Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
002
06ABR2020
Assis Carvalho disse certa vez que há símbolos que marcam a sua pre-
sença entre os demais com uma força tal, que não há como descrevê-los em
poucas linhas. O Pavimento Mosaico ou Quadriculado, no Rito Escocês Antigo
e Aceito (REAA), é um desses símbolos, que vem suscitando ao longo do tempo
inúmeras discussões.
Entre uma gama de significados que são atribuídos a esse, que é um dos
ornamentos da Loja, o Pavimento Mosaico tem na representatividade exposta
dos seus ladrilhos pretos e brancos, a dualidade, a “Lei dos Contrastes” que são
inerentes à nossa própria existência, o bem e o mal que irão permear os cami-
nhos que escolhermos na vida, a luz e as trevas que sempre se farão presentes,
as alegrias e as dores, mas, que também de forma paradoxal, digamos, podem
encerrar a ideia de um delicado equilíbrio onde estão sustentadas as energias
positivas e as negativas, as mesmas que conduzem a uma coesão das forças que
regem o Universo.
É dito também que este pavimento não possui a importância que alguns
autores místicos quiseram atribuir-lhe, já que antigos rituais escoceses nem se-
quer o mencionam, o que vem demonstrar também uma finalidade decorativa,
não tão essencial à Ritualística e à Simbologia Maçônica.
O Pavimento deve ser formado por quadrados brancos e pretos em dia-
gonal e não como é comumente usado, imitando um tabuleiro de xadrez. Aliás,
neste presente trabalho, não me deterei nas incursões de Jules Boucher sobre
o Pavimento Mosaico, até pelo fato de que ele faz comentários na sua obra
clássica “A Simbólica Maçônica”, do ponto de vista, no meu entender, de um
tabuleiro de xadrez, além de que essa configuração atende em princípio, e mais
especificamente, ao Rito Moderno ou Francês.
“Convencionou-se imaginar
que o “Santo dos Santos” do
Templo de Salomão”, por
também ser um local de ju-
ízo, possuía um Pavimento
Mosaico. Essa teoria não tem
fundamento na Bíblia, onde,
consta que todo o piso do
templo era de madeira de ce-
dro, mas, é baseada em uma
breve passagem do Talmud,
que permite uma interpreta-
ção de que os lugares mais
sagrados dos templos tinham
o Pavimento Mosaico.”
Com relação aos preceitos do homem, e que podem ser positivos ou ne-
gativos, a ligação com o Pavimento Mosaico se dará assim: as pedras brancas
são os preceitos positivos e as pedras pretas serão os negativos. Complemen-
tando, e conforme o que dispôs Joaquim de Figueiredo em seu Dicionário de
Maçonaria: “Reflete a polaridade positiva e negativa da natureza, e a dualidade
do bem e do mal, por cujo labirinto deve o iniciado encaminhar-se oscilante ou
decidido, mas sempre perigosamente, para a perfeição.”
Eu quero crer que a escolha certa efetuada pelo maçom, a opção do ma-
çom, será o produto da sua transformação advinda da Iniciação, da sua reno-
vação, do novo homem gestado a partir dali. Para o homem dominado pelas
paixões, por seus instintos e vícios, não existe o livre-arbítrio, da forma, pelo
menos, como existe para homem que é virtuoso.
Zaratustra ou Zoroastro
mem é o único responsável pelas suas escolhas.
Vejo aqui, uma semelhança com o desbastar da Pedra Bruta, que analo-
gamente é um trabalho que exige o mesmo tipo de comprometimento.
Conclusões
O Iniciado, ao contrário, segue uma “via estreita”, mais fina que o fio da
navalha, é a “Via Esotérica”, que passa entre o branco e o preto e, portanto,
não tem obstáculos em seu caminho.
Referências Bibliográficas
Internet
Revistas
“A Trolha” n° 20 e n° 155.