Você está na página 1de 8

Bloco Formativo

MISSÃO
IESUS TOTUS, TOTUS IESU

15. Queremos ir ao encontro dos jovens flagelados pelas drogas


Dentre os pobres, nos sentimos impelidos a darmos uma especial atenção
para os jovens mais empobrecidos, carentes daquele amor com que Jesus amou
Madalena e que o filho pródigo foi acolhido pelo pai. Queremos ir ao encontro dos
jovens marcados pelo flagelo das drogas e que fizeram do prazer a finalidade
última de suas vidas. Queremos ir ao encontro dos jovens que, por causa de
comportamentos inconsequentes ou pela falta de oportunidade, se encontram nas
“biqueiras” 1 , nas “zonas”, nas ruas, nas cadeias, etc. A eles oferecemos um lar
para recomeçar: casas de acolhida para ajudá-los na luta contra os vícios;
encontros de evangelização que possibilitem o encontro misericordioso com a
pessoa de Jesus e a vida nova inaugurada pelo derramamento do Seu Espírito. A
eles oferecemos também nosso tempo, para que através de um diálogo acolhedor
se sintam amados, valorizados e respeitados.
Queremos ir ao encontro dos jovens que, acidentados por seus próprios
comportamentos inconsequentes ou de seus familiares e/ou pela falta de oportunidade,
se entregaram aos vícios, pecados e a todo tipo de desregramento, e por isso se
encontram nas “biqueiras”, nas “zonas”, nas ruas, nas cadeias, etc. Nossas fontes são
muito claras nesse sentido: nascemos com uma finalidade apostólica – ser instrumentos
da salvação de Deus na vida de nossos amados filhos, e servindo a Deus com fidelidade
para salvar as nossas almas.
Essa juventude ou ainda, este povo desfavorecido é o nosso rebanho. Sem
sombra de dúvida acertaria quem dissesse que quando Deus pensou e gestou a
Fraternidade dos Pobres de Jesus Cristo no seio da Santíssima Trindade Ele já tinha
bem claro para quem nos destinaria, a quem salvaria, e que obra faria por meio da nossa
humilde opção pelos pequeninos. O Carisma dos(as) PJC’s, entregue a homens e
mulheres frágeis e passíveis de erros, traz em si uma profunda resposta ao grito de
socorro do homem pós-moderno que vive tão carente de sentido, significado e
orientação.
Neste quesito, usando de uma abordagem mais realista, poderíamos tratar do
assunto levando em consideração que nem sempre queremos este encontro, ou nem
sempre estamos psicológica e fisicamente dispostos a ele. E que não poucas vezes,
diversos acontecimentos pessoais/cotidianos insurgem-se para nos arrancar ou arrefecer
o nosso amor serviçal aos nossos filhos e filhas prediletos(as).
Permitam-me a ousadia em alguns questionamentos que são de longe muito
sérios. Não seria pertinente nos questionar sobre a ousadia a qual nosso Santo Carisma
nos convida a viver nossa vida apostólica? Temos realmente ido ao encontro dos nossos
filhos(as)? Ainda existem almas nesta obra dispostas a entrar numa “biqueira”, numa
“quebrada” para convidar um(a) jovem/filho(a) para um resgata-me, ou será que só os
paroquianos o necessitam? Será que aqueles(as) que já encaminhamos para as nossas
casas (de triagem/chácaras/casa de ressocialização) realmente recebem minha visita
pelo menos uma vez ao ano? E quando visito existe algum desejo de levar-lhes algo de
sua necessidade seja material ou espiritual ou apenas vou para ver pessoas da
comunidade que me são queridas? Ainda existe em nosso meio aquele comportamento

1
Hoje em dia, na gíria urbana popular, a palavra BIQUEIRA significa: boca de fumo, lugar onde se vendem
drogas, "bocada". Disponível em https://www.dicionarioinformal.com.br/diferenca-entre/biqueira/boca-
de-fumo/ , acessado em 20 de julho de 2023.
Bloco Formativo
MISSÃO
IESUS TOTUS, TOTUS IESU

demagógico do qual afirmamos que amamos os pobres, mas ainda passamos um ano ou
mais sem visitar os nossos filhos(as), seja nas cadeias, nas pastorais de rua, ou em
nossas casas sem sequer sabermos o que necessitam?
Não há dúvidas: queremos servir Jesus nos mais pobres. Mas esse querer,
portanto, precisa de uma FIRME DECISÃO, assim como Jesus tomou a firme
decisão de ir para Jerusalém se imolar e se sacrificar pela humanidade. Precisa de
uma motivação maior, mais autêntica, mais séria e comprometedora – e por que não
dizer sublime e divina –, precisamos de um autêntico princípio: esse princípio é o nosso
amor oblativo por Jesus.
O que queremos dizer com amor oblativo? Significa dizer que servir nosso
Senhor nos seus pequeninos exige de nós sacrifício, e vida de sacrifício só se sustenta
com as santas virtudes. Numa de suas cartas, nosso pai fundador nos orientou que nesse
sentido, afirmando que tal doação só pode ser carregada de amor, se for proveniente de
uma vida de piedade, que por sua vez produzirá mais amor, ardor e generosidade.
A Piedade é antes de tudo um DOM do Espírito Santo e que produz em nós
uma afeição filial para com Deus. Esse dom nos leva a ADORAR a Deus
com um SANTO ARDOR e um GENEROSO AMOR. Basta olharmos ao
nosso redor e constatarmos que aqueles que nos deixaram já haviam deixado
antes a vida de piedade, ou seja, já haviam abandonado o Santo Ardor para
com Deus e o Amor Generoso que os levavam a sacrificarem-se pela Sua
glória e a colocarem-se a serviço dos mais pobres. Sem uma vida de piedade
tudo se tornará mais difícil e os exercícios espirituais que nosso Carisma nos
pede se transformarão num jugo insuportável. Creiam filhos e filhas, é
impossível manter nossa vida em Deus sem O amar profundamente. A
piedade, só a piedade é que pode transformar nossa vida espiritual num doce
diálogo com Deus. Nos diz o adágio latino: Ubi amatur, non laboratur.
“Onde há amor, não há labor”. Só o amor dar sabor ao labor. 2
Ou seja, nossa vida de busca pelo Senhor é o fundamento e toda a estrutura que
sustenta tudo o que nós fazemos. Se o pensador René Descartes 3 dizia em seu célebre
axioma “penso, logo existo”, poderíamos parafraseá-lo dizendo seguramente que na
vida cristã a lei que rege é “rezo, logo existo”.
Sem a oração não existirá vida divina em nós, desse modo não haverá o
nutrimento da vida espiritual, logo a existência das virtudes teologais, a saber, a fé, a
esperança e a caridade estarão comprometidas em nossas almas. Concluímos então que
sem oração não existo como ser espiritual, pois restaria apenas um ser carnal, movido
por suas próprias paixões e não pela razão iluminada pela fé, nem a vontade movida
pela esperança e caridade. Tudo isso precisa ser levado em consideração quando
pensamos e refletimos em nossa prática missionária-pastoral. Vida pastoral fecunda é
fruto de vida interior autêntica, isto é, vivida na fidelidade.
Se as virtudes não existem, o que existe? Obviamente que todos podemos
possuir virtudes naturais, como por exemplo algumas virtudes morais, como a
prudência, justiça, a benignidade, a coragem... Mas é necessária uma ação da graça
divina para iluminá-las, transcendê-las e elevá-las ao nível da caridade que brota de

2
Pe. Gilson. Nuntio Vobis, Junho de 2009
3 “Penso, logo existo” (cogito, ergo sum) é uma frase icônica de autoria do filósofo francês René
Descartes (1596 – 1650). Foi publicada originalmente no livro O discurso do método, de 1637.
Bloco Formativo
MISSÃO
IESUS TOTUS, TOTUS IESU

Deus. E essa obra só pode acontecer mediante o movimento da graça que nos atinge só
e somente só quando nos abrimos à vida orante.

Toda a nossa vida, presente e futura, depende do lugar que nela a oração
ocupa, do tempo que a ela dedicamos e da qualidade dos nossos encontros
com o Mestre, o Bom Pastor, o Bom Samaritano, o Dono da Vinha. Uma
coisa é termos na cabeça a ideia de que o fogo queima, e outra é pôr as mãos
no fogo, fazendo assim a experiência de que o fogo queima. Outra ainda é
ter na mente a ideia de que a água sacia a sede, e outra é beber um copo de
água fresca numa tarde quente de verão. A mesma coisa vale também para
a oração. Uma coisa é saber que ela é importante, outra coisa é “tremer” de
emoção perante uma presença infinitamente amante e amada. 4
Sem isso nada tem sentido. Como já dissemos anteriormente, seríamos meros
filantropos, assistencialistas... E perguntamos, o que realmente aumenta a vida da graça
em nós? Em primeiríssimo lugar vem a oração, seguidos da vida sacramental e demais
exercícios da vida ascética. Profundidade vem de oração e de reflexão. Quem não reza,
não lê, e não medita e nem reflete no que reza e lê, nunca será profundo. E o que é mais
preocupante, todo aquele que vive na superficialidade (da fé, do amor a Deus e ao
próximo, da doutrina, da espiritualidade, do Carisma, da Igreja) só terá superficialidade
e mediocridade para oferecer.

Tal mentalidade, onde o mais importante é o aqui e o agora (e não mais o


eterno), minha satisfação pessoal (e não mais a Cruz de Cristo), minha
autonomia completa e absoluta (e não mais a vontade Deus), entrou de cheio
na vida religiosa (e da vida laical também). Para sair dela só há uma maneira e
que bom que nós a descobrimos: voltar para Deus. É preciso que sejamos
“ESPECIALISTAS NA BUSCA POR DEUS” (cf. PC 66). Em renovação
interior não pode haver renovação exterior que tenha êxito. Por isso, o segredo
para continuarmos a ser uma Obra que faz a diferença, em que se pode viver o
Evangelho e antecipar as alegrias eternas É CONTINUARMOS A SER
HOMENS E MULHERES DE ORAÇÃO. Essa é uma conditio sine qua non
para a vida religiosa. Condição sem a qual ela não pode existir. Quando não se
reza, Deus nada mais é que um “Zé Ninguém” para nós. Quando não se reza,
Deus se torna uma mera abstração. Ora, amados irmãos e irmãs, ninguém sente
entusiasmo em lutar por teorias; ninguém se relaciona por muito tempo com
puras abstrações e especulações. Quem sabe, isso explique o desânimo, que
com o passar do tempo vai minando de alguns, o anseio de rezar. 5

Evidentemente que toda a nossa procura pelo Senhor, se for autêntica, produzirá
frutos verdadeiros. Vejamos como são questionadoras as reflexões do nosso padre a esse
respeito:

Não somente o desejo de rezar, mas também todo o resto. Que sentido tem
perdoar sem um Deus vivo no coração? Pura imposição. Que sentido tem
ajudar os pobres? Mera revolução. Que sentido tem ser casto e obediente?
Apenas castração. Quando se deixa de rezar, Deus morre, não n’Ele mesmo,
mas em nós. Somente quando se reza é que Ele começa a ser alguém.
Na fidelidade à vida de oração Deus vai sendo cada vez mais Deus para nós e
tudo passa ter mais sentido. A ida às ruas e às cadeias para encontrar-se com
os pobres e presos, os 12 passos dados aos filhos nas nossas chácaras, a troca

4
Idem.
5
Pe. Gilson. Nuntio Vobis, Junho de 2015.
Bloco Formativo
MISSÃO
IESUS TOTUS, TOTUS IESU

de fralda dos acolhidos acamados... tudo se torna “prenhe” de significado, de


vida, de gratidão e de gratificação.
A Santa Missa deixa de ser algo cansativo e repetitivo, mero ritualismo, para
ser banquete espiritual. A castidade deixa de ser repressão para ser fonte de
plenitude. A vida fraterna deixa de ser “minha maior penitência” para ser
“geradora de sentidos”. (...)De fato, é a comunidade que dá sentido aos nossos
dons, a nossa missão, a nossa vida como um todo. 6

É desse modo, cheios de Deus, cheios da experiência com o Amado, que queremos
dar o amor que brota de Seu Sacratíssimo Coração. Não devemos dar outra coisa aos
nossos pobres senão o amor de Deus. É assim que daremos a eles um lar, atenção, diálogo,
conversas amigáveis, alegria, abraços, sorrisos, partilhas, conselhos, acolhida, enfim...
AMOR, pois Deus é amor (cf. 1Jo 4,8). Dar amor de Deus é dar o próprio Deus.

16. Queremos formar um exército


Queremos com tudo isso, formar um exército onde os próprios jovens sejam
evangelizadores dos jovens. Como membros de uma Igreja missionária, nos
colocamos em total espírito de disponibilidade, para em nome dela, sermos
enviados aos mais pobres de todo o mundo. (NF 80-81)

O excesso de humanismo com o qual vínhamos conduzindo essa Obra até


agora precisa dar lugar a decisões firmes e imparciais. Não! Não se pode servir
a dois senhores (Mt 6,24). Não queremos mais consagrados que sejam de Deus
pela metade. Ou tudo ou tudo! Não se trata de declarar a caça às bruxas da
Idade Média e nem tampouco de nos tornarmos implacáveis, se trata de
construir a nossa Fraternidade sobre a rocha, pois do contrário, se continuar
sobre solo arenoso, ela cairá e a sua ruína será completa (Mt 7,27) e nós
amamos demais essa obra de Deus para permitirmos que tal desgraça
aconteça. 7

Começamos esta reflexão com as intuições desse trecho do escrito de nosso pai
fundador para os consagrados quando proferiu o grito do senhorio de Jesus numa
convocação em julho do ano de 2008; seu título era “Convocação para o tempo do
Senhorio”. O conteúdo dessa carta estava carregado de um verdadeiro grito de Deus para
nós, com palavras fortes, e ao mesmo tempo norteadoras; o padre nos entregou naquele
momento palavras que sinalizavam para qual rumo nossa pequena obra deveria seguir.
Neste presente estudo, vamos fazer memória a essa inspiração divina dada ao nosso padre,
sobretudo no que diz respeito à formação do exército de nossa pequena obra.

Queremos com tudo isso, formar um exército onde os próprios jovens sejam
evangelizadores dos jovens. Aqui o padre nos fala a partir das nossas fontes, acerca da
necessidade de se formar a nossa juventude e os nossos filhos para que sejam um
verdadeiro exército que lute pela sobriedade e pela santidade. Interessante que o texto traz

6
Idem.
7
Pe. Gilson, Convocação ao tempo do Senhorio, 2008.
Bloco Formativo
MISSÃO
IESUS TOTUS, TOTUS IESU

a formação desses jovens como sendo um grito de Deus para a nossa obra. Não dá para
ler essas impactantes palavras e pensar que se referiam apenas àquele momento histórico
no qual foi escrito. Esse escrito é para hoje! As moções de Deus não desatualizam, quando
Deus grita, Ele grita para construir algo e, no nosso caso, Ele estava a construir nossa
identidade carismática. Não nos esqueçamos, a conversão e a salvação das almas unidas
ao serviço aos pobres são elementos fundantes de nosso santo Carisma. Portanto, nas
palavras do padre: “Precisamos traçar já uma estratégia para que nossos filhos
possam voltar ao inferno não mais para serem escravos de Satanás, mas para
derrotá-lo e libertar as almas que ele mantém cativas.” E, seguindo essas orientações,
seguramente podemos crer que é vontade de Deus que essa elaboração de uma estratégia
seja feita em cada missão onde exista um núcleo carismático de nossa obra.

Vejamos, não é simplesmente fazer pastoral, acolher em casa, fornecer um bom


método terapêutico, é traçar uma estratégia para que tudo o que fazemos seja capaz de
oferecer aos filhos, filhas e qualquer pessoa que se encontre conosco, que se aproxime de
nosso Carisma possa encontrar com uma possibilidade de salvação, de modo que nossas
atividades sejam saudáveis também para todos os que a eles servem e se sacrificam. Não
nascemos simplesmente para dialogar e respeitar o diferente, abrindo mão das verdades
de fé às quais o Senhor nos mandou dar a vida. Nascemos para o mandato evangélico:
“Ide por todo o mundo, a todos pregai o evangelho.” (Mc 16,15)

Vidas precisam ser salvas. O inferno precisa ser saqueado. Os únicos que
possuem o mapa são os nossos filhos prediletos que vivem conosco. Sem eles
nós não chegamos ao inferno. Por isso é que durante esse tempo de Senhorio
que se inicia precisamos olhá-los não somente como meros ex-dependentes8 ,
mas, sobretudo, como soldados que devem ser forjados para ocuparem o seu
devido lugar nesse exército que se levanta. Não basta recuperar! É preciso
capacitar para a luta. Se até agora, pouco avançamos, é porque os filhos
prediletos desse carisma não assumiram o seu verdadeiro lugar nas fileiras da
nossa Obra.

A armadura do cristão, rezada todos os dias por eles, precisa deixar de ser uma
mera repetição e passar a ser uma realidade na vida de cada um deles. É preciso
formá-los na verdade. Nossos filhos urgem por empunharem a espada da
Palavra de Deus e o escudo inabalável da fé. Não queremos ter somente o
melhor método terapêutico de recuperação de dependentes químicos,
queremos ter um método que os coloquem em ordem de batalha. Não temos
mais o que esperar, é preciso agir e já. As fileiras do exército inimigo crescem
assustadoramente e tem arrastado multidões. Coloquemos os generais que
vieram para o nosso exército em prontidão. 9

8
Ao invés de ex-dependentes químicos melhor usar o termo ex-usuários, pois a dependência química é
uma doença progressiva, incurável e fatal, logo uma vez dependentes químicos, se carregara a
enfermidade crônica até o fim da vida).
9
Pe. Gilson, Convocação ao tempo do Senhorio, 2008.
Bloco Formativo
MISSÃO
IESUS TOTUS, TOTUS IESU

Aqui aparecem claramente dois grupos que estão no campo de batalha no qual
Satanás briga pela posse de suas almas: jovens e filhos. Mas é óbvio que para formar os
“mais novos” para o seguimento de Cristo, deverá haver um grupo de “mais velhos”
atuando nesse “front” de batalha. Consagrados, leigos, jovens e filhos que assumiram este
Carisma constituem esse grupo vocacionado ao árduo serviço da salvação das almas.
Translitero aqui as palavras do nosso padre a esse respeito, quando na quaresma de São
Miguel de 2018 nos convocava neste mesmo sentido:

Eis aí, Bellator Deus – Guerreiro de Deus – tua convocação para a Quaresma
de São Miguel. Viveremos essa Quaresma Angelical tendo diante de nós a
reflexão feita na última reunião do Conselho da Fraternidade. Na verdade, mais
do que uma reflexão, ela é, também, uma CONVOCAÇÃO. Convocação feita
aos membros mais antigos de nossa Obra. Mais do que em qualquer outro
tempo, precisamos do testemunho dos irmãos mais velhos desse Carisma. É o
vosso testemunho que apresentará Jesus de Nazaré para as gerações mais
novas. É através do vosso testemunho, que eles saberão que Jesus tem poder
para transformar vidas. É por meio dele, que os irmãos mais novos serão
convencidos de que vale a pena ser TODO DE JESUS. Vocês já pararam para
pensar por que uma criança passa horas e horas sentada na frente da televisão,
assistindo o mesmo episódio do desenho, série ou filme favorito? Isso ocorre
porque na infância o interesse é despertado a partir da possibilidade de interagir
com a trama, à medida que já conhecem diálogos e ações das cenas, ou seja, a
criança precisa repetir para poder aprender e assim participar ativamente da
história.

Isso serve, também, para aqueles que estão acabando de chegar na


Fraternidade, vindos de um encontro querigmático, ou de uma pastoral de rua,
ou de alguma missão itinerante, ou por nos ter conhecido nas redes sociais... O
primeiro Evangelho que muitos vão ler será a vida daqueles que já são
membros da comunidade. A esse respeito, bem dissera São Paulo: Tornai-vos
os meus imitadores, como eu o sou de Cristo (1Cor 11,1). Paulo sabia que antes
de conhecerem a Jesus, os que estavam chegando na comunidade conheceriam
a vida dele. Pelo seu testemunho é que chegariam ao conhecimento do Mestre.

Os séculos se passaram, mas o método para conhecer e crer em Jesus continua


sendo o mesmo: O EXEMPLO. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz,
assim façais também vós (Jo 13,15). Fazer o que Ele fez será, sempre, a porta
de entrada para a comunidade dos discípulos. A esse respeito são ainda, bem
atuais, as palavras de Bento XVI: A Igreja não cresce por proselitismo, mas
por atração. A fé se transmite, mas por atração, isto é, por testemunho.
(Homilia da Missa de inauguração da 5ª Conferência Geral do Episcopado
Latino-americano e do Caribe, Aparecida, 13 de Maio de 2007). 10

Só se vence o mal, a carne e o demônio, vencendo o mundo! E só se vence o


mundo pelo TESTEMUNHO. Não podemos trazer o mundo para dentro das coisas santas.
Não podemos entregar este Carisma que é santo, ao mundanismo. O mundanismo nos
rouba a autoridade espiritual, o zelo pelo Carisma, o zelo pelas coisas de Deus. É
impossível se abrasar, como dizia Elias, “eu me consumo de zelo pelas coisas do

10
Idem.
Bloco Formativo
MISSÃO
IESUS TOTUS, TOTUS IESU

Senhor, Deus dos exércitos...” (I Reis 19,10) sem romper com o mundo. Nosso Senhor
também disse no Templo: “o zelo pela tua casa me consome!” (Jo 2,10) Mas quem vive
consumido pelas coisas do mundo jamais se consumirá pelas coisas de Deus, pois seu
coração não está no Senhor, muito menos no temor de Deus, está nas coisas do mundo,
portanto, vive dividido e não sabe a quem agradar.

Os membros dessa obra pelo aspecto Devocional, Pneumático e Jesusítico são


convocados a viver de uma profunda piedade, rica em fé e amor, que os leva a zelar pela
salvação das almas e pela construção do Reino de Deus, custe o custar. Ainda no final da
convocação escutamos o convite do padre para levantarmos os ministérios e os grupos de
estudos, ou seja, desde o grito do Senhorio de Jesus que aconteceu em 2008, o nosso pai
fundador já nos conclamava para vivermos a comunidade ministeriada, a
profundidade na oração e na Palavra de Deus e o combate espiritual, sem os quais
seria impossível formar um verdadeiro exército que luta pela santidade:

Levantemos os ministérios! É preciso que se levante o ministério de


intercessão no meio dos consagrados. Essa obra precisa de canais abertos por
onde as graças sejam derramadas. Com ele levantemos também o ministério
de Combate Espiritual. Façamos grupos de estudos. Estejamos alerta para
qualquer manifestação do mal no lugar em que nossa base militar se encontra.
Ministremos a cura, o avivamento, a libertação de todos os males. Ministremos
a Palavra com firmeza, sabedoria e poder. Ministremos o louvor. 11

11
Idem.

Você também pode gostar