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Comunidade Educante

1. Laboratório de humanização

O que é uma comunidade educante, se não aquela que acolhe todos


quantos vem a seu encontro de modo que a ajudá-los a chegar à plena
maturidade da estatura de Cristo. Porém para dar é necessário possuir.
Esta comunidade deve ser formada por irmãs que busquem viver o ideal
da humanização primeiro entre si. E viver este ideal se concretiza no ”
prendersi cura” do humano, que vai muito além de dar de comer, beber
e vestir. É buscar a dignidade do ser, seus direitos, seu crescimento
intelectual e emocional, basando-se em valores como respeito e um
ambiente religioso, onde se busca a santidade, contudo quem a busca
deve ser humana, Deus revelou seu plano de salvação aos seres
humanos. E como seria buscar a plenitude da humanidade para avançar
em direção ao Reino de Deus, onde seremos plenamente quem somos
chamados a ser?
 Crescimento e amadurecimento na reciprocidade: Cada irmã
participa no processo de amadurecimento das demais. Por isso
devemos arrancar de nossos corações a tentação do
individualismo, da rivalidade, da competição. É bem verdade que
cada uma tem o seu caminho pessoal, mas também é verdade
que nossos caminhos se encontram, o próprio texto nos diz que
somos responsáveis por construir uma rede de relações
interpessoais e de um estilo de vida de comunhão, o dom da
comunhão vem certamente do Espirito Santo, mas se não
abrirmos o coração à sua graça e colocarmos a nossa força de
vontade que deve estar centrada no Senhor, nada acontecerá por
si só.
 Ambiente sereno e positivo: A serenidade e positividade em
nada tem a ver com a falta de conflitos. Imaginem ter um coração
tão livre, que no momento em que uma irmã, na caridade, aponta
um defeito meu, eu seja capaz de dizer para mim mesma, talvez
a irmã esteja certa, será que devo melhorar neste aspecto? Viver
em serenidade e positividade é sinal de que estamos livres de
certos condicionamentos. Uma irmã que vê coisas negativas nas
outra irmãs e na comunidade tem uma escolha a fazer, examinar
seu coração e discernir se o que percebe é fruto do desejo de que
a comunidade cresça, ou sente inveja e alegria, mesmo que falsa
pelos erros dos outros, assim ela poderá corrigir sim, mas com o
espirito de crescimento. E a irmã que receberá a critica, também
passará por um processo de decisão, ver na correção um meio de
maturação, percebendo que ainda precisa crescer em tantos
aspectos, e acolher como sinal de caridade fraterna, ou achar que
existem sinais de rivalidade e inveja. Na vida comunitária o
quotidiano é feito de escolhas que refletem o nosso caminho
espiritual e humano.
 Espaço criativo: vivemos em meio a uma grande mudança de
perspectiva na vida religiosa, mudança que foi iniciada a mais de
50 anos com o Concilio, mas que precisa de uma grande
coragem, não só das autoridades, mas também de cada irmã.
Somos chamadas a viver a corresponsabilidade, somos todas
responsáveis pela construção e desenvolvimento da comunidade,
por gerar um ambiente sereno e alegre, por mediar conflitos. Este
não é mais exclusivamente “trabalho” da animadora de
comunidade, mas de todas. Temos uma regra de vida e um
diretório, vivemos a partir de normas, o que é imprescindível, se
não viveríamos em uma anarquia, todas fariam aquilo que
achassem certo sem nenhuma base, porém devemos colocar em
prática a criatividade, sinal do Espirito de Deus em nós.
 Elaborar a própria identidade: não adianta acolher as pessoas
desejando ajudá-las, se nós mesmas não buscamos a nossa
formação. O que seria de nós se o senhor não nos tivésse
escolhido para nos consagrar a Ele, o que seriamos? Quem
seriamos? Vivemos repletas de lacunas em nossas vida, as quais
devemos nos conscientizar, mesmo que doa. A coragem de
mudar deve ser forte. Elaborar a própria identidade, significar lutar
para ser quem Deus em seu infinito amor deseja que eu seja, ser
plenamente eu, executar plenamente minha missão. Requer
escolhas, cortes, descobertas, mas é o caminho para a
apropriação da liberdade que Deus já me concedeu.

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