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512 – Ritual de Emulação e sua origem.

Bom dia meus irmãos, ontem eu falei do rito choroeder e inclusive comentei sobre o cuidado
que os praticantes desse rito alemão tem quanto a fato de primarem pela manutenção da
originalidade, sem por exemplo as vicissitudes do nosso REAA, todavia não é apenas este rito
que labuta pela originalidade, o Rito de Emulação depois de uma longa data para seu
reestabelecimento também tem tido o cuidado de não deixar deteriorar o rito.

Este rito teve muitas controvérsias quanto ao seu desempenho original devido à grande
semelhança com o rito de Iorque, tal como se denominam os irmãos ingleses e seus métodos
antigos, por sinal muito conservados quanto a sua autenticidade amparados pela Grande Loja
Unida de Inglaterra onde tem abrigo.

Um fato curioso sobre este rito de Iorque é que não é permitido imprimi-lo, via de regra ele
precisa ser decorado, razão esta que da uma colorido especial pela dedicação dos irmãos em
aplica-lo eu suas lojas.

Um fato a considerar é que este rito de yorque começou a ser aplicado por ocasião da união da
loja dos antigos e modernos na Inglaterra sob o malhete do Grão Mestre Duque de Sussex e
nunca mais sofreu modificações ou adequações.

Sim eu estou falando até agora sobre o rito de Iorque, entretanto agora entro no assunto que
me propus, ou seja, ritual de emulação.

O ritual emulação foi introduzido no Brasil por lojas inglesas, jurisdicionadas a GLUI, por volta
de 1833, sendo a primeira delas a Orphan Lodge, mas já no início do século XX existiam no
Brasil cerca de 8 (oito) Lojas inglesas, jurisdicionadas a GLUI, trabalhando no Ritual Emulação
no Brasil.

Em 1912 a GLUI firma tratado com o GOB para a criação de um Grande Capítulo no Brasil e no
documento timbrado, com textos em inglês e português, entretanto já nessa época os autores
cometeram um equívoco pois que o original inglês Grand Council of Craft Masonry in Brazil
(Grande Conselho da Arte Maçônica no Brasil) a tradução usada foi Grande Capítulo do Rito de
York e aí instaurou-se esta confusão difícil de explicar porque na verdade a Grande Loja da
Inglaterra tinha interesse no acordo para ela implantar aqui o seu rito, portanto a ela pouco
importou o uso do nome Rito de York redundando num rito com o nome errado.

Ainda devido ao interesse de muitos maçons brasileiros no sistema inglês, alguns membros do
Grande Oriente do Brasil, em 1920, fizeram uma tradução que foi impressa na Inglaterra e
aprovada e sancionada pelo GOB em que a denominação RITO DE YORK acabou se
consagrando e servindo para designar, na verdade, o ritual emulação praticado pela Grande
Loja Unida da Inglaterra. Assim, de modo errôneo, associou-se a prática inglesa ao termo Rito
de York, expressão esta que não é usada nem reconhecida pela Inglaterra, pois no sistema
inglês o rito é inominado. Popularizado que ficou o termo Rito de York, este passou a ser
difundido pelas diversas potências regulares no Brasil mantendo a expressão equivocada do
início.

O Rito de York (York Rite), mais adequadamente, é o nome dado ao rito praticado pelas
Grandes Lojas Americanas, em especial após sua codificação e padronização feita em 1797 por
Thomas Smith Webb, e que foi inspirado nas práticas ritualísticas mantidas pelos “antigos” da
Inglaterra e levadas ao novo continente. Os americanos consideram sua prática ainda mais
antiga que a dos ingleses pois foi padronizada antes da unificação das duas Grandes Lojas da
Inglaterra o que veio a ocorrer somente em 1813. No Brasil, com raras exceções, quando
ouvimos a expressão Rito de York estaremos na verdade nos referindo ao ritual emulação, de
origem inglesa.

De cerca de 100 (cem) lojas que trabalham no Rito de York (ritual emulação) apenas em tono
de 03 ou 04 adotam o sistema americano. Segundo o portal maçônico Rito de York
(www.ritodeyork.com.br) funcionaram até hoje no Brasil somente 03 (três) Lojas que praticam
o rito americano, verdadeiramente o Rito de York (York Rite). Destas, somente duas, a loja
Phoenix da Grande Loja de Rondônia e a Loja Cavaleiros do Sol da Grande Loja da Paraíba,
ainda estão ativas e trabalhando no rito americano. Fácil é perceber então que as demais
Grandes Lojas, inclusive a do Espírito Santo, e o próprio GOB, praticam o ofício maçônico
inglês, ritual emulação.

No caso das Grandes Lojas é preciso destacar que duas importantes potências brasileiras, a
Grande Loja Maçônica do Rio de Janeiro e a Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo,
ambas reconhecidos pela Grande Loja Unida da Inglaterra, trabalham no ritual emulação, já na
potência Maçônica paulista, em especial, verificou-se imenso desenvolvimento no ritual
emulação, apoiado e incentivado pela alta administração da Grande Loja.

No informativo da GLMESP “Grande Loja em Destaque” edição de Novembro de 2003 há


importante matéria sobre o desenvolvimento do ritual emulação no estado São Paulo. Como
forma de estimular a criação de novas lojas que adotassem esta prática, o Grão Mestre da
GLMESP á época procurou criar todo tipo de facilidade para colocar a Instituição Paulista no
mesmo nível de proporcionalidade mundial para as práticas rituais.

Fora do Brasil estima-se que 80% das Lojas trabalhem ou no Ritual Emulação ou no Rito de
York (americano). Outro passo importante dado pela Grande Loja do Estado de São Paulo para
consolidação dos trabalhos de emulação em seus templos foi a criação, desde 1999, do
Supremo Grande Capítulo Real Arco do Estado de São Paulo. Este Grande Capítulo foi
consagrado pelo Capítulo do Real Arco da Espanha o qual tem poder de consagrar outros
Grandes Capítulos em qualquer lugar do mundo. Em 2003 já existiam sete capítulos criados
dentro do estado São Paulo.

Na Grande Loja Maçônica do Estado do Espírito Santo o Ritual Emulação, com o nome de Rito
de York, foi introduzido pela Loja Tiradentes Nº 65, fundada em 20 de abril de 1996, com
irmão pioneiros e na vanguarda da necessidade de buscarmos aproximação com as práticas
ritualísticas mundiais.

Como fruto do interesse de irmãos em desenvolver ainda mais o rito no âmbito da potência
maçônica do Estado do Espírito Santo foi fundada em 20 de agosto de 2003 a Loja Maçônica
Monte Sião Nº 79 também trabalhando no ritual emulação. Não deixando dúvida sobre a
escolha á época da introdução do “rito” na GLMEES o ritual das Lojas do “Rito de York” (Ritual
do Grau de Aprendiz Maçom - GLMEES) consta na sua capa, abaixo do texto Rito de York, a
expressão EMULAÇÃO. Fica consolidado que a escolha foi para a prática inglesa, optando-se
pelo nome Rito de York em face de tradição, equivocada, que se consagrou no Brasil.

Vejam o quanto é difícil entender ou distanciar o rito de yorque do emulação, que na verdade
são dois ritos, entretanto como foi mal traduzido no original, este nome yorque perdurou por
influência e interesse da Loja Unida da Inglaterra.
São discussões intermináveis e que me fazem lembrar a celeuma dos nossos rituais quanto ao
hemisfério que habita o REAA fazendo uma confusão entre luz e sapiência, colocando os
aprendizes em templo como se soubessem mais do que os companheiros.

O assunto é interminável, mas o meu tempo é terminável, portanto fico por aqui com a
intenção de intuir o interesse dos irmãos a estudarem este caso e muito obrigado por me
ouvirem, eu sou o Zildo da Loja abolição 100, jurisdicionada a GLMRS

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