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Capítulo V - Bem-aventurados os Aflitos

Capítulo V - Bem-aventurados os Aflitos


1. Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados.
Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois
que serão saciados. Bem-aventurados os que sofrem
perseguição pela justiça, pois que é deles o Reino dos Céus.
(Mateus, 5:4, 6 e 10.)
2. Bem-aventurados vós, que sois pobres, porque vosso é o
Reino dos Céus. Bem-aventurados vós, que agora tendes
fome, porque sereis saciados. Ditosos sois, vós que agora
chorais, porque rireis. (Lucas, 6:20 e 21.)
Mas ai de vós, ricos! que tendes no mundo a vossa consolação.
Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. Ai de vós que
agora rides, porque sereis constrangidos a gemer e a chorar.
(Lucas, 6:24 e 25.)
Justiça das Aflições (ESE V: 1, 2 e 3)
A expressão “bem aventurado” significa “muito feliz”.
Jesus declara que aqueles que sofrem serão felizes. Promessa de felicidade!
Considerando apenas a vida material, é difícil compreender a necessidade de
sofrer para ser feliz como sugere o texto evangélico... como entender que uns
precisam sofrer mais do que os outros? Por que uns nascem sem nada e outros
têm grandes recursos? Por que uns nada conseguem e outros acumulam bens
materiais? Como entender que as alegrias e os sofrimentos sejam tão
desigualmente distribuídos? Como entender que há pessoas boas que sofrem e
más que parecem ser felizes? Essas questões parecem desmentir a justiça de
Deus...
Entretanto, desde que se admita a existência de Deus, ninguém o pode
conceber sem o infinito das perfeições... Ele, necessariamente, tem todo o
poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Como Ele é
bom e justo, não pode agir com parcialidade... LOGO, OS SOFRIMENTOS DA
VIDA TÊM UMA CAUSA E, COMO DEUS É JUSTO, ESSA CAUSA TAMBÉM É JUSTA
“só a pluralidade de existências poderia mostrar-nos a justiça.” “desgraçado por sua própria
culpa”

Imperfeições => ou Livre arbítrio = Ação => Consequência

“palavras do Cristo: “A cada um segundo as suas obras”, palavras que resumem


integralmente a Justiça de Deus.”
“não se purificou suficientemente em sua existência anterior, devendo, se o não fizer nesta,
sofrer ainda na seguinte.”
“Devido às suas imperfeições, o Espírito culpado sofre primeiro na vida espiritual, sendo-lhe
depois facultada a vida corporal como meio de reparação.”
“o homem tudo deva aos seus esforços e seja o obreiro do seu futuro”
“o prazo da expiação está subordinado ao melhoramento do culpado”
“Quantas mães vemos no mundo, engrandecidas pela dificuldade e pela renúncia, morrendo
cada dia, entre a aflição e o sacrifício, para cuidar de filhos monstruosos que lhes torturam a
alma e a carne? Em muitos desses quadros terríveis e emocionantes, oculta-se, divino, o
labor da regeneração que só o tempo e a dor conseguem realizar.”
“«todo aquele que comete o mal é escravo do mal» (João Evangelista) e podemos
acrescentar que, para sanar o mal, a que houvermos escravizado o coração, é imprescindível
sofrer a purgação que o extirpa.” (o Ceu e o Inferno, Alan Kardec) O
Violações da lei divina (Ação e Reação e O Céu e o Inferno)
Quando alguém comete um erro contra a lei de Deus, causa um
desequilíbrio, uma quebra de harmonia: em si próprio; nas pessoas
diretamente envolvidas; em outras pessoas (p/ex. naquelas que assistiram
à ação incorreta) e no Universo como um todo. "A prática do mal opera
lesões imediatas em nossa consciência, que, entrando em condição
desarmônica, desajusta, ela própria, os centros de força em que se
mantém." (André Luiz, "Ação e Reação", Cap. 19 - Sanções e Auxílios, FEB,
7ª Edição, p. 259; psicografia de Chico Xavier).

A fim de preservar o equilíbrio geral da Criação, a harmonia quebrada pelo


erro precisa ser restabelecida. "É por isso que a justiça, sendo instituto
fundamental de ordem na Criação, começa invariavelmente em nós
mesmos, em toda ocasião que lhe defraudemos os princípios" (André
Luiz, "Ação e Reação", Cap. 19 - Sanções e Auxílios, FEB, 7ª Edição, p. 255;
psicografia de Chico Xavier).
Violações da lei divina (Ação e Reação e O Céu e o Inferno)

A responsabilidade pelo restabelecimento da harmonia é daquele que


cometeu o erro. Essa responsabilidade é proporcional à gravidade do
erro cometido. O erro pode ser voluntário ou involuntário e pode ter
sido cometido com maior ou menor grau de consciência; erros
cometidos voluntária e conscientemente são mais graves. "Na
realidade, não há para o Espírito mais que duas alternativas, a saber:
punição temporária e proporcional à culpa (para aquele que pratica
o erro) e recompensa graduada segundo o mérito (para aquele que
pratica o bem). (Allan Kardec, "O Céu e o Inferno", Cap. V, FEB, 1ª
Edição Especial, p. 79).
JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES E SUAS CAUSAS
(ATUAIS OU ANTERIORES)
O sofrimento nos advém para ensejar o caminho ao arrependimento e à
reparação. Quem passa por esse processo consegue evoluir como Espírito
humano, o que assegura maior grau de felicidade (bem-aventurança).
Causas atuais: tombam por suas próprias faltas: Imprevidência, orgulho,
ambição, falta de ordem, falta de perseverança, má conduta, não limitar
desejos, uniões por interesse e vaidade, querelas poderiam ser resolvidas com
mais moderação e menos suscetibilidade, doenças decorrentes de excessos e
intemperança, indiferença na criação dos filhos. Interroguemos a nossa
consciência pelas decepções da vida. A quem culpar senão a si mesmo. Somos
ártifes dos próprios infortúnios. Vitimização e acusar a previdência. As lei
humanas não alcançam todas as faltas.
Causas anteriores: aquelas que parecem atingir como fatalidade: limitações
físicas, enfermidades de nascimento, perda de seres queridos e arrimos da
família, acidentes, reveses da fortuna, embora haja prudência e flagelos
naturais. Axioma: todo efeito tem sua causa. Se Deus é justo, a causa é justa. Se
não é da vida atual, é de uma precedente.
JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES E SUAS CAUSAS
(ATUAIS OU ANTERIORES) (livro dos Espíritos)
(933) Se o homem é, quase sempre, o artífice de seus sofrimentos materiais,
também será o causador de seus sofrimentos morais? Sim, o ser humano é o
causador de seus sofrimentos morais. Isso porque os sofrimentos materiais,
algumas vezes, independem da vontade; mas, o orgulho ferido, a ambição
frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, em suma,
são de iniciativa da alma e daí advém a responsabilidade.

As leis humanas são capazes de atingir todas as faltas de todas as pessoas? E as


leis divinas? Por maior que tenha sido o progresso do Direito e da Justiça
humanas, muitas faltas, de muitas pessoas, ainda permanecem fora do alcance
das leis humanas. Por outro lado, as leis divinas atingem com perfeita justiça
todas as faltas de todas as pessoas, sem conceder privilégios a ninguém.

Qual o sentido da palavra "punição“? O Kardec usa a palavra “punição” com o


sentido de “expiação”, que significa “sofrimento que decorre do pecado”, com
objetivo de levar ao arrependimento e, daí, à reparação. Com este sentido, a
palavra “punição” deixa de ser vista como uma espécie de desforra da Divindade,
o que é impossível, uma vez que Deus é todo amor.
Justiça e Regeneração ( O Céu e o Inferno, Livro dos Espíritos)
"Por mim mesmo juro - disse o Senhor Deus - que não quero a
morte do ímpio, senão que ele se converta, que deixe o mau
caminho e que viva." (Ezequiel 33:11)
Regeneração (resgate, redenção): processo (conjunto de etapas)
que leva aquele que Infringe as Leis a restabelecer a harmonia por
ele quebrada. Restabelece o equilíbrio quebrado pelo próprio erro.
Em três etapas:

Regeneração = Expiação + Arrependimento + Reparação


Expiação: "A expiação é a primeira consequência da falta ou crime
praticado, mediante a qual a consciência do criminoso acaba por
despertar para o arrependimento (Antônio Luiz Sayão, "Elucidações
Evangélicas", FEB, 1957, p. 146). Razão do sofrimento: levar a
pessoa a compreender que errou e a buscar se corrigir. Por isso, a
expiação é um instrumento do progresso do ser humano, um
mecanismo de controle para o mau uso do livre-arbítrio.
Justiça e Regeneração ( O Céu e o Inferno, Livro dos Espíritos)

Regeneração = Expiação + Arrependimento + Reparação

Arrependimento: tomada de consciência do erro praticado, a um


sentimento de detestar o que se fez, a uma decisão de fazer grandes
esforços para não repetir o erro e, finalmente, fazer o possível para
reparar o prejuízo físico, material ou moral causado pelo erro. Não é
suficiente não promove a rearmonização determinada pela lei de Deus.
Reparação: prática do amor ao próximo em diversas direções:
Reparação indireta: Praticar o bem com vistas a beneficiar o próximo em
geral, contribuindo para o equilíbrio do Universo.
Reparação direta: Fazer o bem de forma compensatória a todos aqueles a
quem prejudicamos, contribuindo gradativamente para diminuir e,
mesmo, anular a antipatia decorrente do pecado, substituindo-a pela
simpatia crescente. (Fonte de grandes esperanças)
Deus não se ofende - tem consciência de que não nos criou perfeitos e sim
aperfeiçoáveis.
Misericórdia Divina ( O Céu e o Inferno, Evangelho)
Uma vez compreendida a ação da justiça divina, podemos entender melhor a atuação do
perdão divino. Recordemos a oração “Pai Nosso”: quando pedimos a Deus que perdoe
nossas dívidas (ou que perdoe nossas ofensas), a resposta a essa oração é o perdão
divino, que sempre oferece ao culpado oportunidades de regeneração. Estas
oportunidades ocorrerão continuadamente, até que o indivíduo supere completamente a
tendência de praticar o erro em questão.
A misericórdia divina não dispensa o culpado de sua culpa. Essa culpa é entendida como
a responsabilidade de passar pelo processo de regeneração e não pode ser extinta ou
apagada. Em outras palavras, não se pode anular o processo da justiça divina. A este
respeito, vejamos o que diz o livro "O Céu e o Inferno", 1ª Parte, Cap. 7, item 29: "... A
misericórdia de Deus é infinita, mas não é cega. O culpado que ela atinge não fica
exonerado, e, enquanto não houver satisfeito à justiça (pela reparação), sofre as
consequências dos seus erros." O conceito de misericórdia divina nos ajuda a
compreender pontos do Evangelho; por exemplo, em (Mateus 6: 14 e 15) lemos: "Se
perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial
vos perdoará os pecados; mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham
ofendido, vosso Pai celestial também não vos perdoará os pecados". O perdão divino
mencionado por Jesus consiste em nos oferecer oportunidades para regeneração; não é
correto entender que o perdão divino consiste em apagar responsabilidades de
regeneração, em razão das faltas praticadas contra a lei (os pecados).
Perdão Humano ( ESE)
O perdão humano é um processo, isto é, não ocorre instantaneamente. Nos casos
de ofensa grave, esse processo pode levar muito tempo; em qualquer caso, para
praticar o amor ao próximo, é necessário começar a perdoar logo no instante em
que recebemos a ofensa. Quais as principais atitudes em que baseamos nosso
perdão? A resposta nos vem do Cap. 12 do ESE – Amai os vossos inimigos, Item 3,
último parágrafo:
• Não guardar ódio, rancor ou desejos de vingança;
• Não guardar ressentimento;
• Não opor obstáculo à reconciliação;
• Desejar o bem e não o mal;
• Experimentar alegria com o bem que aconteça a quem nos ofendeu;
• Socorrer os que nos ofenderam, em se apresentando a ocasião;
• Abster-se, quer por palavras, quer por atos de tudo o que pode prejudicar os
que nos ofenderam; e
• Retribuir sempre o mal com o bem, sem a intenção de humilhar.
Joanna de Ângelis enfatiza:
O perdão é o auge das conquistas íntimas, porque a pessoa se dá conta do
quanto necessita ser perdoado, diante das suas próprias fraquezas e erros.
“Quem não perdoa, transfere para amanhã (...) os dolorosos reajustes, que bem
se poderiam extinguir na presente encarnação.”
JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES E SUAS CAUSAS
(ATUAIS OU ANTERIORES)

Todo sofrimento é expiatório, isto é destinado a despertar arrependimento por uma falta
cometida contra a lei divina? Não. Há outro tipo de sofrimento denominado prova, que é
constituído por situações de teste pelas quais o Espírito tem de passar para que seja
aferido se, realmente, venceu tendência a erros que o levaram à expiação em ocasiões
passadas. No caso de Espíritos conscientes de seus erros e da necessidade de superá-los, as
provas são escolhidas voluntariamente. No caso de espíritos recalcitrantes no mal, as
provas podem ser impostas pelos Mentores, em nome das leis divinas. OBS. Na Doutrina
Espírita, provação é sinônimo de sofrimento, seja ele constituído por uma prova ou por
uma expiação.
ESQUECIMENTO DO PASSADO
O esquecimento não é um castigo e, sim, uma dádiva da sabedoria divina, pois
não nos lembramos dos erros cometidos em outras vidas; contudo a voz da
consciência sempre nos adverte quando se manifestam más tendências, para que
nos esforcemos em corrigi-las. Nascemos no mesmo meio. Deus nos dá o que é
necessário para adiantarmos.

MOTIVOS DE RESIGNAÇÃO

Resignação é a aceitação do sofrimento sem revolta; Kardec trata diretamente da


resignação como “consentimento do coração” no Item 8 do Cap. 9 do ESE. Os
sofrimentos podem ser de duas categorias: ou são expiações resultantes de
violações da lei divina ou são provas que objetivam avaliar se conseguimos
superar o erro. Aceitar os sofrimentos sem revolta, com resignação, é manifestar
nossa aceitação das leis divinas. Isso nos ajuda: i) a expiar os erros e passar à
reparação; ou ii) ser aprovado nas provas e prosseguir a vida no caminho do
bem. Sem libertação quando: quita-se de um lado e endivida-se de outro.
O SUICÍDIO E A LOCURA
O suicídio e a loucura não resolvem os efeitos do sofrimento; ao contrário, ambas as
ações nos levam a sofrimentos superlativos. A loucura, em geral, resulta de um grande
sofrimento que o Espírito se recusa a aceitar e perdoar; as vibrações negativas de ódio e
desejo de vingança perturbam a mente e turvam a razão, como uma espécie de alienação,
de fuga da realidade. O suicídio é outro tipo de fuga em que se tenta escapar ao
sofrimento; o Espírito é submetido a sofrimentos mais longos e terríveis, pois a lei de Deus
impede que o ser humano ceife sua própria vida ou a vida de outros. Calma, resignação e
Fé no futuro nos preservam. O materialismo – incredulidade x espiritismo (mostra o
sofrimento do suicida)

BEM E MAL SOFRER


O sofrimento não é motivo de evolução - Aproveitar o sofrimento (experiências) nos trás a
evolução. O que eu preciso aprender com essa dor? É muito importante que o Espírito
aceite, tanto as provas, como as expiações, sem revolta, com resignação e coragem; é
nisso que consiste o bem sofrer. Essa atitude, de um lado, reduz o impacto do sofrimento e
nos coloca em harmonia com a lei divina, o que nos leva à evolução e consequente cessar
do sofrimento. Por outro lado, o desespero e a revolta são exemplos de mal sofrer: são
violações da lei que levam a novos sofrimentos, até que a luz se faça na consciência, que
decide, então, aceitar suas responsabilidades de reharmonização com a lei.
O MAL E O REMÉDIO
Ao invés do sofrimento ser uma injustiça, constitui oportunidade dada por Deus
para que nos corrijamos de erros em relação à lei divina. Na fé e, Principalmente,
na fé raciocinada, encontramos o remédio seguro para o sofrimento, o caminho da
evolução do Espírito que nos levará à paz e à felicidade.

A FELICIDADE NÃO É DESTE MUNDO

Sendo a Terra um mundo de provas e expiações, ela não reúne as condições à


completa felicidade das criaturas. Mas, isso não significa que devamos viver
desmotivados; pelo contrário, é necessário muito trabalho e esforço de cada um
de nós para suavizar nossos males e sermos felizes o quanto for possível neste
planeta.
PERDA DE PESSOAS AMADAS
É um processo doloroso, mas sabemos que a vida continua e vamos dos reencontrar. É
preciso ter muita fé para manter o equilíbrio por ocasião do desencarne de pessoas
amadas. Às vezes, as necessidades de um Espírito demandam pouco tempo de
encarnação, pelo que consideramos sua morte como prematura. Nesses casos, é preciso
controlar o desespero e a revolta, que podem fazer sofrer aqueles a quem amamos e que
passaram para o plano espiritual. Pelos conhecimentos espíritas, sabemos que o amor
vence a barreira da morte! Nossas preces e nossos bons sentimentos chegam até nossos
amados do outro lado da vida e os fazem sentir-se bem! Pode ser um benefício que Deus
concede.

SE FOSSE UM HOMEM DE BEM TERIA MORRIDO


Diz-se de um homem mau (mais imperfeito) que escapa de um perigo. Não compete a nós
julgar se é conveniente ou não o momento da morte; isto é Determinado pelas leis divinas.
A atitude mais adequada é o respeito e o acatamento continuado a essas leis. Muitas
vezes, Deus dá um prova mais longa para um espírito mau (em progresso) do que a de um
espírito bom.
OS TORMENTOS VOLUNTÁRIOS
Em vez de buscar a felicidade nas alegrias simples e puras que trazem paz ao
coração, procuramos com avidez muitas coisas que podem nos agitar e perturbar.
Vejamos exemplos desse problema de focalização errada de nossos valores.
Muitos de nós somos vítimas: Da própria imprevidência; Do próprio orgulho; Da
própria ambição; Do mau proceder; Da falta de autenticidade nas decisões; Da
falta de moderação; Da falta de temperança; Da falta de responsabilidade; Da
inveja: Do ciúme. somos causadores de nossos sofrimentos. “... o amor cobre a
multidão de pecados” (I Pedro 4:8). A busca da felicidade ainda está nos prazeres
materiais ao invés dos prazeres da alma.

A INFELICIDADE REAL
As consequências de nossos maus procedimentos constituem uma infelicidade
moral muito maior do que as dores físicas que nos afligem. Mas, essas
consequências, muitas vezes, são as expiações que prenunciam maior felicidade
em futuro próximo. Para muitos, que pensam só no presente, a infelicidade está
na miséria, nas diversas dores. “A verdadeira infelicidade está nas consequências
de uma coisa, mais do que na própria coisa”. “É preciso se transportar além
desta vida”. “A infelicidade é o prazer, a agitação vã, a louca satisfação da
vaidade, que fazem calar a consciência”.
A MELANCOLIA
Melancolia é a ânsia do Espírito por uma vida melhor, que virá para todos, na medida em
que as tarefas da evolução forem sendo cumpridas, de acordo com as leis de Deus. Evitai o
abatimento e a apatia, achando-se infelizes. Resiste as impressões que enfraquecem a
vontade.

PROVAS VOLUNTÁRIAS, O VERDADEIRO CILÍCIO


Permitido abrandar penas: é permitido àquele que se afoga procurar se salvar? Contentai-
vos com as provas que Deus nos envia. Aceitá-las sem lamentações e com fé. As expiações
são instrumentos que objetivam a tomada de consciência do Espírito de que errou e a
tomada de decisão de reparar seu erro. A busca do sofrimento como forma de penitência
voluntária só traz benefício quando se faz bem ao próximo (caridade-privações). A D.E. não
concorda que o sofrimento como fim em si mesmo traga benefícios ao Espírito. Para a
D.E., o verdadeiro cilício consiste no esforço, e mesmo, no sofrimento que causarmos ao
nosso Espírito, em nossa luta para combater o orgulho, o egoísmo, a luxúria e demais vícios
que prejudicam nossa evolução. Enfraquecer o corpo sem necessidade é um suicídio.
DEVER-SE-Á POR TERMO ÀS PROVAS DO PRÓXIMO
Ajudai-vos. Em nome da caridade, devemos nos esforçar para por termo às dores
do próximo, dentro de nossas possibilidades. A indiferença para com a dor do
próximo é um mal que pode e deve ser extinto pela caridade. Procurar amenizar
as dores do próximo é um dever de toda criatura. Quando buscamos aliviar as
dores do próximo, estamos, também, aliviando as nossas e trabalhando para o
nosso progresso.

SERÁ LÍCITO ABREVIAR A VIDA DE UM DOENTE QUE


SOFRA SEM ESPERANÇA DE CURA?

Não. Não nos é moralmente lícito abreviar a vida de quem quer que seja, sob
qualquer pretexto. A vida na carne nos foi outorgada pela lei divina, como
instrumento de progresso do Espírito. Uma reflexão, na última fração de segundo
de vida que resta ao moribundo, pode evitar-lhe séculos de sofrimento após a
morte.
SACRIFÍCIO DA PRÓPRIA VIDA, PROVEITO DOS
SOFRIMENTOS PARA OUTREM
A vida é obra eterna de nosso Pai, que nos compete respeitar e preservar, agindo segundo
Suas leis, sabiamente insculpidas por Ele em nossa consciência. O sacrifício da própria vida
pode ser válido, para nossa evolução, quando praticado exclusivamente em benefício do
próximo. Nossos sofrimentos podem ser proveitosos para outrem tanto material, como
moralmente.
Vimos que o sofrimento-expiação nos advém em razão da Justiça
Divina, com o objetivo de nos levar à tomada de consciência das
violações praticadas contra as leis divinas (arrependimento) e à
reparação dos danos causados às outras pessoas em consequência
daquelas violações. Vimos que essas reparações sempre envolvem
a prática do amor às pessoas anteriormente ofendidas, de forma
compensatória (o amor cobre a multidão de pecados). Na D.E., o
processo expiação-arrependimento-reparação é chamado de
regeneração, resgate, remissão do pecado ou pagamento da dívida
para com a lei divina. Essa dívida designa a responsabilidade do
pecador de reparar os danos causados por seu pecado à harmonia
universal e aos Espíritos diretamente afetados. Vimos, também,
que o perdão divino (ou misericórdia divina) nos oferece, sempre,
oportunidades para regeneração e que o perdão humano é
constituído, principalmente, por não praticar a vingança e não
guardar ódio, nem mágoa por quem nos fez sofrer.
1. Sofrimento - a principal finalidade do sofrimento é nos levar à tomada
de consciência de nossas violações da lei divina – isto é, ao
arrependimento - e, daí, à reparação dos males causados por tais
violações. Assim, o sofrimento nos leva ao progresso como ser humano.
Deus é o infinito Amor; não se ofende com nossos pecados e não dá o
troco (não se vinga) por causa desses pecados.
2. Justiça e misericórdia - Deus é simultaneamente justo e misericordioso.
A justiça divina imposta pela expiação não é vingança e, sim, auxílio para
nos levar ao progresso. A misericórdia divina não é indulto, isto é, não
nos liberta da responsabilidade da reparação; ao contrário, a
misericórdia divina nos concede tantas ocasiões de reparação quantas
necessitarmos.
1. Que quis Jesus dizer quando nos ensinou no Pai Nosso: “Perdoa nossas
dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”? Perdão divino é
o mesmo que perdão humano? Não é a mesma coisa. Perdão divino ou
misericórdia divina é a concessão de oportunidades de recuperação de
nossas faltas. Perdão humano é um conjunto de atitudes de amor para
com o ofensor que inclui não praticar a vingança e não guardar ódio
nem ressentimento. No “Pai Nosso”, quando dizemos “Perdoai as nossas
dívidas”, estamos pedindo o perdão divino para nossos pecados.
Quando dizemos “Assim como nós perdoamos os nossos devedores”,
estamos oferecendo nosso perdão (perdão humano) àqueles que
pecaram fazendo-nos sofrer.
1. Que é dívida para com as leis divinas? É a responsabilidade que
adquirimos de praticar a regeneração, todas as vezes que violamos a lei
divina.
2. Que quis Jesus dizer com a frase: “Bem-aventurados os que choram?”
“Chorar”, nesta frase, refere-se ao sofrimento expiatório. Jesus quis
dizer que aqueles que sofrem pela expiação serão felizes, porque serão
levados à reparação e, assim, se recuperarão dos pecados que causaram
aquele sofrimento expiatório. Isso os levará ao progresso espiritual, que
traz a felicidade.
3. É verdade que não existe injustiça? É verdade. Todo sofrimento tem uma
causa. Como Deus é justo, justa há de ser essa causa. É por isso que não
existe injustiça real. O Pai celestial não deseja o nosso sofrimento.
Assim, se estivermos sofrendo, esse sofrimento é provocado pelo nosso
pecado, que provoca a expiação. Essa dor nos advém para ajudar na
regeneração do pecado cometido no passado, nesta ou em outras
existências.
Consequência das violações da lei divina

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