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MÓDULO

PSICOPATOLOGIA 01
Neuroses – Depressões –
Ansiedades
Prof. Jesiel Gomes
Psicanalista

Registro Sobrap: 1135


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Psicopatologia
Psicopatologia: patologia da psique (alma, espírito, mente) definição do que
é normal ou doença, a psicopatologia precede a Psicanálise;
Psicopatologia é um campo que cria os problemas levanta as questões a
Psiquiatria, Psicologia e Psicanálise compartilham do mesmo campo com
posições diferentes dialogam sem sobrepor; (ex. campo comum as
psicoses), a psicanálise oferece uma resposta entre outras aos problemas;
Nosologia vai produzir teoria sobre a doença e o tratamento. Em Freud a
psicanálise também é uma nosologia (estuda e classifica as doenças);
A Psicanálise tenta resolver através de seu objeto de estudo (inconsciente),
a psiquiatria com os remédios, a psicologia com o Ego (psico-terapia). Cada
um com sua nosologia, a Psicanálise tem seu próprio campo de investigação
e é nele que devemos nos guiar.
Psicanálise e DSM
Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais criado pela Associação
Americana de Psiquiatria (APA) em 1952, com o objetivo de unificar as
diferentes, pesquisas e diagnóstico em um código aceito mundialmente, que
posteriormente foi incorporado ao CID (Código Internacional de Doenças);
DSM-1 1952 com 106 transtornos, DSM-5 ultima edição 2013, 992 páginas mais
de 300 transtornos, revisão março 2022 DSM-TR;
O DSM 1 e 2 tinha toda a base da Psicanálise, nos anos 50 e 60 a psicanálise
tinha um discurso dominante dentro da psicopatologia, sendo a maior fonte de
produção teórica para os psiquiatras;
Em 1973 no DSM-3, a psiquiatria começa a excluir os quadros que a
psicanalise tinha colocado (neurose histérica, angustia) a relação com o outro
que a psicanalise pregava que seria a fonte dos sintomas; (ateórico)
O lugar da Psicanálise
Nos anos 70 com os novos antidepressivos e com a chegada da neurociência, o
sofrimento passa a ser entendido como um déficit de produção de
neurotransmissores, doença que da no cérebro e precisa ser recompensado
com medicação, para repor o que seu corpo não consegue produzir;
Patologia (insônia, ansiedade, depressão) passa ser tratada por mensageiros
químicos; (tab. Periódica, Não tirar medicação, Campo Psicose)
A Psicanálise deixa de ser entendida como ciência a psiquiatria abraça as teorias
do ego americana que prometia recuperação mais rápida dos doentes, este
fechamento da psicanálise a ajudou a manter seu campo de estudo de forma
independente sem ser engolida por outra disciplina; (análise leiga 1926)
Precisamos levar a Psicanálise novamente ao seu lugar de destaque,
dialogando com outras disciplinas, mas não se submeter e sim mostrar que nós
temos algo a dizer; (arte, ciência, política, linguística) Ex. (campo do autismo)
Neuroses x Transtorno
Na Neurose trabalhava com o termo descritivo e compreensivo do fenômeno o
termo transtorno é de um viés ateórico que a partir do DSM 3 e 4 fez a supressão do
termo neurose substituído por transtorno;

Alterações das neurose para Transtorno:


Neurose de angústia (Transtorno de Ansiedade) TAG
Neurose traumática (Transtorno Estresse pós Traumático)
Neurose histérica (Transtorno de Personalidade Histriônica)
Neurose obsessiva (Transtorno Obsessivo Compulsivo “TOC”)
Neurose fóbica (Transtorno ou Síndrome do pânico)
Metapsicologia - Nosologia
Criação de Freud, conhecimento base da psicanálise, conhecimento sobre o psiquismo,
estudo aberto em formação e revisão que dialoga e é compatível com a ciência; (sem
as artes, religiões, filosofias e politicas) (IPA)
Textos de Freud metapsicologicos:
Estudos sobre Histeria, Método catártico Freud/Breur 1895; (Anna Ó)
Projeto de psicologia científica para neurólogo 1895; (impulsos neuronais)
Interpretação dos Sonhos Cap. VII 1900: Desejo infantil recalcado, retorno aos traços
minemicos de percepção, condensação e deslocamento;
Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901), Os três Ensaios sobre a teoria da sexualidade
(1905), Introdução ao narcisismo (1914), As pulsões e seus destinos (1915), Luto e
melancolia (1917), Além do princípio do prazer (1920) Pulsão morte, Inibição, Sintoma e
Angústia 1926, este é uma revisão completa da sua metapsicologia;
Freud campo comum da psicanálise sem pender para lados; (Metapsicologia: lacaneana,
Winiccotiana, Klainiana, Laplanche, Bion etc)
Princípio do Prazer x Princípio da Realidade
Principio do Prazer: (Proj.1985) Lei fundamental do aparelho psíquico livrar
das quantidades, buscando um esvaziamento "eliminação das tensões", a
realidade externa é desprazerosa para o bebê; (luz, barulho, dor, fome)
Principio prazer do Id: A criança só quer prazer “narcisismo” ela é o centro,
comer, beber, dormir, prazer imediato, rápido é isso que o sistema está
programado; (crianças querem sempre as mesmas histórias, docinho
recompensa) adulto/orgasmo “distensionar” (prazer na repetição)
Princípio da realidade: Efetua no Eu/Ego uma evolução que vem barrar o
principio do prazer, busca a satisfação mas da forma aceitável pela
sociedade (sublimação), controla os impulsos, posterga a gratificação; (mãe
não é minha, trabalho ruim, responsabilidade) (Início do recalque) (confr. c/
realidade externa)
Pulsão em Freud
Pulsão em Freud é instinto (trieb) comum a biologia da época, ele não quis separar do
instinto o que ele propôs foi um conflito no ser humano entre estas pulsões;
Instinto não pode ser modificado é igual hereditário, padrão de comportamento, que
não é aprendido, o animal nasce o homem é ensinado; (abelha, vaca fome de)

No humano não existe o mesmo comportamento em todos da mesma espécie, é


contra esta noção biológica que devemos saber distinguir instinto de pulsão: Mulher
instinto de maternidade, Instinto de sobrevivência, Macho protege a fêmea, instinto
agressividade, desejo/fantasia não tem objeto natural; (LGBT) (relig. Ética/moral)

Nós não lidamos diretamente com o mundo externo, mesmo que o corpo estiver
trazendo o estímulo, a pulsão vai traduzi-los, por este motivo, cada um reage de maneira
singular frente o pulsional ex. (sono criança, depressão, TPM, adolescência, velhice,
paisagem, beleza) (ligar a uma representação)
Além do Princípio do Prazer
Principio do prazer, problemas clínicos, como explicar a busca do sofrimento, da dor,
busca que elevam os estímulos do aparelho psíquico; (masoq., superego, melancolia);

Texto Além do Princípio do Prazer (1920): O organismo não quer irritação ele quer a
quietude de onde saiu, o inorgânico (morte), a pulsão eleva a tensão na busca por uma
satisfação (punição, compras), agindo como uma força constante buscando zerar a tensão
no sofrimento ou destruição; (relógio) (satisfação/prazer)

Os destinos da pulsão (1914): Conflito entre Pulsões do Eu (auto conservação/Principio


da Realidade) e Pulsões do Id (Sexual) ex. olho só queria enxergar, mas a pulsão sexual
quer ver o erótico ai vem o conflito e a cegueira histérica; (não posso ver a mãe nua)

Princípio da constância/equilíbrio: Em 1920 Dualismo, (Pulsão do Eu e Pulsão Sexual)


passam a ser denominadas Pulsão de vida; (Eros) e Freud acrescenta em sua teoria a
Pulsão de Morte (Thanatos); (ICS. não busca o bem estar, o princípio é prazer/desprazer)
Destino das Pulsões
Existe uma energia contida que precisa de uma representação para poder
sair, o trabalho do aparelho psíquico é ligar a pulsão a representação,
quando mais você liga o afeto a uma representação mais o sujeito
protegido está, mais o Eu cumpriu o seu trabalho; (ideias, imagens) Ex.
(escolha do objeto Sexual)
“O Objeto é o elemento mais variado da pulsão, não estando
originalmente ligado a ele, mas lhe sendo subordinado apenas devido a sua
propriedade de tornar possível a satisfação”; Ex. Compras
Mudar o modo pela qual a pulsão se satisfaz (não precisa satisfazer para
toda vida na fobia ou na obsessão com seus pensamentos ruminantes, atos
repetitivos e sem sentido), temos abertura para rever nossos modos de
prazer, livrar-se deste prazer sádico, ele não esta determinado como no
animal, esta é a esperança clinica; (Pulsão de morte não é destino)
Neuroses Definição
Neurose deriva da palavra grega nêuron (nervo) com o sufixo oásis (doença, anormal),
trata-se de um transtorno emocional, também conhecida como psiconeurose ou distúrbio
neurótico, conflito Psíquico sem lesão orgânica, reação exagerada do sistema nervoso;

Em Freud a neurose é causada pelo recalque gerado pela angústia da Castração


promovida pelo complexo de Édipo; (Lei)

Como nos comportamos diante da Lei da castração irá definir nossa estrutura clínica;
Neurose (Obsessiva, Fóbica, Histérica) ou Psicose e Perversão; (modo de ser)

Na infância todos passam por neuroses mas conforme vai crescendo é normal que elas
não tenham mais efeito devido a maturação adulta, mas muitos permanecem com os traços;
Neurose de Angústia/Ansiedade
Angst em alemão (temer/medo, pânico, ansiedade, angústia em português);
Habitualmente, os psicanalistas empregam os termos “angústia” e “ansiedade”
de forma indistinta, porém creio que cabe alguma distinção.
O termo ansiedade tem relação com “ânsia”, isto é, uma apreensão exagerada
em relação ao futuro a angústia é um sofrimento relacionado ao presente;
Sintomas da ansiedade: Descarga de adrenalina provocando irritabilidade,
palpitação, tensão, falta de ar, diarreia, pensamento de antecipar ameaça ou
perigos futuros, impulsiona a agir, fugir, fazer algo; (falar em publico, perder o
emprego, “e se não der conta”, provas, encontro) (aparece objeto)
Ansiedade realística: (medo de perder o emprego, passar rua escura ser
abusada) perigo real; Ansiedade neurótica: (rua cheia ao meio dia e ser abusada,
medo de elevador, falar em público, dirigir) este medo que esconde alguma coisa;
A ansiedade é progressiva até chegar a TAG; (min, dias, meses) (filme de terror)
Neurose de Angústia
Angústia deriva do latim angor, que quer dizer “angustura”, estreitamento,
apertamento;
Sintomas da angústia: aperto no peito, dor, pressão, pensamento de não saber o
que fazer, paralisação, encolhimento, as vezes focado no passado, coisas ruins;
O termo “neurose de angústia” consiste em um transtorno clínico que se
manifesta sob uma forma permanente, ou em momentos de crise; (anormal)
; Na angústia há uma característica de indeterminação, ausência de objeto,
normalmente disparadas mediante algumas situações especificas; (inconscientes)
Alguns sintomas descritos com nomenclaturas como a síndrome do pânico ou a
fobia, (diferenças)
Pânico é a conversão gerados pelos picos de ansiedade ou angústia;
Pânico pode ter ligações, mas não deve ser confundido com fobia:(tem objeto)
Síndrome / Transtorno do pânico
Sintomas: Pensamentos relacionados a morte iminente, doença incurável, descontrole,
vai ficar louco, dor no peito “bola no peito”, taquicardia “ter infarto”, dispneia suspirosa
“sufocamento”, suor (alarme falso, o pânico é uma rajada de adrenalina disparada na hora
errada) súbito de repente (Filme de terror) dura no máximo 30 minutos; (de 0 a 100)
Medo a preocupação que ela volte é um dos motivos de temor;
Por mais assustador que seja, não pode te fazer mal fisicamente: (Estratégia TCC)
Passo 1- Ter um script e treinar como fazer, roteiro dos pensamentos e sensações que
que são passageiros e pelos quais já superou; (diminuir combustível)
Passo 2- Aprender a respirar, treinar antes, falta de oxigênio causa formigamento,
sensação de sair do corpo, desmaio; ( Objetivo: Diminuir a velocidade da respiração)
Passo 3- Movimentar o corpo, andar prestando atenção aos músculos do corpo, aos
passos, olhar e observar o que está olhando, encostar em algo gelado, Obs. Fazer nesta
ordem; (o resultado pode não ser 100% na primeira vez devido a falta de treino)
Inibição, Sintoma e Angústia
Texto marca uma virada na teoria de Freud, até 1923 em o eu e o id ele falava
que o ego era assujeitado um escravo "o eu não é senhor em sua própria casa".
Neste livro ISA, Freud da entender que a pulsão não é tão perigosa assim, ele
inverte a teoria toda isso causa estranheza olha o eu de volta aí; (rejeição ao Inc.)
Freud faz vários adendos em sua teoria para costurar com as descobertas de
Otto Rank sobre o trauma do nascimento, após está publicação vai haver uma
bifurcação na história da psicanálise com Hartmann, Ana Freud e seguidores com o
recuo de Freud diante do poder pulsional do inconsciente;
O que mudou neste texto:
1- Empoderamento do eu; (Eu tem maior força sobre Id)
2- Consequências teóricas para o fortalecimento do eu; (psicologia do ego)
3- A pulsão sexual não é tão perigosa assim; (perigo interno para externo)
Primeira Teoria da Angústia (nosologia)
Textos: Sonhos, Estudo sobre histeria, 03 ensaios, Destinos da Pulsão (1915);
A pulsão é um estimulo interno que se transformou em perigo externo;
(necessidades vitais Id.), o outro me defende das pulsões internas das quais não
tenho condições de defender sozinho (frio, a dor, a fome este outro materno vem
me acolher) Édipo, então a angústia vem das Pulsões;
A angústia é causada pelo recalcamento, ele desfaz o trabalho que o aparelho
psíquico organizou (ligar pulsão a representação) e o afeto que estava ligado a
representação sendo desligado regride ao estado de angústia de excitação; (Afeto
desligado é a angústia; (pulsão sem representação) (Desejar a mãe) (hipnose)
Freud nunca abandona a primeira teoria é como se ele sustentasse duas teorias
antagônicas;
Proposta Otto Rank Angústia
A angústia esta ligada ao trauma do nascimento, se tenho problemas
neuróticos é porque não elaborei o trauma; (parto difícil, primeira respiração)
Para Freud nem toda Angustia/Ansiedade está ligada ao trauma de
nascimento, ele admite que partos difíceis excedem a capacidade de
excitação do psiquismo, mas descarta como condições da Neurose; (se fosse
assim todos que tivessem partos difíceis apresentariam doenças neuróticas)
O problema na teoria do Hank é que no nascimento o Eu não pode ser
traumatizado, já que ele ainda não foi constituído, então este registro mnêmico
fica no psiquismo;("Eu morro" verbo inconjugável o Eu não presencia a morte ou
o desmaio); (Constituição do Eu) (Cicatriz, calcificação) (Pag. 9 eu e o id)
Para Freud o que gera Angústia não é o desamparo biológico ele apenas serve
de modelo onde o Eu irá se constituir, O Eu se desenvolve em meio a angústia
por isso o ambiente tem que ser importante para ajudar o Eu; (casos borderline
Cisão do Eu, psicose x neurose sem lesão orgânica)
Segunda Teoria da Angústia (nosologia)
Texto 1926: A angústia é um perigo externo que se transformou em estímulo
interno; Freud: “Atentando para os perigos da realidade o Eu é obrigado a
pôr-se em defesa contra certos impulsos instintuais do Id, a tratá-los como
perigo;” Perigo Antes: (Dormir ou Matar mãe, pai, irmão, “antes da
moralidade”) Perigo Depois: (perda do amor, castração); (ambos são
perigosos) (mal estar c.)
Eu parte do Id modificada pela realidade externa, proteção que o psiquismo
constituiu para se proteger da realidade externa;
Por medo do rompimento desta camada protetora, o Eu resgata a
experiência vivida no nascimento e utiliza como sinal para forçar o
recalcamento, dispara os sinais de angústia, (Dor peito, taquicardia, medo da
morte, enlouquecer) “se você continuar me apresentando estes desejos, você
irá sofrer estás consequências”, os desejos da pulsão seriam bons mas não
conciliáveis com os desejos do eu; (pânico como defesa) conflito pulsional.
Neurose de Abandono / Desamparo
O desamparo que a Psicanálise trabalha é o psíquico (desamparo do eu perante
o pulsional/desejo) não é o desamparo frente ao mundo, natureza, a morte, universo
de onde vim para onde vou;( pó das estrelas)
O desamparo começa nos primeiros choros da criança, que implora pelo outro;
Brincadeira da mãe “esconder o rosto” seria uma forma do bebê ir amadurecendo
elaborando a presença/ausência da mãe sem sentir desespero (ISA pag. 120)
O Eu, que viveu passivamente o trauma, repete ativamente uma reprodução
atenuada, dosada do mesmo, elaboração, para ele “passar de passivo para ativo”,
nos preparando para o futuro; (fort “longe”– dá “perto”) (Relações Objetais)
Nem todos irão se deparar com o desamparo passam por perdas sofrimento mas
superam rápido, (ambiente bom), princípio estoico budista; (homem do barril/status)
Neurose de Abandono / Desamparo
Os pais irão projetar na criança o desamparo de suas próprias fantasias “sem
mim ele vai morrer, na creche vai ser roubado, agredido, precisa ficar perto da
mãe/pai, não larga da minha mão, terá tudo o que eu não tive”, estás fantasias
contribuem para reabrir a passividade originária, os traços mnêmicos, que será
vívido como desamparo, antes não tinha nome agora o Eu criou; (Deus, mãe, pai)
O desamparo representa o perigo que a perda traz consigo, quando perde este
amor, perde um pedaço de si, “porque não me ama, o que não tenho, o que eu fiz,
sem o outro não sou nada, vou morrer, fui abandonado”, busca infinita da
segurança perdida, incapacidade de elaboração que leva a: (dependência
emocional, remédios, perda trás dor luto, preciso me cortar)
O passado precisa ser revisitado em análise para chegar a origem da Angústia;
Neurose de Abandono (Caso 01)
Angústia automática: (biológica) o sujeito experimenta uma situação de
desamparo psíquico, não foi amado (temos evidências, “cisão”), direcionamento
clínico: apoiar o analisando (você pode ser amado, amável) está criança tem que
ser bem acolhida pelo analista, reconhecer o que ele está fazendo, está é a direção
neste caso. Freud: “o analista oferece está condição este ambiente seguro para
que o desejo possa aparecer;” (cn)
Direcionar para o paciente não ficar esperando o amor da mãe ou do pai este
amor pode vir do amigo, do companheiro, do aluno, do professor, padrasto está
vindo ele não precisa depender que venha dos pais;
Auxiliando o Eu, ele adquire poder sobre o Id reprimido (o eu deve advir onde
antes era o Isso) derrubando barreiras que ele mesmo construiu, deixando os
impulsos tomarem seu curso; (está tudo bem odiar, desejar seus pais, em análise
suas fantasias podem aparecer não tem perigo igual quando você era criança)
Neurose de Abandono (Caso 02)
Angústia como sinal: (psicológica) da perspectiva do sujeito, este teve
amor, mas sente como se não tivesse tido, (ambos aconteceram), neste caso é
mais complexo é o “Campo da Neurose”, não elaborou a Neurose infantil, tudo
remete ao fato de não ter sido amada o Eu diante de qualquer ameaça de
desamparo, dispara sinal de angústia; (demanda de amor) (compulsão a
repetição)
O objetivo da análise seria desmontar está fantasia que irá se manifestar na
transferência (você não me ama, se esqueceu de mim, tem pacientes mais
interessantes, não gosta de me ouvir, eu sou chato, como é que me aguenta) a
pessoa cobra um amor incondicional tem que amar o tempo todo, acha que
faltou; (A mãe do meu namorado é melhor, minha mãe não me ama suficiente);
(mais irmãos/ mãe trabalha)
Neste caso apontar para ela ver seu narcisismo seu ideal de amor que tem
que ser do jeito que ela quer, neste caso não precisa ajudar ela reconstruir um Eu
que se reconheça como amável, igual ao primeiro caso;
Neurose de Destino
“Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai
chamá-lo de destino.” (Carl Jung) (Deus)
Bem feitor abandonado faz bem pelos ingratos; (causam mau a ele depois)
Termina uma relação e começa outra semelhante “dedo podre” (Traição)
Trabalhos ruins sai de um acha outro igual mudou a atividade; (mesmo chefe)
Se relacionam com narcisistas “no começo ele não era assim”, se depreciar
o tempo todo seria vergonhoso, colocar a culpa no outro das ações de seus
próprios desejos; “Ele falava você é, feia, burra, gorda, cheia de estria”
(novinhas) (Necessidade de auto punição/diferenciar)
(Conselhos/responsabilizar/vitimizar)
Neurose Traumática
Trauma só existe se houver um Eu e se respeitar os 2 tempos, são caracterizados por
eventos intensos: (guerras, acidentes, assaltos, perdas traumáticas) elevando a tensão do
aparelho psíquico a um nível que ele não estava preparado, causando sua desorganização;
(Trauma rompe, rasga a proteção do Eu causando um registro no psiquismo) (cicatriz)
Exemplo 2 tempos: As ameaças sofridas por Hans, de que teria seu “faz-pipi” arrancado
e que primeiramente não causou nenhum medo, mas, só depois, num segundo momento,
nascimento da irmã (ela não tem “faz-pipi”) as ameaças de castração eram reais; (neurose
infantil)
Exemplo 2 tempos: Após assistir um assalto, desenvolveu sintomas de pânico, (não
queria sair na rua), se recordou que enquanto acontecia o assalto escutou de alguém no
ônibus “nessa vida a gente não é ninguém”, depois associa a frase à cena da infância
(assaltante mata vizinho a tiros) ele ficou caído no asfalto e seu pai disse: olha só que
horror, “nessa vida a gente não é ninguém” estava vivo ontem, saiu na rua hoje e morreu;
Esse raciocínio ajuda em não tomarmos a situação traumática relatada como sendo a
única cena, ou até mesmo a cena causadora;
Repetição do Trauma (TSPT)
Após o trauma há uma repetição da vivência desprazerosa que não esta ligado
ao princípio do prazer, são gatilhos que podem trazer de volta memórias do
trauma acompanhadas por intensas reações emocionais e físicas; (Lembranças
repentinas “flashbacks”), Sonhos de angustia “pesadelos”
A repetição se deve ao fato do aparelho psíquico (Eu) não conseguir vincular esta
energia a outras representações, então ele produz sonhos, angustia para poder
preparar o aparelho mental, com o objetivo do sujeito encontrar um caminho para
elaborar, articular a outras representações e produzir um novo significado; (o Eu
repete com menor intensidade como mecanismo de defesa) (fort- da) (Eu resolva)
Pode acontecer que após esta experiencia intensa, aconteça uma doença um
dano físico grave, pois a doença ajuda o Eu a tirar a energia da repetição e se
concentrar na doença; (Libido na dor) (dente, fobia) (prazer desprazer)
Sintoma na medicina e na Psicanálise
A Psicanálise importou o nome sintoma da medicina, mas este não deve ser
confundido a ponto de colocar ambos no mesmo nível; (Ex. dor cabeça, inflamação
garganta, dor de barriga) saber separar isso como doenças pontuais;
O sintoma da Psicanálise não quer dizer que a pulsão irá provocar determinada
doença, mas quer dizer que alguns recalcamentos irão produzir sintomas buscando
no organismo partes já enfraquecidas como destino da energia psíquica; (alergia)
Procurar tratamento médico e se curar não entra em contradição com a teoria da
Psicanálise, o que temos que observar na clínica é quando os pacientes se
apossam do sintoma o sujeito não quer se desvencilhar dele; (diabético, pressão
alta, insônia, inflamação garganta constante, dor de barriga constante ) insistem no
erro; (sou assim é meu) (minha dor)
Sintoma / Inibição
Freud chega a colocar sintoma e Inibição como uma única coisa o que nos
confunde! Então quanto o sintoma incidir sobre as funções do eu (Eu retira uma
parte dele mesmo) podemos chamar de Inibição, quando o sintoma não afeta as
funções do eu podemos chamar só de sintoma em geral; (Fobia/Gastrite)
O Eu tenta adaptar, acolher o sintoma em seu conjunto, as vezes não dá certo,
porque o sintoma colocado para substituir a angústia, passa a exigir mais satisfação
(imperativo) causando um desprazer no Eu, sendo insustentável manter este
sintoma o Eu substituí por outro e isso pode ser mortífero; (pessoas que vivem
doentes, psíquicas ou orgânicas)
Quando o sujeito vem para análise é porque o sintoma que ele criou está gerando
mais angústia do que ele esperava, (Tirar o sintoma pode gerar uma crise de
angústia sem limites) Freud diz que o eu busca fazer uma formação de compromisso
com o sintoma; (para a analise, aula, frustração do analista) (resistência do analista)
“Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda”
Sigmund Freud.
Inibição
O Eu não pode proteger-se de perigos internos o Eu só se protege do que vem de fora,
podendo rechaçar o perigo interno somente restringido sua própria organização (sede sua
casa) admitindo a formação do sintoma em compensação por prejudicar a pulsão; (ou seja
o Id vai se realizar) (retorno do recalcado, sonhos, inibição, sintoma)
IMPORTANTE: O psicanalista deve orientar o paciente a buscar o tratamento de um
especialista médico, tomar remédio se houver recomendação; (descartar causas orgânicas)
Inibição Sexual: (sexologia)
• Vaginismo: medo da mulher de sentir dor na penetração, mesmo estando fisicamente
saudável, (absorvente, sexo) (educação repressora/higiene, abuso)
• Anorgasmia: não ter orgasmo, não sentir prazer; (só p/ ter filho, não se tocar)
(Rokitansky)
• Disfunção erétil: (diabetes, pornografia/fantasia, Édipo)
Tipos de Inibição
Inibição do trabalho: (Cansaço excessivo, físico e mental, Insônia, Dificuldades de
concentração, etc..) Possibilidades: forma de protesto contra o trabalho as vezes
explorador (sintomas sofre mas se livra), Burnout; (Forma do sujeito se posicionar)

Inibição Intelectual: Dificuldade em aprender determinada matéria; (pai era contador)


Inibição Social: (T. Ansiedade Social “Timidez”), é uma inibição que deriva da ansiedade
causada diante do olhar do outro, do medo de estar exposto, se comunicar com os outros,
não a impede de expor; ( fazer pergunta na aula, criança recebe demasiadas criticas,
julgamentos por seu jeito de ser, imagem negativa de si, fofoca) (introversão)
Inibição de se tornar adulto: Se recusam a sair da casa dos pais, 40 anos e moram
com os pais, local seguro que o mantem longe de seus desejos; (comprar apartamento, ou
estou cuidando dos pais mil desculpas) (não generalizar)
Neurose Fóbica
Medo é reação psicológica e fisiológica que surge em resposta a uma ameaça ou
situação de perigo real; (animais selvagens, assalto, risco de perder a da vida)
Fobia é um tipo de perturbação caracterizado por medo ou aversão persistente a
um objeto ou situação, não segue uma lógica, é incoerente com o perigo real;
(todos podem ter medo mas uns travam por fatores determinantes limitando a vida)
Existem diversos tipos de fobias, classificadas em 3 grupos principais:
• As Fobias específicas (simples), são as mais comuns e focam objetos
específicos tipo; Animais: (aranha, cobra, sapo, lagartixa, cavalo) e Objetos:
(Sangue, injeção, dentista, altura, avião, elevador), Fobia Social e Agorafobia;
Entre no Link: https://www.atlasdasaude.pt/lista-de-fobias para conhecer todas as
Fobias;
Origens da Neurose Fóbica (nosologia)
Freud analisa a fobia no caso do pequeno Hans, como desvio do objeto pulsional
causado pela angustia de castração; (crianças com fobias superam com o tempo)
Por via de regras a fobia se estabelece após o sujeito ter tido um ataque de
angústia/pânico pela primeira vez (na rua, no trabalho, medo castração)
O Eu cria um sintoma que permite, impedir a chegada da angústia, desta forma o
que acontece na fobia é uma deformação do, perigo real (angústia da
castração/trauma/desejos) para perigo irreal fóbico (Galinha, cavalo, Barata) isso
eu consigo evitar; (conflito teoria médica o sintoma tem uma função)
Fobia originadas de traumas: (rompimento da camada protetora), que encontrou
sua representação no objeto fóbico aleatório; (Infantil “Ics” /Adulto “Consc. assalto)

Fobia como deslocamento da angústia produzida pelo “trauma do nascimento”;


(barata, superação ou registro mnêmico cor vermelha) (hipnose/representação)
Fobia Social / Inibição
A fobia social é o medo de ser humilhado, julgado ou envergonhado na frente de
outras pessoas ou receio de estar ofendendo alguém, pode estar relacionado a
sentimentos de inferioridade e baixa autoestima, levando a pessoa abandonar a
escola, evitar fazer amigos, conseguir um emprego, esses sintomas são tão fortes
fazendo a pessoa evitar se expor a situações temidas; (diferente da timidez)
Podem ser acompanhada por depressão ou abuso de substâncias; (álcool, drogas)
A timidez mal administrada pode com o tempo desencadear a fobia social, se a
pessoa tímida aprende lidar com os sintomas, expõe-se a situações que lhe dão
vergonha, não vai ficar pior, podendo com o passar do tempo eliminá-la;
Passando a primeira angústia infantil, substituída depois pela angústia de
castração que irá introjetar o Supereu como consciência moral dando total poder a
ele a angustia de castração evoluí para angústia de consciência, angústia social;
(baixa auto estima, crenças) (perigo externo)
Fobias / Inibição
• Agorafobia: Pessoas que sofrem ansiedade por estarem em lugares ou situações
das quais pode ser difícil escapar, como estar no meio do mar, numa multidão em
um local fechado ou num elevador; (nascimento, trauma infantil, adulto, objeto
aleatório, desejos, medo de outro ataque de pânico)
Nesta fobia o medo de sair de casa ou da convivência social o eu desenvolve uma
regressão a um tempo em que estava protegido dos perigos; (ISA pag. 66/67)
Homofobia: Do radical grego hómos (significa semelhante) associado à palavra
fobia, medo, ou pavor do igual do parecido. Podemos conceituar como rejeição à
homossexualidade, (orientação sexual), envolvendo as vezes uma atitude violenta
de alguns indivíduos; (crenças, retorno do recalcado, destruir o objeto “ideal do Eu”)
Transtorno Obsessivo Compulsivo (T.O.C.)
Campo da psiquiatria, pensamentos agressivos, de autopunição, pensamentos
indesejados incluindo temas sexuais ou religiosos: O Transtorno Obsessivo Compulsivo,
é um distúrbio de ansiedade descrito no DSM, a O.M.S. aponta que 2,5% da
população mundial sofre de TOC, sendo no Brasil, mais de 4,5 milhões de habitantes
diagnosticados;
Dividem-se em duas partes, nomeando à doença (obsessão e compulsão):
Na obsessão, uma série de imagens, pensamentos e ideias vêm à cabeça insistente
e repetidamente (pensamentos agressivos, de autopunição, pensamentos
indesejados incluindo temas sexuais ou religiosos); Na compulsão, busca se livrar
da própria ansiedade causada pelos pensamentos indesejados por meio de rituais e
comportamentos repetidos e irracionais; (Obsessão por limpeza, medo de
contaminação, organização rígida, necessidade de ordem e simetria; (modo gradual)
Neurose Obsessiva Origem
Campo da Psicanalise: Em Freud está ligado a castração (complexo Édipo), mas pode ser
a própria educação de um pai/mãe obsessiva; (uma criança bagunceira para um pai/mãe
obsessiva é o inferno), (nada esta bom)
A passagem da fase anal sádica para fase fálica/genital (histérica) é atrapalhada por um
fator constitucional, mantendo o sujeito fixado na fase anal sádica; (regressão permite o
impulso anal ser realizado, ex. trauma, falta de expressão ou excitação anal) (forma de
ser/estrutura)
A ideia de Freud é que na fase genital a libido (Eros) e a pulsão de morte (Thanatos) se
uniriam ficando mais articuladas na fase fálica, com a regressão elas continuam desligadas,
(a integração amor e ódio não foi vivida devido a regressão), Ex. (isso eu odeio, isso eu
amo, isso é meu, isso é do outro, isso é de menino, isso é de menina) não há um meio
termo; (Klein relações objetais)
Tese obsessivo superego rígido, cruel que vai fazer as proibições para expiação da culpa,
gerando uma espécie de satisfação com isso; (mais punição mais satisfação)
Neurose Obsessiva na época era um adoecimentos típicos dos homens;
Obsessivo Conflito de ambivalência (TOC)
Não tem como se relacionar com o objeto sem ser ambivalente, não é possível abrir mão
do amor e do ódio, estarão presentes e ao mesmo tempo; (Casal, filho, pai)
É muito comum que pacientes com TOC acreditem que, se deixarem de cumprir o ritual,
algo terrível poderá acontecer; (compulsão a repetição) (H. dos Ratos 1907)
Duas formas de defesas: (Isolar e Cancelar, Tornar não acontecido, desfeito), uma ação
que executa é imediatamente sucedida por outra ação que para ou desfaz a primeira, ele
quer realizar o desejo (erótico ou agressivo) e se punir por isso, desfazer o que foi desejado,
fazer desaparecer; Ex. Freud: (Desejar “Morte/Odiar/Transar) (pai, mãe, irmão, filho)
Faz, depois desfaz, mato mas preciso desmatar, ((lavar as mãos, contar passos,
apagar/acender a luz, fechar/Abrir a porta, desligar/ligar o gás) (P. Prazer/Realidade)
("desejo impossível")
Obsessivos tem uma fixação nos comportamentos, são inflexíveis consigo mesmo e com
o outro, sentem-se melhor que outras pessoas (honesto, honrados) quando as coisas saem
do lugar, os afetos aparecem;
Neurose Obsessiva Ganhos secundários
A necessidade de controle levará o Obsessivo a controlar tudo ao seu redor (trabalho,
objetos (livro/cor roupa), o outro) isso é dessexualizar/sublimar; (continua sexualizada)
A neurose obsessiva está pronta para o princípio da realidade (renuncia ao afeto), está
pronta para o trabalho, trabalha muito e faz bem feito e organizado, bibliotecários,
engenheiros, são extremamente obsessivos, estes modelos são bem acolhidos na
sociedade e passam despercebidos seus sintomas; (estrutura / DSM)
Ausência de desconforto, para ele está tudo bem (super organizado, estudioso faz tudo
certo), nestes casos a angústia nem comparece o ego está adaptado ao sintoma, o
narcisismo está sendo atendido; (funcionário do mês, paraíso obsessivo)
Exemplo de adaptação ao sintoma: Atleta que segue tudo certinho as regras, segue sua
pulsão anal de controle e vira modelo de vitória, tem um ganho que alimenta seu narcisismo,
(nadar, correr, jogar futebol), ganho secundário ligado ao prazer; (Mudaria isso em análise?)
Para a sociedade o sujeito está funcionando bem, mas para o sujeito está ruim; (vida sem
afeto, sem prazer)
Neurose Obsessiva Acumulação
Temos o obsessivo que é muito bem vindo ao capitalismo, acumula dinheiro, objetos que
é o que o capitalismo deseja da gente, saber diferenciar isso da pessoa que vive para
acumular; (Elon Musk, minimalista) (Acumular dinheiro não gastar nada)
Acumulo patológico é o que leva a irracionalidade, (caixa de leite, potes de vidro, rolo do
papel higiênico, Tupperware, livros) caixas cheias, acha que vai precisar se pedirem ele
diz que vai usar, e vai empilhando dentro da casa, da trabalho tratar, ele vem
encaminhado por alguém da família que não aguenta a bagunça dele;
Poetas, escritores, estudiosos, críticos literários, quando a relação com o livro ou jogo se
torna patológica, ele não socializa só pensa em ler, o outro para ele é um outro de papel, se
relaciona por meio dos personagens do livros ou dos jogos, porque eles estão sobre seu
controle e não verão seus impulsos sexuais e destrutivos; (afeto)
Possibilidades de reduzir o lado patológico da obsessão: (A defesa esta causando mais
angústia), (Tentar juntar os afetos, o objeto é o mesmo “a mãe é a mesma o pai é o
mesmo”) encontrar formas simbólicas de realizar este tipo de desejos), (trabalhar as crenças
para flexibilizar o superego), Acumulação pode ter um gatilho ex. Perda da mãe forma de
manter ela através dos objetos;
Tipos de caráter
Alguns tipos de caráter encontrados no trabalho psicanalítico (1916), se dividem em 03
partes (as exceções, os fracassados pelo êxito e os criminosos movidos pelo sentimento
de culpa), fixações pulsionais, forma do sujeito funcionar; (ex. anal avareza)
As exceções: seriam pessoas que não querem renunciar, irão se recusar (já renunciei o
bastante e não vou renunciar mais nada) sofreram acidentes, traumas deficiência física e
por isso não estão mais dispostos a renuncia;
Quero uma recompensa por isto que aconteceu comigo e usa isso como álibi para
justificar, o outro é devedor de algo a mim; (que é impagável)
Quer tudo no tempo dele do jeito dele, é um tipo de perversão, narcisismo, segundo
Freud todos em algum grau exigem reparações do outro pelo que sofreram durante a vida;
ex. (Passou por traição, abandono, sem recursos financeiros, acha que falta beleza)
Freud fala da inveja mulher que culpa a mãe por não ter o privilégio dos homens, mulher
é vagabunda, jovens homens podem ter maior liberdade sexual a mulher não; (machismo)
Tipos de caráter: Arruinado pelo êxito
Arruinados pelo Êxito ou fracassados pelo Êxito (Neurose de Fracasso ou de
Destino) (ex. pag. 262)
Diante da possibilidade ou da realização do desejo (passar em um concurso, ser
promovido no trabalho, namorar alguém, alcançar uma melhor posição social)
diante desta situação na qual o desejo é realizável, o sujeito cai em depressão ou
da um jeito de perder o que conquistou; (paradoxo clínico)
Possíveis caminhos para explicar esta situação, um é de que os desejos do
inconsciente pegam carona "você consegue realizar um desejo tão difícil como
este” então também poderá realizar o desejo de seu inconsciente que você
abandonou; (Saber de sua potência de realizar o desejo é disso que ele não pode
dar conta) o Eu seria dilacerado;
Outra possibilidade seria que chegando aos objetivos, alcançar o sucesso “ficar
rico, virar juiz” o desejo recalcado poderia ser realizado; (Inibições de auto punição,
superego) (potencializa o que já é)
Tipos de caráter: Arruinado pelo êxito
Neurose de destino: Minha família é assim mecanismo de culpa por ter conquistado algo
que seus afetos não conquistaram levam a angústia;
Quando se diz a uma criança que ela nunca será nada, ela integrará esta programação e
se um dia alcançar o sucesso, inconscientemente, pensará que este sucesso não é justo;
Outra interpretação que dialoga com está tese tem haver com nossos ideais burgueses
artificialmente constituídos (casa, carro, família, filhos) após a realização o sujeito se
depara com o vazio, os ideais alcançados não cumprem o papel que eles deveriam
cumprir, “promessa cultural”, vende isso como caminho; (Poderia ter conhecido novas
pessoas, novos lugares, sem filhos, enfim se depara com o fracasso de suas conquistas
e talvez agora seja tarde para ele tentar recomeçar)
O psicanalista não deve acreditar nesta fantasia que o Eu está correndo atrás, precisa
ver se estes realmente são os desejos da pessoa, ou ideais imaginários que ela construiu
para fugir de seus próprios desejos “ideologia do sucesso” (coaching) (Nap.)
Tipos de caráter: Arruinado pela Culpa
O sujeito está vivendo sua vida comum, de repente vai cometer um crime
qualquer (furto, fraude, incêndio voluntário), tem a necessidade de cometer um
crime, mas ele não sabe explicar, o sujeito não é perverso;
Para Freud o sujeito tinha muita culpa anterior inconsciente oriunda dos desejos
edípicos ligados a sexualidade infantil (Desejar a mãe, matar o pai) e para mitigar
está culpa (fantasia) ele tem a necessidade de cometer um crime (roubar uma
gravata, padaria. Mercado) e quando ele é descoberto ele tem uma culpa (real);
(substituição)
É um paradoxo, pois a culpa sempre foi ligada ao consciente que é punido pelo
superego, a descoberta desta culpa inconsciente, tem como causa o conflito entre
Ego e Superego, para se livrar do desejo recalcado a saída é encontrar outra
representação para diminuir a tenção do aparelho psíquico; (está ligado ao
masoquismo) (leis punitivas)
Histeria na História
Sobre sua origem é citado como exemplo, os relatos de histeria presente em documentos
egípcios, escritos há 4 mil anos, eram mulheres que apresentavam diversos sintomas
associados a dores por todo o corpo, incapacidade de caminhar e até mesmo abrir a boca;

Acreditava-se que o útero se deslocava no interior do corpo da mulher, afetando o


funcionamento dos outros órgãos e causando os sintomas, por isso o nome “histeria”
derivado do grego “hister” que quer dizer útero; (nome não condiz é origem histórica)

Para prevenção da histeria, recomendava-se relação sexual; (receita em latim, dose pênis)

Charcot já tratava homens histéricos, houve um deslocamento do útero para o psíquico;


Histeria conceitos em Freud
Estudos sobre histeria (Freud, Brauwer) trauma de origem sexual "abuso" , sedução do
adulto despertando um sexualidade precocemente;

Carta a Fliess não acredito mais em minha neurótica “teoria da sedução”, em 1905 passa
ser teoria da sexualidade, (perversa polimorfa) que Brauwer não sustentou, Freud sim;

Excitações corporais da criança se transforma em fantasia envolvendo um adulto (inversão


ativo para passivo) (Freud/mãe), mulher seduz e depois diz que foi seduzida forma de não
reconhecer seu próprio desejo; (arma Histérica para identificar possível abusador)

A histeria tem haver com a neurose traumática a doença não está no corpo é um medo
pavor provocado pelo trauma real ou fantasiado, histeria era pandemia na Europa;
(sugestionáveis, igreja, epidemia covid, depressão, mudança sexo ) (hipocondria/dsm)
Bertha
Pappenheim
(Anna Ó.)
Estudos sobre Histeria “Berta Pappenheim”
Caso Zero: Anna O., pseudônimo atribuído a Bertha Pappenheim, paciente de Josef
Breuer que se tornaria o famoso caso relatado em “Estudos sobre Histeria”; (sem Freud)

Anna, era uma burguesa alemã, tinha uma personalidade forte, liderou movimentos
sociais de direitos humanos, civis e políticos em defesa das mulheres; (pais controladores)

Por volta de 20 anos , sofreu com a longa doença terminal do pai, gerando um quadro
de histeria, com sintomas como depressão, nervosismo, pensamentos suicidas, paralisia,
distúrbios da visão, da audição e da fala, impossibilidade de ingerir alimentos e alucinações
visuais, estados distintos de consciência: jovem relativamente normal/criança problemática
e teimosa; (este quadro praticamente a deixou inválida)
Estudos sobre Histeria “Berta Pappernheim”
O tratamento conduzido por Breuer era o método catártico e hipnose, ele ajudou Ana O. a
voltar a falar (mas na língua inglesa, mais tarde, francês e italiano alternadamente)
O caso de Berta se agrava, Breuer foi chamado ela estava em meio a uma crise, com
fortes dores de um parto histérico, “o bebê do Dr. Breuer está chegando ao mundo”, ele
abandona o caso, ela volta aos sanatórios; (Freud desaprova, não entende, transferência)
Após tratamento em muitos sanatórios, em 1888, seis anos após a rendição de Breuer, ela
estava então com 29 anos, deu andamento normal a vida publicando seus contos de fadas,
artigos e uma peça sobre a situação social da mulher. (muitas contribuições sociais)
Freud considera este o primeiro caso de tratamento pela psicanálise, por proporcionar um
crescente espaço de fala da paciente o método da associação livre, surgiria anos depois, a
própria Anna O. (Bertha) chamou o tratamento de “cura pela fala”, “limpeza da chaminé”;
Fanny von
Sulzer Wart
(Emmy Von N)
Estudos sobre Histeria: Fanny von Sulzer Wart
Emmy Von N (Fanny von Sulzer) , foi uma mulher nobre da Suíça, casou com um homem
mais velho, após a morte dele a família a acusava de envenenamento;
Passa a ter Sintomas: pânico, estresse, emoções à flor da pele, medo de animais, de
pessoas desconhecidas, dores gástricas, tiques nervosos, gagueira, mudanças de humor
(o que hoje alguns diriam “bipolaridade”) é diagnosticada com histeria;
Ela pedia que Freud parasse de falar tanto e a deixasse falar, outro insight para Freud,
sendo a base da técnica "livre associação" criada anos depois; (como tornar escritor 3 dias)
Método: Freud empregou inicialmente o Método Catártico (pressionava a testa) ou
Sugestivo, (pedia que o paciente se desvencilhasse dos sintomas);
Emmy disse ao final das sessões, “agora eu me sinto muito melhor”, Freud deixa de
hipnotiza-la e pede que fale livremente; (ainda pressionando a testa)
Ida Baue
(Dora)
Histeria: Caso Dora 1905
Dora era uma moça de 18 anos, foi encaminhada a Freud por seu pai em (1901); (carta)
Dora, desde a infância apresentava sintomas histéricos: (enurese noturna (xixi), falta de ar,
tosse nervosa, afonia (rouca), enxaquecas, depressão; (pai/tuberculose)
Quando Dora tinha seis anos, a família fez amizade com o casal, (Sr. e a Sra. K), a Sra.
K., cuidou do pai de Dora quando sua saúde piorava; (história triangulo amoroso, ela como
moeda de troca tendo ente 14 e 16 anos) “qual sua responsabilidade”
Dora reclama da violência dos homens contra ela (pai, Sr. K e Freud), para Freud ela
estava apaixonada pelo Sr. K (imposição) um não acolhimento da escuta; (contratransf)
Freud propõe a bissexualidade de Dora que se apaixona pela Sr. K. e pela governanta que
a usam para se aproximar do pai, pela disputa pelo pai; (mãe é Psicose dona de casa)
Uma das interpretações de Freud nesta na relação de Dora e seu pai seria o Complexo
de Édipo. Complexidade edipiana: 1⁰ amor pela Sra. k (amar como o pai), 2⁰ Sou amada
por amarem meu pai (traição), 3⁰ Ser amada como o pai (as mulheres precisam me amar)
Histeria: Caso Dora 1905
“Eu tomaria por histérica qualquer pessoa que em uma oportunidade de excitação
sexual despertassem sentimentos preponderante desprazerosos” (Recalcamento do
prazer, nojo asco, aversão), é correto clinicamente mas fora de contexto;
Na escuta clínica tem que ser acolhida esta rejeição que a histérica sente até
como uma forma de ter seu espaço preservado, se proteger diante das investidas
as vezes violentada por parte dos homens, ela poder não desejar isso é liberdade
para todos nós; (Desejos tem implicações)
Caso Dora é um espaço para o feminismo onde a mulher possa denunciar
abusos, dar uma opção de escolha de seus objetos pulsional; (se exibir não ser
transgredida)
A análise de Dora durou apenas três meses, não possibilitou investigações mais
aprofundadas;
Fantasia Histérica
Para Freud a histeria é a uma fixação à fase fálica, ao se deparar com a
percepção de que a mãe não tem falo, o mundo passa ser dividido entre fálicos e
castrados;
A feminilidade a ser invejada pela mulher histérica, seria uma feminilidade fálica;
A pessoa normalmente é extrovertida, dramática, comportamento, exuberante,
buscam chamar a atenção representando um papel de acordo com a “plateia”;
O dizer da histérica é quase sempre, “o outro é responsável por este lugar que
estou presa; (Dora) (estrutura)
A fantasia de sedução é a causa das dificuldades de sua vida amorosa, “quando
ele tiver o que quer, vai me abandonar” Gatilho: infidelidade foi traída ou
abandonada (pai ,marido) aí repete isso em suas relações; (reminiscência, naquilo)
Histeria na clínica
Escuta clínica não é só sobre os sintomas e sim a representação a história e os afetos
ligados a eles, como me comporto, posição que ocupo diante do outro, (ex. professor na
sala é um em casa outro, advogado médico), na histeria qual papel ela está representando?
(não amada, não desejada, da louca, filho que o pai não teve, mulher que o pai não teve);
É a partir do lugar que ela se coloca que podemos entender a verdade sobre seu
discurso, deste lugar impossível que para permanecer, faz-se necessário criar um
sintoma, representar um personagem, é nesta relação com o outro, que atua a Psicanálise;
Ela não pode deixar o lugar onde se encontra, pois é neste lugar que encontrou sua
posição, sua representação como sujeito desejado, este pequeno espaço no desejo do
outro que a faz sentir protegida e amada diante de um universo vazio; (pó das estrelas)
É aí que devemos trabalhar e muito na construção de um novo lugar onde ela possa
ser acolhida, amada por outras formas não mortíferas, sustentar seu desejo (o analista irá
ocupar na transferência o mesmo papel do lugar que a colocaram está é a esperança de
fazer um final diferente;
Transtornos alimentares
Os transtornos alimentares (TAs) são caracterizados por um distúrbio persistente do
comportamento alimentar, que resulta em consumo ou absorção alterados de alimentos e
prejudica significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial;

Os principais sistemas classificatórios atuais – Manual Diagnóstico e Estatístico de


Transtornos Mentais (DSM-5) e a Classificação Internacional de Doenças (CID-11)

No DSM existem dois Grupos: Restritivo (anorexia) e Purgativo (compulsão, bulimia)


com 08 diferentes transtornos, utilizando como critérios para diagnóstico as descrições
comportamentais e o IMC (Índice massa corporal)

Obs. Importante: Todos os transtornos alimentares devem ser tratados,


multidisciplinarmente (Psiquiatra, Clínico, Nutricionista, grupos de ajuda, família,
Psicanálise) e medicamentos se houver recomendação do especialista médico)

Nos transtornos ligados a imagem do corpo podem estar relacionados com a histeria ou
com a psicose, Freud trabalhou o conceito de alimentação como inibição do Eu;
Anorexia Nervosa
Distúrbio alimentar, caracterizado pela perturbação da imagem corporal, e busca
incessante de magreza, levando ao estado de inanição (sintomas), inicia geralmente na
adolescência, mais frequentes em mulheres; (alta taxa de letalidade)
Tipo de Inibição: Sentem-se paradoxalmente gordas, recusa alimentar, sempre de
dieta, corta todas as calorias, atividade física apenas para perder peso, medo de engordar,
peso corporal excessivamente baixo e perturbação na forma do corpo; (cultura anorexa)
Para psicanálise não existe o corpo real e sim o fantasmático, é a fantasia do corpo, na
anorexia não adianta mostrar uma gorda para ela entender, pois ela se fixou no corpo
magro, está fascinada pela imagem; (narcisismo)
A posição em relação a demanda do outro (coma, ganhe peso) é sentido como
imperativo invasivo, tentativa de controle (pais, médicos, amigos), levando o anoréxico a
exclusão do outro da sexualidade e desviando seu narcisismo para sua própria imagem;
A identificação é com está imagem e com as semelhantes; (grupos) "não deixem que
o outro te faça engordar, faça como eu a santa jejuadora; (místicas da fome/ imaginário)
Anorexia Nervosa (ligações)
Não e a falta de apetite é o relacionamento com a fome, com o nada, travam uma luta
moral contra as calorias, ganhos de satisfação com a perda de peso (jejuar cristão, das
santas, de Gandhi) é o compromisso com um propósito; (contrário dos obesos)
A imagem do magro tem uma representação do belo, do ideal, do bom, do modelo
perfeito; LGBT (padrão beleza, histeria falicização do corpo, desejo insatisfeito)
Pode ter ligação com experiência de abandono, nada mais da prazer, pessoa se sente
um nada; (é o que ela come)
Pode ter ligação com processos Edípicos; (Édipo, Naszio P.14) (Ser desejada)
Pode ter relação com a fobia deslocamento, alimento como mostro; (traços mnêmicos)
Diante de inúmeras possibilidades de construção dos sintomas a psicanalise oferece
uma escuta subjetiva, dentro de um ritmo seguro, procurando dar uma outra
representação a este afeto, desenvolvendo uma relação consciente com seu corpo e com
a comida;
Bulimia Nervosa
Episódios recorrentes (1x por semana, durante 01 mês) de consumo sem controle de
grandes quantidades de alimentos, acompanhados por sentimentos de culpa, depressão
ou aversão de si mesmo; (não é comer muito, mas em curto período)
Necessidade de Comportamentos compensatórios (vomito, laxante e academia)
forma de manter o corpo; (saciar a carência, depois é cobrado pelo superego) (ideal Eu)
Nas compras é muitas vezes planejado, traços dissociativos; (não percebi/não era eu)
A bulimia não é típica da adolescência mas no fim dela, por não haver perda de peso, ou
pouco sobrepeso, não se apresenta no corpo e por isso consegue esconder, passar anos
em segredo, (vem quando chega ao limite do sofrimento) se alimentam de forma saudável
são apenas episódios (uso medicação dietéticas, inibidor de apetite)
Bulimia, estar com o outro ser abandonado pelo outro, estar junto e estar separado, "eu
me aceito só que não, “você me aceita assim mas escondido eu sou outra" (ingerir e
expelir), um outro modo de dizer eu quero, mas não posso, eu desejo mas não devo
desejar; (ritual obsessivo) (pode levar a anorexia)
Compulsão Alimentar
É considerada um distúrbio alimentar caracterizado pela ingestão exagerada de
alimentos em um curto espaço de tempo, mesmo sem a presença de fome ou
necessidade física do alimento; (diferencia da bulimia sem métodos compensatórios)

Episódios recorrentes média é de (1 x ao mês, por 3 meses), atingem mais os homens


(1 homem para 3 mulheres), mais frequente entre adultos, pode levar a obesidade;

Ideal é separar compulsão da obesidade, na segunda é acumulo de gordura no corpo,


sem compulsão, comem menos, menos prejuízos funcionais, relatam menos sofrimento;

Na bulimia é fácil identificar os episódios, já na compulsão tem dificuldade de identificar,


nesta ausência fica difícil delimitar (ex. numero de dias e quantidade de alimento);
Compulsão Alimentar
Vem na clinica devido exames que mostram diversos sintomas que podem aparecer
com ganho de peso; (os quadros surgem normalmente após uma rigidez na dieta/nutri)
Comer por impulso e não por necessidade; (comida como forma de tapar o buraco
deixado pela falta) (Com-pulsão a repetição) (afeto sem representação)
O açúcar (glicose) age diretamente na fonte de prazer do cérebro, energia rápida
estimula o hipotálamo ligado a recompensa, picos de prazer vicia; (Comer por stress,
ansiedade, preocupação, excesso de responsabilidade, vida agitada, baixa energia; (o
cérebro quer prazer imediato) (principio prazer)
Carência afetiva, comendo estou com o outro, o alimento como companheiro, amigo,
seu parceiro de prazer que substitui as relações subjetivas e as vezes as sexuais;
Cirurgias bariátricas sem mudança de comportamento no transtorno alimentar não são
bons candidatos, as compulsões podem colocar em risco inclusive a cirurgia;
Evolução da Histeria
Transtorno pode começar na infância, (filho você é gordo, é magrela, come demais, não
come nada) quem dizia? Pais, mães, novela, Instagram o outro da cultura;
Sociedade narcísica foco na imagem, alimentação, dietas, manipulações do corpo
plásticas, Botox, silicone, anabolizantes, troca de sexo se proliferam nas redes sociais,
normas e regras que não podem ser questionadas atuando na formação da subjetividade;
As histéricas são retratos da sociedade, a sociedade evolui e hoje temos um retrato que
envolvem boa parte das mulheres, produz uma patologia diferente mas o sofrimento do
sujeito é o mesmo, precisamos questionar a cultura, influenciadores digitais ganham
dinheiro com a magreza, o ego é escravo da imagem; (modelos do estilo de vida ideal)
A histeria se atualizou, mudou seu diagnostico, mas continuam ai, desafiando a ciência,
igreja e a psicanalise; (TDI, (T. Dissoc. ident.), anorexia, bulimia, personalidade histriônica)
Como pensar o sujeito antes de entrar neste quadro (anorexo e bulimico), podemos
escutar este sujeito antes de chegar ao sintoma a esta patologia, prestar atenção as
perturbações do corpo, imagem do corpo, sou magra, sou gorda, sou velha, sou feia;
Depressão e medicamentos
Anos 50: descoberta que a serotonina estava ligada às funções emocionais;
_Anos 60: foi proposto os inibidores que impediam o colapso dessas substâncias;
_Anos 80: foi lançada a primeira droga ligada à serotonina – o citalopram (Celexa),
em seguida surgiu, a fluoxetina famoso (Prozac); o comportamento passa ser
biológico; (divisão psicanálise e psiquiatria) (política de saúde publica)
Após a descoberta dos medicamentos a depressão entra em ascensão mundial,
são 14 tipos e subtipos depressivos catalogados uma inflação de diagnóstico;
(casadinha, crianças, discurso da loucura, alienista)
Psiquiatria entra no campo da ciência, ajuda a resolver causas de afastamento
do trabalho, os sujeitos funcionam mas ficam dependentes, vem dopados para a
análise, hoje o mesmo antidepressivo cura 30% menos; (não é só química)
Depressão Campo da Psiquiatria
Existem 7 principais tipos de depressão: Depressão casual (repentina/passageira),
Distimia (leve/persistente), Depressão atípica (crise melancolia), Depressão pós-parto
(hormônios), Depressão reativa (eventos ocasionais), Depressão sazonal (inverno),
Depressão maior (+6 meses/intenso/suicídio).
Há debates e discordâncias sobre à origem biológica da depressão, comportamento ou
mau funcionamento do cérebro? (ovo ou a galinha) doutor não diz que isso é uma das
possibilidades; (ambas se apoiam em pressupostos distintos, sabemos ser necessário em
muitos casos, um tratamento que combine ambas); (não há um único ponto de vista)
(fatores genéticos (danos), hereditários (família), carências nutricionais);
Principais sintomas: Insônia, cansaço físico e mental mas não consegue descansar,
perda de peso, perda de apetite e libido, sensação de vazio, pessimismo, angústia,
desinteresse pela vida, podendo levar ao suicídio; (pode variar conforme o tipo)
Depressão Campo da Psicanálise
Melancolia patologia mãe em Hipócrates, no século XIX depressão e melancolia eram
termos indistintos em meados do século XX, com a elaboração da CID 6, firmou-se
“oficialmente” uma diferenciação: (uma nova roupagem para melancolia)
Depois de Freud, estabeleceu uma distinção na visão psicanalítica, a depressão seria
um estado mais brando e estaria presente nas neuroses, podendo ser o foco principal ou
não da patologia, já a melancolia seria uma forma aguda de um estado depressivo
presente nas psicoses;)
A depressão elevada à categoria de um quadro psicopatológico, nunca chegou a fincar
seus pés no campo psicanalítico, principalmente em Freud;
A depressão pode ter diversas causas como: (acontecimentos na infância, traumas,
crenças, luto, ansiedade, angustia, ideal ego, excesso de trabalho, falta de busca por
prazer, separação, decepção amorosa, perda trabalho, inibição do Eu) é um pacote de
coisas que deram um nome e um remédio; (evitar qualquer sofrimento psíquico, passou
a ser regra no mundo atual, cultura centrada no evitamento da dor, primavera ) (subjetivar)
Depressão por perdas/culpas
Diante das mesmas perdas ou vivências de frustração, nem todos reagem do mesmo
modo, a psicanálise, preocupa-se em compreender os significados subjetivos do sujeito às
situações de perdas difíceis de serem elaboradas;
Perda de objetos: (aposentadoria, pais, amigos, da beleza, da agilidade de raciocínio,
da mobilidade, filhos que casam e saem de casa, carreira, relacionamento amoroso etc.),
objetos fazem parte do ego; (investimos a libido em um objeto (amar alguém) a pessoa
morre a libido investida precisa ser retirada (banco vai fechar) a libido volta para o Eu e se
fecha nele sem destinos objetais; (manejo depressão aula de luto)
Depressão por culpa (superego), aceitar a culpa imputada a mim vindo do outro ex.
(mãe que perde o filho e se culpa mesmo sendo imprudência dele, esposa assumir a
culpa da traição por não se cuidar "personalidade dependente"); (onde errei)
Freud Depressão é um luto mal feito ou não reconhecido como perda, renunciar ao
objeto, não é que ele foi embora temos que deixar ele ir embora passar do me deixou para
eu deixei ele ir embora; (desapego)
Bastidores da Depressão
Ter tudo o que deseja, mil opções de escolhas, tenha o objeto que quiser se transforme
naquilo que você quiser, faça plástica, mude o sexo, transe o quanto quiser, goze sem fim
goze de qualquer maneira, sem limites; (sadi) (sociedade patriarcal)
Depressivo o fracassado que não se adequou aos ideais proposto pelo sistema, não
atingiu objetivos que o tornariam um sujeito ideal e feliz, (não tenho carro tal, não moro no
condomínio tal, não tenho família Ideal, não tenho emprego ideal) não é que existe um
mercado exploratório, crises econômicas, diferenças de oportunidades, é você que não foi
capaz de se adequar de vencer as dificuldades; (depressão pela falta) (prazer/felicidade)
Construir ideal de onipotência você pode tudo, tem modelos é só seguir, ele pode você
pode só depende de você, contrata um coaching, palestra motivacional, livro auto ajuda,
atinja seus objetivos, fique rico, seja feliz, conquiste todos seus sonhos, enfim ideais que
muitas vezes tem por trás tornar o sujeito escravo do consumo, escravo dos pódios das
conquistas. Se eu não consigo é porque tenho problemas, só veio até aqui? (Depressão
pela ambição) (ideal imperativo não como horizonte, democrático, igualdade, racismo)
Bastidores da Depressão
O relógio passa ser o senhor ele te cobra e dirige sua vida e você está sempre
atrasado, culpa por não poder fazer tudo, precisa correr o tempo todo, aí é quando
para vem a culpa, e os objetivos? e as metas?, sente culpado por não estar
produzindo, parou porque? (descansar no domingo, TDAH, fuga desejo)
Pessoa que não aguenta mais ser ela mesma, super homem/super mulher,
produzir, alimentar, treinar, ser boa mãe/pai/marido/esposa, estudar, formar, inovar,
beleza, estética, postar Instagram, Facebook, dirigir empresa, (folga 1 vez na
semana e vai fazer faxina) o sistema te engole;
Sociedade do cansaço, não dou conta preciso parar, a depressão como sinal
que algo não vai bem, é o sujeito do inconsciente implorando por mudança e não
por remédios; (Transtorno/Bornaut existencial)
Encerramento
“Ai que prazer, Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler, E não o fazer!”

Poema Liberdade: (Fernando Pessoa)

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