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Á GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

AUG.·. RESP.·.LOJ.·.SIMB.·.CAVALEIROS DE SANTO ANDRÉ N° 005


Fundada em 28/09/2021 sob os AAusp.·. do Grande Oriente Maçônico do Estado de São Paulo.

Trabalho
Aprendiz de Maçom
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Á GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

AUG.·. RESP.·.LOJ.·.SIMB.·.CAVALEIROS DE SANTO ANDRÉ N° 005


Fundada em 28/09/2021 sob os AAusp.·. do Grande Oriente Maçônico do Estado de São Paulo.

PISO MOSAICO

Félix Rogério Moreira Tomitan - A.·. M.·.

Fevereiro de 2022
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EPÍGRAFE

“A menos que modifiquemos a nossa maneira


de pensar, não seremos capazes de resolver
os problemas causados pela forma como nos
acostumamos a ver o mundo”.

Albert Einstein
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AGRADECIMENTOS

Este trabalho é dedicado aos Nobres Iir.·. que se doam como orientadores
nesta marcha de crescimento por meio dos ensinamentos maçônicos.

Ao S.·.G.·.M.·. Arthur Soejima – Por acreditar em todos os Valorosos Iir.·.

Ao Ven.·. M.·. Fernando Caldeira, liderança, calma e atenção a mim


dispensadas, em todos os momentos de dúvidas. E por seu esforço constante em
contribuir com minha aprendizagem e crescimento nos princípios Maçônicos.

Ao M.·. M.·. Valmir Godoi de Lima, pela paciência e serenidade, nas


orientações e ensinamentos Maçônicos e de vida.
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1. INTRODUCÃO

Ao adentrar num Templo Maçônico, um dos primeiros simbolismos presentes


é Piso quadriculado. Os olhos, naturalmente são desviados imediatamente para este
contraste presente no centro do Templo. Trata-se de um Mosaico, composto por
quadrados pretos e brancos encaixados. Este detalhe arquitetônico recebe diversas
variações de nome, tais como mais comumente verificado nas referências
pesquisadas, como Piso de Mosaico, Piso Quadriculado, piso Xadrez, Pavimento
etc. Ambos lembrando o clássico jogo de tabuleiro xadrez, todavia, sem compor as
trinta e duas casas presentes especificamente no jogo.
Busca-se por meio deste trabalho de pesquisa buscar entre artigos
apresentados por Irr.·., referências bibliográficas e de aprendizagens recebidas no
Templo da A.·.R.·.L.·.S.·. CAVALEIROS DE SANTO ANDRÉ N° 005 a compreensão
para este símbolo Maçom presente discretamente em inúmeras obras de arte,
dentre tantos outros espaços Arquitetônicos que podem ou não, estarem associados
a esta simbologia Maçônica.
Com o objetivo de conhecer e apreender um pouco mais dessa dualidade
observada no Piso e das suas influências no meio Maçom, ou dos variados
conceitos filosóficos ou religiosos que estão atrelados a ele, uma vez que, a
presença de opostos e de contrastes, fazem parte da nossa vida, sendo que em
algumas das etapas fundamentais para o nosso crescimento espiritual, intelectual e
psíquico.
Verifica-se que todo A.·.M.·. deve compreender a importância e o significado
do Piso. Deste modo, neste trabalho procura-se analisar sua importância e
simbolismo para a Ordem Maçônica. Sendo preciso entender que, embora seja um
Piso, seu propósito no Templo é servir como um lembrete da diversidade humana,
bem como o dualismo presente na essência da vida, onde habita as forças
contrárias tais como, o bem e o mal, a verdade e a mentira, a luz e as trevas, o amor
e o ódio, a sabedoria e a ignorância, e assim por diante.
Outro simbolismo atribuído a este ornamento, é a relação estabelecida entre
os Irmãos, que como sabemos, é alicerçada em fraternidade, igualdade, empatia e
companheirismo acima de tudo.
O Piso de Mosaico une cores diferentes e opostas, representando a maneira
como a Maçonaria reúne homens de diferentes culturas, religiões, classes, raças e
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origens gerais para compartilhar os mesmos valores filosóficos e propósitos, para


que assim os mesmos possam juntos traçarem um caminho de vida, que apesar de
distintos em suas execuções, são similares no que se refere aos ensinamentos e
fundamentos utilizados como guias para levá-los ao Oriente, onde se encontra a tão
almejada Plenitude Maçônica.
Pode-se entendê-lo como uma forma discreta, mas emblemática, de celebrar
e homenagear a diversidade presente em nossas Lojas ou Orientes, assim como o
convívio harmônico entre os Ii.·., que se estende além das Lojas e continua
refletindo esses laços fraternais em nossos círculos familiares, amigos e também na
sociedade na qual estão inseridos.
Nesta demonstração simbólica do paradoxo da vida, que nunca é apenas boa
ou apenas má, nem mesmo apenas certa ou errada, mas sim um codificado de
opostos que se repelem com a mesma intensidade que se atraem, e que no final se
completam, contribuindo durante a jornada para a evolução de todos os seres
humanos é que este trabalho de pesquisa buscou oferecer as interpretações e
representações mais relevantes a proposta do tema.
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2. PISO MOSAICO

2.1 As Origens Históricas do Pavimento Mosaico

Verifica-se, que a mais aceita origem do Pavimento Mosaico é a Suméria,


uma região da Mesopotâmia (Amplamente considerado como um dos berços da
civilização pelo mundo ocidental, a Mesopotâmia da Idade do Bronze abrigava
a Suméria, além dos impérios Acadiano, Babilônico e Assírio, todos nativos ao
território do atual Iraque). onde a religião um dia acabou adquirindo grande
seriedade, tornando-se a base para toda religiosidade cósmica do mundo da
Antiguidade e da mitologia Greco-Romana.
Na etimologia da palavra, o vocábulo Mosaico quando usado como
substantivo significa pavimento feito de pequenas pedras, ou de outras peças, que,
pela disposição de suas cores, dão aparência de desenho, entretanto, quando usado
como adjetivo, ele é alusivo a Moisés e, por extensão ao Judaísmo e ao Hebraísmo.
O Pavimento Quadriculado ou Pavimento Mosaico, e proveniente da Suméria,
e consensualmente pontuado pelas referencias pesquisadas relata que ele era
composto de quadrados brancos e negros intercalados, para exatamente
representar os opostos, onde, a ideia principal envolvia o dia e a noite, já que o culto
era solar, e outras representações envolvendo dualidades como o bem e o mal, a
virtude e o vício, o espírito e a matéria.
Na Mesopotâmia, o pavimento era considerado terreno sagrado, sendo uma
antecâmara dos santuários, deste modo, somente percorrido pelo Sacerdote em
dias importantes de cumprimento do calendário religioso. É importante salientar que
nem todos os demais povos adotaram o pavimento, sendo que os hebreus não o
utilizavam e ele não existia no Templo de Jerusalém.
Entretanto, observa-se que os pavimentos quadriculados frequentes nos
palácios, poderiam se tratar de elementos decorativos, pois os Mosaicos estavam
presentes na arte e na arquitetura romanas, em desenho e esculturas da China,
Índia, Babilônia, Egito, etc. Vários desses povos adotaram esse pavimento
comprovadamente como elemento de decoração, sem qualquer conotação religiosa
ou simbolismo como os presentes nos Templos Maçons.
Nota-se, porém, que contido no contraste do preto e branco é característica
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da Maçonaria Especulativa, e é a partir daí que ele começa a ganhar sua


importância dentro da Simbologia Maçônica. O Pavimento Quadriculado recebeu o
nome de Pavimento Mosaico, em virtude da lenda existente, onde Moisés durante o
êxodo, em determinada ocasião, teria assentado no chão do Tabernáculo, que era o
Templo itinerante dos hebreus durante a sua peregrinação pelo deserto em direção
à Palestina, sendo este representado por pequenas pedras das cores
características.

2.2 O Pavimento Mosaico Presente na Maçonaria

Constata-se que há símbolos que se destacam entre os demais, embora cada


um possua sua importância e relevância, com sua respectiva força e
representatividade. O Pavimento Mosaico, ou quadriculado, no R.·.E.·.A.·.A.·., é um
desses símbolos que retrata este destaque e traz diversas discussões, algumas
pautadas em sua nomenclatura correta, outras se referem as suas origens, e outras,
ainda, sobre o seu posicionamento e disposição na Loja dentro do Templo
Maçônico, sendo em diagonal ou horizontal como a vista de um tabuleiro de xadrez.
No entanto, o Pavimento Mosaico tem na representatividade exposta dos
seus ladrilhos pretos e brancos, a dualidade, a lei dos contrastes que são inerentes
a nossa própria existência, que irão permear os caminhos que se escolhe na vida, a
luz e as trevas que sempre se farão presentes, as alegrias e as dores, mas, que
também de forma paradoxal, podem encerrar a ideia de um delicado equilíbrio onde
estão sustentadas as energias positivas e as negativas, as mesmas que conduzem
a uma coesão das forças que regem o Universo.
Na Maçonaria o Pavimento Mosaico, ou Quadriculado, não possui
precisamente o significado de sagrado, a ponto de que seja proibido pisá-lo. E que
ele está na Loja, pelo fato de que a Loja é a representação do Universo, e que neste
nós habitamos e pisamos e onde os contrastes existentes se acomodam. Logo, é
para ser pisado, com muito respeito e para ser lembrado também, que o homem
muda parcialmente do branco para o preto e vice-versa, mas, que no fundo somos
todos iguais. A questão é buscar uma harmonia, tal como a que existe no Universo.
O espaço que o Piso pode variar de tamanho de acordo com o Templo
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Maçônico. Tendo todos a similaridade do formato, e não do tamanho. Neste caso, a


Orla Denteada é colocada no entorno efeito de guarnição do pavimento.
De acordo com algumas teorias o Templo de Salomão, por também ser um
local de juízo, possuía um Pavimento Mosaico, todavia, sabe-se nas pesquisas
arqueológicas que todo o piso do Templo de Salomão era de madeira de cedro,
mas, baseada em uma breve passagem do Talmud, que permite uma interpretação
de que os lugares mais sagrados dos templos tinham o Pavimento Mosaico.
Até o final da Idade Média não se tinha conhecimento das cores dos antigos
Pavimentos Mosaicos, e somente a partir do século XVI, quando o rei Henrique VIII
determinou a confecção de uma bíblia em inglês, surgiu aquela que ficou conhecida
como a “Bíblia de Genebra”, pelo fato de nessa cidade ter sido confeccionada.
Essa versão trouxe muitas novidades em termos de ilustrações, e entre elas a
do Templo de Salomão, onde o Pavimento Mosaico era composto de quadrados
intercalados em preto e branco. Com certeza, o tipo de impressão na época era em
preto e branco, mas, com o tempo essa visão do Pavimento acabou firmando-se.
Quando surgiram os templos Maçônicos, já inspirados no Templo de
Salomão, esse foi o modelo adotado. No R.·.E.·.A.·.A.·., houve o entendimento de
que todo o piso pertencente ao Templo de Salomão era um Pavimento Mosaico, isso
baseado nas ilustrações medievais, mas, ainda assim, há algumas variações, pois, a
perda do conhecimento da origem de tais símbolos no Tempo, e mais a influência de
outros Ritos, fizeram com que seja possível encontrar em alguns Templos do
R.·.E.·.A.·.A.·. no Brasil, Pavimentos Mosaicos restritos ao retângulo central e
constituído também de Orla Dentada.
Sem dúvida, devemos sempre levar em consideração que na Maçonaria, o
Templo de Salomão, é apenas um grande símbolo e não a reprodução exata da
obra do Rei Salomão.

2.3 O Pavimento Mosaico e a Dualidade

Ao se definir dualidade, deve-se considerar seu significado de acordo com os


dicionários é a propriedade ou caráter do que é duplo ou que contém em si duas
naturezas, duas substâncias ou dois princípios. Por sua vez, dualismo é: um
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conceito da filosofia e teologia, que se baseia em dois princípios ou duas realidades


opostas e que são irredutíveis entre si.
No Piso Mosaico, verifica-se a batalha do preto com o branco, cientes que
não existe uma predominância no Mosaico Maçônico de nenhuma das cores,
permanecendo ambos em completo equilíbrio. Com clara ligação à Iniciação do
A.·.M.·. no momento da iniciação quando o profano ainda permanece um período
vendado e depois sem venda, fazendo com que a Luz recebida na Iniciação se
revele, pela retina, todas as magníficas cores contidas no arco-íris, desvendando
assim o mistério da dualidade existente no ser humano, que o conduz para o bem ou
para o mal.
Os preceitos do homem, e que podem ser positivos ou negativos, a ligação
com o Pavimento Mosaico se dará por pedras brancas são os preceitos positivos e
as pedras pretas serão os negativos. Concluindo, e conforme o Dicionário de Maçom
o Piso reflete a polaridade positiva e negativa da natureza, e a dualidade do bem e
do mal, por cujo labirinto deve o iniciado encaminhar-se oscilante ou decidido, mas
sempre perigosamente, para a perfeição.
Deve-se entender, ainda, que a disposição das cores preto e branco no
Pavimento Mosaico, fazem lembrar-nos que os seres humanos mesmo sendo
diferentes em raça, credo ou cor, são todos iguais perante o G.·.A.·.D.·.U.·..

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Como foi possível compreender existe uma variedade de interpretações e


discussões em torno da simbologia do Pavimento Mosaico na Maçonaria. Porém,
cabe ressaltar que mais que as referências estudadas o verdadeiro aprendizado não
se dá quando podemos comparar os contrastes ou diferenças, mas sim no
aprendizado recebido pelos Iir.·. de boca a ouvido, para que seja possível ampliar o
conhecimento e interpretação da simbologia.
Verificou-se que as teorias e os conceitos abordados são evidentemente a
dualidade evidenciada no símbolo Maçônico que é o Pavimento Mosaico, a mesma
dualidade que nos acompanha durante as nossas vidas, ainda como profanos e
depois como Maçons, sobre as escolhas que temos de fazer. Não se pode esquecer
em nenhum momento que ao fazermos as nossas escolhas, estamos lidando com
as nossas concepções de mundo, de como vemos os outros seres humanos, de
como nos relacionamos com os nossos familiares e com a própria sociedade.
Possivelmente a maior definição presente o simbolismo do dualismo impõe
uma escolha, onde se define que não se pode incluir ao mesmo tempo a presença e
a ausência, o dia e a noite, enfim o dualismo está em toda parte. Fixando-se o
Pavimento, descobre-se que inexistem cores; o negro é a ausência absoluta de cor;
o branco é a sua polarização, ou seja, a concentração de todas as cores. Tal
compreensão nos ensina que o maçom deve buscar o colorido além da fixação para
o Piso, mas erguer os olhos para contemplar a natureza colorida. O maçom atento,
curioso e observador está sempre aprendendo em Loja os verdadeiros
ensinamentos e significados.
No R.·.E.·.A.·.A.·., observa-se que é pelos ladrilhos do Pavimento Mosaico
que se regula os passos Maçons. Observa-se ainda que as pedras brancas e pretas
do mosaico são ligadas por um cimento, símbolo da união de todos os Maçons do
mundo, sendo esta argamassa pouco referida nas teorias apresentadas, porém
abrindo margem para outras interpretações.

4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” –


Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. - 2012

CASTELLANI, José. “Consultório Maçônico – Cadernos de Estudos Maçônicos “-


Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. – 1990 e “Dicionário de Termos Maçônicos” – Ed.
Maçônica “A Trolha” Ltda. – 1995

D’ELIA JUNIOR, Raymundo. “Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz” – Madras


Editora Ltda. 2010

FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. “Dicionário de Maçonaria” Editora Pensamento

ISMAIL, Kennyo. “Desmistificando a Maçonaria” – Ed. Universo dos Livros – 2012

VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica” 1° Tomo (Aprendiz) -


Editora “A Gazeta Maçônica” – (Não traz o ano da edição) Revistas: “Discutindo
Filosofia” n° 10 / “Filosofia” n° 57/Grandes Temas do Conhecimento-Filosofia n° 4 e
n° 16 “A Trolha” n° 20 e n° 155. “Sexto Sentido” Especial-Maçonaria n° 14

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