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1894) – RESUMO
Tiago Azevedo 16/09/20170
Resumo: As Neuropsicoses de Defesa (Freud, 1894)
Volume III das Obras Completas de Freud – Standard Edition
1. Em primeiro lugar, a histeria hipnóide: este é o tipo em que Breuer e Janet têm
opiniões diferentes sobre;
2. Em segundo lugar, ‘histeria de retenção‘: em que não há nenhum sinal de uma
divisão da consciência. Histeria de retenção é em vez disso, Freud argumenta, o
resultado de uma falha em responder adequadamente a um trauma, e pode ser
tratada por uma psicoterapia que envolve ab-reação;
3. e em terceiro lugar, histeria de defesa, na qual “a divisão do conteúdo de
consciência é o resultado de um ato de vontade por parte do paciente” (p.46).
Ele diferencia esta ‘vontade’ de intenção, mas afirma que um “motivo [para essa
‘vontade’] pode ser especificado” (p.46).
Mas Freud vai mais longe, argumentando que não é apenas a histeria, mas obsessão e
psicose também partilham esta mesma característica, ou melhor, o fracasso do que ele
chama de “este tipo de ‘esquecimento’” (p.48).
Devido ao fato de que o ego não pode simplesmente ignorar a ideia incompatível, ele
tenta enfraquecer a ideia “roubando do afeto – a soma de excitação – com a qual ele é
carregado” (p.48). Esta separação de ideia e afeto ocorre na histeria, obsessão e
fobia, mas uma operação adicional distingue-os individualmente.
De um ponto de vista lacaniano, é interessante notar que Freud acredita que cada uma
destas neuroses – e seus mecanismos correspondentes – podem ser encontradas na
mesma pessoa. No diagnóstico lacaniano, histeria, obsessão e psicose assumem o
status de categorias estruturais, mas neste artigo Freud não diferencia entre elas
assiduamente, mesmo indo tão longe a ponto de propor uma categoria de “neurose
mista” (p.60).
Além disso, é importante lembrar que Freud situa esses fenômenos ao nível de não
consciência: “A separação da ideia sexual de seu afeto e a fixação do último a
outra ideia, adequada, mas não incompatível – são processos que ocorrem sem
consciência” (p.53). Ideias incompatíveis são, diz ele, “reprimidas”, mas ele não
estende suas reflexões para uma discussão sobre a natureza do inconsciente. Aqui, ele
só reconhece que, esses processos não se passam na consciência, portanto não
podemos saber nada sobre eles – eles só podem ser inferidos.
Freud termina com uma observação sobre a “carga de afeto ou soma de excitação”
(p.60), que ele considera ser a variável nessas neuroses. Note como neste momento
ele equivale afeto com a soma de excitação – há uma discussão interessante sobre a
diferença entre estes dois termos no apêndice do editor que acompanha este artigo na
Standard Edition, cuja conclusão é que eles devem ser considerados em separado,
sendo a ‘carga de afeto’ uma manifestação particular da ‘soma de excitação’. Mesmo
que ele reconheça que é uma pedra angular na teoria, que ele e Breuer apresentam na
Comunicação Preliminar, (permanecerá aquele que Freud leva adiante em toda sua
obra) neste artigo ele só define que esta “carga de afeto ou soma de excitação” (p.60) é
para ser vista como a propagação da corrente elétrica ao longo de um corpo. Freud não
nos diz de onde isso vem, embora quase dois anos depois Freud tenta uma explicação
com o Projeto para uma psicologia científica.