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Tomás de Aquino lembrava que quanto mais eu vou ao encontro de mim, mais
eu descubro em mim um Outro que não sou eu, mas que, no entanto, é o
fundamento do meu existir.
Mas, como é possível amar o outro se não se ama nem a si? O autoamor é a
primeira coisa que o ser humano precisa alcançar para em seguida amar ao seu
semelhante. Esse autoamor será conquistado à medida que o ser humano
conseguir libertar-se de doenças da alma: orgulho, vaidade, inveja, ciúmes, etc,
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curando-se para que consigam manifestar sua essência divina e terem condições
de amar a si e aos outros.
Um bom exemplo a ser lembrado é Santo Agostinho, que um dos Pais da Igreja,
colaborou na Codificação da Doutrina Espírita.
A resposta a que nos referimos no início foi dada por ele. Recomenda que cada
um de nós faça como ele fizera quando viveu na Terra.
A cada noite ele fazia uma análise de como fora o seu dia. Questionava-se se
fizera alguma coisa contra Deus, contra seu próximo e contra ele próprio.
E sempre buscava corrigir o que precisava ser corrigido, buscando ser a cada dia
melhor que no dia anterior.
todos nós somos criaturas humanas, passíveis de erro e por isso mesmo tudo
isto aqui exposto sensibiliza antes a nós mesmos. Mas precisamos compreender
que o Criador nos atribuiu apenas a imortalidade, nos concedendo todas as
possibilidades para o progresso intelecto-moral, mas que este só pode ser
efetuado por nós mesmos, visto sermos dotados de livre-arbítrio, que é a
faculdade de fazer ou não fazer, o poder de decidir entre o bem e o mal. Sem o
estudo do Evangelho e o conhecimento das verdades espirituais; sem o trabalho
que aprimora a alma e sem o conhecimento de nós mesmos, fica muito difícil
palmilharmos o caminho da luz. Talvez daí todos os erros cometidos nestes dois
mil anos por aqueles que sucederam a vinda do Cristo, pois se não conhecemos
a nós mesmos, mais complexas se tornam as palavras do Mestre:
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Então, penso que temos três fatores que devem ser trabalhados em conjunto,
por todo aquele que almeja a renovação espiritual: autoconhecimento, reforma
íntima e caridade.
Tudo começa por aqui. Não adianta você querer reformar algo que mal conhece.
Antes de qualquer reforma, é fundamental conhecer aquilo que se deseja
transformar. Isso não significa que precisemos ser sábios para iniciarmos a
reforma íntima. Na verdade, penso que a sabedoria vem justamente com a
mudança interior. Mas a nossa transformação, que ocorre gradativamente,
precisa estar alicerçada em um trabalho de investigação interna. Precisamos
aprender a olhar para nossa realidade íntima com sinceridade, com
imparcialidade, mas também com acolhimento, com carinho, sem
autojulgamento e autopunição desnecessários. Na verdade, é impossível você
realmente amar o próximo se não ama e não aceita a si mesmo.
Mudança interior
Caridade