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O propósito e o Sagrado
Leo Liberti
Revisão: Edson Liberti

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Dedico este livro a você que
ainda não sabe nomear
o que tem dentro de si.
A você que tem
uma inquietude constante,
a total sensação de que o seu lugar
definitivamente não é onde você está.
E que possui a total convicção
de que você é muito maior
e tem mais virtudes
do que aparenta ter.

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“Que é o homem, e para que serve?
Que mal ou que bem pode ele fazer?”
(Eclesiático 18: 7)

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Sobre o Autor

Leo Liberti, em 2023, se tornou um dos maiores diretores de


videoclipe do Brasil e do mundo. Trabalhando para os maiores nomes da
música e também da publicidade, conquistou diversos prêmios, como
Leões de Cannes, Clios, Grammy e outros.
Porém, mesmo tendo fundado uma renomada produtora, seu foco
nunca foi o audiovisual. Desde muito cedo, à procura de respostas
espirituais, Leo embarcou num processo de busca através dos
Ensinamentos Ancestrais Egípcios, da Teosofia, do Budismo, do
Hinduísmo, do Gnosticismo, das práticas de Gurdjieff e do
Cristianismo Esotérico.
Passando por processos iniciáticos, aprendeu de modo prático-
reflexivo a encontrar o seu Eu superior e entrar em harmonia com uma
força inteligente abundante, capaz de fornecer inúmeras oportunidades e
promover realizações em todos os âmbitos da vida.
Sucesso e reconhecimento foram somente consequências de algo
muito maior. Porém, como ele mesmo sempre diz: “só podemos propagar
um conhecimento depois de termos colocado tudo à prova”.

Da falta de fé ao encontro do Sagrado;


Da escassez à abundância;
Da falta de perspectiva ao Propósito de vida.

Chegou a hora de compartilhar algo transformador!

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1. O Despertar

Muito se fala sobre propósito, intuição, espírito, iluminação, etc. E


toda vez que pensamos nisso, a primeira coisa que surge na mente é a
certeza de que esse caminho é totalmente inacessível para uma pessoa,
assim denominada, “comum”. Quando ouvimos a palavra “iluminação” ou
“espiritualidade”, também emerge a imagem de pessoas conformadas, que
falam baixo, andam devagar, “aparentemente calmas”, e que passam férias
no Tibete!
Creio que essa postura estereotipada está mais para falta de
nutrientes (vitaminas, sais minerais, etc.) do que para o encontro do
Sagrado. Uma vez que cada ser humano é único e possui características
singulares maravilhosas, o Sagrado pode se manifestar de diversas formas,
pois somos todos tons derivados de uma única Luz.
A ideia deste livro é trazer de forma simples, prática e direta, um
tipo de conhecimento milenar que está presente em todo o Universo. Ele
não contém qualquer dogma religioso ou possui um caráter doutrinário.
De forma diametralmente oposta, todos os conceitos aqui escritos visam
fornecer ferramentas para o encontro do Propósito de vida de cada um.
No entanto, tudo isso não teria sentido se eu mesmo não tivesse
experienciado e colocado à prova o que aprendi no decorrer dos anos ao
redor do mundo, seja em processos iniciáticos, estudos, mensagens
intuídas, ou através do estudo de textos e filosofias sagradas, tanto
ocidentais como orientais.
Por não ser um livro didático, de cunho religioso, ou voltado à uma
filosofia específica, me abstenho de citar as origens exatas.
Essencialmente, afirmo que tudo aqui exposto é fruto de uma
experiência prático-reflexiva, traduzida de forma direta, sem rodeios,
para que todas as pessoas tenham acesso a conhecimentos milenares
capazes de transformar a vida em todas as áreas e elevar a consciência,
sem a necessidade de intermediários. O maior mestre do ser humano é ele
mesmo! E, da mesma forma, na outra extremidade, o maior obstáculo
também é ele mesmo!
Convém salientar que isso não anula a sua fé numa determinada
religião. Na verdade, todos os conhecimentos que visam a evolução
pessoal, o encontro do Propósito de vida e culminam no respeito e no
amor, são complementares. O que quero dizer, é que as instituições foram
feitas pelos homens e, portanto, são falhas. Logo, fique sempre atento!
Se pararmos para observar o mundo, não haverá um dia sequer em
nossas vidas em que não aconteça um verdadeiro milagre. Estamos tão
perdidos em pensamentos e preocupações, que não percebemos o Sagrado

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ao nosso lado e também dentro de nós. Realmente, é muito difícil - diria
quase impossível - pensar no Sagrado com boletos vencidos e falta de
sono! É bem dolorido perceber que nossos sonhos quase nunca se
realizam, e que aparentemente, todas as coisas “boas” e oportunidades só
acontecem com terceiros. Sim, eu sei exatamente como você se sente.
Mas vamos começar fazendo uma comparação do Macrocosmo com
o Microcosmo. Todos os dias, trilhões de reações físico-químicas
acontecem em nosso organismo sem que tenhamos consciência, agindo de
forma silenciosa, não necessitando de aplausos, sempre lutando pela nossa
existência. Veja só que coisa intrigante: esses processos de natureza
física e inconscientes lutam pela manifestação da sua consciência, esteja
você ciente disso ou não! E o que seria a consciência? Bom, esse é talvez
o tema mais intrincado com o qual se deparam até hoje a Filosofia e a
Ciência.
Da mesma maneira, o Universo inteiro realiza o mesmo movimento
para a manutenção dos planetas, das estrelas, dos sóis, etc. Perceba que há
uma equivalência de ação entre o mundo externo (Macrocosmo) e o
mundo interno (Microcosmo).
O que está em baixo é como o que está em cima e o que está em
cima é como o que está em baixo, para realizar os milagres de uma
única coisa.
Esse princípio da correspondência, diz respeito aos padrões
Sagrados presentes em tudo. Estamos imersos em uma sintonia perfeita,
harmônica, regida por algo que podemos chamar de Deus, o Grande
“Programador”, “Designer do Universo”, “Unidade”, enfim, a
terminologia é o que menos importa. E essa Unidade está em total
harmonia com o Nosso Eu Superior, algo totalmente diferente do nosso
Ego.
O “Eu”, não é o seu nome; não é a sua ocupação. É uma espécie de
consciência. Com o intuito de exemplificar uma ideia, pode-se dizer que
somos “pensamentos de Deus com vida própria”. E por mais que isso
possa parecer dissociado do nosso quotidiano atribulado e sofrido, tenha a
plena certeza de que tudo está interligado. Sim, todas as ações e
acontecimentos possuem uma particular conexão com nossos
pensamentos, emoções e intuições. Os avanços da Ciência e da Física
modernas começaram, ainda que de forma tímida, a demonstrar isso. Não
é incrível saber que somos seres que vivem em comunhão com essas Leis?
E que somos capazes de “pensar sobre” e cocriar com Elas?
Mas você pode estar nesse exato momento se questionando: “Ok,
muito interessante tudo isso, mas como eu vou conseguir encontrar meu
Propósito e o Sagrado num metrô lotado às seis da tarde, atrasado,
querendo chegar logo na creche do meu filho, cheio de preocupações e

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com pessoas me empurrando contra as portas de entrada, muitas vezes
com o trem em movimento?”. Realmente é muito difícil mesmo! Mas, e se
eu te disser que diante desse “caos” existe algo Divino? E que nesse
turbilhão de “desordem e sofrimento” estão escondidas mensagens
importantes, isto é, grandes pistas para encontrarmos nosso real
caminho: o nosso Propósito de vida?
No entanto, o encontro do Propósito de Vida (assim como o
encontro do Sagrado) é essencialmente prático-reflexivo. E o que isso
quer dizer? Que algo escrito, por si só não tem valor transformador. O
real conhecimento e a verdadeira mudança estão na ação! Ninguém
muda de vida sem agir. Ninguém encontra seu Propósito trancado em
casa só adquirindo conhecimentos sem colocá-los em prática; ninguém
encontra Deus fechado num quarto, porque na grande maioria das vezes
ele se apresenta no embate do nosso quotidiano externo.
Em resumo: primeiro você vive, pratica, coloca em prova tudo,
absolutamente tudo e depois reflete! Só assim haverá mudança, caso
contrário, tudo não passará de elucubração ou especulação. Portanto,
todas as coisas aqui descritas só farão sentido e irão transcender a teoria
se você realmente colocá-las em prática!
O que quero dizer, é que em todas as situações da vida é possível
“viver o Divino”, porque seu Propósito deixa um rastro em absolutamente
todos os locais, diante de todas as circunstâncias do Universo, sejam
elas prazerosas ou doloridas.
A velha máxima (e muitas vezes dita sem profundidade): “Existe um
Plano Divino para você”, é totalmente verdadeira!
Também achamos que o Divino é algo destacado do nosso Ser. Na
verdade, somos induzidos a acreditar que quanto mais distante de nós e
mais inacessível, mais Sagrado ele se torna. Nos implantam a ideia de que
quanto mais misterioso e mais enigmático é o processo, mais “espiritual”
ele será. Desta forma, estamos sempre à espera de mágicas, explosões de
luzes, rituais teatrais, enfim, um grande circo! E queremos que o processo
seja rápido, sem uma grande mudança interior...
Ainda, acreditamos que Deus está nas instituições, e que todo o
conhecimento Sagrado está nas mãos de mestres, gurus, sacerdotes,
pastores, padres, bispos; enfim, das autoridades em geral. Pontuo aqui,
que há muita gente e instituições sérias que realmente promovem
encontros essenciais para passar esse conhecimento. Mas, precisamos ficar
sempre atentos e seletivos, porque do mesmo modo que há pessoas que
querem ajudar, algumas querem somente “se ajudar”.
Pois muitos são os que virão em meu nome [...] e
desencaminharão muitas pessoas. (Mateus, 24:5).

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De outra maneira, você é capaz de imaginar o caos que se provocaria
se soubéssemos que todo o poder e conhecimento milenar, enfim, que
Deus, está dentro e não fora de nós? As pessoas deixariam de ser
controladas, passariam a ser mais autônomas, autossuficientes. E será que
isso é realmente interessante para um sistema que precisa de seres cada
vez mais adormecidos, dependentes e inseguros? Por mais que uma
instituição te ajude no direcionamento, o Sagrado está dentro de você e
em tudo a seu redor!
O reino de Deus está dentro de ti e a tua volta; não em palácios de
pedra ou madeiras. Rache uma lasca de madeira e Eu estarei lá;
Levante uma pedra e Me encontrarás.
O Divino está em tudo! Podemos encontrá-lo e transcender nossa
pequena visão de Universo em todos os aspectos da vida. Precisamos
apenas “entender” o que é tudo isso, qual o modus operandi e deixar essa
essência fluir em nós. Há uma corrente Universal que populariza e
enaltece o pensamento banal, criando cada vez mais barreiras para o nosso
encontro do Propósito vida e do Sagrado.
Somos levados cada vez mais a nos conformarmos com nossas
vidas, nossas condições precárias; a nos sentimos inferiores, impotentes. A
esperança se esvai a cada barreira que encontramos (e não são poucas, não
é mesmo?). Passamos a viver de forma apática numa inércia repleta de
condicionamentos destrutivos. Começamos a nos consolar em vícios, atos
que nos dão prazeres momentâneos. A festa do final de semana vira a
única alternativa.
O termo “sextou”, acompanhado de uma forte sensação de alívio, é
uma espécie de respiro diante de uma vida triste, podada e repleta de
desilusões. Como fuga, muitas vezes projetamos nossa vida na dos heróis
e heroínas do cinema, num processo constante de “despersonalização”.
Ficamos horas a fio nos comparando com pessoas das mídias sociais e
passamos a nos achar “feios” e “sem sucesso”, nutrindo todos os
predicados negativos que orbitam nossos pensamentos, sensações e
emoções.
E se eu te disser que até hoje você “viveu uma vida” que não é
realmente a sua? Que você foi pego numa gigantesca armadilha?
A boa notícia, é que por mais impossível que isso possa parecer,
essa armadilha pode ser quebrada!
E para começar a destruir essa grande ilusão que não te permite ser
quem você realmente é, e desenvolver seus potenciais gigantescos que
estão sufocados dentro de você, segue uma pergunta aparentemente
simples:
Você está acordado? E, caso você responda “sim”: Você está

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consciente?
Essas duas perguntas talvez sejam um pouco mais complicadas de
serem respondidas do que você pensa. Quando digo “acordado”, não estou
falando do usual processo de vigília, mas sim, se v o c ê tem total
consciência de todas as suas ações, pensamentos, emoções e sensações!
Indo um pouco mais além: você tem noção de tudo o que te motivou a
chegar onde está agora? E você sabe também tudo o que de certa forma te
impediu de chegar onde você gostaria de estar?
Nesse momento, você pode estar pensando que os acontecimentos
na sua vida até hoje foram frutos do meio social no qual foi criado:
condições financeiras, educação (pais e escola), filmes que assistiu,
noticiários que acompanhou diariamente, livros que leu, influência dos
amigos e colegas, o acesso constante à internet, a força da publicidade, a
religião que seguiu, desilusões amorosas, experiências diárias – boas ou
más - no trabalho, etc.
E esteja convicto de que você tem razão! Acrescente-se a isso, o
que se encontra no seu DNA. Essas características dominantes possuem
manifestações, tanto positivas quanto negativas, que podem auxiliar ou
impedir que você encontre o seu "Ser”. Porém, acrescento que há fatores
maiores enraizados em nosso “Eu” (tanto físicos como espirituais), que
não nos deixaram caminhar como deveríamos.
O que quero saber de você agora é: Vamos despertar?
Há luz no interior do homem de luz e ele ilumina o mundo inteiro.
Se ele não brilha, ele é escuridão.

2. Teoria da Escultura

O que seria uma escultura? Talvez uma rocha lapidada. Porém, você
já parou para pensar que para fazer uma escultura você precisa tirar dela
tudo o que “não é escultura”? Esse princípio é totalmente aplicável a
nós. O que é você? Quem é você? Primeiramente é importante saber o que
não é você, quem não é você!
Como já citei, crescemos repetindo padrões que aprendemos,
reproduzimos histórias e raramente nos questionamos sobre elas. Odiamos
nossos pais pelas posturas autoritárias e destrutivas, mas não percebemos
que fazemos igual e ainda passamos isso adiante para nossos filhos,
reproduzindo suas expectativas e fracassos. Acreditamos com todo nosso
Ser nas ofensas de pessoas que nos prejudicaram e ouvimos com todas as
nossas forças os “bullyings” que sofremos.
Tudo isso (e outros inúmeros fatores) define exatamente o que não é

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escultura em nós. Nós fomos esculpidos por outras pessoas; deixamos
elas nos moldarem e até hoje não nos demos conta disso! É como se
tivéssemos diversos “Eus falsos” atuando e se sobrepondo ao
VERDADEIRO EU.
Ou seja, você – ainda - não é a sua escultura. Mas cada um veio
nesse mundo para ser o que foi predestinado a ser! Temos um Propósito
que precisa ser encontrado e trabalhado.
Creio que nunca nos conscientizamos de que somos uma espécie de
instrumento musical desafinado, condicionado, sem ter a noção da
quantidade de notas e melodias que podemos criar. Ficamos sempre à
mercê de processos tanto internos quanto externos, diante de uma mente
perturbada e desorganizada. Executamos uma “música” que não é nossa,
sem saber o que nos levou - e leva - a fazer isso. Então, me responda:
como é possível deixar o “Grande músico do Universo” (Deus ou como
quiser chamar) manifestar Sua música em você, se ainda está vivendo de
forma inconsciente?
Mas qual a finalidade disso tudo? Pode-se dizer de forma
absurdamente simplificada que se trata da Evolução. Sim, todos nós
estamos aqui para evoluir e, ao mesmo tempo, contribuir para a evolução
(espiritual) do próximo.

3. Talentos Escondidos

Você já imaginou se Mozart tivesse crescido em pleno século XXI,


num local onde a música clássica não fosse valorizada? Se simplesmente
ele não tivesse tido a chance de ter um violino ou um piano? Será que ele
teria sido um dos maiores músicos de todos os tempos? E ainda, quantos
“Mozarts” escondidos existem por aí?
De modo análogo, em relação ao nosso Ser e ao encontro dos nossos
talentos, geralmente, não crescemos num terreno fértil que nos ajuda a
encontrar nosso Propósito de vida e o Sagrado. Muito pelo contrário,
somos cada vez mais conduzidos a nos distanciarmos de nós mesmos. E o
pior, desde crianças somos educados a aniquilarmos nossos dons e
processos intuitivos. Crescemos sem saber o que efetivamente somos e o
que gostamos. O fato é que, além quase sempre nos comportarmos como
meros “repetidores”, nos tornamos em nossos próprios carrascos.
Aprendemos a silenciar nossa Voz Interior toda vez que ela aparece, ou
seja, somos constantemente induzidos a fechar os olhos todas as vezes que
Deus fala no nosso íntimo.
E aí vai uma outra pergunta: Você já parou para pensar nisso pelo

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menos uma vez na vida?
Se a resposta for não, você pelo menos já refletiu sobre as reações
que teve diante de algumas situações específicas? Ou melhor, no que te
motivou a reagir e pensar de determinada forma?
Aprofundando um pouco mais: Você tem consciência de cada ação,
reação, pensamento, emoção, sensação e desejo que tem em todos os
instantes da sua vida? E para finalizar: Você tem a capacidade de
direcionar a sua atenção e a sua vontade para não ser dominado por
fatores externos e/ou condicionamentos internos?
Ufa! É muita coisa junta ao mesmo tempo, não é? E o que isso tem a
ver com o seu Propósito de vida? É simples: se você não tem consciência
do que te guiou até agora; se não tem a menor noção de “qual estrada”
percorreu até hoje, como quer encontrar seu real caminho de vida?
Estar consciente de si mesmo e dos fatores externos são as premissas
para o despertar! É instantâneo! Por mais que o caminho do
aperfeiçoamento seja longo, o despertar acontece no exato momento em
que você “se conscientiza de que até hoje não estava consciente”. E que
você É essa consciência, plenamente capacitada para moldar a sua vida.

Quem procura, não cesse de procurar até achar; e, quando achar,


será estupefato; e, quando estupefato, ficará maravilhado – e então terá
domínio sobre o Universo.
Eis a primeira chave do processo rumo ao encontro do seu Propósito
de vida. A busca inicial é o encontro do verdadeiro EU, seu Espírito (e
aqui, também, a terminologia não é o mais importante). O que realmente
importa, é que você entenda que só saberá onde o seu EU está e o que
ELE É, quando identificar dentro de si tudo o que ELE não é.

4. A Primeira Ferramenta para o Despertar

Nosso Espírito está interligado a uma fonte inesgotável de


criatividade, que precisa de um canal para poder se “manifestar”. Esse
canal somos nós, e a fonte de criatividade é Deus. Nosso corpo possui
centros energéticos muito precisos e com poderes gigantescos de canalizar
e traduzir essa energia Divina. E como sabemos, cada indivíduo traz algo
único e especial que precisa ser comunicado ao mundo. Mas como
começar esse processo de manifestação e transformação?
A máxima, "conhece-te a ti mesmo", traz em si uma profunda
sabedoria, pois nela se encontra a observação, a chave mestra da
transformação! Observação que, por sua vez, está diretamente ligada ao

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fato de estarmos ou não “acordados”. Para que fique claro, quando me
refiro à observação, trato da consciência do Ser capaz de analisar o que se
pensa, sente e, também, os processos externos que o rodeiam.
Essa chave de transformação pode ser subdividida em observação e
auto-observação1. Duas ferramentas sagradas, com reverberações tão
grandiosas na vida, que podem ser consideradas divisoras de águas, pois
são diretamente ligadas ao Deus Verbo, ou seja, o Divino que age!
Somos seres capazes de ter "a consciência que temos consciência",
ou para facilitar a compreensão: temos consciência de que existimos!
Indo além, somos aptos a pensar, e ao mesmo tempo observar o que
estamos pensando. E para isso você precisa estar atento, uma vez que a
atenção é uma das maiores forças do ser humano. É ELA que irá te
auxiliar no processo de despertar, e quanto mais forte for sua capacidade
de direcioná-la, seja para algo externo ou para todos os processos internos,
maior será sua capacidade de permanecer “acordado”.
E sempre tenha em mente que o Propósito não é um fim, mas um
meio. Logo, aproveite o trajeto!

5. As Forças Antagônicas

Tenha em mente que todo o caminho do “despertar” rumo ao seu


Propósito de vida acionará duas grandes forças, que como tudo no
Universo, são duais e totalmente antagônicas. Uma pode ser chamada de
SINCRONICIDADE ou GRAÇA (não importa a terminologia, uma vez
que existem diversas maneiras de se dizer a mesma coisa).
Em outras palavras, essa primeira força pode ser apresentada na
forma das coincidências inexplicáveis que acontecem quando você
começa a agir e a vibrar de uma determinada maneira. Ela irá colocar de
forma totalmente “ilógica” e “improvável”, pessoas no seu caminho para
te ajudar, orientar e trazer oportunidades. Ainda, te enviará sinais dos mais
variados tipos, mensagens, números repetidos, padrões, enfim, irá interagir
contigo de forma inexplicável, porém extremamente precisa.
No entanto, assim que você compreender que ela está presente na
sua vida, e começar a despertar a fim de encontrar o seu real caminho, seu
Propósito, o outro extremo da dualidade também irá aparecer. Mas não se
preocupe, porque tudo nessa vida é dual: Frio/Quente, Preto/Branco,
Positivo/Negativo, Movimento/Repouso, Noite/Dia, etc...
Trata-se de uma força complementar para o equilíbrio do Universo,
que pode ser chamada de Bloqueio (mas que pode ser referida como
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Ou, se preferir, análise e autoanálise

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resistência, tentação, obstáculo, enfim, o que for mais condizente com as
suas crenças). O fato é que ela não medirá esforços para te deixar
estagnado (a) e adormecido (a). Também fará de tudo para te desanimar,
minar a sua fé e a autoconfiança. E ainda lutará com todas as forças para
que você não consiga interpretar os sinais da sincronicidade.
Tudo, absolutamente tudo, irá acontecer para você desistir do
encontro do Propósito. Caso você já tenha sentido essa vontade gigante
de mudar e as coisas começaram a se tornar difíceis, isto é, se você
realmente quis encontrar o seu caminho e tudo começou a dar errado,
fique feliz. Isso mesmo, feliz! Porque você realmente está no caminho
certo!
Se vos perguntarem: ‘De onde vindes’? Respondei: Viemos da luz,
do lugar onde a luz nasceu dela mesma, estabeleceu-se e tornou-se
manifesta por meio de suas imagens. Se vos perguntarem: ‘Vós sois
isto’? Digam: Nós somos seus filhos e somos os eleitos de Deus. Se vos
perguntarem: ‘Qual é o sinal de vosso Pai em vós’, digam a eles: É
movimento e repouso.

6. Esforços

Antes de começarmos os exercícios para o encontro do Propósito, há


três esforços básicos que precisam ser levados em consideração, pois
servem como uma espécie de alicerce para as práticas, reflexões e,
consequentemente, para uma mudança profunda.
São eles: o esforço de cuidar do corpo físico, o esforço de querer
evoluir (se aperfeiçoar) e o esforço de buscar conhecimento/sabedoria.
A intensidade de cada um - e digo isso porque se trata de um
direcionamento da vontade, uma vez que os obstáculos com certeza irão
aparecer – irá variar de acordo com as características pessoais, essência,
capacidades naturais, talentos, dificuldades e interesses.
Esses esforços são importantes, uma vez que é necessário ser levado em
conta “o que fazer” depois de estar desperto.

6.1. Primeiro Esforço


Partindo do princípio que mesmo um indivíduo sendo “Espírito em
essência”, sem o corpo ele nada consegue fazer ou desenvolver. Assim, o
primeiro grande e fundamental esforço consiste em cuidar do seu corpo!
Não estou dizendo que você precisa se transformar num fisiculturista
ou um grande maratonista, mas tudo o que engloba a saúde corporal é,

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sem dúvida, uma premissa. Todos nós sabemos o que faz bem para a
manutenção e preservação do nosso maior instrumento físico: alimentação
balanceada, prática de esportes, qualidade de sono, etc. Sem isso, a grande
maioria dos exercícios espirituais se tornará inútil, porque todos nossos
pensamentos, sensações e emoções estão conectados à saúde corpórea.
Às vezes, um grande obstáculo emocional que você está tentando
transpor, não passa de uma falta de vitamina ou um desequilíbrio
hormonal. Por isso, para começar sua jornada espiritual, tenha sempre
em mente que é necessário cuidar do seu corpo.
Eis um exemplo: consideremos que você necessite viajar 100 km,
mas tem um carro que está com problemas no volante, panes na parte
elétrica, óleo vencido há tempos, radiador vazando, e com pneus gastos.
Será possível fazer essa viagem de forma plena? Ou melhor, será que
compensa iniciar essa viagem? Por outro lado, ainda na analogia com o
carro, se na ânsia por melhora você decidir turbiná-lo, uma hora o motor
não aguentará e irá fundir. Este é um exemplo do extremo oposto, onde
em prol da ansiedade ou da vaidade, sucumbimos a procedimentos
destrutivos para atingirmos padrões (de destaque, de beleza, etc.) utópicos.
E isso é tão prejudicial quanto o sedentarismo. L o g o , não existe
espiritualidade sem uma real atenção com a sua saúde corporal!

6.2. Segundo Esforço


Não sabemos exatamente como acontece o nosso chamado para o
“despertar”, mas frequentemente ele surge através de dores, conflitos,
choques, traumas ou desilusões, ou até mesmo de um chamado Divino.
Geralmente quando nos sentimos felizes, confortáveis (e ainda
“dormindo” espiritualmente), permanecemos num estado de inércia
inconsciente vivendo de forma fútil, rasa, e muitas vezes repleta de vícios.
Até que vem a queda! E aí começamos a refletir sobre tudo: nossas ações,
o Mundo e as Leis que o regem e, sobretudo, passamos a nos observar.
Percebemos que os bens materiais são importantes como um meio
de subsistência na vida terrena, mas jamais poderão ser considerados um
fim! Portanto, assim que você sentir o primeiro “chamado espiritual” para
esse novo caminho - e saiba que isso não é uma “voz do além”, mas sim
uma vontade muito forte de mudar de vida ou de buscar autoconhecimento
- agarre essa oportunidade com toda força do seu Ser! “Entregue-se” de
forma sobrenatural, para não descartar a possibilidade de mudar!
Esse segundo esforço consiste exatamente em se desenvolver uma
constante e incansável vontade de aperfeiçoamento do seu espírito, o que
difere do temido "perfeccionismo", que vem acompanhado de culpas e
autoflagelações mentais. Não é nada disso! Você precisa fazer as pazes

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consigo mesmo, e estar convicto de que erros e acertos fazem parte do
processo. Julgamentos seguidos de autopunições não passam de
expressões internas equivocadas, e que foram cristalizadas por anos de
punições de pais e da sociedade em geral. Portanto, a partir desse
momento, comece a ter orgulho de si mesmo pelo simples e grandioso fato
de ter consciência da necessidade de mudança.
Repare que, quando sentimos o despertar espiritual rumo ao
encontro do Divino, ou melhor, do Divino que habita em cada um de
nós, acendemos uma centelha inapagável pela busca de respostas. Este
esforço também requer uma espécie de compaixão e imparcialidade, para
que sejamos capazes de entender que em toda jornada sagrada há
sofrimento!
A força espiritual não irá te poupar de sofrer: Fato!
Qualquer coisa contrária a isso é utopia! Porém, o impulso Divino te
proverá de muita força e diversos alicerces para suportar. E acredite, é
justamente dentro da “casca” do sofrimento, que você irá começar a achar
as pistas do seu Propósito de vida, e também encontrará a substância capaz
de edificar a sua vida consciente.
Ressalto, ainda, a importância de saber que precisamos estabelecer
novos conceitos para o entendimento das forças antagônicas. Isso porque,
grande parte dos nossos condicionamentos não passam de pontos de vista
distintos, e a maioria dos acontecimentos podem ser consideradas como
reverberações do Sagrado. Esse esforço também é seguido pelo
desenvolvimento da gloriosa humildade, da compaixão, do respeito e,
claro, do amor.

6.3. Terceiro Esforço


Esse esforço é basicamente o do estudo; da busca por sabedoria.
Calma! Não se trata do estudo formal que fomos obrigados a realizar no
decorrer de nossas vidas nas escolas tradicionais. Este é um estudo brando
e voluntário à busca por livros, apostilas, palestras, podcasts, grupos de
estudo, enfim, tudo o que irá te nutrir espiritualmente. Claro que o tema
central deve ser voltado para o que se relaciona com seu
autodesenvolvimento (as Leis Universais, a Criação, etc.), onde com
certeza a SINCRONICIDADE irá te ajudar no processo. Porém, é
importante pontuar que há muitos dogmas, crenças limitantes e
informações rasas em todos os lugares. Esteja atento, e muito atento
mesmo a isso!
Você se alimenta do que? Eu não estou falando de comida ou
bebida, mas sobre quais informações e impressões você ingere.

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Isso é tão importante quanto a alimentação física. Você já se
questionou sobre quais são os alimentos que você ingere para a sua a
mente e Espírito? Pense nisso: como se encontra o físico e a saúde de
quem se constantemente se alimenta de “fast food”? Pois bem, para a
mente e para a alma não é diferente! Esse último Esforço é, de fato, o de
querer saber, ou seja, “nutrir” de maneira saudável a mente, e
consequentemente, a alma, na busca para todas as respostas que não
temos! É deixar de consumir o que é feito para te alienar, gastar seu tempo
e sua energia. Precisamos ter a postura de “professores de nós mesmos”.
(Entenda-se professores, não carrascos, ok!?).
E nosso primeiro grande aluno é o próprio ego, com duas
extremidades distintas: uma arrogante e a outra dócil, porém reprovadora.
Suas manifestações oscilam entre esses extremos: "Nossa, eu sou muito
f...!", ou, "Meu Deus, como eu sou um b...". O ego é a força antagônica
do nosso Eu; a projeção errada do que nós somos. Nele estão presentes as
piores características do ser humano: egoísmo, arrogância, vaidade, prazer
na maldade, incompreensão, julgamentos, ira, etc.
A humildade - e friso aqui que isso não significa “amor” pela
pobreza, mas sim um conceito próximo da generosidade - é uma poderosa
maneira de lidar com o ego (nesse caso esse termo se refere ao “ego”
psicológico e não ao Ego teosófico). Nunca devemos subestimar nossas
capacidades e as dos outros, ou ter medo de cometer erros. Não existe
acerto sem erro! Que isso vire um mantra na sua vida! Permita-se
experimentar!
Reconheça o que está diante de teus olhos, e o que está oculto a ti
será desvelado. Pois não há nada oculto que não venha ser manifestado.

7. Os Centros (Veículos) do Humano

A metáfora da charrete é ótima para entendermos o funcionamento


dos nossos centros de força. Composta pelo conjunto estrutura física
(madeiramento, rodas, engrenagens, etc.) e cavalo (animal de tração), é
necessário um condutor para direcioná-la, que por sua vez, tem ao seu
lado um patrão que quer chegar a um determinado local.
Com isso, podemos fazer a seguinte analogia: a parte física da
charrete é o nosso corpo, ao passo que a parte animal, o cavalo, equivale
ao nosso centro emocional, e o condutor, ao nosso plano mental. E o
patrão? Ele é o nosso “EU”, ou nosso “espírito”, como preferir. E para que
o patrão consiga chegar aonde tem vontade, é preciso que a charrete seja
conduzida até lá. Certo?
Agora, pense na estrutura física de uma charrete onde as rodas não

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estão bem presas, o madeiramento apodrecendo, engrenagens emperrando,
e assentos semidestruídos. Lembre-se que, como já exposto, a sua saúde
física é fundamental para a manifestação do espírito.
Relativamente ao cavalo (emoções, sensações) imagine-o não
adestrado. Provavelmente ele vai para onde bem entender e quando quiser,
ou, se você estiver seguindo em direção a um determinado caminho e ele
sentir qualquer tipo de desânimo, pode empacar e ficar parado o tempo
que achar necessário. Por mais que o condutor ou o patrão insistam para
que ele continue caminhando, ele não se abala (Até porque ele não
entende a linguagem de ambos). Além disso, ele tem uma parte instintiva
muito forte. Suponha que esse animal, no meio de uma jornada, sinta
fome. Se ele não foi adestrado, simplesmente irá correr de forma
desembestada para o pasto. E ainda, se ele encontrar na trajetória uma
égua atraente? (Bom, você já pode imaginar, não é mesmo?). O grande
problema, é que descontrolado, o cavalo irá arrastar consigo a charrete
(corpo), o condutor (mente) e também o patrão (espírito).
Emoções desgovernadas são um perigo! O cavalo precisa ser
educado no decorrer do tempo.
E quanto ao condutor? Caso ele seja estudioso, coerente, ético, com
certeza irá conduzir o patrão pelo melhor caminho, com poucos riscos,
evitando estradas perigosas e esburacadas, e sem correr demais. Prudente,
trará consigo um mapa para se localizar, mantimentos necessários para
ambos (ele e seu patrão), além de analisar as condições climáticas. Assim
seguro, seguirá com cautela munido de conhecimentos que entendam e
atendam às necessidades do patrão. Mas e se ele for um “bêbado”, um
inconsequente?

Mas, e se for um condutor mal-educado, um profissional descuidado


que jamais realizou sequer uma simples manutenção na charrete, e sempre
cuidou mal do seu cavalo? Se ele for bruto, tolo, intransigente e até
mesmo um “sabichão”, incapaz de dar ouvidos ao seu patrão?
Como o Patrão (espírito) vai conseguir chegar ao seu DESTINO, se
ele se encontra em uma charrete precária (corpo) com um cavalo mal-
adestrado (emoções), comandada por um péssimo condutor (mente)?
Portanto, se você pretende encontrar o seu Propósito, seu caminho,
você precisa ter harmonia e comunicação entre esses seus três centros.
Somente assim, terá um canal para seu Espírito fluir.
Essa metáfora exemplifica parte do “quaternário inferior”, no entanto
o humano possui em sua totalidade 7 corpos (ou veículos). Mas para o
despertar, essa compreensão básica já é avassaladora.

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Separa a terra do fogo, o sutil com o grosseiro, agindo com
prudência e com juízo. Ascende com a maior sagacidade da terra ao
céu, e une o poder de todas as coisas inferiores e superiores. Assim,
possuirás a luz de todo o mundo, e a obscuridade irá voar de perto de si.

8. O Fabuloso “Circuito da Percepção”

Todos os nossos processos mentais seguem um funcionamento, uma


engrenagem específica. E essa engrenagem irá converter impressões em
processos elétricos e, posteriormente em um tipo de matéria mais sutil,
muito semelhante à Luz. Na verdade, chamamos de Luz, porque é o mais
próximo que conseguimos na comparação no plano físico.
De maneira simplificada, o “circuito da percepção” pode ser assim
representado:

Quando, através dos sentidos, você percebe algo (bom ou ruim),


logo é gerada uma sensação específica. No mesmo momento, são
representados em sua mente uma imagem e um “subtexto”, ou seja, um
conceito (uma espécie de rótulo), que irão desencadear uma emoção
específica, em variadas intensidades.
Esse é o processo que gere toda a sua vida, cem por cento do seu dia,
tenha você ciência ou não. E toda vez que o realizarmos, nossas novas
impressões dialogarão com representações anteriores formadas em
outros momentos da nossa vida, e por sua vez ambas irão dialogar com
processos inconscientes muito potentes.
O grande problema é que, além de não termos consciência desses
novos processos, também não nos conscientizamos dos trilhões de
impressões que adquirimos no decorrer da vida. Ademais, nem sequer nos
foi permitido escolher! Simplesmente nos “contentamos em nos
alimentar” dos mais variados estímulos nocivos com os quais somos
bombardeados diariamente.
Sem notar, nos tornamos o famoso personagem do antigo jogo “Pac-
Man”, o “COME-COME”; porém, neste caso, “devorador” de impressões
danosas. E com isso, cada vez mais nos tornamos seres reativos
inconscientes, sem nos conscientizarmos de que temos a capacidade de
nos tornarmos seres seletivos conscientes.
Além disso, quando percebemos algo, transformamos a matéria
física em matéria sutil. Exemplo: quando olhamos um quadro que está

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no exterior (de nós), ele é transformado numa matéria anímica e então
passa a viver dentro de nós. Essa “substância” é o alimento do Espírito,
pois sua composição a Ele se assemelha.
Sempre que desenvolvemos nossas virtudes aqui na Terra,
colocamos essa “matéria” na nossa bagagem astral e é somente isso que
carregaremos conosco pela eternidade. Estamos nesse planeta para
cumprirmos nosso destino, pagarmos nosso Karma e desenvolvermos a
Vontade verdadeira, o amor incondicional e, claro, adquirir sabedoria.

9. Conceito Intrínseco vs Conceito Atribuído

Tanto uma situação quanto uma “coisa” possuem dois tipos de


conceitos: o conceito intrínseco (ou preexistente) e o conceito atribuído.
Exemplo: imagine uma cadeira. Seu conceito preexistente é: serve
para sentar, geralmente tem 4 pernas, possui encosto, etc. Já o conceito
atribuído é muito mais complexo. E é justamente ele que baliza a nossa
vida diante do “circuito da percepção” descrito anteriormente.
Vamos supor que você estava sentado numa cadeira de plástico no
aniversário do seu filho. De repente, ela se quebrou e você caiu
violentamente, com a nítida impressão de ter fraturado a bacia. Criei aqui
um exemplo “extremo” e “catastrófico”, para deixar bem claro como
acontece. Naquele instante, sua percepção de “cadeira” promoveu uma
sensação específica (possivelmente uma grande dor, seguida de
preocupação e ansiedade). Também, gerou uma representação em forma de
imagem, talvez ligada a uma possível hospitalização, cirurgia, perda de dia
de trabalho.
A outra parte da representação (conceitual), produziu rótulos
(geralmente “catastróficos”), tais como: “me machuquei feio e não vou
conseguir mais voltar a andar normalmente”; “meu chefe vai me ‘matar’
pois ele depende de mim para comandar a empresa, e talvez por causa
disso irá me despedir”; “eu não devia ter sentado nessa maldita cadeira”;
“como vou conseguir pagar uma cirurgia tão cara como essa? Talvez tenha
que vender meu carro”, e assim por diante. Concomitantemente, em
frações de milésimos de segundo, surgem emoções correspondentes como
medo, raiva, tristeza, pânico, etc. O seu filho então começa a chorar e a
ambulância chega. As pessoas presentes na festa ficam tão ou mais
desesperadas que você; algumas até gritando (reações físicas diante de
percepções).
Tudo isso que está acontecendo, ou seja, esse “mar” de percepções
sensoriais e reações internas e externas, irá dialogar com outras impressões
já vividas, e que surgem automaticamente. Então, elas irão gerar mais

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sensações, mais emoções, mais pensamentos... e aí, o Céu - ou o inferno -
será o limite!
Não podemos deixar de considerar que também entrará em cena a
sua imaginação, que é a capacidade maravilhosa do ser humano de “criar
coisas e situações” que, infelizmente, em 99% das vezes, é utilizada para
pensar somente catástrofes.
Bom, diante desse “caos cinematográfico”, vamos supor que tudo
não passou de um susto, e que os exames radiológicos mostraram que
nenhum osso foi fraturado.

Isso já não importa mais! O conceito que você criou sobre a cadeira
de plástico, é só seu. Trata-se de uma reação abstrata forma-emoção-
sensação-pensamento que irá compor seu Ser. No entanto, e se eu te
disser que tudo, absolutamente tudo na sua vida foi criado assim? E se eu
te disser ainda, que você é o criador do seu mundo interno que,
consequente e constantemente, dialoga com o seu mundo externo? E aí te
pergunto:
Como você quer ser Rei o Rainha do seu mundo, se você NUNCA
atuou na criação dele?
Você viveu até hoje em um filme, e nunca saiu dele. Sem saber, acabou
escolhendo inconscientemente - ou escolheram para você - um filme
específico, e todos os dias da sua vida você “dá o play”. Porém, o fato é
que você não é um personagem de um determinado filme: Você é o Ser
que escolhe qual filme irá assistir! Consegue compreender a diferença?
E, além das coisas que vivemos (até então inconscientemente),
deixamos que se implantem em nosso íntimo, ideias, crenças e padrões
comportamentais (pensamentos e emoções) alheios, na maioria das sem
resistirmos.
Reitero aqui, que as histórias que ouvimos (e acreditamos), os filmes
que assistimos, os programas de TV que acompanhamos, os telejornais
catastróficos, as publicidades agressivas que invadem nossos dias, os
discursos dos nossos parentes, os traumas verbalizados dos amigos, as
crenças limitantes dos nossos colegas de trabalho (que jamais se
questionaram sobre), não passam de um conjunto inconsciente de
conceitos, que absorvemos e passamos a chamá-los de “MEU”.

Você realmente se conhece? Pode ter certeza que você é muito, mas
absolutamente muito maior do que imagina ser! Você é um canal de
algo muito maior!

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10. Sobre os Exercícios

Os exercícios propostos a seguir, têm por objetivo auxiliar no


encontro do seu Propósito de forma mais direta. Atuando como
verdadeiras “ferramentas” para a autodescoberta, esses exercícios de base
funcionam como uma espécie de “aquecimento” para todas as práticas
diárias, ou seja, o “start” para que uma grande maratona de autodescoberta
seja realizada.
A finalidade de todos eles, é a busca constante do desenvolvimento
da autoconsciência, a autodisciplina, e a conexão com níveis mais
profundos de consciência. Essas conexões irão trazer respostas sobre qual
é o nosso real caminho, o nosso Propósito de vida, e o que efetivamente
precisamos fazer. Acredite, assim que você começar a praticá-los,
prepare-se para ver o mundo como um local capaz de ser moldado a
todo instante!

10.1. Exercício da Observação Externa


Procure um lugar sem muitos estímulos sonoros ou visuais. Não
importa se você está deitado, sentado ou de pé. Observe todo o ambiente a
seu redor. Use todos os seus sentidos! Repare nas formas, cores, tamanho
das coisas, sons, cheiros.
Rememore o “ Fabuloso Circuito da Percepção” (página xx)
Este é, primordialmente, o “material” que iremos utilizar para
moldar a nossa vida. Toda a percepção sensorial irá reagir com
pensamentos e um padrão de comportamento já estabelecido, cristalizados
durante anos.
A tarefa agora é observar esse processo! Só podemos mudar ou
trabalhar o que temos consciência, certo? Então, perceba o exterior, e
quais as sensações e pensamentos que esses estímulos te trazem. Repare
nos objetos, nos sons. Perceba esse circuito atuar dentro de você. É como
se pela primeira vez na vida, você estivesse abrindo o capô de um carro
para verificar o funcionamento do motor.

10.2. Exercício do Encontro do EU


Pegue uma foto antiga ou qualquer coisa que lhe traga uma
lembrança (não importa o caráter da recordação, se ela é boa ou ruim).
Observe atentamente a foto, e perceba as sensações e emoções que estão
surgindo em você. Em seguida, foque a atenção nos pensamentos que
surgirem (imagens e conceitos). Feche os olhos (para diminuir ainda mais
os estímulos externos), e perceba a posição na qual se encontra o seu

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corpo. Respire fundo e devagar, e continue focado nos seus pensamentos.
Repare como eles fluem sem parar, gerando cada vez mais pensamentos,
mais sensações e mais emoções, as quais geram novos pensamentos,
novas posturas corporais e assim por diante. Limite-se somente a observá-
los; nada de julgamentos. Note que, pelo ato de observar todo o
processo, você se dissociou deles. É como se você saísse desse rio que
está te conduzindo. Agora, pense voluntariamente em alguma situação,
frase ou objeto específicos, e se surpreenda com a capacidade que você
desenvolveu de direcioná-los!
Torne a respirar fundo, e sinta que você é um Ser consciente da sua
existência; ou seja, você é uma Consciência que pensa, sente e se
emociona.
E aí vão alguns questionamentos que irão mudar a sua vida:
- Se você é capaz de observar seus pensamentos, corpo e emoções;
- Se entendeu que você não é os seus pensamentos, pois acabou de
se destacar deles (E você continua existindo mesmo distante deles,
certo?);
Então,
Quem (ou o que) você realmente É?

Parabéns, essa é a primeira chave sagrada para a


construção do seu mundo!
(Nesse instante, dezenas de pensamentos e questionamentos podem
aparecer, e se isso aconteceu, você está no caminho certo!)

Em suma, visando a expansão desse exercício durante a sua vida:


- Pratique diária e constantemente a atenção plena!
- Observe a cada instante seus pensamentos, emoções e ações. Mas
somente as observe, sem julgamento.
- Torne-se, inicialmente, um observador neutro. Imagine-se como
um observador externo que simplesmente registra o que está
acontecendo em sua mente e em seu corpo.

10.3. Exercício das Associações


Repare que, frequentemente, nos atemos a lembranças aleatórias, e
não sabemos exatamente o porquê desses pensamentos surgirem. Para ser
sincero, na maioria das vezes nem sabemos o que estamos pensando...
Seja como for, começamos a pensar em algo depois de um estímulo
interno ou externo, como algo que ouvimos de alguém, ou uma notícia que

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vimos na TV, ou ainda, algum objeto que nos fez lembrar de determinada
situação, e assim por diante. A partir desse estímulo, vamos “associando,
associando, associando...” de forma vertiginosa e infinita, sem
compreender o gatilho inicial que desencadeou todo esse processo.
Para realizar esse exercício, primeiramente tenha consciência que
você está pensando em algo que surgiu de forma “involuntária”, e então,
como as faixas (músicas) de um disco de vinil, identifique qual
pensamento está “na agulha”. Volte “o disco” de forma associativa, até
que atingir o “ponto zero” (a “primeira faixa”) que desencadeou todas
essas associações.
Esse exercício é ótimo para percebermos como deixamos os
pensamentos fluírem sem qualquer controle; como embarcamos neles
sem consciência, vivendo histórias mentais (e consequentemente,
sensações, emoções e ações) provenientes de estímulos aleatórios da vida
quotidiana.
O problema é que esse ciclo “descontrolado” gera um “campo
magnético” indesejado, e passamos o dia - e não raro até a vida - nele.
Portanto,
Seja dono dos seus pensamentos; apodere-se de si!

10.4. Exercício do Direcionamento da Atenção


Repare que, frequentemente, a atenção é uma força poderosíssima,
constituindo-se em uma das principais chaves para o desenvolvimento
espiritual
Encontre um local tranquilo, e sente-se confortavelmente em uma
cadeira ou no chão, com as costas eretas. Feche os olhos para ajudar na
concentração.
Comece inspirando profundamente pelo nariz contando até quatro, e
retenha o ar nos pulmões por aproximadamente quatro segundos. Depois
expire suavemente pela boca, também pelo mesmo tempo, até esvaziar
completamente os seus pulmões. Concentre-se na respiração e na
contagem. Repita o procedimento por cinco vezes.
Continue esse processo, porém alterando o tempo. Agora, inspire em
três segundos, retenha o ar por cinco segundos, e expire em nove
segundos. Repita o procedimento por cinco vezes.
Mantenha o seu centro mental focado na contagem, e sinta o ar
entrando e saindo dos seus pulmões. Agora, foque a sua atenção na
panturrilha ("batata da perna”) esquerda. Repare que depois de
aproximadamente trinta segundos, você terá a sensação de uma energia

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concentrada reverberando nela. Então, direcione o seu foco (energia
direcionada) para o braço direito. Repita esse processo para várias partes
do seu corpo. Quando terminar, respire calma e profundamente.
Não se esqueça de agradecer ao Universo por viver em comunhão com
seus processos Sagrados.

10.5. Exercício da Motivação


Tente se recordar das coisas que te motivaram até hoje. Procure
esquecer um pouco a situação na qual você se encontra. Crie essa “pausa
no mundo” para realizar essa pesquisa interior. Esforce-se para lembrar de
tudo que te deu alegria. Desde a infância, adolescência, ou até mesmo na
fase adulta. Não importa que sejam coisas pequenas, pois tudo será
utilizado como pistas.
Agora, use a imaginação! O que você gostaria de estar fazendo neste
momento? Não vale se projetar andando num carro conversível,
comprando em shopping, bebendo com amigos (as), ou caminhando na
praia. O que você está querendo é encontrar algo muito maior dentro de
você, ou seja, muito além dessas representações do Ego. É evidente que se
possa almejar viver esses prazeres; não há mal nenhum, desde que se
tenha consciência de que são provenientes do Ego. Mas, neste caso, o
exercício é voltado ao encontro da vontade do seu Eu superior, ou seja,
não se trata de um exercício de fuga ou visualização. Então, imagine-se
fazendo algo que realmente o motive, que te dê felicidade, e de
preferência, nada glamoroso. Alguma coisa com esforço consciente. (Essa
prática precisa ser interior; minimalista).
Repita esse exercício diariamente, até começar a encontrar pistas
importantes. Talvez você ainda nem tenha noção do seu Propósito, mas
essas impressões iniciais são fundamentais para o seu encontro.

10.6. Exercício da auto lembrança


Assim que você chegar em casa, tomar o seu banho, relaxar um
pouco, enfim, quando não tiver mais tarefas para fazer, lembre-se de tudo
o que viveu durando o dia. Pense tanto no que aconteceu, quanto nas suas
reações. Caso você consiga, tente se lembrar também dos seus
pensamentos, sensações, emoções e posturas corporais durante vários
momentos do dia. Depois dessas recordações, volte para o “presente”.
Distancie-se dos seus pensamentos e sensações. Simplesmente mantenha-
se no presente e respire. Torne-se um observador, ou seja, não embarque
em novos pensamentos.
Não se justifique sobre o que fez ou o que deixou de fazer. Só permaneça
nesse estado de presença, e tente mantê-lo no próximo dia.

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10.7. Exercício do “estar inteiro” na ação
Faça este exercício quando tiver um tempo livre. Como cada pessoa
tem um gosto específico, concentre-se intensamente em uma tarefa. Não
importa o que você irá fazer, mas foque naquilo como todo o seu Ser.
Esteja totalmente presente! Esqueça o celular, desligue a TV e o rádio.
Direcione, nesse momento, todos seus pensamentos, emoções e sensações
para a tarefa que estiver fazendo. Embarque nela! Nesse momento, você
não precisa observar os seus atos, pensamentos, etc. Sua tarefa agora é
viver o momento por inteiro. Se você gosta de cozinhar, faça isso com
todo o seu foco e amor. Caso sinta ansiedade e com vontade de fazer “mil”
coisas ao mesmo tempo, faça um esforço consciente para permanecer
concentrado na sua tarefa. Repare que estamos tão “acelerados” no dia a
dia que já não conseguimos mais desacelerar para fazer uma coisa de cada
vez. Não faça nada de forma mecânica! Depois que terminar sua tarefa,
tente verificar quais foram as vezes em que você perdeu o foco. O seu
pensamento estava completamente na sua ação, ou você agia
mecanicamente e pensado em outras coisas? Quais sensações surgiram no
processo? E emoções? Foi prazeroso, ou não?

10.8. Exercício da mudança de rota


Em um dia normal, realize as suas tarefas quotidianas, de maneira
diferente. Por exemplo, faça outro caminho para ir ao trabalho; almoce em
outro lugar e varie o seu cardápio; mude a sua hora de pausa; fale com
pessoas que você não costuma conversar, etc. Repare que é possível fazer
as mesmas coisas de uma outra forma. Esse exercício, aparentemente
simples, transforma grandes processos internos, pois começamos a
“quebrar” nossos condicionamentos cristalizados. A sensação do “novo”
nas mesmas coisas, traz consigo segredos gigantescos.

10.9. Exercício do discurso antagônico


Eleja alguma ação para fazer e, no decorrer processo, fale
exatamente o que você não está fazendo. Por exemplo, se você for
desenhar, pegue a caneta e diga no exato momento que você está pegando
um garfo. Quando estiver desenhando uma flor, diga (e descreva) um
ventilador, por exemplo. Depois vá até a cozinha e faça um café. Quando
você sentir aquele cheiro delicioso de café quente, diga que detesta isso e
faça uma cara de “nojo”. É como se você estivesse atuando. Afinal, é isso
o que fazemos todo dia sem consciência, não é mesmo? Pratique isso por
diversos minutos, até você sentir que a sua mente “deu um nó”.
Repare que é possível desconectar o discurso e o pensamento, das

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ações. Na verdade, fazemos isso a todo instante. Deixamos o Ego falar
enquanto o Espírito (e até mesmo o “corpo”) quer outra coisa.
Repita o exercício, porém, falando com a mais profunda verdade
tudo o que estiver executando! As palavras na vida foram ficando vazias
no decorrer dos anos. Coloque significado e intenção nelas novamente.
Reconecte seus centros!

10.10. Exercício da observação do céu


Todos os dias, ao acordar, observe o céu, as nuvens, o sol, as cores...
Sinta o clima, a umidade do ar, etc. Enquanto estiver observando,
concentre-se nas suas emoções, sensações e pensamentos. Repare se você
acordou “ensolarado” ou “nublado”. Nós somos como o céu! A cada dia
estamos de uma maneira, mesmo porque há princípios físicos (terrenos)
agindo sobre o nosso corpo, pensamentos e emoções. Observe todos os
dias da sua vida o céu e suas variações. Lembre-se:
O que está em cima é como o que está embaixo, para a realização
de um só milagre!

10.11. Exercício da descrição


Entre num local e o descreva para si mesmo. À sua maneira, procure
fazer uma descrição pormenorizada. Agora, peça para uma outra pessoa
descrevê-lo. Surpreenda-se! Você vai notar que cada um irá descrevê-lo de
acordo com suas vivências, cultura e interesses. Questione-se: qual será a
descrição correta? Se cada um tem uma percepção distinta das coisas, qual
é a única maneira de se estabelecer uma comunicação real?

10.12. Exercício da antiprocrastinação


Escolha algo na sua vida que você precisa fazer, mas está sempre
adiando! Mesmo que seja uma tarefa pequena. Simplesmente, faça! Essa
ação irá gerar uma onda de energia capaz de mover outras coisas na sua
vida, que até então estavam estagnadas. Tudo está interligado! Comece
movendo o que está parado e veja o início de um processo de mudança -
tanto interior como exterior - em diversos âmbitos.

10.13. Exercício do prazer


Este exercício deve ser praticado principalmente por aqueles que se
privam de tudo. Se você não acha que tem merecimento; sente culpa em ter
prazer (seja ele qual for), ou tem medo da prosperidade, ele é para você!
Procure algo que te dê prazer (claro, algo que respeite a ética e os bons

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costumes), e... faça! Só isso! E quando estiver realizando essa ação que te
dá alegria, agradeça ao Criador e ao mesmo tempo diga: Eu mereço!

10.14. Exercício do não prazer


É o exercício propício para ser praticado por quem vive em função
do prazer, seja ele qual for (sexo, compras compulsivas, gula, vícios em
geral, etc.). Selecione um prazer, geralmente aquele que você costuma “se
perder nele”. Por um dia, apenas, não faça nada que possa lhe
proporcionar esse prazer! Sinta todas as reverberações dos seus centros
(emocional, mental, corporal). Veja todas as Negações que serão
desencadeadas. Repare que seu Ego irá criar armas para você não
conseguir realizar essa tarefa, pois ele quer o prazer a qualquer custo.
A ideia deste exercício não é a de te privar dos prazeres da vida
terrena. Porém, temos que adestrar nosso cavalo (centro emocional) e agir
pela Vontade, e não pelos desejos e paixões. Afinal:
Quem é mestre de quem?

10.15. Exercício do olhar profundo


A partir de hoje, comece a falar com alguém olhando nos olhos. Fale
menos e olhe mais; ouça o que as pessoas têm a dizer, e não simplesmente
formule frases condicionadas para retrucar o que ela está contando. Ouça
com atenção e, enquanto isso, continue olhando nos seus olhos.
Sempre que agir assim, use a observação e a auto-observação para se
destacar dos seus pensamentos e sensações, como se estivesse criando um
“vácuo”. Ele irá permitir que a intuição se apresente para você. Além
disso, fará com que se estabeleça um novo tipo de comunicação entre você
e a pessoa com quem conversa.

10.16. Exercício do hábito


Selecione um hábito pessoal que você realmente não gosta, não
importa a sua natureza. E, a partir de hoje, procure por maneiras de
amenizá-lo, ou até mesmo extirpá-lo, sempre prestando atenção nas forças
negativas (Negação) que irão agir para que ele não saia de você. Repare
nas armadilhas! Atente para os obstáculos que irão surgir. Mas, também,
concentre-se no seu Eu; na potência infinita de Deus que irá te auxiliar no
processo!
11. Sofrimentos Conscientes

Somos seres que sofrem! Ponto! Não adianta acreditar no contrário,


pois nosso mundo é dual. O Cosmos se manifesta de diversas maneiras.

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Ele tem infinitas realidades dentro de si e, nós, humanos, somos muito
superficiais para compreendermos de forma ampla, o “TODO” (Unidade),
nesse modo dualístico. Porém, a partir do momento em que nos
conscientizamos disso, passamos a entender que tudo na vida, assim como
o sofrimento, pode ser um caminho para a obtenção de diversas respostas,
rumo ao encontro do nosso Propósito.
Há muitas coisas escondidas nele, seja de qual natureza for. Quando
trazemos isso para a consciência e sabemos que temos que nos esforçar
para o encontro do nosso “Ser”, passamos a ver as coisas de outra forma.
Esse esforço, o consciente, é fundamental para o processo de evolução
espiritual.
Portanto, um passo vital para o desencadeamento de um processo
incrível de mudança interior - e exterior - é a aceitação de todos os
sofrimentos. Eles simplesmente são parte de toda a nossa existência. Pode
até parecer loucura num primeiro momento, mas você já pensou em dar
"boas vindas" aos seus sofrimentos e às coisas “ruins” que te acontecem?
Geralmente, eles são negligenciados ou simplesmente nomeados de
diversas formas. Sim, nós humanos adoramos julgar e rotular as coisas. O
fato é que o tão temido sofrimento nada mais é do que...
...uma parte da matéria sutil que compõe uma equação capaz de
produzir um dos materiais mais sagrados e essenciais para o
desenvolvimento do Espírito.
Não quero dizer com isso que devemos sofrer a ponto de nos
tornarmos masoquistas. Definitivamente não!
A questão é que o sofrimento mecânico, ou seja, o sofrimento que
não emergiu para a consciência, causa uma perda brutal de energia e nos
faz entrar em ciclos destrutivos. Precisamos entender os sofrimentos e
saber lidar com eles, porque são a “ponta do iceberg” dos sinais que a
vida está tentando nos mostrar (parte exterior), e dos sinais que nós
mesmos precisamos interpretar e mudar (parte interior).
Você já parou para analisar que o sofrimento é estritamente
pessoal? Quero dizer, às vezes você sofre muito por algo que para uma
outra pessoa não tem qualquer importância. Assim, agradeça se estiver
sofrendo, porque tudo não passa de um caminho muito profundo e sagrado
para que você encontre o seu Propósito; descubra o que realmente veio
fazer aqui neste Planeta, ou qual é a sua missão enquanto habitar aTerra.

Conhecemos formas normais de pensamento: lógicas, bem


específicas e, consequentemente, os "sentimentos normais" da
humanidade. Como já sabemos, a maioria dos nossos pais aprendeu assim
e nos transmitiu essa maneira rasa de pensar e agir (com raríssimas

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exceções de pais despertos). A mídia, em geral, também faz o mesmo.
Logo, descobrir aquilo que nos causa dissabor e transformá-lo em um
sentimento prazeroso, constitui-se em uma quebra de paradigma.
É, no mínimo, libertador perceber que diversas sensações não
passam de costumes e pontos de vista distintos.
As pessoas em geral, principalmente as que estão “adormecidas”,
evitam tudo o que não lhes proporciona prazer. Desta maneira, jamais
alcançarão um nível de consciência elevado capaz de conduzi-las à novas
percepções, sensações e ações, e consequentemente, ao encontro
espiritual.
Quando me refiro ao “encontro espiritual”, quero dizer que o
simples fato de você não se identificar com um padrão desde há muito
tempo cristalizado na sua alma, já significa um encontro Sagrado. Do
outro lado da corda, está o que te motiva, o que te faz ter esperança, fé,
etc. E no mundo dual, para saber o que é o bom, também é preciso saber o
que é o ruim, e aceitá-lo.
Vale reiterar que esses conceitos são pessoais e intransferíveis.

12. Mas, afinal, o que é esse tal “Propósito”?

Uma coisa que devo enfatizar, é que o tão almejado Propósito de


Vida está muito mais relacionado à paz e satisfação pessoal, do que ao
conceito moderno de sucesso, sinônimo de ostentação.
Entenda que o Propósito maior não se resume em encontrar nossa
ocupação, que dele faz parte, mas não o define. Quando alguém te
pergunta “o que ou quem você é?”, geralmente respondemos algo
referente aos nossos cargos, sem nos darmos conta de que o nosso
Propósito maior é encontrar o Eu, a nossa essência; entender as Leis
Universais e vibrar em consonância com o Divino! Tudo o mais é
derivado desse encontro.
O trabalho realmente nos edifica, constituindo-se em uma espécie de
“bússola” que nos orienta no caminho do encontro com a nossa essência.
Ou um “termômetro” que indica a “temperatura” através da qual
avaliamos os “graus” de conhecimento dos nossos talentos e vocações e
lapidá-los, como uma grande parte do Propósito.
Para exemplificar, vamos supor que você esteja em um emprego
onde o “ódio é pouco” para definir o que sente quando acorda, e precisa
pegar aquele ônibus lotado, e nele perder algumas horas para ir trabalhar.
Como consequência, adquiriu hábitos sedentários, e para amainar sua
angústia, passou a fumar de maneira descontrolada. E, ainda, com a

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sobrecarga de “prioridades”, a família passou a ocupar um segundo plano
em sua vida.
Imaginemos que depois de muito sofrimento, questionamentos,
mudanças internas, você conseguiu encontrar sua real vontade e o Cosmos
lhe deu tanto as ferramentas como as oportunidades (que você atraiu) para
montar o seu grande sonho: seu pequeno, porém aconchegante restaurante
de bairro. Desde criança, você gostava de ajudar sua avó na cozinha
quando ela fazia o almoço para a família aos domingos. Você adorava
fazer a “alquimia” dos alimentos, ver o sorriso das pessoas quando elas
eram bem servidas e alimentadas. A satisfação em ouvir o “hum, isso aqui
está uma delícia”, deixava sua alma plena. De fato, o que mais te deixava
satisfeito era saber que a sua “arte” de cozinhar reverberava no íntimo das
pessoas.
Aí, com esse atual e pequeno restaurante você se sente realizado. De
humor renovado, além de ter encontrado sua vocação, seus conceitos e
hábitos mudaram: começou a praticar esportes e deixou de fumar; sentiu a
necessidade de dedicar mais tempo para viver bem com a família; enfim
você passou a ter uma nova compreensão de mundo para buscar a
espiritualidade.
Agora, nesse novo empreendimento, você se sente realmente em paz
(o que não quer dizer que não tenha as preocupações do dia a dia para
resolver, como compras a fazer, contas a pagar, e até mesmo eventuais
sentimentos negativos). Você está vivendo o sucesso! No entanto, vamos
presumir que um “amigo” se aproxima, e tenta lhe convencer que isso é
muito pequeno para você. Por observar “de fora” a rotatividade e
fidelidade dos seus clientes, ele quer, de qualquer maneira, arrumar um
investidor para fazê-lo “crescer”. E aqui fica outro questionamento: o que
significa esse crescimento; ou melhor, o que é ser grande?
Bom, vamos admitir que você faça uma reunião com esse investidor,
e que ele consiga convencer o seu Ego de que você será capaz de criar uma
grande franquia, e com ela você terá muito dinheiro, poder e fama. Nos
dias atuais, este último conceito virou sinônimo de “ser conhecido
mundialmente”, ser “pop”, “ter milhares de seguidores”. E as pessoas estão
pagando qualquer preço por isso. Não preciso dizer que se trata de mais
uma expressão grotesca do Ego pois, na realidade, fama, por definição no
dicionário, significa reputação, “medida” pela opinião pública através dos
seus atos, postura, valores, ética, generosidade, quanto amor você é
capaz de difundir e doar, etc.
Vamos dizer então, que você se associou a esse investidor e essa
franquia cresceu muito. Hoje você não tem um restaurante no qual
depositava seu amor e literalmente o vivia. A empresa agora conta com
dezenas de restaurantes espalhados por seu Estado, e você passa o tempo

31
todo “enjaulado” num escritório, fazendo contas e reuniões. Novamente,
como nos tempos daquele emprego “odioso” você voltou a fumar porque
fica o dia inteiro vendo só números; não pratica mais exercícios porque
sequer pode dormir; e o que é pior, a família voltou a ocupar o “honroso “
segundo plano em sua vida. Além do mais, você fica todos os dias quatro
horas (duas horas para ir e duas para voltar) no seu luxuoso carro
importado.
Para onde foi o seu Propósito?
Você não o cumpre mais. O amor pela “arte” de cozinhar, foi
sufocado dentro de você. Mais uma vez, a sua “escultura” ficou deformada
peça ação de outros fatores. Mais luxuosa, sem dúvida; porém,
remodelada de forma errada.
Quero deixar muito bem claro que não estou enfatizando o fato de
“ter pouco”, “ser pequeno”. O Cosmos é abundante e pode te oferecer uma
ampla riqueza material! Mas, para você ter a tão almejada prosperidade
financeira, precisa viver antes a sua riqueza espiritual! O que quero dizer
é: se você tem como Propósito (e talento) a “arte” de cozinhar, viva-a com
toda sua força, e tenha plena convicção de que a prosperidade irá chegar!
Tudo o que fizeres, fazei-o com todo seu amor, e tudo o mais vos será
dado por acréscimo.
Se uma pessoa tem o Propósito de vida de se tornar um grande
administrador de restaurantes, ele irá viver a “arte” de administrar, e não a
“arte” de cozinhar. Entendeu a diferença? E sabe qual o “termômetro” que
irá indicar tudo isso? A tal da felicidade!
Algumas pessoas têm como Propósito ganhar dinheiro. Bom, sinto
lhe dizer, mas além disso não ser um Propósito, será muito difícil você
ficar “rico”; e se ficar, sentirá um vazio tão grande, que tudo o que ganhou
será gasto para retornar ao ponto no qual você se encontra agora. Temos
que compreender que o dinheiro é uma energia, nada mais do que isso.
Ele é um passaporte para você realizar o que o seu Espírito clama.
O grande obstáculo é o ego, pois ele faz você despender essa
energia para satisfazê-lo. Mas, acredite em mim, ele é insaciável!
Para terminar, você pode se questionar: “Ok, entendi que a ‘arte’ e
os talentos pessoais estão relacionados ao nosso Propósito, mas como
isso me ajuda a evoluir espiritualmente, ou auxilia na evolução do
próximo?
A resposta é: te auxilia em 360 graus! Só o fato de você ter encontrado a
sua vocação, te faz viver a Vontade do seu Eu superior, ou seja, do Deus
que habita em você. Além da sua felicidade reverberar em todos e em
tudo, os seus atos passarão a ser sagrados. Todos temos talentos natos!
Voltando ao exemplo do restaurante: servir um belo prato de comida, com

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um sorriso no rosto e uma palavra amiga para um cliente com fome, que
assim que sair dali continuará sua jornada de trabalho para sustentar a
família, isso é Divino!
Empregar pessoas é Divino! Chegar em casa cansado, porém, com a
alma transbordando e ouvir a sua esposa com amor e paciência, é Divino!
Poder fazer uma caminhada e cuidar do corpo que Deus te deu, é Divino!
Respirar é Divino! E ganhar todo o dinheiro que você merece para ter seu
conforto, também é Divino!
O Propósito é Divino! E você quando encontrar o seu EU, se
tornará Divino, pois será impossível saber onde “começa” Deus e
“termina” você e vice-versa! Somos parte da consciência dessa força
criativa eterna inominável.

13. A Secreta - e Sagrada - Fórmula da


Transubstanciação: A Alquimia da Alma

Há conhecimentos milenares no Universo de transmutação, e esse é


um deles. Essa fórmula, considerada sagrada, nos fornece a base
primordial para a aquisição do material sutil que aumenta nossa Luz
espiritual. Trata-se de uma fórmula capaz de criar os “tijolos” que irão
edificar a nossa estrutura sutil.
Ela é simples, porém, extremamente profunda. Existem dois
tipos de força no nosso universo: a Negação e a Afirmação, ambas
sagradas. A primeira é inerente a tudo, assim como a gravidade. Se algo
estiver em repouso, tenha a certeza de que a Negação estará sempre
operante. A Afirmação, por sua vez, é exatamente o contraponto dessa
fórmula, isto é, ela é a força capaz de criar o choque entre ambas, tendo
como resultado aquilo que podemos chamar de Transubstanciação.
Não se trata literalmente da transubstanciação de Cristo, mas algo
que caminha na mesma lógica. É exatamente aqui que começa a grande
iluminação do “Eu”, do “Ser”, pois essa “colisão” é capaz de originar uma
substância tão importante, que pode ser comparada à criação de uma Luz
no nosso campo astral, ou, mudando de terminologia, aumentar o nosso
campo magnético. Esse elemento possui uma atração específica, e é ele o
responsável por quase tudo o que captamos.
Com certeza você já ouviu dizer, “pense positivo”, ou “pessoas
positivas atraem coisas boas”. Trata-se, de certa forma, disso, mas friso
que só pensar positivo não é algo efetivo, uma vez que o pensamento é
apenas uma das diversas ferramentas do ser humano. Se você ficar
imaginando que irá ficar musculoso sem de fato ir para a academia,

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certamente permanecerá com seu físico da mesma maneira. Além, é claro,
de se frustrar e criar processos ilógicos e destrutivos no seu campo mental.
Portanto, sim, é possível atrair tudo o que há de mais abundante no
mundo, mas para isso, é preciso estabelecer a rota, e trilhar o caminho
correto. E o segredo está no processo de transubstanciação. Para resumir: é
um treino diário que envolve todos os seus centros: físico, mental e
emocional.
A Negação, com polo negativo, se apresenta como uma força
universal complementar à Afirmação, e que reverbera de diversas
maneiras. No ser humano, ela surge através dos impulsos que nos levam a
executar os atos mais primitivos, mundanos, mesquinhos, perversos e
destrutivos. Trata-se da força que gera os piores sentimentos, pensamentos
e sensações. A notícia ruim é que, diferentemente da Afirmação, ela está a
todo instante na nossa vida quotidiana, fazendo parte das nossas ações
mecânicas, condicionamentos mais profundos, e exibe uma potência
enorme para não nos deixar mudar de comportamento (e
consequentemente, de vida). Esteja você acordado ou dormindo,
consciente ou inconsciente, ela sempre se fará presente.
A boa notícia é que a Afirmação é capaz de neutralizar essa força!
E uma notícia melhor ainda, é que na medida em que aplicamos essa
equação em nossas vidas, o resultado cria uma espécie de barreira capaz
de abrandar cada vez mais a Negação. Além disso, como já dito, quando
aplicamos essa fórmula quotidianamente, criamos um elemento específico,
isto é, uma “substância anímica” que irá ampliar o seu “corpo” mais sutil.
Esse é o grande agente que atrai a abundância e a prosperidade.
Vamos pensar em tijolos, para simplificar. Toda vez que você
neutraliza a Negação (gerando a transubstanciação), você incorpora um
tijolo a mais na sua casa, e quanto maior for a sua construção, maior será o
seu magnetismo! Com um grande campo magnético positivo, você atrai
muito mais “coisas positivas”! Matematicamente isto lhe parece óbvio.
Não é mesmo?
Pois ao que tem, mais lhe será dado, e terá em grande quantia; mas do
que nada tem, mesmo o que não tem lhe será tirado.
E o mais extraordinário disso é que enquanto o seu campo
magnético se mantiver forte e potente, você será capaz de atrair de forma
abundante tudo, em todos os campos da sua vida. As coisas passam a
“cair no seu colo”; as oportunidades aparecem; as pessoas o (a) procuram,
e o tão almejado dinheiro surge! E só para constar, este último é
consequência do processo, e não o fim!

34
13.1. Aplicação da Fórmula da Transubstanciação
Qual é o momento para aplicar essa fórmula?
Em todos os instantes da sua vida!
Durante o nosso dia-a-dia, vivemos situações que nos causam
sofrimento, e geralmente, todos os tipos de pensamentos destrutivos,
muitas vezes desencadeando emoções negativas, e novos pensamentos
destrutivos.
A base disso está na força da Negação, manifestada através de
diversas maneiras: o instinto (necessidades primárias de sobrevivência),
desejos (e não Vontade), predisposições, condicionamentos, padrões
copiados de forma inconsciente, forças vibratórias externas que chegam
em nós, além de elementos terrenos presentes em nossos centros (DNA),
que precisam do nosso esforço voluntário para a evolução do Ser.
Todos esses fatores nos afetam de forma brutal, ainda mais porque
eles estão ligados às necessidades do nosso ego. Para alimentá-lo fazemos
coisas que não queremos, compramos o que não precisamos e,
consequentemente, sofremos mais do que o necessário. Mas ninguém quer
sofrer, certo? Claro que não, mas como sabemos que o sofrimento é
fundamental e inerente à condição evolutiva humana, vamos “usá-lo” da
melhor maneira possível.
Ele é tão importante quanto a morte. Essa frase pode parecer pesada
(e talvez realmente seja), mas você já parou para pensar que para existir
vida é preciso que exista a morte? Tudo na natureza funciona assim. Não
ocorre o desabrochar de uma flor, sem a morte de outro ser para que esse
fenômeno aconteça. Para vivermos, ingerimos algo sem vida, ou que irá
morrer dentro de nós, quer sejamos veganos ou não. Afinal, plantas
também são seres vivos!
Muita gente tem medo de pensar na morte, porque lembra-la
também é parte do despertar. Refletir sobre esse grande “agente
transformador” significa ter que lidar com todas as suas crenças, o que
pode te tira da zona de conforto e fazer com que você se preocupe em
buscar respostas sobre a vida, as Leis Universais, enfim, sobre si mesmo.
Te faz enxergar que tudo o que você pensou - e realizou - até hoje, foi
quase em sua totalidade pautado em uma superficialidade transitória, para
não te fazer enxergar a realidade do Espírito.
Voltando à Negação Sagrada e ao ego, temos que ter ciência de que
ele é a “sujeira que turva a água da piscina”, não deixa a luz refletir e que
faz um indivíduo não enxergar o seu pé. Se limparmos a água, não será
mais fácil saber onde estamos e como somos? Isto posto, note que criamos
uma personalidade que não é a real expressão do nosso “Ser”. Trata-se de
uma, dos milhares de máscaras que usamos, porque ainda não encontramos

35
quem realmente somos. E qual a relação entre o Ego e a aplicação da
fórmula da transubstanciação?
O nosso Ego está para à Negação Sagrada assim como o nosso Eu
está para a Afirmação Sagrada.
Quanto mais vivermos no nosso Ser, ou seja, “na pessoa que escolhe
o filme”, “no patrão que está na charrete”, maior será o nosso campo
magnético. Só assim seremos capazes de atrair tudo o que a nós está
predestinado. E como Deus, que está em tudo, inclusive em nós, é
abundante e infinito, teremos dádivas diárias. E o nosso destino virá no
pacote! Temos que ter total ciência de que além das coisas boas que
podemos viver, os “débitos que temos a pagar”, precisam efetivamente ser
saldados! E disso ninguém irá fugir. Mas, eles podem ser realmente muito
reduzidos com essa fórmula. E, como consequência, os créditos
aumentados!
Friso mais uma vez, e com o intuito de efetiva fixação: para aplicar a
fórmula da transmutação, é importante a premissa de que tanto a
observação c o m o a auto-observação já sejam dois elementos
cristalizados no seu Ser. É de suma importância ter a consciência de que
você estava vivendo um sonho e acordou! Você saiu do “filme” e passou a
ser “a pessoa que escolhe o filme que quer assistir”.
Para permanecer nesse estado de consciência é preciso praticar,
praticar...e praticar!
E para que você não desanime, saiba que as coisas vão se
modificando, transformando numa espiral, quero dizer, nunca é em linha
reta e de forma uniforme. Isso se assemelha a um treino de musculação:
inicialmente você irá para academia e não verá resultados. Porém, num
determinado momento, ao se olhar no espelho, irá perceber que os seus
músculos cresceram e a sua força aumentou.
O treino da observação e da auto-observação funciona da mesma
forma
E saiba que quando você cristalizar isso no seu Ser, jamais irá
retornar para aquele estado comum de vigília. Você jamais será a mesma
pessoa; o mundo irá parecer uma espécie de “Lego” no qual você terá total
capacidade de moldá-lo como você quiser! Trata-se de u m novo tipo de
pensamento, uma nova capacidade de percepção. Porém, quando digo
“como você quiser”, estou querendo dizer como o seu EU superior bem
entender! Essa vontade, é a vontade de Deus, isto é, a Grande Inteligência
Generosa do Universo que habita em nós. E você precisa respeitá-la.
]Por mais estranho que isso possa parecer, sim, Deus está em nós e
em tudo! Somos parte dele. Quando ouvimos isso, parece que outra

36
“pessoa” está decidindo por nós. Parece que jamais teremos vontade
própria ou livre arbítrio. Paradoxalmente, é o contrário, porque até hoje
vivemos de forma inconsciente à mercê da vontade do Ego. Essa vontade
de Deus, do nosso Eu, é nossa real vontade!
Se vossos guias vos disserem: ‘o reino está no Céu’, então as aves
vos precederam; se vos disserem que está no mar, então os peixes vos
precederam. Mas o reino está dentro de vós, e também fora de vós. Se
vos conhecerdes, sereis conhecidos e sabereis que é descendente de
Deus e que dele está em tudo. Mas, se não vos conhecerdes, vivereis em
pobreza, e vós mesmos sereis essa pobreza.
Para aplicar a fórmula, no exato momento em que você perceber
qualquer tipo de Negação Sagrada, a primeira coisa a ser feita é dirigir a
ela toda a sua atenção, aceitá-la (não fugir) e lhe dar as “boas vindas”
(friso aqui que é um sentido figurado, ok? Você não precisa literalmente
dar um “oi”). A Negação pode se transfigurar de diversas maneiras,
decorrente do aparecimento de um sofrimento pessoal quando uma ação
específica acontece. Como identificá-la? Nas coisas chamadas de
“negativas” na vida. Repare bem que ela vem em forma de emoção,
sensação e pensamentos (imagens, conceitos e palavras). Por exemplo: ela
pode se manifestar sob a forma de raiva em uma discussão; ira, depois de
uma fechada no trânsito; frustração depois de não ter conseguido algo;
“DRs” inflamadas com os(as) parceiros(as); preguiça, etc.
Através da observação, traga corajosamente isso para a sua
consciência. Tenha total convicção de que todas essas expressões são
manifestações dessa força Negativa. Passe a enxergá-las como ondas que
têm um tipo de vibração específica. Mantenha a sua presença de
Espírito, e coloque tudo em palavras mentais, ou seja, traga para o plano
mental essa manifestação invisível que reverbera no seu centro físico e
emocional O plano mental irá lutar contigo, pois ele sempre cria histórias
mentais, e imediatamente “materializa” motivos para discussões, ofensas,
etc.
Caso queira, atribua para essa sensação negativa uma forma
específica, pois, na nossa mente, tudo o que criamos é convertido em
“forma- pensamento”. Se a sua intuição for aguçada, as formas
quotidianas virão sem esforço; caso contrário, use a sua imaginação.
Algumas pessoas, dependendo dos seus dons espirituais, são capazes de
“ver” essas formas, ou elas simplesmente aparecem no campo mental.
Outras pessoas intuem o conteúdo e o caráter do que está sendo emanado
dessa Negatividade.
É importantíssimo você ter a noção de que o Grande Maestro da
situação é você; quem está regendo todos esses centros nesse exato
momento é o seu “Eu”! Por mais que os centros lutem para fazer você

37
reagir da forma que está condicionado, não reaja. Por mais que eles
“coloquem” palavras na sua mente, não as exteriorize. Tente identificá-las,
e não se identificar com elas. Quando estamos nessa vibração também
atraímos sensações e pensamentos alheios, tanto os que captamos de
outras pessoas e ficaram em nossa órbita, como aqueles provenientes do
assim chamado “demônio”. Logo, para transubstanciar a Negação, temos
que lutar contra nossos condicionamentos, e também com as influências
externas conscientes e inteligentes.
Digo “inteligente”, porque esse tipo de poder (ou ser, se preferir
personificá-lo para um melhor entendimento, assim como os mitos) irá
fazer de tudo para você não evoluir. Ele irá criar todas as barreiras do
mundo para permanecermos no mesmo lugar. Além de mexer com o seu
interior, suas emoções, ele enviará pessoas com a “missão” de te deixar
estagnado. Não irá poupar esforços para alterar a sua autoconfiança, seu
foco, sua esperança. Conhece a máxima, “Para baixo todo Santo ajuda;
para cima a coisa toda muda”? A grande injustiça contida nessa frase, é
que não é o “Santo que ajuda”, mas sim o “diabo e seus aliados” que
literalmente te empurram.2 A verdade é que essa influência “demoníaca”
conhece seus pontos fracos mais do que você mesmo. Porém...
...você é dono de si mesmo, do seu destino e das suas ações. As
negações só se manifestam se você não tiver ciência dessa influência,
dos condicionamentos internos e permitir sua atuação (canalizada
através de você).
Retornando à aplicação da fórmula, quando acontecer em sua vida
uma situação que desencadeou alguma reverberação da Negação Sagrada,
atente nesse exato instante para todo o seu condicionamento cristalizado,
e a sua vontade de reagir. Pare exatamente agora! Não reaja! Avalie todas
as sensações que estão surgindo; conscientize-se de todos os seus
pensamentos (imagens, conceitos e palavras), e atente para as emoções
que vão surgindo. Veja que as elas geram mais pensamentos, que criam
mais sensações, aumentando a carga emocional, e assim por diante. Note
que se você estivesse inconsciente, já estaria entrando em um dos filmes
que criou previamente, e deu “play” várias vezes! Saiba que até reagir de
forma prejudicial é também uma “zona de conforto”.
Lembre-se: você é o SER que escolhe o filme e não a personagem.
E esta é exatamente a hora de reagir! Externamente? Não,
internamente! Para cada Negação Sagrada há uma afirmação. Concentre-
se no seu Eu, esse Ser que existe; se distancie de tudo isso que está
acontecendo, e num estado de presença gigantesco, faça tudo para
2

Empreguei o termo “diabo”, mas use a terminologia que achar mais condizente com as
suas crenças.

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neutralizar o ocorrido, através da Afirmação Sagrada.
Por exemplo, se há uma discussão e o seu condicionamento é
sempre aumentá-la, pare a briga. Se você é a pessoa que “sabe de tudo” e
em uma conversa interrompe a fala de todos, ouça mais, e observe os seus
processos internos enquanto exercita as suas “orelhas”. Se você sabe que é
muito orgulhoso(a), e até tenta esconder isso de si mesmo, reconheça! Se
você tem o costume de sempre acreditar que não é capaz e perde dias
pensando e sentindo isso, mude esse padrão.
Pois bem, agora que você sabe que tudo não passa de um processo
dentro de você, destaque-se de si mesmo e troque esse filme. Respire
fundo e firmemente, e coloque todos os seus centros para te auxiliar.
Tudo, absolutamente tudo na sua vida a partir de hoje precisa estar na sua
“consciência”. Você é o patrão da charrete que vai guiar a sua mente, suas
emoções e o seu corpo. Se você em todos os momentos reagir da mesma
forma involuntária, o lado negativo da equação irá sempre crescer.
Se, no exato momento do que está acontecendo, você conseguir não
reagir, ou fazê-lo de forma antagônica à Negação, você irá realizar a
Transubstanciação. Não importa a situação que neutralizou, ou qual
sentimento você conseguiu identificar e alterar o seu modus operandi. O
fundamental é você saber que toda vez que a Afirmação se chocar com a
Negação, ela irá criar essa substância magnética capaz de se somar com
outros conjuntos de substâncias para romper um ciclo inteiro e
desencadear um processo gigante! Porém, essa substância junto com a
consciência do seu Eu, é exatamente o que você poderá chamar de SEU!
Esse é o seu único patrimônio REAL!
Partindo do princípio que o nosso corpo planetário nos foi
“emprestado pela natureza” sem qualquer esforço consciente, tudo o que
fizermos e construirmos de forma consciente, isto é, por mérito próprio,
será levado conosco após a Natureza pegá-lo de volta.
Conhece o que está ante os teus olhos – e o que te é oculto te será
revelado; porque nada é oculto que não seja manifestado. Quem
descobrir os sentidos dessas palavras, não provará a morte.
Na medida em que através da Transubstanciação vamos
enchendo nosso Ser desse magnetismo (Luz), começamos a mudar os
pensamentos e estados vibratórios, e passamos a sentir felicidade sem um
motivo “aparente”. Nos tornamos capazes de encontrar soluções para os
problemas, e de atrair situações de abundância de forma inexplicável e
ilógica. Nos tornamos mais amorosos, mais generosos; enfim, começamos
a entender que todos estamos no mesmo “barco” aqui na terra.
E as coisas simplesmente começam a acontecer. De forma
inexplicável, pessoas da família das quais carregávamos “magoas”,

39
passam a ocupar outro lugar dentro de nós. Oportunidades começam a
surgir “a granel”; problemas financeiros perdem espaço para a
prosperidade, etc. E como “gratidão”, faça sempre a sua parte: aproveite e
se dedique ao máximo diante de todas as oportunidades que surgirem!
Execute tudo com o máximo do seu esforço e competência, pois a partir
do momento que você começou a acessar o canal infinito do Universo, é
uma incoerência (para não dizer tolice) jogar essa “energia” fora.
A partir de agora, comece a aceitar algumas situações como “testes
espirituais”. É lógico que tudo isso precisa de muito esforço, uma vez que
somos nós que movemos essa “roda universal.
Lembre-se também, que as coisas só sobem de patamar se formos
merecedores.
Depois de muito treino e com sua aura já repleta de LUZ, quando
surgir novamente a Negação, nosso poder de acessar a Afirmação estará
tão fortalecido que a negatividade “se sentirá” muito pequena!
É assim que a Luz ilumina as trevas, porque como geralmente reagimos de
forma inconsciente a tudo, despendendo muita energia, gerando sempre
mais Negatividade e, posteriormente, nos queixando disso (mais uma face
da Negatividade), o contrário também é verdadeiro, certo? Quando
começamos a mudar nossa formação anímica, passamos a utilizar não
somente o campo mental para o controle emocional, mas algo maior, que
consegue promover uma comunhão entre os centros físico, emocional e
mental.
Isso também ajuda a nos blindar espiritualmente de influências
externas. Quero enfatizar que assim me refiro a esse tipo de influência
porque não são nossas, mas elas reverberam no nosso interior. E o pior,
muitas vezes achamos que um pensamento ou sentimento “nos pertence”,
mas somente o canalizamos de forma inconsciente. Seja como for, o
produto positivo da fórmula da Transubstanciação nos ajuda a criar um
escudo pessoal.
Devo ainda destacar que, sempre depois de uma Transubstanciação,
é necessária uma pausa para que esse produto gerado em todos os centros
seja aproveitado e “degustado”. Você provavelmente irá experimentar a
sensação de completude, satisfação e poder interior. Quanto mais essa
equação for colocada em prática, mais as faces da Positividade irão
aparecer, e mais fácil será lidar com a Negatividade do Universo, uma vez
que você tem material suficiente para neutralizar tudo em segundos, com o
mínimo de e esforço. Novamente, fazendo uma analogia ao exercício de
musculação, depois de treinar muito com um peso que antes era impossível
de levantar, hoje você o levanta com facilidade e pouco esforço.
Cumpre destacar que quando você estiver “Transubstanciando”, é
preciso também direcionar a sua atenção às novas associações que irão

40
surgir. Nunca se esqueça que a Negação tem diversas faces para tirar a
sua concentração, e te fazer “assistir novamente o seu repetitivo filme”.
Vejamos o seguinte exemplo. Suponhamos que você sente inveja de
uma determinada pessoa, ou porque ela possui algo que você tanto
desejava, ou ela se encontra numa determinada situação que você sempre
almejou, mas ainda não conseguiu. Se você de fato for capaz de
neutralizar essa sensação, perrceba que o Ego irá se manifestar como
uma última tentativa de retornar o seu Ser ao polo negativo. Nesse
momento ele irá despertar todos os seus traumas, todas as suas crenças que
te fazem se sentir pequeno, desvalorizado, etc. Atenção! Armadilhas!
Todas as vezes que estamos subindo de patamar, o Ego cria novas
armas. Ele é o maior soldado da Negação Sagrada, e o Eu superior é o
grande comandante da Afirmação. Foque nele!
Essas formas-pensamento sempre terão a necessidade de justificar
ou encobrir o que até então não era visto, e o seu intuito é fazer você
acreditar que a criação do CAOS, seguido de uma inércia infinita, é a
única saída.
Reitero que diante de toda Negação, seja ela qual for (e por mais que
no começo isso pareça quase impossível), é importante nos distanciarmos
e não permitir que a força da Negação se apresente numa ação/reação
condicionada.
Não seja veículo dela! Assuma o volante do seu carro!
Não embarque em associações de pensamentos cristalizados. Só se
distancie dos seus sentimentos, pensamentos e emoções se no começo for
difícil equilibrar a equação. Depois de um tempo, quando a sua vida
mudar em todos os sentidos, você verá, por exemplo, que a sua
preocupação não será mais lutar para não sentir inveja do próximo, mas
sim blindar-se da inveja alheia.
Os impulsos de reação estão cristalizados em nós há muito tempo, e
alterá-los demanda muito esforço. Por se tratar de uma espécie de “impulso
elétrico”, deixe essa descarga passar pelo seu corpo. Só observe! A última
etapa é perceber que podemos conseguir a "não-expressão" da
Negatividade. Isso faz você se ligar ao Divino, e entrar em contato com
uma fonte inesgotável de Energia Superior. Se a Negatividade é inerente
aqui na Terra, a Positividade é plena nos “Céus”.
A energia que despendemos à toa diariamente é fundamental para
tudo, inclusive para a manutenção do nosso corpo. Fadigamos esse
“instrumento” e o adoecemos de forma cruel. Sem saber, promovemos o
aparecimento de problemas, doenças autoimunes, estados degenerativos,
etc. Assim, também a nossa saúde dependerá desse equilíbrio, ou melhor,
dessa Transubstanciação entre algo superior e outro inferior.

41
Sim, é matemático! Quanto mais nos identificamos de forma
inconsciente com o sofrimento, com a raiva, o ódio, a escassez e outros
pensamentos negativos (gerados automaticamente), mais efeitos danosos,
tanto fisiológicos como espirituais, surgirão. Ressalto que essas
manifestações possuem diversos graus, os quais todos os resultados
positivos dependerão do nosso esforço e prática diária. E a chave?
Observação e Auto-observação. Sempre é bom relembrar!
Toda a energia reconciliada irá gravitar rumo aos nossos centros
superiores, e a eles adicionará um novo revestimento essencial para o
crescimento do nosso SER.
Uma indicação do sucesso da Transubstanciação é um estado interno
neutro, caracterizado pela presença de um silêncio, uma calma em relação
aos imprevistos da vida. Uma “sensação de posse” de si mesmo e de
poder. de ser “dono de si”.

14. A autossabotagem e o Pensamento Hipnótico

Saiba que você não é o que a sua mente insiste em te dizer! Seria
bem melhor se ficássemos mais atentos às falsas vozes, que sempre estão
querendo nos dizer algo proveniente das nossas frustrações e traumas. Mas
é realmente inútil lutar contra as mesmas ou tentar silenciá-las, pois elas
fazem parte de processos hipnóticos, também derivados da Negação
Sagrada.
Umas das possibilidades para combater esses pensamentos
intrusivos consiste na criação de um espaço vazio, de um vácuo no
momento em que essas vozes mentais aparecerem e, então, direcionar a
atenção para outro local. Quanto mais positivo for o alvo, melhor. A
respiração e o "sentir" (parte sensorial, física) são grandes aliados. Outra
poderosa ferramenta são as preces, orações, frases, rezas, aforismos,
mantras, etc. Essa repetição intencional, focada em algo dessa natureza é
muito eficaz! Tudo isso dissipa essa energia negativa enraizada em nós.
Porém, há uma espécie de implante mental, algo que, por mais que você
tente extirpar da mente, estará todo dia “martelando” na sua cabeça, como
um intruso que não quer ir embora de forma alguma.
Quem já começou a pensar em algo, e não conseguiu mais sair
daquele ciclo de pensamentos? Parece que estamos presos em um labirinto
eterno, seguido de sensações e emoções, sempre de cunho destrutivo,
claro! Passamos dias, meses, anos naquela situação, nesse potente ciclo
hipnótico. E o pior: parece que, quanto mais queremos que esse ciclo de
pensamentos se quebre e vá embora, mais ele permanece e se fortalece!

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Nos tornamos verdadeiros “donos de pets” de pensamentos intrusivos.
Alimentamos diariamente nossas “crias”. E eles vão crescendo, mudando
de forma, ficando cada vez mais potentes e sagazes. Bom, eu te apresento
a sua grande e eterna companheira: a autossabotagem, uma das faces
mais famosas da Negação!
Esteja onde você estiver, ela estará ao seu lado! Num café da manhã
em família, no seu trabalho, num parque, ou mesmo nas suas férias. Até
antes, durante e depois dos momentos mais áureos da sua vida, ela estará
contigo! Isso mesmo! Você vai receber uma promoção no trabalho, e pá!
Lá está ela! Você tira férias, desliga o celular, vai para a piscina para
relaxar e sentir um pouco de paz e... surpresa!!! Ela irá aparecer
questionando se você é realmente merecedor daquilo ou, então, não te
deixará estar presente para viver aquele momento com plenitude - ela fará
de tudo para você focar o pensamento no passado ou no futuro. A
autossabotagem também vai incutir em você a aflição, o medo, a
ansiedade, a tristeza. Ainda, irá resgatar os seus traumas, seus
pensamentos destrutivos cristalizados.
A autossabotagem é muito esperta e competente o suficiente para te
bombardear de todas as formas, a ponto de você entrar nesse labirinto
alucinógeno e não viver mais a benção do momento presente! E ela é tão
maldosa, que é capaz de te fazer estragar o momento que você sempre
sonhou! Só para depois fazer você se arrepender e se culpar!
Ah, a culpa! Uma das armas que ela mais utiliza! (Para não dizer, a
preferida). Essa grande vilã só tem um plano: não permitir que você tenha
Paz e Fé! Porque é com isso que começamos a encontrar a nossa essência
e, consequentemente, o nosso Propósito. Para que fique bem claro, paz é
ação e não repouso. O conceito dessa palavra é sempre alvo de
interpretações erradas. Você pode ter paz, por exemplo, trabalhando ou até
mesmo correndo uma maratona.
De qualquer forma, a autossabotagem demonstra uma capacidade
impressionante de alterar a sua forma. É só você conseguir lidar com um
determinado pensamento, que ela muda e passa a te afligir de outra
maneira. Você já reparou nisso, não é mesmo?
Preste atenção: ela não pode te ver evoluindo, crescendo na vida,
mudando de postura, vivendo algo feliz, prosperando, com saúde, etc.
Você a incomoda profundamente!
Bom, neste momento você deve estar aliviado em saber que não é
o(a) único(a) que vive esse tipo de situação. E, por outro lado, talvez você
esteja totalmente apavorado, porque aparentemente é um caso sem
solução!
A notícia ruim é que, infelizmente, ela é indestrutível, pois se
constitui em uma máscara da Negação Sagrada. Não importa quantas

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batalhas você vença, ela sempre irá “ressuscitar”, porque faz parte do
mundo Dual. Mas eu não disse que não há solução! Tem solução, sim! Eu
só disse que ela é indestrutível.
Portanto, a boa, ou melhor, a ótima notícia é que, diante dela,
você é um GIGANTE!
Sim, ela não suporta ver o seu tamanho e a sua capacidade
realizadora. Ela conhece todos os seus TALENTOS. A autossabotagem é
t ã o esperta e observadora, que sabe distinguir até quais são as suas
grandes capacidades, e que você ainda nem descobriu que tem! Ela
conhece a sua linda essência, e se desespera por saber em quem você pode
se tornar, e tudo o que pode realizar.
A autossabotagem também reconhece que pessoas realizadas e
despertas contribuem para a realização de outras pessoas, o que a deixa
aflita!
Ela sabe que, na medida em que você realiza o seu Propósito Divino,
ela corre o risco de ficar tão pequena, mas tão pequena que, mesmo sendo
indestrutível, não terá mais força de atuação.
Mas, como fazer para destruir a autossabotagem? Bem, tudo
começa com a identificação de que ela está lá. Através da consciência e
da autoconsciência devemos identificar quais são os processos
avassaladores que estão agindo dentro de nós. Emprego o termo
“avassaladores”, porque ela é muito maior do que as simples faces das
Negações que aparecem no nosso dia a dia.
A autossabotagem já se tornou num monstro interior de dimensões
tão imensas, programado e independente, que parece ter adquirido vida
própria!
Ela fornece aos nossos centros “gatilhos” condicionados e
cristalizados, que nos fazem acreditar que os nossos pensamentos são
convicções pessoais. Sentimos raiva, culpa, medo, falta de capacidade;
enfim, criamos “milhares” de empecilhos para não mudar, para não agir.
Também há um modo de operação da autossabotagem, que é semelhante
ao que a Psicologia chama de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).
Ficamos pensando em uma situação desagradável, ou em alguma coisa
que nos impede de pensar e agir com clareza. Procuramos pelo nosso pior
medo, e o colocamos num pedestal. Todos os dias ele se apresenta com a
“fiel” intenção de tentar nos frear.
O fato é que a autossabotagem é tão inteligente, que ela vai te pegar
exatamente na sua maior fraqueza! Ela vai te “cutucar e infernizar”
naquele ponto exato que você acha impossível de conseguir lidar ou
alterar. Ela conhece todas as suas crenças limitantes, todas suas

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associações mentais, todos seus bloqueios. Sim, convenhamos, trata-se de
é um adversário muuuiiiito forte!
Mas, como lutar contra um adversário tão poderoso e
indestrutível?
Bom, depois de identificar a “indesejável presença” da
autossabotagem - e isso é fundamental, porque é como ter a consciência de
que um bandido se encontra no interior da sua casa - você deve relaxar, e
simplesmente deixar que ela fique na sua casa.
A essa altura, creio que você deva estar pensando: “Mas como
assim? Você só pode estar louco”. Veja só, se ela é indestrutível e inerente
ao mundo dualístico, estará lá para sempre, e não adianta fazer força para
tentar extirpá-la. Não despenda sua energia com isso!
Mas você também pode se questionar: “Como é possível ter a consciência
de que um bandido está em minha casa, e não agir?”.
A diferença é que, diferentemente de um assaltante, a
autossabotagem, assim como as forças demoníacas, não têm capacidade
alguma de te afetar se você não permitir.
Ela não te rouba, fere ou te mata. Se consegue roubar toda a sua
energia e esperança, é porque você permite; porque você se identifica
com ela. A autossabotagem, por mais que seja uma eterna intrusa, ela é
“educadíssima”, e somente consegue t e destruir, também se você
permitir! O seu talento para “jogar iscas” e te fisgar é incomparável, e ao
menor sinal de oscilação, ela entra, te hipnotiza e te destrói. Se você sentir
MEDO de algo, é por essa via que ela consegue entrar e crescer.
Se você tiver uma crença específica à qual você se prende, é sobre
ela que a autossabotagem irá “se precipitar”. E a insegurança? Esse é um
prato cheio para ela se divertir. Se alguém te magoou e isso te deixou
muito infeliz, ela não medirá esforços para “parar” o seu mundo, a fim de
que você só se dedique a alimentar esse sentimento. Como? Com
pensamentos destrutivos, histórias mentais complexas e emoções
horríveis.
O fato é que não importa o que nos aflige, a autossabotagem sabe
exatamente tudo o que é capaz de nos deixar alucinados.
Então, assim que você se conscientizar da sua presença, use a
seguinte estratégia para desarmá-la e silenciá-la: convide-a para tomar um
café, ou seja, deixa-a saber que você tem total consciência de que ela
existe, e que você não sente nenhum tipo de medo ou receio. Se quiser, dê
um nome para ela.
Depois disso, respire fundo, ou seja, mude sua atenção para o corpo,
pois ele é um grande amigo aliado. Aqui o processo é quase igual ao da

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Transubstanciação, porém, um pouco maior e mais forte. Sinta seus
braços, suas pernas, sua cabeça. Foque a sua atenção! Tenha consciência
de onde está situado o seu corpo no espaço. Sinta seus pés no chão, o ar
nos seus pulmões. Nesse momento repare que a autossabotagem irá
começar a se desesperar, enfatizando o pensamento que tanto te aflige.
Não tente de modo algum bloqueá-lo. Não tente NÃO PENSAR
nele, porque nesse caso, como já dito, o processo é um pouco diferente
da Transubstanciação convencional (mesmo sendo da mesma natureza).
Quanto mais você tentar controlar o pensamento hipnótico, mais ele
irá jogar frases e imagens na sua mente, tentando te fazer acreditar que
todos os pensamentos são criações suas! Se a autossabotagem notar que
está conseguindo te desestabilizar, ela irá criar mais palavras, sentenças,
sensações até o ponto de te fazer embarcar em “historinhas mentais
elaboradas”, ou seja, quando você menos perceber, já criou um roteiro de
filme inteiro na mente com trilha sonora e, claro, com final trágico. O fato
é que devido a repetição, criamos “formas pensamentos” que ficam
pairando no corpo mental e astral. E de tanto as alimentarmos elas
passam a ter vida própria. Se você precisa “personificar” a
autossabotagem para compreendê-la, esse será um ótimo exemplo.
Por isso, não foque nos pensamentos destrutivos que a
autossabotagem está te enviando. Por que? Se eu te disser agora: não
pense em uma maçã! Repare que você pensou na maçã. Compreendeu? E,
como te disse, a autossabotagem é tão esperta que ela conhece todos os
seus processos psíquicos e biológicos... E até espirituais. Mas como?
Você, de certa forma ajudou na sua criação.
Depois disso, passe a não ter mais medo do que você está pensando
ou sentindo. Lembre-se que ela irá sempre tentar te pegar no seu pior
pesadelo!
Agora a ideia não é se destacar do seu pensamento, mas NÃO
ACREDITAR no que ele está dizendo para você.
A autossabotagem já está percebendo que você não está mais
acreditando nas suas falácias, e vai querer te dominar pela emoção, ou
sensações. Analise atentamente e de forma imparcial o seu sentimento.
Agora, somente respire e observe. Repito: Observe! Repare que
agora ela só consegue agir no invólucro (“casca”) do pensamento, porque
você descobriu que os pensamentos derivados da autossabotagerm são
ocos. Ou seja, eles não têm nenhuma intenção proveniente da sua
vontade. Nenhuma semente oca tem o dom de germinar. Fato!
Um dos maiores segredos da canalização do pensamento é: ele só
funciona quando existir intrinsicamente uma intenção (vontade), seguida
de um sentimento muito preciso.

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E a autossabotagem não tem essa capacidade, porque você é o
AUTOR da sua intenção!
Tranquilize-se em saber que todos os pensamentos, provenientes da
autossabotagem não possuem reverberação no Universo. Lembre-se
sempre: eles não têm a sua intenção; A intenção do seu eu!
Mas veja só, que coisa boa! Só de você saber como ela age, perceba
que ela já perdeu 90% da força. Desta forma, como ela está mais fraca,
convide-a para tomar mais um café, mesmo ela querendo ficar “amuada
num cantinho”. Dê risada dela, “tire onda”.
Tente ver o seu ciclo de pensamentos de fora. Nesse momento você
já é capaz de se destacar dele!
Você irá perceber ainda que pode retornar, pouco a pouco, às
primeiras associações que geraram a criação do produto da
autossabotagem, isto é, ao ponto da sua vida que originou todo esse
processo. Se for preciso, escreva! Somente pelo fato de colocar isso de
forma organizada e direta, você irá perceber que muitas respostas irão
surgir, e irá descobrir que tudo não passa de padrões de pensamentos
cristalizados e repetidos inconscientemente. Trata-se de emanações da
Negatividade que você deixou entrar, por não ter consciência de que ela
existia.
Para terminar, faça um café triplo para a autossabotagem
(metaforicamente, claro), e diga que você tem mais coisas importantes para
fazer. Seja gentil, e diga-lhe que ela pode ficar saboreando o tempo que
quiser! Diga também que, infelizmente, você não pode mais despender o
seu tempo dando atenção para as suas “bobagens”. E, com toda convicção
do mundo, diga que se ela continuar te importunando, ela será ignorada,
não por falta de educação, mas porque você realmente...
...tem muita coisa maravilhosa para realizar, e um ENORME
propósito para viver!

14.1 Exercício da positividade


Este exercício é um “potencializador” da Transubstanciação, e um
catalisador de crenças. Assim, para tudo, absolutamente tudo o que
acontecer na sua vida a partir de hoje, tente encontrar “o lado bom”. Por
pior que seja, por menor que seja, não importa, descubra algo bom nisso!
Se, muitas vezes não somos capazes de enxergar coisas positivas até nas
coisas boas da vida, imagine nas “negativas”. Portanto, esforce-se para
achar pérolas no CAOS!
Creia que isso te fará entender, pouco a pouco, Verdades

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Universais Sagradas.

15. O Mundo Exterior: Um Eco de Nós Mesmos


Todos os acontecimentos da sua vida foram frutos de ações e
reações, esteja você consciente disso ou não. É a famosa Lei da Causa e
Efeito. Porém, em comunhão com essa Lei Universal, há também a Lei da
Vibração. Nada está parado no Universo e a ciência já sabe que essa
afirmação milenar é realmente operante, tanto no Cosmos quanto em nós.
Na verdade, como somos parte do Universo, tudo está interligado.
O fato de “experimentarmos a existência”, através de um EU que
pode transitar entre o mundo físico e o imaterial (pensamentos e outros
elementos sutis), nos faz compreender que somos seres multidimensionais.
Nossos pensamentos e o seu processamento não se restringem somente ao
âmbito psicológico.
E aqui fica um questionamento: onde termina o termo “psicológico”
e começa o rótulo “espiritual” ou vice-versa? Não importa a terminologia,
porque tudo faz parte de uma só “coisa”. Para compreendermos,
praticamente, o produto da Transubstanciação e a nossa mudança de
comportamento, ideias e estilo de vida, precisamos também entender que as
coisas “boas e ruins” são atraídas em função da qualidade e do tamanho do
nosso campo magnético (fique à vontade se quiser usar outra terminologia)
Tudo possui relação direta com as nossas atitudes.
A Transubstanciação pode ser considerada a Alquimia da Alma.
Porém, agora é necessário saber COMO usar o “ouro” proveniente dessa
transformação.
Para exemplificar, vamos supor que, diante de muita dedicação e
esforço consciente você já consegue trabalhar de forma eficaz todas as
reverberações negativas provenientes da Negação Sagrada, e já fez crescer
significativamente a sua aura (magnetismo). Esse é um grande passo,
porque, consequentemente, você passou a ter poder de mudança e poder
de atração. Mas, o que vai fazer com isso é uma questão importante,
porque agora entra em ação a Lei do Eco. Lembra daquele ditado popular
“quanto mais poder, mais “responsabilidade”? Sim, isso é verídico!
Principalmente porque a Natureza, assim como os pais fazem com os
bebês, de certa forma nos protege quando não temos a capacidade - e nem
tampouco consciência - de lidarmos com o mundo afora.
Claro que, por você não ter sido consciente e ter repetido padrões
desde a infância, você não é “culpado”. Mas as Leis estão aí e não é porque
você não conhece a gravidade, que ela deixará de atuar sobre você.
Tudo, absolutamente tudo o que mostramos para o mundo ele

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entende e nos manda de volta: é um eco!

Conhece a máxima de que “quem planta café colhe café, e quem


planta vento colhe tempestade”? Essa é a mais pura verdade.
Por isso, pense “mil vezes” antes de praticar o mal, mesmo se for
para reagir ao “mal” recebido de alguém. Para tanto, é preciso ser
duplamente forte e consciente. Primeiro para aceitar essa situação
desagradável, sem se prejudicar emocionalmente; depois, para não reagir.
Inteligências Universais estão observando o seu progresso. E
acredite: somos testados diariamente!
Retornando à atração, vamos supor que você começou a atrair uma
melhor condição financeira, porém, ainda mantém um comportamento
“mesquinho”, mostrando ao Universo que essa será a regra do seu “jogo da
vida”. Não se esqueça que o Cosmo ecoa diante daquilo que que você faz!
Note que eu disse o que você faz, e não o que você pensa! Claro que há
uma ligação entre ambos, e as formas-pensamento são de extrema
importância para as nossas ações; mas nesse caso, o que é “computado”
pelo Universo são os atos, e não somente os pensamentos soltos, sem
intenção.
É exatamente por isso que “só pensar” não atraí nada. Deus é
verbo, é ação.
Por mais que você pense em algo incessantemente com o intuito de
atraí-lo, o máximo que você vai conseguir é aumentar a sua ansiedade e
frustração. E isso é um alívio, porque pensamentos podem ser uma faca de
dois gumes...
Portanto, não existe uma ação sem uma causa, e vice-versa. Por
exemplo, se você (sempre através de atitudes), mostrar para o Universo que
a escassez é a sua “regra”, o que você acha que ele vai entender? Oras, que
carestia é a regra do jogo! Simples e direto, não é mesmo? Mas você pode
se questionar: “Ora, eu estou na escassez mesmo, não tenho quase nada
nesta vida, como posso exibir outra coisa para o Cosmo”? Sim, isso pode
ser verdade! E é ótimo você dizer que está na escassez, ou seja, que você
não é a escassez. O fato é que, após despertar, encontrar o seu EU e iniciar
um trabalho constante de transubstanciação, você irá começar a mudar suas
condições de vida, seus pensamentos, emoções, etc. Porém, é que mesmo
com a mudança das suas condições, muitas vezes você não irá alterar as
suas crenças e posturas internas!
Convém lembrar que ninguém aqui está sugerindo que você precisa
mudar de religião. Quando me refiro à crença, procuro salientar que ela
está relacionada a todo um conjunto de condicionamentos, que ainda estão
cristalizados no seu Ser! Ou seja, mesmo que agora você conviva com a

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abundância e com todo o poder adquirido; tenha novas perspectivas de vida
e capacidade para atrair coisas boas, é bem provável que você não se sinta
merecedor(a), e passe a criar medos irreais, e drenar toda essa energia.

Vejamos um outro exemplo de “conversa com o Cosmo.


Se você é uma pessoa acumuladora, desorganizada, mas já está
despertando, e o novo começou a aparecer na sua vida, tente mudar essa
postura! Se você tem muita coisa guardada e nunca se desfez porque acha
que um dia irá precisar delas, você está sinalizando para o Universo que o
novo, a renovação não será a sua realidade. Assim, as energias entram em
choque (a nova energia que você está criando, versus a energia das suas
ações).
Portanto, mesmo você atraindo o novo, se não mudar
completamente a sua vida”, esse “novo” só te dará um oi, e irá embora.
Resumindo: altere seus padrões vibratórios, suas crenças e, quando a
“coisa” chegar, aja imediatamente. Suponhamos que você não é capaz de
“mover uma palha” em benefício do outro. O Universo se utilizará dessa
regra para aplicá-la em sua vida! Com certeza essa resposta não virá das
pessoas que você ignorou, mas conscientize-se de que quando você precisar
de alguém (ou de algo) você será ignorado!
Se você é aquele tipo de pessoa que não tem “jogo de cintura”; que
gosta de implicar com todos ao seu redor, e que julga sem qualquer pudor,
Qual é o “eco” que você quer receber? Como esperar que o Cosmo coloque
em seu caminho pessoas generosas e compreensíveis?
Você pode também dizer que conhece pessoas prósperas, que são
milionárias, mas extremamente muquiranas. Eu também conheço muita
gente assim; na verdade eu convivo com elas. E posso te assegurar que a
prosperidade financeira é somente uma pequena parte da Prosperidade e
do Sagrado. Me relaciono com pessoas que ganham milhões por dia, mas
não têm amor; não respeitam o próximo; não privam de amizades
verdadeiras, não têm filhos.
Conheço pessoas ricas que “não encontram tempo” sequer para
almoçar; que possuem diversas doenças, desde depressão até cânceres
incuráveis. Também, me relaciono com multimilionários que não acreditam
em Deus, e que acham que o tudo acaba depois da morte. Sim, são pessoas
amargas e desesperadas!
E não estou aqui fazendo “ode à pobreza”; muito pelo contrário:
Todos necessitam de recursos e abundância para viver! O que deve ser
enfatizado, é que sempre caímos na tentação de comparar prosperidade
com a riqueza material de pessoas milionárias.
Isso É REALMENTE Prosperidade plena? Cuidado com as
aparências!

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16. Conheça e se Aproprie dos seus Arquétipos
Os arquétipos são padrões universais recorrentes de símbolos,
personagens, temas e histórias que compõem o nosso imaginário,
encontrados em diversas culturas, mitologias e obras literárias apresentadas
ao longo dos milênios. Usados como linguagem simbólica para transmitir
significados profundos e universais provenientes do “mundo das ideias”,
eles são considerados elementos básicos do inconsciente coletivo,
psicologicamente falando.
Todos os arquétipos desempenham papéis específicos, ajudando a
estruturar narrativas e aprofundar nossa compreensão sobre elementos
complexos que existem aqui, no planeta Terra. Em certo sentido, eles são
como “personificações” e “materializações” de ideias profundas, e
compostos por “matéria sutil”3, de difícil compreensão. Eles também são
ferramentas poderosas, pois permitem que as pessoas se identifiquem com
um arquétipo específico que esteja atualmente vivendo. Assim, eles
também nos ajudam a entender aspectos complicados tanto de nós mesmos
quanto dos outros.
Embora todos os arquétipos tenham elementos universais, sua
expressão pode variar em diferentes culturas. Por exemplo, o arquétipo do
herói pode assumir diversas formas, mas o conceito básico de um indivíduo
corajoso enfrentando desafios persiste. Identificar arquétipos em uma
história pessoal pode te ajudar a entender melhor suas motivações,
emoções, comportamentos, dificuldades e, de certo modo, mapear seus
futuros passos.
Trazemos conosco todos os arquétipos, quer os aceitemos, ou não.
Logo, é fundamental que cada identifique bem esses símbolos que orbitam
o imaginário, a fim de encontrar a própria essência, além de ter a noção de
qual arquétipo está vivenciando no presente. Somente assim, teremos poder
de escolha!
A seguir, alguns dos arquétipos mais conhecidos, e que permeiam
nosso imaginário. Cada um deles representa aspectos fundamentais da
experiência humana, podendo ser ativados - ou combatidos - em diferentes
momentos da vida.

O Herói
O arquétipo do herói representa a jornada do protagonista em busca
de um objetivo significativo. O herói enfrenta desafios, supera obstáculos e,

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Definida como a matéria fluida que preenche os céus, ou neste caso, a matéria que
forma os espíritos, imperceptível aos olhos comuns.

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muitas vezes, luta contra um vilão (interior ou exterior) para alcançar a
vitória. Essa jornada é frequentemente uma metáfora para o crescimento
pessoal e transformação. Depois de sair da sua zona de conforto e aprender
algo novo, o herói, já transformado, retorna para compartilhar com os
outros o que aprendeu.

A Donzela em perigo
Trata-se do arquétipo de uma figura feminina que precisa ser
resgatada ou protegida. Representa alguém que se sente frágil, sem
capacidade de agir. É o arquétipo da fraqueza, da impossibilidade, de
alguém que está esperando que “façam por ele”. Ela, a donzela, simboliza a
vulnerabilidade.

O Mago
Representa um guia sábio que fornece conhecimento, orientação e
conselhos ao próximo. Além disso, ele caminha junto do herói, auxiliando-
o em uma jornada específica. É o arquétipo da sabedoria, o conhecimento
prático e mágico. Geralmente ele é retratado como alguém que possui um
conhecimento profundo e esotérico, uma vez que compreende os segredos
do Universo. O mago desempenha um papel crucial no desenvolvimento da
vida das pessoas. Ele é o intermediário, o perfil daquele que irá auxiliar o
próximo a realizar seus objetivos.

O Vilão
Bom, esse é famoso. O vilão é a força antagônica que cria o conflito,
seja na vida ou nas histórias. É o arquétipo que representa o “mal” (todas as
reverberações da Negação Sagrada), o caos, a destruição, a oposição aos
objetivos dos outros. Porém, é exatamente ele o agente que causa a
mudança. Quando estamos vivendo esse arquétipo, carregamos muita carga
negativa e uma energia muito forte de raiva, briga, fúria, inveja, egoísmo,
etc.

O Tolo
Muitas vezes o tolo representa um personagem ingênuo ou
excêntrico! Sabe aquele “cara sem noção” que proporciona o humor aos
filmes? Ele nunca está consciente das situações ao seu redor e, por vezes,
age de maneira imprudente. O tolo também pode servir como um
contraponto aos personagens mais sérios. Ele quebra paradigmas, faz o
absurdo, não pensa de forma clara e é inconsequente.

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A Mãe
Esse arquétipo representa a figura materna, que é associada à
nutrição, ao apoio, ao carinho, ao amparo e ao conforto. Ele simboliza o
cuidado e a proteção. É o arquétipo do amor incondicional que não espera
nada em troca.

O General
Representante da autoridade, inflexibilidade e orientação, também
está associado à proteção, mas de forma diferente do arquétipo materno,
pois trata-se de uma proteção mais física e menos emocional. Na verdade,
quem só vive nesse arquétipo acaba sufocando diversos tipos de emoções,
sensações, e a espontaneidade.

O Fora-da-lei (ou o rebelde)


Mesmo tendo esse nome, ele nada tem a ver com o “crime”. Quem
vive nesse arquétipo possui uma energia transgressora que desafia as
normas sociais e as autoridades em geral (pai, mãe, professores, chefes,
políticos, etc.). O Fora-da-lei representa a liberdade e a rebeldia, e muitas
vezes luta contra um sistema corrupto ou injusto. Quem consegue canalizar
esse arquétipo, de forma inteligente, realiza grandes mudanças no mundo.
Portanto, “para o bem ou para o mal”, tudo vai depender do caráter e da
índole de quem vive o arquétipo!

O Amante
Esse arquétipo representa a paixão, o amor de casal. É muitas vezes
associado aos relacionamentos românticos, e à intimidade. O amante
também pode simbolizar a busca pelo desejo e por conexões emocionais
profundas com alguém. Porém, quem vive nesse arquétipo pode cair na
armadilha de sempre estar à procura de amores utópicos, prazer físico
exacerbado, e vivências variadas, sempre com muita intensidade e curto
período de duração.

O Louco
Arquétipo que representa a energia da travessura, da subversão e
também da criatividade, ele desafia as normas, não porque é rebelde, mas
porque se diverte com isso. Ele também pode constituir-se em um grande
agente de mudança. Sua diferença em relação ao “fora-da-lei” é o seu poder
criativo muito grande, e uma visão excêntrica. O louco pode simplesmente
ser taxado dessa maneira, porque as pessoas não têm capacidade de
enxergar o que ele percebe.

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O Inocente
Simboliza a pureza, a simplicidade e a procura pela felicidade. Um
arquétipo que acredita em tudo, não tem muito senso crítico e se contenta
com pouco. Ele pode ser realmente muito ingênuo mesmo; todavia,
caracteriza-se pela busca da harmonia! E acha tudo isso muito bonito.

O Burro-sábio
Esse arquétipo se refere àquelas pessoas que acreditam que sabem de
tudo. Elas sempre têm um conselho “genialmente tolo” para dar, além de
possuírem uma ideia de mundo totalmente pequena e equivocada. São
pessoas de pouca ou nenhuma cultura, e que não realizam quase nada;
porém, palpitam em tudo. Elas acham que sabem como exatamente o outro
deve viver. É basicamente a pessoa que quer ensinar seu amigo a ficar
“milionário”, mas sempre vive no “cheque especial” (nos dias de hoje, “no
débito”).

O “Levador” de vantagem
Arquétipo de quem usa da sua astúcia (ainda que pequena) para tirar
proveito de tudo. Porém, não é algo que irá mudar sua vida de forma
considerável. São pessoas que, a todo instante, devem sempre sentir que
estão “ganhando”, mesmo em situações “insignificantes”. Adoram se
apropriar de algo que não lhes pertence, e fazem de tudo para “lucrar” com
qualquer coisa material. Você conhece alguém que adora furar fila, ou
nunca devolve algo emprestado?

O Coitado
Referente aos que vivem de forma “feliz” na escassez ou na
desgraça, geralmente é o arquétipo de quem sofre, e se orgulha muito disso.
São pessoas que adoram contar suas histórias difíceis, amam mostrar seus
infortúnios, suas perdas, o quanto são pobres, humilhadas, subjugadas.
Quem pauta a sua existência nesse arquétipo, adora se sentir rejeitado e
menosprezado para depois compartilhar essa experiência.

O Reclamão
Um dos mais conhecidos e vividos na atualidade, é o arquétipo
daqueles que reclamam de tudo, não importa o que aconteça! Se ganhar na
loteria, irá reclamar do peso dos “sacos de dinheiro” ou do “perigo de ser
rico”. Se não almoçar é porque não almoçou; caso consiga, irá reclamar da
comida. Caso se encontre diante de um banquete, irá “protestar” sobre o
fato de ter comido muito e sentir sono. É o arquétipo do indivíduo “da cara

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amarrada”, que invariavelmente se enfurece quando “sente” a felicidade ao
seu redor, e odeia pessoas que pensam de forma positiva.

O Guerreiro
Arquétipo da coragem, da força e da determinação; daqueles que
buscam seus objetivos com paixão. Muitas vezes associado a valores de
bravura e honra, o guerreiro é diferente do herói, pois é somente um
gladiador! Ele não sai do seu mundo para realizar um grande feito.
Simplesmente, é o lutador que trava batalhas com bravura, e se orgulha
disso.

16.1 Exercício do encontro do arquétipo


Primeiramente, recomendo que você aprofunde seus conhecimentos
sobre os diversos arquétipos, inclusive aqueles de diferentes culturas. Ao
iniciar este exercício, tente sinceramente encontrar dentre os arquétipos
aqui descritos, qual deles é o mais condizente com a sua atual fase da vida.
Pode ocorrer de você estar vivendo dois ou mais arquétipos
simultaneamente, o que é supernormal; porém, tente encontrar o mais
predominante. Em seguida, converse com dois amigos e pergunte qual é o
arquétipo que eles acham condizente com a sua personalidade. Não é
necessário interpretar as respostas como verdade absoluta, porém, essa
visão externa, vinda de pessoas éticas e leais, é superimportante.

16.2 Exercício da vivência do arquétipo


Assim como no exercício anterior, encontre o seu arquétipo atual, e
eleja um arquétipo totalmente diferente para vivenciá-lo por um dia!
Repare nas sensações, pensamentos e emoções que irão surgir. Questione-
se se é capaz de “representar” vários papéis e quem ou o que escolheu
vivê-los. Ou melhor, fui eu quem escolhi, ou foram as circunstâncias?

16.3 Exercício da “não reclamação”


Aconteça o que acontecer passe um dia inteiro (e posteriormente a
maioria dos seus dias) sem reclamar, e perceba o quanto no início isso é
quase impossível, ainda mais se você estiver vivendo esse arquétipo há
muito tempo. Reclamamos quase sempre de coisas triviais. O ato de
reclamar é um hábito cristalizado em cada indivíduo, podendo ser
considerado um vício tão destrutivo quanto o cigarro e a bebida. Exagero?
Ambos alteram o nosso comportamento e emoções, e deterioram o corpo;
ambos destroem nosso campo magnético e, consequentemente, só
atraímos coisas negativas. Basta, não?

55
Tente, neste exercício, reparar no impulso da reclamação no exato
momento em que algo te desagradar. Preste atenção nos pensamentos,
emoções e sensações que surgem quando você tenta frear esse impulso já
bastante condicionado. Você pode dizer: “Ah, mas como não reclamar
disso”?
Bom, você já notou que algumas pessoas definitivamente não se
importam com coisas que, para você, são insuportáveis e vice-versa?
Repare, também, nas suas posturas corporais condicionadas ao ato de
reclamar, e perceba as suas “caretas”; as frases que “brotam” na mente, o
ímpeto de gerar uma discussão, e despender energia à toa! Veja o quão
viciado(a) você está, e quantas vezes por dia reclama.
Em tempo: Se serve de auxílio para tentar uma mudança, o hábito
de reclamar muito libera muuiiitttoooos radicais livres, responsáveis pelo
envelhecimento precoce - e também promove o aparecimento precoce de
rugas...
Quando surgir o impulso de reclamar, simplesmente pare! Não se
identifique com seus pensamentos e suas emoções. Respire fundo e
mantenha ereta a coluna. Tenha ciência de que essa máscara (umas das
diversas da Negação Sagrada) irá querer te provar de qualquer forma que
você precisa reagir; que você deve criar confusão.
Fique atento(a), pois este ato é uma porta de entrada para forças
externas demoníacas A sua intenção é a de que você se afunde cada vez
mais em ciclos viciosos destrutivos!
Não acredita? Quantas vezes você já iniciou discussões absurdas
seguidas de desfechos catastróficos, pelo fato de reclamar em demasia?
Valeu a pena?
Então, simplesmente não reclame e veja, pouco a pouco, seu mundo
mudar. Para melhor, claro!

17. O Eneagrama
O Eneagrama é um conhecimento milenar! Ele consiste num sistema
de tipologia de personalidade humana com nove tipos distintos, cada um
com características, motivações e padrões de comportamento específicos.
De certa maneira, também retrata alguns arquétipos, porém, de maneira
bem singular. A função do Eneagrama é assinalar padrões existentes no
mundo, a fim de que sejam encontrados alguns traços pessoais para serem
trabalhados.
Na atualidade, o Eneagrama também é utilizado para a compreensão
e analise de aspectos psicológicos e emocionais da personalidade4.Ele
4

56
também é utilizado para que o indivíduo seja capaz de entender as suas
motivações e os seus desafios. É importante lembrar que o Eneagrama não
classifica as pessoas de forma rígida, pois em momentos diferentes da vida,
cada um pode estar mais propício a viver um padrão específico. Na
realidade, o Eneagrama constitui-se em uma ferramenta para a
autoconsciência e o crescimento pessoal! Certamente não é uma caixa na
qual as pessoas são acomodadas e ajustadas de forma definitiva.

17.1. Os Nove Tipos do Eneagrama


É importante ressaltar que, além dos nove tipos de personalidade
principais, o Eneagrama também considera as asas - tipos adjacentes que
influenciam uma pessoa) - e os níveis de desenvolvimento, que indicam o
quão saudável ou disfuncional um indivíduo se encontra, dentro de seu
tipo.
A interação entre esses elementos torna o Eneagrama um dispositivo
complexo, vivo e rico para o entendimento do ser humano. Outro ponto
importante, é que esses números não possuem relação direta com a
Numerologia, a qual obedece uma outra lógica.

O Perfeccionista
Motivação principal: A busca implacável pela perfeição e correção.
Com tendências a ser crítico, auto exigente, responsável e preocupado com
a moralidade, geralmente estipulam altos padrões para si mesmos, e para os
outros. Em diversos aspectos, muitas vezes se esforçam para alcançar a
excelência em tudo o que fazem. São extremamente detalhistas e
metódicos, sempre se esforçando para garantir que tudo seja feito de acordo
com padrões pré-estabelecidos. No entanto, essa busca incessante pela
perfeição é constantemente acompanhada de autocrítica, o que pode levar a
experimentar níveis elevadíssimos de ansiedade e desespero. Quem vibra
nesse tipo detesta imprevistos, e tenta manter suas emoções sob controle,
muitas vezes reprimindo sentimentos de qualquer origem. São pessoas
rígidas em suas crenças, e teimosas em suas opiniões. Acreditam que têm a
visão certa de tudo, o que as torna inflexíveis até nos pequenos atos
quotidianos. No entanto, podem se destacar como líderes devido à sua
ética, persistência, senso de justiça e capacidade de organização.

O Auxiliador (ou o prestativo)


Motivação principal: A busca pelo amor e aceitação dos outros. É o

Neste caso “personalidade” pode ser interpretada como “máscaras” do ego, utilizadas
para encobrir o nosso Eu.

57
tipo que procura ser atencioso, generoso e preocupado em atender às
necessidades de todos. Geralmente, quem possui esse perfil no Eneagrama
tem uma vontade muito forte de cuidar e ajudar a quem estiver precisando.
São pessoas generosas e empáticas, dispostas a “se doarem”, seja de
emocional ou fisicamente. Porém, têm dificuldade em estabelecer limites
claros, uma vez que querem sempre agradar ao próximo. Não sabem dizer
“não”, porque têm medo da rejeição ou do abandono, e por isso consideram
de extrema importância os seus relacionamentos e conexões emocionais. É
o tipo que se dedica de corpo e alma a relacionamentos familiares e
amizades profundas. Frequentemente realiza trabalhos voluntários, e se
especializa em profissões que envolvem cuidados com o próximo.

O Realizador
Motivação principal: A busca pelo sucesso e o reconhecimento.
Pessoas com esse tipo de personalidade são altamente motivadas e focadas
em alcançar metas e objetivos bem específicos. Extremamente competitivas
e preocupadas com a imagem e o sucesso pessoal, são muito ambiciosas e
trabalham duro para conseguir o que querem. Contudo, são muito
adaptáveis e flexíveis, e podem se ajustar facilmente a diferentes situações
e ambientes, sempre visando alcançar seus objetivos previamente
estabelecidos. Possuem habilidades sociais excepcionais, e quase sempre
são carismáticos e persuasivos, o que realmente os ajuda em situações de
liderança, e na criação de sólidos relacionamentos profissionais. Quem
vibra nessa energia tem um profundo medo do fracasso. Preocupa-se muito
em manter o padrão alcançado, e se frustra quando suas metas não são
realizadas, ou se não obteve o reconhecimento pessoal o esperado. Nessa
busca incessante pelo sucesso, chega a se desconectar de suas próprias
emoções e necessidades emocionais pois, muitas vezes, centra o seu o foco
na realização de tarefas e objetivos externos em vez de explorar seu mundo
interior.

O Romântico
Motivação principal: A busca pela identidade e pelo significado de
tudo! Quem vibra nesse padrão tende a ser introspectivo, melancólico,
criativo e emocionalmente sensível. Possui uma profunda conexão com as
suas emoções, e está sempre procurando entender e explorar os seus
sentimentos mais profundos. Tende a ser intenso em suas experiências
emocionais, sejam elas quais forem. Muitas vezes sente - e sabe - que é um
ser único e diferente dos outros. Valoriza a sua individualidade, e
geralmente exibe talentos artísticos, expressando suas emoções e
perspectivas únicas através de formas criativas. Pode passar por fases
intensas de autodescoberta, e luta para definir sua identidade. As perguntas

58
que essas pessoas mais fazem pra si mesmas, são: “Quem sou eu”? “Qual é
o meu lugar no mundo”? Frequentemente têm uma forte tendência a se
concentrar no passado, e a sentir nostalgia por tudo que já viveram.
Valorizam a honestidade emocional, e partem para relacionamentos e
experiências que permitam serem verdadeiros consigo mesmos.

O Observador
Motivação principal: A busca insaciável pelo conhecimento e
compreensão de tudo, com forte tendência a ser reservado. É intelectual,
analítico e pouco sensível. Adora estudar, refletir, pesquisar, aprender sobre
os mais variados assuntos, e prefere passar muito tempo sozinho. Por não
se envolver emocionalmente com nada e ninguém, pode parecer
indiferente, ou desapegado. Geralmente confia mais na lógica do que na
intuição (talvez essa palavra nem exista para quem exibe esse tipo). A fim
de preservar a energia, evita situações sociais e relacionamentos intensos.
Um dos seus maiores problemas, é que sem perceber, pode se isolar
demais, gerando um sentimento de solidão exacerbado. São pessoas que
possuem muita dificuldade em se conectar emocionalmente com os outros.

O Leal
Motivação principal: A busca pela segurança e orientação. Tipo
com uma forte tendência a ser ansioso, rígido e preocupado com potenciais
ameaças. Por necessitar de segurança e estabilidade, tende a ser cauteloso e
preocupado com o que pode dar errado. Com isso, sempre projeta os
problemas futuros no presente. Como respeita a lei de forma absoluta e
valoriza muito a lealdade e o compromisso com os outros, procura sempre
ser fiel com os familiares e as instituições. Embora rigoroso, tem
dificuldade em tomar decisões independentes, precisando sempre de
orientação e conselhos de figuras de autoridade. Naturalmente cético
questionador, não deixa de examinar cuidadosamente qualquer informação
antes agir. Além disso, valoriza sobremaneira o sentimento de pertencer a
uma comunidade ou grupo.

O Entusiasta
Motivação principal: A busca por prazer, satisfação e novas
experiências. Com tendência a ser extrovertido, otimista, é o tipo que e
sempre está em busca de variedade e da diversão através de experiências
positivas, a fim de evitar situações negativas ou dolorosas. Com uma
personalidade alegre e expansiva, e muitas vezes visto como extrovertido e
cheio de energia, na realidade tende a ser superficial e sem qualquer
comprometimento. Com uma sede insaciável por novas experiências e

59
aventuras, pode se tornar inquieto ou impaciente, em situações monótonas
e cansativas. Por isso está sempre atrás de distrações ou escapismos para
não as enfrentar. Quem vive esse tipo, geralmente tem uma visão otimista
da vida e procura observar o lado positivo das situações, mesmo em
momentos difíceis. Também, é conhecido como o famoso “fogo de palha”,
que troca rapidamente de objetivos, relacionamentos, empregos, etc.
Sempre ignorando problemas em vez de enfrentá-los, não se compromete
com projetos ou qualquer coisa a longo prazo, pois teme que isso limite a
sua liberdade.

O Desafiador (ou o Líder)


Motivação principal: A busca pelo controle e o poder. Tipo
assertivo, líder, protetor e confrontador, e que tende à autoconfiança e foco
na ação. Com uma energia dominante, muitas vezes busca controlar o seu
ambiente, para proteger a si mesmo e as pessoas que ama. De uma presença
forte, não tem medo de tomar a iniciativa e enfrentar desafios, e faz o que
os outros não fazem. É um pioneiro e realizador nato. Sabe aquela velha
frase “tudo que coloca a mão vira ouro”? Pessoas desse tipo são assim!
Jamais recuam diante do confronto ou da adversidade e estão dispostas a
enfrentar o que for necessário para alcançar seus objetivos. Porém, tendem
a se frustrar, porque sempre esperam total integridade e autenticidade das
pessoas. Este tipo tem uma forte aversão à injustiça, e quase sempre se
torna o defensor de pessoas, ou grupos, que considera oprimidos ou
vulneráveis. Detesta figuras de autoridade, e não suporta ser controlado ou
manipulado pelos outros. Embora procure parecer invulnerável, gosta de
atenção e afeto. É um tipo extremamente leal e protetor dos amigos e
familiares.

O Pacificador
Motivação principal: A busca pela paz e a harmonia. Com um perfil
que tende a ser calmo, complacente e a evitar conflitos, também pode
tornar-se um passivo-agressivo. Por possuir uma natureza tolerante e
compreensiva, este é aquele tipo valoriza a estabilidade e o equilíbrio em
sua vida. Geralmente evita julgar e criticar, pois sempre consegue enxergar
os diferentes pontos de vista e perspectivas. Pode ter muita dificuldade em
identificar e expressar suas próprias necessidades e desejos, muitas vezes se
adaptando às expectativas dos outros. Em situações de estresse, adiam
tarefas ou decisões importantes, sempre evitando o confronto ou a pressão.
São os grandes “procrastinadores” do Eneagrama. Também, conseguem se
desconectar de suas convicções, emoções ou sentimentos, para não magoar
quem ama, o que pode conduzi-lo à uma depressão profunda. Cedendo às
opiniões dos outros para manter a paz, se anula constantemente, tornando-

60
se um potencial candidato à estagnação. No entanto, são bons mediadores e
pacificadores em grupos ou relações interpessoais.

17.2. Exercício para encontrar o seu tipo


Tente encontrar dentre os tipos citados, qual deles é o mais
condizente com a sua personalidade. Geralmente predominam três; tente
identificá-los! Seja sincero consigo mesmo!
Agora, diante deles, eleja um como principal. Depois disso,
converse novamente com dois amigos de confiança, e pergunte qual é o
tipo que mais condiz com a sua personalidade. Como já citei, essa visão
externa vinda de pessoas éticas e leais, é superimportante.

18. Tirando a culpa das circunstâncias... e de Deus, é


claro!

Em 99% dos casos quando algo dá errado, ficamos realmente bravos


conosco, e também com Deus. Começamos a questionar, além da Sua
existência, Seus modos de criação e ação. Friso aqui que partimos de uma
teoria criacionista-evolutiva, e que que por mais que a teoria do Big Bang
seja válida, ela não anula nem a criação e nem a evolução.
Como assim? Vamos supor que essa explosão inicial realmente
tenha dado origem a diversos tipos de energia, elementos químicos,
matéria, pensamentos (matéria sutil), etc., tudo isso acoplado à tendência
“natural” de evolução. Ainda mais, essa grande “explosão cósmica” gerou
seres conscientes dotados de uma habilidade singular para raciocinar,
compreender grandes ideias, intuir, criar, ter consciência de si mesmo e do
exterior, além de possuírem um “algoritmo” interno, que promove uma
evolução infinita.
Bom, tudo isso foi ao acaso? Acreditar que sim, é o mesmo que
admitir que um dicionário repleto de significados complexos e ordenados
“nasceu” sozinho depois que um saco de sopa de letrinhas “caiu sem
querer” sobre as folhas de um livro em branco.
Por mais que exista evolução, por mais que a vida tenha nascido
“teoricamente” de choques e fusões entre elementos químicos em
condições específicas, fica o questionamento: Que (ou qual) “força” criou
esse processo, capaz de fazer as células evoluírem? Quem criou os
elementos químicos? Quem programou o choque? Quem (ou o que) criou
o algoritmo de evolução infinita? Quem (ou o que) idealizou esse código
fonte complexo? Esse “brainstorm” é infinito, e o fato é que nossa razão
humana só vai conseguir chegar até esse ponto: Alguém inteligente existe!

61
Ele É! Deus É!
Pode chamá-lo de Designer, Arquiteto, Criador, Brahma,
programador, não importa. Claro que todos esses termos personificam o
Criador, mas, como disse, é somente até onde conseguimos exemplificar
essa “INTELIGÊNCIA UNIVERSAL” MANIFESTADA. Mas, qual é a
finalidade da Criação? Por que fomos criados? E de onde vem meu EU, e
a minha consciência? Bem, esse é realmente o limite da compreensão
humana, e é improvável que alguém consiga responder a essa pergunta.
Por mais que diversas religiões ou filosofias cheguem perto dessas
abstrações, nossa vã filosofia será incapaz de explicar. Porém,
conseguimos trabalhar com o fato de que algo maior existe. E isso basta!
Vamos retomar o fato de que quando algo não sai exatamente como
queremos, atribuímos essa culpa ao Deus Criador. Também nos
questionamos o “porquê” dele ter criado (e se manifestado) esse mundo
dual, com movimento e repouso, bem e mal, etc. E, muitas vezes, ficamos
perplexos por ele ter permitido a criação do assim intitulado “diabo” e
outros seres intermediários, com forte influência no universo em geral. O
fato é que Deus é inocente nessa história.
O questionamento universal é: se Deus é totalmente bom, como ele
pode deixar coisas ruins acontecerem com pessoas boas? E se ele permite
isso, talvez ele não seja tão bom assim. Mas, se Ele é bom e não é capaz
de anular o mal, talvez Ele não seja Onipotente. E se Ele não sabe que isso
acontece, provavelmente ele não é Onisciente nem Onipresente.
Um segundo questionamento é que, se somos livres para escolher,
não deveríamos ser castigados diante das nossas escolhas. Ou somos
livres, desde que façamos as vontades de Deus? Eu sou livre desde que
não faça nada além do que está estipulado nas Leis do Universo? Isso seria
escravidão controlada, certo! Errado! Deus é o Absoluto, é o insondável e
todos seus movimentos manifestados são cíclicos. Os Universos nascem,
crescem e morrem, assim como nós, humanos. Você já parou pra pensar
que talvez sejamos “pensamentos” de Deus, ou melhor, lampejos da sua
consciência? E quanto mais vamos limpando nossa parte “animal” e
pagando nosso Karma mais vamos atingindo estados de consciência que
se fundem com a consciência divina? Ok, ficou muito abstrato tudo isso.
Vamos voltar ao físico e quotidiano então para compreendermos essas
abstrações.
Partindo novamente do princípio hermético da Correspondência de
que “o que está em cima é igual ao que está embaixo para realizar os
milagres de uma só coisa”, vamos comparar Deus com um pai, ou melhor,
com uma mãe (porque Deus é TUDO); e o ser humano, vamos associá-lo
com o Seu filho.
Você quer o melhor para o seu filho, isto é, sua criação e fará de

62
tudo para que ele evolua e viva feliz, não é mesmo? Afinal você quer que
ele cresça e se torna parte daquilo que você é, certo? No entanto, por
mérito, ele precisa aprender e evoluir. Se você fizer tudo por ele não e
deixá-lo se comprometer com nada, depois de um tempo ele irá se rebelar
e dizer: “Mãe, me deixa! Eu quero viver a minha vida”! Então, você
concorda que viva a própria vida, dando-lhe o livre arbítrio para fazer o
que bem entender. Mas mesmo assim, permitindo que aja como à sua
maneira, você diz: “Olha, meu filho, eu estarei sempre aqui para o que
precisar”.
Bom, imagine que seu filho é imaturo, mas se achando muito grande
e inteligente coloca um prego na tomada, mesmo você já tendo avisado
por várias vezes que aquilo poderia machucá-lo. E, então, ele toma um
choque. A culpa é da mãe? Isso foi um castigo, ou ele, por não ter
entendido as “Leis da Física”, se prejudicou sozinho? E se ele tivesse
pedido auxílio, você não o teria ajudado? Mas ele também não conhece as
Leis, tanto físicas quanto “astrais”, no entanto você está disposto a ensiná-
lo. Mas ele está buscando aprender tudo isso ou prefere ficar jogando
vídeo game e postando fotos nas mídias sociais?
Suponha, agora, que ele tenha um tem irmão mais novo. Ambos
nasceram na mesma casa e você dedicou a ambos a mesma quantidade de
amor, alimentos e atenção. Ou seja, você foi uma mãe justa! Mas, por
causa de ciúme ou algo do gênero, esse filho fez uma maldade muito
grande com o seu irmão mais velho. A culpa é de quem? Da mãe?
E se o seu filho, que você tanto ama, crescer e decidir por livre e
“espontânea vontade” empurrar uma pessoa de uma ponte. A culpa é de
quem? Novamente da mãe? Quantas vezes, sem que seu filho soubesse,
você o ajudou? E pode falar a verdade: às vezes ele nem ficou sabendo
desse auxílio, não é mesmo?
Partindo do princípio da Equivalência, Deus age mais ou menos
dessa forma. Quantas vezes no dia pedimos para que Ele nos guie?
Esquecemos totalmente disso! Simplesmente acordamos nervosos,
estressados e saímos. Mas onde está esse Deus para nos guiar? Está no
Universo inteiro e em cada átomo do nosso corpo! Mas se não
permitirmos Sua Manifestação em nós, ele irá nos respeitar. Ele quer
nossa “individuação”. Ele quer que “sejamos Deuses” um dia. Por isso nos
permite experienciar. Mas como querer manifestar nossa “super
consciência” se não temos sequer consciência do corpo, dos
pensamentos... quem dirá de Deus! Do Deus que habita em nós. E Ele nos
auxilia colocando pessoas no caminho para nos ajudar, permite que
“anjos”, “mentores” (ou como você quiser chamar) intercedam para
desviar uma rota; cria situações para unir pessoas com propósitos
semelhantes, nos livra de algo ruim, ou pelo menos ameniza. Não

63
podemos jamais esquecer que somos donos do nosso destino, e friso
novamente que estamos na Terra para evoluir e auxiliar o próximo na sua
evolução! Habitamos estre Planeta para deixar nosso Eu maior se
manifestar e realizar o nosso Propósito. E também, para aperfeiçoar as
nossas deficiências! Kharma e Dharma.
Somos todos peças de um grande quebra cabeça! E quando esse
artefato for montado, seremos o quebra cabeça, porém sem perder nossa
individualdiade. Iremos nos transformar em algo muito maior. O que
chamamos de vida real é um fragmento de algo muito, mas
absolutamente muito mais elevado e profundo.
Porém, para isso, precisamos começar bem do início mesmo.
Necessitamos ser conscientes do nosso mundo interior, das nossas
deficiências, qualidades e das Leis do Universo. E, sim, da mesma forma
que temos “dinheiro no banco do Universo”, temos boletos a serem pagos,
acredite ou não. A boa notícia é que essas contas, diante da
“transubstanciação” e das suas ações generosas passam a ter descontos
diários.

18.1 Exercício da ajuda ao próximo


Escolha um dia da sua vida para fazer tudo o que estiver ao seu
alcance, a fim de ajudar o próximo. Se a sincronicidade te auxiliar - e ela
vai –os pedidos de ajuda e a oportunidade para fazer o “bem” irão chegar
até você. Faça! Não pense. Não questione. Somente ajude!
Sinta como isso reflete no seu Espírito. Não se importe se a pessoa
não agradecer da forma que você gostaria (se agradecer). Seu trato é
consigo mesmo e com Deus. Se conseguir, procure fazer este exercício
todos os dias da sua vida!

Como quereis que as pessoas vos tratem, assim fazei a elas da mesma
maneira. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. É melhor fazer boas
ações com o pouco que sabe do que não fazer nada repleto de
conhecimento. Sabedoria é algo muito mais nobre do que acumular
informações.

19. Vigiai e Orai


Temos dúvidas se rezar realmente funciona. Em tempos difíceis a Fé
perde espaço para a insegurança, e a esperança se esvai. Mas eu te
pergunto: Você sabe rezar? Ou melhor: Você sabe a diferença entre rezar
e orar? A primeira consiste na repetição de sentenças já escritas, enquanto
orar é dizer o que vem do fundo do Ser, do seu Eu. Eis aqui o grande

64
enigma: onde se encontra o "fundo do meu Ser"?
Exatamente onde o ego não está!
Quando um grande Mestre disse Vigiai e Orai porque a carne é
fraca, Ele nos mostrou com maestria que esse "combo" é o segredo da
oração. A carne simboliza os nossos instintos, condicionamentos,
pensamentos inconscientes cristalizados, emoções negativas; enfim, toda a
Negação Sagrada e suas reverberações. Como anteriormente abordado no
Capítulo da Transubstanciação, “Muitos fatores externos são quase
impossíveis de serem alterados, porém podemos mudar como nós
reagimos a eles”. Porém, além disso, é fundamental orar. Sim, orar para
pedir, e principalmente, para agradecer! Ora, de nada adianta orar de
maneira "errada" e dizer que seus pedidos não são atendidos. Mas você
pode se questionar dizendo: “Tudo o que vem do coração é de Deus”!
Correto. Mas você consegue me dizer se o que está “saindo daí de dentro”
realmente provém do Espírito e do fundo da alma? Quem está orando é
você ou os seus pensamentos desordenados e condicionados? E quem
está regendo esses pensamentos é o seu Eu? Ou o seu ego, grande parceiro
do egoísmo?
Você está tentando entrar em contato com Deus, ou toda essa
“oração” não passa de pensamentos automáticos provenientes de desejos
implantados, ou condicionados?
Se sua oração for forte, logo no início você terá um sentimento
profundo de gratidão pelo seu dia, sua saúde, pelas oportunidades. Irá
agradecer pelas pequenas alegrias quotidianas (ainda que singelas), pelo
abraço dos filhos, e ao pouco, ou muito, que tem em sua mesa. Em oração,
é preciso ser humilde, e isso significa que mesmo diante de tudo, você tem
certeza que sem Deus, você não é absolutamente nada! Isso porque você
faz parte dele. É simples; porém profundo. Achar que você não precisa de
Deus, é como se o seu coração acreditasse que poderia bater sozinho, sem
os demais órgãos do seu corpo. É a árvore seca que acredita que pode
crescer sem ter as raízes fincadas na terra. A real gratidão é o primeiro
passo, e esse ato precisa ser sincero. Mesmo! Assim começa a abundância
e a prosperidade em todas as áreas da sua vida.
Além de orar da mesma forma que se faz um jogo nas casas
lotéricas, as pessoas o oram de forma mecânica. Tem quem reze por
acreditar que, se não o fizer, pode sofrer um castigo. Não estou aqui
propondo, e nem que que exista um modo correto de orar; porém, posso
afirmar que este é um jeito de como “não orar”!
Então, vamos começar orando para Deus dizendo: “Que minha
Vontade seja igual a Sua”! Isso quer dizer que não devo ter vontade
própria? Ou, que Ele só vai me atender se tivermos vontades iguais? E se
eu te contar um segredo milenar capaz de mudar a sua concepção de

65
vontade? Ei-lo:
A sua real vontade é a Vontade de Deus porque Deus está dentro
de você e se manifesta na sua Vontade mais profunda (e não nos desejos
aleatórios).
Esse "Deus" que está em nós é o Eu superior, que em nós habita.
Logo, tudo o que for para um bem maior, para o encontro do seu
Propósito, da sua essência, para a sua evolução espiritual, será atendido. E,
se tudo o que você pedir for também para a evolução do próximo, será
duplamente atendido!
Mas faça a sua parte que Deus (ou a Força Onipresente Universal)
certamente irá fazer a Dela. Não queira entender "como" isso irá
acontecer, é impossível! Também, não tenha a pretensão entender a mente
de Deus. Um homem que foi pintado se num quadro consegue entender o
que se passa na cabeça do artista que o criou? São realidades distintas, por
mais que estejam interconectadas.
Assim, vigie suas atitudes, e ore diariamente. Lembre-se que Deus é
verbo, ação, movimento! Não pare, não sucumba à preguiça ou aos
desânimos condicionados. Não ouça as forças demoníacas. Não ceda aos
obstáculos, à resistência! Ore em palavras, deixe o seu corpo físico ajudar
no processo. Na reza Universal "Pai nosso", quando é dito "Pai nosso que
estais no Céu", esse Céu está fora e dentro de nós; está em tudo. Ore com
fé, para que Ele possa te ajudar a encontrar o seu Propósito.
E lute junto! De onde menos você esperar irão aparecer as respostas,
sinais e oportunidades. Mas fique muito atento a isso! Você não precisa
ser “medium” para se comunicar com o Divino! Caso não seja capaz de
intuir com clareza, ou de ter sonhos premonitórios, saiba que as
mensagens também surgem de forma física. Claro que quanto maior for a
sua compreensão dos símbolos em geral, mais fácil você irá interpretar as
mensagens. E, mesmo que você não tenha um grande repertório, Deus te
enviará os sinais condizentes com o seu nível de compreensão.
Finalizando, nunca é demais lembrar que o Propósito está mais
ligado à satisfação e à paz, do que a qualquer outra coisa. Como já disse
para um amigo: Não me importa a sua religião, ou como você interpreta
Deus. Simplesmente ore! E se você é ateu, ore para quem, ou aquilo que
acredita, mas ore!
Vigiai e Orai. E... Vigie-se!

20. A Iniciação e a Ressureição em Vida


Os processos iniciáticos espirituais te fazem compreender duas coisas:
a primeira é que você é capaz de criar novas circunstâncias para a vida, e a

66
outra, é que a morte não existe, pois você é algo que está muito além do
corpo físico. A percepção de continuidade está relacionada ao “Ser”; à
“Consciência” que continua, o “Eu” que faz parte da Unidade. Os termos
“Alma”, “Espírito”, “Eu”, são sempre alvos de confusões, uma vez que
cada religião, filosofia ou mitologia usa sua própria terminologia. No
entanto, quero aqui passar a ideia de que existe uma “Consciência pessoal
eterna”, um “Eu” que continua existindo, mesmo após a morte física. Essa
consciência evolui, muda seu modus operandi e cada vez mais fica perto da
sabedoria divina. Ela utiliza veículos para se manifestar e me abstenho aqui
de citar terminologias específicas. Compreender esse conceito (e também
perceber que ela existe) já é um salto gigantesco para a ampliação da
consciência.
Precisamos saber que estamos aqui para encontrar a nossa real
vontade que é também a vontade de Deus. Por isso, o iniciado pede todo
dia para a sua vontade ser a mesma Dele e vice-versa! O iniciado não passa
um dia da sua vida sem desenvolver virtudes e ampliar os elementos da sua
mochila astral. Ele vê o que acontece não mais como bom o ruim, mas
como necessário. Ele busca sabedoria, vive no amor altruísta, mata o
egoísmo a cada instante e luta pela criação de uma fraternidade.
No entanto, um dos grandes medos de todo iniciado, assim que
descobre que existe o retorno à Unidade, é que ele irá se fundir à Ela,
perdendo toda a sua “individualidade”. De certa forma, ele pensa que será
como uma gota de água se fundindo no oceano. Esse é um pensamento
equivocado e proveniente do ego. Quem perde a individualidade é ele, o
“serzinho” que acredita ser as roupas que veste, o carro que tem, sua conta
no banco, ou a sua posição social.
Ora, se retornar à Unidade é expansão, seu Eu, da mesma forma, irá se
ampliar também. Sem as limitações de um vaso, uma árvore cresce
exponencialmente, certo? Então, se nós não temos mais os limites e rótulos
do ego, logo temos menos amarras, menos “divisões” e nos tonamos
maiores, não? Uma gota quando se funde ao oceano, ela será capaz de
sentir sua grandeza, sua força, seu tamanho, será consciente das gotas que
estão ao seu redor, da luz que nela reflete e também das profundezas, dos
corais, dos outros seres.
Vamos tentar usar novamente o princípio da Equivalência. Se você se
comparar com quem era há 20 anos, consegue avaliar como está a sua
consciência e a capacidade de compreensão de mundo (e de si mesmo) em
relação às décadas passadas? E para isso você morreu! Morreu
gradativamente e ressuscitou de outra maneira, ainda em vida!
Experimentamos a “morte” em vida! O que você foi quando criança -
inclusive na forma - já não é mais. Percepções, capacidades,
compreensão… tudo mudou! E tudo irá mudar de novo!
O processo de iniciação é exatamente este que ocorre lentamente na

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nossa vida, porém, mais rápido, pelo fato de estarmos conscientes e
dispostos a evoluir. Na iniciação, percebemos tudo o que não somos (a
escultura feita pelos outros), e que efetivamente temos que “limpar” nossas
sombras, a nossa parte inferior manifestada na Terra. Imagine uma luz
lançada na direção de uma esfera. Ela é o intermediário entre a luz e a
sombra que foi projetada. Se elevarmos a esfera, a sombra desaparece.
Analogamente, a esfera pode ser comparada com o nosso Eu (ou espírito),
pois é ele o intermediário entre o mundo Divino e o mundo manifestado.
Aquele que tem uma visão espiritual, vê com a alma ou com o
espírito?' Jesus respondeu e disse: "Não vê nem com a alma nem com o
espírito, mas com a consciência, que está entre ambos - assim é quem
tem a visão.
A iniciação consiste em ter consciência do EU e retirar os envoltórios
mais densos que nos cercam. Esses fazem parte da nossa natureza mais
“animal”, etc. Quando é dito nos processos iniciáticos que precisamos
romper o vaso que nos limita, há um interpretação errada, pois muitas
vezes acreditam que o corpo precisa ser eliminado para o Espírito surgir. O
fato é que o corpo, de maneira oposta, precisa ser preservado e doutrinado.
O que precisa ser eliminado são as manifestações negativas que reverberam
nos seus centros. Se você não estiver consciente do seu “Eu” e morrer
fisicamente, há a possibilidade de você continuar inconsciente e reencarnar
sem ter encontrado o seu Espírito em outras dimensões. Aqui na Terra
temos espaço e tempo para realizar esse encontro Sagrado.
Digo isso porque algumas pessoas, por terem muita vontade de se
livrar de sentimentos destruidores e tristezas profundas, têm vontade de
desencarnar, acreditando que isso será libertador para o Espírito. Jamais,
absolutamente, jamais queira partir antes do seu tempo predestinado! Você
se lembra que o primeiro esforço para o encontro do Propósito de vida e do
Sagrado é cuidar do corpo físico, isto é, do seu templo mais sagrado? Se o
corpo não fosse tão importante, nem encarnado você estaria. O Universo
não faz nada à toa! E acredite: caso você negligencie isso ou decida
abreviar seu tempo de vida terrena, o preço a ser pago será altíssimo!
Nenhuma palavra poderá descrever o desespero e a dor que você irá sentir.
Você acha que irá aliviar algum sofrimento deixando de viver?
Jamais ouse!
Quando a alma estiver livre dos condicionamentos, dos elementos
grosseiros mundanos, ela irá voar, se tornar pássaro! Você já reparou que,
toda vez que faz algo de bom para o outro, ou quando dá um passo adiante
rumo ao chamado da sua alma a sensação é essa: “Nossa me sinto leve!”
Estamos numa era na qual, a cada dia, nos identificamos mais como o
mundo material ordinário, e vivemos em função dos nossos instintos e

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desejos mais profanos. Quanto mais nos limpamos dessas emanações da
Negação, mais retornaremos - EM VIDA - à nossa verdadeira dimensão. A
alma ou o Eu, sem os entraves negativos do corpo, é capaz de captar o
espírito Divino. Deus se reflete em nós. Limpe o seu templo e seja uma
superfície reluzente. Isto é, morra e ressuscite em vida! O "despertar"
para encontrar quem você realmente é e cumprir o seu destino requer uma
coragem para se desapegar de quem você imagina ser.
O que me subjugava foi eliminado e o que me fazia voltar foi
derrotado... Meu desejo foi consumido e a ignorância morreu. Num
mundo fui libertada de outro mundo; num tipo fui liberto de um tipo
celestial e também dos grilhões do esquecimento, que são transitórios.
Daqui em diante, alcançarei em silêncio o final do tempo propício, do
reino eterno!
Quando, efetivamente, entendermos tudo isso, passaremos a ter uma
gratidão imensa pelo Criador! Você já parou para refletir que, se Deus não
tivesse nos criado num ato de amor, onde estaríamos? No nada eterno? Na
inconsciência absoluta, na não-manifestação? Questione-se! Tudo o que
você viveu até hoje não teria acontecido. E você sequer teria consciência
disso. Nem ao mesmo teria consciência de si. É estranhamente maravilhoso
saber que estamos nos abrindo para um novo tipo de consciência, não?
Seu Propósito maior é encontrar esse “Eu”, esse “Ser” fascinante
que você é, e que existe, pensa, entende, sente. Que pode mudar o
exterior, se transformar, criar, agir, amar, perdoar, ser feliz, enfim,
encontrar o Divino e o Sagrado.
E não quero dizer que devemos perder a nossa espontaneidade.
Encontrar o Divino é encontrar a sua essência! Algo único, só seu! E só
você é capaz de dar um recado único para o mundo. E ele está lá, na sua
essência. Se você não o fizer, irá faltar uma parte no Universo. Você tem a
responsabilidade de encontrar e viver o seu Destino! Saiba que Deus tem
muito orgulho da sua criação e de cada um de nós, com características e
talentos singulares.
Mas para esse encontro, o iniciado passa por diversas provas. Você já
despertou para essa nova realidade! Você já colocou a chave na porta.
E quais são essas provas? Bom, esteja consciente de si, vire a chave,
abra a porta da sua casa, tenha coragem, olhe o mundo lá fora…

E VAI VIVER O TEU PROPÓSITO!

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