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CURSO ESTUDOS MEDIÚNICOS

Curso de Estudos Mediúnicos


10ª Aula - Reforma Íntima: Conhecer a Si Mesmo

Kardec e as Emoções

Na primeira publicação da Revista Espírita, foi subtitulada de Jornal de


Estudos Psicológicos muito tempo antes das bases científicas de
Sigmund Freud (1857-1939) e Carl Gustav Jung (1875-1961).

Dimensão psicológica essencialmente o mundo dos sentimentos e das


emoções.

Kardec: ... “quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se


conhece a de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-los, como se
faz com as plantas novas. Mas essa arte exige muito tato, muita
experiência e profunda observação”.
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Diferença entre o desenvolvimento intelectual e a moral.

Aprender a lidar com as emoções é aprender a arte de manejar os


caracteres, de se transformar internamente (progresso moral).

O objetivo do Espiritismo é usar do intelecto para conduzir o homem a


transformação moral (ler, estudar e refletir).

Kardec: “... não é somente de desenvolver a inteligência o de que os


homens necessitam, mas de elevar os sentimentos.” Entendemos, por essa
colocação, que o grande diferencial dos mundos de regeneração esta
diretamente ligado a esfera emocional”.
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“Você não pode ensinar nada a


um Homem, você pode apenas
ajudá-lo a encontrar a resposta
dentro dele mesmo”.

Galileu Galilei
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Enquanto o egoísmo e o orgulho dominarem a paisagem humana, o


homem se servirá de sua inteligência e dos seus conhecimentos para
satisfazer unicamente as suas paixões e interesses pessoais.

Vemos que o intelecto, sozinho, é incapaz de eliminar as mazelas da alma,


de tornar o homem verdadeiramente melhor. O raciocínio é uma etapa
necessária, mas não é o fim, pois toda mudança de comportamento
precisa passar pela dimensão profunda da psique humana.

Por fim, queremos ressaltar a resposta que os espíritos dão ao Codificador,


afirmando que o autodescobrimento é a forma prática mais eficaz que tem
o homem de se melhorar nessa vida e de não ser arrastado pelo mal.
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Ninguém se torna humilde assimilando condutas de pessoas


humildes, assim como ninguém se torna brando e pacífico “engolindo
a raiva” ou camuflando seu orgulho. Identificamos também que o
sentimento não se submete às simples imposições do intelecto, e que
ninguém deixa de sentir inveja ou ciúmes porque sabe que não
deveria senti-los – podemos apenas camufla-los.

O autodescobrimento é buscar o que desconhecemos em nós e que


atua sem consentimento.

“Conhecer a si próprio é o maior saber.”

Galileu Galilei
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Autodescobrimento

É a base do trabalho, do processo de transformação


moral e, dizemos mais, é uma condição, um pré-
requisito para que exista a verdadeira mudança interior.
“Conhece-te a ti mesmo.”
Sócrates não foi o autor da frase, ele a imortalizou. O
grande filósofo ateniense deparou-se com a expressão
ao visitar o Santuário de Delfos. (Estava escrito no
pórtico do grande templo dos Delfos em 650 a.C. )
“Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os
deuses e o universo.”
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Delfos também é conhecido como o templo do deus Apolo. Na mitologia grega,


ele é a divindade do “Conhece-te a ti mesmo” e do “Nada em demasia”.
O autodescobrimento é um chamado antigo, e para nós cristãos foi reforçado
pelas palavras do Nazareno ao dizer: “E conhecereis a Verdade e a Verdade
vos libertará”.
O Autodescobrimento é central no Espiritismo.
(Em administração há uma frase que diz: só podemos administrar aquilo que
conhecemos e podemos medir).
Hoje entendemos que não há como modificar algo desconhecido.
Não há possibilidade de tratamento para aquele que se acha são. Sem
coragem para enxergar realidade interior, em busca de quem verdadeiramente
somos e de como estamos, não haverá possibilidade de transformação.
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Viver no mundo de provas e expiações é, em síntese, dizer que estamos


mais próximos do início da caminhada do que do final. Significa dizer que o
mal predomina em nós e assim será por muito tempo, afinal, a condição do
predomínio do bem só se efetivará nos mundo felizes.
Sintetizamos que vivemos o momento de identificação de nossas
imperfeições e, principalmente, do mal dentro de nós.
Joanna declara: “O grande desafio contemporâneo para o homem é o seu
autodescobrimento”. (Desafio = Realização de algo).
Gustav Jung diz: “Enquanto por um lado o autodescobrimento é um
expediente terapêutico, por outro implica muitas vezes um trabalho árduo.”

Autodescobrimento é “apenas” conhecer-se.


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Como conhecer-se

“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela transformação moral e pelo esforço que


empreende no domínio das más inclinações”

Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XVII.


Sede Prefeitos. Os Bons Espiritistas.

Múltiplas são as formas pelas quais vamos conhecendo a nós mesmos, nossas
reações, nosso temperamento, o que imprime as nossas ações ao meio em que
vivemos, aquilo que é a maneira como respondemos emocionalmente, como
reagimos aos inúmeros impulsos externos no relacionamento social.

Podemos concluir que a nossa existência é todo um processo contínuo de


reformulação de nossos próprios sentimentos e de nossa compreensão dos porquês,
como eles surgem e nos levam a agir.
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De modo geral, vivemos todos em função dos impulsos inconscientes que se


agitam no nosso mundo interior. Manifestamos, sem controle e sem conhecimento
próprio, nossos desejos, ignorando suas raízes e origens.
Refletimos inconscientemente um sem número de emoções, pensamentos,
atrações, repulsas, simpatias, antipatias, aspirações e repressões. Somos um
complexo indefinido de sentimentos e ideias que, na maioria das vezes, brotam
dentro de nós sem sabermos como e por que.
Somos todos vítimas dos nossos próprios desejos mal conduzidos. Se sentimos
uma atração forte e alimentamos um desejo de posse, não nos perguntamos se
temos o direito de adquirir ou de concretizar aquela aspiração.
Agindo desse modo, interferimos na vontade dos que nos cercam e contrariamos
os desejos daqueles que não se subordinam aos nossos caprichos. Provocamos
reações, agressões, discussões, desajustes, conflitos, ansiedades, infelicidades.
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Vemos os erros e defeitos dos que nos rodeiam e somos incapazes de perceber
nossos próprios erros. As nossas faltas são sempre justificadas. Colocamo-nos
sempre como vítimas. Os outros nos causam contrariedades e desrespeitos.
Esse comportamento é típico nos seres humanos e confirma o desconhecimento de
nós mesmos, das reações e manifestações que habitam a intimidade do nosso eu,
sede da alma.
A grande maioria das criaturas humanas ainda se compraz na manifestação das suas
paixões e não encontra motivos para delas abdicar em beneficio de alguém; são os
imediatistas, de necessidades mais elementares, com predominância das funções
animais, como reprodução, conservação, defesa.
Uma pequena minoria da humanidade compreende a sua natureza espiritual, e como
tal reflete um comportamento mais racional e menos impulsivo, isto é, suas
necessidades já denotam aspirações do sentimento, algum esforço em conquistar
virtudes e, assim, libertar-se dos defeitos derivados do egoísmo.
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Estamos todos, possivelmente, numa


categoria intermediária, numa fase de
transição de espíritos imperfeitos para
espíritos bons e, portanto, ora nos
comprazemos dos impulsos característicos
do primeiro, ora buscamos alimentar o
nosso espírito nas realizações do coração,
na caridade, na solidariedade, no esforço
de autoaprimoramento.
Vamos realizando o nosso progresso
individual, elevando-nos na escala que vai
do ser animal ao ser espiritual, alicerçando
interiormente os valores morais.
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Na resposta à pergunta 919-a, feita por Kardec aos Espíritos, Santo


Agostinho afirma: “O Conhecimento de Si Mesmo é, portanto, a chave
do progresso individual”.
Todo esforço individual no sentido de melhorar nesta vida e resistir ao
arrebatamento do mal só pode ser realizado conscientemente, por
disposição própria, distinguindo-se claramente os impulsos íntimos e
optando-se por disposições que nos levem às mudanças de
comportamento.
Desse modo, “conhecer-se a si mesmo” é a condição indispensável
para nos levar a assumir deliberadamente o combate à predominância
da natureza corpórea.
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E por quais razões o conhecimento próprio é o meio prático mais eficaz? Na


Grécia, por volta de 400 anos antes de Cristo, Sócrates já assim ensinava.
Essa sabedoria milenar ainda hoje é sobretudo evidente, e constitui o meio
para evoluirmos. Não é compreensível que ao nos conhecermos estaremos
a um passo de melhorar? Não se torna mais fácil, sabendo os perigos a que
estamos sujeitos, afastarmo-nos deles e evitá-los?

“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelo


esforço que empreende no domínio das más inclinações”.

(Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap XVII. Sede Perfeitos)


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Um grande número de indivíduos são levados, devido a desequilíbrios


emocionais, a gabinetes psiquiátricos. Através desses tratamentos vem a
conhecer as origens de seus distúrbios, aprendendo a identificá-los e a
controlá-los, normalizando, até certo ponto, a sua conduta. Porém, isso
ocorre dentro de uma motivação de comportamento compatível com os
padrões de algumas escolas psicológicas, quase todas materialistas.
Na Doutrina Espírita igualmente buscamos o conhecimento de nós mesmos.
Entendemos que a fração eterna do nosso ser só caminha na direção
evolutiva quando vivenciamos os ensinamentos evangélicos.
É preciso despertar a necessidade de conhecer o nosso íntimo, objetivando
nossa transformação nos espelhando nos exemplos de nosso Mestre Jesus.
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Conhecer exclusivamente as causas e as origens de nossos traumas e


distonias emocionais nos quadros da presente existência é limitar os
motivos dos nossos conflitos, olvidando a realidade das nossas existências
anteriores, os delitos transgressores do ontem, que nos vinculam aos
processos reequilibradores e aos reencontros conciliatórios do hoje.
Percebendo o passado longínquo de erros, trabalhamos livremente no
presente, preparando um futuro existencial mais suave e edificante.
Allan Kardec, diz que no caminho para a regeneração não basta ao homem
o arrependimento. São necessárias a expiação e a reparação, afirmando
que “A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o
mal”, e também “praticando o bem em compensação ao mal praticado...”.
O Céu e o Inferno, capitulo VII, item 16º do Código Penal da Vida Futura
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Múltiplas são as formas pelas quais vamos conhecendo a nós mesmos, nossas
reações, nosso temperamento, como respondemos emocionalmente, como reagimos
aos inúmeros impulsos externos no relacionamento social.
Quando não procuramos nos conhecer, alargando os campos da nossa consciência,
dirigindo-a rumo ao nosso eu, buscando identificar o porque e a causa de tantas
reações desconhecidas, somos igualmente levados a nos conhecer, exatamente nos
entrechoques com aqueles do nosso convívio, no seio familiar, no meio social, nos
setores de trabalho, nos transportes coletivos, nos locais públicos, nos clubes
recreativos, nos meios religiosos, enfim, em tudo o que compreende os contatos de
pessoa a pessoa.
“Amar ao próximo como a si mesmo, fazer aos outros o que quereríamos que os
outros nos fizessem, é a mais completa expressão da caridade, pois que resume
todos os deveres para com o próximo”
(Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. XI - Amar ao Próximo como a Si Mesmo.)
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No relacionamento entre os seres humanos, as experiências vividas ensinam


constantemente lições novas. Aprendemos muito na convivência social,
através de nossas reações com o meio e das manifestações que o meio nos
provoca.
O campo das relações humanas, já pesquisado amplamente, talvez seja a
área de experiências mais significativa para a evolução moral do homem.
O tempo vai realizando progressivamente o amadurecimento de cada criatura,
na medida em que aprendemos, no convívio com o próximo, a identificar
nossas reações de comportamento e a discipliná-las.
O relacionamento mais direto acha-se no meio familiar, onde desde criança
brotam espontaneamente nossos impulsos e reações. Nessa fase gravam-se
impressões em nosso campo emocional que repercutirão durante toda nossa
existência.
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Quantos quadros ficam plasmados na alma sensível de uma criança, quadros


esses que podem levá-la a inconformações, angustias profundas, desejos
recalcados, traumas, caracterizando comportamentos na fase da
adolescência e na adulta. Guardamos, do relacionamento com os pais,
irmãos, tios, primos e avós, os reflexos que mais nos marcaram.
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Começamos, então, numa busca tranquila, a conhecer como reagimos e


por que reagimos, na infância e na adolescência, aos apelos, agressões,
contendas, choques de interesses. Essas reações emocionais, que
normalmente não se registram com clareza nos níveis da consciência,
deixam, entretanto, suas marcas no inconsciente.
Importantes são as suaves e doces experiências daqueles primeiros
períodos da nossa vida, quando os corações amorosos de uma mãe, de
um pai, de um irmão, de uma professora, pelas expressões de carinho e de
compreensão, aquecem nossa alma em formação e nela gravam o conforto
emocional, predispondo-nos às coisas boas, às expressões de amor, que,
por termos conhecido e recebido, aprendemos a dar e a proporcionar aos
outros.
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No convívio escolar, iniciamos as primeiras


experiências com o meio social fora dos limites
familiares. As reações já não são tão espontâneas.
Retraímo-nos às vezes; a timidez e o acanhamento
refletem de início a falta de confiança nas
professoras e nos colegas de turma. Aprendemos a
nos comportar na sociedade, com reservas.
Sufocamos, por vezes, desejos e expressões
inferiores, e até mesmo defendemos com violência
nossos interesses, mesmo que ainda infantis.
E também brigamos com aqueles que caçoam de
alguma particularidade nossa. Quase sempre
retribuímos com bondade aos que são bondosos
conosco. E devolvemos insultos aos que nos
agridem. Sem dúvida são reações naturais, embora
ainda bem primárias.
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Na adolescência nossos desejos se acentuam. O querer começa a surgir, a


auto afirmação emerge naturalmente, a nossa personalidade se configura.
Aparecem as primeiras desilusões, as amizades não correspondidas, os
sonhos frustrados, as primeiras experiências mais profundas no campo
sentimental. De modo particular, cada um reage de forma diferente aos
mesmos aspectos do relacionamento com os outros; uns aceitam e
resignam-se com os desejos não alcançados; outros, inconformados,
reagem com irritação e violência e, por isso mesmo, sofrem mais.
E o sofrimento é maior porque é necessário maior peso para dobrar a
inflexibilidade do coração mais endurecido, como ensina a lei física
aplicada à nossa rigidez de temperamento. Os mais dóceis e flexíveis
sofrem menos, porque menor é a carga que lhes atinge o íntimo. Esses
não oferecem resistência ao que não podem possuir.
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A resignação é o meio de modelação da nossa alma, característica do


desprendimento e da mansuetude que precisamos cultivar.
As reações observadas nos outros que mais nos incomodam são precisamente
aquelas que estão mais profundamente marcadas dentro de nós. As explosões
de gênio, os repentes que facilmente notamos nos outros espelham a nossa
própria maneira de ser, inconscientemente atribuída a outrem e dificilmente
aceita como nossa. É o mecanismo de projeção que se manifesta
psicologicamente.
Poucas vezes entendemos claramente as manifestações de nossos
sentimentos em situações específicas, principalmente quando alguém nos
crítica ou comenta nossos defeitos. Normalmente reagimos: não aceitamos
esses defeitos e procuramos justificá-los. Nesse momento passam a funcionar
os nossos mecanismos de defesa, naturais e presentes em qualquer criatura.
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As vidas corpóreas constituem-se, para o espírito imortal, no campo experimental,


no laboratório de teste onde os resultados das experiências se vão acumulando.

“A cada nova existência, o espírito dá um passo na senda do progresso; quando


se despojou de todas as suas impurezas, não precisa mais das provas da vida
corpórea”.
(Livro dos Espíritos, Cap IV, pergunta 168).

Instruirmo-nos através das lutas e tribulações da vida corporal é a condição


natural que a Justiça Divina a todos impõe, para que obtenhamos os méritos, com
esforço próprio, no trabalho, no convívio com o próximo.
O conhecer-se implica em tomarmos consciência de nossa destinação como
participantes na obra da Criação. Dela somos parte e nela agimos, sendo
solicitados a colaborar na sua evolução global; Deus assim legislou.
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Parece claro que caminhamos ainda hoje aos


tropeços, caindo aqui, levantando acolá, nos
meandros sinuosos da estrada evolutiva que
ainda não delineamos firmemente.
Constantemente alteramos os rumos que
poderiam nos levar mais rapidamente ao
alvo. Os erros nos comprometem e nos
levam às correções, por isso retardamos os
passos e repetimos experiências até que
delas colhamos bons resultados, para daí
avançarmos.
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“Todos quantos sejam feridos no coração por reveses e decepções da vida,


consultem serenamente a sua consciência, remontem pouco a pouco a causa
dos males que os afligem, e verão, se as mais das vezes, não poderão
confessar: se eu tivesse feito, ou se não tivesse feito tal coisa, não estaria
nessa situação”
(Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap V - Bem-Aventurados os Aflitos)

A transgressão aos limites da nossa liberdade de ação, dentro do equilíbrio


natural que rege a existência, é quase sempre por nós reconhecida somente
através das consequências colhidas através dos efeitos das reações que nos
atingem. A semeadura é livre, a colheita é obrigatória. “Quem semeia ventos,
colhe tempestades”.
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Pela dor retificamos as nossas mazelas do ontem longínquo ou próximo: de


outras existências ou da presente vida. Os processos de sofrimento, nas
suas mais variadas formas, provocam, na nossa alma, o despertar da
consciência e a ampliação do nosso grau de sensibilidade, para
percebermos os aspectos edificantes que o coração, nas suas
manifestações mais nobres, pode realizar.
Quando enfermos, vítimas do nosso próprio desequilíbrio, sofremos os
males físicos das doenças contraídas pela falta de vigilância, que abre
nossas defesas vibratórias às investidas bacterianas no campo orgânico. É
no tratamento e no restabelecimento da saúde que somos naturalmente
levados a meditar sobre as origens e os motivos da doença.
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Se estamos conformados e obedecemos as orientações médicas, mais


rapidamente nos recompomos; se, porém, somos inflexíveis e descremos
da necessidade de mudar nossos hábitos, mais lentamente nos
restabeleceremos. Quem passa por um período de tratamento, sente e
sabe o que sofreu e, nem que seja apenas por autodefesa, toma certos
cuidados, como mudar seus costumes e transformar sua conduta.
Realiza-se um processo de autoconhecimento com relação a alguns
aspectos de nosso comportamento, de nossa forma de vida.
Nessas ocasiões em que adoecemos, muitas vezes somos obrigados a
permanecer imóveis num leito, semiconscientes ou sentido dores
dilacerantes, à beira do desespero, por vários dias. E quando recebemos
o alívio confortador de uma vibração suave, transmitida por um coração
que nos cuida ou nos visita, como ficamos agradecidos!
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Como conhecemos os valores aparentemente insignificantes dessas expressões


de carinho! E quem recebe desperta em si o desejo de proporcionar a outros o
mesmo alívio, o mesmo bálsamo. Amplia-se, assim, a nossa sensibilidade ao
sofrimento do próximo, além do fortalecimento da fé na bondade do Criador e
dos próprios corações humanos.
Quantas criaturas não se transformam radicalmente depois de uma grave
enfermidade? Distribuindo carinho ao próximo?
Quantos não descobrem dentro de si os valores eternos do espírito, após terem
sofrido longos períodos de tratamento ou perdas irreparáveis de entes queridos,
após padecerem com dores morais, desilusões de caráter afetivo ou dificuldades
materiais, que nos ensinam a valorizar as coisas simples da vida?
Quantos que, estando à beira da morte, hoje valorizam a vida, praticando
caridades e distribuindo carinho ao próximo?
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As dores, sob qualquer forma, ensinam-nos profundamente a nos conhecer, a


nos transformar, e, por mais que soframos, precisamos ter a disposição íntima
de agradecer, porque no mundo de facilidades são as oportunidades que a
dor nos proporciona, algumas das maneiras mais eficazes de transformação
desse homem animalizado e insensível. Valorizemos a nossa dor, tomemos a
nossa cruz e com ela caminhemos para a nossa redenção.
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“Compreendemos toda a sabedoria dessa máxima (conhece-te a ti mesmo)


mas a dificuldade está precisamente em se conhecer a si próprio. Qual o
meio de chegar a isso?”
(Livro dos Espíritos: Pergunta 919A)
À pergunta formulado por Allan Kardec, responde Santo Agostinho,
oferecendo o resultado de sua própria experiência:
“ – Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: ao fim de cada dia interrogava
a minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava
a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se
ninguém teria motivo para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me
conhecer e ver o que em mim necessitava de reforma”.
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Ainda ensina Santo Agostinho:


“Quando estais indeciso quanto ao valor de vossas ações, perguntai como
as qualificaríeis se tivessem sido praticadas por outra pessoa. Se as
censurardes em outros, essa censura não poderia ser mais legitima para
vós, porque Deus não usa de duas medidas para a justiça”
Através desse processo viremos a nos conhecer, procurando realizar o
trabalho de autoanálise, e não apenas nos deixando seguir ao sabor do
tempo, reagindo e respondendo nas ocorrências do cotidiano.
A autoanálise é um processo sistemático e permanente de efeitos diários e
contínuos, pois vamos ao encontro de nós mesmos para explorar o nosso
terreno íntimo, cultivando-o, preparando-o para produzir bons frutos.
A consciência é o campo a ser explorado e cultivado, dela extirpando as
más tendências com o esforço da nossa vontade.
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A consciência reside na mente, que se constitui de modo semelhante a um edifício


de três pavimentos. No andar inferior está o inconsciente, com todo o acervo de
experiências do passado, guardando imagens, quadros das emoções vividas. Nas
camadas mais profundas do inconsciente arquivam-se as historias de nossas
existências anteriores, a refletirem-se hoje através das reminiscências. No
pavimento intermediário está o nosso consciente, o presente vivo, a faculdade
pensante, a reflexão, a memória.

No andar superior, o superconsciente, a esfera


dos ideais, dos propósitos nobres e das
disposições divinas, a chama impulsionadora do
nosso progresso espiritual, alimentada pelos
Planos Superiores da Criação.

André Luiz (No Mundo Maior - Cap. III - A Casa Mental)


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É importante que deliberemos acelerar


o nosso avanço, potencializando o
nosso consciente pela autoanálise, o
seu alcance e o seu domínio sobre nós
mesmos, e exercendo constantes e
progressivas mudanças.
O processo de autoanálise pode e
deve ser utilizado mais intensamente
pelo homem, como meio de
autoeducação permanente e ordenada.
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Precisamos sair da condição de indivíduos conduzidos para passar à


categoria de condutores de nós mesmos, com amplo conhecimento das
nossas potencialidades em desenvolvimento.
É um trabalho de superar a densidade da nossa animalidade, o peso da
inércia aos impulsos espiritualizantes, alcançando esferas vibratórias mais
elevadas, que passam a modificar a constituição sutil dos envoltórios
espiritual e mental.
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Conhecimento pelos “inimigos”


Aqueles que nos desestimam indicam, com franqueza rude as imperfeições
que ainda conservamos conosco.

Críticas que nos machucam às vezes são os toques em nossas feridas.


Às vezes também, o que nos incomodam nos outros é o efeito espelho que
reflete as nossas imperfeições.

(O fofoqueiro reconhece outro fofoqueiro, um orgulhoso reconhece outro


orgulhoso).

Em nossa capacidade de tolerar as observações amargas reside a base da


nossa própria iluminação.
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Resumo:

Autoanálise
O conhecimento de nós mesmos – diagnóstico íntimo progressivo.

Auto-observação
O trabalho de aprofundamento detalhado do que queremos mudar; contagem,
registro e programação.

Autoaprimoramento
O trabalho efetivo de transformação íntima substituição de defeitos por
virtudes.

Autoavaliação
Verificação dos resultados – aferição de esforços, reciclagem.
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Resumo:

Cabe a nós, em exercícios


constantes, utilizar a autoanálise
(Vigiar) e a mudanças de atitudes e
reforma íntima (Orar), mesmo que
seja apenas por pura disciplina
(Vontade), para depois alcançarmos
a espontaneidade de sentimentos e
a nossa evolução. “Brilhe a Vossa Luz”
Mestre Jesus Cristo
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Leia

O livro dos Espíritos:


- Conhecimento de Si Mesmo: Perguntas 919 e 919a
- Pluralidade das Existências: Perguntas 166 a 170
O Evangelho 2° Espiritismo:
- Cap. XVII: Sede Perfeitos - Itens 3,4 e 7
- Cap. XI: Amar ao Próximo como a Si mesmo - Itens 1, 2, 3, 4 e 8
- Cap. V: Bem-aventurados os Aflitos - Itens 1, 2, 3 e 4
O Céu e o Inferno:
1a. Parte: Cap VII - As Penas Futuras Segundo o Espiritismo: Código Penal
da Vida futura.
No Mundo Maior: Cap. III - A Casa Mental
Rumo Certo: Cap. XXIII - Auto-Aprimoramento
Cultivo das Emoções: Marlon Reikdal

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