelo outro. Desta forma, todos os seres vivos teriam que ser
absolutamente respeitados.

Além disso, a concepção budista estabelece que a intenção do amor deverá ser a
mesma que a fé, a qual busca iluminar, o que também permitiria a liberação do
sofrimento que rodeia o amor ocidental. Trata-se de um desejo genuíno de bem em
relação ao outro, compartilhando a energia e os recursos próprios.

A bondade e a benevolência como uma parte


significativa do amor
O amor segundo o budismo é caracterizado pela bondade e benevolência, mas sem
ter que se apegar à pessoa, que definitivamente é o que a posteriori causa o sofrimento.
Para praticar o amor segundo o budismo não é necessário se apegar a nada, porque esta
é uma tarefa impossível: nada permanece estático, tudo muda e se transforma.

A doutrina afirma que a felicidade e a plenitude residem apenas no interior e só


podem ser compartilhadas a partir deste lugar, mas nunca em sua totalidade: a
dependência não faz parte de sua filosofia.
O amor segundo o budismo supõe que é inesgotável, já que a energia que oferece
pertence ao cosmos e não ao indivíduo em si. Se o amor não possui as características
acima mencionadas, o budismo estabelece que há uma projeção egoísta das próprias
necessidades.

“Os ensinamentos sobre o amor oferecidos por Buda são claros, científicos e
aplicáveis. O amor, a compaixão, a alegria e a equanimidade são a própria natureza de
uma pessoa iluminada. São os quatro aspectos do amor verdadeiro dentro de nós
mesmos e dentro de todos e de tudo”.
-Thich Nhat Hanh-

Alegrar-se verdadeiramente pelo outro, sem qualquer tipo de suspeita, é outra


característica que definiria o amor verdadeiro. Por último, ele deverá ser equilibrado
e medido, para que não consiga convulsionar a alma e se transformar em dependência.

Entender o amor verdadeiro em relação a outro ser humano a partir do ponto de vista
oriental talvez seja uma tarefa difícil, devido a toda bagagem cultural que recebemos e
naturalizamos ao longo da vida. No entanto, tentar praticá-lo é uma excelente
maneira de desfrutar tudo que somos capazes de oferecer.

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8 caminhos para acabar com o


sofrimento, segundo o budismo
O budismo tem uma maneira muito particular de lidar com a dor. Esta filosofia
incentiva a crença de que é possível acabar com o sofrimento, embora ele seja uma parte
inevitável da vida. Porque, embora a vida traga a dor por si mesma, não estamos
condenados a sofrer passivamente.

Segundo os budistas, para acabar com o sofrimento, a primeira coisa a fazer é


aceitar que ele existe. A vida de todos os seres humanos, mais cedo ou mais tarde, é
tocada pela dor. Resistir só aumenta o sofrimento.

Agora, aceitar a dor não significa resignar-se. O budismo afirma que a dor nasce do
desejo e que, por isso, aprender a renunciar ao desejo é o caminho mais rápido para
acabar com o sofrimento. Por sua vez, esta filosofia indica que existem oito caminhos
que devem ser praticados livremente para que a paz e a harmonia prevaleçam nas nossas
vidas. São os seguintes:

1. Discernimento justo: o primeiro caminho para


acabar com o sofrimento
A melhor forma de ser justo é justamente não julgar. Antes de decidir se algo é bom ou
ruim, devemos tentar entender a fundo a sua natureza. Muitas pessoas agem de maneira
equivocada. No entanto, quem somos nós para julgá-las?
Para acabar com o sofrimento, é necessário adotar uma atitude compreensiva ao invés
de julgar. Não compete a nós avaliar, aprovar ou condenar os comportamentos dos
outros. Nem eles podem julgar as nossas ações.

2. Definir propósitos nobres


Existe uma grande diferença entre estabelecer metas de sucesso e estabelecer
metas nobres. As primeiras são inspiradas por um desejo de exaltação individual, que
muitas vezes nos deixa vazios no final. O nosso próprio triunfo merece o nosso aplauso,
mas tem alguma transcendência para o universo?

Os budistas, por outro lado, nos convidam a definir propósitos nobres. É uma maneira
de acabar com o sofrimento porque eles sempre nos levam a satisfações profundas que
são compartilhadas por outras pessoas. Sentir-se útil e transcendente dá mais sentido aos
nossos esforços.

3. Seja honesto e prudente com as palavras


A palavra dá vida e também machuca. Constrói e destrói. Quando a palavra nasce de
uma alma pura, geralmente é um bálsamo para o mundo. Transmite compreensão,
carinho e fraternidade. Ela conforta, motiva e exalta os maiores valores da vida.

No entanto, às vezes a palavra também pode ser usada para mentir ou machucar alguém.
Ninguém pode ser feliz se prejudicar os outros através da palavra. Mais cedo ou mais
tarde, isso se reverte e volta com mais força contra a própria pessoa.

4. Não machuque ninguém e não se exceda


Existe um princípio que está presente em praticamente todos os códigos éticos das
diferentes culturas. Este princípio é o de não matar ou ameaçar a vida dos outros.
Além disso, isso não se aplica apenas ao corpo físico, mas também, simbolicamente, se
estende para o lado espiritual.

Para acabar com o sofrimento é importante não machucar ninguém, pois esta seria uma
grande contradição. Do mesmo modo, qualquer forma de excesso ameaça o nosso
bem-estar e, portanto, deve ser evitado. Para alcançar a harmonia é preciso manter o
equilíbrio no nosso modo de vida.

5. Garanta a sua subsistência graças ao seu próprio


esforço
Não é adequado tentar construir um estilo de vida onde o nosso sustento seja derivado
de algo diferente do nosso próprio trabalho. Quando isso acontece, o sentimento de
orgulho pessoal fica diminuído e alterado.

O trabalho transforma os seres humanos e os torna pessoas melhores. É uma forma de


construir dignidade, de crescer e servir aos outros. A ociosidade, mais cedo ou mais
tarde, provoca insatisfação e angústia. Ficamos estagnados e desperdiçamos as nossas
melhores virtudes e habilidades.

6. Cultive as virtudes
Não é possível acabar com o sofrimento se não adotarmos um caminho de constante
evolução. A virtude, em um sentido geral, não é algo que cai do céu, é fruto de um
cultivo paciente. Nasce como resultado do esforço contínuo.

Cultivar a virtude também nos dá um sentimento de maior amor próprio. Perceberemos


que somos pessoas que estão em um processo de aprendizagem e crescimento.
Estaremos abertos a críticas e erros, e veremos tudo isso como oportunidades para
evoluir e crescer.

7. A observação sem julgamentos


Se quisermos acabar com o sofrimento, é necessário permanecermos atentos às
mensagens que nosso corpo envia. Isso nos adverte sobre os desequilíbrios que
acontecem no nosso dia a dia. O corpo nos alerta sobre os estilos de vida que podem ser
prejudiciais.

Além disso, é conveniente que nos tornemos observadores atentos e sem


preconceitos diante da nossa própria maneira de agir. Não se julgue, nem se aprove
ou se castigue. Em vez disso, é importante que nos vejamos com os olhos inocentes de
quem está em um processo de se conhecer cada vez mais.

8. Aprenda a acalmar a sua mente


Quando a mente é levada pelas emoções, ela perde o seu poder. Se tudo permanecer nas
mãos de sentimentos ou paixões descontroladas, acabaremos provocando situações que
nos causarão mais sofrimento.

Cada pessoa deve encontrar mecanismos que a ajudem a acalmar sua mente em
tempos de dificuldades, medo ou angústia. Quando você age sob a pressão dessas
influências negativas, comete muitos erros. Por isso é importante aprender a lidar com
elas.

Os oito caminhos para acabar com o sofrimento são o resultado de uma sabedoria
milenar. Eles também são um guia pontual para enfrentarmos o mundo e a vida.
Aplicados regularmente, nos levam ao equilíbrio interior, harmonia e paz no coração.

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