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O Tabernáculo: A Arca da Aliança

Por Bryan D. Estelle em 3 dez, 2018


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o sumário
A arca da aliança tem um longo, nobre e importante legado.
Instruções para a sua construção e explicações referentes a um local
de encontro, entre Deus e os seres humanos, são dadas em primeiro
lugar em Êxodo 25.20-22. Existem, na Bíblia, mais de vinte diferentes
designações para a arca. Essa arca retangular de madeira de acácia
era banhada a ouro e coberta por dois querubins alados que se
estendiam um de frente para o outro, sob aquelas asas estava o
propiciatório, e no Dia da Expiação, era ali que o sumo sacerdote
aspergia o sangue dos sacrifícios para a propiciação e expiação dos
pecados.

A arca continha três itens: os Dez Mandamentos escritos em duas


tábuas (Êx 25.16; 40.20; 1Rs 8.9), a vara de Arão (Nm.17) e um vaso de
maná (Êx 16.33). Visto que palavras e frases como: “aliança” (Dt 4.13),
“palavras da aliança” (Êx 34.28) e “testemunho” (Êx 25.16, 21; 40.20; 2Rs
17.15) são todas terminologias alternativas para “Dez Mandamentos”,
pode ser que as duas tábuas colocadas na arca contivessem cópias
dos termos da aliança para as duas partes: Deus e Israel.

Mais importante ainda, a arca simbolizava, para os israelitas, a


presença de Deus e era uma espécie de templo virtual colocada no
tabernáculo.

Na história mais antiga de Israel, a arca serviu como salvaguarda, um


objeto sagrado que garantia a segurança do povo de Israel,
especialmente na guerra. A presença de Deus como um guerreiro
divino representando seu povo é representada de várias maneiras ao
longo do Antigo Testamento. Uma música marcial acompanhava a
movimentação da arca:
Partindo a arca, Moisés dizia: Levanta-te, SENHOR, e dissipados sejam
os teus inimigos, e fujam diante de ti os que te odeiam. E, quando
pousava, dizia: Volta, ó SENHOR, para os milhares de milhares de
Israel. (Nm 10.35–36).
Essa canção evidenciava a identificação de Yahweh com a arca. A arca
simbolizava a presença de Deus no meio de seu povo quando eles
saiam para a batalha contra os habitantes de Jericó e contra os
filisteus, e chegou a ser levada para a batalha por Davi, isso fazia da
arca um santuário móvel.

O auge da importância da arca, na história redentora do Antigo


Testamento, veio quando Davi trouxe a arca para Jerusalém (2Sm 6.12-
19; Sl 24.7-10; 132). Davi queria construir um templo no qual a arca
seria colocada; no entanto, essa tarefa ficou para seu filho. Quando
Salomão construiu o templo, ele colocou a arca no Santo dos Santos
(1Rs 8; 2Cr 5). Nesse tempo, o templo passou a ocupar um lugar de
destaque nos rituais de Israel, e a arca teve sua importância
diminuída.

A arca desapareceu presumivelmente quando os babilônios


saquearam Jerusalém, contudo, Jeremias, o profeta, disse ao povo que
não se desesperasse ainda que a arca não fosse recuperada; e mais,
que Jerusalém se tornaria o lugar do trono e da presença de Deus, o
novo centro onde, no futuro, um grande fluxo de adoradores e servos
viria prostrar-se diante do escabelo dos pés de Jesus Cristo, seu rei.

A arca da aliança e, mais particularmente, o propiciatório, era o local


onde Moisés recebia a palavra de Deus: “Ali, virei a ti e, de cima do
propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do
Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que eu te ordenar para
os filhos de Israel”. (Êx 25.22). Era também o lugar onde Moisés podia
orar a Deus em favor do povo (33.7–11; 34.34; Números 12. 4–8).
Samuel ouviu a palavra de Deus quando estava deitado no templo em
frente à arca (1Sm 3.3). Este era um lugar de oração (1.9), e
provavelmente tenha sido diante da arca que Davi orou como
registrado em 2 Samuel 7.18. Pode até ter sido diante da arca que
Isaías recebeu seu chamado (Is 6).
Os hebreus não eram muito propensos a representar Deus de forma
visual; em vez disso, eles o representavam em palavras. Que melhor
maneira haveria do que um retrato espiritual de seu Deus sendo
revelado pelo próprio Deus em testemunho de “palavras”? Pois foi
nesse “testemunho” nas tábuas de pedra que o caráter absolutamente
moral de Deus foi revelado. Quando Cristo veio, esses tipos e sombras
passaram. Todas essas sombras deram lugar ao verdadeiro templo (Jo
2.19-22). Jesus, que antes de se encarnar, era a Palavra de Deus no
Antigo Testamento, tornou-se a Palavra de Deus que “tabernaculou”
entre os seres humanos (Jo 1.14; Cl 2. 9).

Agora, Jesus, o verdadeiro Guerreiro Divino, age efetivamente em


nome do seu povo através da sua Palavra (1Ts 2.13). Jesus é, agora,
nossa luz e guia (Jo 8.12). Voltando-se para o que um autor chamou de
“Acrópole da fé cristã”, observamos que o apóstolo Paulo declara que
Cristo agora realizou um sacrifício que aplacou a ira, um sacrifício de
expiação pelos pecados do seu povo (Rm 3.25). O tipo deu lugar ao
antítipo.

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