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ARCO REAL
Nos três graus da Maçonaria Simbólica somos ensinados a lidar com nossos atributos
mundanos através de um código moral pelo qual conduzimos nossa relação com nossos
semelhantes e a sociedade em geral, e com as necessidades dos menos afortunados que
nós, bem como por um código de conduta de vida baseado nos cinco pontos de
companheirismo considerando três grandes princípios: Amor Fraternal, Alívio e
Verdade. No Arco Real, somos convidados a refletir e contemplar o nosso bem-estar
espiritual: nosso relacionamento com Deus, seja qual for a forma que nosso Ser
Supremo se apresente para nós.
Nos graus Simbólicos ilustramos nossos ensinamentos por meio da reconstituição da
construção do Templo do Rei Salomão. No Arco Real, adornamos esse edifício com
consciência e significado espiritual.
2) Por que nossos locais de reunião são chamados de Capítulos e não de Lojas?
A palavra Capítulo tem uma história longa e interessante. Parece derivar da palavra
francesa “chapitre” ou do latim “capitulum”, e a palavra “Capítulo” veio originalmente
do uso eclesiástico. Quando os monges nos tempos medievais se reuniam em uma
assembleia presidida pelo chefe de sua casa, ou por um alto dignitário, dizia-se que
estavam em “Reunião do Capítulo”. O seu local de encontro era a casa capitular, anexa
a uma catedral ou abadia, muitas vezes ricamente decorada. Um Sínodo ou Conselho do
clero de uma catedral, presidida por um Decano, era designado “Capítulo”, a reunião
correspondente de uma casa colegiada era um “Colégio”. Maçonicamente falando, é
uma palavra antiga, pois Maçons Operativos se reuniram em um “Capítulo Geral” nos
tempos medievais. A palavra foi usada nas primeiras constituições de Anderson (1723),
que deu aos Veneráveis Mestres e Vigilantes das lojas o direito e a autoridade de
congregar membros em capítulos “em qualquer emergência ou ocorrência”, mas este
uso não tinha na época qualquer associação com o Arco Real e, por cerca de dois séculos,
a tendência foi o de designar as reuniões fora dos graus simbólicos como “Capitulares”.
A Maçonaria tornou-se complexa durante o século XVIII. Um novo rito, o Arco Real, se
desenvolveu por volta de 1750, mas sua origem é obscura. Alguns acreditam que foi
inventado pelo Chevalier Ramsey, nascido em Ayr em 1686, e Orador da Grande Loja
Francesa. Alguns historiadores acreditam que o Arco Real se originou na Irlanda,
enquanto outros pensam que ele começou na França, mas os fatos talvez nunca sejam
conhecidos. O ponto de equilíbrio das probabilidades aponta que o Arco Real se
encontrava em um estágio embrionário por volta de 1738.
7) O Arco Real é uma Ordem ou um Grau da Maçonaria?
Ao sermos admitidos no Arco Real, somos informados de que “fomos exaltados a este
supremo grau...”, onde, como em outras partes da cerimônia, somos informados que o
Arco Real não é um grau, mas uma Ordem. A resposta é que quando se praticava o Arco
Real no século XVIII, ele era considerado um grau, e como pretendia revelar um
conhecimento pleno de Deus e de Seu verdadeiro Nome, passou a ser considerado o
Summum Bonum (o bem mais elevado) ou supremo grau. Mais tarde a maioria dos
elementos cristãos dessa ordem foram removidos, e depois de 1835 as outras ordens
cristãs, que continuaram a trabalhar de forma reservada e que mais tarde foram
totalmente restabelecidas, passaram a se considerar superiores ao Sagrado Arco Real.
Para a maioria dos Maçons, o Arco Real é e deve ser o grau supremo.
SAGRADO ARCO REAL
“UNIÃO E LIBERDADE” Nº 106
Fundado em 02/10/2021
SGCMSARB – SUPREMO GRANDE CAPÍTULO DOS MAÇONS
DO SAGRADO ARCO REAL
GOB – GRANDE ORIENTE DO BRASIL
A cerimônia foi realizada na sede do Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito
Escocês Antigo e Aceito, em São Cristóvão, Rio de Janeiro.
9) O que é a Maçonaria do Sagrado Arco Real?
O Livro das Constituições da Grande Loja da Inglaterra, por meio de uma Declaração
Preliminar do Ato de União entre as duas Grandes Lojas em dezembro de 1813, afirma
que “A Pura e Antiga Maçonaria consiste em três graus e não mais, a saber, o de
Aprendiz, o de Companheiro e o de Mestre Maçom, incluindo a Suprema Ordem do
Sagrado Arco Real”. Por mais de 200 anos, esta Declaração resistiu ao teste do tempo,
até que uma revisão estratégica do Sagrado Arco Real em 2007, recomendou que
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deveria haver uma ênfase mais clara, para “não restar qualquer dúvida” quanto ao
vínculo inseparável entre a Maçonaria Simbólica e o Sagrado Arco Real, afirmando que:
“A Ordem do Sagrado Arco Real é uma parte integrante da Pura e Antiga Maçonaria,
sendo a conclusão da Maçonaria e o próximo passo essencial na Maçonaria para todos
os Mestres Maçons”.
17) Quais são os quatro Principais Estandartes situados na parte oriental do Capítulo?
Eles se situam de cada lado do Triplo Tau e representam as quatro principais tribos de Israel: -
Judá, representado por um Leão; Efraim representado por um boi; Ruben, representado por um
Homem; e Dan representado por uma Águia. Eles foram incorporados ao Brasão de Atholl ou
Grande Loja dos Antigos, que apareceu pela primeira vez em 1764, evidenciando a conexão
muito próxima entre a Grande Loja dos Antigos e o Arco Real. A Bíblia cita várias alternativas de
ordenação dos Principais Estandartes, e sua ordem de distribuição parece ser uma questão de
costume e prática, dependendo de qual versão do ritual é usado pelo Capítulo. A sequência para
os Principais Estandartes, usado pela maioria dos Capítulos é Boi, Homem, Leão e Águia, e é esta
a ordem indicada pelo Supremo Grande Capítulo do GOB.
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23) Por que são dadas quatro batidas na porta na cerimônia de exaltação ao Arco Real?
- Os Graus Simbólicos são pontuados por três batidas, indicando que os três Graus do Ofício são
os três primeiros passos na Maçonaria. Assim, há a quarta batida para representar o quarto e
último passo que o Candidato está prestes a dar na busca dos Genuínos Segredos de um Mestre
Maçom. O Candidato entra e saúda como Mestre Maçom para provar o seu status ao Capítulo
reunido.
24) Quando o Candidato entra no Capítulo, as palavras de passe "Ammi Ruamah" são usadas, o
que elas significam?
As palavras de passe para ingressar num Capítulo do Arco Real eram, no passado, conhecidas
apenas pelos Past Masters da Maçonaria Simbólica, pois na época eles eram os únicos
autorizados a ingressar no Arco Real. Depois de 1835 a ordem foi aberta a todos os Mestres
Maçons e as senhas tiveram que ser alteradas. Precisando de uma senha substituta, diz-se que
o Duque de Sussex consultou seu amigo íntimo, o ‘Rabi Chefe’, que sugeriu as palavras atuais
como sendo derivadas da leitura judaica diária, que se encaixava com os trechos das Escrituras
apresentadas do Arco Real.
As palavras de passe Ammi Ruamah significam “meu povo encontrou misericórdia”. Assim, o
Candidato sente-se reconfortado com o fato de ele e seu povo terem sido perdoados pelos
“pecados da idolatria” cometidos anteriormente, razão da destruição do primeiro templo.
25) Por que o Candidato está prestes a participar da Luz dos nossos mistérios e receber um raio
do Divino Espírito?
Esta questão manifesta todo o propósito do Sagrado Arco Real - a revelação dos Genuínos
Segredos, por meio dos quais a luz vence as trevas, permitindo-nos progredir em nossa
existência terrena para que, no futuro, possamos contemplar nossa existência espiritual na
presença de nosso eterno Divino Criador.
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arquiteto, e agora são ocupadas por Zorobabel, o Príncipe do Povo, Ageu, o Profeta e Josué, o
Sumo Sacerdote. Portanto, tanto “Arco” quanto “Real” aparecem no título de nossa Ordem.
Tendo feito esse grande progresso, o Candidato e os dois Forasteiros se retiram para se
prepararem para a próxima parte da história.
33) Por que razão lemos uma passagem do Gênesis na cerimónia de exaltação?
Esta é mais uma indicação da descristianização do Arco Real. Originalmente a leitura a respeito
da luz era tirada dos primeiros versículos do Evangelho de São João, que era onde o Livro das
Sagradas Escrituras era geralmente aberto. Sendo a cerimônia do Arco Real ambientada no
Antigo Testamento, a leitura atual parece ser mais adequada e natural. As palavras latinas ‘Fiat
Lux’ que são vistas nos arcos dos capítulos, referem-se às palavras “Haja luz” conforme
registrado em Gênesis, Capítulo 1.
35) Por que o candidato segura o Livro das Sagradas Escrituras com na mão esquerda e coloca a
mão direita sobre ele?
Esta prática também está relacionada ao Antigo Testamento, remontando uma situação em que
não haveria um aparador para colocar os textos. Portanto, o candidato deveria colocar o livro
na mão esquerda para poder fazer seu juramento com a mão direita.
O Principal Forasteiro conclui sua história explicando como ele, com o benefício da luz, se
aproximou do Pedestal e cuidadosamente levantou o véu para ver o que continha no topo do
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Pedestal. A princípio recusou-se a dizer o que percebeu serem os Segredos genuínos e só o faz,
mais tarde, quando os Principais solicitaram que explicasse, de maneira cautelosa. Só então é
que o véu é removido do Pedestal para a revelação dos Segredos.
Os Forasteiros estavam ansiosos por ajudar na construção do segundo Templo, depois que o
primeiro foi cruelmente destruído pelos pecados de seus antecessores, mas devido à sua
chegada tardia, foram-lhes conferidos trabalho mais modesto que consistia na limpeza do local
abandonado. Foi no entanto, a partir desse início humilde, que eles se destacam através de seus
próprios esforços, alcançando sua recompensa final: encontrar os Segredos genuínos que
estavam perdidos há séculos e, como recompensa, tornaram-se “príncipes” e membros do
Grande Sinédrio.
Você deve se lembrar de que ‘Os Segredos’ explicados em cada um dos três Graus do
Simbolismo, a ‘palavra’ é compartilhada entre dois irmãos, seja soletrando-a ou dividindo-a,
evitando assim que a palavra seja dada, por inteiro, a uma pessoa não qualificada. Da mesma
forma, o sigilo é preservado no Arco Real com relação ao Nome Sagrado, J.H.V.H., sendo dividido
em três sílabas, cada uma sendo falada em sequência por um Companheiro diferente.
Está também relacionado diretamente com a nossa história Capítulo, na medida em que na
escritura hebraica o nome de Deus é considerado sagrado e sua pronúncia sempre foi guardada
com muito cuidado e, assim como em várias religiões, o nome nunca pode ser pronunciado, a
não ser por iniciados em um círculo interno, ou é falado apenas em momentos prescritos
durante certos rituais e compartilhados por sílabas. De fato, na conclusão do Templo de
Salomão, o nome de Deus foi declarado ilegal; seu uso público era punível com a morte.
41) Por que Ciro liberou os judeus para voltarem à sua terra natal e ajudarem na construção do
templo?
Ciro pensava que seria melhor servido pelos judeus com eles trabalhando, voluntariamente, em
seu próprio país, do que tentando controlá-los como prisioneiros da Babilônia. Sabia também
que eles pensariam que Deus havia influenciado sua mente para libertá-los. Ciro, portanto,
sentiu que assim eles seriam melhor controlados e não se voltariam contra ele em função de
sua boa ação. De fato, o trabalho começou, mas Ciro morreu antes que sua promessa pudesse
ser cumprida e seu sucessor, Cambises , interrompeu o trabalho.
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Dario, que sucedeu a Cambises, concordou em completar o trabalho e, por esta razão,
Zorobabel, acompanhado por Josué, o Sacerdote, retornou a Jerusalém para realizar a tarefa,
com os judeus sendo consolados e encorajados por Ageu, o Profeta. Assim, por uma questão
histórica, Zorobabel, Josué e Ageu foram associados apenas na época da retomada dos trabalhos
sob Dario, e não nos dias de Ciro.
Zorobabel é um nome babilônico que significa filho da Babilônia. Ele era descendente direto de
Davi. Foi um dos três guarda-costas do rei Dario. Dario deu a cada um dos guarda-costas um
teste de sabedoria e ficou tão satisfeito com a resposta de Zorobabel que permitiu que ele
pedisse o que quisesse. Em vez de escolher riquezas, terra ou posição, Zorobabel implorou a
Dario que cumprisse um antigo decreto de um monarca persa anterior, e libertar os judeus de
seu cativeiro, permitindo que voltassem para casa em Israel e reconstruíssem o Templo de
Salomão em Jerusalém. Dario atendeu seu pedido e o fez Rei dos judeus.
Ageu foi profeta na época de Zorobabel, e em 520 a.C. exortou os judeus a reconstruírem o
templo, prenunciando sua futura glória. Disse que enquanto a casa de Deus não fosse
reconstruída a vida dos judeus estaria maculada, e explicou que a divina bênção recompensaria
o povo e Zorobabel com templo reconstruído. O trabalho no templo foi retomado três semanas
depois.
Josué também nasceu durante o cativeiro da Babilônia. Ele era um levita designado por Ezequias
para distribuir ofertas nas cidades sacerdotais e se tornou o primeiro sumo sacerdote após o
retorno sob Zorobabel. Ele foi o ancestral de catorze futuros Sumos Sacerdotes.
Ambos nasceram na Babilônia. Esdras foi a Jerusalém em 457 a.C. para levar oferendas para o
serviço do Templo e restabelecer as leis de Moisés, antes de regressar para a Babilônia,
retornando novamente apenas treze anos depois, tornando-se ativamente envolvido com
Neemias na realização de importantes obras, antes de voltar para a Babilônia, onde morreu.
Neemias era um nobre a serviço do rei da Pérsia e foi enviado a Jerusalém em 445 a.C., como
governador, para proteger o bem-estar dos Filhos de Israel e organizar a reconstrução das
muralhas da cidade e a fortificação dessa cidade desolada. Com a ajuda de Esdras, Neemias fez
um recenseamento do povo, publicou a Lei, celebrou a Festa do Tabernáculo e restabeleceu o
Dia da Expiação. Ele também voltou para casa para morrer na Pérsia.
46) Que conhecimento adicional é transmitido pelas preleções Histórica, Simbólica e Mística?
A preleção Mística, que muitas vezes é incluída na cerimônia de Exaltação, explica não apenas
os cinco sinais do Grau, mas também a importância do Nome Sagrado. As preleções Simbólica e
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Histórica contêm informações muito interessantes sobre o simbolismo do Sagrado Arco Real e
a história da Maçonaria em geral. Todas as três preleções estão contidas no ritual e vale a pena
serem lidas novamente, pois juntas elas dão uma visão fascinante do lugar importante que a
Maçonaria do Arco Real ocupa na hierarquia da pura e antiga Maçonaria. Elas confirmam como
é importante completar a experiência maçônica.
47) Na cerimônia, por que nos referimos tanto a um arco quanto a uma cripta?
É devido a união de duas lendas; uma delas alegava que o último segredo foi alcançado
atravesando-se os Arcos de Enoch (e é por isso que algumas tábuas do Arco Real mostram uma
descida através de nove arcos até a cripta). A outra alega que o objeto de nossa busca estava
em uma cripta abobadada onde Hiram Abiff foi enterrado. Nós, portanto, mantemos a menção
tanto ao Arco quanto à cripta, ainda que a história dos Forasteiros, provavelmente tirada da
Lenda de Julião, se relacione com as tentativas romanas de reconstruir o Templo de Herodes e
seja o tema de uma Preleção do ritual Domático.
Os estudos de Euclides e Platão envolveram a análise de muitas condições e formas. Nos estudos
de Platão, ele e seus discípulos notaram que apenas cinco formas são completamente iguais,
independentemente do ângulo em que são vistas. As formas são reconhecíveis como as
seguintes: - O Tetraedro, o Octaedro, o Hexaedro, o Icosaedro e o Dodecaedro. Essas formas são
subsequentemente chamadas de “Os Cinco Sólidos Platônicos” e representavam os quatro
elementos básicos deste mundo (fogo, ar, água, terra) e a quinta, o céu, representava seu
universo abrangente.
A datação do Arco Real é do início do Segundo Templo em 530 a.C., de forma que o ano 2022 se
torna Anno Inventionis, ou o ano da descoberta, 2552.
Nove - uma petição para erigir um novo capítulo deve ser assinada por pelo menos nove
companheiros.