O documento discute o fenômeno da transferência erótica no contexto psicanalítico, onde o paciente se apaixona pelo analista. Freud descreve a necessidade do analista manter a neutralidade e não reconhecer a transferência como produto de seus encantos, mas sim da dinâmica do tratamento. Ele também recomenda não enfrentar ou reprimir a transferência erótica do paciente, mantendo a abstinência para que possa ser elaborada.
O documento discute o fenômeno da transferência erótica no contexto psicanalítico, onde o paciente se apaixona pelo analista. Freud descreve a necessidade do analista manter a neutralidade e não reconhecer a transferência como produto de seus encantos, mas sim da dinâmica do tratamento. Ele também recomenda não enfrentar ou reprimir a transferência erótica do paciente, mantendo a abstinência para que possa ser elaborada.
O documento discute o fenômeno da transferência erótica no contexto psicanalítico, onde o paciente se apaixona pelo analista. Freud descreve a necessidade do analista manter a neutralidade e não reconhecer a transferência como produto de seus encantos, mas sim da dinâmica do tratamento. Ele também recomenda não enfrentar ou reprimir a transferência erótica do paciente, mantendo a abstinência para que possa ser elaborada.
O texto discorre sobre a situação na qual o paciente se vê enamorado pelo
seu analista, Freud passa a descrever alguns cenários que esta situação poderia desdobrar e as implicações disso. Ele fala sobre a necessidade do auto- policiamento que analista deve fazer em relação a contratransferência para que este tenha consciência de que aquele enamoramento é produto da situação analítica e não de seus encantos. Freud cita e faz reservas a situações em que os analistas incitam a transferência erótica, sob o argumento de continuidade do tratamento, pois isto cessaria qualquer possibilidade de espontaneidade, além de poder produzir obstáculos difíceis de superar no decorrer do tratamento. No tocante a orientações para a condução de casos como este, Freud diz que primeiro é preciso fazer uma reflexão. Inicialmente vale pensar que todo e qualquer fenômeno que venha no sentido de impedir a continuidade do processo analítico se constitui como resistência, o enamoramento de um(a) paciente por seu analista se encaixa perfeitamente nisto. O(a) paciente pode, ao longo do processo, ir tecendo afetos amorosos em relação ao seu analista, contudo, frequentemente, a expressão desse amor e a necessidade de que ele seja reconhecido e correspondido surge apenas quando o processo chega a um ponto em que o(a) paciente está perto de recordar e elaborar algum conteúdo reprimido. Desta forma, a resistência faz uso desses afetos, acentuando-os e utilizando-os para desmantelar todo o arranjo analítico, para que o conteúdo não seja trago à consciência. Em seguida, Freud recomenda que não se deve enfrentar a situação com argumentos morais esperados e nem muito menos que se reprima a transferência erótica do(a) paciente. Ele recomenda que a manutenção da neutralidade através do exercício da abstinência. Assim, o analista “deve manter um firme domínio do amor transferencial, mas tratá-lo como algo irreal, como uma situação que se deve atravessar no tratamento e remontar às suas origens inconscientes e que pode ajudar a trazer tudo que se acha muito profundamente oculto na vida erótica da paciente para sua consciência e, portanto, para debaixo de seu controle” (FREUD, 1915,p.05). Em seguida, Freud propõe uma reflexão sobre a veracidade dos afetos que são expressos, sobre a correspondência do amor manifesto pelo(a) paciente com a realidade, como saber se este é real ou apenas produto de transferência erótica? O amor transferencial não cria afetos, ele é o instrumento da resistência que se apropria de afetos já existentes para impedir a continuidade do processo. De maneira geral, todo afeto amoroso tem ressonância com protótipos infantis, contudo, nesse caso, o amor transferencial apresenta uma dependência do padrão infantil. Por fim, Freud reconhece que é difícil lidar com esse fenômeno, mas ele reassegura os pressupostos éticos e técnicos, dizendo que o analista deve “por mais alto que possa prezar o amor, tem de prezar ainda mais a oportunidade de ajudar sua paciente a passar por um estágio decisivo de sua vida. Ela tem de aprender com ele a superar o princípio do prazer, e abandonar uma satisfação que se acha à mão, mas que socialmente não é aceitável, em favor de outra mais distante, talvez inteiramente incerta, mas que é psicológica e socialmente irrepreensível”(FREUD,1915,p.08).
Acredito que no trabalho analítico, dentro das minhas limitações teóricas e
práticas, que o amor transferencial é o fenômeno que mais desafie a prevalência da neutralidade e da abstinência por parte do terapeuta. A cada dia percebo que o exercício desta perspectiva teórica exige de seus praticantes um preparo e uma responsabilidade muito grandes, é preciso que o analista se policie para não reconhecer a transferência erótica do(a) paciente como produto de suas qualidades e atrativos, mas sim como artifício da resistência. Parece-me muito difícil tanto a tarefa de fazer essa diferenciação, dependendo do estado do analista, quanto a do manejo da mesma. Parece ser um trabalho muito delicado encontrar um ponto no qual nem se rejeite e nem se ratifique as investidas do(a) paciente. O estudo de fenômenos como estes me faz pensar o quanto é necessário e imperativo o acompanhamento psicoterápico do analista, não só como forma de garantir a sua saúde mental, mas também a manutenção de uma postura ética e técnica diante de casos como estes e/ou outros que se fazem dentro do setting analítico.