Você está na página 1de 35

Consciência Tântrica: Uma Iniciação ao Tantra e suas Curas.

Módulo1: Fundamentos

1 - O “Boom” do Autoconhecimento

Muito se fala hoje em dia de Autoconhecimento, Expansão da Consciência,


Processo de Iluminação, Desenvolvimento Humano, e essas coisas todas, que
pelo menos para mim, quando criança, jovem e até o início da minha vida
adulta, não se ouvia falar tanto sobre. As pessoas sempre tiveram suas
incoerências, dificuldades, confusões, dúvidas, questionamentos, tristezas,
mas aparentemente lidavam com tudo isso de maneiras bem diferentes das
que nós estamos lidando agora. Não se falava tanto de livros de Auto-Ajuda,
Vivências de Despertar Espiritual, de Festivais de Cura e Workshops de
Autoconhecimento e Filosofias de Vida, dos mais variados tipos. Isso tudo é
muito novo se pararmos para avaliar. As pessoas pareciam um pouco mais
conformadas com as situações que ocorriam ao seu redor, com suas dores e
com as confusões que apareciam em suas cabeças.

E o que será que mudou com as pessoas e com o contexto social, de meados
dos anos 2010, quando eu era um jovem adulto, para os anos atuais? Por que
será que as pessoas passaram a ser mais questionadoras, buscando algumas
respostas que vão para além do obvio? O que fazia com que as pessoas
antigamente não fossem tão questionadoras?

Eu tenho algumas suposições, e vou aqui discorrer sobre três delas, que
podem nos ajudar um pouco:

A primeira suposição é que a maioria das pessoas sempre esteve muito


preocupada apenas em sobreviver. Não nos sobra tempo ou energia para
refletir sobre as coisas ao nosso redor quando nos falta o básico. Isso é meio
que óbvio, não é? Sem as necessidades básicas atendidas, como sobraria
tempo ou atenção para alguém olhar para algo além do que sua própria
sobrevivência? Uma pessoa com fome deseja comer. Uma pessoa com sede
deseja beber. Uma pessoa com frio deseja um abrigo. Uma pessoa sem afeto
deseja carinho. Talvez, depois destas necessidades básicas atendidas, aí sim
sobre tempo para refletir sobre os “porquês” da vida.

A segunda suposição é que toda tentativa de compreensão para algo além do


óbvio, era direcionado às religiões. Lembro que quando eu era um jovem
adolescente, qualquer questionamento sobre a vida que me ocorria, poderia ter
apenas uma direção. A direção da Igreja, da Bíblia ou de Deus, nosso pai
Todo-Poderoso, como dizia Dona Rita Maria, minha mãe. Tanto que eu era
obrigado por ela e pela minha avó, a ir às missas, todo domingo, na Igreja que
ficava na Praça do Parque Edu Chaves, o bairro que eu nasci em São Paulo.

Desde aquela época, ir à igreja e a catequese, onde a tia “Dirce” nos explicava
sobre como deveríamos nos comportar perante Deus, já me parecia algo um
tanto quanto intrigante. Tudo que a gente não conseguia entender, e todos os
nossos questionamentos sobre como as coisas funcionavam, eram obras de
Deus, que estava no comando de tudo, com o seu Amor Universal. Que tudo
era do jeito que era, por que Deus quis assim e que todos nós somos filhos de
Deus, à sua imagem e semelhança. No entanto, toda vez que eu precisava
fazer algo, que não estava dando certo, eu ouvia que eu tinha que me esforçar
mais, que tenho livre arbítrio, e que não adiantava ficar esperando a obra de
Deus. Isso não parece um tanto contraditório? Convenhamos, que pelo menos
para mim, isso tudo parecia um tanto quanto incoerente.

Se eu sou filho de Deus, à sua imagem e semelhança, e estou fazendo algo


supostamente errado, ou, que não está dando certo, assim o estou, por que
Deus quis assim. Não parece óbvio? Assim como, seu eu estiver desejando
algo que não tenho, ou fazendo algo que as pessoas não concordem, só estou
assim fazendo, pois Deus quis assim. Muito claro. Mas não era bem assim que
as pessoas pensavam. Elas, na verdade, enxergavam Deus como um ser
dominador, julgador, disciplinador, com o Ego mais inflado do Universo, por
que as coisas tinham que ser do jeito dele, e se fizéssemos de outro jeito
seríamos castigados. Que amor Universal é este? Que castiga os filhos pelo
próprio livre arbítrio que lhes foi dado? Por que Ele nos culparia por estarmos
justamente utilizando desta dádiva da livre escolha? E outra, se é ele que está
no comando, na verdade as escolhas estão sendo feitas por ele, e não por
mim. Então que papo é esse de castigos e culpas?

A terceira suposição, para que as pessoas permaneçam pouco


questionadoras, e que, a meu ver, está em vigência até hoje, independente de
classe social e necessidades básicas atendidas, é a idéia de indivíduo, própria
do Capitalismo, do sistema Educacional e do Ego infantilizado – E essa idéia, é
a Ilusão do EU. Ilusão, pois quem sou EU, senão uma construção
biopsicossocial? EU sou apenas uma das muitas possíveis manifestações do
“Zeitgeist” vigente. Zeitgeist é uma expressão alemã para o espírito da época,
espírito do tempo ou sinal dos tempos. EU não sou nada além de uma fagulha
do TODO, ou uma das múltiplas manifestações de algo maior, assim como
tudo ao meu redor. Permanecer na Ilusão do EU me segrega do resto do
mundo ao meu redor, da UNICIDADE que transcende tudo, e me faz achar que
existem apenas duas coisas – Eu, e o resto do mundo. Que tudo na minha vida
depende de mim, ou que o mundo gira ao meu redor. Estas duas afirmações
podem causar confusões enormes para a pessoa, que se afunda nelas, e não
consegue clareza para questionar essa estrutura do EU. Dentro da ilusão, não
sou capaz de enxergá-la.

Agora que já falamos sobre os três motivos e situações que faziam com que as
pessoas não fossem tão questionadoras, vou ressaltar aqui algo que existe em
comum nestas minhas três suposições. Percebo que entre as três existe um
mesmo padrão de “Aceitação do Sofrimento”, como algo implícito a
existência. Vocês percebem isso? Na Suposição 1 – “Aceito passar por cima
dos meus sofrimentos, pois tenho que trabalhar a qualquer custo. Minhas
confusões e dores não são prioridade”. Suposição 2 – “Se eu estou sofrendo é
por que Deus quis assim, ou é o meu destino”. Suposição 3 – “Tudo na minha
vida depende de mim, ou, que o mundo gira ao meu redor, logo, sofro quando
as coisas não acontecem do meu jeito. E essa é a vida”.

E o que será que aconteceu para que o Sofrimento parasse de ser Aceito e
começássemos a adentrar neste campo do Autoconhecimento? A meu ver, os
grandes gritos de liberdade, que foram realizados por grupos oprimidos durante
a história da humanidade foram, pouco a pouco, estimulando os indivíduos a
criticarem os modelos e padrões de pensamentos, inclusive os próprios. A falta
de responsabilidade das pessoas sobre o que ocorre em seu psiquismo traz o
sofrimento, pois existe ai um buraco. A falta de aceitação das dores também.

O corpo humano, e neste incluem as emoções, reações/comportamentos, e de


certa forma, o processamento mental, não acompanhou o avanço tecnológico e
a alteração do estilo de vida que temos passado. Boa parte das nossas
reações e comportamentos, ainda se baseia, em expressões instintivas que
precisávamos ter em tempos mais antigos, como posse, ciúme, inveja e raiva.
Somos seres quase 100% primitivos, vivendo em uma sociedade avançada
tecnologicamente, teórica e digital. Seres materiais, vivendo conceitualmente,
em um campo de idéias. Em um campo mental e fantasioso. Muitas das coisas
que custamos a aprender de forma conceitual e mental poderiam ser facilmente
aprendidas em um campo experiencial e prático.

A cura dos nossos traumas depende unicamente da maneira que aprendermos,


na prática, a lidar com as reações emocionais “instaladas” em nossos corpos.
O que acontece com a maioria das pessoas é que elas não querem ter
responsabilidade sobre as suas vidas, comportamentos e reações. Sempre foi
mais fácil, e tornou a vida mais “simples”, colocar no outro (pai, mãe,
sociedade, religião) a culpa pelas minhas dores. Acolher é entender o
processo, e dar tempo ao tempo para que a cura se estabeleça, e não falar que
está tudo bem estar do jeito que está. É saber Sofrer, sem se manter em
sofrimento. É honrar a vida ao ponto de se manter em desenvolvimento,
aprendendo e se deleitando por todos os momentos.
O ato de observar os padrões já os enfraquece. Quando observo, adquiro a
capacidade de me enxergar além deles, e não me identificar. Posso até dar
risadas deles “tentando me pegar novamente”. A não identificação é a chave.

2 – Tantra: Transformação através do Corpo.

E onde o tantra entra nisso tudo, e por quê? Dois Fonemas: TAN (Expansão)
TRA (Libertação). Tantra pode ser definido também como Continuidade, ou
contínuo. São práticas de meditação dentro de uma filosofia, que pode ser
chamada de Caminho Vajrayana, Caminho do Mantra Secreto, ou Caminho
Tântrico, que é o caminho da Transformação. Ensina-nos que podemos
transformar QUALQUER COISA no caminho para a Iluminação. Mas o que é
esta tal de ILUMINAÇÃO? Nada mais é do que o FIM DO SOFRIMENTO. Não
o fim do SOFRER, mas sim o FIM DO SOFRIMENTO. É bem diferente.

O TANTRA nos mostra que o importante é a FORMA como nós usamos e nos
relacionamos com os fenômenos, e não os fenômenos por si só. Caminho de
Transformar a Raiva, Inveja, Desejo e Competição, para que estes não nos
mantenham em Sofrimento. O que nos mantém em Sofrimento é a identificação
com os mesmos, e a não canalização destes em prol de acabar com a
verdadeira causa do Sofrimento. Normalmente os caminhos para cessar o
Sofrimento são os seguintes:

1 - Afastar dos Objetos de Raiva


2 - Raiva não faz bem, porém é um processo INTERIOR, por isso vou me
treinar para estar diante do objeto de raiva, sem reagir com RAIVA.
3 - Tantra: Reconheço a Energia da Raiva, e em vez de ir contra ELA, eu vou
pegar esta energia de destruição, e vou direcioná-la contra a verdadeira causa
do Sofrimento (ignorância/egoísmo).

Naturalmente projetamos a Energia do Desejo em coisas que não nos traz a


felicidade. O Tantra usa o Corpo, a Mente e o Ambiente como instrumentos
para a iluminação. Parte do princípio que corpo e mente, estão sempre juntos.
Uso o meu corpo para me induzir em estados de consciência mais profundos,
junto com a mente que vai escolher uma direção. Corpo e Mente um ajudando
o outro. Utilizando Aspectos da energia Masculina e Feminina. Criando
equilíbrio entre estas duas energias.
Leva em consideração a nossa realidade. Caminho mais pé no chão que já
estudei até hoje. Não tem nada de místico. Leva em consideração o corpo que
temos hoje. Os recursos que temos hoje. Os ensinamentos nos mostram como
eu posso usar todos estes recursos que EU tenho hoje, e utilizar eles para criar
uma interdependência positiva, para sair do sofrimento e gerar um estado de
PAZ e Equilíbrio.
4 - A importância dos 5 sentidos e o Aterramento.

Os sentidos são responsáveis pela nossa capacidade de interpretar o


ambiente, ou seja, captar diferentes estímulos ao nosso redor. Sem os sentidos
não seríamos capazes de perceber as variações do meio e,
consequentemente, de produzir uma ação adequada diante de um
perigo. Tradicionalmente, aceitamos que os seres humanos possuem cinco
sentidos principais: visão, olfato, paladar, audição e tato.

Essa capacidade de perceber o meio é possível graças à presença de


receptores sensoriais, que captam os estímulos e transformam-nos em
impulsos nervosos. Estes são interpretados em centros específicos do sistema
nervoso, que produzirá respostas adequadas àquele estímulo. Esses
receptores estão localizados nos chamados órgãos dos sentidos.

Mas qual a importância dos 5 sentidos no processo de terapia tântrica, e como


eles podem nos ajudar no aterramento? Primeiramente precisamos conversar
sobre Aterramento. Já ouviram falar sobre este conceito?

Aterramento pode ser entendido como uma variável que identifica o quanto a
pessoa está ou é “aterrada”. Tudo bem! Mas o que “aterrada” quer dizer? Uma
pessoa é ou está aterrada quando consegue ter uma conexão com o próprio
corpo, com a sua história e com o ambiente à sua volta. Quando se sente
pertencente aos locais que freqüenta, e às atividades que está desenvolvendo.
Sem isto, a pessoa se sente perdida e com menos firmeza para tomar suas
decisões. Fica com aquela sensação de “avoada”, sabe? Com a cabeça nas
nuvens o tempo todo. Com pouco foco e determinação.

E como fazer para trabalhar o aterramento? É aqui que entram vários


exercícios do tantra e a ativação cada vez maior dos sentidos. Os exercícios
relacionados ao Som, Movimento e Respiração vamos aprender no módulo 4!
Já a ativação dos sentidos pode ser trabalhada diariamente. Os diferentes tipos
de massagens que aprenderemos aqui trabalham o tato e a pele. Os demais
sentidos podem ser ativados no dia a dia, ouvindo músicas mais baixas,
apreciando melhor o sabor e o perfume de uma refeição e abrindo bem os seus
olhos para observar formas e cores diferentes das usuais. Usem a imaginação.

5 - Bioeletricidade.

O corpo humano é composto, praticamente 2/3 de uma solução salina, que em


contato com as células nervosas, gera bioeletricidade química. A potência
desta bioeletricidade e a resistência do corpo humano podem variar de um
indivíduo para outro, dependendo da constituição orgânica de suas células.
Dessa maneira, verifica-se que o ser humano pode ser um gerador de
eletricidade! Somos constituídos dos mesmos elementos do Universo:
Moléculas, átomos, prótons, nêutrons e elétrons. Somos Energia condensada
em matéria.

A condutibilidade desta energia varia de acordo com as características do


corpo: corpo seco conduz menos energia do que corpo úmido. O corpo
humano acumula eletricidade quando a condutibilidade é baixa e descarrega
eletricidade, com facilidade, quando ela é alta. Uma das características mais
marcantes do trabalho com a Terapia Tântrica é a umidificação dos tecidos do
corpo. Wilhelm Reich já notava que a estimulação orgástica no corpo humano
aumenta naturalmente em até 30% o seu percentual de umidade relativa.

É indispensável para o ser humano manter o equilíbrio elétrico do seu corpo. O


equilíbrio elétrico está relacionado com a saúde física, mental e emocional do
indivíduo. Através dessa fonte elétrica, o ser humano funciona através dos
sentidos, usando dos atributos de sua percepção, como fazem os demais
animais. Tendo a sua fonte de energia própria e estando familiarizado com ela,
o ser humano é capaz de irradiar ondas eletromagnéticas com facilidade, se
expressar melhor, e viver de forma mais orgânica, conectado com o todo.

6 - A Função do Orgasmo e Sensações Orgásticas.

Que tal falarmos um pouco sobre Orgasmos e Sensações Orgásticas?


Podemos dizer que existem diversas maneiras destes fenômenos maravilhosos
ocorrerem em nossos corpos. No entanto, de maneira geral, eles podem
ocorrer quando existem estímulos, de diferentes intensidades pela nossa pele
como um todo, por um período de tempo, que varia de corpo a corpo. Durante
os estímulos, as conexões sinápticas, que são os impulsos elétricos, circularão
livremente pelo corpo, de acordo com o grau de condutibilidade de cada um.
Quanto maior esta condutibilidade mais facilmente as sinapses se espalharão
pelo corpo e mais intensas serão as sensações que podemos experimentar.

De maneira usual, o orgasmo ocorre quando há um acúmulo, seguido de uma


descarga desta eletricidade circulante em nossos corpos. No entanto, existem
diversas variáveis que influenciarão tanto a carga, que é o acúmulo desta
energia circulante, quanto a descarga da mesma.

Durante a excitação, existe o acúmulo da energia. Quanto mais permissivo e


livre de couraças, físicas e psíquicas, é um corpo, mais excitável ele se torna.
Quanto mais conectado aos seus sentidos, mas excitável este corpo se torna.
Quanto mais a eletricidade estimulada através dos sentidos possui livre
circulação pelo corpo, maior será acúmulo, ou carga de energia, até um ponto
que a descarga ocorrerá naturalmente.
Para Reich, as enfermidades psíquicas são a consequência do caos sexual da
sociedade, já que a saúde mental depende da potência orgástica, isto é, do
ponto até o qual o indivíduo pode se entregar e experimentar o clímax de
excitação no ato sexual.
Ele tinha total convicção da importância do orgasmo para a saúde física e
mental. Baseado nisso, Reich desenvolve a teoria do orgasmo, na qual
somente a satisfação sexual intensa consegue descarregar a quantidade de
libido necessária para evitar a formação de acúmulo de energia, gerador da
neurose.

Argumentou que era a total inaptidão dos neuróticos para descarregar a


energia sexual, completamente e com satisfação, durante o orgasmo, que
criava a obstrução de energia que mantinha viva a neurose.

Sendo assim, os trabalhos com a Terapia Tântrica são de suma importância,


tanto para preparar os corpos, reduzindo suas couraças físicas e psíquicas,
como para realizar os estímulos sensoriais corretos, possibilitando assim, que
as pessoas possam experimentar sua máxima potência orgástica.

7 - Ativação Sensorial: Aumento da Percepção Corporal.

A Ativação Sensorial é uma das técnicas mais simples da terapia tântrica,


porém muito poderosa. Neste curso aprenderemos esta ativação através de
três tipos de massagens. A Sensitive (Sensorial), Biomassagem e a
Vibracional. Todas as técnicas poderão ser utilizadas no decorrer do processo
terapêutico, de acordo com as demandas do seu interagente.

Ambas as técnicas ocorrem através de toques de diferentes intensidades por


todo o corpo da pessoa, onde, aos poucos, através destes toques, novas
sensações despertarão e a energia passará a fluir por todo o corpo,
promovendo um aumento da sensibilidade. Além disso, a massagem estimula
novas cadeias musculares para o processo orgástico (que ocorre quando há
um aumento progressivo das contrações musculares), que permitirão que seu
corpo alcance maiores sensações de prazer. Ambos os toques também
permitirão que o corpo possa redefinir a forma como sente prazer, tirando o
foco dos genitais.

A energia que o corpo produz como resposta ao estímulo das técnicas


sensoriais é combustível para inúmeros processos viscerais do nosso
organismo, como: metabolismo e digestão. E, assim como impulsiona esses
processos essenciais, a bioenergia é base para os nossos processos de
regeneração – por isso o nosso dedão esquenta depois de uma martelada, por
exemplo – e também sustenta a nossa sensibilidade.
Durante as técnicas de ativação sensorial, o terapeuta cria uma
atmosfera relaxante e tranquila, para que corpo e mente se abram para as
sensações sem medo. As reações naturais do sistema nervoso à esses toques,
associados com o conhecimento dos pontos específicos que um terapeuta
tântrico possui e as referências criativas da mente humana, são capazes de
proporcionar sensações únicas de prazer e autoconhecimento, ao perceber
que regiões do corpo pouco relacionadas à sexualidade são capazes de
promover um intenso prazer físico.

Principais benefícios da Ativação Sensorial:

1 - Auxilia na cura das disfunções sexuais (ejaculação precoce, impotência,


falta de libido.
2 - Revela e dissolve bloqueios e traumas psicológicos e emocionais que
podem estar inibindo o fluxo de energia e a experiência orgástica
3 - Aumento Significativo na sensibilidade sensorial e intensidade de praze
4 - Acalmar a Ansiedade: a massagem leva o corpo na direção oposta da
ansiedade.
5 - Melhora da auto-estima: a consciência fica em paz com o corpo quando
existe equilíbrio.

Módulo 2: O Prazer como Ferramenta para Transformação

1 - Prazer como Meio de Transformação: Lidando com o Apego e o


Desejo.

O Sexo, como muitas outras coisas, não é por si só, nem positivo e nem
negativo. A energia sexual de base, que nos movimenta para a vida e nos
vitaliza, pode sim ser positiva, mas o sexo, por si só, não é, nem positivo e nem
negativo. Porém, se diz que de todos os prazeres sensoriais que a gente pode
experimentar na vida, o prazer sexual é um dos maiores, se não o maior deles.

E qual é a discussão maior sobre isso tudo? O problema maior, com os


prazeres como um todo, é que quando a gente vive o prazer como um fim em
si, sem uma consciência sobre o que está ocorrendo, a gente acaba gerando
um apego muito grande, um desejo muito grande, e podemos nos tornar
escravos do nosso próprio prazer, passando a vida indo atrás do mesmo.

Esta busca incessante pelo prazer pode gerar muitos sofrimentos, pois quando
eu vou à busca do meu prazer, posso ter obstáculos à minha frente. Estes
obstáculos podem me gerar reações negativas, como raiva e ódio.
Adicionalmente, uma vez que eu tenha o meu prazer, em algum momento ele
vai acabar, e isso vai gerar de novo um sofrimento: “Por que ele acabou? Não
deveria ter acabado!
Então o que acontece é o seguinte. Quando o prazer sexual é vivido apenas
como um fim em si só, o que acaba acontecendo é que o desejo e o apego
aumentam cada vez mais. Uma das explicações que é dada, é que a gente tem
diferentes momentos na vida no qual a mente grosseira perde força, a mente
sutil perde força, e se manifesta uma mente muito sutil, bem profunda.

E isso acontece no momento da morte, quando a gente dorme, desmaia, e se


diz que acontece de uma forma rápida e sutil no momento do prazer sexual.
Em outras palavras, a mente se dissolve, e o que ocorre neste momento, é que
a direção que a mente sutil segue é a direção que foi dada pela mente
grosseira, e a direção que a mente muito sutil segue é a direção que foi dada
pela mente sutil.

O que acontece neste momento, é que o último pensamento que a pessoa


tiver, do ponto de vista grosseiro, vai se tornar mais profundo. E, na grande
maioria dos casos, qual são os sentimentos que envolvem toda a parte do
prazer sexual? Apego e Desejo. Sendo assim, a verdade é que acaba sendo
algo que vai aumentando, cada vez mais, o próprio apego e o desejo, fazendo
com que isso se torne uma coisa cada vez mais profunda. A pessoa vai se
tornando cada vez mais escrava do próprio prazer e do desejo. Isso cria uma
grande angústia no final das contas, não é?

Então o problema na verdade não é o sexo em si, mas tudo aquilo que acaba
vindo junto em um momento no qual é vivido um grande prazer, ao qual se tem
um grande desejo e apego. A outra pessoa acaba se tornando um objeto pelo
qual eu posso atingir o meu próprio prazer, e isso me leva à Luxúria, que é a
falta de consideração com a dignidade do próprio objeto de desejo. Eu o quero,
pois aquilo vai me trazer prazer. Eu não estou nem ai com o bem estar do
outro. Isso é falta de amor.

Sendo assim, podemos dizer que o sexo em si não é bom e nem ruim. É uma
dimensão, ou um aspecto possível na vida, como qualquer outro. O que
devemos refletir é o seguinte: Existe a possibilidade de usar este aspecto como
algo positivo na vida? Claro que sim. Porém, o mínimo que pode ser feito, é
tentar, nestes momentos, onde a nossa mente vai de um estado mais
grosseiro, para um muito sutil, nos conectarmos com um estado de amor
sincero e verdadeiro. Isso é o mínimo que pode ser feito para transformarmos
este aspecto da vida. Ou seja, mais do que o fato em si, o que importa é a
forma como aquilo é vivido. Isso é o mais importante.

2 - Reconhecendo as Energias Yin e Yang.

Segundo a filosofia chinesa o Yin e Yang são a representação do negativo e do


positivo, sendo o princípio da dualidade, onde o positivo não vive sem
o negativo e vice e versa. O Yin representa a escuridão, o princípio passivo,
feminino, frio e noturno. Já o Yang representa a luz, o princípio ativo,
masculino, quente e claro.

Quanto mais Yin você possuir, menos Yang terá e, quanto mais Yang possuir
menos Yin você terá. Essa filosofia diz que para termos corpo e mente
saudável é preciso estar em equilíbrio entre o Yin e o Yang. Há sete leis das
energias Yin e Yang:

1. Todo o universo é constituído de diferentes manifestações da unidade


infinita;
2. Tudo se encontra em constantes transformações;
3. Todas as contrariedades são complementares;
4. Não há duas coisas absolutamente iguais;
5. Tudo possui frente e verso;
6. A frente e o verso são proporcionalmente do mesmo tamanho;
7. Tudo tem um começo e um fim.

Como utilizamos o conceito de Yin e Yang na Terapia Tântrica? Como já


aprendemos Yin é simbolicamente a nossa energia feminina, e Yang a nossa
energia masculina. Yin pode ser visto como a matéria, nossas emoções e todos
os sentimentos que as permeiam. Yang pode ser visto como a Consciência,
que tudo observa. Yin é dentro. Yang é fora. Yang é a consciência sobre o Yin.
Yin é a razão da existência do Yang.

Na Terapia Tântrica auxiliamos as pessoas a sentirem estas energias, em sua


própria existência. Através de estados de profunda conexão com o corpo, a
pessoa passa a observar padrões de emoções e comportamentos, e, a partir
desde simples ato de observar, passa a entender que emoções e
comportamentos são condicionamentos do corpo, estruturados no decorrer de
suas vidas. Assim que adquiri esta consciência, a pessoa é capaz de, pouco a
pouco, escolher à quais comportamentos ela se entregará, de acordo com o
momento que estiver passando.

Esta simples opção de escolha lhe traz mais tranqüilidade em seu dia a dia,
pois não estará mais a mercê de suas próprias emoções. A sabedoria de um
Yang Saudável, que tudo observa, escolhe com verdade à quais manifestações
do Yin o Ser se entregará. Ao menos às manifestações que estiverem ao seu
alcance. Pois, também faz parte do equilíbrio Yin e Yang, aprendermos que
quase nada está sob o nosso controle. O Yin sente e movimenta. O Yang
observa, da vazão, ou limita. Tudo de acordo com a nossa maturidade.
3 - Anatomia Básica da Sexualidade e dos Sistemas Reprodutores.

Fala pessoal, sejam bem vindos à nossa aula básica de anatomia dos sistemas
reprodutores! Antes de dividirmos a exposição entre a anatomia Feminina e
Masculina, eu quero mostrar uma imagem muito interessante para vocês.

Viram que incrível? Diferente do que nós usualmente imaginamos, e


independente das suas genitais, as pessoas possuem mais características em
comum do que diferenças, inclusive na parte da sexualidade. Os tecidos que
formam a anatomia da Yoni e do Lingam se desenvolvem a partir da mesma
estrutura genital indiferenciada, que pouco a pouco vai se transformando. Este
conhecimento básico pode nos trazer maior empatia, para sabermos lidar com
as diferentes pessoas ao nosso redor, e relações que construiremos.

Agora que já aprendemos uma novidade bem bacana, vamos falar


especificamente da anatomia da Yoni? Como vocês já sabem, no Tantra
chamamos a Vagina, de Yoni, ok? Dividimos a Anatomia da Yoni em Genitália
Externa e Genitália Interna.
Genitália Externa:

Vulva: órgão externo da genitália feminina formado pelo monte pubiano,


clitóris, lábios externos e internos.
Monte pubiano: parte mais exposta da nossa genitália que cobre o osso
pubiano.
Clitóris: ao abrir os lábios da vulva é possível enxergar o órgão, pequeno e
arredondado, o clitóris fica acima da entrada da uretra. Tem como objetivo o
prazer e, por isso, é a parte mais sensível ao toque da vagina. O estímulo
sexual, causado pelo contato e fricção nessa parte, pode a levar ao orgasmo.
Grandes Lábios (Lábios Externos): camada de pele mais externa da vulva,
que se sobrepõe aos lábios internos. Iniciam no monte pubiano e terminam no
períneo. Tem como objetivo proteger a abertura da vagina e da uretra.
Pequenos Lábios (Lábios Internos): ao afastar os lábios externos,
conseguimos enxergar os lábios internos. É uma camada de pele, sem pelos,
que, assim como os lábios externos, tem como função a proteção do canal
vaginal e da uretra. Quando existe estímulo sexual, incham e ficam mais
sensíveis.
Glândulas de Bartholin: ficam nos lábios internos e são responsáveis pela
liberação do fluído que facilita a lubrificação e auxilia na penetração, durante o
ato sexual.
Glândulas de Skene: estão localizadas na vulva, próximas à uretra. Assim
como as glândulas de Bartholin, são responsáveis pela lubrificação da
genitália, principalmente mais próximo à uretra.
Fúrcula Vaginal: é a parte que circunda as glândulas de Skene e os orifícios
da uretra e da vagina.

Genitália Interna:

Canal Vaginal ou Vagina: canal entre a vulva e o colo do útero. Além de


receber o pênis durante relações sexuais com penetração, é por onde a
acontece a saída do sangue menstrual e também por onde saem os bebês em
partos naturais.
Colo Uterino, Cérvice ou Cérvix: porção inferior e estreita do útero, onde ele
se une com a porção final, superior da vagina.
Útero: Fica na região inferior da pelve e tem como função receber o feto para
desenvolver uma possível gravidez.
Tubas uterinas: é o local onde o espermatozoide encontra o óvulo que foi
liberado.
Ovários: onde os óvulos ficam armazenados e onde são produzidos alguns
hormônios importantes para o corpo como um todo, como o estrogênio e a
progesterona.
Clitóris:

Uma coisa interessante a se observar é a anatomia do Clitóris. Ele possui duas


partes, sendo uma na parte externa, com aproximadamente 5 mm e a parte
interna possui com cerca de 4 cm.

Ao ser estimulado, o clitóris aumenta de tamanho devido a circulação


sanguínea que é intensificada na área, pois ele é constituído por um tecido
erétil, assim como ocorre no pênis. Quando está em ereção, a parte externa do
clitóris pode aumentar até 2 cm.

A nossa compreensão do sistema reprodutivo feminino e da sua relação com o


prazer sexual é incompleta. Existe um consenso de que a estimulação do
clitóris e das terminações nervosas dentro do sistema reprodutor feminino
podem levar ao prazer e ao orgasmo, no entanto os cientistas debatem a
existência e a localização do ponto de Gräfenberg, mais conhecido como
"ponto G".

Existem poucas informações acerca do ponto G. A investigação cientifica


sugere que o ponto G é um conjunto de terminações nervosas conectadas ao
nervo pudendal ou então que é uma área altamente sensível que desencadeia
sensações da vagina para o clitóris e dentro da uretra.

Como o clitóris pode se mover com a excitação e durante o sexo, alguns


cientistas sugerem que o ponto G é realmente parte do clitóris e que o clitóris
pode ser estimulado com os movimentos do sexo com penetração vaginal.
Dado que as sensibilidades nervosas e musculares podem e provavelmente
diferem de mulher para mulher, o ponto G poderá não estar localizado no
mesmo local ou existir em todas as mulheres.

Vamos falar um pouco agora sobre a Anatomia do Lingam? Como vocês já


sabem, no Tantra chamamos o Pênis, de Lingam, ok? Dividimos a Anatomia do
Lingam em Externa e Interna.

Em sua Região Externa, o pênis possui 4 divisões: cabeça, corpo, raiz e saco
escrotal.

Cabeça: a cabeça do pênis é denominada glande e é uma região de extrema


sensibilidade. Quando o pênis está em seu estado flácido, a glande é envolvida
por uma pele chamada prepúcio, que se estende até a região mais inferior do
pênis, denominada freio. Quando o pênis está em seu estado ereto, o prepúcio
deixa a glande exposta. Na região interna do prepúcio existem glândulas
sebáceas, responsáveis por produzir uma secreção denominada esmegma,
que ajuda na limpeza e lubrificação dos órgãos. O acúmulo de esmegma no
prepúcio pode provocar irritações e inflamações que, em níveis mais graves,
podem ser uma das causa do câncer de pênis.
Corpo: a região do corpo do pênis é a região de alongamento do órgão.
Raiz: a raiz do pênis é a região que liga o órgão à parte interna do organismo.
Saco Escrotal: Armazenamento dos testículos

Em sua Região Interna o pênis é composto por corpos cavernosos que são
tecidos eréteis, o corpo esponjoso um tecido responsável por envolver e
proteger a uretra e pela própria uretra.

Corpos cavernosos: os corpos cavernosos são um par de tecido erétil


localizado na parte dorsal do pênis. Eles são envolvidos por uma camada
resistente de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea. É nesses tecidos que
estão a maior parte dos vasos sanguíneos para que ocorra a ereção do órgão.
Corpo esponjoso: o corpo esponjoso é um tecido esponjoso
localizado ventralmente envolvendo a uretra. Esse tecido se dilata na
extremidade formando a glande e é nele que estão localizadas as glândulas de
Littré, glândulas secretoras de lubrificante sexual.
Uretra: a uretra é um tubo membranoso localizado em toda extensão do pênis.
Possui esfíncteres que permitem através do relaxamento e contração
a passagem da urina, assim como a passagem do esperma durante a
ejaculação.

Existem alguns homens que não possuem o prepúcio, pois passaram por
procedimento cirúrgico chamado postectomia, também conhecido
como circuncisão. Este procedimento é realizado no intuito de retirar o
prepúcio, normalmente por razões culturais, estéticas ou, também, por razões
médicas, quando o prepúcio atrapalha a exposição da glande durante a ereção,
condição denominada fimose, ou quando o prepúcio causa acúmulo de
esmegma no pênis.

Bom, espero que vocês tenham gostado desta aula. Estudem bastante até que
ao menos estas partes que conheceram ou relembrarão fiquem na ponta da
língua hein!

4 - Sexualidade, Identidade de Gênero e Orientação Sexual.

Todo mundo já ouviu que a sexualidade é um aspecto importante da nossa


vida, mas o que é sexualidade? Na verdade, esse é um termo bastante amplo
e abrangente e dificilmente se encaixa em uma definição única e absoluta.

A maioria das pessoas confunde a sexualidade com o sexo. Embora a


sexualidade também englobe o tema sexo, ela não é só isso. Quando falamos
sobre sexo, muitas vezes nos referimos à prática sexual que envolve uma
relação física.

A sexualidade é um aspecto comum a todas as pessoas, ela está presente


desde que nascemos e vai sendo construída e desenvolvida no decorrer de
toda a vida, através das experiências que vamos tendo ao longo dos anos.

Consideramos que o desenvolvimento da sexualidade é um aspecto biológico


do ser humano que é influenciada pelo contexto social, cultural, histórico,
psicológico, econômico, político, religioso e ético em que o sujeito está inserido.
Ou seja, a sexualidade pode ser expressa de formas diferentes de pessoa para
pessoa, pois recebe forte influência do convívio social.

Dessa maneira, a sexualidade se desenvolve a partir da interação social, de


uma forma especial e profunda através da comunicação do indivíduo consigo
mesmo e com o outro. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a
sexualidade é “uma energia que nos motiva para procurar amor, contato,
ternura e intimidade” e ela “influencia pensamentos, sentimentos, ações e
interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental”.
Podemos dizer que a sexualidade está relacionada com tudo aquilo que somos
capazes de sentir e expressar, com a forma que a gente se coloca no mundo e
como nos relacionamos com o outro a fim de buscar o prazer. Esse prazer não
precisa necessariamente ser o prazer sexual.

O que é gênero?

Primeiramente, é preciso compreender a definição de gênero, ou melhor, as


definições. Diversas explicações foram criadas por estudiosos e filósofos,
resultando em uma diversidade de visões a respeito de um único conceito.
De forma simples, gênero pode ser definido como um agrupamento de
indivíduos, objetos e idéias que possuem características em comum.

O gênero está associado à construção social do sexo biológico. Logo, é


esperado que uma pessoa biologicamente mulher siga as regras sociais
associados ao seu sexo. No entanto, o sexo se refere apenas às distinções
biológicas e anatômicas do corpo humano. Em outras palavras, aos órgãos
genitais, aparelhos reprodutivos e outros. De maneira geral, científica e
socialmente ainda aceita, uma pessoa biologicamente mulher
possui vagina enquanto uma pessoa biologicamente homem, pênis.

Resumindo, esta definição está associada às características comumente


atribuídas aos homens e às mulheres. Para a compreensão ser mais fácil,
pense em gêneros cinematográficos. Existem filmes de romance, de ação, de
terror, de suspense, de comédia, entre muitos outros. Cada um é colocado em
uma categoria por conter características específicas que os definem.

O que é identidade de gênero?

A identidade de gênero diz respeito à como uma pessoa se sente em relação


ao próprio gênero. Embora, como mencionado anteriormente, o masculino e o
feminino sejam os mais reconhecidos, um indivíduo pode se identificar em
outra “categoria” de gênero.

Ao contrário do que muitos pensam, o gênero não está somente relacionado à


anatomia dos órgãos genitais. A auto-imagem da pessoa é o fator que mais se
sobressai já que ela se define conforme a sua percepção de si mesma.
Além de envolver a maneira como a pessoa se enxerga no mundo, engloba
também o modo de expressão, como as roupas e a aparência.

Consequentemente, o seu comportamento, linguagem corporal, modo de falar


e até modo de pensar também são influenciados pela identidade com a qual se
identifica. O conflito surge quando a pessoa age e pensa de forma diferente
das normas atribuídas ao seu gênero. Cada cultura, seja de outra nação ou de
uma região diferente, possui seus próprios conceitos do que é certo e errado
para cada gênero. Mas nem sempre esses condizem com a individualidade da
pessoa.

Tipos de identidade de gênero

Existem três tipos principais quando se fala em identidade de gênero. Antes de


apresentá-los, é importante ressaltar que uma pessoa pode expressar mais ou
menos características consideradas femininas ou masculinas em todos os
casos.

Portanto, é importante olhar para os tipos de identidade de gênero com a


consciência de que são baseados nos sentimentos e nas experiências de vida
de pessoas reais e não apenas definições científicas.

Cisgênero: é a pessoa que se identifica com o sexo biológico designado no


momento de seu nascimento.

Transgênero: é quem se identifica com um gênero diferente daquele atribuído


no nascimento.

Não-binário: é alguém que não se identifica completamente com o “gênero de


nascença” nem com outro gênero. Esta pessoa pode não se ver em nenhum
dos papéis comuns associados aos homens e as mulheres bem como pode
vivenciar uma mistura de ambos.

Mas como um homem pode se sentir como uma mulher no corpo errado?
Como alguém pode não se identificar com nenhum gênero ou com ambos?
Como esta identidade é formada? Saiba que não existe nenhum fator
determinante.

Alguns acreditam que uma pessoa identificada como transgênera passou por
um grande trauma na infância ou possui um desvio de conduta. No entanto,
nenhuma dessas especulações está correta. A identidade de gênero é oriunda
do nascimento. Uma pessoa que “de repente” se descobre transgênero muito
provavelmente já vinha lutando contra seus próprios preconceitos e conflitos
internos e, finalmente, consegue se expressar como realmente é.

Identidade de gênero X Orientação sexual

Apesar de causarem confusão entre as pessoas, não existe uma relação entre
esses dois conceitos. Orientação sexual pode ser simplesmente definida como
o desejo sexual que um indivíduo sente por outro.
Um “homem transgênero” pode sentir atração tanto por homens quanto por
mulheres. Uma mulher lésbica com preferência por uma aparência tipicamente
masculina não quer necessariamente ter a anatomia de um homem ou ser
tratada como um. Embora possam existir casos assim, não é uma verdade
universal.

É esperado que após passar por uma transição de gênero, tratamento baseado
em ingestão de hormônios e procedimentos cirúrgicos para conquistar a
aparência desejada, a pessoa sinta atração pelo sexo oposto. Mas este nem
sempre é o caso. Em caso de dúvidas sobre a orientação sexual de alguém,
perguntar em vez de assumir é a solução mais sensata.

Os tipos de orientações sexuais mais comuns são:

Heterossexual: atração pelo sexo oposto.


Homossexual: atração pelo mesmo sexo.
Bissexual: atração por ambos.
Assexual: atração por nenhum. Embora a pessoa não sinta desejo sexual, é
capaz de manter um relacionamento amoroso.
Pansexual: atração por pessoas, independente de sexo.

Como a terapia tântrica pode ajudar em conflitos de identidade de


gênero?

Felizmente, a conversa sobre sexualidade aumentou muito nos últimos 10


anos. Essa exposição é benéfica porque, hoje, os jovens em fase de
descobrimento da sexualidade possuem mais recursos e acesso a questões
importantes sobre o tema.

Desse modo, o processo de descobrir e compreender a própria identidade de


gênero é menos doloroso do que já foi no passado. A discriminação pode
esconder essa realidade, fazendo parecer que “nada mudou”, mas é
necessário comemorar até mesmo as menores conquistas.

Ainda assim, pessoas de todas as idades enfrentam conflitos internos sobre a


própria sexualidade. Além disso, em um mundo que ainda caminha para uma
realidade de compreensão e benevolência, esses conflitos costumam se
agravar devido às pressões externas.

A terapia, por naturalmente buscar o autoconhecimento e a solução para os


problemas que afetam a saúde mental, pode amenizar os conflitos gerados
pelas dúvidas, os questionamentos e as pressões sociais.
Um aspecto muito trabalhado na terapia é a identidade. Isto é, múltiplos
pacientes possuem questionamentos sobre quem são de verdade, qual
caminho deveriam seguir e por que não conseguem se sentir bem na própria
pele.

6 - Aumento da Percepção das Genitais Humanas: Auto-Massagem Yoni e


Lingam.

Massagem Yoni

Yoni em sânscrito significa “espaço sagrado” ou “templo sagrado”, designação


para a vulva e vagina. Na visão do Tantra, Yoni é tratada sob uma perspectiva
de amor e respeito.

A Massagem Yoni é feita com toques sutis e outros mais profundos em todo o
corpo, dando especial atenção à Yoni, onde o trabalho é feito com respeito e
delicadeza: primeiramente na região pélvica, depois em toda a parte externa da
Yoni, incluindo clitóris, passando a seguir pelas paredes internas onde são
estimulados os pontos internos.
É importante frisar que estas manipulações genitais são técnicas que nada tem
a ver com a masturbação, e sim com estímulos profundamente
especificamente aplicados com o objetivo de aumentar o aspecto sensorial da
região genital proporcionando estados alterados de percepção e consciência
nunca experimentados nas manipulações usuais masturbatórias ou sexuais.

As principais manobras da massagem Yomi são:

1 - Lateral das Mãos abertas na virilha.


2 - Acolhimento Vulva.
3 - Toque sutil nos Labios Externos
4 - Polegar em Circulos Labios Externos.
5 - Polegar de cima a baixo Labios Externos
6 - Deslizamento Indicador Labios Externos
7 - Pressão Polegar/Indicador Lábios Externos
8 - Deslizamento Polegares entre Labios Internos, Cima para Baixo.
9 - Massagem circular PINÇA (Indicador/Polegar) em cada um dos Labios
Internos e depois juntos
10 - Leve Fisgadinha por toda a extensão dos Labios Internos
11 - Movimento circular com o Polegar por toda a extensão da parte interna dos
labios Internos, desde a entrada do canal vaginal, até próximo do Clitóris.
12 - Acolhimento do Clitóris em PINÇA (Polegar e Indicador)
13 - Movimentos Circulares em PINÇA pelo corpo do Clitóris
14 - Fisgada Corpo Clitóriis
15 - Movimentos Circulares em PINÇA pela Glande do Clitóris
16 - Fisgada Glande Clitóris
17 - Estímulo Estático na Glande do Clitóris com Bullet
Massagem Lingam

Lingam é uma palavra em sânscrito que designa ao órgão sexual masculino:


em sua tradução literal significa “VARA DE LUZ” ou “BASTÃO DE LUZ”. No
Tantra o Lingam é visto e respeitosamente honrado pelo seu significado que
canaliza energia criativa e prazer.

O Orgasmo não é o objetivo da Massagem Lingam, embora possa ser um


prazeroso efeito colateral. O objetivo da massagem Ligam é permitir ao
homem entregar-se a uma forma de prazer a qual ele não está acostumado ,
soltar as tensões pélvicas expandir sua capacidade orgástica pelo corpo inteiro
e sentir prazer pleno por todo seu corpo.

A Massagem Lingam ajuda a quebrar padrões sexuais condicionantes,


permitindo ao homem vivenciar seu lado mais suave, receptivo, bem como
experimentar formas de prazer através de uma nova perspectiva, sem a
necessidade de adentrar um estado performático.

As principais manobras da massagem Lingam são:

1 - Lateral das Mãos abertas na virilha.


2 - Deslizamento de Polegares no Períneo.
3 - Acolhimento da bolsa escrotal.
4 - Deslizamento Palma da Mão na Bolsa Escrotal Lateralmente.
5 - Movimentos circulares com Polegar no Períneo.
6 - Deslizamento Bolsa Ecrotal de Baixo pra Cima.
7 - Acolhimento Lingam.
8 - Caminha dos dois lados.
9 - Movimento circular, nas laterais, frente e trás, com dois dedos, da base à
glande.
10 - Movimento ANELAR no pescoço.
11 - Movimento circular e reto no “freio”.
12 - Deslizamento, com a ponta do indicador, por baixo da Coroa da glande.
13 - Deslizamento Circular com o indicador, ao redor de toda a superficie da
glande.
14 - Acolhimento “Chapeuzinho” na glande com movimentos circulares, frente e
trás e laterais.
15 - Chuveirinho Glande
16 - Chuveirinho Glande e Corpo
17 - Torção Glande
18 - Torção Glande e Corpo
19 - Máquina de Lavar
20 - Foguinho
Módulo 3: Expansão Sensorial e Sexual – Dissolvendo Tensões, Traumas
e Tabus.

1 - Visualização Sensorial: Honrando o Simbolismo Shiva/Shakti.

A atividade de visualização que aprenderemos a estudar aqui nada mais é do


que um processo de meditação, que leva em conta a observação profunda dos
seguintes aspectos: Shiva (Consciência) e Shakti (Emoções e Sentidos)

A observação por si só, já é meditação. A única variável é a profundidade do


estado de observação e o relaxamento com o qual conseguimos fazê-lo. O
objetivo da observação é, pouco a pouco, adentrarmos o espaço da “Não-
Identificação” com nosso corpo, emoções e pensamentos, no entanto, para
isso, precisamos entrar em contato direto com eles, em seus níveis mais
profundos.

Se possível faça esta meditação nu para uma maior exploração sensorial.


Visualize as imagens que eu vou lhes dizendo, e, ao mesmo tempo, ative seus
sentidos, para trazer da memória, as sensações reais e presentes que elas te
trazem. Se conecte com todos os seus sentidos a estas visualizações.

“Sentado, respirando, sem nada a se fazer. O Sol nasce, os ventos sopram, a


grama cresce. Sem nada a fazer. Seu coração bate, seu sangue circula, seus
alimentos se digerem. Sem nada a fazer. As formigas trabalham, os pássaros
voam e os peixes nadam. Sem nada a fazer.

Se imagine em seu lugar preferido. Pode ser um campo, uma praia, uma
floresta, qualquer lugar que você se sinta bem e confortável. Perceba a
presença do Sol. Visualize o vermelho alaranjado do Sol. Sinta na sua pele o
calor aumentando, pouco a pouco. Sinta o cheiro do solo ao seu redor. Respire
fundo. Escute o som deste lugar. Qual som ele possui? Sinta o som e relaxe.
Visualize o vermelho alaranjado e relaxe. Sinta o calor na sua pele e relaxe.
Escute o som deste lugar e relaxe. Sinta o cheiro do solo sob o qual você está
e relaxe. Permita sua boca se abrir para sentir o sabor do ar e da energia deste
lugar. Bem leve. E relaxe.

Neste momento passe a respirar apenas pela boca. Note como o ar, rico em
oxigênio, passa pelos seus lábios, pelos seus dentes, pela sua língua, pelo céu
da sua boca, e por toda a extensão da sua garganta. Descendo bem
lentamente. Perceba este ar inflando seus pulmões e visualize-o entrando em
contato com seu sangue, inundando seu corpo de oxigênio e retirando dele
todo o gás carbônico. Faça agora o caminho inverso. Visualize seus pulmões
sendo comprimidos e enviando o ar para fora, subindo pela sua garganta,
passando pelo céu da sua boca, língua, dentes, lábios, até sair completamente
do seu corpo. Relaxe e sinta saindo até o final.

Bem lentamente inicie a tocar todo o seu corpo. Toque e sinta o cheiro. Toque
e sinta o gosto. Escute a sua respiração. E, em breves momentos abra seus
olhos, olhe para os lugares que está tocando, e volte a fechá-los. Se permita
ser a matéria, e se permita observar a matéria. Observar a construção que é o
se corpo.

Lentamente, estenda os toques para suas genitais. Com movimentos que


priorizem o seu prazer. Traga, a cada respiração, a intenção de se nutrir do
prazer que é sentido. A cada inspiração, contraia o seu períneo, como seu
estivesse sugando a energia do planeta. E a cada expiração, relaxe o seu
períneo, como se estivesse expressando o seu ser de volta ao mundo.

Movimente o seu prazer, e traga para ele um sentimento de gratidão, ternura e


amor. Apenas o movimente, sem um objetivo final. Sem um lugar a chegar.
Apenas sinta-o e traga à ele uma nova sensação. De gratidão pela vida.

2 - Pompoarismo e Exercícios para o MAP.

O pompoarismo é uma técnica milenar que, há muito tempo, já é utilizada para


aumentar o prazer sexual, através da contração e relaxamento dos músculos
do assoalho pélvico, no homem ou na mulher. Algumas pessoas falam que é
uma técnica de origem Oriental, mas já foram observadas as mesmas práticas
em diversas partes do mundo. No fundo, da onde vem, pouco importa.

Atualmente o pompoarismo é relacionado com um método desenvolvido pelo


ginecologista americano Dr. Kegel para tratar, inicialmente, a incontinência
urinária. O médico ensinou suas pacientes a treinar a musculatura do assoalho
pélvico e a prática começou a evidenciar benefícios também na sexualidade,
contribuindo para o aumento do prazer na relação sexual.
Para um fácil entendimento, tanto o pompoarismo, como os exercícios de
Kegel, nada mais são do que uma ginástica que consiste na contração dos
músculos do assoalho pélvico. Diferente da musculatura dos braços e das
pernas, que são estimuladas desde a infância, a musculatura do assoalho
pélvico é pouco utilizada.
Os músculos do assoalho pélvico têm importantes funções, contraem-se para
manter a continência urinária e fecal e relaxam permitindo o esvaziamento
intestinal e vesical. Contribuem para a sustentação dos órgãos pélvicos e tem
uma grande capacidade de distensão para permitir o parto.

Benefícios do Pompoarismo para a saúde da mulher


Alivia as cólicas menstruais;
Regula o ciclo e o fluxo menstrual;
Previne e trata infecções na vagina;
Evita e trata a incontinência urinária;
Diminui os sintomas da menopausa;
Melhora a autoestima;
Ajuda na preparação para o parto e na recuperação pós-parto, para gestantes;
Evita a flacidez vaginal.

Benefícios do Pompoarismo para a saúde do homem:

Combater a perda involuntária de urina;


Combater a ejaculação precoce;
Aumentar o tempo da ejaculação;
Combater a disfunção erétil;
Aumentar a saúde da próstata;
Melhora o controle sobre as fezes;
Aumentar a sensibilidade da região íntima;
Melhorar a relação sexual.

Os exercícios para o MAP, nos homens, melhoram a tensão do músculo


pubococcígeo, elevam os testículos, reforçam o músculo cremáster e o
esfíncter anal, proporcionando assim o aumento da sensibilidade da região
genital, promovendo maior consciência sobre esta, auxiliando inclusive, no
controle da ejaculação e na auto-estima.

Principais contra-indicações do pompoarismo:

Mesmo com tantos benefícios, é preciso ter cautela com a prática do


pompoarismo, visto que não são todas as pessoas que podem praticar o
exercício. Existem alguns cuidados necessários em situações específicas que
uma mulher pode estar passando. Por isso, fique atenta às contraindicações:
Mulheres gestantes, Mulheres que usam DIU, Mulheres no período menstrual,
endometriose ou Mioma. Na dúvida, consulte a sua fisioterapeuta pélvica ou
Ginecologista.

Exemplos de Exercícios para o MAP ou Pompoarismo:

Exercício de Contração Simples – Ganho de Força

10 contrações rápidas, com 8 segundos de intervalo entre cada uma

1 - Respirar lenta e profundamente;


2- Contrair fortemente o assoalho (como se estivesse prendendo o xixi), com
toda a força possível, por 2 segundos.
3- Relaxar o assoalho, descansar por 8 segundos.
4- Repetir os passos 1, 2 e 3 por até 10 vezes.

Exercício de Contração Simples – Ganho de Resistência

10 contrações lentas e máximas sustentadas por 10 segundo

1 - Respirar lenta e profundamente;


2 - Contrair fortemente o assoalho, com toda a força possível, segurando esta
contração máxima durante 10 segundos.
3 - Relaxar o assoalho, descansar por 20 segundos.
4 - Repetir os passos 1, 2 e 3 por até 10 vezes

Exercício de Mobilidade Torácica e Pélvica.


Realizado em quatro apoios.

1 - Inspirar profundamente empurrando e arredondando as costas pra trás e


para cima, murchando a barriga e contrair o assoalho pélvico.
2 - Segurar o tempo máximo contraído e sem respirar.
3 - Expirar estufando a barriga, estirando as costas e abrindo peito e bunda.
4 - Repetir o movimento 10 vezes seguidas por 3 vezes.

3 - Liberação Anal: Técnicas e Conceitos.

Os objetivos da Liberação Anal, tanto em homens como em mulheres, é


auxiliar a pessoa, quando há permissividade, a ultrapassar as couraças de
tensões que podem existir na região anal. O esfíncter anal pode carregar um
histórico muito grande de dores, rejeição, abandono e controle, e a liberação da
musculatura desta região pode ajudar a pessoa a acessar estes sentimentos,
muitas vezes trazendo à luz da consciência os episódios traumáticos.
Uma vez que os episódios são acessados, em um ambiente seguro, a pessoa
passa a ter clareza dos padrões de comportamento que ela possui, e assim,
com a observação dos mesmos, é dado inicio ao processo interno de cura. A
liberação anal possui preceitos muito simples. Inicialmente peça para que a
pessoa se coloque em uma posição mais confortável para ela. Normalmente de
lado, ou de bruços.

1 - Com óleo de massagem nas mãos, de preferência algum natural ou próprio


para massagem íntima, coloque uma mão em cada nádega e comece a fazer
movimentos de massagem para relaxar a musculatura.

2 - Com as palmas das mãos juntas como numa prece, de maneira suave,
passe-as entre as nádegas da pessoa, fazendo movimentos de baixo para
cima e de cima para baixo.

3 - Pressione, de maneira leve e sutil, o dedão no ânus da pessoa, realizando


pequenos círculos pela superfície, alternando os dedões. É bom começar
devagar, pressionando por alguns segundos a cada vez, e acelerar o passo.

4 - Abra as nádegas e comece com os dois dedões, um para cada lado,


sutilmente, a esticar o ânus como se fosse abri-lo. É hora de respirar fundo.
Peça para que a pessoa solte o ar devagar, enquanto as manobras são
realizadas. A respiração é importante para ajudar a relaxar e nutrir o corpo.
Prender a respiração, com medo da dor, pode ter um efeito negativo, porque
vai fazer toda a sua musculatura ficar tensa, inclusive os esfíncteres.

5 - Pergunte para a pessoa se ela se sente permissiva para iniciar uma leve
penetração com o dedo mindinho. Caso ela concorde, penetre o ânus, bem
devagar, com movimentos circulares, lentamente, e peça para que a pessoa vá
te contando como está se sentindo: se há conforto, se está gostando ou quer
menos pressão, etc. Sempre a lembrando que pode demonstrar qualquer tipo
de emoção, sem se julgar e sem se reprimir.

6 - Por último, caso a pessoa demonstre permissividade, insira o dedo inclinado


levemente para cima na direção do cóccix, empurrando de forma leve e
parando ao encontrar resistência, para então voltar a pressionar de leve.

Finalize a liberação assim que sentir a musculatura mais relaxada e/ou quando
a pessoa solicitar. Sempre incentive a pessoa, de maneira acolhedora, a
expressar às emoções que estão acumuladas pelas tensões na região. A
expressão das emoções ajudará a pessoa a aceitá-las e transcendê-las.
4 - Ressignificando as experiências traumáticas.

Acessar as dores e senti-las, intensamente, por mais paradoxal que possa


parecer, é a melhor maneira de superá-las. Quando eu olho para algo em mim,
este se torna consciente. Quando eu sinto algo de verdade no meu corpo e o
expresso, eu o libero. Quando paro de resistir às dores e as reconheço, posso
transcendê-las. Antes disso, qualquer possibilidade de cura, que seja apenas
teórica, dentro de um processo estritamente mental, será em vão.

Devemos aprender a observar a nossa mente, no momento que estamos em


algum conflito de idéias e tomadas de decisão. Ela trabalha nossas defesas de
forma cada vez mais astuta e sofisticada, nos fazendo acreditar em mil razões
para nos manter na defesa. No entanto, ela mesma não percebe o tanto de
energia que é gasta neste processo. Para manter armaduras e tensões, nosso
corpo gasta muita energia, que deveria estar sendo empregada na nossa
felicidade, que só se encontra no estado de presença.

Tudo que nos aconteceu, não está mais no presente. Ficou no passado. E o
futuro? Não temos como prever. Enfim, o que realmente importa, é como
estamos vivendo o momento Presente. No fluxo dos acontecimentos, o conflito
mental não existe. Na total presença sensorial, utilizando a mente como aliada,
na criatividade e na lógica necessária para resolver um problema real, cuja
demanda está ocorrendo naquele momento, o conflito mental e o sofrimento
não existem.

A Ressignificação das dores começa ao acessá-las. E cada pessoa as


acessará em um tempo diferente, no entanto, as sensações corporais sempre
serão o melhor caminho para notá-las. Perceba os sentimentos que você
possui com mais freqüência, e que fazem mal a vocês e às pessoas ao seu
redor. Como o seu corpo fica nestes momentos? Feliz, alegre e vibrante? Ou
fechado, duro e enfurecido? Aprofundar e reconhecer as dores nos auxilia a
transmutá-las e ter uma vida digna, com mais plenitude no nosso caminhar.

5 - Construindo Memórias de Experiências Satisfatórias

Se conectar com um novo estado de percepção após o reconhecimento das


dores é essencial. Por isso, a função da terapia é justamente ajudar a pessoa a
enxergar novas possibilidades para a dor que sente. Registrar novas memórias
em cima dos fenômenos que foram vividos.

Na Terapia Tântrica o importante sempre será trazer novos registros para a


situação que causa dor para a pessoa. Por exemplo. Uma mulher com muitas
dores em relações sexuais com homens acaba acreditando que todo homem
lhe causará dor. Durante a terapia, toques e massagens, como terapeutas
ajudamos com que ela acesse as memórias de dor, sinta-as com verdade em
seu corpo, para transcendê-las, registrando assim uma nova memória de
acolhimento e prazer, a partir do seu empoderamento pessoal. Da sua
necessidade e do seu próprio desejo. É um trabalho que depende muito da
entrega e da vontade da pessoa em superar o trauma.

Módulo 4: Processo de Integração do Ser: Corpo, Respiração, Som e


Movimento.

1 - O Corpo que sente se torna mais potente.

Neste módulo vamos aprender uma grande variedade de exercícios que nos
auxiliam a integrar os três pilares do Tantra. O objetivo é, daqui para frente,
prestarmos sempre atenção a estes pilares e tentarmos integrá-los em todas as
práticas, o máximo possível.

2 - Integrando a Respiração.

A respiração faz uma ponte entre o Consciente e o Inconsciente. Já reparou


que de todas as atividades orgânicas do nosso corpo, inconsciente, primárias e
instintivas, a Respiração é a única que conseguimos exercer certo nível de
controle consciente? Como assim?

Pense no seu corpo funcionando neste exato momento. Seu coração está
batendo, seu sangue circulando, seus alimentos sendo digeridos, e as sinapses
ocorrendo, de forma natural, sem que você precise exercer algum comando. E
a respiração? Também! Você não está pensando para respirar. No entanto, se
quiser alterar, conscientemente, o ritmo dela, você consegue. Não é
interessante?

Nossa respiração se altera inconscientemente de acordo com as nossas


emoções e demandas físicas, nos fazendo acessar diferentes condições, de
acordo com as demandas físicas e emocionais do dia a dia. Ela se altera
inconscientemente. Um estado emocional pode alterar a nossa respiração.
Sendo assim, pelo fato de também podermos controlá-la conscientemente,
podemos fazer o caminho contrário, e também auxiliar o corpo a entrar em
estados emocionais diferentes do que estivermos presenciando.

Quando estamos nervosos, ou com raiva, nossa respiração tende a ficar


ofegante, não é? Quando estamos tranqüilos e em paz, a mesma fica bem
calma e um tanto mais profunda. E é isso que fazemos durante os processos
de respiração na terapia. Estimulamos nossos interagentes a respirarem de
forma profunda e contínua. Levando mais oxigênio para o corpo, o nutrindo e o
auxiliando a adentrar níveis mais profundos da sua psique e das suas camadas
corporais. Uma respiração mais profunda leva oxigenação para muitas áreas
do corpo que estão esquecidas e não alcançadas, movimentando
energeticamente estas áreas, e ajudando as tensões a serem diluídas.

3 - Integrando o Som.

Expressão. Este um dos objetivos da terapia tântrica. Durante as massagens,


exercícios e respirações, sempre devemos estimular nossos interagentes a
realizar seus sons. Trazer sua própria música ao seu corpo, de forma natural e
espontânea.

Todo som possui vibração e funciona como uma massagem, “de dentro para
fora”, aliviando as tensões que podem existir em toda região do maxilar, língua,
garganta e até pulmões das pessoas. Além disso, a livre expressão do som,
auxilia também na dificuldade que muitas pessoas relatam com a comunicação
e imposição de limites, com a palavra Não.

A livre expressão do som, durante a terapia tântrica, cercada dos demais


exercícios, auxiliam a pessoa a se libertar de possíveis amarras físicas e
energéticas que ela pode possuir, facilitando sua comunicação e expressão.

4 - Integrando o Movimento.

Todos nós sabemos da importância do movimento para a nossa saúde. Nosso


corpo é repleto de músculos e articulações que têm como objetivo o
movimento, o deslocamento e os mais variados tipos de expressões corporais.

Adicionalmente a todos estes benefícios, os exercícios com movimento, dança


e massagens que sugerimos durante o processo com a terapia tântrica, auxilia
as pessoas a se libertarem das amarras físicas que ela possa possuir. Mente e
corpo trabalham juntos. Na verdade são um só. Um corpo travado possui mais
facilidade de possuir uma mente travada, com dificuldade de vislumbrar novas
possibilidade de existência e deixar de lado os sofrimentos.

Sendo assim, o movimento, visceral e alinhado à demanda de seu interagente


pode o auxiliar a reconhecer dimensões da vida nas quais ele possui bloqueios.
Trabalhos com terapia corporal já são utilizados a muito tempo e defendidos
por grandes cientista e estudiosos para auxiliar as pessoas a se livrarem de
suas demandas relacionadas ao psiquismo.

5 - Integrando os Pilares e Massagens

Já vimos a importância dos três pilares juntos e de forma isolada. Que tal
aprendermos como integrá-los, dentro do contexto dos diferentes tipos de
exercícios e ferramentas? Vamos acompanhar alguns vídeos com diferentes
tipos de exercícios que estimulam os pilares?

Exercícios de Respiração

Exercício 1.

Respiração Unilateral Alternada: Com o dedo indicador, tampe a narina


direita e inspire pela esquerda. Faça uma inspiração de 6 segundos em média,
prenda a respiração por mais 6 segundos, e enquanto segura a respiração,
troque o dedo indicador para a narina esquerda (Para facilitar, use o indicador
da mão direita para tampar a narina direita, e o indicador da mão esquerda
para tampar a narina esquerda). Depois de segurar por 6 segundos, expire por
6 segundos pela narina esquerda. Inicie o ciclo novamente, mas agora
inspirando pela narina esquerda. Repita este ciclo de inspiração e expiração,
pelas duas narinas, de forma alternada, por pelo menos 6 vezes.

Exercício 2.

Respiração pela boca, com 4 ciclos: Serão 4 ciclos, de 4 segundos, onde


tanto a inspiração quanto a expiração serão realizadas pela boca, para
mantermos o canal aberto para emissão de qualquer tipo de som.

O ciclo será realizado da seguinte forma:

Iniciaremos com uma inspiração de 4 segundos


Retenção da respiração por 4 segundos
Expiração de 4 segundos
Retenção da respiração por 4 segundos

Perceba os sons que sua boca emite tanto na inspiração como na expiração, e
se concentre neles. No momento que estiver retendo (segurando) a respiração,
se atente ao seu corpo. Perceba como ele se comporta, e se concentre nisso.
Esta é uma meditação simples, porém muito interessante, pois nos faz
observar tanto o corpo, como a respiração, treinando assim um bom estado de
presença.

Exercício 3.

Respiração com Visualização de Limpeza: Neste exercício não existirá um


tempo para ser realizado. Cada ciclo de Inspiração, Retenção (Segurar a
Respiração) e Expiração, serão realizados no máximo de tempo que cada um
conseguir. O ponto importante deste exercício são as visualizações que
faremos durante cada um dos ciclos.

Na Inspiração, que ocorrerá no máximo de tempo possível, você visualizará


uma luz branca, de limpeza entrando no seu corpo e o preenchendo
completamente. Na retenção, você visualizará esta luz branca percorrendo o
seu corpo e realizando uma grande limpeza de todas as emoções ruins, dores
e traumas que você já passou. E finalmente, na expiração, você deixará sair
tudo que não quer mais para você, focando no som que sairá da sua boca.
Este som deverá trazer alívio e descarrego das tensões que você possa estar
sentindo. Faça este ciclo pelo menos três vezes.

Exercício 4.

Ciclo completo de Respiração, pela boca, com ativação do períneo:


Iniciaremos com uma Inspiração máxima pela boca, concomitante a uma
contração máxima do períneo, seguida de uma Expiração máxima pela boca
concomitante ao relaxamento do períneo. Tanto a Inspiração como a Expiração
deverão ser realizadas pela boca para facilitar a movimentação do som em
seus corpos. Vale ressaltar a consciência corporal necessária para relaxar o
diafragma e contrair o períneo ao mesmo tempo. Esta observação, por si só, já
é extremamente meditativa.

Exercício de Corpo e Som.

Exercício 1.

Expressão de Sentimentos (Amor e Raiva) para o espelho, com sons e


vibrações: Capriche! Parece um exercício bobo, mas é muito importante e
interessante. Perceba qual dos sentimentos você gera e acessa com mais
facilidade. O amor ou a Raiva? Perceba como o seu corpo se comporta na
expressão de cada um destes sentimentos. A simples observação já te ajuda a
reconhecer tais emoções em você, e escolher conscientemente qual você
alimentará. É um exercício de muita entrega e disciplina.

Exercício 2.

Vibração com as vogais, frente ao espelho: Olhos e boca sempre abertos,


mantendo o olhar focado no espelho, você brincará com as diferentes nuances
e vibrações da sua voz, ecoando os sons de todas as vogais, uma por vez. A-
E-I-O-U.

Este exercício ajuda a liberar as tensões da garganta e língua, auxiliando


inclusive a pessoa a desbloquear as amarras referentes à comunicação.
Exercício de Respiração, Corpo e Som

Exercício 1.

Chamo este exercício de Explosão! O intuito aqui é levar a energia do seu


corpo todo em direção ao seu centro, um pouco acima do umbigo, retê-la por
alguns instantes, e usá-la como impulsionadora para o destrave das suas
amarras de expressão corporal primitiva e visceral.

Consiste em uma Inspiração profunda, com retenção do Ar, seguida de uma


contração total, do corpo todo, dos dedos dos pés à cabeça, enrolando seu
tronco para baixo em direção aos seus joelhos, que estarão flexionados.
Contraindo os braços, fechando as mãos, contraindo pernas, batatas, e cada
músculo que você puder sentir.

No momento que não puder mais segurar a respiração, e/ou que não conseguir
mais manter a máxima contração, tendo carregado todo o seu corpo, exploda!
Jogue toda a sua energia para cima, abrindo os braços e deixando com que
saia toda a sua voz, mais visceral, de dentro do seu corpo. Repita três vezes.

Exercício 2.

Com os joelhos levemente flexionados, e com o quadril levemente para frente,


você manterá a pessoa nesta posição, realizando tanto a Inspiração, como a
expiração pela boca. O intuito aqui é fazer com que a pessoa mobilize a
energia produzida nas suas pernas para o resto do corpo, inclusive para a
abertura da garganta e da voz. Peça para que ela aos poucos deixe um som
sair de seu corpo no momento da Expiração. É neste momento que ela estará
aprendendo/treinando a expressar suas emoções, sensações e sentimentos.

Sempre perceba se, ao invés dela se manter na posição, e aumentar a voz e


expressão, ela tende a esticar as pernas e sair da posição. Caso isto ocorra, de
um tempo a ela, e a encoraje a ficar um pouco mais na posição, transmutando
o que esta sentindo no corpo, pela respiração e pela voz. Certamente este
exercício a ajudará muito a destravar bloqueios de expressão oral.

Exercício 3.

Como um exercício de consciência corporal, estimule a pessoa a dançar com


partes isoladas do seu corpo. Sempre em conjunto com a respiração, ok?

Coloque diferentes tipos de músicas e a conduza a dançar com partes


separadas do próprio corpo. Por exemplo: Dance com a cabeça! Agora leve o
movimento para o seu ombro direito. Agora para o pé esquerdo. Para o seu
Quadril. E assim sucessivamente, até tê-la encorajado a sentir boa parte do
corpo, inclusive algumas inusitadas como, por exemplo, as costelas.

Exercício 4.

Como um exercício de consciência corporal, estimule a pessoa a descarregar o


peso de partes isoladas do próprio corpo, em suas mãos. Onde você encostar
com as palmas das mãos, ela depositará o peso. Sempre em conjunto com a
respiração, ok?

Por exemplo: Deposite a palma de uma mão na parte lateral da cabeça da


pessoa! Agora no ombro esquerdo. Agora no joelho direito. No Quadril. Nas
escápulas. E assim sucessivamente, até tê-la encorajado a sentir boa parte do
corpo, inclusive algumas inusitadas como, por exemplo, as clavículas.

Exercício 5.

Se despir, para si mesmo, frente ao espelho, se deleitando e honrando cada


parte do seu corpo. É um processo de empoderamento muito interessante e faz
com que a pessoa entre em contato com as suas principais crenças sobre a
nudez, padrões corporais, prazer e movimento. Encoraje a pessoa a demorar
bastante. Tirar parte por parte da roupa. Devagar. Sempre respirando pela
boca e se conectando com o som da própria respiração. Se possível, fala para
ela fazer como se fosse um Strip-Tease, só que para ela mesma! Ou seja, a
estimule a dançar e a se exibir para ela mesma, honrando ali o seu corpo e sua
visceralidade. Depois da atividade pergunte a ela como se sentiu, e quais
foram os principais desafios, caso tenham ocorrido.

Você também pode gostar