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A Lei de Amor
O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por
excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em
sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem
sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do
sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que
condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-
humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as
misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo
amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria
da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si
mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra -amor, os povos sobressaltaram-se e
os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai
atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação,
triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já
não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e
transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da
matéria o homem.
Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto,
ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os
instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em
proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes
latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem
consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos
adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam
escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a
riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens
terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos
os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. -
Lázaro. (Paris, 1862.)
A lei do amor e caridade
Amor e caridade: nessas duas pequenas palavras, que nunca vivem separadas uma da
outra, se encontra resumido tudo o de nobre que existe no universo; se encontra
resumido todo o aspecto moral a ser seguido pelo ser humano, enfim, se encontra toda
a moral ensinada por Jesus. E o que é a moral espírita senão a que foi ensinada pelo
Cristo rediviva? Essas duas palavras são pontos essenciais do Espiritismo, assim como
deveriam ser também da vida de todas as pessoas.
Difícil é definir onde começa o amor e onde se inicia a caridade, uma vez que caridade
sem amor não existe, e vice-versa. A caridade abrange a humildade, a brandura, a
benevolência, a indulgência, a abnegação, o devotamento, a solidariedade, a justiça, a
fraternidade, etc, sendo a negação absoluta de qualquer orgulho e egoísmo. A
verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. Caridade orgulhosa é um contra-
senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Na verdadeira
caridade, o homem pensa nos outros antes de pensar em si. Reinando ela na Terra, o
mau aqui não imperaria; fugiria envergonhado; ocultar-se-ia, visto que em toda parte se
acharia deslocado. Os homens conformariam seus atos e palavras a esta máxima: “não
façais aos outros o que não quiserdes que vos façam”. Em se verificando isso,
desapareceriam todas as causas de dissensões e, com elas, as dos duelos e das guerras,
que são os duelos de povo a povo.
Igual importância tem o amor, que é a virtude fundamental sobre a qual há de repousar
todo o edifício das virtudes terrenas. Sem ele não existem as outras. Sem o amor não há
esperar melhor sorte, não há interesse moral que nos guie; sem o amor não há fé, pois a
fé não é mais do que pura luminosidade que torna brilhante uma alma que ama o
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próximo como a si mesmo. Amarmos a Deus e uns aos outros: eis toda a lei. Lei divina,
mediante a qual governa Deus o universo. O amor é a lei de atração para os seres vivos
e organizados. A atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.
Como colocado no início: amor e caridade não existem um sem o outro.
No entanto, o que se pensa quando surge a palavra caridade?
Ajuda material? Doações de roupas, alimentos? Esmolas?
Sim, todas são formas de caridade, mas não somente elas. Por pensamentos, por
palavras e por ações exercemos a caridade. Por pensamentos, orando pelos pobres
abandonados; por palavras, dando aos nossos companheiros de todos os dias alguns
bons conselhos. Pode-se ser caridoso, mesmo com os parentes e com os amigos, sendo
uns indulgentes para com os outros, perdoando-se mutuamente as fraquezas, cuidando
para não ferir o amor-próprio de ninguém. Também isso é caridade. A própria prece é,
sim, uma caridade. A oração feita com fervor em benefício de outrem consiste em uma
dedicação nossa a essa pessoa. Pois vamos duvidar da utilidade dessa prece, no poder
da fé, perante Deus?
A verdadeira caridade constitui um dos mais sublimes ensinamentos que Deus deu ao
mundo. Completa fraternidade deve existir entre os verdadeiros seguidores da sua
doutrina. A verdadeira caridade não consiste apenas na esmola que damos. A caridade
sublime, ensinada pelo Cristo, também consiste na benevolência a ser usada sempre e
em todas as coisas para com o nosso próximo. Podemos ainda exercitar essa virtude
sublime com relação a seres para os quais nenhuma utilidade terão as nossas esmolas,
mas que algumas palavras de consolo, de encorajamento e de amor, conduzirão ao
Senhor supremo.
De todas, a caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil. Outra há,
porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos
aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e
para nos porem à prova a paciência. É fácil perceber que a caridade moral, que todos
podem praticar, que nada custa, materialmente falando, é, porém, a mais difícil de
exercer-se. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca
habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que somos recebidos por
pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de nós, quando,
espiritualmente falando, estão muito abaixo. Não dar atenção ao mau proceder de
outrem é caridade moral. Contudo, essa caridade não deve obstar a outra. Necessário é
ter cuidado em não tratar com desprezo o nosso semelhante.
O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, que consistem em ver
cada um apenas superficialmente os defeitos de outrem e esforçar-se por fazer que
prevaleça o que há nele de bom e virtuoso. Embora o coração humano seja um abismo
de corrupção, sempre há, nalgumas de suas dobras mais ocultas, o gérmen de bons
sentimentos, centelha vivaz da essência espiritual.
A caridade abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes,
sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a
indulgência, porque da indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que
humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. O homem
verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior,
diminuindo a distância que os separa. Uma sociedade que nela se baseia deve prover à
vida do fraco, sem que haja para ele humilhação. Deve assegurar a existência dos que
não podem trabalhar, sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa-vontade de
alguns. O homem de bem, que compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao
encontro do desgraçado, sem esperar que este lhe estenda a mão. A verdadeira
caridade é sempre bondosa e benévola; está tanto no ato, como na maneira por que é
praticado. Duplo valor tem um serviço prestado com delicadeza. Se o for com altivez,
pode ser que a necessidade obrigue quem o recebe a aceitá-lo, mas o seu coração
pouco se comoverá.
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Aos olhos de Deus, a ostentação tira o mérito ao benefício. Disse Jesus: “ignore a vossa
mão esquerda o que a direita der”. Por essa forma, ele nos ensinou a não colocarmos
juntas a caridade e o orgulho. A beneficência praticada sem ostentação tem duplo
mérito. Além de ser caridade material, é caridade moral, visto que resguarda a
suscetibilidade do beneficiado, faz-lhe aceitar o benefício, sem que seu amor-próprio se
ressinta e salvaguardando-lhe a dignidade de homem, porquanto aceitar um serviço é
coisa bem diversa de receber uma esmola; e em convertendo em esmola o serviço, pela
maneira de prestá-lo, humilha-se o que o recebe, e, em humilhar a outrem, há sempre
orgulho e maldade. Do bem que praticou nenhum proveito lhe resulta, pois que ele o
deplora, e todo benefício deplorado é moeda falsa e sem valor. A verdadeira caridade,
ao contrário, é delicada e engenhosa no dissimular o benefício, no evitar até as simples
aparências capazes de melindrar, dado que todo atrito moral aumenta o sofrimento que
se origina da necessidade. Ela sabe encontrar palavras brandas e afáveis que colocam o
beneficiado à vontade em presença do benfeitor, ao passo que a caridade orgulhosa o
esmaga. A verdadeira generosidade adquire toda a sublimidade, quando o benfeitor,
invertendo os papéis, acha meios de figurar como beneficiado diante daquele a quem
presta serviço. Eis o que significam estas palavras: "não saiba a mão esquerda o que dá
a direita”.
Não escolhamos também a quem amar. Não nos disse Jesus que amar os amigos
qualquer um faz? Pois amemos também os nossos inimigos, aqueles que nos injuriam e
nos causam mal. Certo, ninguém consegue votar aos seus inimigos um amor terno e
apaixonado. Não foi isso o que Jesus entendeu de dizer. Amar os inimigos é perdoar-lhes
e lhes retribuir o mal com o bem. O que assim procede se torna superior a eles, ao
passo que abaixo deles se coloca, se procura tomar vingança. Se o amor do próximo
constitui o princípio da caridade, amar os inimigos é a mais sublime aplicação desse
princípio, porquanto a posse de tal virtude representa uma das maiores vitórias
alcançadas contra o egoísmo e o orgulho.
Não esperemos ainda reconhecimento ou gratidão pelos nossos atos. Nisso, há mais
egoísmo do que caridade, visto que fazer o bem, apenas para receber demonstrações
de reconhecimento, é não o fazer com desinteresse, e o bem, feito
desinteressadamente, é o único agradável a Deus. Há também orgulho, porquanto os
que assim procedem se comprazem na humildade com que o beneficiado lhes vem
depor aos pés o testemunho do seu reconhecimento. Aquele que procura, na Terra,
recompensa ao bem que pratica não a receberá no céu. Deus, entretanto, terá em
apreço aquele que não a busca no mundo. Se Deus permite por vezes que sejamos
pagos com a ingratidão, é para experimentar a nossa perseverança em praticar o bem.
O exercício da caridade e do amor é um meio de nos aperfeiçoarmos. Sua negação é,
por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.
Não esqueçamos nunca que o espírito, qualquer que seja o grau de seu adiantamento,
sua situação como encarnado, ou na erraticidade, está sempre colocado entre um
superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, para com o qual tem que cumprir esses
mesmos deveres. Sejamos, pois, caridosos, praticando, não só a caridade que nos faz
dar friamente o óbolo que tiramos do bolso ao que nos ousa pedir, mas a que nos leve
ao encontro das misérias ocultas. Sejamos indulgentes com os defeitos dos nossos
semelhantes. Em vez de votarmos desprezo à ignorância e ao vício, instruamos os
ignorantes e moralizemos os viciados. Sejamos brandos e benevolentes para com tudo o
que nos seja inferior. Amemos os desgraçados, os criminosos, como criaturas, que são,
de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos, se se arrependerem,
como também a nós, pelas faltas que cometemos contra Sua lei. Assim sejamos para
com os seres mais ínfimos da criação e teremos obedecido à lei de Deus.
A Lei do Amor....
“Toda a ação que realizamos repercute-se no Cosmos. Seria uma arrogância tremenda
pensar que somos o todo e que podemos fazer o que nos apetecer. Somos o todo, mas
somos um todo que vibra com o Sol, com a Lua, com o vento, com a água, com o fogo,
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com a terra, com tudo o que se vê e o que não se vê. E tal como o que está fora
determina o que somos, assim também tudo o que pensamos e sentimos se repercute
no exterior. Quando uma pessoa acumula no seu interior ódio, ressentimento, inveja,
raiva, a aura que o rodeia torna-se negra, densa, pesada. Ao perder a possibilidade de
captar a Luz Divina, a sua energia pessoal diminui e, logicamente, a que a rodeia
também. Para aumentar o seu nível energético, e com ele o nível de vida, é necessário
libertar essa energia negativa. Como? É muito simples. A energia do Universo é una.
Está em constante movimento e transformação. O movimento de uma energia produz
um deslocamento de outra. Por exemplo, quando uma idéia sai da mente, a sua
passagem abre um caminho no Éter e deixa atrás de si um espaço vazio que será
necessariamente ocupado, segundo a Lei da Correspondência, por uma energia de
qualidade idêntica à que saiu, pois foi deslocada no mesmo nível. Isto é: se uma pessoa
lançar uma idéia de onda curta, receberá energia de onda curta, porque foi nesse nível
de vibração que se lançou a ideia original(...)Portanto, se uma pessoa enviar ondas de
energia negativa, receberá ondas negativas.Ora bem, existe outra lei que diz que a
energia que permanece estática perde força e a energia que flui aumenta. O melhor
exemplo é dado pela água do rio e pela água do lago. A do lago está estática e portanto
tem a sua capacidade de crescimento restrita. A do rio circula e aumenta na medida em
que se nutre dos ribeiros que encontra no seu caminho. Vai crescendo e crescendo até
chegar ao mar. A água do lago nunca poderá converter-se em mar. A do rio, sim. O mar
nunca caberá num lago. Mas o lago no mar, sim. A água estagnada apodrece, a que flui
purifica-se. O mesmo acontece com uma ideia que sai da nossa mente. Por isso se diz
que, se uma pessoa fizer o bem, este voltará a ele ampliado sete vezes. A razão é que
no caminho ele vai nutrir-se de energia da mesma afinidade. Por isso se deve ter
cuidado com os pensamentos negativos, pois correm com a mesma sorte.Se as pessoas
soubessem como funciona esta lei, não estariam tão empenhadas em acumular
pertences materiais. Vou-te dar um exemplo muito grosseiro. Se uma senhora tiver o
seu armário cheio de roupa e quiser mudar o seu vestuário, tem de deitar fora a roupa
velha, pô-la em circulação para que a nova venha. De outra forma é impossível, pois
todos os cabides estão ocupados e não há forma de aumentar o espaço dentro do
armário. Tem um espaço limitado. O mesmo acontece com o Universo. Não aumenta. A
energia que se move dentro dele é a mesma, mas está em constante movimento. De
cada um depende o tipo de energia que vai entrar em circulação dentro do corpo. Se
mantivermos o ódio dentro do corpo, como a roupa velha, não deixará espaço para o
amor. Se se quiser que o amor chegue à vida, será preciso livrarmo-nos do ódio seja
como for. O problema é que, segundo a Lei da Afinidade, ao deslocar ódio recebe-se
ódio. A única solução é transformar a energia do ódio em amor antes que saia do corpo.
A encarregada destas tarefas era a Pirâmide do Amor. Por isso é muito importante que a
ponhas novamente a funcionar. Sei que te estamos a confiar uma missão quase, quase,
impossível, mas também sei que podes perfeitamente com ela.”
A Lei do Amor por Laura Esquivel
Quando o amor ainda está mesclado com os impulsos do instinto e do desejo, nós o
encontramos sob o nome de PAIXÃO.
Quando o amor traduz afinidade, carinho e respeito mútuo, nós o chamamos de
AMIZADE.
Quando o amor resvalar pelos caminhos áridos do ciúme e da posse, ele aprisiona, e é
quando encontramos o APEGO.
Quando o amor liberta, nós o chamamos de RENÚNCIA.
Quando o amor ainda está fechado em si mesmo, como semente escura e enclausurada,
nós o chamamos de EGOÍSMO.
Quando o amor se expande como um SOL ardente, em benefício do semelhante, torna-
se divino, e o chamamos de CARIDADE.
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O ÓDIO é apenas a ausência do amor, assim como a sombra é a ausência de luz, ou
então é o amor traído e, por isso mesmo, tempestuoso.
O amor é como o sol está por toda a parte. A diferença está na maneira como o
refletimos
O amor é a força que une os mundos até mesmo, mundos tão diferentes, como eu e
você está presente nos pequenos seres e até nos recantos mais escondidos do coração.
Quando nos afastamos desse AMOR, Sentimos o frio e a infelicidade na alma Essa é a
LEI da vida. Estamos imersos nesse AMOR. Vivemos dele. E é para ele o destino de todos
nós. AMAI-VOS, Vós sois amor!
A Lei de Amor
AMOR FRATERNAL
"A Terra é fundo abismo onde se multiplica o desespero e a amargura reina" - afirma o
pessimismo. Mas o amor fraternal, que não persegue nem objurga, coloca mãos à obra
do soerguimento e tudo renova.
"Viver entre os homens significa padecer em cada instante" - assevera o ódio. Todavia,
o amor fraternal toma as cruzes em que estão as criaturas de braços distendidos e
transforma as traves em rotas luminosas para a liberdade.
"Servir, amar, perdoar, são expressões utópicas da fraqueza dos vencidos" - atesta a
desesperação. Sem embargo, o amor fraternal serve, ama, perdoa e gera clima de
otimismo, onde a ruína semeara destruição.
"Não valem os esforços e as renúncias para aqueles que estão caídos" - atestam os que
se deixaram tisnar pela desdita. Porém, o amor fraternal se converte em degrau
abençoado e por ele se elevam os que jazem no sofrimento, alçando-os ao cume da
vitória.
Há sempre lugar para que o amor fraternal se manifeste. Se chove e alguém blasfema,
ele aponta a alegria do campo que reverdece.
Se o Sol arde e outrem reclama, ele fala do benefício da claridade que enseja trabalho
dos que necessitam viver.
Se irrompe a guerra, ele é o caminho da paz. Se governa a paz, faz-se o elo da
fraternidade que faculta o progresso.
O amor fraternal que, recorda o herói anônimo que se ocultou nos trapos da carne para
edificar a vida na humanidade de todos os tempos, é a alavanca promissora e eterna de
que podes dispor para alçar os que caíram e te ergueres na direção da plenitude da
vida.
Quando todos os métodos te pareçam ultrapassados e quando todas as técnicas
estiverem desvitalizadas; quando as circunstâncias se manifestarem aziagas e as
ocasiões se fizerem pessimistas, aplica o amor fraternal sem pressa, sem reproche, sem
imposição, como alguém que dilui ungüento balsâmico e perfumado sobre nodosa
afecção orgânica e conta com o milagre do tempo para resolver o impasse.
Verás, então, reflorescer a esperança, renascer a alegria, ressurgir a felicidade onde há
pouco sobrenadavam destroços, graças, agora, ao amor fraternal.
Joanna de Ângelis. Do Livro: Celeiro de Bênçãos. Psicografia: Divaldo Pereira
Franco. Editora: LEAL
Para falarmos da Lei do Amor, antes de mais nada, devemos relembrar esta figura
amiga que esteve e está entre nós quando o solicitamos.
À sua época, Jesus não possuía microfone nem autofalantes, mas toda a multidão o
escutava tal era o seu magnetismo abrasador do amor.
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E é sobre esse magnetismo transformador capaz de mudar a direção de nossos
pensamentos em busca de um caminho, de uma rota, de uma meta a ser cumprida que
vamos conversar esta noite. Então, desde já, vamos nos envolvendo por este
magnetismo abrasador do amor.
Em nossas vidas, que possamos exemplificá-lo como a credencial que transforma o
sentimento não são em um sentimento nobre, em um sentimento que eleva a criatura a
sair do pântano de pensamentos depressivos, obscuros para elevarmos, como diz-nos
Emmanuel: "Que nossos olhos, anatomicamente, não foram feitos no alto a toa, pois se
assim não fosse poderiam ter sido feitos nos pés."
Os nossos olhos ficam no alto de nossas cabeças para que possamos, através da ótica
do amor, compreender a extensão de nossos sofrimentos e conseguirmos traçar e alçar
novos horizontes. Horizontes de Paz, horizontes de Luz, de beleza e conforto a todos nós
almas cansadas de tantos erros.
Lembremos, mais uma vez, da passagem do Evangelho onde o nosso grande amigo
Jesus nos faz um convite ao erguer suas mãos e estendê-las até nós.
Alma, se estás doente eu sou Teu médico. Neste momento, o Mestre nos coloca a auto-
reflexão e acrescenta, ainda: "Se precisa de ajuda, entenda que meu fardo é leve e que
é suave meu jugo".
Através desta passagem temos material suficiente para reavaliarmos a nossa trajetória
até aqui.
Por estarmos vivendo por acréscimo da misericórdia de Deus neste planeta abençoado,
que nos acolhe como forma de ponto de referência para nos reeducarmos através da Lei
de Amor. Lei essa que é o nosso passaporte no caminho da felicidade plena.
Lembrando que o meio de nós conseguirmos essa tarefa, ou esta meta, é o próximo.
O próximo em toda a sua expressão, quer por pensamento quer por palavras, mas,
principalmente, por muitas ações.
Então poderemos se, agindo assim, buscarmos Deus junto de nossos semelhantes.
Sentirmos, mesmo que de forma rudimentar, esse mecanismo abrasador chamado
amor.
Só então transformando as nossas ações, revendo as nossas metas e sustentado pela
disciplina dos benfeitores da égide do Cristo é que vamos angariando, paulatinamente,
as benécies e a credencial para buscarmos, junto ao amor, a nova pátria. Pátria essa,
agora, que não é mais externa e sim uma pátria interior.
Reportemos, mais uma vez, ao Evangelho, e veremos lá que havia necessidade do joio
crescer junto ao trigo e que, em determinada época, ele seria extraído.
Quando nós vamos descobrindo esta Lei, vamos podando, destruindo as ervas daninhas
que ainda existem em nosso ser renovando o homem velho que ainda somos no homem
novo que buscamos.
Palavras de Paulo, o convertido da estrada de Damasco: "O Bem que eu quero este eu
não faço e o Mal que eu não quero este eu ainda faço".
Tomemos os exemplos dessas figuras que existiram entre nós e que mostraram, através
de um grande esforço, ultrajados, feridos e, muitas vezes, abandonados mas com a
gigantesca vibração sustentadora que é o Amor.
O grande modelo e guia que nos sustentará através de todos os milênios é o Mestre
Jesus.
Que possamos, diante das nossas, dificuldades observar qual a mensagem que o Amor
nos pede para refletirmos e tomarmos o elixir amargo da farmácia divina como forma de
nos curarmos.
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Lembremos ainda que toda vez que a dor, seja ela qual for: material, espiritual e moral,
se nos faz chorar é porque o nosso orgulho está sendo trabalhado e, por que não dizer,
transformado pelo magnetismo do Amor.
Nós que nos encontramos, neste momento, entrelaçando os nossos pensamentos numa
grande troca de energia não nos encontramos, como nos afirma a obra de Kardec, por
acaso.
Deus, que é infinitamente sábio, justo, mas, principalmente misericordioso, este é o
doce do seu amor, sempre aproxima almas que precisam doar daquelas que necessitam
receber.
Que possamos, diante dessas pequenas palavras, refletirmos na Lei do Amor e, amanhã,
ao despertarmos, possamos estarmos impregnados de novos ideais.
Que Deus nos abençoe, nos guarde, nos fortaleça e nos guie sempre.
Continuemos envolvidos pela serenidade do Cristo.
Responsabilidade é também lei de amor
Joanira Necas Soares
Quem maneja o leme somos nós. Quem responde pelos nossos atos, também. Ninguém
jamais pagará pelos nossos erros ou enganos, como jamais colherá das nossas
sementes.
Até que ponto estamos assumindo nossos compromissos morais perante a Doutrina
Espírita?
Enquanto médiuns, o que fazemos pela ordem, organização, bem-estar dos nossos
companheiros, pelo bom andamento do Centro Espírita que nos acolhe, indefinidamente,
desde a proteção espiritual, o conforto material que nos aconchega, bem como a
cadeira estofada, o ventilador, o copo descartável, a água filtrada, a energia elétrica, o
ambiente limpo, higienizado, etc.
Será que todos temos consciência "do tudo" que recebemos da nossa Casa Espírita? Isso
sem falar no amparo moral das nossas amizades intensas e duradouras, que nos
acalentam a vida nos momentos difíceis.
Enquanto dirigentes, coordenadores, membros de diretoria, temos avaliado o
desempenho dos nossos compromissos perante a espiritualidade que nos assiste e nos
ampara , perante nossos irmãos que se vinculam conosco em nossos trabalhos
espíritas? Quais são as respostas que se personificam em nossas ações, enquanto
espíritas, diante dos nossos companheiros? Temos sido leais, solidários, honestos em
relação aos princípios que pregamos?
Temos cumprido nossos deveres com retidão, sem desculpismo, sem fugas infantis? ou
ainda somos daquele tipo que diz: "alguém pode fazer por mim?"
Somos ponto de apoio na construção da autonomia e dos projetos de nossa Casa
Espírita?
Estamos alimentando os nossos sonhos de transformação moral, ou estamos chorando
mágoas e ressentimentos?
Será sempre necessário sonhar… Projetar.. Construir… Somos sujeitos ativos em uma
sociedade e a melhor forma de provar isso são as nossas ações. A Doutrina Espírita não
pode mais conviver com discursos ignóbeis, vazios, sem fundamentação prática.
É preciso, é urgente que paremos de culpar os outros pelos nossos insucessos e
dificuldades do percurso. Quando a responsabilidade fala mais alto, o amor se sobrepõe
e energiza nossa vida de fluidos indissolúveis perante o negativismo que ainda nos
cerca e assim nos tornamos fortes, nossa auto-estima se eleva e passamos a motivar
naturalmente os que nos rodeiam.
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A autonomia baseada no amor a Deus e nós mesmos, nos condiciona da dependência
para a interdependência, nos faz pessoas melhores, mais sociáveis e nos ensina
caminhar para "o evoluir sempre." E dessa forma progressivamente a consciência se
aperfeiçoa, a mentalidade se dilata e nos tornamos colaboradores mais responsáveis e
cada nível de responsabilidade reflete bem o nosso mundo interior.
Busquemos sempre que possível nos incentivarmos de objetivos, projetando e
desenhando com as cores da benevolência um mundo novo, que se reflita em realidade
de presente e futuro.
Crescer é deixar os sonhos vãos, as ilusões sem rumo, sem sentido, é estimular nossas
potencialidades hoje, agora, usando o Livre-arbítrio, não para se fazer sobrepor nossos
pontos de vista e sim como oportunidade abençoada de fazermos parte definitivamente
dos planos divinos, isso acontece quando nos tornamos conscientes e responsáveis ante
os compromissos que assumimos.
De nada representa "o posto" o cargo em si, que ocupamos frente às instituições
humanas, somente o que construímos, nos eleva, nos diferencia. Somos os artífices de
nós mesmos, a Doutrina já nos assegura; e construir é viver em plenitude os
compromissos que esposamos.
A visão futurista que projetamos através da Doutrina Espírita, não nos permite mais
desempenharmos nossas funções morais de qualquer maneira, ou ir levando como diz o
ditado popular; é imprescindível que nos lancemos de corpo e alma, amando cada um
com a sua capacidade, no entanto façamos tudo com amor. As tarefas pequeninas
executadas com amor, persistência e dedicação, são todas grandiosas aos olhos de
Deus.
A Lei de Amor tem que estar pulsando em nossos corações, só assim terá os reflexos
naturais na produção que realizamos.
(Jornal Verdade e Luz Nº 185 de Junho de 2001)
A Lei de Amor
Que a paz de Jesus e as bênçãos de Deus, vibrem por todos nós! Desde já damos graças
por esta oportunidade de conversarmos sobre este sentimento por excelência que é o
amor. Neste momento que vivemos se faz crucial refletirmos sobre a doutrina de Jesus
como nos ensina o espírito Lázaro, no Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 11
item 8, quando nos diz que "O amor é o sol interior que condensa e reúne em seu
ardente foco, todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. Quem ama
verdadeiramente não conhece as misérias da alma nem do corpo".Leon Denis, no livro
Depois da Morte, diz que "O amor é o olhar de Deus". É o sentimento superior em que se
fundem e se harmonizam todas as qualidades do coração, é o coroamento das virtudes
humanas, da doçura, da caridade, da bondade. É ter na alma uma força que nos eleva
acima da matéria. Amar é sentir-se viver em todos e por todos. Daí origina-se o
questionamento: Como devo desenvolver o germe deste sentimento ou aplicá-lo,
quando somos vitimados pelas vicissitudes terrenas no corpo e na alma? Como agir
segundo o Cristo, frente às agressões, as calúnias, as ofensas principalmente quando
partem daqueles os quais temos afeições profundas levando-nos a desacreditar no
amor? Como, neste mundo turbulento, onde o materialismo impera e envoltos muitas
vezes em fluidos desequilibrantes, conseguiremos nos portar de forma a que nos
distanciemos dos ins-tintos de nosso ponto de partida espiritual e avancemos para a
meta que é nos instruirmos e nos depurarmos? Nosso iluminado mentor Antonio de
Aquino, em uma de suas mensagens, nos esclarece que vivemos em época difícil e o
tumulto é a característica principal de nossos dias. Mesmo assim temos necessidade de
procurarmos momento de estudo, reflexão e meditação (como este que estamos agora),
fazendo com que a alma se coloque aci-ma das coisas do mundo e tente se aproximar
do Criador. Estes momentos nos fazem crescer basta que saibamos aproveitá-los. Tudo
depende do que fizermos hoje, do nosso comportamento, do nosso esforço incessante
em não nos influenciarmos pelas más tendências, de reconhecer erros e não cometê-los
mais, em nos vermo-nos como espíritos que precisam ser cultivados como um campo.
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Assim sentiremos o verdadeiro AMOR. Não pensemos que conseguiremos esta
transformação de forma ágil e insulado. Pelo contrário, precisamos considerar tudo e
todos em nossa volta, nossos semelhantes amigos e inimigos, nossa família e nossa
pátria, como nos esclarece Leon Denis. Se isolado, separado, seremos inútil, nossas
faculdades tendem a enfraquecerem-se, a estiolarem-se. Perdem as forças até que a
tristeza passe a fazer parte dos nossos sentimentos. É imprescindível vivermos com o
outro e pelo outro para desenvolvermos o amor. Amemos para sermos amados! Quem
ama compreende e ajuda, assiste e ampara, sofre renuncia e perdoa, pois o amor é
mais for-te que o ódio e mais poderoso que a morte. Deus é amor e por amor criou os
seus, para associá-los as suas alegrias. É pelo amor, que Deus atua no mundo. (t)
Perguntas/Respostas:
Vemos na terra o amor com mais amplitude, desprovido de quaisquer
interesses naquelas pessoas desprendidas de interesses e vaidades. Não a
vemos naquelas outras mesquinhas e na maioria dos animais, então porque o
Espiritismo coloca o amor como uma lei natural. Se natural o fosse não estaria
implícito no subconsciente da espécie humana e no limite em todas as
espécies?
Segundo Leon Denis de degrau em degrau a alma desenvolverá e engrandecerá, sob a
ação do amor. Até nas profundezas do abismo da vida, infiltra-se as radiações do amor e
vão acender nos seres rudimentares. Mesmo no mais cruel dos seres, aquele que é
capaz das maiores atrocidades encontramos o sentimento de amor dedicado a uma
mãe, uma mulher, um filho. Os animais ainda que possuam apenas instintos estão
através deste apreendendo a desenvolver o sentimento de amor. Verificamos isso, no
cuidado que tem com seus filhotes e na dedicação que demonstram ao dono, como no
caso dos cães.
"o amor cobre uma multidão de pecados"; como podemos entender essa
colocação?
O amor é força inexaurível e renova-se sem cessar e enriquece aquele que dá e aquele
que recebe. Como ainda somos espíritos imperfeitos, estamos constantemente nos
equivocando quanto as nossas atitudes, e necessitando repará-las. De que forma?
Através do arrependimento sincero e do desejo igualmente sincero em não incorrer mais
nos mesmos equívocos. Quando disse Jesus que "o amor cobre a multidão de pecados",
quis dizer que nos determos no remorso e na culpa já que estes são sentimentos que
nos paralisam e nos impedem de crescer. Por exemplo: A mulher que já fez dez abortos.
Ela continua sendo amada por Deus da mesma forma como se não tivesse praticado. No
entanto para se sentir em paz consigo mesma, com sua consciência (que decerto a
cobrará) buscará recursos na prática do amor aos seus semelhantes.
Como o amor pode realmente renovar o mundo? Como o amor tem auxiliado
em seu trabalho no NVG?
Não há homem por pior que seja, que numa hora de abandono e de sofrimento não veja
abrir-se uma fresta e um pouco de amor se filtrem até ele. Quando experimenta esta
impressão não as esquece.
Considerações finais do palestrante:
Leon Denis: Cristo tanto imperou sobre os homens, porque trazia esse reflexo poderoso
do amor. Não foi pela ciência nem pela oratória que ele seduziu e cativou multidões e
sim pelo amor. O que nos falta para vivenciarmos a paz, é simplesmente praticarmos os
ensinamentos de Jesus, tendo em vista que ele disse: "Amai ao próximo como a nós
mesmos" querendo nos mostrar que a caridade mãe de todas as virtudes nos ensina só
assim, poderemos enfim almejar o mundo onde haja justiça e equidade para todos.
Vibremos nestes momentos tão conturbados para que a paz e o amor de Deus possam
envolver a toda a humanidade. "Amemos com todo o poder do coração até ao sacrifício,
sem se importar com a ingratidão e a crueldade que se nos depare”.
A Lei de Amor
10
Que Deus nos abençoe para que através do estudo das Leis Divinas possamos nos
libertar para alçarmos vôo para a plenitude pois, como nos falou Jesus: "Conhece a
verdade e a verdade vos libertará".
Em todo o Universo, vige o Amor do Criador e não existe lugar onde haja carência desse
sentimento que a todos e a tudo envolve.
Dentre as Leis Divinas, expressão do amor de Deus, há a Lei de Progresso a qual
estamos submetidos e que nos dá condição de desenvolvermos e sedimentarmos essa
substância criadora e mantenedora do Universo, o Amor.
Joanna de Ângelis, no livro Autodescobrimento, define para nós esse sentimento:
"O Amor é o poder criador mais vigoroso de que se tem notícias no mundo". Seu vigor é
responsável pelas obras grandiosas da humanidade. Na raiz das realizações
dignificadoras, ele se encontra presente delineando os projetos e impulsionando os
idealistas a sua execução. Alenta o indivíduo, impulsiona-o para frente e faz-se refúgio
para a vitória sobre as dificuldades. No amadurecimento psicológico do ser, ei-lo (o
amor) direcionando todos os ideais e sustentando em todos os embates aquele que
permite desabrochar qual lótus esplendente sobre as águas turvas e paradas do charco
do qual pousa em triunfo".
Como nos fala a lição, no início o homem só tem instintos e uma longa caminhada para
atingir o ponto mais delicado do sentimento.
O instinto objetiva concorrer para os desígnios da providência. Pela necessidade de
viver, o homem se conserva buscando, instintivamente, o melhor para si, prelúdio do
amor próprio.
Da exageração do instinto de conservação nasce o egoísmo, antítese do amor próprio,
pois egoísmo é o sentimento que retém o amor próprio que doa.
Na caminhada evolutiva, saímos dos instintos para a sensação e emoção e, ainda aqui, é
a mentora Joanna de Ângelis que nos esclarece, dizendo:
"A criatura humana é um feixe de sensações, resultado natural dos períodos primários
da evolução, em trânsito para a realidade das emoções. O homem sensação é exigente
e possuidor e, ao despertar a emoção, torna-se natural a valorização do próximo e da
vida. A sensação é herança do instinto dominador a emoção é tesouro a conquistar
pelos caminhos da ascensão".
Instruindo-se e purificando-se, o homem atinge o sentimento, e o mais sublime é o amor
e o amor resume toda a doutrina do nosso mestre Jesus pois, sendo o amor humanizado
com a sua vibração faz com que aquele que o encontre se modifique, ou seja, aquele
que encontra Jesus nunca mais é o mesmo.
Nos conta Divaldo Franco, na fita "O Cristo Histórico" um momento em que a Madre
Teresa de Calcutá encontrou o Senhor Jesus.
Diante da cruz ela se deteve a vê-lo de uma forma especial. Aos seus pés, estavam
escritas duas palavras: "Tenho sede"
Aí ela se perguntou: "O que é que já lhe dei para aliviar a sua sede?" E a madre resolveu
dar-lhe de beber. Saiu da casa monasterial que lhe resguardava. Passando por um
depósito de lixo um dia, escutou um gemido no meio de vários corpos inertes.
Aproximou da criatura, a envolveu, a aconchegou no seu regaço e aquele ser, no leito
da morte, narrou-lhe sua mágoa e a irmã a conclamou ao perdão.
Ela lhe perguntou:
"Qual é a sua religião?" A madre lhe respondeu: "É o amor".
"Qual o seu Deus?"
"Meu Deus é você, porque se, em verdade, eu não a amar como amarei a Deus. O meu
Deus é uma ilusão que eu tenho muito longe de mim."
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E por fim, ela lhe perguntou: "Por que ages assim?" "Porque agora eu conheço Jesus"
A mensagem do Mestre é, repetimos, toda Amor e que o encontra modifica-se por deixar
se envolver na chama viva desse sol que aquece os corações e vivifica-os fazendo-os
vigorosos.
Assim, poderemos compreender melhor as passagens do nosso pastor quando,
principalmente, na montanha, cantou o sermão, fazendo com que aquelas almas
sofridas, amarguradas, doídas, desalentadas, deixassem as emoções explodirem em
festa de paz e esperança por abrirem a alma a doce e vitalizante energia do amor.
Como nos fala Joanna de Ângelis, na condição de peregrino do amor, o Senhor Jesus
demonstrou como é possível curar as feridas do mundo e a dos seres humanos com a
exteriorização do amor em forma de compaixão, de bondade, de carinho e de
entendimento.
A Doutrina Espírita nos esclarece, através da Lei da Reencarnação, que podemos e
devemos cultivar, desde já, este sentimento pois, somente assim é que conseguiremos
obter a cota de bem-aventuranças que já podemos desfrutar dentro do grau evolutivo
que nos encontramos.
Somente amando-nos e perdoando-nos conseguiremos amar e perdoar o próximo pois,
somente damos aquilo que possuímos. Assim, constatamos a necessidade de
desenvolvermos o amor próprio, ou seja, desenvolver as potências para doarmos.
Ainda nos fala a lição que o espiritismo vem pronunciar uma segunda palavra do
alfabeto divino: a reencarnação, que conduz o homem a conquista do seu ser.
Reencarnação um aspecto da Lei de Amor pois, através dela podemos retificar nossas
falhas, conquistar aquilo que ainda não conquistamos e aprender tudo aquilo que
necessitamos. A reencarnação, assim, nos conduzirá a conquista do nosso eu profundo,
como nos fala a parábola dos talentos, multiplicando os dons divinos.
Dando valor real as coisas do mundo, entendendo o valor das coisas espirituais,
desfazendo-nos da ilusão que é anestésico da alma, dilatando a nossa visão,
percebendo, assim, que o próximo é nosso irmão, filho, tanto quanto nós mesmos, do
Pai de Amor. Assim, atingiremos o objetivo.
Não estando isento o homem dessa essência divina, o amor, tem, o homem, de se
determinar haurir coragem e vontade firme para exteriorizar, através de seus
pensamentos, atos e palavras esse sentimento pois, o amor é como ímã o qual não lhe é
possível resistir, atraindo, desse modo, todos aqueles que se deixarem levar por esse
fogo sagrado.
Só assim, seremos felizes pois, como nos fala a questão 614 do Livro dos Espíritos, o
homem só é infeliz quando se afasta da Lei Natural, Lei de Deus.
Que possamos, como Madre Teresa, olhar para o próximo e buscar Deus, para que o
nosso Deus não seja uma ilusão.
Só poderemos concebê-lo como Pai que faz com que o sol se levante para os justos e
injustos, que recebe o filho pródigo como filho, e não um dos seus empregados dando
sempre a chance de reabilitação e renovação.
Elevemos nosso olhar ao céu para agradecer e direcionemos o nosso olhar para frente
seguindo as pegadas do nosso Mestre, modelo e guia pois, só dessa forma vivenciando a
verdade alcançaremos a vida, vida em plenitude, essência do Amor de Deus.
Paz!

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