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CDD 133.9
CDU 133.9
DESOBSESSAO POR CORRENTE MAGNÉTICA
Volume I
Brasília
Sociedade de Divulgação Espírita "Auta de Souza"
1998
Copyright © 1996
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Havia na sinagoga um homem possesso dum espíri-
to impuro. Pôs-se a gritar: "Fora! Que temos nós contigo
Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: o
Santo de Deus!'
Jesus ordenou-lhe: "Cala-te e sai dele!" Ao que o es-
pírito o arrojou ao meio, e saiu dele, sem lhe fazer mal.
Todos se encheram de estupefação e diziam uns aos
outros: "Que palavra, essa! Manda com grande autoridade
aos espíritos impuros, e eles saem!"
E sua fama correu por todas as regiões circunvizinhas
(Lucas, 4:33-37).
PREFÁCIO
Capítulo I
ORIGEM DESSE NOSSO APRENDIZADO 35
Capítulo II
EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA-CRISTÃ E DESOBSESSÃO
POR CORRENTE MAGNÉTICA 43
Capítulo III
AS MULTIDÕES 49
Capítulo IV
OBSESSÃO E DESOBSESSÃO POR CORRENTE MAGNÉTICA 57
4.1) INTRODUÇÃO 59
4.2) HISTÓRICO 61
4.3) DEFINIÇÃO 64
4.4) SINONÍMIA 66
4.5) CLASSIFICAÇÃO 68
4.6) ETIOLOGIA 73
4.7) EPIDEMOLOGIA 87
4.8) QUADRO CLÍNICO 88
4.9) DIAGNÓSTICO 92
4.10) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 98
4.11) PATOGENIA E PATOLOGIA 101
4.12) TRATAMENTO 113
Capítulo V
TERAPÊUTICA BÁSICA E CORRENTE MAGNÉTICA 119
Capítulo VI
JUSTIFICATIVA E MECANISMOS DE AÇÃO
DA CORRENTE MAGNÉTICA 129
UM ESFORÇO DE EQUIPE
Após todos esses anos, onde juntos atendemos a mais de quinhentas mil pes-
soas, comprovando a eficiência do método desobsessivo, resolvemos publicar os
resultados de nossos estudos e considerações com a finalidade de unificar e aper-
feiçoar o processo já empregado, dirimir dúvidas, esclarecer fraternalmente e
passar a outros irmãos, que porventura estejam à procura das mesmas respostas
ou diante das mesmas dificuldades, que outrora fomos chamados a resolver, este
singelo e despretensioso trabalho que está integralmente calcado nas diversas
orientações e ensinos das Obras Kardequianas e nas que lhe são subsidiárias, em
sua maioria editadas pela Federação Espírita Brasileira.
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METODOLOGIA
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Ambos destacam a parte prática e a forma adequada para a implantação e
utilização do método desobsessivo.
O predomínio de citações das obras de Allan Kardec, dos Espíritos André
Luiz, Manoel Philomeno de Miranda, Emmanuel e alguns outros autores com
obras editadas pela Federação Espírita Brasileira não retrata qualquer sectaris-
mo ou particularismo de nossa parte. Existem inúmeras outras obras espíritas
ou espiritualistas de autores encarnados ou desencarnados, através de médiuns
dedicados, com edições efetuadas por respeitabilíssimas instituições, que tra-
zem conceitos semelhantes aos aqui expostos. A sua não aplicação se deve
apenas à facilidade de aceitação e entendimento, por nossa parte, desses auto-
res, que formam a base doutrinária e seu complemento lógico, facultando-nos a
melhor noção desse procedimento na área desobsessiva que, para alguns, pode-
rá ser novo, mas, na verdade, é apenas um novo-velho trabalho, empregado há
séculos, com conceitos e praticidade muito bem definidos, desde os primeiros
escritos da Codificação.
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Utilizamos Aspas somente nas citações até cinco ou seis linhas, independen-
te de sua localização.
Empregamos o mesmo tipo de letra para as transcrições e para os nossos
relatos e anotações. Buscamos identificar as citações pelos espaços dados em
relação à margem e aos parágrafos, bem como pelo nome dos autores e respec-
tivas obras colocados antes ou imediatamente após.
Todas as transcrições foram realizadas de forma literal, ou seja, conservando
a grafia, a pontuação, e os destaques dos originais.
Grifos e Negritos
Notas de Rodapé
RESPONSABILIDADE
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pelo companheiro Mauricio Neiva Crispim e retrata, como já dissemos, em todos
os sentidos, um esforço de equipe.
Antes que surjam inquietações ou críticas construtivas em relação às ex-
pressões "Vínculos Fraternais", "Colegiado", gostaríamos de esclarecer aos con-
frades de nossas sociedades espíritas ou de outras agremiações, que porventura
venham a ler este trabalho, que "Vínculos" é um encontro de amigos, em reuniões
de estudos, e não um movimento que desrespeite qualquer orientação do "Pacto
Áureo" ou outra diretriz da "Casa Mater do Espiritismo" no Brasil. É apenas uma
ação conjunta de esclarecimento. Como toda ação pede organização e direção,
criamos o "Colegiado" para esse fim.
Durante anos o conteúdo deste livro foi estudado, debatido e confirmado
nessas reuniões. Quando organizamos todo o material na forma atual, achamos
por bem fazê-lo em nome desse encontro, sob a responsabilidade desse "Colegiado".
EXPLICAÇÕES E OBJETIVOS
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Preferimos ficar com a segunda escolha. Naturalmente que outros irmãos, mais
habilitados e preparados, poderiam perfeitamente harmonizar as duas opções.
Esíorçamo-nos ao máximo. No entanto, reconhecemos que não atingimos inte-
gralmente o objetivo. Nossas escusas.
Além das citações, corriqueiramente lançamos mão dos recursos da citação
indireta, das condensações e especialmente da paráfrase. Conduzimo-nos na ten-
tativa de tornar o conteúdo deste livro o mais íntegro e coerente com os postula-
dos e ensinos doutrinários.
Diligenciamos os nossos esforços, na simplificação das expressões empre-
gadas, facilitando a compreensão de todas as questões propostas. Empregamos o
menos possível os termos técnicos, e comparamos várias situações com os acon-
tecimentos do dia a dia, ou com áreas que estão diretamente relacionadas com a
vida humana, como por exemplo: a área da saúde. Nem sempre nos foi possível
usar a melhor manifestação gráfica para exprimir fielmente os nossos raciocínios,
tivemos de adaptar palavras e usar vocábulos que não correspondiam exatamente
aos nossos desejos. Frases ou palavras como: trabalhos de cura, doutrinação
de mesa ou verbal, tratamentos, pacientes, foram empregadas, ou para facilitar
a exposição ou por ausência de terminologia que veiculasse as idéias que buscá-
vamos definir.
As analogias apresentadas, em relação às ações magnéticas e mediúnicas,
não possuem nada de absoluto. Para esse fim, firmamo-nos na visão apresentada
pelo Espírito André Luiz, no livro Mecanismos da Mediunidade (8. ed., p.33):
"Nossos apontamentos sintéticos objetivam apenas destacar a analogia do que se
passa no mundo íntimo das forças corpusculares que entretecem a matéria física
e daquelas que estruturam a matéria mental."
Alguns parágrafos após, na página sessenta e quatro: "Cabe considerar que
as analogias de circuitos apresentadas aqui são confrontos portadores de justas
limitações, porquanto, na realidade, nada existe na circulação da água que
corresponda ao efeito magnético da corrente elétrica, como nada existe na cor-
rente elétrica que possa equivaler ao efeito espiritual do circuito mediúnico."
No desenvolvimento de vários princípios em que se estrutura a desobsessão
por corrente de força, aplicamos conceitos divulgados pela ciência contemporâ-
nea. Neste particular, com igual teor e conduta, seguimos as ponderações do au-
tor espiritual no prefácio do livro anteriormente citado (p.19):
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caráter passageiro, no que se refere à definição e nomenclatura, atentos
à circunstância de que a experimentação constante induz os cientistas de
um século a considerar, muitas vezes, como superado o trabalho dos cien-
tistas que os precederam.
JESUS EKARDEC
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A maioria dos que hoje defendem ardorosamente o emprego das cadeias
mento-eletromagnéticas na desobsessão, em algum momento, excetuando-se a
crítica por oposição sistemática, comportaram-se ou fizeram avaliações seme-
lhantes. Mas, o amadurecimento adquirido na prática diária e na verificação dos
frutos, que a atividade criteriosamente desenvolvida é capaz de oferecer, leva-
ram-lhes à mudança de determinadas crenças e afirmações.
O véu se ergueu, as escamas foram removidas, a visão tornou-se mais am-
pla.
Quem quer que tenha acompanhado a recuperação fisio-psíquica de inúme-
ros irmãos encarnados que dias antes encontravam-se em desespero, ou que re-
ceberam informes ou perceberam pelas próprias faculdades mediúnicas a assis-
tência efetiva a falanges de sofredores desencarnados, não permanecerá jamais
na negação superficial, na indiferença ou na dúvida. A árvore repleta de frutos
passará a ser um convite ao trabalho, à exemplificação, ao aperfeiçoamento e à
mudança dos paradigmas pessoais.
Como o peixinho vermelho da lenda egípcia, do prefácio do livro Liberta-
ção, não poderá jamais deixar de anunciar o que viu, percebeu e verificou pela
própria experiência. Ao mesmo tempo, compreendera todos os irmãos de ideal
que, por este ou aquele motivo, façam afirmações contrárias ou que permaneçam
inamovíveis em seus pontos de vista. Saberá esperar, sem ferir. Não irá digladiar
com palavras. Não utilizará a razão revestida pelo intelectualismo para sobrepor
argumentos procurando a vitória transitória deste ou daquele ponto de vista. Ser-
virá apenas, aguardando o amanhã, esclarecendo, informando e dando o seu tes-
temunho quando possível, na certeza de que o poço imenso da seara do Cristo
jamais secará.
A VERDADEIRA CRÍTICA
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Recorda-nos, na Revista Espírita (mar. 1858, p.96), da importância da
fraternidade, acima de qualquer fator: "Podemos ter nossa opinião, sustentá-la e
discuti-la: mas o meio de nos esclarecermos não é nos estraçalhando, processo
pouco digno de homens sérios e que se torna ignóbil desde que entre em jogo o
interesse pessoal."
Entre os corações sinceros poderão existir aqueles que, de alguma forma,
venham se assombrar com a leitura de nossa pesquisa, no que toca às citações
dos Mensageiros do Bem, ou com a observação e prática do método desobsessivo
em si. Para esses, recorremos às palavras abalizadas de Emmanuel (Missionári-
os da Luz, prefácio): "Se a leitura te assombra, se as afirmativas do Mensageiro
te parecem revolucionárias, recorre à oração e agradece ao Senhor o aprendiza-
do, pedindo-lhe te esclareça e ilumine, para que a ilusão não te retenha em suas
malhas. Lembra-te de que a revelação da verdade é progressiva [...]."
UM PASSO A MAIS
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COM JESUS E POR JESUS
Allan Kardec, ao escrever (Revista Espírita, jul. 1866, p.194) a respeito das
grandes idéias, diz: "Mas não basta que uma idéia seja grande, bela e generosa,
antes de tudo seja praticável."
Com essa diretriz é que compomos todas as nossas considerações a respeito
desta grande idéia, hoje uma realidade prática, que é o emprego da corrente mag-
nética na desobsessão. Visamos nos menores itens à demonstração efetiva de
sua praticidade, enaltecendo a gama imensa de benefícios que podem ser alcan-
çados com seu emprego. Procuramos mostrar, mesmo de maneira repetitiva, que
os fundamentos teóricos que sustentam o método não são devaneios, sonhos ou
elucubrações de mentes crédulas, mas conhecimento sólido, que a experimenta-
ção metódica comprovará e a razão nobremente constituída, alicerçada e
direcionada poderá conceber.
Ao empreender toda a tarefa, não deixamos de considerar as palavras do
Codificador, na seqüência do texto anterior: "Antes de empreender uma coisa, é
preciso friamente calcular-lhe o pró e o contra, a fim de evitar choques sempre
desagradáveis, que não deixariam de ser explorados por nossos adversários. O
Espiritismo só deve marchar com passo firme e quando põe o pé num lugar, deve
estar seguro de pisar terreno firme. Nem sempre a vitória é do mais apressado,
mas muito mais seguramente do que sabe aguardar o momento propício."
Não representamos, sob qualquer ponto de vista, o Espiritismo. O seu desen-
volvimento independe do nosso menor esforço, mas de alguma maneira contribu-
ímos nas ações de seu movimento, mesmo de forma diminuta. Essa contribuição,
apesar de pequena, é responsável.
Ao publicarmos a pesquisa, só a fizemos após verificar, durante anos, que o
terreno em que pisávamos era firme e fértil, e que o momento em que nos situá-
vamos era propício à divulgação. Não nos precipitamos nem sequer em relação a
algumas ponderações a respeito do método. Só descrevemos o que poderá ser
facilmente comprovado na prática ou nos textos doutrinários.
Não aguardamos vitória. Se ela vier na aceitação e enriquecimento da
metodologia, no emprego generalizado em benefício de quem sofre, certamente
não nos pertencerá.
Em nossa abordagem, mesmo nesta introdução, analisamos sempre os prós e
os contras, procurando esclarecer e dar respostas diretamente. Não desprezamos
nenhuma opinião, mesmo as antagônicas. Doamos o que possuíamos com objetivo
de esclarecer e auxiliar, convencidos de nossa insignificância. Mas se algum ad-
versário dentro ou fora de nossas fileiras surgir, certamente não será nosso ad-
versário. Evitaremos qualquer choque, esclarecidos pelo Espírito Emmanuel (Fonte
Viva, prefácio) que: "A morte a todos nos reunirá para a compreensão da verda-
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deira vida...E, sabendo que a justiça definir-nos-á segundo as nossas obras,
abracemos a Codificação Kardequiana, prosseguindo para a frente, com Jesus e
por Jesus."
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Ao receber a incumbência de coordenar a pesquisa que os companheiros dos
"Vínculos Fraternais" por deliberação unânime nos outorgou, não esperávamos
tamanha demonstração de carinho e colaboração no desenrolar dos meses em
que íamos concretizando os nossos propósitos comuns. Inúmeros amigos surgi-
ram dedicando com entusiasmo horas a fio às diversas frentes de trabalho que
obras como esta requerem. Datilógrafos, digitadores, revisores, desenhistas, pes-
quisadores organizaram-se em comissões, vencendo qualquer obstáculo, para que
pudéssemos em conjunto realizar o melhor.
A todos, os nossos mais sinceros agradecimentos. Perdoem-nos a impossibi-
lidade de nominá-los, porque seria impossível, dado o tamanho da lista. Foram tantos
e em tantos momentos, que as frases por mais adjetivos que pudessem conter, não
retratariam perfeitamente as nossas mais íntimas emoções de reconhecimento.
Se, ao término de nossas ações, alguém surgisse e perguntásse-nos: "Qual é
o vosso nome?" responderíamos com imensa alegria: Equipe!
Mas grupos se formam nos variados quadrantes da Terra, ostentando propó-
sitos diversos. Os nossos, foram os de servir na seara Espírita-Cristã, munindo-
nos das luzes que nos vêm do mais alto. São exatamente para estes focos de
amor, dedicação, sabedoria, que queríamos deixar grafados os nossos agradeci-
mentos especiais.
Agradecemos à Codificação Kardequiana, da qual nos servimos para orien-
tar de maneira firme os nossos passos ineptos.
Agradecemos aos Mensageiros do Bem, que por diferentes médiuns em vá-
rios livros, com antecedência de décadas, anteciparam respostas às perguntas,
que somente agora, somos capazes de formular.
Agradecemos o sacrifício e a renúncia de veículos mediúnicos da expressão
de um Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco, Yvonne A. Pereira e
Hernâni T. Sant'Anna que no silêncio interior souberam dar passagem às forças
criadoras da vida, que a todos têm fecundado.
Agradecemos aos escritores como Michaelus, Zeus Wantuil, Francisco
Thiesen, Alphonse Bué, Martins Peralva, Suely Caldas Schubert, dentre outros,
que habilmente interpretaram ensinos superiores, dosando a energia luminosa da
verdade às condições de recepção em que nos encontramos.
Agradecemos às editoras: LAKE, EDICEL, ALVORADA, IDE e, principal-
mente, à FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. Sem elas, a mensagem
enobrecedora não chegaria à outra margem do abismo onde nos situamos.
Agradecemos à assistência dos servidores anônimos da espiritualidade, que
velaram pela obra, intuindo-nos, corrigindo-nos e sobretudo dulcificando-nos.
33
Agradecemos ao Mestre Jesus. Quando nele pensamos, algo vibra, freme no
nosso interior, parecendo-nos ouvir as suas palavras imortais: "Assim também
rós, depois de cumprirdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inú-
teis: fizemos apenas o que era da nossa obrigação" (Lucas, 17:10).
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CAPÍTULO I
37
Com o início da leitura do Evangelho, o ambiente turbilhonado modifi-
cara-se surpreendentemente. Tudo entrou em silêncio. Os obsidiados tran-
qüilizaram-se. Podia-se ouvir o voar de uma mosca! Impressionante!
Jerônimo segura a mão da médium à sua esquerda e a do médium à sua
direita. Dá início ao comando magnético de passagens dos espíritos sofre-
dores, articulando as seguintes expressões: "passem, passem", e adiante,
finalizando as passagens, "sigam, sigam, sigam", sem que fosse necessária
a doutrinação verbal das entidades sofredoras.
Os médiuns, de mãos dadas, emitem fluidos energéticos, em mani-
festações inequívocas de ato mediúnico abençoado, de vez que, às 17:30
horas, meia hora após, o atendimento era encerrado com uma prece agra-
decendo ao Pai e a Jesus os benefícios recebidos. Os loucos ou os semi-
loucos, emudecidos, aliviados, reconfortados, silenciosos, disciplinadamente,
voltaram às suas acomodações. A um ou outro mais exaltado da hora inici-
al, que manifestavam reação leve, bastara a voz do vigilante recomendando
silêncio e cuidado para que se aquietassem.
Ficamos profundamente admirados!
Profundamente emocionados!
Desejara adotar esse processo que denominamos de Desobsessão Cole-
tiva, observando que, nos tradicionais trabalhos de mesa, ou doutrinação
verbal, não seriam alcançados aqueles resultados em apenas trinta minutos
de atividades mediúnicas.
Possivelmente, os centros espíritas diversos, cujos dirigentes presencia-
ram os trabalhos de desobsessão em Palmeio, pelo Jerônimo ou pelo Damo,
tenham adotado esse excelente sistema de trabalho em suas respectivas
casas.
Antes de conhecer Jerônimo Candinho, colhera eu preciosos ensinamen-
tos de dois grandes conhecedores e trabalhadores nos setores da
desobsessão: o Dr. Alcides de Castro, médico, então presidente do Grupo
Espírita "Regeneração" - A Casa dos Benefícios, com sede na cidade do
Rio de Janeiro. O Dr. Alcides, portador da mediunidade definida por clari-
vidência, dirigia, aos sábados, uma sessão de desobsessão, com uma espe-
cialidade singular: o esclarecimento do clero desencarnado. Durante quatro
anos pertenci ao grupo que dirigia. Muito aprendi.
E, Abel Mendonça, personagem invulgar, profundo conhecedor da Dou-
trina dos Espíritos. Jornalista, pesquisador e estudioso dos fenômenos
psicossomáticos. Metapsiquista. Presidente e fundador do Centro Espírita
"Emmanuel" de Salvador na Bahia. Aqui em Brasília, demonstrou a sua
valiosa experiência em sessões realizadas na então incipiente "Fraternidade
Allan Kardec". Nos seus trabalhos de desobsessão no "Emmanuel", aten-
dia dezenas de pacientes em duas horas.
Mas, foi com Jerônimo Candinho, em Palmeio, que esse extraordinário
cenário espiritual se abriu à nossa mente.
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Passados alguns meses, a desobsessão coletiva pela corrente magnética foi
implantada nas atividades do Centro Espírita Fraternidade Allan Kardec, onde o
método foi sendo paulatinamente aperfeiçoado e inclusive serviu de referência
para várias casas espíritas do Distrito Federal e outros estados. Há esse tempo,
apesar dos esforços, ainda eram pequenas as bases teóricas que facultassem a
compreensão da corrente magnética, cujos frutos na desobsessão eram inequívo-
cos.
Por volta de 1975, o companheiro Maurício Neiva Crispim, após ter implanta-
do essa metodologia no Grupo Espírita Regeneração de Goiânia, resolveu iniciar
um estudo a respeito. E foram assim os seus primeiros passos:
39
Com o passar dos dias, fomos recebidos pelo Sr. Jerônimo Candinho para
uma entrevista. Duas de suas respostas foram inesquecíveis e bastante sig-
nificativas:
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Com o decorrer da pesquisa encontramos o relato do Dr. Tomaz Novelino, no
livro Eurípedes, o Homem e a Missão, de Corina Novelino (7. ed., p. 98) que, em
parte, confirma as informações de Jerônimo Candinho, anteriormente citadas, a
respeito da utilização, pelo nobre Eurípedes Barsanulfo, da corrente magnética:
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religiosa, geralmente como nos confirma a história, sempre dificultaram os avan-
ços reais em nosso planeta.
Jerônimo e seus amigos, ontem e hoje, tiveram de albergar análises e
conceituação de "conhecedores" da Doutrina Espírita que, sem terem investiga-
do, estudado, praticado, se dedicado ao mister desobsessivo pela corrente magné-
tica, eram capazes de emitir longas dissertações, procurando mostrar a impropri-
edade do método ou seu aspecto "anti-doutrinário". Doutores de mentes claras e
frontes sem suor. Expositores de mãos não calejadas, mas de verbo fácil.
Por outro lado, quantos não se empolgaram e passaram a aplicá-la de manei-
ra precipitada, sem critério, criando "inovações" e disseminando dúvidas e incoe-
rências?
Não parte de nós nenhuma crítica ou condenação a quem quer que seja.
Apenas descrevemos fatos que este histórico não poderia deixar de mostrar.
Kardec, ao comentar as dúvidas e os diferentes sistemas que buscavam dar
explicações aos fenômenos das manifestações espíritas, escreve em O Livro dos
Médiuns (Edição Especial, LAKE, p. 14, cap. 1, item 06): "Eles nos dirão sem
dúvida que nós é que devemos provar a realidade das manifestações; nós lhas
provamos pelos fatos e pelo raciocínio; se não admitem nem um nem outro, se
negam mesmo o que vêem, eles é que devem provar que nosso raciocínio é falso
e que os fatos são impossíveis."
O levantamento bibliográfico, os relatos, os ensaios de interpretação e o ma-
nual de aplicação, que ambos os volumes representam dentre os objetivos já ex-
postos, procuram provar pelos fatos e raciocínios a realidade da desobsessão por
Corrente Magnética e, ao mesmo tempo, é um tributo de carinho e reconhecimen-
to ao Timoneiro e Desbravador Jerônimo Candinho. Os fatos vistos durante
décadas, os milhares de sofredores aliviados e recuperados comprovaram, junto
com a teoria, que o método não só é possível, como não existe doutrinariamente
nenhuma objeção filosófica, científica, religiosa ou técnica ao seu emprego.
Impossível será apagar de nossas memórias, mentes e corações o que obser-
vamos, testemunhamos, pesquisamos e estudamos.
Inadmissível deixar de reconhecer que Jerônimo, com sua energia e simplici-
dade, desdobrou novos horizontes, abrindo um novo cenário espiritual de socorro
e bênção a obsessores e obsidiados.
42
CAPÍTULO II
EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA-CRISTÃ
E
DESOBSESSÃO POR CORRENTE MAGNÉTICA
45
corações desesperados e descrentes do mundo. [...]. Só o trabalho de auto-evan-
gelização, porém, é firme e imperecível."
Fica registrado aqui, antes de qualquer digressão, que somos a favor e com-
partilhamos da opinião, que os esforços na Evangelização Espírita Cristã, seja nas
reuniões públicas, seja nos estudos sistematizados da Doutrina Espírita, seja em
qualquer outra forma de esclarecimento do indivíduo, sobrepõem aos que a tera-
pêutica desobsessiva propriamente dita pode oferecer. Prova disso são os inúme-
ros ensinos doutrinários a este respeito, que nos afiançam, sem deixar dúvidas,
que está no próprio obsidiado as condições indispensáveis para a sua cura. Con-
firmamos tais assertivas, em uma das orientações do Codificador (Revista Espí-
rita, dez. 1862, p.363):
46
Não podemos esquecer que as sessões de tratamento mediúnico nos permi-
tem auxiliar, dentro do mesmo contexto, os irmãos que já ultrapassaram a barreira
do túmulo a encontrarem o mesmo salutar caminho.
Sintetizando, afirmamos que o trabalho de Evangelização Espírita-Cristã, ex-
presso pela divulgação doutrinária, pelos cursos regulares de Doutrina Espírita,
pelas Reuniões Públicas, aliado ao incentivo à prática da caridade por todos os
meios, e à desobsessão são, em conjunto, a melhor forma de auxiliar o obsidiado e
o obsessor a encontrarem o real caminho da cura.
Nos próximos capítulos iremos mostrar como, por quê, de que forma e em
quê nos baseamos na aplicação desses recursos, notadamente a desobsessão por
corrente magnética, sem que tenhamos a pretensão de sobrepor ou servir de mo-
delo a qualquer outra agremiação espírita, mas sim, aperfeiçoar o que temos, e
"dar de graça o que de graça recebemos." E não cultivamos a ilusão de achar que
a metodologia da corrente magnética desobsessiva seja o único método capaz de
atender a um grande número de pessoas, que batem às portas dos Centros Espí-
ritas, em busca de alívio para as suas chagas mentais e psíquicas. André Luiz no
seu Missionários da Luz (21. ed., p.63) não deixa dúvidas a esse respeito: "Há
diversos processos de medicação espiritual contra o vampirismo, os quais podere-
mos desenvolver em direções diversas; [...]."
47
CAPÍTULO III
AS MULTIDÕES
51
O Espiritismo para as massas ou multidões, e a ineficiência de apenas uma
reunião de desobsessão por semana, já eram fatos verificados naquela época.
Tanto é verdade que algumas instituições como a de Bordeaux já buscavam novas
soluções, através de atividades que foram, inclusive, elogiadas pelo Codificador.
O que, após um século, não poderíamos dizer?
Os magnetizadores, que bem antes da Codificação já vinham buscando auxi-
liar e encontrar formas de tratamentos para as dores alheias, haviam de igual
modo deparado com as multidões e com a necessidade de estabelecerem méto-
dos que possibilitassem atender a vários casos.
Os principais meios por eles desenvolvidos foram os Baquet e as Cadeias
Magnéticas.
Passemos a palavra a Michaellus (Magnetismo Espiritual, 4. ed., p.117)
para conhecermos algo a respeito:
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Em nível terreno, uma das ligações mais comuns entre os seres pensantes é
a obsessão. Estando o magnetismo na base dessa relação e, sendo a corrente
magnética o meio mais poderoso para aumentar a força do magnetismo e para por
em circulação o fluido, porque não utilizá-la como método desobsessivo? O "mais
tarde" de ontem é o nosso presente. Inúmeras mensagens, orientações com no-
vos conceitos, têm-nos possibilitado conhecer com muito maior propriedade o Mag-
netismo e o poder das Vibrações Mentais. A Doutrina Espírita há muito vem
ampliando as bases científicas do Magnetismo. O mesmo não poderá ocorrer com
os métodos? - Acreditamos e testemunhamos que sim. A corrente magnética
desobsessiva nada mais é que a corrente magnética dos magnetizadores, alicerçada
pelas diretrizes e práticas mediúnicas e aplicada, como o método já havia sido
comprovado, a benefício das multidões, no nosso caso, de encarnados e desen-
carnados.
Solução viável para os momentos atuais, quando a síndrome obsessiva tem
se tornado epidêmica, coletiva.
Muitos dos nossos confrades afirmam não se preocuparem com essas ques-
tões e com a busca de novos métodos, por ser pequeno o número de freqüentadores
nos centros onde participam ou dirigem. Que possuem poucos médiuns, para uma
atividade desta ordem e envergadura. É razoável tal afirmativa, mas não podemos
compreendê-la. A corrente não se destina apenas ao atendimento de encarnados,
ou se justifica somente nas agremiações espiritistas de grande freqüência e de
inúmeros médiuns. Esse processo fundamenta-se igualmente na assistência aos
desencarnados em estado de desequilíbrio. Diante de um obsidiado, poderemos
estar diante de uma multidão: "E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome?
E êle disse: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios" (Lucas, 8:30).
Existem outros que, como dirigentes, desejam que os centros espíritas per-
maneçam pequenos, evitando as multidões, procurando realizar o que diz Allan
Kardec em O Livro dos Médiuns (Edição Especial, LAKE, itens 334-335): "[...],
no interesse dos estudos e para o bem do próprio assunto, as reuniões espíritas
devem visar a se multiplicarem em pequenos grupos antes que procurarem cons-
tituir-se em grandes aglomerações. [...]. Mais a reunião é numerosa, mais é difícil
de contentar todo mundo; [...]; ora, vinte grupos de quinze a vinte pessoas obterão
mais e farão mais para a propagação, do que uma assembléia de trezentas a
quatrocentas pessoas."
Apesar das pequenas assembléias não invalidarem a utilização das correntes
magnéticas, como dissemos no parágrafo anterior, poderá ser justa tal preocupa-
ção somente se o programa traçado pelos encarnados e sobretudo pelos mentores
que dirigem ou velam pelos destinos da instituição estabelecer como objetivo ou
finalidade tal proposição. Advogamos, entre as interpretações possíveis do texto,
que Kardec, ao dar este caminho, estava entre outros pontos prevendo o futuro,
porque a Doutrina Espírita, fazendo parte das leis naturais, fará com que cada
lar terreno, cada assembléia de amigos se transforme em célula viva de estudo,
53
assistência, esclarecimento e contato com o plano maior. Além do mais, o
Codificador, ao dar esta opinião, preocupava-se, sobretudo, com a harmonia ou
homogeneidade das reuniões, como ele deixa claro no mesmo capítulo do mesmo
livro, itens 331 e 332:
Devemos considerar que, mesmo nos grupos de grande freqüência, nada im-
pede que as observações tão sensatas do Codificador deixem de ser colocadas
em prática, bastando que, diante da necessidade de assistir a muitos, formem-se,
como no nosso caso, subgrupos em pequenas assembléias, guardando, no entanto,
a unidade de princípios na execução das tarefas que lhe são pertinentes.
Quanto a assistir um maior ou menor número de encarnados, um maior ou
menor número de espíritos em desequilíbrio, ampliar ou não o raio de ação dos
centros espíritas onde damos a nossa cota de participação, não nos esqueçamos,
para isso, de meditar nas expressões de André Luiz, no livro Nos Domínios da
Mediunidade (12. ed., p.23): "- Em nosso esforço de supervisão, podemos clas-
sificar sem dificuldade as perspectivas desse ou daquele agrupamento de servi-
ços psíquicos que aparecem no mundo. Analisando a psicoscopia de uma perso-
nalidade ou de uma equipe de trabalhadores, é possível anotar-lhes as possibilida-
des e categorizar-lhes a situação. Segundo as radiações que projetam, planeja-
mos a obra que podem realizar no tempo." (Grifos nossos).
Indubitavelmente, tais reflexões nos levam a buscar, antes de tudo, este pla-
nejamento previamente elaborado pelo Mundo Maior, para que não venhamos a
constituir núcleos espiritistas, voltados apenas para as nossas expressões pesso-
ais, como no dizer do Espírito Humberto de Campos, no seu livro Brasil, Cora-
ção do Mundo, Pátria do Evangelho (16. ed., p.228):
54
obras, que se levantam com pronunciado sabor pessoal, o grande mensagei-
ro do Divino Mestre as assinala imediatamente com o selo divino da carida-
de, que, de fato, é o estandarte maravilhoso a reunir todos os ambientes do
Espiritismo no país,[...].
55
CAPÍTULO IV
OBSESSÃO
E
DESOBSESSÃO POR CORRENTE MAGNÉTICA
59
Conhecendo, veremos que os meios, como diz Kardec, para combater a ob-
sessão podem variar. Portanto, não existe método único, definitivo ou universal. O
que é imutável são as condições para a imunização e os princípios, das quais
derivam os métodos.
A vacinação contra a obsessão é a evangelização e o conhecimento de si
mesmo. Como o indivíduo irá realizar esta tarefa, dependerá de vários caminhos:
religiosos, filosóficos e interiores.
Os princípios para tratar a obsessão são todos estruturados nos ascendentes
fluídicos, mentais, mediúnicos e morais. Como estes recursos serão utilizados de-
penderá dos métodos a serem escolhidos.
Normalmente o passe, a prece e a desobsessão por doutrinação verbal, isola-
damente ou em conjunto, são os meios terapêuticos mais aplicados em nossas
instituições espíritas.
Mas, não poderemos dizer que são os únicos, e que fora deles ou junto a eles
não existirão outros.
Raciocinando, veremos que os três possuem como denominador comum o
magnetismo. Do magnetismo, o humano-espiritual.
Há outras maneiras de empregá-lo? Esgotar-se-ia em três processos a sua
aplicabilidade?
Decerto que não!
Kardec fala em meios e na citação de André Luiz, ao final do segundo capítulo,
aprendemos que: "Há diversos processos de medicação espiritual contra o vampirismo,
os quais poderemos desenvolver em direções diversas, [...]."
Diversos processos e direções diversas não são apenas três. Diversos
significa diferentes, distintos, vários, variados...
O Magnetismo é como a eletricidade. Desde que sejam observados os princí-
pios que norteiam o seu emprego, milhares de métodos poderão ser desenvolvidos.
A corrente mento-eletromagnética é um deles.
Porém, se visamos falar, descrever, demonstrar, confirmar e explicar a
desobsessão por corrente magnética, é indispensável, pelas razões inicialmente
apresentadas, o estudo da obsessão. Somente compreendendo-a em seus
caracteres multiformes é que poderemos entender as suas bases funcionais, a
razão e os mecanismos em que se fundamenta.
Veremos na seqüência de nossa pesquisa que este processo desobsessivo
é o remédio similar da doença obsessiva, dinamizado pelas vibrações amoro-
sas e aplicado em benefício das multidões, seja de encarnados ou
desencarnados.
Partindo dessa premissa, passemos à discussão da obsessão como enfer-
midade da alma, destacando as características gerais de que se reveste e
relacionando-as com a desobsessão, notadamente à desobsessão por corrente
magnética.
60
4.2) HISTÓRICO
A síndrome obsessiva pode ser diagnosticada desde que o mundo é mundo.
Nos mais diferentes registros históricos, encontramos personagens envolvi-
das em situações que refletem desajustes psíquicos que podem ser caracterizados
como de fundo obsessional.
Na própria lenda de Adão e Eva, verificamos as influências negativas repre-
sentadas pela figura da serpente, que atrai, induz e corrompe graças à afinidade e
identidade de propósitos.
O Elo que possibilita a integração das intenções comuns é a correspondência
vibratória.
Em um, o apelo, o desejo, a vontade. No outro, a resposta, a concessão, o
interesse correspondido.
O fenômeno mediúnico ou de sintonia está na base tanto da doença, como da
medicação.
A obsessão é o fenômeno em sombra. A desobsessão é o fenômeno ilumina-
do.
Com base nos ascendentes mediúnicos, passemos a palavra ao mentor Emma-
nuel (Religião dos Espíritos, 3. ed., p.149), que esclarece magistralmente a questão
histórica:
61
Com Jesus, no entanto, recolhe o homem o necessário crivo moral para
definir responsabilidades e objetivos.
Em sua luminosa passagem, o fenômeno mediúnico, por toda parte, é
intimado à redenção da consciência.
62
hospitais, universidades. No entanto, a mais comum de todas as patologias - A
OBSESSÃO - com a conotação que a Doutrina Espírita lhe dá, nem sequer ainda
é citada nos compêndios médicos.
A Doutrina Espírita continua sendo um dos únicos recursos para a extinção
do "flagelo".
Em pleno final do século XX, somente o Consolador Prometido constitui "luz
bastante forte" para enfrentar, tratar e "clarear as mentes desgovernadas, sob o
fascínio das trevas".
A diretriz terapêutica segura, que a Doutrina Espírita possui, foi a que Allan
Kardec instituiu desde os primórdios da Codificação, conforme explica Manoel P.
de Miranda (Nos Bastidores da Obsessão, 2. ed., p.19):
a) Allan Kardec
65
A terapêutica desobsessiva por Corrente Magnética segue todas as orienta-
ções que a análise rápida das definições estudadas sugerem. Nenhuma delas é
esquecida ou menosprezada. Todas estão inclusas em sua prática.
O tempo necessário para a recuperação dos sofredores; a possibilidade
de tratamento tanto de encarnados, quanto de desencarnados, seja em peque-
no ou grande número; o diagnóstico correto das diferentes características que
envolvem o processo obsessivo, para o adequado direcionamento terapêutico;
a educação e evangelização dos litigantes; a condição de prevenir e tratar a
obsessão que envolve médiuns, auxiliando igualmente na melhoria dos ambi-
entes psíquicos; são medidas que o método em questão aplica, desenvolve e
torna viável.
4.4) SINONÍMIA
A síndrome obssessiva recebe inúmeras denominações, desde as populares
até as acadêmicas. No entanto, no nosso meio, a mais comumente usada é o
vampirismo.
André Luiz ao tratar do assunto, com propriedade, no livro Missionários da
Luz (21. ed., p.36), define o termo a partir do seu agente:
66
4.4.1) Implicações Terapêuticas
67
4.5) CLASSIFICAÇÃO
Na Revista Espírita (out. 1858, p.277), o mestre lionês explica cada uma das
variedades mencionadas:
68
4.5.1) Implicações Terapêuticas
a.j) Triagem
69
a. ) "A palavra obsessão é, de certo modo, um termo genérico."
2
subjugação."
70
5) Passes de desobsessão e Corrente Magnética de atendimento geral;
Cada uma dessas etapas e atividades serão explicadas e justificadas nos capí-
tulos vindouros.
O que agora nos interessa é chamar a atenção para o fato de que, através da
triagem, nos é possível diagnosticar as fases, graus ou variedades do processo
obsessivo, determinando as condições em que o paciente se encontre, conduzin-
do-o à terapia mais adequada.
A terapêutica básica aqui relacionada permite tratar desde a auto-obsessão,
passando pela influenciação espiritual sutil, até a subjugação e possessão (enten-
dendo este vocábulo como um quadro mais grave da subjugação).
a
- 4 ) "O grau de constrangimento e a natureza dos efeitos que produz
marcam a diferença entre a obsessão, a subjugação e a fascinação."
Ressaltamos este trecho, porque ele representa a viga mestra, a coluna ver-
tebral do trabalho de triagem ou conversação fraterna.
É justamente através do "grau de constrangimento" e a "natureza dos efei-
tos" que se torna possível o diagnóstico diferencial entre as variedades do fenô-
meno obsessivo.
Os desejos, pensamentos e atos dos pacientes comentados ou observados
durante a entrevista é que irão_pejmitir a caracterização desses parâmetros.
Obtido o diagnóstico fica mais fácil a avaliação, prognóstico, orientação, en-
caminhamento e tratamento de cada caso.
Há de enaltecer que a dinâmica da desobsessão por Corrente Magnética
possibilita o atendimento a múltiplos casos, sem perder a visão individual e a ne-
cessidade intrínseca de cada um deles.
71
a. ) Principais Características do Fenômeno Obsessivo
5
Produzida:
Necessidade inces- Impelindo a pessoa às - Por ação direta de
sante de agir desta ou mais desarrazoadas um Espírito estranho;
daquela maneira. ações. - Ora por seus racio-
cínios capciosos.
72
especializado, adequado, compatível com suas necessidades reais. Quando assim
se faz, não se desenvolve ação metódica e contínua. E, quando as ações
desobsessivas têm estas características, faltam condições e meios para atender a
vários casos simultaneamente.
"Por sua vontade pode sempre o homem sacudir o jugo dos Espíritos
imperfeitos, porque em virtude de seu livre arbítrio, hâ escolha entre o
bem e o mal. Se o constrangimento chegou a ponto de paralisar a vonta-
de e se a fascinação é tão grande que oblitera a razão, então a vontade
de uma terceira pessoa pode substituí-la." (Revista Espírita, out. 1858,
p.277)."
4.6) ETIOLOGIA
73
será uma ação externa ou uma via única, mas uma mão dupla de correspondência
e reciprocidade:
74
As causas variam enormemente:
É importante fixar a regra geral enunciada por Kardec: "As causas da obses-
são variam, de acordo com o caráter do espírito."
Independente da expressão do processo obsessivo, esta regra se aplica. Daí
podermos imaginar a quantidade de fatores, condições e as características que a
patologia envolve. Gama imensa dos agentes e causas etiológicas.
75
Há muitos Espíritos sofrendo a influenciação dos encarnados e lutando,
tenazmente, para se livrarem dessa influenciação.
Quem se familiariza com trabalhos práticos, sem dúvida já presenciou
desesperadas reclamações de Espíritos, de que Fulano ou Beltrano (en-
carnado) não lhe dá trégua, não deixa, um instante sequer, de atraí-lo para
junto de si. (Martins Peralva, Estudando a Mediunidade, 10. ed., p.106).
(Grifos Originais).
76
através da hipnose, submetendo outras mentes desencarnadas às suas decisões
e interesses.
Manoel P. de Miranda nos dá notícia a respeito no livro Nos Bastidores da
Obsessão (2. ed., p.161):
77
4.6.1.4.3) Opinião de Manuel P. de Miranda
78
A melhor maneira de extinguir o fogo é recusar-lhe combustível. A fra-
ternidade operante será sempre o remédio eficaz, ante as perturbações dessa
natureza. Por isso mesmo, o Cristo aconselhava-nos o amor aos adversári-
os, o auxílio aos que nos perseguem e a oração pelos que nos caluniam,
como atitudes indispensáveis à garantia de nossa paz e de nossa vitória.
(André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade, 12. ed., p.187).
4.6.1.5) Auto-Obsessão
O livro Libertação (12. ed., p.139), ditado pelo espírito André Luiz com
psicografia de Francisco Cândido Xavier, exemplifica esta etiologia obsessiva,
contando a história de um investigador de polícia que abusou de suas prerrogati-
vas para humilhar e ferir:
79
sintonia e receptividade da região orgânica, em conexão com o impulso
havido, e as entidades microbianas, que vivem e se reproduzem no campo
mental dos milhões de pessoas que as entretém, acorrerão em massa, ab-
sorvidas pelas células que as atraem, em obediência às ordens interiores,
reiteradamente recebidas, formando no corpo a enfermidade idealizada. [...],
o doente que se compraz na aceitação e no elogio da própria decadência
acaba na posição de excelente encubador de bactérias e sintomas mórbi-
dos, [...]. (Libertação, 12. ed., p. 30).
80
O método de vida que a sociedade moderna tem desenvolvido vem suscitan-
do, de maneira bem mais freqüente, esta condição obsessiva:
Não há, por isto, obsessão unilateral. Toda ocorrência desta espécie se
nutre à base de intercâmbio mais ou menos completo. Quanto mais susten-
tadas as imagens inferiores de um Espírito para outro, em regime de permu-
ta constante, mais profundo o poder da obsessão, de vez que se afastam da
justa realidade para o circuito de sombra em que se entregam a mútuo
fascínio. (Emmanuel, Pensamento e Vida, 8. ed., p. 124).
81
Obsessão recíproca a nosso ver é um pleonasmo.
A reciprocidade é parte interativa da própria definição da patologia.
A obsessão é um parasitismo que se exprime no contexto simbiótico, onde
não existe beneficiado, mas complementação inferior.
82
Em qualquer providência e em qualquer opinião, somos sempre a soma
de muitos.
Expressamos milhares de criaturas e milhares de criaturas nos expres-
sam. (Emmanuel, Pensamento e Vida, 8. ed. lição 08).
83
Quanto aos encarnados, as possibilidades são muito mais reduzidas. Orienta
o livro já citado que os obsessos apenas influenciados ou fixados em fase inicial
de perturbação devem receber socorro breve, retirando-se do recinto em seguida,
sendo que somente diante dos processos obsessivos indiscutivelmente instalados
é que o grupo deve e pode "acolher o obsidiado e seus acompanhantes, acomo-
dando-os no banco ou nas cadeiras, colocados à retaguarda, onde receberão a
assistência precisa." (lição 23).
A maioria das interações se situa na faixa das influenciações sutis como
veremos nos próximos tópicos, condição que, em virtude da especialidade da tera-
pia desobsessiva por doutrinação verbal, não permite a presença do enfermo du-
rante todo o desenrolar da atividade, mesmo nos casos graves a freqüência ocor-
re em condições mínimas.
4.6.2.5) Auto-Obsessão
O tratamento de uma patologia tão complexa como a obsessão não pode, como
mais uma vez observamos, ser desenvolvido por um único processo ou por um conjun-
to de pequenas iniciativas.
Admitir que uma reunião semanal consagrada à moralização de espíritos enfer-
mos é representativa ou significativa no real combate das causas e conseqüências do
flagelo obsessivo, é fugir espontaneamente da realidade ou enganar-se, contribuindo
para facilitar a posição cômoda da grande maioria.
Vez por outra, surgem iniciativas pessoais ou de grupos na tentativa edificante de
desdobrar a terepêutica Kardequiana em novos métodos, que venham a contribuir e
somar. Mas imediatamente sofrem as reações da ortodoxia, fixada em análises, per-
guntas e questionamentos diversos, tentando sempre, obstaculizar antes de contribuir
para o crescimento. Insistem que os meios já empregados ou conhecidos são suficien-
tes, esquecendo-se da teoria e encastelando-se em opiniões pessoais.
Se sintetizarmos as anotações dos itens anteriores em um quadro geral, veremos
que este tipo de conduta e abordagem não procede:
85
DESOBSESSÃO POR DOUTRINAÇÃO VERBAL
Encarnado
Aqui são quase nulas as possibilidades de
X
assistência.
Encarnado
86
Não queremos, com o levantamento de todos esses pontos, dizer que a
Desobsessão por Doutrinação Verbal é imprópria ou inadequada à prática
desobsessiva. Queremos chamar a atenção que o método por nós mais conheci-
da, divulgado e praticado, não tem emprego universal e, inviabiliza-se, quando o
objetivo e necessidade nos impulsionam ao socorro de multidões de sofredores,
particularmente aos encarnados.
Há variáveis para o emprego do método em discussão, mas freqüentemente
na maioria das instituições espíritas, o trabalho é desenvolvido segundo as normas
especificadas anteriormente.
Conseqüentemente, se não é possível atendermos todos os agentes e causas
da obsessão, como poderemos ficar imóveis sem buscar novos métodos comple-
mentares para a solução de processos tão graves? De que forma haveremos de
defender em trincheiras de palavras soluções antigas, que apesar de primorosas
não cobrem terapéuticamente falando os principais agentes e causas da síndrome
obsessiva?
4.7) EPIDEMOLOGIA
87
pode começar nos instantes de parcial desprendimento pelo sono, quando,
então, encontrando o desafeto ou a sua vítima dantanho, sente o espicaçar
do remorso ou o remorder da cólera, abrindo as comportas do pensamento
aos comunicados que logo advirão, sem que se possa prever quando termi-
nará a obsessão, que pode alongar-se até mesmo depois da morte...
Estabelecido o contacto mental em que o encarnado registra a interfe-
rência do pensamento invasor, soa o sinal alarmante da obsessão em pleno
desenvolvimento... (Manoel P. de Miranda, Nos Bastidores da Obsessão,
2. ed., p.31). (Grifos Originais). (Negritos nossos).
88
- AGUDA: quando a enfermidade irrompe de um momento para o outro, a
partir de desequilíbrios vividos intimamente e não rotineiramente demonstráveis;
Idéia negativa que se fixa, campo mental que se enfraquece, dando ense-
jo a idéias negativas que virão.
Da mesma forma que as enfermidades orgânicas se manifestam onde há
carência, o campo obsessivo se desloca da mente para o departamento
somático onde as imperfeições morais do pretérito deixaram marcas pro-
fundas no perispírito.
Tabagismo - O fumo, pelos danos que ocasiona ao organismo, é, por
isso mesmo, perigo para o corpo e para a mente.
Hábito vicioso, facilita a interferência de mentes desencarnadas também
viciadas, que se ligam em intercâmbio obsessivo simples a caminho de dolo-
rosas desarmonias...
Alcoolofilia - Embora necessário para organismo sujeito a climas frios,
o álcool em dosagens mínimas acelera a digestão, facilitando a diurese. No
entanto, pelas conseqüências sócio-morais que acarreta, quando se perver-
te em viciação criminosa, simples em começo e depois aberrante, é veículo
de obsessores cruéis, ensejando, a alcoólatras desencarnados, vampirismo
impiedoso, com conseqüentes lesões do aparelho fisiopsíquico.
Sexualidade - Sendo porta de santificação para a vida, altar de preser-
vação da espécie, é, também, veículo de alucinantes manifestações de mentes
atormentadas, em estado de angústia pertinaz. Através dele, sintonizam
89
consciências desencarnadas em indescritível aflição, mergulhando, em hos-
pedagem violenta nas mentes encarnadas, para se demorarem em absor-
ções destruidoras do plasma nervoso, gerando obsessões degradantes...
Estupefacientes - À frente da ação deprimente de certas drogas que
atuam nos centros nervosos, desbordam-se os registros da subconsciencia,
e impressões do pretérito ressurgem, misturadas às frustrações do presen-
te, já em depósito, realizando conúbio desequilibrante, através do qual de-
sencarnados em desespero emocional se locupletam, ligando-se aos ator-
mentados da Terra, conjugando à sua a loucura deles, em possessão selva-
gem...
Alienação mental - Sendo todo alienado, conforme o próprio verbete
denuncia, um ausente, a alienação mental começa, muitas vezes, quando o
espírito retoma o corpo pela reencarnação em forma de limitação punitiva
ou de corrigenda, ligado a credores dantanho, em marcha inexorável para o
aniquilamento da razão, quando não se afirma nas linhas do equilíbrio mo-
ral...
Glutoneria, maledicência, ira, ciúme, inveja, soberba, avareza, medo, ego-
ísmo, são estradas de acesso para mentes desatreladas do carro somático
em tormentosa e vigilante busca na Erraticidade, sedentas de comensais,
com os quais, em conexão segura, continuam o enganoso banquete do pra-
zer fugido... (Manoel Philomeno de Miranda, Nos Bastidores da Obses-
são, 2. ed., p.28). (Grifos Originais).
90
lógicos que logo se desenvolvem, dando gênese às doenças físicas. Por sua
vez, na área mental, os conflitos e mágoas, os ódios acerbos, as ambições
tresvariadas e os tormentosos delitos ocultos, quando da reencarnação, por
estarem ínsitos no Espírito endividado, respondem pelas distonias psíquicas
e alienações mais variadas. Acrescentemos a essas predisposições a pre-
sença dos cobradores desencarnados, cuja ação mental encontra perfeito
acoplamento na paisagem psicofísica dos a quem persegue, e teremos a
presença da constrição obsessiva. Eis porque é rara a enfermidade que não
conte com a presença de um componente espiritual, quando não seja direta-
mente esta o seu efeito. O corpo e a mente refletem a realidade espiritual
de cada criatura. (Manoel P. de Miranda, Painéis da Obsessão, p.48).
(Grifo Original).
91
mente efeitos em somação. Quanto maior a sintonia, maior a identidade ou igual-
dade entre a doença do obsessor e do obsidiado, mesmo quando habitam moradas
de densidades diversas.
Até mesmo as doenças infecto-contagiosas, na maioria das vezes, encontram
nesse mecanismo o terreno propício para o seu desenvolvimento. Eis porque afir-
ma Manoel P. de Miranda: "É raro a enfermidade que não conte com a presença
de um componente espiritual, quando não seja diretamente este o seu efeito."
Os desajustes espirituais não curam com injeçõescomprimidos. Os laços
psíquicos não se rompem com ação química orgânica.
Indispensável o aparelhamento dos núcleos espiritistas para o auxílio real, utili-
zando-se da química espiritual na terapia desobsessiva, direcionando-a a milhares
de pacientes que jornadeiam de consultório em consultório, de hospital em hospi-
tal, trocando de diagnóstico aqui e ali, consumindo dezenas de medicamentos, sem
encontrarem a cura verdadeira de seus males.
O combate metódico, racional e cristão aos vícios de todas as origens, torna-se
preponderante nessa terapia. As conseqüências do tabagismo, glutonaria,
sexualismo, ira, ciúme, inveja, medo etc, vão muito além do que geralmente per-
cebemos. Estabelecem estradas de acesso para a conexão obsessiva, geram dis-
túrbios psíquicos de vulto, sendo responsáveis pela formação da matéria mental
fulminatória e das larvas psíquicas, que estudaremos nos próximos itens, e, que
têm gerado inúmeras enfermidades do corpo e da alma.
Educar as mentes, evangelizar corações, movimentar as energias físico-psíqui-
cas em benefício de obsessores e obsidiados é tarefa inadiável de equipes espíri-
tas que colaboram na seara do bem.
4.9) DIAGNÓSTICO
92
to e tato magnético nos é possível confirmar ou mesmo ampliar o diagnóstico, que
os dados da história clínica nos forneçam. No segundo volume de nossa pesquisa
discutiremos como realizar este levantamento psíquico.
Quando você escute nos recessos da mente uma idéia torturante que
teima por se fixar, interrompendo o curso dos pensamentos; quando consta-
te, imperiosa, atuante força psíquica interferindo nos processos mentais;
quando verifique a vontade sendo dominada por outra vontade que parece
dominar; quando experimente inquietação crescente, na intimidade mental,
sem motivos reais; quando sinta o impacto do desalinho espiritual em fran-
co desenvolvimento, acautele-se, porque você se encontra em processo im-
perioso e ultriz de obsessão pertinaz.
Transmissão mental de cérebro a cérebro, a obsessão é síndrome alar-
mante que denuncia enfermidade grave de erradicação difícil. (Manoel
P. de Miranda, Nos Bastidores da Obsessão, 2. ed., p.27). (Grifo Ori-
ginal).
O diagnóstico mais difícil, como por inúmeras vezes nos referimos anterior-
mente, reside nas formas sutis ou inaparentes.
Em virtude da relevância do tema e, visando à definição de parâmetros seguros
voltados para a atividade de triagem, é que transcrevemos abaixo uma síntese
primorosa a respeito do tópico em questão, realizada pelo Espírito André Luiz,
constante no livro Estude e Viva em sua lição 35:
PRINCIPAIS PARÂMETROS
95
Através de relatos espontâneos, perguntas indiretas e gerais dentro dos itens
sugeridos, dificilmente os medianeiros deixarão de determinar, pela conversação
fraterna o tipo de interação obsessiva e o grau de influenciação que o paciente
poderá estar sofrendo ou mesmo causando.
O diagnóstico de alguns casos é difícil, mas a observação e o estudo constante,
com sincero desejo de auxiliar, removerão os obstáculos naturais.
Não haverá necessidade de constatação de todos os itens para que o diagnós-
tico seja firmado. A presença de alguns fatores, analisados com bom senso, pode-
rão levantar ou mesmo firmar a hipótese diagnostica, objetivando as orientações e
encaminhamentos.
a
I . Persistência de um Espírito em se comunicar, bom ou mau grado, pela
escrita, pela audição, pela tiptologia, etc, opondo-se a que outros Espíritos
o façam;
a
2 . Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reco-
nhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;
a
3 . Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se
comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas
ou absurdas;
96
4ª. Confiança do médium nos elogios que lhe dispensam os Espíritos que
por ele se comunicam;
a
5 . Disposição para se afastar das pessoas que podem emitir opiniões
aproveitáveis;
a
6 . Tomar a mal a crítica das comunicações que recebe;
a
7 . Necessidade incessante e inoportuna de escrever;
a
8 . Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forçan-
do-o a agir ou falar a seu mau grado;
a
9 . Rumores e desordens persistentes ao redor do médium, sendo ele de
tudo a causa, ou o objeto. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, 48. ed.,
FEB, item 243). (Grifos nossos).
97
4.10) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
98
Nas páginas do livro Grilhões Partidos (3. ed., p.102-108) ditado pelo Espírito
Manoel P. de Miranda, com psicografia de Divaldo Pereira Franco, o renomado e
dedicado Espírito Bezerra de Menezes dá algumas orientações que esclarecem e
auxiliam, sobremaneira, a nossa conduta em relação aos nossos irmãos que pas-
sam por este aflitivo problema.
99
Ocorrência mais comum dá-se quando o epiléptico sofre a carga obses-
siva simultaneamente, graças aos gravames do passado, em que sua antiga
vítima se investe da posição de cobrador, complicando-lhe a enfermidade,
então, com caráter misto.
Conveniente, nesse como noutros casos, cuidar-se de examinar as
síndromes das enfermidades psiquiátricas, a fim de as não confundir com
os sintomas da mediunidade, no período inicial da manifestação, quando o
médium se encontra atormentado.
Nesse sentido é mister evitar-se a generalidade, isto é, a simplificação do
problema com arremetidas simplistas, como é de hábito muitos fazerem.
A contribuição fluidoterápica, nas diversas expressões em que se apre-
senta, é de valor inconcusso, de indiscutível benefício, desde que o paciente
se disponha realmente a ajudar-se. (Grilhões Partidos, p.104). (Grifos Ori-
ginais).
100
da organização perispirítica. Em teu caso, Marcelo, para tua consciência
que já acordou na espiritualidade superior, o remédio mais eficaz consiste
na fé positiva, na autoconfiança, no trabalho digno em pensamentos
enobrecedores. Permanecendo na zona mais alta da personalidade, vence-
rás os desequilíbrios dos departamentos mais baixos, competindo-te, por
isto mesmo, atacar a missão renovadora e sublime que te foi confiada no
setor da própria iluminação e no bem do próximo. Os elementos
medicamentosos podem exercer tutela despótica sobre o cosmo orgânico,
sempre que a mente não se disponha a controlá-la, recorrendo aos fatores
educativos.
101
4.11.1) O Obsessor
4.11.1.1) Ovoides
Por volta de vinte horas, um automóvel recebia o casal, que se fêz acom-
panhado por nós e pelo grande número de "ovóides", ainda ligados à cabe-
ça da enferma, sob processo de imantação. (Libertação, 12. ed., p.197).
(Grifos Originais).
102
b) - Como se gasta o perispírito ?
Continua Gúbio:
103
c) - O que se pode fazer para a cura ou restabelecimento do obsessor que,
além de tudo, ainda esteja sendo obsidiado em regime de hipnose?
Conclui Gúbio:
O magnetismo é uma força universal que assume a direção que lhe ditar-
mos. Passes contrários à ação paralisante restituí-lo-ão à normalidade. Tal
operação, contudo, exige momento adequado. Há necessidade, no feito, de
recursos regeneradores intensivos, suscetíveis de serem encontrados junto
a serviços de grupo, em que a colaboração de muitos se entrosa a favor de
um só, quando necessário. (Libertação, p.192).
104
Os aspectos patogênicos e patológicos acrescentam novos dados e alertam-
nos para a importância da associação de métodos e a busca de vários recursos, de
forma esclarecida e segura, para o verdadeiro combate e prevenção.
O tratamento pelas correntes mento-eletromagnéticas não é uma metodologia
ou ação terapêutica isolada. É na verdade, se assim pudermos exprimir, uma op~
ção medicamentosa ou mais um processo de medicação espiritual, que não se
deve aplicar sem o conhecimento e condições necessárias. Em associacão-com
outras ações magnéticas como o passe ou educativas como a doutrinação verbal,
exprime-se em regime de especialização, sendo amplo o seu mecanismo de ação
e em decorrência, o seu raio de ação e serviço. Por elas podemos tratar o encar-
nado em regime obsessivo e o desencarnado em desequilíbrio, auxiliando emca-
sos simples ou complexos, atuando em relação a um paciente ou a vários, a uma
entidade ou a falanges e, é o único meio que conhecemos, capaz de auxiliar na
terapia dos ovóides, seja na liberação de suas ações funestas em relação aos
encarnados e desencarnados, que por eles estejam sendo induzidos e vampirizados,
ou em seu próprio auxílio, preparando-os, ou secundando a ação dos espíritos
amigos na condução desses irmãos infelizes, em condições tão deploráveis, para
as colônias ou postos de tratamento, para posterior imersão na carne que é a
conduta prioritária nesses casos.
Não deve causar estranheza tal informação, porque na atividade de doutrina-
ção verbal não podemos atender em regime de orientação tais entidades, porque
elas estão em monoideísmo ou, em outras palavras, estão presas, fixadas em ape-
nas uma idéia e, como ficou claro, gastaram o perispírito, estando revestidas
apenas pela túnica energética mental.
Já sabemos que as comunicações, segundos os Espíritos Reveladores e Allan
Kardec, processam-se de perispírito a perispírito pela sintonia e fluxo mental. No
caso dos ovóides, torna-se impossível tal intercâmbio que possibilite a evangeliza-
ção pela perda das condições básicas. Porém, as correntes magnéticas aplicadas
à desobsessão podem atrair ou dar passagem a estas formas ovóides, porque
elas se alimentam energeticamente, imantando-se ao campo mental.
As cadeias magnéticas são formadas de correntes mentais e correntes
energéticas variáveis, em regime de vibração amorável e associação em todos os
níveis com os servidores do plano maior da vida. A conjugação das formas ovóides,
imantando-as transitoriamente ao campo mento-eletromagnético da corrente for-
mada por tal associação, permite a energização superior e o choque vibratório
necessários ao início da recuperação espiritual e a conseqüente libertação dos
vampirizados, sejam encarnados ou desencarnados.
Este mesmo campo doa os raios energéticos e permite a ligação dos centros
perispirituais de entidades obsessoras, em regime de igual obsessão hipnótica, aos
centros perispirituais dos médiuns que as compõem, ou a ligação à cadeia como
um todo, dando assim a colaboração de muitos que, dessa forma, entrosam-se a
favor de uma entidade ou de várias, facultando a ação precisa dos magnetizadores
105
espirituais, que podem operar em momento adequado, através de passes contrári-
os à ação entorpecente e paralisante, restituindo a normalidade psíquica ao algoz-
vítima. Ação esta que pode e deve ser exercida pelos médiuns passistas que atu-
am sobre a corrente, tornando-se assim um coadjuvante importante, sempre que
se dispuserem ao estudo das técnicas e ações mentais necessárias e, a qualifica-
ção vibratória, advinda de sua reforma moral.
Outra grande vantagem da corrente é a sua aplicabilidade no caso de obsessão
entre encarnados, onde se torna difícil a atuação das atividades de desobsessão
por doutrinação verbal. Aqui, através de passes, vibração e corrente magnética,
como ou à semelhança de uma usina energética, eletroímã, bateria ou condensador,
é possível o atendimento desses casos complexos quebrando ou drenando es-
ses laços fluídico-mentais e atuando, isso como regra geral para todos os casos,
em seus ambientes psíquicos, realizando a melhoria vibracional e, a higienização
energética, pela destruição de formas pensamentos ou clichês mentais e, pelo
tratamento subseqüente das entidades ou falanges que invariavelmente são
partícipes, nesses conúbios simbióticos de baixo teor.
Para os irmãos que possam ficar perplexos, desconfiados ou cépticos da des-
crição até aqui, pálida e incompleta, das possibilidades terapêuticas da desobsessão
por corrente magnética, gostaríamos de recordar as seguintes expressões:
"O magnetismo é uma força universal que assume a direção que lhe
ditarmos."
4.11.2) O Obsidiado
106
determinados bacilos psíquicos, que irão alimentar os vampirizadores, mantendo o
ciclo obsessivo.
Tanto existe a microbiologia física como a psíquica. Conhecê-la e descobrir os
meios de prevenção e combate à sua proliferação são condutas indispensáveis à
terapêutica desobsessiva.
Podemos conferir todos estes aspectos no livro Missionários da Luz (André
Luiz - Francisco Cândido Xavier) nos capítulos 3, 4 e 19. Os seus principais
tópicos são agrupados a seguir.
a) Sexuais
b) Alcoólicos
107
Vali-me do ensejo para notar-lhe as singularidades orgânicas.
O aparelho gastrintestinal parecia totalmente ensopado em aguardente,
porquanto essa substância invadia todos os escaninhos do estômago e, co-
meçando a fazer-se sentir nas paredes do esófago, manifestava a sua influ-
ência até no bolo fecal. Espantava-me o fígado enorme. Pequeninas figu-
ras horripilantes postavam-se, vorazes, ao longo da veia porta, lutando
desesperadamente com os elementos sangüíneos mais novos. Toda a estru-
tura do órgão se mantinha alterada. Terrível ingurgitamento. Os lóbulos ci-
líndricos, modificados, abrigavam células doentes e empobrecidas. O baço
apresentava anomalias estranhas. (Missionários da Luz, p.30). (Grifos
nossos).
ç) Glutônicos
4.11.2.1.1) Explicações
108
O dicionário médico do mundo não os conhece e, na ausência de termi-
nologia adequada aos seus conhecimentos, chamemo-lhes larvas, simples-
mente.
Têm sido cultivados por este companheiro, não só pela incontinência no
domínio das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas,
senão também pelo contacto com entidades grosseiras, que se afinam com
as predileções dele, entidades que o visitam com freqüência, à maneira de
imperceptíveis vampiros. (Missionários da Luz, p.29).
Resp.: [...], meu amigo, as doenças psíquicas são muito mais deplorá-
veis. A patogênese da alma está dividida em quadros dolorosos. A cólera,
a intemperança, os desvarios do sexo, as viciações de vários matizes,
formam criações inferiores que afetam profundamente a vida íntima.
109
Quase sempre o corpo doente assinala a mente enfermiça. A organização
fisiológica, segundo conhecemos no campo de cogitações terrestres, não vai
além do vaso de barro, dentro do molde preexistente do corpo espiritual. Atin-
gido o molde em sua estrutura pelos golpes das vibrações inferiores, o vaso
refletirá imediatamente. (Missionários da Luz, p.37). (Grifos nossos).
Mais à frente;
Resp.: Assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que
lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual pode absorver
elementos de degradação que lhe corroem os centros de força, com refle-
xos sobre as células materiais. (Missionários da Luz, p.325).
110
Em relação ao primeiro caso:
Esta amiga, na manhã de hoje, teve sérios atritos com o esposo, entrando
em grave posição de desarmonia íntima. A pequena nuvem que lhe cerca o
órgão vital representa matéria mental fulminatória. A permanência de se-
melhante resíduo no coração pode ocasionar-lhe perigosa enfermidade. (Mis-
sionários da Luz, p.326).
Finalizando o tópico, não podemos nos furtar a uma pergunta essencial às nos-
sas conclusões, que inclusive pode nos mostrar o mecanismo básico da obsessão
entre os encarnados:
Resp.: Nas moléstias da alma, como nas enfermidades do corpo físico, an-
tes da afecção existe o ambiente. As ações produzem efeitos, os sentimentos
111
geram criações, os pensamentos dão origem a formas e conseqüências de
infinitas expressões. E, em virtude de cada Espírito representar um univer-
so por si, cada um de nós é responsável pela emissão das forças que lança-
mos em circulação nas correntes da vida. A cólera, a desesperação, o ódio
e o vício oferecem campo a perigosos germens psíquicos na esfera da alma.
E, qual acontece no terreno das enfermidades do corpo, o contágio aqui é
fato consumado, desde que a imprevidência ou a necessidade de luta esta-
beleçam ambiente propício, entre companheiros do mesmo nível. (Missio-
nários da Luz, p.38). (Grifos nossos).
112
possibilitam a destruição dos bacilos psíquicos e a drenagem, deslocamento ou
retirada da matéria mental degradante, do campo físico-perispirítual dos pacien-
tes em tratamento, sejam encarnados ou desencamados.
O manancial magnético, criador e vivificante, como um verdadeiro oceano
de forças curativas, doados pelos focos irradiantes de energia que cada médium
representa, tem aplicações variadas de profundo efeito, bastando que se direcione
o pensamento coletivo para os fins que se pretenda alcançar. No caso, fins
desobsessivos.
4.12) TRATAMENTO
A terapêutica desobsessiva mais efetiva será aquela que tenha emprego univer-
sal, seja de fácil aplicação e se fundamente em princípios decorrentes do estudo metó-
dico da obsessão, tais como: a definição,a etiologia, a epidemiologia.o quadro clínico,a
patogenia,a patologia etc.
113
3) Ação persistente e contínua até a solução ou melhora possível de cada_
caso;
4.12.1) Histórico
114
Kardec que não só estes horizontes se ampliaram, como os fundamentos de uma
terapêutica segura se instituiu; não apenas no que concerne a métodos, mas so-
bretudo em relação a princípios e diretrizes, capazes de alicerçar meios em dire-
ções diversas, porém voltados para os mesmos fins.
Notemos que as expressões usadas por André Luiz são bastante significativas:
nenhuma deve e precisa. O texto não deixa a menor dúvida da necessidade de
formação, conservação e aprimoramento de equipes na casa espírita, preparadas
para a assistência desobsessiva.
Assistência que inclua o desencarnado, o encarnado, bem como a própria pro-
teção da instituição, segundo as orientações Kardequianas.
115
"O magnetismo é uma força universal que assume a direção que lhe
ditarmos." (André Luiz, Libertação, 12. ed., p.192).
Este meio mais poderoso, instituído como método desobsessivo, desenvolve to-
das as diretrizes anteriormente selecionadas, possibilitando a desobsessão coleti-
va pela força do pensamento coletivo.
A mediunidade e o magnetismo são suas colunas mestras e, o pensamento, sua
base de expressão.
116
7) As formações vibratórias de baixo teor, tais como: bacilos psíquicos e
matéria mental fulminatória;
Um método de tal envergadura não pode existir, sem uma série de ações
correlatas. Estas ações sob o título de Terapêutica Básica e Corrente Magné-
tica, é o que descreveremos no próximo capítulo.
117
CAPÍTULO V
10) Caravanas de culto no lar, visitas e orientações aos familiares e aos pró-
prios pacientes.
Logicamente que todas estas atividades são implantadas passo a passo, con-
forme o número de trabalhadores da instituição, o preparo prévio, a especializa-
ção e o número de pacientes que buscam a casa espírita.
Inicialmente, através dos cursos (estudos sistematizados da doutrina espíri-
ta), é realizada a formação doutrinária geral e oferecida a possibilidade da refor-
ma e conscientização ao futuro trabalhador ou médium. Após, pelo desenvolvi-
mento mediúnico, faz-se o treinamento, a especialização, o esclarecimento e a
formação dos diversos grupos, desde os de médiuns passistas até os médiuns da
corrente magnética; dos grupos de vibração aos de desobsessão por doutrinação
verbal. Não nos é possível descrever o método, a maneira e a dinâmica da forma-
121
ção dessas equipes no presente volume, mas segue o que tradicionalmente conhe-
cemos em nossa prática doutrinária, aliado a conceitos e modelos de ações que
paulatinamente vamos desenvolvendo na nossa pesquisa.
Também através de cursos, formam-se trabalhadores para a realização da
triagem ou conversação fraterna, permitindo uma melhor entrevista e conseqüen-
te diagnóstico dos problemas psíquicos, em que poderão estar envolvidos os paci-
entes, possibilitando a adequada orientação.
Preenchidos todos os requisitos básicos de formação e treinamento das equi-
pes, inicia-se a implantação de cada uma dessas atividades.
Recomenda-se que a triagem e a reunião pública (juntamente com o passe e
as aulas especializadas aos pacientes) sejam realizadas em dias distintos. Caso
não seja possível e desde que se tenha espaço e trabalhadores suficientes, pode-
mos unir essas atividades, até que o número de freqüentadores e candidatos ao
tratamento inviabilize tal iniciativa. Já a desobsessão, por razões sobejamente co-
nhecidas, deve ser realizada em dia próprio.
Podemos ter o seguinte esquema, que aqui citamos como exemplo, apenas
para facilitar a compreensão daqueles que nunca participaram ou viram algo a
respeito desse método desobssessivo:
122
enfatizar as principais diretrizes a respeito do tratamento, tais como: sua dinâmi-
ca, disciplina, importância, necessidade do esforço próprio e da reforma íntima,
etc. Ainda nesta reunião, procura-se desenvolver uma campanha em prol da im-
plantação do Culto do Evangelho no Lar, detalhando a sua forma de realização
e os benefícios que esta prática metodicamente desenvolvida oferece.
Os pacientes que estão retornando, após cumprirem a primeira etapa do trata-
mento, são localizados em turmas distintas, e da mesma forma, recebem desde as
orientações evangélicas até os esclarecimento a respeito de dúvidas, sejam elas
relacionadas ao tratamento realizado ou a determinados aspectos doutrinários.
a
2 - De triagem propriamente dita (de setenta a noventa minutos). Cada paci-
ente é recebido individualmente e a entrevista ou conversação fraterna dura o tempo
que for necessário, logicamente, levando-se em consideração a disciplina do trabalho,
a disponibilidade de entrevistadores e o número de freqüentadores. Preenche-se a
ficha com o resumo dos problemas, orientações e encaminhamento, para que seja
possível o acompanhamento real de todos aqueles que iniciam o tratamento.
Quando o paciente retorna, após as três semanas, constará em sua ficha , o
número de presenças e faltas ao tratamento. Com base em sua freqüência, seu
estado atual em relação à anamnese inicial, sua auto-avaliação, a gravidade do
seu caso, a avaliação do entrevistador, é dada alta ou outro encaminhamento para
uma nova etapa de tratamento.
Não só na triagem, mas em todos os trabalhos, as equipes de recepção e
secretaria são de suma importância para o bom desenvolvimento das ações
assistenciais. O encaminhamento e orientação dos pacientes, o levantamento de
sua freqüência, o controle adequado das fichas de entrevista, etc, constituem
atribuições de relevância e prioridade.
Entre a primeira e segunda parte, poderá haver atividades de passes, benefici-
ando de forma mais ampla os pacientes que irão iniciar ou finalizar o tratamento.
123
onde medos, receios, dores, dúvidas, sofrimentos, etc, são intercambiados em
regime de experiência e aprendizagem.
Nessas reuniões, são efetuados estudos, por módulos, durante três semanas
consecutivas. Quando o paciente repete o tratamento e é encaminhado para a
mesma sala, poderá encontrar o mesmo tema, porém com abordagem diversa e
sequenciada.
Aplicamos essa metodologia de estudo, baseando-nos em várias orientações
doutrinárias. Dentre elas, destacamos:
124
Os passes são ministrados de forma mais demorada e com técnica adequada
para a área desobsessiva. Tanto poderão ser realizados em sala contígua ao local
onde são efetuadas as ações da corrente magnética de atendimento geral, como
também, na mesma sala. Hoje damos preferência à primeira opção, não só para
evitar impressões desnecessárias aos irmãos em tratamento, devido aos fenôme-
nos magnéticos e mediúnicos que ocorrem durante as manifestações da corrente,
como igualmente, para agilizar o funcionamento desta, evitando as interrupções
que a entrada e saída dos pacientes provocam.
125
ciai aqui, não tem nenhuma conotação de melhor ou superior às outras, adotamos
apenas para diferenciá-la da corrente magnética de atendimento geral. São for-
madas por menor número de médiuns, porém mais experientes e preparados, e
destinam-se ao atendimento de casos graves ou de difícil solução.
126
Aplicando e desenvolvendo esta metodologia, procuramos dar cumprimento
a algumas orientações doutrinárias de suma importância para os servidores das
lides desobsessivas:
Estas caravanas são formadas, em sua maioria, por médiuns que integram a
equipe da desobsessão e objetivam apoiar, orientar e auxiliar os pacientes e seus
familiares. Uma das metas principais é a implantação do Culto do Evangelho no Lar.
Procura-se atender os pedidos de visita, a partir do interesse do próprio paci-
ente, sendo que os casos de extrema gravidade ganham, por motivos óbvios, a
preferência.
f) Algumas Palavras
127
Convém ressaltar, que o processo aqui descrito, não possui nada de absoluto
e imutável. Não nos esqueçamos de que os métodos, geralmente, são transitórios,
sendo prioritários e essenciais, apenas os princípios. Dessa forma, a organização,
funcionamento, diretriz, prática, etc, das reuniões, poderão ser alteradas confor-
me a necessidade, realidade, evolução, condições e experiências desenvolvidas.
2 3a5
2 (antecedem a 6 (com passe na 3 16al8
triagem) triagem)
128
CAPÍTULO VI
131
abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à
cura dos doentes. Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário
uma força moral capaz de vencer a resistência; e tal força não é dada a um
só. Cinco ou seis Espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns
instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam;
que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental; para
tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário. Pelo pensamento podeis
levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa
intenção, aumentada pelo número. Por tal meio podereis neutralizar o mau
fluido que a envolve. Fazei isto: tende fé em Deus e esperai." (Allan Kar-
dec, Revista Espírita, jan. 1863, p.05).
132
Assim são realizadas as vibrações, durante os trabalhos de desobsessão por
corrente magnética, que anteriormente mencionamos. Reunião de alguns, por pou-
cos instantes, com suficiente força moral, pedindo a Deus e aos bons Espíritos
pelos doentes; no nosso caso, não para um único sofredor, mas para vários.
Continuemos:
6.1.1) Os Resultados
133
do ainda, como seu marido de onde lhe veio a cura." (Revista Espírita,
jan. 1863, p.05).
O tempo não pode ser desprezado na solução dos problemas individuais. Daí,
a vibração e todos os outros recursos desobsessivos da Terapêutica Básica se
desenvolverem no mínimo por três semanas consecutivas, perfazendo oito reuni-
ões e dezesseis ou dezoito atividades (contando apenas as que o paciente partici-
pa direta e ativamente).
A diferença em relação aos comentários de Kardec, é que, no nosso caso, gra-
ças à triagem, aos estudos sistematizados, às caravanas de culto no lar, etc, não só os
pacientes mas também os seus familiares conhecem e podem, inclusive, participar,
auxiliar e facilitar a cura e o restabelecimento próprio ou de seus entes queridos.
6.1.2) O Método
Continua Kardec:
Conclui Kardec:
134
moldes prescritos por Kardec e, a existência e funcionamento da corrente de forma
concomitante mostra a preocupação com o atendimento e tratamento não só do
obsidiado como do obsessor.É o magnetismo auxiliado pela prece, distanciando-se
das ações mecânicas e tornando-se um poderoso auxiliar das ações desobsessivas.
A mesma salutar corrente fluídica da atividade de vibração com fim
desobsessivo é de igual modo formada e emitida pela cadeia mento-eletromagné-
tica, com a diferença de sua ação não consistir apenas em neutralizar o mau
fluido que envolve o obsidiado, mas igualmente atrair, tratar e auxiliar o espírito ou
espíritos sofredores envolvidos.
A conjugação de Vibração e Corrente Magnética tem-nos provado, realmen-
te, que o magnetismo aliado à prece com consciência do elemento espiritual, seja
superior ou inferior, sustentado pelos conceitos e práticas mediúnicas que a Dou-
trina Espírita desenvolve, pode ajudar muito. Os fatos por nós percebidos, nos
vários anos de nossa experiência, são uma constatação do bem que podemos
fazer em circunstâncias semelhantes.
1. Expulsão
135
trazem do círculo diário e, com o auxílio do autopasse e das passagens iniciais,
reajustam-se para o início da atividade ou se renovam, na continuidade do atendi-
?
mento.
2. Absorção
3. Emissão
4. Recepção
136
desequilíbrios que trazem, recebem por alguns momentos a reação benfazeja das
partículas luminescentes, emitidas pelos médiuns, gerando dessa forma uma ver-
dadeira reação físico-química de natureza espiritual, libertando-as das formas
psíquicas, bacilos, ovoides, fluidos degradantes que as envolvem, etc..
Os médiuns, ao se ligarem aos espíritos obsessores, realizam uma
magnetização mental positiva, que automaticamente é corroborada pelos
mentores, através de imagens emitidas por aparelhos e refletidas pelos fluidos
ectoplasmâticos da corrente, levando-os à visualização de fatos de suas próprias
vidas, à visão panorâmica, ao sono reparador, à identificação de entes queridos
presentes, ao reajustamento mental, liberando-os da hipnose obsidente, remode-
lando-lhes o corpo perispiritual e auxiliando a mudança do peso específico do
perispírito, permitindo-lhes a troca de domicílio espiritual e o encaminhamento
para postos emergenciais, colônias, etc.
Neste nível ou momento, é possível, da mesma forma, atrair e auxiliar a
destruição de formas pensamentos, bacilos psíquicos, matéria mental fulminatória,
etc, ligados ou gerados pelos pacientes encarnados.
Isso exposto, podemos imaginar o que ocorre quando unimos prece, passe,
vibração e corrente magnética ao mesmo tempo.
Resp.: André Luiz, no livro Nos Domínios da Mediunidade (12. ed., p.163
cap. 17) ao observar uma atividade de passes, ministrada por dois médiuns encar-
nados, de nome Clara e Henrique, refere-se a esse mecanismo, caracterizando
ambas as fases citadas.
A corrente magnética, aplicada à desobsessão é uma atividade magnética e
mediúnica, necessitando observar os mesmos princípios que regem ambos os tra-
balhos.
Com a palavra André Luiz:
137
os sombrios remanescentes da atividade comum que trazem do círculo diá-
rio de luta e sorvem do nosso plano as substâncias renovadoras de que se
repletam, a fim de conseguirem operar com eficiência, a favor do próxi-
mo." (Grifos nossos).
138
A produção de energia e luz, advinda da associação dos médiuns e da
integração com os servidores espirituais é imensa, com possibilidades variadas de
aplicações e benefícios.
139
massa semi-obscura", preferindo a formação desenvolvida hâ séculos pelos
magnetizadores, que facilita enormemente o desenvolvimento das ações da cor-
rente, aplicada à desobsessão.
140
partículas resplandecentes, projetando-se sobre o corpo e sobre a alma do
esposo com a celeridade de minúsculos raios. Os corpúsculos radiosos pene-
travam-lhe o organismo em todas as direções e, muito particularmente, na zona
do sexo, onde identificara tão grandes anomalias psíquicas, concentravam-se
em massa, destruindo as pequenas formas escuras e horripilantes do vampirismo
devorador. Os elementos mortíferos, no entanto, não permaneciam inativos.
Lutavam, desesperados, com os agentes da luz. O rapaz, como se houvera
atingido um oásis, perdera a expressão de angustioso cansaço. Demonstrava-
se calmo e, gradativamente, cada vez mais forte e feliz, no momento em curso.
Restaurado em suas energias essenciais, enlaçou devagarinho a esposa amoro-
sa que se conservava maternalmente ao seu lado e adormeceu jubiloso. (Mis-
sionários da Luz, p.65). (Grifos nossos).
141
Pergunta nº 6 - Qual a quantidade, qualidade, densidade e diversidade des-
ses raios ou partículas que recebemos e emitimos? A absorção ou a penetração
dessas partículas em nosso complexo físico-psíquico possuem direção e sentido
diversificados? Esses raios podem realmente curar ou restabelecer corpos físi-
cos, renovar almas e iluminar consciências?
c) Sentido horizontal
142
definitiva na cura do corpo, na renovação da alma e iluminação da cons-
ciência. Toda prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante e
toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio do sentimento, trans-
forma-se, gradativamente, em foco irradiante de energias da Divindade." (Mis-
sionários da Luz, 21.ed., p.67). (Grifos nossos).
143
fase de recepção, em determinadas faixas fluídicas ou vibratórias dependendo da
necessidade, circunstâncias e objetivos do tratamento. Por essa razão é que fala-
mos no item 4.11.1.4 que as cadeias magnéticas são formadas de emanações
mentais e correntes fluídicas variáveis e diversificadas, permitindo a ligação,
passagem ou mergulho das entidades, em diferentes níveis e localizações, com
efeitos específicos modulados à diretriz terapêutica pretendida.
144
tratamento, a remodelagem perispiritual dos espíritos obsessores e principalmente
a doutrinação mental que é efetuada durante a fase de recepção. Por emitir flui-
dos ectoplasmáticos em abundância, a corrente transforma-se em um grande
condensador ectoplasmático, permitindo aos espíritos superiores a formação de
imagens próprias a cada entidade socorrida, alterando assim o seu estado psíqui-
co e iluminando-lhe a consciência, através de uma doutrinação ou magnetização
mental, que é ratificada pelos médiuns.
Todo processo é mental. A corrente magnética desobsessiva cujo alicerce
é a mente mediúnica é, desde já, a aplicação consciente da ciência dos raios. É o
desenvolvimento prático de conceitos expressos pela ciência espírita em seus pos-
tulados magnéticos, mediúnicos e desobsessivos. É a força do pensamento coleti-
vo, em ação desobsessiva coletiva em prol das multidões.
a) Composição
145
a.1) Dirigente: Responsável por toda a tarefa de desobsessão por corrente
magnética. Médium intuitivo, ponto de apoio fundamental da espiritualidade supe-
rior, que em conjunto, desenvolve a atividade. Dinamizador, coordenador de todas
as fases. Modulador das ações mentais. Unificador do campo mental. Direcionador
dos feixes de raios mentais e vitais expressos pelo pensamento coletivo.
b) Denominação
146
A cadeia se forma de pessoas sãs, interessadas, ou que se possam inte-
ressar pela cura do doente, ou, então, pela reunião dos próprios enfermos,
que se agrupam para seu comum tratamento.
No primeiro caso, quando as pessoas se reúnem com o fim de aliviar um
doente, a cadeia se diz comunicativa; no segundo caso, ela se denomina
ativa.
Parece-nos, entretanto, mais acertado denominá-las, respectivamente,
de cadeia comunicativa, quando muitos indivíduos comunicam sua força
em benefício de alguém, e de cadeia receptiva, quando diversos recebem
a influência magnética para o tratamento em comum. (Grifos Originais).
c) Tipos e Formação
1) Série ou Longitudinal;
2) Paralela ou Perpendicular;
3) Circular ou Rotatória.
147
A explicação para a utilização deste sistema advém de um melhor conheci-
mento da circulação e propriedade da energia mento-eletromagnética. Relaciona-
se diretamente com a técnica empregada no passe magnético e seus efeitos, con-
siderando meios, forma de propagação e polarização dos campos energéticos pre-
sentes no trabalho da corrente magnética.
Cada modelo, ao ser empregado, produzirá um maior ou menor efeito
dispersivo, com maior ou menor força de atuação, devendo ser adequado aos
objetivos a que se pretenda alcançar, aos casos em tratamento, evitando o gasto
desnecessário e o ganho máximo de energia. Melhores e mais completas informa-
ções no segundo volume da nossa pesquisa.
O contato na corrente magnética desobsessiva é realizado apenas por duas
maneiras:
2) Pelo contato das mãos. Esta ligação é um ato material que deve ser
acompanhado de uma atitude mental correspondente, sob pena de perder quase
totalmente o seu valor. Destina-se à circulação e integração de determinadas
formas de energia, mais densas, presentes na corrente, levando à permuta
energética, em regime de mútua assistência espiritual, com troca de valores mag-
néticos.
Naturalmente a ligação das mãos não é causa ou fator primordial, prescrição
rigorosa para o funcionamento da corrente magnética na desobsessão. Pertence
mais ao método do que aos princípios, mas tem a sua aplicação quando se deseja
a produção de efeitos que este contato permite e facilita. Nas diferentes fases,
momentos, ou etapas da corrente, poderemos ou não realizá-lo, dependendo da
intensidade da ação magnética pretendida.
d) Ação ou Funcionamento
148
dirige o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no Espaço, uma
corrente fluídica se estabelece entre um e outro. A energia da corrente
guarda proporção com a do pensamento e da vontade. E a medida dessa
energia está na simplicidade e na sinceridade." (Michaelus, Magnetismo
Espiritual, p.l 17).
149
Na desobsessão por corrente magnética, esta orientação de André Luiz não
é só importante para a prece coletiva, mas também para todas as ações mentais,
desenvolvidas nas fases de expulsão, absorção, emissão e recepção. Cabe ao
dirigente coordenar essas ações, buscando a unidade da vibração, o ritmo e a
harmonia. Quanto maior a unidade vibratória, maiores os efeitos e resultados,
bem como, os benefícios aos sofredores de ambos os planos da existência.
150
e, por isso mesmo, mais poderosas para o proveito das massas, como para o
dos indivíduos. Numa palavra, estabelece a solidariedade, que é a base da fra-
ternidade. Ninguém trabalha para si só, mas para todos, e trabalhando por todos
cada um aí encontra a sua parte. É o que não compreende o egoísmo.
Graças ao Espiritismo, compreendemos, então, o poder e os efeitos do pen-
samento coletivo; explicamo-nos melhor o sentimento de bem-estar que se ex-
perimenta num meio homogêneo e simpático; mas sabemos, igualmente, que há
o mesmo com os Espíritos, porque eles também recebem os eflúvios de todos
os pensamentos benevolentes que para eles se elevam, como uma nuvem de
perfume. Os que são felizes experimentam uma maior alegria por esse concerto
harmonioso; os que sofrem sentem um maior alívio. (Grifos Originais).
7) "As relações entre o mundo visível e o mundo invisível não são mais
individuais, são coletivas e por isso mesmo, mais poderosas para o pro-
veito das massas, como para o dos indivíduos."
9) "Os que são felizes experimentam uma maior alegria por esse concerto
harmonioso, os que sofrem sentem um maior alívio."
151
Em toda reunião onde os propósitos se voltam para as questões superiores, é
possível sentir e presenciar a produção e os efeitos do pensamento coletivo.
Nas reuniões de desobsessão por doutrinação verbal, em razão das finalida-
des e objetivos, estes efeitos são igualmente passíveis de ocorrer. Porém, muito
do que se realiza não se tem consciência. Ora, não se tendo consciência, torna-se
impossível ampliar a vontade pelo conjunto de pensamentos ou vontades reunidas.
A corrente magnética desobsessiva é um conjunto de ações estruturadas em
um método de fácil aplicação, totalmente voltado para a união e efeitos do pensa-
mento coletivo.
A vontade consciente de cada médium, identificada em objetivos comuns,
unificada pelo dirigente ou orientador da corrente, produz a comunhão mental
entre os encarnados e destes com os Espíritos Superiores, formando uma interação
vibratória pelo conjunto de pensamentos idênticos, passíveis de neutralizar a ação
dos maus espíritos, aliviando aos que sofrem.
A fase de Expulsão da cadeia magnética leva à eliminação das correntes
mentais contrárias às intenções do trabalho desobsessivo, permitindo na fasede
Absorção o espalhar das emanações superiores, sem resistência, sobre toda a
equipe, porque todos os médiuns terão atraído, pelo pensamento, eflúvios benéfi-
cos, não em proveito próprio, mas em proveito de todos, conforme a lei de carida-"
de. Estes eflúvios descem sobre a corrente mento-eletromagnética à semelhança
das línguas de fogo das imagens evangélicas.
Estabelecida a comunhão de pensamentos, os médiuns se assistem entre si, e
ao mesmo tempo, assistem aos espíritos e são por estes assistidos, iniciando~ã
fase de Emissão, pelo direcionamento dos trilhões de raios ou partículas mentais
ou vitais, aos pacientes encarnados e desencarnados, porque a relação entre o
mundo visível e o invisível não é mais individual, é coletiva e, por isso mesmo,
mais poderosa para o proveito das massas e dos indivíduos.
Os raios mentais e vitais direcionados aos sofredores os alcançam graças a
uma corrente fluídica que_se_estabelece entre os doentes e a cadeia magnética.
Estes raios, como vimos, são capazes de curar corpos, renovar almas, neutralizar
a ação dos obsessores, aliviar os espíritos necessitados, destruir bacilos psíquicos
e sobretudo iluminar consciências.
Nesta busca de iluminação no quarto momento ou fase de Recepção, os
médiuns psicofônicos, como ímã e a corrente como um poderoso mento-
eletroímã, atraem os espíritos necessitados, ligando-os aos seus centros
perispirituais ou à cadeia como um todo (em suas diversas faixas vibratórias),
promovendo uma transitória enxertia neuro-psíquica, levando-os a um banho
de forças, ou choque anímico, impregnando-os de vibrações superiores. Esse
conjunto de medidas resulta na mudança do conteúdo mental das entidades aten-
didas, alterando-lhes as idéias fixas ou cristalizações, permitindo a doutrinação
mental, o tratamento fluídico-perispiritual, facilitando o encaminhamento aos
postos, colônias espirituais ou ao próprio ambiente dos grupos espíritas, para a
continuidade do tratamento.
152
Graças ao Espiritismo, compreendemos e podemos aplicar o poder do pensa-
mento coletivo, obtendo efeitos incalculáveis.
154
A natureza dos fluidos da corrente é diametralmente oposta às emanações
dos espíritos sofredores em atendimento. Para vencer as resistências e evitar que
os fluidos venham a repelir-se, necessária a vontade de auxiliar, o interesse e a
benevolência para com o irmão carente. Os médiuns passistas que atuam sobre a
corrente, no momento da recepção, colaboram no sentido de quebrar esta resis-
tência, eliminando ou drenando as emanações malsãs que os perispíritos dos
sofredores irradiam.
Baseando-nos no texto de Kardec, podemos afirmar que o meio que permite
a integração, formação e propagação da corrente fluídica na cadeia magnética é
o perispírito.
A permanência e a força de interação ou interpretação dos fluidos perispirituais
são dadas pela vontade e sobretudo pelo pensamento iluminado pela prece, con-
forme nos falara André Luiz, no texto da questão número 3: "Detive-me na con-
templação dos companheiros encarnados que agora apareciam mais estreitamen-
te associados entre si, pelos vastos círculos radiantes que lhes nimbavam as cabe-
ças de opalino esplendor."
155
Outra diferença básica é que a velocidade de propagação do som é infinita-
mente menor que a velocidade do pensamento, permitindo uma ação rápida e
eficiente em frações de segundo, estabelecendo quase instantaneamente a cor-
rente fluídica entre o emissor [no nosso caso a cadeia magnética] e o receptor
[desencarnados, encarnados ou ambientes].
A energia da corrente vibratória, resultado da ação e do pensamento coletivo
da cadeia magnética desobsessiva, guarda relação direta, como já havíamos afir-
mado por diversas vezes, com a energia e vontade de cada médium.
Resp.: O pensamento age sobre os fluidos ambientes, como o som age sobre
o ar; esses fluidos nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode,
pois, dizer-se com toda verdade que há nesses fluidos ondas e raios de pensa-
mentos que cruzam sem se confundir, como há no ar ondas e raios sonoros.
Uma assembléia é um foco onde irradiam pensamentos diversos; é uma
orquestra, um coro de pensamentos em que cada um produz a sua nota.
Resulta daí uma porção de correntes e de eflúvios fluídicos, cada um dos
quais recebe a impressão pelo sentido espiritual, como num coro de música
cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição. (Allan Kar-
dec, Revista Espirita, dez. 1868, p.352).
Resp.: O livro Pensamento e Vida, em sua lição número 2, traz uma mensagem de
Emmanuel, intitulada Vontade. Pedimos licença para transcrevê-la integralmente:
156
Comparemos a mente humana - espelho vivo da consciência lúcida - a
um grande escritório, subdividido em diversas seções de serviço.
Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que operam os propósitos
e as aspirações, acalentando o estímulo ao trabalho; o Departamento da
Inteligência, dilatando os patrimônios da evolução e da cultura; o Departa-
mento da Imaginação, amealhando as riquezas do ideal e da sensibilidade; o
Departamento da Memória, arquivando as súmulas da experiência, e ou-
tros, ainda, que definem os investimentos da alma.
Acima de todos eles, porém, surge o Gabinete da Vontade.
A Vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os
setores da ação mental.
A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da
laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto.
Para considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de
todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento.
A eletricidade é energia dinâmica.
O magnetismo é energia estática.
O pensamento é força eletromagnética.
Pensamento, eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as mani-
festações da Vida Universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e
desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem do
espírito para as Metas Supremas traçadas pelo Plano Divino.
A Vontade, contudo, é o impacto determinante.
Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia
da máquina.
O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capa-
cidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na Vontade temos o con-
trole que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que coman-
dam os problemas do destino.
Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e
sofrimento, a Inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a
Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a Memória, não obstante
fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a Natureza lhe
assinala, pode cair em deplorável relaxamento.
Só a Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito.
Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se
trate da conexão entre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei
inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que
administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem. {Pensamento
e Vida, lição 02).
157
a) "A vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os
setores da ação mental."
158
No entanto, este dirigente em relação aos Espíritos Superiores deve representar
tão somente uma tomada com seu respectivo interruptor.
A energia mental, produzida por cada cérebro dos médiuns que integram a
corrente, tem a sua capacidade de reflexão própria, em relação às energias ab-
sorvidas e emitidas. Por esse motivo, cada individualidade representa uma nota
distinta neste concerto vibratório.
Cada fase da corrente magnética desobsessiva pede uma conduta e um
direcionamento adequado ao conjunto das ações fluídicas e, somente a vontade
consciente dos medianeiros poderá controlar e dirigir a energia mental neste ou
naquele rumo.
6.3) CONCLUSÃO
3 - A equipe que forma a cadeia magnética desobsessiva deve ser composta por:
a) Dirigente geral;
159
b) Dirigente dos passes aos pacientes encarnados;
c) Médiuns de incorporação;
d) Médiuns passistas que atuam sobre a corrente;
e) Médiuns passistas que beneficiam os doentes encarnados;
f) Médiuns videntes ou clarividentes, quando houver.
a) Série ou Longitudinal;
b) Paralela ou Perpendicular;
c) Circular ou Rotatória.
Já o contato:
a) Expulsão;
b) Absorção;
c) Emissão;
d) Recepção.
161
CAPÍTULO VII
165
(médiuns) que a compõe. Unificando, direcionando, auxiliando e sensibilizando a
todos. Deve ser um verdadeiro moderador e modelador das doações energéticas,
veiculadas pelo conjunto de irradiações dos médiuns psicofônicos e passistas. Um
autêntico maestro a conduzir a orquestra na emissão das diferentes notas
vibratórias, que irão formar a melodia composta pela força do pensamento cole-
tivo.
Esteio, apoio indispensável da Espiritualidade Superior, onde deve haurir as
recomendações e orientações dos dirigentes espirituais, praticando-as ou trans-
mitindo-as ao grupo no desenrolar dos atendimentos.
A palavra quando por ele usada deve expressar simplicidade, objetividade e
energia, indicando esta ou aquela diretriz necessária, reforçando a conduta men-
tal e emocional dos médiuns, adequando-a a cada momento ou fase da corrente
(expulsão, absorção, emissão, recepção). Reforçando a intenção, vontade e de-
terminação.
Quando necessário, chamar a atenção dos médiuns passíveis de indisciplina
mediúnica ou desatenção vibratória. Pedir, orientar aos colaboradores do passe espí-
rita que atuam sobre a corrente magnética a assistência mais individualizada a deter-
minados médiuns ou às entidades em maiores desajustes durante a fase de recepção.
Se possível, intuitivamente ou por outros recursos medianímicos, determinar
com antecedência, a vibração predominante das falanges de entidades que na
fase de recepção irão receber o influxo energético, facilitando a magnetização
mental realizada pelos médiuns psicofônicos.
Ouvir em momento próprio, se necessário, as orientações ou quadros
mediúnicos percebidos pelos médiuns videntes ou clarividentes, transformando-os
em ações auxiliares ou meios de elucidações e instruções a todos.
Integrar de maneira salutar, todos os pensamentos enobrecidos pela prece e
pelo desejo sincero de ser útil ao próximo.
Enfim, conduzir com conhecimento de causa a reunião do seu início ao final,
de maneira especial a cada um dos níveis, fases ou momentos da cadeia mento-
eletromagnética.
166
Esta energia não deve ser a da cólera, mas a de uma vontade intensa,
sem violência, nem rigidez; toda rigidez neutraliza os efeitos, consumindo o
princípio que os deve produzir. (Alphonse Bué, Magnetismo Curativo,
p.138). (Grifo Original).
Para bem dirigir é de suma importância saber querer com energia, perseve-
rança, com teimosia mesmo, não teimosia no sentido do orgulho e egoísmo, mas
da vontade intensa, devotada, sem cólera e rigidez.
Estes fatores, na cadeia magnética, irão desencadear uma boa direção ao
fluido e uma maior doação energética de todos os médiuns.
Nas diversas fases da cadeia desobsessiva existe uma inter-relação entre os
médiuns e destes com o plano maior, mantendo de forma constante um fluxo
fluídico, seja na absorção ou na emissão das partículas mentais e vitais. Se o
médium permanece distraído, alheio, ou não participa de forma ativa, com vonta-
de, irá criar resistência ao fluxo energético, enfraquecendo a emissão ou absor-
ção, paralisando o fluido espiritual.
Daí a importância da ação consciente do dirigente. A sua vontade e força
moral projetadas por ordens e orientações verbais e mentais irão dinamizar, acen-
der a faísca da vida adormecida neste ou naquele médium, modulando, fortale-
cendo, induzindo, incendiando, convergindo, unificando a corrente fluídica, produ-
zindo o efeito de uma verdadeira ducha.
Resp.: [...], a palavra, qualquer que ela seja, surge invariavelmente do-
tada de energias elétricas específicas, libertando raios de natureza dinâmi-
ca. A mente, como não ignoramos, é o incessante gerador de força, através
dos fios positivos e negativos do sentimento e do pensamento, produzindo o
verbo que é sempre uma descarga electromagnética, regulada pela voz.
Por isso mesmo, em todos os nossos campos de atividade, a voz nos tonaliza
a exteriorização, reclamando apuro de vida interior, de vez que a palavra,
167
depois do impulso mental, vive na base da criação; é por ela que os homens
se aproximam e se ajustam para o serviço que lhes compete e, pela voz, o
trabalho pode ser favorecido ou retardado, no espaço e no tempo. (André
Luiz, Entre a Terra e o Céu, 12. ed., p.137).
a) Fase de Expulsão
b) Fase de Absorção
c) Fase de Emissão
168
que se encontram nos ambientes da instituição ou nos seus locais de origem. Uma
verdadeira magnetização mental.
Estabelece-se com esta ação conjunta um poderoso envolvimento, levando
aos obsessores e obsidiados, pelo pensamento, uma salutar corrente fluídica, es-
tabelecendo laços fluídicos entre a corrente e os enfermos psíquicos.
d) Fase de Recepção
169
fulminatória e atendimentos dos sofredores, incluindo as formas ovóides durante
a passagem, ou por mergulhos e interrelações subseqüentes, contínuas ou não, o
dirigente determinará a retirada das entidades do sistema com as expressões:
siga, siga, siga.
Resultará dessa operação energético-magnética a condução dos espíritos en-
fermos aos postos de emergência, às câmaras de retificação das colônias espiri-
tuais, aos núcleos de doutrinação da Pátria Maior ou na esfera da crosta, podendo
ainda permanecerem na própria instituição para continuidade do tratamento.
Ressaltamos que não existe nada de absoluto em qualquer uma dessas ex-
pressões.
Cada uma das etapas, momentos e fases são repetidos na seqüência do tra-
balho, nessa ou em outra ordem, conforme a diretriz necessária ao atendimento.
1. Expulsão
2. Absorção
3. Emissão
4. Recepção
170
7.2) MÉDIUNS PSICOFÔNICOS
171
vezes repetimos, assume conotação de essencialidade, prioridade, razão e expli-
cação de todos os seus fenômenos. Graças ao plasma sutil exteriorizado inces-
santemente pela união, em uma só vibração, dos núcleos de forças inteligentes,
representados pelos médiuns, formam-se os recursos objetivos que são utilizados
no tratamento psicofísico de encarnados e desencarnados.
As sugestões, orientações e diretrizes, articuladas pelo dirigente encarnado,
ao serem assimiladas pelos médiuns, ganham formas em seus pensamentos e
impulsionadas pela vontade individual, adquirem movimento e direção. Do conjun-
to de todas as idéias comuns, resulta o manancial de raios ou partículas que, asso-
ciados à luz que jorra das esferas mais altas, através dos gênios da sabedoria e do
amor, que atuam e colaboram em todas as ações, destinam-se às multidões de
enfermos.
É essencial que os servidores encarnados enriqueçam o próprio pensamento,
incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, dilatando a sintonia não só para
com os espíritos superiores, mas também entre si, facilitando a integração vibratória,
diminuindo a resistência e qualificando as doações.
a) Fase de Expulsão
b) Fase de Absorção
172
que, após metabolizadas, irão constituir em regime de somação o manancial fluídico
da corrente. Uma automagnetização mental.
Geralmente, para facilitar e direcionar o pensamento, utilizamos a descrição
de André Luiz constante no capítulo 6, pergunta número 06, quanto aos planos
verticais e horizontais, pelos quais os raios cósmicos, gama, os oriundos das colô-
nias espirituais, dos semelhantes e dos próprios espíritos, atingem-nos e pene-
tram.
Integra ainda esta fase, como procedimento indispensável, a natural inter-
cessão do campo áurico dos médiuns que, movidos pela vontade em vibração
amorosa, devem dardejar os seus fluidos, partículas ou raios, uns sobre os ou-
tros, ligando-se mais fortemente entre si, sustentando-se mutuamente, formando
uma unidade a expressar recursos psíquicos de múltiplos e infindáveis empregos e
benefícios.
Na seqüência da atividade, quando o dirigente achar necessário o retorno a
esta fase, a conduta dos médiuns não deverá ser alterada. Cada medianeiro pro-
curará apenas verificar as suas necessidades psíquicas, recuperando pela absor-
ção os fluidos que permitirão a continuidade dos atendimentos.
No final, como os trabalhos de desobsessão nesta fase se encerram, todos
deverão criteriosamente harmonizar-se, absorvendo forças psíquicas que irão evitar
exaustão, desajustes e perdas.
c) Fase de Emissão
173
Seguindo as características gerais tanto dos espíritos sofredores quanto dos
obsidiados ou obsessores encarnados, conforme ensina Allan Kardec (vide capí-
tulo 4), o dirigente associa os principais problemas ou núcleos vibratórios de-
tectados pela triagem (desequilíbrios familiares, depressão, temores, tensão, idéi-
as suicidas, vícios, cólera, etc.) ao grupo a ser assistido e, alternando a fase de
emissão e recepção, realiza o atendimento pela cadeia desobsessiva.
Os médiuns psicofônicos estabelecem laços fluídicos tanto com os encarna-
dos como com os desencarnados a eles associados, emitindo raios ou partículas
mentais estruturados em formas pensamentos com imagens contrárias e superio-
res aos desequilíbrios rapidamente mencionados pelo dirigente.
Lembramos que todo processo é mental e que o pensamento possui velocida-
de superior à da luz.
No início e ao final dos trabalhos, todas as ações vibratórias dos médiuns
devem se voltar para a equipe, ambiente da desobsessão e para si mesmos, faci-
litando o equilíbrio mental, prevenindo obsessões e adequando-se como verdadei-
ros beneficiários que recebem para doar.
Nas atividades de desobsessão por correntes magnéticas especiais, a
magnetização na Fase de Emissão, pode ser mais detalhada, porque como se atende
poucos pacientes, apesar de graves, é possível aos médiuns psicofônicos conhe-
cerem pormenorizadamente cada caso, facilitando as ações e fortalecendo os
laços fluídicos.
Não é necessária a mudança de procedimento para o atendimento à distân-
cia e aos lares dos pacientes. O mesmo ocorre em relação às doações fluídicas
que podem ser realizadas pela corrente magnética aos médiuns passistas que atu-
am diretamente sobre os pacientes encarnados.
Se, concomitantemente, é realizado o trabalho de vibração (vide terapêutica
básica), o potencial mental será muito maior, tanto em relação ao auxílio mútuo
entre os médiuns em atividades diversificadas (corrente, passes, etc), como aos
pacientes encarnados e desencarnados, ampliando os efeitos que se pretenda al-
cançar.
Existem outras maneiras ou formas de conduzir e atuar nessa fase. Nada é
absoluto. Escolhemos a que nos parece mais indicada, de fácil aplicação e que
está de pleno acordo com os postulados até aqui desenvolvidos e demonstrados.
d) Fase de Recepção
174
fase de emissão, permite a transferência dos espíritos sofredores, levando ao es-
tabelecimento de conjugações vibratórias entre os médiuns e os desencarnados,
através de incorporações rápidas e transitórias, ou de ligações em faixas energéticas
próprias, representadas pelo conjunto de emissões fluídicas da corrente mento-
eletromagnética.
Ocorrendo a incorporação pela ligação dos centros perispirituais dos mé-
diuns aos das entidades em atendimento, como um sutil processo de enxertia
neuropsíquica, os espíritos revivem os seus sentidos e os médiuns, pela corrente
nervosa, passam a registrar os impulsos mentais ou palavras que os sofredores
mentalizam. Graças a esse processo, podem os medianeiros realizar a magnetização
mental ou doutrinação dos desencarnados, pelo pensamento, emitindo vibrações
iguais e contrárias às intenções, sensações e desejos dos espíritos percebidos em
seu nascedouro. Este conjunto de ações é corroborado pela espiritualidade supe-
rior, seja pelo passe ou pela emissão de imagens através de aparelhos. Imagens
estas que, na maioria das vezes, são refletidas pelo manancial fluídico da Cadeia
Magnética, à semelhança de um grande condensador ectoplasmático. Como re-
sultado, haverá a destruição de clichês mentais degradantes e a drenagem da
matéria mental fulminatória do campo psíquico dos espíritos, com conseqüente
alteração de suas vibrações e peso específico dos perispíritos, permitindo-lhes a
visão panorâmica, a identificação de entes queridos presentes, o sono reparador
etc. Em seguida, poderão ser retirados do circuito mediúnico e encaminhados aos
postos, colônias, ambientes do grupo espírita, etc, para a continuidade do trata-
mento.
As expressões Passe e Siga ditas pelo dirigente funcionam como verda-
deiros interruptores do circuito mediúnico, individualmente (médium por mé-
dium) ou coletivamente (a corrente como um todo), fechando ou abrindo o cir-
cuito, por indicar ou direcionar a atenção e a vontade dos médiuns para os obje-
tivos propostos. O pensamento constante de aceitação ou adesão entre as per-
sonalidades mediúnicas e os sofredores, que permite o fluxo contínuo de ener-
gia e troca dos valores mentais, será mantido no estreito intervalo indicado pelo
dirigente.
A destruição de formas pensamentos, drenagem da matéria mental
fulminatória e eliminação dos bacilos psíquicos, ocorrem também em relação aos
encarnados pelas vibrações emitidas nas fases de emissão, pela assistência dos
médiuns passistas que atuam sobre os pacientes, pela colaboração dos servidores
da atividade de vibração e pela retirada das entidades obsessoras ou obsidiadas.
Tanto no início, quanto no final, as passagens referentes à fase de recepção
devem ser dirigidas em favor dos próprios médiuns psicofônicos e ambientes do
grupo. Conseqüentemente, os desencarnados a serem beneficiados serão aqueles
que se ligam ou influenciam mais diretamente os médiuns ou a casa espírita. Por
essa razão, graças às várias atitudes semelhantes realizadas nas outras fases, é
que temos afirmado ser o trabalho de desobsessão por corrente magnética tam-
bém um processo de prevenção e tratamento de possíveis obsessões que estejam
ocorrendo, ou possam vir a ocorrer com os servidores da instituição.
175
d.1) Explicando a fase de recepção
176
4. O acerto de pontos de vista em favor da recuperação dos enfermos com a
cessação da discórdia, do desequilíbrio e do sofrimento, efetua-se na corrente
magnética desobsessiva não pela palavra, mas pela ação fluídica e a doutrinação
mental, imagens pensamentos formuladas pelos médiuns e mentores, favorecen-
do perseguidores e perseguidos, encarnados ou desencarnados.
177
Na corrente magnética desobsessiva, o afastamento do espirito do médium
em relação ao seu corpo poderá ser ainda menor, pois não havendo a necessidade
de transmissão de mensagens ou formulações verbais por parte dos sofredores,
as ligações pelos centros perispirituais e a conseqüente justaposição ao equipa-
mento mediúnico não necessitará de ser total, completa, ou absolutamente afim.
Porém, o processo sutil de enxertia neuropsíquica na corrente é bem maior, por-
que a abundância de fluidos ou raios emitidos e em circulação, particularmente os
vitais, é enorme.
178
A maioria dos médiuns que participam dos trabalhos desobsessivos por cor-
rente magnética são portadores da psicofonia consciente, na qual foi estruturada
a metodologia de atuação. No entanto, não existem diferenças muito acentuadas
em relação aos psicofônicos sonambúlicos, principalmente, levando-se em consi-
deração que não há necessidade de um transe mais profundo ou um afastamento
maior da alma ou espírito do médium em relação ao seu corpo físico. E mesmo
quando este ocorrer, não nos esqueçamos de que o médium nesta condição é um
instrumento passivo no exterior, mas ativo nas profundezas do ser, controlando o
comunicante pelas qualidades morais positivas, atingindo assim, por vias seme-
lhantes, os mesmos propósitos ou finalidades da cadeia desobsessiva.
Qualquer que seja a natureza dos médiuns escreventes, quer eles sejam
mecânicos, semi-mecânicos ou simplesmente intuitivos, nossos processos
de comunicação com eles não variam essencialmente. Com efeito,
comunicamo-nos com os próprios Espíritos encarnados, como os desencar-
nados, pela simples irradiação de nosso pensamento.
Nossos pensamentos não precisam da vestimenta da palavra para se-
rem compreendidos pelos Espíritos, e todos os Espíritos percebem o pensa-
mento que lhes desejamos comunicar, pelo simples fato de dirigirmos este
pensamento para eles e em virtude de suas faculdades intelectuais. (O Li-
vro dos Médiuns, Edição Especial, LAKE, item 225).
179
Também no capítulo 25, item 282 (pergunta nº 5):
O que lhes posso dizer é que o Espírito que vocês evocam, por mais
longe que esteja, recebe, por assim dizer, o contragolpe do pensa-
mento como uma espécie de choque elétrico que chama a sua aten-
ção para o lado de onde vem o pensamento a êle dirigido. Podemos
dizer que êle ouve o pensamento, como na terra vocês ouvem a voz.
(Grifos nossos).
180
Portanto, fica claro que na corrente mento-eletromagnética não existem as
comunicações materiais, via palavra articulada, mas comunicação fluídica, comu-
nicação mental, comunicação moral.
Ao mesmo tempo, graças à informação dos Espíritos Reveladores de que as
entidades encarnadas por mais longe que estejam, recebem o chamamento e ou-
vem os pensamentos, como na terra ouvimos a voz, alcançaremos de forma supe-
rior a visão de como a cadeia desobsessiva, atuando como um conjunto de ímãs,
pode atrair, mesmo a distância, as entidades desequilibradas.
Na desobssessão por corrente, não existe a necessidade de evocação direta.
O trabalho iniciado desde a conversação fraterna, pela atuação do Mundo Maior;
o vibrar em torno dos pacientes encarnados; o seu esclarecimento e participação,
incluindo aí a sua presença no dia do tratamento desobsessivo; a colaboração dos
entes queridos e mentores de perseguidores e perseguidos, que buscam a recupe-
ração de ambos; o tratamento fluídico do cosmo físico-psíquico dos doentes, quando
são destruídas as formas pensamentos, os bacilos psíquicos e drenada a matéria
mental fulminatória, elementos vivos de manutenção, atração e contato com os
obsessores ou obsidiados desencarnados, ao serem removidos ou tratados, vão
atraí-los inexoravelmente, quando já não tenham sido triados e localizados no
ambiente pelos servidores espirituais.
Patenteia-se da mesma forma a nossa afirmação em alguns itens dos capítu-
los anteriores, quando mencionamos que os espíritos sofredores, ao passarem ou
mergulharem nas energias da corrente magnética, recebem o choque anímico.
O choque anímico nada mais é do que o resultado decorrente das ligações
entre os médiuns e os desencarnados. É, na verdade, esta espécie de choque
elétrico mental, somado ao choque fluídico, oriundos dos trilhões de raios ou
partículas em níveis e densidades energéticas diversas, emitidos pela cadeia mento-
eletromagnética, quando em funcionamento.
Não é, pois, vestindo a camisa de força num louco, ou lhe dando pílulas
ou duchas, que se conseguirá repô-lo no estado normal. Apenas acalmarão
seus sentidos revoltados; acalmarão os seus acessos, mas não destruirão o
germe senão o combatendo por seus semelhantes, fazendo homeopatia es-
piritual e fluidicamente, como se faz materialmente, dando ao doente, pela
prece, uma dose infinitesimal de paciência, de calma, de resignação, con-
forme o caso, como se lhe dá uma dose infinitesimal de brucina, de digitalis
ou de acónito.
181
Para destruir uma causa mórbida, há que combatê-la em seu terreno.
182
d. 1.9) Os efeitos da magnetização e doutrinação mental
1 - Passistas da corrente;
183
No capítulo 17 do livro Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz faz
notar os principais processos humano-espirituais decorrentes do serviço de assis-
tência fluídica, dos quais já transcrevemos alguns parágrafos. Agora façamos a
união dos mais importantes fundamentos práticos:
184
Os passistas não necessitam tocar os corpos dos pacientes de modo direto,
porque os recursos magnéticos aplicados a reduzidas distâncias penetram assim
mesmo o "halo vital ou aura" dos doentes. Em identidade de circunstâncias, inú-
meras entidades sofredoras podem ser atendidas na corrente magnética, sem li-
gações diretas aos médiuns psicofônicos, pois a pequena distância, desde que se
coloquem ou sejam colocadas em seu raio de ação, podem perfeitamente receber
os recursos magnéticos emitidos que irão, por processo semelhante, penetrar-lhes
o "halo vital ou aura".
No texto analisado, André Luiz mostra que a ação magnética desenvolvida pelos
servidores do passe espírita provocam modificações subitáneas. Segundo O Novo
Dicionário Aurélio, o vocábulo subitáneo significa: "súbito". E súbito: "Repenti-
no". Não há, pois, razão para se estranhar a rapidez com que a corrente magnética
realiza as suas ações. Se a doação de apenas um passista, assistido por um espírito,
provoca modificações mentais, energéticas e físicas, súbitas ou repentinas, o que não
ocorrerá e, com que rapidez, quando inúmeros médiuns assistidos por vários espíritos
realizarem ações semelhantes, com base nos mesmos princípios?
a) Fase de Expulsão
185
b) Fase de Absorção
c) Fase de Emissão
d) Fase de Recepção
186
7.3.2) Passistas que Atendem os Encarnados
187
7.3.3) Detalhando a Atuação dos passistas
a) Atitude de Anacleto
188
O enriquecimento dos valores morais e a prática permanente do estudo não
podem ser desprezados pelo médium, sob pena de relegar-se a atividades incom-
pletas ou ineficientes.
189
Agora, vejamos o tratamento aplicado pelo Espírito Anacleto que oferece aos
médiuns passistas a diretriz adequada, diante de situações semelhantes:
Salientamos do texto:
190
3) - Como ocorre o afastamento dos espíritos obsessores ou obsidiados?
191
fluido por outro fluido. Assim, não só opera um desprendimento salutar,
mas dá força aos órgãos enfraquecidos por uma longa e, por vezes, vigoro-
sa dominação. Aliás, compreende-se que o poder da ação fluídica não só
está na razão da força de vontade, mas, sobretudo, da qualidade do fluído
introduzido e, conforme dissemos, tal qualidade depende da instrução e
das qualidades morais do magnetizador. Daí se segue que um magnetizador
comum, que agisse maquinalmente para magnetizar pura e simplesmente,
produziria pouco ou nenhum efeito. É de toda necessidade um magnetizador
Espírita, que age com conhecimento de causa, com a intenção de produ-
zir, não o sonambulismo ou a cura orgânica, mas os efeitos que acabamos
de descrever. Além disso, é evidente que uma ação magnética dirigida
neste sentido não deixa de ser útil nos casos de obsessão ordinária, por-
que então, se o magnetizador fôr secundado pela vontade do obsedado, o
Espírito será combatido por dois adversários, em vez de por um só. (Allan
Kardec, Revista Espírita, dez. 1862, p.364). (Grifos Originais). (Negritos
nossos).
"O pensamento, que provoca uma emissão fluídica pode operar certas
transformações moleculares e atômicas, como se vêem ser produzidas sob
a influência da eletricidade, da luz ou do calor." (Allan Kardec, Revista
Espírita, set. 1865, p.253).
192
7.4) MÉDIUNS VIDENTES OU CLARIVIDENTES
193
desobsessiva. Por inúmeras vezes, em nossa experiência, observamos a má inter-
pretação, ou emprego inadequado desses recursos. Para resumir, ampliar e colocar
um ponto final a respeito da melhor conduta a ser adotada, não só pelo dirigente e
médiuns videntes, mas por todos os integrantes da equipe, rogamos licença à Fede-
ração Espírita Brasileira para transcrever a mensagem do Espírito Emmanuel,
intitulada Trio Essencial constante no livro Instruções Psicofônicas (lição 59):
Meus amigos.
O êxito da reunião mediúnica, como corpo de serviço no plano terrestre,
exige três elementos essenciais:
O orientador.
O médium.
O assistente.
Nesse conjunto de recursos tríplices, dispomos de comando, obediência
e cooperação.
O primeiro é o cérebro que dirige.
O segundo é o coração que sente.
O terceiro é o braço que ajuda.
Sem a segurança e a ponderação do cérebro, seremos arremessados,
irremediavelmente, ao desequilíbrio.
Sem o carinho e a receptividade do coração, sofreremos o império do
desespero.
Sem o devotamento e a decisão do braço, padeceremos a inércia.
Contudo, para que o trio funcione com eficiência, são necessários três
requisitos na máquina de ação em que se expressam:
Confiança.
Boa-vontade.
Harmonia.
Harmonia que traduza disciplina, ordem e respeito.
Confiança que signifique fé, otimismo e sinceridade.
Boa-vontade que exprima estudo, compreensão e serviço espontâneo ao
próximo.
Não podemos esquecer, ainda, que essa máquina deve assentar-se em
três alicerces distintos:
Aperfeiçoamento interior.
Oração com vigilância.
Dever bem cumprido.
Obtida a sintonia nesse triângulo de forças, poderá, então, a Espirituali-
dade Superior, através de fatores humanos, empreender entre os homens
encarnados a realização dos seus três grandes objetivos:
A elevação moral da ciência.
O esclarecimento da filosofia.
194
A liberdade da religião.
Com a ciência dignificada, não trairemos no mundo o ritmo do pro-
gresso.
Com a filosofia enobrecida, clarearemos os horizontes da alma.
Com a religião liberta dos grilhões que lhe encadeiam o espírito glorioso
às trevas da discórdia e do fanatismo, poderemos distender o socorro e a
beneficência, a fraternidade e a educação.
Reunamo-nos nas bases a que nos referimos, sob a inspiração do Cristo,
Nosso Mestre e Senhor, e as nossas reuniões mediúnicas serão sempre um
santuário de caridade e um celeiro de luz. (Instruções Psicofônicas, p.255).
Aperfeiçoamento A elevação
O cérebro que
O orientador Confiança moral da
dirige interior
ciência
Oração 0 esclareci-
0 coração que
O médium Boa-vontade com mento da
sente
vigilância filosofia
195
7.5) A CORRENTE MAGNÉTICA COMO UM TODO
b) Médiuns Psicofônicos
c) Médiuns Passistas
d) Dirigentes
e) Vontade
f) Atenção
g) Perispírito
Fio condutor que permite a integração fluídica e mental dos médiuns entre si
e destes com os servidores espirituais.
h) Centros de Força
196
i) Fluido Cósmico Universal
1) Choque Anímico
m) Faixas Magnéticas
n) Produção de Luz
197
p) A corrente desobsessiva
7.6) O PACIENTE
198
qualidades deste último e se compraz no erro a que é conduzido, porque,
então, longe de a secundar, o obsidiado repele toda assistência. É o caso da
fascinação, infinitamente mais rebelde sempre, do que a mais violenta sub-
jugação.
Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso meio de que
se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor. (Allan
Kardec, A Gênese, 21. ed., FEB, cap. 14, item 46).
199
E que:
"A criatura atingida pelo nosso pensamento recebe o fruto mental por
nós elaborado." (Martins Peralva, O Pensamento de Emmanuel, p.32).
200
Não devemos permitir ou aceitar que o paciente transfira à equipe desobsessiva
o esforço que lhe compete realizar, e nem induzi-lo a acreditar que ações meno-
res, sem continuidade, serão suficientes para o seu pronto restabelecimento.
"O homem poderia sempre vencer as suas más tendências pelos seus
próprios esforços?
- Sim, e às vezes com pouco esforço; o que lhe falta é a vontade. Ah,
como são poucos os que se esforçam!" (O Livro dos Espíritos, Edição
Especial, LAKE, questão 909).
201
CAPÍTULO VIII
MECANISMOS DA OBSESSÃO
E DA DESOBSESSÃO POR CORRENTE MAGNÉTICA
205
8.1) MECANISMO DA AÇÃO OBSESSIVA
206
5. O desajuste grave surge quando os clichês perturbantes são gravados ou
insculpidos no receptor;
207
O assessor inconveniente repetir, a solicitação, algumas vezes, na atitu-
de do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reasseverando uma ordem.
O resultado não se fez demorar. Vimos o paciente desviar-se do artigo
político em que se entranhava. Ele próprio não explicaria o súbito desinte-
resse de que se notava acometido pelo editorial que lhe apresara a atenção.
Beber! Beber!.
Cláudio abrigou a sugestão, convicto de que se inclinava para um trago
de uísque exclusivamente por si.
O pensamento se lhe transmudou, rápido, como a usina cuja corrente se
desloca de uma direção para outra, por efeito da nova tomada de força.
Beber, beber!... e a sede de aguardente se lhe articulou na idéia, ga-
nhando forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemen-
te impregnada do cheiro acre que vagueava no ar. O assistente malicioso
coçou-lhe brandamente os gorgomilos. [...].
O amigo sagaz percebeu-lhe a adesão tácita e colou-se a ele. De come-
ço, a carícia leve; depois da carícia agasalhada, o abraço envolvente; e
depois o abraço de profundidade, a associação recíproca.
Integraram-se ambos em exótico sucesso de enxertia fluídica. [...].
Cláudio-homem, absorvia o desencarnado, à guisa de sapato que se ajusta
ao pé. Fundiram-se os dois, como se morassem eventualmente num só cor-
po. Altura idêntica. Volume igual. Movimentos sincrónicos. Identificação
positiva.
Levantaram-se a um tempo e giraram integralmente incorporados um ao
outro, na área estreita, arrebatando o delgado frasco.
Não conseguiria especificar, de minha parte, a quem atribuir o impulso
inicial de semelhante gesto, se a Cláudio que admitia a instigação ou se ao
obsessor que a propunha.
A talagada rolou através da garganta, que se exprimia por dualidade
singular. Ambos os dipsómanos estalaram a língua de prazer, em ação si-
multânea.
Desmanchou-se a parelha e Cláudio, desembaraçado, se dispunha a sentar,
quando o outro colega, que se mantinha a distância, investiu sobre ele e
protestou: "eu também, eu também quero!"
Reavivou-se-lhe no ânimo a sugestão que esmorecia.
Absolutamente passivo diante da incitação que o assaltava, reconstituiu,
mecanicamente, a impressão de insaciedade.
Bastou isso e o vampiro, sorridente, apossou-se dele, repetindo-se o fe-
nômeno da conjugação completa.
Encarnado e desencarnado a se justaporem. Duas peças conscientes,
reunidas em sistema irrepreensível de compensação mútua. [...].
Efetuava-se a ocorrência na base da percussão. Apelo e resposta. Cor-
das afinadas no mesmo tom. O desencarnado alvitrava, o encarnado aplau-
dia. Num deles, o pedido; no outro, a concessão.
208
Condescendendo em ilaquear os próprios sentidos, Cláudio acreditou-se
insatisfeito e retrocedeu, sorvendo mais um gole.
Não me furtei à conta curiosa. Dois goles para três. (Sexo e Destino,
p.51-54).
209
Antes dos nossos comentários, vamos colher a opinião de Emmanuel sobre o
tema.
A mente que se dirige a outra cria imagens para fazer-se notada e com-
preendida, prescindindo da palavra e da ação para insinuar-se, por-
quantOi ambientando a repetição, atinge o objetivo que demanda, projetan-
do-se sobre aquela que procura influenciar. E, se a mente visada sintoniza
com a onda criadora lançada sobre ela, inicia-se vivo circuito de força,
dentro do qual a palavra e a ação se incumbem de consolidar a correspon-
dência, formando o círculo de encantamento em que o obsessor e o obsidiado
passam a viver, agindo e reagindo um sobre o outro. {Pensamento e Vida,
8. ed., p.124). (Grifos nossos).
b) Gravação Mental
8.1.1.2) Comentando
210
a viver, agindo e reagindo um sobre o outro. Associação recíproca. Sintonia perfeita.
A pessoa obsessa atende, de modo quase automático, qual instrumento passivo da
experiência magnética, no cumprimento de sugestões pós-hipnóticas. Assim se for-
mam estranhos desequilíbrios. A mente viciada e aturdida perde o controle harmôni-
co, automático sobre as células. Concretizam-se moléstias e desalentos, aflições e
loucuras, quando não plasmam a crueldade e a morte. Tal inarmonia propicia a
degenerescência celular em forma de câncer, tuberculose, hanseníase, etc.
Todo processo é mental, não necessitando de palavras para ser percebido.
Prescinde-se do verbo e da ação para insinuar-se. As palavras são secundárias;
na mente reside o fator causal.
211
os pesquisadores do psiquismo, de serem temporárias, mas poderosamente
vivificadas, dirigidas e até mesmo materializadas, através de processos de
densificação bem mais comumente utilizados do que vulgarmente se presu-
me. (Grifos Originais).
212
Terminada a esquisita intervenção, Saldanha dispensou os terríveis cola-
boradores, à exceção da dupla que se incumbia do hipnotismo, alegando
que havia serviço em outra parte da cidade. Outros casos aguardavam a
legião de Gregório, e Margarida, no parecer do chefe de tortura, já recebe-
ra suficiente material de prostação para trinta horas consecutivas. (Liber-
tação, p.124).
8.2.1.1) Sintonia
213
Nesse instante, o irmão Clementino pousou a destra na fronte do amigo
que comandava a assembléia, mostrando-se-nos mais humanizado, quase
obscuro.
- O benfeitor espiritual que ora nos dirige - acentuou o nosso instrutor -
afigura-se-nos mais pesado porque amorteceu o elevado tom vibratório em que
respira habitualmente, descendo à posição de Raul, tanto quanto lhe é possível,
para benefício do trabalho começante. Influencia agora a vida cerebral do con-
dutor da casa, à maneira dum musicista emérito manobrando, respeitoso, um
violino de alto valor, do qual conhece a firmeza e a harmonia.
Notamos que a cabeça venerável de Clementino passou a emitir raios
fulgurantes, ao mesmo tempo que o cérebro de Silva, sob os dedos do ben-
feitor, se nimbava de luminosidade intensa, embora diversa. (Nos Domínios
da Mediunidade, 12. ed., p.46).
214
8.2.1.2.1) Explicações de Alexandre
Isso quer dizer que todos nós podemos emitir e receber vibrações, não dife-
rindo a forma de transmissão, mas a disposição íntima de cada individualidade em
sintonia.
215
3) "Desencarnados e encarnados, em todos os setores de atividade
terrestre, vivem na mais ampla permuta de idéias."
Permutar idéias é transmitir clichês mentais. Será que essa interação, su-
periormente falando, obedece aos mesmos princípios do mecanismo obsessivo?
216
A transmissão de formas pensamentos realizada por um obsessor, em ações
alucinatórias, efetua-se semelhante à transmissão, por exemplo, de quadros de
vidência numa comunicação mediúnica superior?
Dona Celina rogou licença para notificar que vira surgir no recinto um
ribeiro cristalino, em cuja corrente muitos enfermos se banhavam, e Dona
Eugênia seguiu-a, explicando que chegara a contemplar um edifício repleto
de crianças, entoando hinos de louvor a Deus.
Registramos semelhantes comunicados com surpresa.
Nada víramos ali que pudesse recordar sequer de longe um córrego de
águas curativas ou algum pavilhão de serviço à infância.
A sala era demasiado estreita para comportar tais cenários.
Fitando-me, intrigado, Hilário parecia perguntar se as duas médiuns não
estariam sob o influxo de alguma perturbação momentânea.
Assinalando-nos a estranheza, o Assistente considerou, prestimoso:
- Importa não esquecer que ambas se encontram reunidas na faixa mag-
nética de Clementino, fixando as imagens que a mente dele lhes sugere.
Viram-lhe os pensamentos, relacionados com a obra de amparo aos doen-
tes e com a formação de uma escola, que a instituição pretende, em breve,
mobilizar no socorro ao próximo. Idéias, elaboradas com atenção, geram
formas, tocadas de movimento, som e cor, perfeitamente perceptíveis por
todos aqueles que se encontrem sintonizados na onda em que se expres-
sam. Não podemos olvidar que há fenômenos de clarividência e clariaudiência
que partem da observação ativa dos instrumentos mediúnicos, identificando
a existência de pessoas, paisagens e coisas exteriores a eles próprios, qual
acontece na percepção terrestre vulgar, e existem aqueles que decorrem
da sugestão que lhes é trazida pelo pensamento criador dos amigos desen-
carnados ou encarnados, estímulos esses que a mente de cada médium tra-
duz, segundo as possibilidades de que dispõe, favorecendo, por isso mesmo,
as mais díspares interpretações.
- Oh! - exclamou Hilário, entusiasmado - temos aí a técnica dos
obsessores quando improvisam para as suas vítimas variadas impressões
alucinatórias...
- Sim, sim... - confirmou o Assistente. - E' isso mesmo. No entanto,
evitemos a conversação agora. O trabalho da reunião vai terminar. (Nos
Domínios da Mediunidade, p. 114).
217
Se os mecanismos são os mesmos, nada nos impede de utilizá-los igualmente
para o tratamento de espíritos encarnados e desencarnados. Se os princípios fo-
ram mantidos, poderemos perfeitamente traduzir em ação conjunta esforços no
campo mental e fluídico, enriquecidos em sintonia com os servidores espirituais,
que venham a beneficiar irmãos nossos escravizados aos laços obsessivos.
A união pelo pensamento; entre os médiuns que integram a corrente
desobsessiva, na mesma faixa magnética dos espíritos auxiliares, irá permitir a
formação de imagens que, por processos fluídicos, serão percebidos pelos desen-
carnados durante o atendimento. Clichês mentais que irão fixar-se em suas telas
íntimas, alterando-lhes a freqüência vibratória, renovando-lhes o modo de ser e
sentir. Enfim, doutrinação por imagens mentais, tão ou mais efetiva do que aque-
las que possam ser transmitidas por diálogo verbal.
O irmão Clementino emitia idéias expressas em formas pensamentos que
eram percebidas ao mesmo tempo por Dona Eugênia e Dona Celina. Da mesma
forma, a corrente desobsessiva formada por vários médiuns poderá, dentro da
mesma diretriz, auxiliar a vários sofredores, simultaneamente. Cada um irá rece-
ber e traduzir estes estímulos sugeridos pelo pensamento criador e coletivo da
corrente, segundo as possibilidades de que dispõe e conseguir alcançar, no mo-
mento das passagens, sendo em qualquer condição sempre favorecido e benefici-
ado.
218
extravagantes ou ridículos; numa palavra o magnetiza e o cataleptiza mo-
ralmente e o indivíduo se torna um instrumento cego de sua vontade. Tal é
a causa da obsessão, da fascinação e da subjugação, que se mostram em
diversos graus de intensidade. O paroxismo da subjugação é geralmente
chamado possessão. Deve notar-se que, neste estado, muitas vezes o indi-
víduo tem consciência do ridículo daquilo que faz, mas é constrangido a
fazê-lo, como se um homem mais vigoroso que êle fizesse, contra a vonta-
de, mover os braços, as pernas, a língua. (Revista Espírita, dez. 1862, p.359).
(Grifo Original).
Resp.: Não resta a menor dúvida que, após a comparação entre o mecanismo
da obsessão e da mediunidade, tal método desobsessivo se evidencia.
A palavra é fator secundário em todos os mecanismos descritos, sendo a
vibração mental em sintonia o fator causal de todos os fenômenos.
Sendo a mente a causa, materializando diversos efeitos, das moléstias físicas
à loucura, da aflição à crueldade, do desalento à morte, não existe razão para que
as suas potencialidades não venham a ser aplicadas na cura física e psíquica, na
prevenção e tratamento das doenças mentais e, na recuperação de irmãos em
desequilíbrios, prestes a caírem no resvaladouro do suicídio e do crime.
219
2. - Poderíamos ter uma medicação espiritual que utilizasse dos mesmos princí-
pios, diferenciados somente pela sublimação da prece e da ação coletiva do bem?
220
perispiritual, abafam os fluidos dos doentes, como se apaga o fogo sob um lençol
d'água.
A mudança mental e fluídica leva à alteração da densidade perispiritual, que-
brando os laços que mantinham a simbiose parasitária, permitindo a remoção
para ambiente propício, dos antigos obsessores ou obsidiados, possibilitando,
concomitantemente, que os encarnados possam renovar-se, melhorando ou cu-
rando seus distúrbios físicos e psíquicos.
221
Ao elaborarem imagens contrárias às percepções que identificam, os inte-
grantes da corrente magnética desobsessiva passam, com o auxílio dos servido-
res espirituais e espíritos amigos dos obsessores e obsidiados que com eles tam-
bém se sintonizam pelos laços amorosos, a fixarem em suas mentes, quadros a
expressarem formas e movimentos de conteúdos superiores, adaptados às ne-
cessidades e realidades de cada um. Inicialmente, uma vaga idéia, depois a
repetição com insistência amiga, até arquivarem nos receptores, clichês em for-
ma de recordações, ordens, sugestões e lembranças afetivas. Um verdadeiro
curso superior e cristão de natureza rápida e dinâmica, graças à velocidade do
pensamento.
Quando o enfermo infeliz se rende às idéias superiores que recebe, a elas se
convertendo, originam-se os simultâneos ajustes perispirituais e mentais. Esta trans-
formação é subitânea, pois o sofredor, ao receber e absorver as irradiações dos
médiuns e da corrente como um todo, em forma de ducha energética, imediata-
mente parecerá mais nobre e digno. Tal ocorrência se dá com base na percussão
mútua. Ação e reação. Apelo e resposta.
Formado o circuito mediúnico, a entidade assistida passa a reviver os própri-
os sentidos, desequilíbrios e dores, agindo e recebendo a reação do médium. As-
sociação recíproca. Sintonia relativa em transmissão mental pelo intercâmbio do
pensamento, que é movimento livre no universo. Trabalho técnico da mediunidade
a serviço da espiritualização do Ser Eterno. Um, pelos impulsos mentais, percute
no outro, pensamentos como verdadeiras marteladas. O outro, por ser mais vigo-
roso, responde no mesmo tom, mas em sentido inverso, concedendo-lhe onda
amorosa, de freqüência elevada, a possibilitar o controle harmônico e automático
de seu cosmo-psíquico. Duas peças conscientes que, em conjunto a outras peças,
simultaneamente, são auxiliadas pela força do pensamento coletivo e pela interação
mútua com o plano espiritual.
Reunidos em regime de compensação e incorporados, desencadeiam condi-
ções propícias capazes de devolver aos visitantes, o controle imediato de suas
células perispirituais e dos seus mundos mentais. Assim se formam benditas opor-
tunidades de reequilíbrio.
Este circuito vivo de forças mento-fluídicas gera um campo de transforma-
ção, através da lei de ação e reação vibratória, que não necessita de palavras
articuladas para ser mutuamente ou coletivamente percebido e, conseqüentemen-
te, beneficiado, bastando que a mente queira, pois é ela que comanda a vida. Todo
processo é mental.
Se recordarmos que as formas pensamentos podem ser poderosamente
vivificadas, dirigidas e até materializadas, compreenderemos não só como agem
os Espíritos Superiores na criação e transmissão de clichês aos sofredores, sus-
tentados temporariamente pelos médiuns, mas também entenderemos que os qua-
dros criados e mantidos pelos obsessores e obsidiados poderão, por processos
contrários, ser poderosamente desvitalizados, redirigidos e desmaterializados na
fase de emissão e recepção da corrente desobsessiva.
222
Os fluidos emitidos pelos médiuns psicofônicos, pelos passistas da corrente e
pelos espíritos assistentes, formam um campo mento-eletromagnético de freqüên-
cia diversa, ou manto de textura e densidade própria, permitindo a atração e tra-
tamento dos sofredores em diferentes faixas, conforme suas necessidades. Atra-
vés de passes contrários às ações parausantes que por processos de hipnose es-
tejam sendo vítimas os espíritos doentes, podem os servidores espirituais restituir-
lhes a normalidade, levando a efeito, influenciações mentais e fluídicas. Terapia
completa, dinâmica, rápida, eficiente.
Essa compacta emissão fluídica pode beneficiar, ao mesmo tempo, inúmeros
desencarnados e corroborar na ação mental e energética, desenvolvida pelos pas-
sistas, junto aos encarnados.
Concluindo, poderemos dizer que, à semelhança de "dois goles para três", da
descrição de André Luiz, a corrente mento-eletromagnética formada por alguns
ou vários médiuns, integrados aos servidores da Pátria Maior, pode a um mesmo
tempo auxiliar, abençoando e equilibrando, não a três, mas a multidões, em uma
única ação direcionada para o bem.
223
Comentários de Kardec:
224
A descrição nos é propícia, seja em relação aos pacientes encarnados em
tratamento, seja em relação aos médiuns de incorporação, na fase de recepção,
quando atraem e magnetizam os sofredores, levando ao fenômeno de
interpenetração fluídica.
225
Áulus, porém, deu-se pressa em explicar-nos:
- Acalmem-se. O amigo dementado penetrou o templo com a supervi-
são e o consentimento dos mentores da casa. Quanto aos fluidos de nature-
za deletéria, não precisamos temê-los. Recuam instintivamente ante a luz
espiritual que os fustiga ou desintegra. E' por isso que cada médium possui
ambiente próprio e cada assembléia se caracteriza por uma corrente mag-
nética particular de preservação e defesa. [...]. Os raios luminosos da men-
te orientada para o bem incidem sobre as construções do mal, à feição de
descargas elétricas.
Por último, vejamos os efeitos que podem ser alcançados pelas ações priori-
tárias da corrente desobsessiva em relação aos sofredores desencarnados.
O que ocorre e os benefícios que os espíritos recebem poderão ser entendi-
dos, através de testemunhos de entidades infelizes que, após terem sido socorri-
das em atividades de assistência mediúnicas, deixaram grafado, em mensagens
publicadas na Revista Espírita, o seu novo estado.
[...]; a prece que derramaram sobre mim tornou-me a alma mais limpa:
extinguiu-se minha sede de vingança. A lembrança de meu infame passado
será minha expiação. Minha prece, junta à vossa, adoçará o remorso que
me tortura. Obrigado a vós todos, que me chamastes ao caminho da verda-
de e do bem, quando eu estava perdido nas profundezas do vício e da
impenitência. (Revista Espírita, jan. 1865, p.16).
226
Do mesmo teor é o relato do Espírito Júlio:
Com o auxílio dos bons Espíritos, em cinco dias livramos de uma obses-
são muito violenta e muito perigosa, uma jovem de treze anos, do poder de
227
um mau Espírito, desde 8 de maio último. Diàriamentente, às cinco da tar-
de, sem faltar um só dia, ela tinha crises terríveis, de causar piedade.[...]. A
11 deste mês, às 8 horas da noite, reuniões começaram por evocar o Espírito,
moralizá-lo, orar pelo obsessor e pela vítima e a exercitar sobre esta uma
magnetização mental. As reuniões eram feitas todas as noites e na sexta-
feira, 15, a menina sofreu a última crise. {Revista Espírita, fev. 1864, p.46).
228
CAPÍTULO IX
OBSESSÕES EPIDÊMICAS
9.1) DEFINIÇÃO
São as mais das vezes individuais a obsessão e a possessão; mas, não raro
são epidêmicas. Quando sobre uma localidade se lança uma revoada de maus
Espíritos, é como se uma tropa de inimigos a invadisse. Pode então ser muito
considerável o número dos indivíduos atacados. (Allan Kardec.A Gênese, 21.
ed.,FEB,cap.l4, item 49).
Nos dias atuais, "a localidade" referida por Kardec é o Mundo. Hoje, estão se
cumprindo as profecias Apocalípticas de João Evangelista. Espíritos atraídos pela
indisciplina mental e moral da humanidade deixam as regiões inferiores do plano espi-
ritual e descem à Terra - à semelhança das nuvens de gafanhotos -, em uma verda-
deira revoada de maus espíritos, a causar danos profundos, como picadas de escorpi-
ões, ferindo e associando-se aos homens que na fronte não levam o sigilo de Deus, ou
seja, as aspirações, condutas e vibrações superiores. Daí, o número considerável de
obsessos ao nosso derredor. Epidemia, obsessões coletivas.
9.2) HISTÓRICO
231
Em sua rota, foi visitar os possessos de Morzine (também está escrito
Morzines), na Alta Sabóia. As observações que fez, os dados que recolheu
sobre a obsessão coletiva ou epidêmica que desde 1857 abatia sobre a comuna
de Morzine, não lhe deixaram dúvidas quanto à causa, apoiando sua opinião
em casos idênticos, isolados ou também epidêmicos, vistos em outras loca-
lidades, e nos quais se reconhecia a participação e a ação de maus Espíri-
tos.
Num artigo na RS, intitulado "Estudo acerca dos possessos de Morzine"
(RS, 1862, pp. 353/363), Kardec realizou longa e profunda análise das cau-
sas da obsessão e dos meios de combater esse mal, aduzindo algumas con-
siderações novas que facilitavam ainda mais o entendimento do assunto,
que já havia sido tratado em vários artigos da RS e em "O Livro dos Mé-
diuns". O referido "Estudo" continua na RS de janeiro de 1863, pp. 1 a 9,
com múltiplos e variados esclarecimentos e citação de fatos que permitem
enquadrar a epidemia de Morzine entre as obsessões coletivas. "O que um
Espírito pode fazer a um indivíduo, vários podem fazê-lo sobre diferentes
indivíduos, simultaneamente, e dar à obsessão caráter epidêmico."
Em fevereiro (pp. 33/41), abril (pp. 101/113) e maio (pp. 133/142), Kardec
realiza, afinal, o estudo circunstanciado da singular "afecção" que atingira
muitos habitantes de Morzine. Analisa demoradamente os relatórios dos
médicos que a observaram, entre outros o Dr. Constant, enviado pelo go-
verno francês, o Dr. Chiara, o Dr. Arthaud, médico-chefe do Hospital de
Alienados de Lião, bem assim os meios curativos empregados quer pela
medicina, quer pelos exorcismos. Após longo estudo comparativo e deta-
lhado exame dos fatos, Kardec estabeleceu o caráter essencialmente ob-
sessivo dos doentes de Morzine.
Tanto o assunto lhe interessou, que escreveu cinco artigos, com um total
de 41 páginas em formato grande.
Na RS de agosto de 1864, volta a dar novos detalhes quanto à "epidemia
demoníaca" de Morzine, que reapareceu em 1864 com nova intensidade.
Conforme escreveu Ch. Lafontaine no seu jornal "Magnétiseur", de Gene-
bra, baldos todos os meios para conjurar "a terrível doença", ali esteve
o
Monsenhor Maguin, bispo de Annecy, em 30 de abril e I . de maio. À che-
gada do bispo, a epidemia tomou proporções assustadoras, e o prelado, após
horroroso escândalo na igreja local, confessou não ser bastante forte para
debelar a praga que tinha vindo curar.
Novamente se falou no envio de "médicos especialistas" para estudar a
enfermidade, e do êxito deles se duvidava, à vista do fracasso daqueles que
anteriormente tinham sido ali encaminhados. Lembra Kardec que um estu-
do atento dos sintomas demonstra com toda a evidência que a verdadeira
causa está na ação do mundo invisível, "ação que é a fonte de mais afecções
do que se pensa, e contra as quais a ciência não tem êxito, pela razão de ela
opor-se ao efeito e não à causa. Em suma, é o que o Espiritismo designa
232
pelo nome de obsessão levada ao mais alto grau, isto é, de subjugação e
possessão. As crises são efeitos consecutivos; a causa é o ser obsessor, e
é então sobre este que se deve agir, assim como nas convulsões ocasiona-
das por vermes se age sobre os vermes" (RS, 1864, p. 229). A seguir, apon-
ta as várias razões por que os espíritas não foram a Morzine tentar a cura
daqueles obsidiados, com isso se antecipando aos críticos que porventura
poderiam levantar a pergunta, muito natural, aliás. (Grifos Originais).
233
sociais mais ignorantes, dos Espíritos incarnados mais fracos e menos adi-
antados, numa palavra, dos indivíduos que guardavam os rebanhos ou vaga-
vam nas ocupações rurais. Não percebeis uma grande analogia entre a
reprodução desses fenômenos idênticos de possessão? Ah! nisso existe um
ensinamento muito profundo! e disso deveis concluir que cada vez mais se
aproximam os tempos preditos e que o Filho do Homem em breve virá ex-
pulsar de novo a turba de Espíritos impuros que se abateram sobre a Terra,
e reavivar a fé cristã, dando a sua alta e divina sanção às consoladoras
revelações e aos regeneradores ensinamentos do Espiritismo. Voltando aos
casos atuais de demoniomania, é preciso lembrar que os cientistas, os mé-
dicos do século de Augusto trataram, conforme os processos hipocráticos,
os infelizes possessos da Palestina e que toda a sua ciência esbarrou ante
esse poder desconhecido. Ora! ainda hoje todos os vossos inspetores de
epidemias, os vossos mais notáveis alienistas, sábios doutores em materia-
lismo puro, fracassam do mesmo modo ante essa doença exclusivamente
moral, diante dessa epidemia que é só espiritual. Mas, que importa! meus
amigos, vós, que fostes tocados pela graça nova, sabeis quanto esses males
passageiros são curáveis pelos que têm fé. Esperai, pois, esperai com con-
fiança a vinda daquele que já resgatou a humanidade. A hora se aproxima;
o Espírito precursor já está incarnado. Em breve, pois, o desenvolvimento
completo desta doutrina, que tomou por divisa: "Fora da Caridade não há
salvação ¡"(Grifos nossos).
Destacamos da mensagem
res[...]."
6. "[...] vós, que fostes tocados pela graça nova, sabeis quanto esses males
passageiros são curáveis pelos que têm fé."
234
Exemplos históricos comprovando a existência das obsessões coletivas não
nos faltam, sejam antes, durante ou após a passagem do Codificador. Haja vista
as guerras, os suicídios, os assassinatos de multidões, além dos grandes desajustes
mentais e morais de nossa era, provocando tragédias refletidas diariamente em
nossos noticiários. A diferença é a proporção, a não localização, mas a universa-
lidade do fenômeno epidêmico. Porém, a terapêutica aplicada, mesmo diante dos
avanços científicos realizados, não difere da conduta de todos os tempos: os
epidemiologistas, os sábios doutores, continuaram aplicando o mesmo tratamento
de materialismo puro, às causas essencialmente espirituais desse tipo de epide-
mia.
Somente o Filho do Homem, retornando ao mundo pelos abençoados esfor-
ços do Consolador Prometido, poderá expulsar, de novo, a turba de espíritos impu-
ros que se abatem sobre a multidão de encarnados onde, raramente, não nos
incluímos.
A questão, como dissemos no início dos nossos apontamentos, reside justa-
mente aí: Como atender, na prática desobsessiva, a um grande número de
pessoas?
Os princípios básicos e o desenvolvimento completo da Doutrina dos Espíri-
tos estão praticamente materializados por sacrifícios e doações de almas que,
com dedicação, souberam grafar para a posteridade as mensagens de ensino e
consolo enviadas pelo Mundo Maior, faltando-nos, porém, os métodos lógicos,
derivados desses princípios que nos compete desenvolver.
A corrente mento-eletromagnética aplicada à desobsessão significa um des-
ses esforços coletivos, na busca de permitir, à Luz do Mundo, expulsar, doutrinar
e reeducar a turba de encarnados e desencarnados envolvidos em simbiose ob-
sessiva. E a fé consciente, raciocinada, somando doações comuns pela vontade
coletiva em integração mútua, mentais e fluídicas, para a cura desses males pas-
sageiros, porém epidêmicos.
9.3) ETIOLOGIA
235
nem sempre estejam isentas. Como diz Erasto, foi provavelmente uma
epidemia que ocorreu ao tempo do Cristo, da qual por vezes se fala no
Evangelho. (Allan Kardec, Revista Espírita, abr. 1862, p.110).
236
9.4) MECANISMOS DA OBSESSÃO COLETIVA
237
ocultas do mundo invisível e nos explica o que, sem isto, parecerá
inexplicável. A mediunidade é o meio direto de observação. O médium -
permitam-nos a comparação - é o instrumento de laboratório pelo qual a
ação do mundo invisível se traduz de maneira patente. E, pela facilidade
oferecida de repetição das experiências, permite-nos estudar o modo e as
nuanças desta ação. Destes estudos e observações nasceu a ciência espíri-
ta. (Allan Kardec, Revista Espírita, jan. 1863, p.l).
Isto porque:
b) Estando a ação do mundo invisível na ordem das coisas naturais, ela se exerce
sobre o homem, abstração feita de qualquer conhecimento espírita;
238
b) Se ele for Bom e Benevolente, a influência será agradável e salutar, é
como as carícias de uma terna mãe, que toma o filho nos braços;
c) Se for Mau e Perverso, será dura, penosa, de ânsia e por meios perversos,
não abraça, constringe.
A reação existente entre o mundo visível e o invisível que nos cerca e em cujo
meio vivemos, é uma das leis da natureza que produz uma porção de fenômenos
psicológicos, fisiológicos e morais, outrora desconhecidos, mas que o Espiritismo
nos deu a conhecer.
As obsessões epidêmicas representam uma nuvem de espíritos malfazejos,
que abatem sobre uma localidade; espíritos que não passam de almas de homens
que foram maus na terra, mas que acabarão por se melhorarem um dia. Fazem o
239
que teriam feito quando em vida, isto é, o mal que faria um bando de malfeitores.
É, pois, necessário expulsá-los como se expulsaria uma tropa inimiga.
Seguindo a mesma linha de raciocínio do Codificador, poderíamos acrescen-
tar que a melhor forma de expulsar uma tropa inimiga é com uma outra tropa,
que no caso deve ser amiga e benévola ao bando malfeitor, por compreender que
eles um dia foram homens e que, mais cedo ou mais tarde, melhorarão.
Basta-nos apenas verificar quais seriam as armas que esta boa tropa deveria
usar, para coroar os seus esforços de êxito salutar.
240
Nossos leitores sabem que o flagelo, atribuído pelos bons camponeses
de Morzine e, o que é mais desagradável, por seus guias espirituais, ao
poder do demônio, se manifesta naqueles que são tomados por convulsões
violentas, acompanhadas de gritos, de perturbações do estômago e gestos
da mais impressionante ginástica, sem falar dos juramentos e de outros
processos escandalosos, de que os doentes se tornam culpados, quando os
obrigam a entrar numa igreja.
Conseguimos curar vários desses doentes, que não sofreram outros ata-
ques, enquanto moravam longe das influências prejudiciais do contágio
e dos Espíritos feridos de sua terra. Mas em Morzine o horrível mal não
cessou de fazer devastações entre essa população infeliz: ao contrário, o
número das vítimas foi crescendo. Em vão prodigalizaram preces e exor-
cismos; em vão levaram os doentes para hospitais de várias cidades distan-
tes; o flagelo, que, em geral, ataca mocinhas, cuja imaginação é mais viva,
se encarniça contra a sua presa, e as únicas constatadas são as operadas
por nós, das quais fizemos um relato em nosso jornal. (Revista Espírita,
ago. 1864, p.225). (Grifos Originais). (Negritos nossos).
241
devotamento e, acima de tudo, fé sincera. Prova a experiência, pelos resul-
tados obtidos, o poder deste meio; mas, também, demonstra que, em certos
casos, o concurso simultâneo de várias pessoas unidas na mesma intenção,
é necessário. (Allan Kardec, Revista Espírita, ago. 1864, p.230).
1 - Tato;
2 - Paciência;
3 - Devotamento;
Prova a experiência, pelos resultados obtidos, o poder deste meio, mas tam-
bém demonstra que, em certos casos, o concurso simultâneo de várias pessoas
unidas na mesma intenção é necessário.
O Sr. A..., de Moscou, que não havia lido o nosso relato, contava-nos, há
poucos dias, que nas suas propriedades os habitantes de uma aldeia foram
atingidos por um mal em tudo semelhante ao de Morzine. Mesmas crises,
mesmas convulsões, mesmas blasfêmias, mesmas injúrias contra os padres,
mesmo efeito do exorcismo, mesma impotência da ciência médica. Um de
seus tios, o Sr. R..., de Moscou, poderoso magnetizador, homem de bem por
excelência, de coração muito piedoso, tendo vindo visitar aqueles infelizes,
parava as convulsões mais violentas pela simples imposição das mãos, acom-
panhada de fervorosa prece. Repetindo o ato, acabou curando quase todos
radicalmente.
242
Este exemplo não é único. Como explicá-lo, senão pela influência do mag-
netismo, secundada pela prece, remédio pouco usado pelos nossos materialis-
tas, porque não se encontra no codex nem nas farmácias? Contudo, remédio
poderoso quando parte do coração e não dos lábios, e que se apoia numa fé
viva e num ardente desejo de fazer o bem. Descrevendo a obsessão em nossos
primeiros artigos, explicamos a ação fluídica que se exerce em tal circunstân-
cia e daí concluímos, por analogia, que teria sido um poderoso auxiliar em Morzine.
(Allan Kardec, Revista Espírita, maio 1863, p.138).
Naturalmente, para ter ocorrido a cura dos diversos casos que o Sr. R. de
Moscou obteve pelo emprego do Magnetismo e da Prece, não resta dúvida que os
Bons Espíritos devem tê-lo secundado, ampliando a sua ascendência moral, forta-
lecendo a sua autoridade e, completando o tratamento pela influência moralizado-
ra dos conselhos que, evidentemente, devem ter sido transmitidos aos sofredores,
em uma verdadeira ação educativa.
Serei breve. Será muito fácil curar essa infeliz possessa. Os meios esta-
vam implicitamente contidos nas reflexões há pouco emitidas por Allan
Kardec. Não só é necessária uma ação material e moral, mas ainda uma
ação puramente espiritual. O Espírito incarnado que, como Júlia, se acha
em estado de possessão, necessita de um magnetizador experimentado e
perfeitamente convicto da verdade espírita. É necessário que seja, além
disso, de uma moralidade irreprochável e sem presunção. Mas, para agir
sobre o Espírito obsessor, é necessária a ação não menos enérgica de um
bom Espírito desincarnado. Assim, pois, dupla ação: terrena e extraterrena;
incarnado sobre incarnado; desincarnado sobre desincarnado; eis a lei. Se
até agora tal ação não foi realizada, foi justamente para vos trazer ao estu-
do e à experimentação desta interessante questão. É por isto que Júlia não
se livrou mais cedo: ela devia servir para os vossos estudos.
Isto vos demonstra o que deveis fazer d'agora em diante, nos casos de
possessão manifesta. E indispensável chamar em vossa ajuda o concurso
de um Espírito elevado, gozando ao mesmo tempo de força moral e fluídica,
como o excelente cura d'Ars; e sabeis que podeis contar com a assistência
desse digno e Santo Viahney. Além disso, nosso concurso é dado a todos os
que nos chamarem em auxílio, com pureza de coração e fé verdadeira
243
que perseguem essa moça, e que fugirão ante suas falanges luminosas.
Também não esquecer que a prece coletiva tem uma força muito grande,
quando feita por certo número de pessoas agindo de acordo, com uma fé
viva e um ardente desejo de aliviar. (Revista Espírita, jan. 1864, p.16).
(Grifo nosso).
Alguns outros requisitos para a cura da obsessão (no caso uma pos-
sessão) dados pelo Espírito Erasto:
1 - Não só é necessária uma ação material e moral, mas ainda uma ação
puramente espiritual;
3 - Para agir sobre o espírito obsessor, é necessária a ação não menos enér-
gica de um bom espírito desencarnado;
- Nosso concurso é dado a todos os que nos clamarem auxílio, com pureza
de coração e fé verdadeira.
Não esquecer:
- Que a prece coletiva tem uma força muito grande, quando feita por certo
número de pessoas de acordo, com uma fé viva e um ardente desejo de aliviar.
244
Procuremos separar de todos os relatos anteriores os principais tópicos e,
façamos a correlação entre as obsessões epidêmicas e a desobsessão coletiva
por corrente magnética.
Diz Kardec: "O que um Espírito pode fazer a um indivíduo, vários podem
fazê-lo sobre diferentes indivíduos, simultaneamente, e dar a obsessão caráter
epidêmico."
9.6.2) O Meio
246
9.6.3) Os Principais Aspectos da Cura
Todas as ações descritas por Kardec são, como não poderiam deixar de ser,
desenvolvidas pela terapia desobsessiva por corrente magnética.
É realizada pelos passes espíritas transmitidos aos pacientes, por várias ve-
zes, durante todo o tratamento.
1 - Tato;
2 - Paciência;
3 - Devotamento;
247
Prova-nos a experiência, estudo e prática, que os resultados obtidos e o po-
der deste método desobsessivo é extraordinário, demonstrando que o concurso
simultâneo de vários médiuns em ação lógica e criteriosa, unidos na mesma inten-
ção, é adequado e necessáriao aos casos graves, podendo também ser utilizado
no tratamento dos processos de menor gravidade com extrema eficiência.
Estas ações são desenvolvidas pelos médiuns e pela equipe dos trabalhado-
res espirituais que compõem a desobsessão por corrente magnética.
248
pureza e fé verdadeira, que eles se fazem presentes, manifestando em atos de
amor e bondade a sua contribuição.
Não Esquecer:
249
Este campo de força tem no pensamento coletivo, e na velocidade de deslo-
camento das partículas ou ondas mentais, a sua existência e base de indução e
influenciação, explicando-se assim o porquê de sua dinâmica, rapidez, eficiência e
enormes possibilidades terapêuticas, seja debelando ou minorando os efeitos, seja
extinguindo ou amenizando as causas das afecções espirituais.
250
7 - Uma atividade que pede e se integra a várias outras, obrigatoriamente, a
triagem ou conversação fraterna, por onde se inicia e termina o tratamento, resul-
tando nos dados que favorecem o diagnóstico, prognóstico e encaminhamento do
encarnado.
Dentro da inter-relação necessária com outros trabalhos, que juntos formam
a terapêutica básica, a corrente magnética desobsessiva tem na evangelização
espírita-cristã a sua prioridade e essencialidade, seja pelas reuniões gerais ou
públicas, ou pelos estudos sistematizados e individualizados.
251
Uma enorme seara de socorro e auxílio que nos pede, no entanto, a discipli-
na, a responsabilidade, o exercício constante no bem, através da renúncia, dedica-
ção, estudo e aperfeiçoamento íntimo, adquiridos no cultivo da bondade, elevando
assim o teor de nossas irradiações mentais, em cujas bases ela se expressa e
atua.
252
CAPÍTULO X
AMBIENTES
255
É, pois, necessário imaginar-se o mundo invisível como formando uma po-
pulação inumerável, compacta, por assim dizer, envolvendo a Terra e se agitan-
do no espaço. É uma espécie de atmosfera moral, da qual os Espíritos incarnados
ocupam a parte inferior onde se agitam como num vaso. Ora, assim como o ar
das partes baixas é pesado e malsão, esse ar moral é também malsão, porque
corrompido pelas emanações dos Espíritos impuros. Para resistir a isso são
necessários temperamentos morais dotados de grande vigor.
Digamos, entre parênteses, que tal estado de coisas é inerente aos
mundos inferiores. Mas estes seguem a lei do progresso e, atingindo a
idade precisa, Deus os saneia, deles expulsando os Espíritos imperfeitos,
que não mais se reincarnam e são substituídos por outros mais adianta-
dos, que farão reinar a felicidade, a justiça e a paz. É uma revolução
deste gênero que no momento se prepara. (Allan Kardec, Revista Espíri-
ta, dez. 1862, p.356).
256
nem de explorações sistemáticas, a nível de grande indústria, da perversão
infantil, para alimentar o comércio norte-americano de cinema de baixa
espécie.
A qualidade dos delitos que se multiplicam agora, na Terra, atinge uma
conotação satânica, pelo grau de frieza e perversidade de que se reveste.
257
mentalidade positiva, na esfera da espiritualidade superior, conseguem so-
brepor-se às influências múltiplas de natureza menos digna.
258
10.2) AMBIENTES DOS CENTROS ESPÍRITAS
Pergunta-se portanto:
Resp.: André Luiz no livro Obreiros da Vida Eterna (21. ed., p. 188) aborda
a questão, ao visitar, junto com outros companheiros, um Centro Espírita na crosta
terrena:
259
geraram, merecendo da espiritualidade superior cuidados especiais em serviços
de limpeza, isolando os colaboradores da obra de certos princípios destruidores ou
dissolventes.
Os afazeres neste campo são enormes, pedindo a contribuição de legião de
colaboradores, dia e noite.
Sendo nós, os servidores encarnados, que nos beneficiamos de todos estes
cuidados, temos, no mínimo, o dever de questionar: - O que temos feito para
auxiliar? Se somos conscientes dessa realidade, não basta que permaneçamos
imóveis, passivos, aguardando que os outros desenvolvam ações que poderíamos
ajudar, direta ou indiretamente, estabelecendo desde a vigilância mental, ameni-
zando efeitos, até a atuação conjunta com os espíritos, facilitando a limpeza e
evitando o contágio.
Alguns poderão dizer que não sabem como proceder. Nós responderíamos
que, inicialmente, deveríamos estudar mais, para que, conhecendo os mecanismos
geradores de influenciação e indução deletéria, viéssemos colaborar de forma
consciente.
Continuemos...
Resp.: A resposta vem do livro Missionários da Luz (21. ed., p.239), tam-
bém de André Luiz, quando o autor recebe elucidações de um instrutor de nome
Apuleio, durante acompanhamento de um processo reencarnatório.
260
uma notícia angustiosa? Porque a desarmonia orgânica, se a hora em curso
era, muitas vezes, de satisfação e felicidade? E' que, em tais momentos, o
homem recebe "certa quantidade de força mental" em seu campo de pen-
samento, como o fio recebe a "carga de eletricidade positiva". O ponto de
recepção está efetivamente no cérebro, mas se a criatura não está identifi-
cada com a lei de domínio emotivo, que manda selecionar as emissões que
chegam até nós, ambientará a força perturbadora dentro de si mesma, na
intimidade das células orgânicas, com grande prejuízo para as zonas vulne-
ráveis. (Grifos Originais).
O contágio é realizado, não pela boca, ou qualquer outra via orgânica, mas
pela capacidade de absorção do organismo perispiritual. Alimentamo-nos de for-
mas mentais, temperadas com o magnetismo pessoal de cada um, diariamente,
em todas as horas do dia, em qualquer ambiente que estejamos: no lar, na via
pública, no trabalho e, sem dúvida, também nos Centros Espíritas ou outras insti-
tuições que venhamos a freqüentar.
O fenômeno se explica, porque o homem, em determinados momentos, rece-
be "certa quantidade de força mental" em seu campo de pensamento, como o fio
recebe a "carga de eletricidade positiva".
Esta matéria mental poderá ser absorvida, independente dela ter como substrato
de transmissão a palavra, bastando que existam condições ou ambiente propício
entre companheiros de um mesmo nível ou, em outros termos: Sintonia.
A ambientação de forças perturbadoras absorvidas irão propiciar desde distúr-
bios mentais, até os orgânicos, possibilitando patologias da alma e do corpo, favo-
recendo interações vibratórias, gerando obsessões.
O que fazer?
Diante das possibilidades de contágio mental, do assalto das formas capricho-
sas da sombra, que atitudes deveríamos tomar em relação a nós mesmos, aos nos-
sos lares, às casas espíritas, onde nos situamos e ainda, em relação ao planeta?
O que fazem os Espíritos Superiores, diante de quadro tão grave? Que pro-
cessos empregam para auxiliar individualidades ou coletividades que se influenci-
am mutuamente? Quais os mecanismos divinos instituídos como leis amoráveis,
que possibilitam o combate à Poluição Mental, de efeitos tão nocivos?
Vejamos...
Procuremos achar as respostas para cada uma das questões levantadas, di-
vidindo-as por tópicos.
261
10.3.1) Em Relação ao Indivíduo
As atitudes que devemos tomar em relação a nós mesmos, para evitar ou não
provocar o contágio vibratório, podem ser resumidas em uma única ação: auto-
conscientização - a realização íntima através da fé religiosa; o bom combate;
persistência até a vitória plena; a cura real exclusivamente pelo homem-espírito,
aprendendo a emitir e a receber, evitando quedas e empreendendo esforços no-
bres, sempre.
Todas as doenças humanas são causadas pelo próprio homem. Igualmente,
somente ele poderá ser o remédio para todas as suas patologias. Remédio único,
capaz de curar plenamente todas as enfermidades e prevenir todos os males.
No futuro, a medicina da alma absorverá a medicina do corpo.
As terapias desenvolvidas nos templos espíritas, tendo na evangelização es-
pírita cristã a sua essência, são um dos elos que devem ligar o presente a este
futuro, permitindo o esclarecimento, o auxílio, a proteção e a conscientização,
para que o homem possa automedicar-se.
262
10.3.2) Em Relação ao Lar
Isto porque:
a) Toda vez que se ora num lar, prepara-se a melhoria do ambiente doméstico;
263
quão delicados trabalhos que ali se devem processar, desde a cura de en-
fermos até a conversão de entidades desencarnadas sofredoras e até mes-
mo a oratória inspirada pelos instrutores espirituais, são elementos essenci-
ais, mesmo indispensáveis a certa série de exposições movidas pelos obrei-
ros da Imortalidade a serviço da Terceira Revelação. Essas vibrações, es-
ses fluidos especializados, muito sutis e sensíveis, hão-de conservar-se
imaculados, portando, intactas, as virtudes que lhe são naturais e indispen-
sáveis ao desenrolar dos trabalhos porque, assim não sendo, se mesclarão
de impurezas prejudiciais aos mesmos trabalhos, por anularem as suas pro-
fundas possibilidades. Daí porque a Espiritualidade esclarecida recomenda,
aos adeptos da Grande Doutrina, o máximo respeito nas assembléias espíri-
tas, onde jamais deverão penetrar a frivolidade e a inconsequência, a male-
dicência e a intriga, o mercantilismo e o mundanismo, o ruído e as atitudes
menos graves, visto que estas são manifestações inferiores do caráter e da
inconsequência humana, cujo magnetismo, para tais assembléias e, portan-
to, para a agremiação que tais coisas permite, atrairá bandos de entidades
hostis e malfeitoras do invisível, que virão a influir nos trabalhos posterio-
res, a tal ponto que poderão adulterá-los ou impossibilitá-los, uma vez que
tais ambientes se tornarão incompatíveis com a Espiritualidade iluminada e
benfazeja. (Dramas da Obsessão, p.145).
264
10.3.3.2) Templos do Amor e da Fraternidade x Meros Clubes
265
- A lição para mim tem valores incalculáveis. E quando penso no alto
poder reprodutivo da flora microbiana...
Aniceto, contudo, não me deixou terminar. Conhecendo, de antemão,
minha pergunta natural, cortou-me a frase, exclamando:
- Sim, André, se não fosse o poder muito maior da luz solar, casada ao
magnetismo terrestre, poder esse que destrói intensivamente para selecio-
nar as manifestações da vida, na esfera da Crosta, a flora microbiana de
ordem inferior não teria permitido a existência dum só homem na superfície
do globo. Por esta razão, o solo e as plantas estão cheios de princípios
curativos e transformadores.
E, abanando significativamente a cabeça, concluiu:
Nada obstante esse poder imenso, recurso divino, enquanto os homens,
herdeiros de Deus, cultivarem o campo inferior da vida, haverá também
criações inferiores, em número bastante para a batalha sem tréguas em que
devem ganhar os valores legítimos da evolução. (André Luiz, Os Mensa-
geiros, 17. ed., p.213).
Se as larvas mentais têm vida própria como a flora microbiana comum, nada
mais lógico o conceito dedutivo de suas possibilidades reprodutivas, reconhecen-
do-se que a grande maioria dos seres humanos, ainda residem nas faixas primári-
as da evolução.
O perigo e as possibilidades de contágio, que daí decorrem, são enormes.
A Providência Divina não poderia deixar o homem entregue a si mesmo,
apesar de ser merecedor de seus próprios atos.
As larvas mentais, os bacilos, a matéria mental fulminatória, formados, culti-
vados e emitidos pelas mentes em desequilíbrios diversos, encontram, na energia
solar, nos princípios curativos e transformadores do solo e das plantas, casados ao
magnetismo terrestre, o remédio e a vacina superior, permitindo a destruição e a
prevenção, possibilitando as manifestações da existência na esfera da crosta ter-
restre. A energia solar, em qualquer plano em que se expresse, é a grande
dinamizadora da vida.
O Verbo Divino providenciou a medicação, milênios antes da doença.
Aniceto, instrutor de André Luiz, diz ao final do último texto que, nada obstante
esse poder imenso, haverá também criações inferiores, em número bastante, para
a batalha sem tréguas.
Quais seriam então os recursos utilizados pela Espiritualidade Superior nes-
tas batalhas? Como atuam os Mecanismos Divinos em relação aos espíritos doen-
tes e ignorantes, que se unem por afinidades, em regiões espirituais mais próxi-
mas ao homem encarnado? Como agem os Espíritos em relação ao acúmulo de
266
matéria mental inferior, nas regiões umbralinas, causadoras de poluição mental
tanto no mundo físico como no extrafísico?
No capítulo 10, do livro Obreiros da Vida Eterna (21. ed., p.158, 161, 162),
André Luiz fala a respeito de "uma das armas" utilizadas pelos Bons Espíritos,
nas regiões umbralinas, contra o acúmulo de matéria mental inferior.
267
As descargas elétricas dos desintegradores etéricos agem à semelhança das
descargas elétricas da natureza durante as tempestades, porém, de forma metódi-
ca e mecanicamente elaborada.
As faíscas elétricas promovem clarões como as da fogueira, e destroem os
resíduos inferiores de matéria mental.
268
Não eram, essas, altas e verticais como as muralhas das fortificações
terrestres, mas horizontalmente estendidas, formadas de substância escura,
e emitiam forças elétricas de expulsão num raio de cinco metros de largura,
aproximadamente, circulando toda a casa. Diversos focos de luz permane-
ciam acesos e, em rápidos minutos, determinado responsável pela tarefa
colocava-nos ao corrente do trabalho a executar.
Velaríamos pelo funcionamento regular de certos aparelhos geradores
de energia electromagnética, destinados à emissão constante de forças de-
fensivas, e vigiaríamos o setor que nos fora confiado, de modo a sanar
qualquer anormalidade.
269
- Instrutor Druso, na Enfermaria Cinco, três dos irmãos recém-acolhi-
dos entraram em crise de angústia e rebeldia...
- Já sei - replicou o interpelado -, é a loucura por telepatia alucinatória.
Ainda não se encontram suficientemente fortes para resistir ao impacto das
forças perversas que lhes são desfechadas, a distância, pelos companhei-
ros infelizes.
- Que fazer?
- Retire os enfermos normais e aplique na enfermaria os raios de cho-
que. Não dispomos de outro recurso. (André Luiz, Ação e Reação, 6. ed.,
p.33).
1. Fé Religiosa;
2. Estado Positivo de Confiança;
EM RELAÇÃO AO INDIVÍDUO 3. Otimismo e Fé;
4. Vitória Plena em Si Mesmo;
5. Saber Emitir e Receber.
1. Oração no Lar;
EM RELAÇÃO AO LAR 2. Culto Familiar do Evangelho;
3. Curso de Iluminação e Processo
Avançado de Defesa Exterior.
1. Luz Solar;
EM RELAÇÃO AO PLANETA 2. Magnetismo Terrestre;
3. Princípios Curadores do Solo e das
Plantas.
271
10.4) EM BUSCA DA ANALOGIA
272
domínios das radiações ultravioletas?"(André Luiz, Nos Domínios da Me-
diunidade, 12. ed., p.27).
273
elétricas. E, compreendendo-se que mais ajuda aquele que mais pode, nossa
irmã Celina é a companheira ideal para o auxílio desta hora. (Grifos nossos).
A Corrente Magnética Desobsessiva nada mais é que uma bateria que emite
força eletromagnética, onde o aparelho emissor é representado pela mente
mediúnica.
Pode, pois, evitar ações de ataque aos Centros Espíritas planejadas por en-
tidades grosseiras, e beneficiá-las, atraindo-as e drenando os fluidos de baixo teor
aderidos à sua organização perispiritual, agindo por ressonância vibratória em
seus campos mentais, doutrinando-as.
Igualmente, pode atuar na destruição de resíduos mentais existentes nos am-
bientes das instituições assistenciais, bem como nos lares dos pacientes em trata-
mento, além de interromper as emissões telepáticas de baixo teor, sempre presen-
tes nas interações obsessivas.
Constitui um dos métodos desobsessivos de amplo espectro de ação, contri-
buindo efetivamente no combate à Poluição Mental, não só evitando o contágio,
como possibilitando o tratamento das mentes enfermas [encarnadas e
desencarnadas] envolvidas em desequilíbrios vibratórios, que, em essência, são
responsáveis por inúmeras doenças do corpo e da alma.
Visando confirmar estas afirmações, vamos destacar, dos textos anteriores,
pequenos trechos, correlacionando-os com a desobsessão por Corrente Magnética:
274
2 - "Os veículos físicos apareciam quais se fossem correntes eletro-
magnéticas em elevada tensão."
275
7 - "Emitiam forças elétricas de expulsão num raio de cinco metros
de largura, aproximadamente, circulando toda a casa."
276
e comprovada, na prática e na teoria. Daí a sua alta precisão diferir de outras
atividades mediúnicas e vibratórias, pela forma consciente e objetiva que caracte-
riza a sua atuação.
277
"Todos precisamos saber emitir e saber receber."
10.6) CONCLUSÃO
Quem, pois, na Terra dos encarnados, faz uma prece sincera ou pratica
um ato de amor, acende um clarão nas Trevas; e quem ora e vigia, ligado
em pensamento às regiões mais altas, funciona como usina viva, a abas-
tecer, nas linhas de frente do grande combate, os soldados de Jesus, que
avançam no meio dos destroços, para as tarefas da salvação e da graça.
Vede, pois, queridos companheiros, que, além de todos os misteres que
possais considerar objetivamente vossos, está o apoio logístico indispensá-
vel, precioso e sublime, que dais aos emissários do Cristo que operam no
Mundo em nome de Deus.
Perseverai nos vossos esforços, porquanto a gratidão dos trabalhadores
da Verdade vos acompanhará a trajetória, com preces e ternuras de muita
dedicação.
É chegado o momento em que todo bem, por menor que pareça, deve
ser obra de cooperação de alma a alma, de coração a coração, porque,
quando as sombras cobrem aparentemente a visão do Céu, as estrelas pa-
recem unir-se, no infinito, em Constelações luminosas e divinas. (Correio
Entre Dois Mundos, p.125). (Grifos nossos).
278
pelas outras mentes, em especial por aquelas às quais se dirige, podendo
causar perturbações psíquicas sutis, porém devastadoras.
É claro que também existem as interferências benfazejas, que provêm
de fontes emissoras sublimadas da Espiritualidade Superior, e até mesmo
das vibrações mentais de amor que alguém emite. Mas as interferências
que perturbam e prejudicam são as dos pensamentos desordenados ou infe-
lizes, sempre que sua carga destruidora não seja detida ou transformada
pelos antídotos eficazes da vigilância e da oração. (Grifos nossos).
279
CAPÍTULO XI
283
abnegadas equipes de assistência, nossa casa, consagrada à Espiritualidade,
é hoje um pequeno mas expressivo posto de auxílio, erigido à feição de
pronto-socorro.
Com a supervisão e cooperação de vasto corpo de colaboradores em
que se integram médicos e religiosos, inclusive sacerdotes católicos, minis-
tros evangélicos e médiuns espíritas já desencarnados, além de
magnetizadores, enfermeiros, guardas e padioleiros, temos aqui diversificadas
tarefas de natureza permanente. (Instruções Psicofônicas, 4. ed., p.145).
284
irmãos que ainda não podem partilhar, de maneira mais íntima, o nosso es-
forço no aprendizado evangélico. Essa multidão assemelha-se à que vemos,
freqüentemente, diante dos templos católicos, espíritas ou protestantes com
incapacidade provisória de participação no culto da fé.
Bem junto à direção de nossas atividades, está reunida grande parte da
equipe de funcionários espirituais que nos preservam as linhas magnéticas
defensivas.
A frente da mesa orientadora, congregam-se os companheiros em luta a
que nos referimos.
E em contraposição com a porta de acesso ao recinto, dispomos em
ação de dois gabinetes, com leitos de socorro, nos quais se alonga o serviço
assistencial.
Entre os dois, instala-se grande rede eletrônica de contenção, destinada
ao amparo e controle dos desencarnados rebeldes ou recalcitrantes, rede
essa que é um exemplar das muitas que, da vida espiritual, inspiraram a
medicina moderna no tratamento pelo eletrochoque. {Instruções
Psicofônicas, 4. ed., p.147). (Grifos nossos).
285
não podemos direcionar as mentes dos médiuns para objetivos não propostos an-
teriormente, sob pena de alterarmos as linhas de defesa, estabelecidas pelos ser-
vidores espirituais.
Nos ambientes preparados à desobsessão por corrente, existem na dimensão
astral não só dois, mas vários gabinetes com grande número de leitos de socorro,
reservados às entidades recolhidas pelos padioleiros e que necessitam da conti-
nuidade do atendimento, prestados, na maioria das vezes, pelos médicos e enfer-
meiros espirituais.
As redes eletrônicas de contenção são igualmente utilizadas em nossos tra-
balhos desobsessivos, destinando-se ao amparo e controle de desencarnados re-
beldes ou recalcitrantes, além de servir para recolhê-los em determinados ambi-
entes físicos ou extrafísicos e localizá-los junto à corrente magnética para pos-
teriores atendimentos.
As redes eletrônicas e o emprego do eletrochoque pela medicina contempo-
rânea ajuda-nos a compreender um pouco mais a terapêutica desobsessiva por
Corrente Magnética.
A corrente nada mais é que um mento-eletrochoque, uma fluidoterapia de
alto dinamismo, baseada no emprego das forças eletromagnéticas emitidas pelo
pensamento coletivo. De forma semelhante ao uso, cada vez mais raro, do
eletrochoque na psiquiatria, e cada vez maior na cardiologia, destina-se às
disfunções mento-psíquicas, ou às arritmias e perturbações do corpo perispiritual,
reajustando o mundo íntimo das personalidades em desequilíbrios, e auxiliando-as
na normalização orgânica ou perispiritual.
286
Observei, admirado, que eles magnetizavam o próprio ar.
Nosso instrutor, porém, informou, gentil:
- Não se impressione, André. Em nossos serviços, o magnetismo é for-
ça preponderante. Somos compelidos a movimentá-lo em grande escala.
E, sorrindo, concluiu:
- Já os sacerdotes do antigo Egito não ignoravam que, para atingir de-
terminados efeitos, é indispensável impregnar a atmosfera de elementos
espirituais, saturando-a de valores positivos da nossa vontade. Para disse-
minar as luzes evangélicas aos desencarnados, são precisas providências
variadas e complexas, sem o que, tudo redundaria em aumento de perturba-
ções. Este núcleo é pequenino, considerado do ponto de vista material, mas
apresenta grande significação para nós outros. E' preciso vigiar, não o es-
queçamos. (Os Mensageiros, p.224-225).
287
e desencarnados que se dedicam a auxiliá-lo, seja pelo emprego de recursos ver-
bais, mentais, fluídicos ou magnéticos.
A visão de suas necessidades, porém, nem sempre nos é clara, principalmen-
te em relação aos espíritos sofredores. Esquecemos por vezes que as assembléi-
as de "coxos e estropiados" nos cercam, rogando-nos auxílio imediato, de forma
silenciosa para os nossos sentidos, mas intensa para aqueles que se sintonizam
com suas dores.
Se fosse concedida à criatura vulgar uma vista de olhos, ainda que ligei-
ra, sobre uma assembléia de espíritos desencarnados, em perturbação e
sofrimento, muito se lhes modificariam as atitudes na vida normal. Nessa
afirmativa, devemos incluir, igualmente, a maioria dos próprios espiritistas,
que freqüentam as reuniões doutrinárias, alheios ao esforço auto-educativo,
guardando da espiritualidade uma vaga idéia, na preocupação de atender ao
egoísmo habitual. O quadro de retificações individuais, após a morte do
corpo, é tão extenso e variado que não encontramos palavras para definir a
imensa surpresa. (Os Mensageiros, 17. ed., p.226).
288
familiar de Isidoro e Isabel não está preparado para receber entidades
deliberadamente perversas. Cada agrupamento tem seus fins. (André Luiz,
Os Mensageiros, p.226). (Grifo Original).
289
Para elas, organizou-se uma divisão especial, que me pareceu constituída
por elementos de maior vigilância, visto chegarem, quase obrigatoriamente,
acompanhando os que buscavam o socorro espiritual, sem a indicação dos
orientadores em serviço nas vias públicas."
290
Esse centro abrange vasto reservatório de plasma sutilíssimo, de que se
servem os trabalhadores a que nos referimos na extração dos recursos im-
prescindíveis à criação de formas-pensamento, constituindo entidades e pai-
sagens, telas e coisas semi-inteligentes, com vistas à transformação dos
companheiros dementados que intentamos socorrer. (Instruções
Psicofônicas, p.203).
291
No momento das passagens, a atração e fixação transitoria das entidades
provocam o envolvimento fluídico, na forma de uma toalha ou de um manto,
realizando uma verdadeira reação físico-química, afastando as emissões deletéri-
as e favorecendo uma nova tomada de consciência por parte dos sofredores. Este
conjunto de medidas leva à destruição de antigas formas pensamentos doentias,
permitindo a metamorfose vibratória pela assimilação de novas imagens, elabora-
das pelos arquitetos, baseadas em suas reminiscências, que, com antecedência,
foram amorosamente consultadas, para a interferência eficaz e proveitosa.
As forças mento-neuro-psíquicas existentes em abundância na corrente e,
naturalmente no ambiente, são manipuladas em benefício das entidades,
revitalizando-as, devolvendo em sentido superior a condição de ver, ouvir, sentir e
recordar.
O conjunto de todas essas medidas é o que denominamos de Doutrinação ou
Magnetização Mental.
292
uma engrenagem maior, onde os arquitetos espirituais ocupam posição de priori-
dade e destaque.
Mais do que nunca, neste método desobsessivo, toda a equipe encarnada é a
base, a mesa cirúrgica, a dar condições seguras para a atuação dos trabalhadores
da grande obra assistencial erguida no mundo em nome do Pai. Tranqüilidade,
carinho, compreensão e amor representam condutas que não devemos e não po-
demos deixar de expressar e cultivar.
293
va de projetar os diálogos e as atividades fora dos muros de defesa da
Casa, por meio de projetores sonoros, com objetivo de despertar alguns
transeuntes da artéria em que se localizava a Sociedade. À porta, atraídos
pelo labor mediante os eficazes comentários, reuniam-se perturbadores e
enfermos desencarnados, alguns dos quais não obstante a bulha reinante e
os doestos dos mais empedernidos, se sensibilizavam, passando a meditar e
ensejando possibilidade de serem recolhidos ao recinto para posterior trata-
mento. (Grilhões Partidos, p.182).
André Luiz também descreve alguns aparelhos e recursos variados, dos quais
destacamos:
294
11.4.6.1) O Psicoscópio
295
socorro espiritual aos irmãos sofredores, sem a participação da espiritualidade,
que encontra, em toda esta aparelhagem, a agilidade necessária para o diagnósti-
co e tratamento de múltiplos casos.
Graças ao psicoscópio, os arquitetos espirituais podem auscultar os enfer-
mos, preparando as imagens mais adequadas à doutrinação mental, desenvolvida
durante as passagens. As redes luminosas isolam e defendem os ambientes de
trabalho e as faixas servem para atrair e encaminhar mais rapidamente os espíri-
tos sofredores. Os aparelhos para hipnose podem receber os influxos mento-ele-
tromagnéticos fornecidos pela corrente, facilitando e ampliando as induções
ideoplásticas.
A aparelhagem para assepsia prepara os ambientes e auxilia a diluir e destruir
as formas pensamentos viciadas, emitidas pelas entidades e pelos encarnados.
Os aparelhos de som e imagem multiplicam as possibilidades de socorro à
distância e facilitam a doutrinação das assembléias em tratamento.
Enfim, as possibilidades são tantas que não seria viável descrevê-las
pormenorizadamente. Realçamos que os meios técnicos já existentes na pátria
espiritual, aliados à metodologia criteriosa da desobsessão por Corrente Magnéti-
ca podem tratar milhares de espíritos e beneficiar centenas de encarnados.
296
No caso da desobsessão por cadeia magnética, a Corrente Simpática de Atra-
ção é formada pelos médiuns e o dirigente que a integram. A diferença em rela-
ção ao relato acima é que, como já sabemos, esta disposição não se dá em torno
de uma mesa, mas nas configurações mencionadas nos capítulos passados. O
efeito, no entanto, o é o mesmo.
"- Além desta, ocupando maior espaço no recinto e, como as duas pri-
meiras, dispostas em círculo, a super-corrente fornecida pelos visitantes e
composta, na sua totalidade, pelo pessoal especializado comissionado pelo
Departamento de Vigilância e subordinado à Seção de Relações Externas,
pessoal esse chefiado pelo nosso amigo Ramiro de Guzman." (Memórias
de um Suicida, p.150).
Da mesma forma que no plano físico, onde a corrente magnética pode assu-
mir a disposição em paralelo, longitudinal e em círculo, conforme o efeito que se
297
pretenda alcançar, no plano espiritual ocorre conduta semelhante. No caso que
estamos analisando, todas as correntes estudadas estavam dispostas em círculos.
Na terceira corrente magnética, situam-se os técnicos do plano espiritual que
atuam em diferentes situações, incluindo aí a projeção de imagens. Constitui uma
poderosíssima corrente ou uma super corrente.
298
revelaria que bem poderia ser a que lhes fosse mais grata ao coração ou às
recordações! Das mentes graves e pensadoras, assim como dos corações
generosos, cintilas argênteas irradiam, testemunhando a grande firmeza dos
princípios virtuosos que os impulsionam! (Memórias de um Suicida, p.151).
(Grifos nossos).
Diante dos detalhes descritos, que pouco a pouco vão compondo um quadro
abrangente e complexo, surgem perguntas novas, dentre elas, a dúvida a respeito
de como se acomodam em ambientes materiais tão pequenos, tantas entidades a
serem atendidas, além da equipe espiritual subdividida em várias correntes mag-
néticas e em atribuições diversas.
A dificuldade de visualização dos espaços extrafísicos respondem por esse
tipo de dúvida e, não raramente, fomos chamados a explicar em que condições
permanecem os espíritos durante o desenrolar dos trabalhos.
Buscando responder, transcreveremos a respeito uma nova página do livro
Memórias de um Suicida (10. ed., p.148):
299
víamos tribunas circulares, com feição de arquibancadas. Dir-se-ia anfite-
atro para acadêmicos. Nossos guias vigilantes indicaram as arquibancadas e os
lugares a nós reservados. Obedecemos sem relutância, enquanto os infelizes
companheiros, cujo estado grave dera razões ao trabalhoso recurso, eram paci-
entemente conduzidos por seus médicos assistentes e enfermeiros e colocados
no primeiro plano das arquibancadas, em local apropriado às suas condições.
Na sala já se achavam reunidos os elementos terrenos selecionados para
aquela noite, isto é, os médiuns indicados, os colaboradores homogêneos,
de boa-vontade, tomando cada um o lugar conveniente. Para estes nada
mais havia no tosco aposento além das paredes brancas e desadornadas, a
mesa que singela toalha guarnecia, livros, papéis em branco, esparsos, à
altura das mãos dos médiuns, e alguns lápis. Os dotados de vidência, toda-
via, percebiam algo inusitado e fora de rotina, e comunicavam timidamente
a seus pares, em discretas confidências, que visitas importantes do Além
honravam a Casa aquela noite, seguindo-se a descrição de alguns por-
menores, como a presença da milícia de lanceiros, dos médicos com seus
aventais e emblemas e enfermeiros azafamados, no que, em verdade, não
eram acreditados, pois, ainda no primeiro decênio deste século, mesmo muitos
dos espíritas mais convictos sentiam dificuldade em aceitar a possibilidade
de existir no Espaço necessidade de militares em ação, de enfermeiros e
médicos desdobrando os misteres de sua magna ciência em torno de enfer-
mos desencarnados... (Grifos Originais). (Negritos nossos).
Como podemos notar, a dúvida referida não procede, porque os nossos limi-
tes físicos não correspondem aos limites da dimensão espiritual. Os ambientes
são preparados com antecedência, não só nos seus aspectos fluídicos e magnéti-
cos, mas também no sentido de localizar adequadamente cada enfermo e auxiliar
o serviço a ser prestado.
Devemos esclarecer, também, que muitos dos espíritos socorridos pela Cor-
rente Magnética são trazidos ao ambiente no momento do atendimento pelas equi-
pes de vigilância e resgate, aumentando assim as condições de auxílio.
11.7) ADVERTÊNCIAS
300
Mas ao mesmo tempo, não podemos acreditar que são eles mágicos, possui-
dores de poções e métodos capazes de a tudo suprir e resolver. A este respeito
acrescenta Manoel P. de Miranda (Grilhões Partidos, 3. ed., p.183): "Não são
os Espíritos operosos anjos detentores do conhecimento total e da total sabedoria.
Evoluem adquirindo experiências que constituem conquistas que se incorporam
ao patrimônio de que são detentores."
301
CAPÍTULO XII
305
Estudar é um dever do médium, mas compete aos Centros Espíritas desen-
volverem o gosto pelos estudos sérios em todos aqueles que participam de suas
ações assistenciais.
A melhor experiência que vivenciamos, em relação ao estudo e preparo dos
médiuns, é o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita através de cursos regula-
res, geralmente trimestrais ou semestrais, mas seqüenciais e metódicos, os quais,
há mais de 30 anos, empregamos nas nossas casas. Os cursos têm por propósito
a realização das diretrizes Kardequianas constantes em Obras Póstumas (23.
ed., FEB, p.342):
306
Espírita, que buscam socorrer o irmão carente em seu local de origem, tão
importante à formação dos médiuns, quanto a assiduidade aos cursos regulares de
Doutrina Espírita.
Os participantes de nossa sociedade são orientados a freqüentar o desenvol-
vimento mediúnico e, após, a desobsessão, somente se puderem estar, ao mesmo
tempo, em um curso doutrinário e em uma atividade assistencial, caso contrário,
sugerimos esperar o momento propício, e enquanto esperam, darem a sua cota de
tempo disponível à assistência e/ou aos cursos, isto porque, a nosso ver, o socorro
aos necessitados se sobrepõe a todas as outras ações.
O que importa é, acima de tudo, preparar o médium convenientemente para
as responsabilidades que implicam a desobsessão, particularmente a desobsessão
por Corrente Magnética que atua em benefício de falanges de entidades e inúme-
ros irmãos encarnados.
307
"No templo espírita, os instrutores desencarnados conseguem localizar
recursos avançados do plano espiritual para o socorro a obsidiados e
obsessores, razão por que, tanto quanto nos seja possível, é aí, entre as
paredes respeitáveis da nossa escola de fé viva, que nos cabe situar o mi-
nistério da desobsessão." (Desobsessão, p.47).
12.1.5) A Prece
A desobsessão por Corrente Magnética é uma terapia toda baseada nos re-
cursos do pensamento. A oração é fator preponderante, pois, como já explicamos
e graças a ela que os médiuns irão produzir elementos-força que constituirão
emissões eletromagnéticas de relativo poder, que, somadas e integradas às cor-
rentes espirituais, formarão o manancial curativo que será doado em benefício
dos sofredores encarnados e desencarnados.
Deve e pode ser utilizada, não só no início ou no final da atividade, mas
durante todo o seu desenrolar, sempre que se fizer necessária e adequada indi-
vidualmente ou em grupo, objetivando a homogeneidade vibratória, o alívio das
308
sensações dos espíritos em atendimento, a recuperação energética dos médiuns, etc.
Ensina o instrutor Aniceto no livro Mensageiros (17. ed., p.136):
"O médium psicofônico deve preparar-se dignamente para a função que exerce,
reconhecendo que não se acha dentro dela à maneira de fantoche, manobrado
integralmente ao sabor das Inteligências desencarnadas, mas sim na posição de
intérprete e enfermeiro, capaz de auxiliar, até certo ponto, na contenção e na
reeducação dos Espíritos rebeldes que recalcitram no mal, afim de que o dirigen-
te se sinta fortalecido em sua ação edificante e para que a equipe demonstre o
máximo de rendimento no trabalho assistencial." (Desobsessão, p.157).
12.1.7) O Horário
O limite de duas horas é também ideal para todas as atividades que compõem
a terapêutica básica, incluindo as ações das diversas Correntes Magnéticas.
309
A desobsessão por corrente, em termos de atuação propriamente dita, não
necessita mais que 30 a 40 minutos. Entre o preparo, prece inicial, realização do
trabalho desobsessivo, preparo final e encerramento, geralmente se gasta de 1
hora à 1 hora e 30 minutos, sendo que o restante do tempo é utilizado na avaliação
do trabalho, no estudo dos casos em atendimento, no aperfeiçoamento da equipe
através de cursos rápidos, mas esclarecedores, na conversação construtiva, etc.
Pequenas reuniões entre os trabalhadores que atuam no passe em benefício
dos pacientes encarnados, entre os passistas da corrente, entre os médiuns
psicofônicos, etc, são também úteis para o enriquecimento e progresso de todos.
Ao final, faz-se necessária uma reunião entre os vários dirigentes dos grupos
que compõem a terapêutica básica, no caso da maioria dos trabalhos já terem sido
implantados. Reuniões de vinte a trinta minutos após o encerramento, para avali-
ação dos atendimentos, dos trabalhadores, da atividade, da direção e dos proble-
mas e dificuldades surgidas. "
Estas reuniões de estudos, de ordem geral, são substituídas nos nossos Centros
pelos cursos doutrinários, onde o pensamento Kardequiano e o das obras complemen-
tares são estudados em grupo, de forma metódica, dinâmica e seqüencial.
12.1.9) As Radiações
310
espirituais "os recursos precisos à formação de socorros diversos". Não apenas
por 2 a 4 minutos, mas por 40 ou mais, metodicamente utilizados nas diferentes
fases [expulsão, absorção, emissão e recepção] em que se expressa.
As melhores idéias que os médiuns são capazes de formular, induzidas pela
ação do dirigente, seja através da prece ou da imaginação edificante, são as pe-
dras angulares de todo o trabalho.
As Correntes Mentais em associação humano-espiritual formam os recursos
utilizados em benefício dos encarnados e desencarnados, próximos ou distantes,
incluindo a própria equipe.
A orientação de André Luiz, no sentido do dirigente suspender a palavra
durante a formação das correntes mentais, é a mesma conduta que tomamos
durante todo o trabalho desobsessivo por Corrente Magnética, onde a palavra não
é empregada para esclarecer as entidades através do diálogo evangélico, mas
apenas para nortear, dirigir e integrar os pensamentos dos médiuns e associá-los à
emissão dos espíritos presentes, possibilitando a formação de um manancial mento-
eletromagnético a expressar a força do Pensamento Coletivo.
Se nos trabalhos de desobsessão por doutrinação direta se emprega, em de-
terminado momento, as radiações mentais em benefício dos sofredores, o que
pode então impedir o emprego por um tempo maior destes mesmos recursos, des-
de que existam meios e métodos para esse fim?
A Corrente Magnética associada à mediunidade e aos princípios da
desobsessão, como temos demonstrado, faculta os meios e representa um dos
métodos possíveis. Nenhuma orientação doutrinária ou princípio científico, filosó-
fico ou religioso é desrespeitado na adequação e no seu emprego, pelo contrário,
a nossa pesquisa tem exaustivamente comprovado a importância, a simplicidade,
a praticidade e a coerência do método.
Além desses fatores, não podemos esquecer que faz parte da Terapêutica
Básica o Trabalho de Vibração, todo estruturado nas radiações mentais dirigidas
aos pacientes e às entidades em tratamento, ampliando e fortalecendo as corren-
tes mentais, utilizadas no desenrolar da atividade desobsessiva.
311
12.2) DIFERENÇAS
12.2.1) A Doutrinação
"O dirigente do grupo, que contará habitualmente com dois ou três assesso-
res em exercício para o trabalho do esclarecimento e do amparo reeducativo
aos sofredores desencarnados, assumirá o comando da palavra, seja falando
diretamente com os irmãos menos felizes, através dos médiuns psicofônicos,
seja indicando para isso um dos auxiliares." {Desobsessão, p.143).
Uma das principais, ou senão, a mais importante diferença entre os dois mé-
todos desobsessivos, consiste na forma pela qual a doutrinação do espírito neces-
sitado é realizada.
A eficiência de ambos os métodos é inquestionável, basta a prática e a verifica-
ção dos resultados para confirmá-la. Mas a dinâmica e as possibilidades de atendi-
mento variam enormemente. Enquanto na desobsessão por corrente é possível aten-
der, em poucos minutos, centenas de desencarnados e encarnados, na desobsessão
por doutrinação verbal, diretamente, somente 8 a 12 entidades, em uma equipe pa-
drão, que tenha de 4 a 6 médiuns psicofônicos, dando no máximo duas passividades
por reunião, conforme orienta André Luiz. Em relação aos encarnados, as condições
são menores ainda, porque a sua freqüência à reunião é limitada.
Surgem por estas razões dois grupos de irmãos bem distintos. O primeiro que
advoga a desobsessão tão somente pelo método das correntes magnéticas. O
segundo que não acha possível o socorro aos sofredores a não ser pela dialética,
nos moldes tradicionais.
Para o primeiro grupo apresentamos como argumento a nossa própria expe-
riência, que ao somar os dois métodos e aplicá-los em associação, dando a cada
um uma nova dimensão prática, tem alcançado resultados significativos.
Sem considerar a nossa vivência, que é um fato menor, não podemos deixar de
reconhecer que a desobsessão por doutrinação verbal é atividade plenamente
estruturada, e que há século vem beneficiando e, sendo o suporte de inúmeras casas
espíritas, seja na formação de médiuns e trabalhadores, seja na assistência criteriosa
aos sofredores de ambos os planos da vida. Atividade já sancionada pela experiência,
prática e ensinos dos Espíritos Superiores, que não deve ser desprezada a título de
modernidade ou entusiasmo exagerado, mas associada aos avanços naturais do co-
nhecimento e das necessidades atuais na seara desobsessiva.
312
2 - O que modifica o sofredor? As palavras utilizadas pelo doutrinador ou as
vibrações emitidas por ele?
313
que os servidores encarnados e com avanços e condições bem maiores do que os
parcos recursos que possamos oferecer em nossas reuniões.
Deriva desta informação, que a doutrinação não realizada ou iniciada entre
nós, poderá ser efetivada como labor eficiente e educativo no plano espiritual.
A doutrinação mental realizada durante as fases de emissão e recepção da
Corrente Mento-Eletromagnética inicia a transformação psíquica do sofredor; dre-
nando os fluidos doentios; destruindo as imagens pensamento que se fixaram em
seu campo emocional; restituindo-lhe os sentidos e a memória; alterando-lhe o
peso específico do perispírito; remodelando-lhe a forma; permitindo enfim o con-
tato com imagens, recordações e pessoas que o influenciam; modificando o seu
modo de sentir e de ser, possibilitando uma nova tomada de consciência que lhe
permitirá a continuidade do tratamento nas organizações do plano espiritual, onde
o próprio centro espírita se inclui.
314
d) "Ajudando as entidades em desequilíbrio, ajudarão a si mesmos;
doutrinando, acabarão igualmente doutrinados."
Allan Kardec na Revista Espírita de Janeiro de 1865 (p. 13) completa e con-
firma as diretrizes anteriores:
"Tal a razão pela qual a intervenção dos homens, muitas vezes é requerida
para a melhora e o alívio dos Espíritos sofredores, sobretudo nos casos de
obsessão. Certamente a dos bons Espíritos lhes poderia bastar, mas a cari-
dade dos homens para com seus irmãos da erraticidade é para eles próprios
um meio de avanço que Deus lhes reservou."
315
Ensinamento e aprendizado, ensejo de progresso para médiuns e cooperadores
terrestres nos setores da fraternidade, e mais facilidade para a conversão dos
endurecidos espíritos diante do fenômeno mediúnico-espírita, formam a tríade que
justifica a manutenção do concurso humano. Somos dispensáveis, porém úteis.
A metodologia terapêutica das Correntes Magnéticas desobsessivas se in-
clui nas diretrizes relacionadas, mas associa de uma forma mais ampla e dinâ-
mica as nossas possibilidades de auxílio à ação absolutamente necessária da
Espiritualidade Superior. Une o que temos de bom e útil à atuação especializada
dos servidores da Pátria Maior. Esta interação permite a assistência a um uni-
verso maior de pacientes, estendendo os laços de fraternidade e os limites da
beneficência. Não apenas a alguns desencarnados, mas às falanges. Não so-
mente a entidades em condições de articular palavras, mas também as que per-
deram a forma perispiritual, ovoidizando-se. Não simplesmente a alguns encar-
nados mas a dezenas, centenas. Não meramente ao equilíbrio psíquico das ins-
tituições e da equipe desobsessiva, mas também à recuperação e tratamento
dos lares e ambiente dos doentes da alma. Não unicamente ao tratamento desta
ou daquela causa etiológica da obsessão, mas à terapia completa e possível de
todas as suas causas e conseqüências.
Nada melhor, para que a segunda questão seja respondida, do que um exem-
plo direto. Nas páginas do sempre citado Nos Domínios da Mediunidade (12.
ed., p.63-64), André Luiz descreve um doutrinador encarnado de nome Raul Silva
em serviço ativo de auxílio a um desencarnado, e comenta:
Na seqüência:
"Raul avançou para ele, impondo-lhe as mãos, das quais jorrava lumi-
noso fluxo magnético, e convidou:
- Vamos orar!"
316
A palavra é um veículo, e não a força que convence e comove as entidades
durante a doutrinação verbal. O sentimento irradiante, o luminoso fluxo magnéti-
co e os jatos de energia mental é que alcançam, atingem e modificam a entidade
sofredora.
Exemplos que evidenciam e aclaram esta realidade não nos faltam. Neste mesmo
livro (p.81) outro atendimento semelhante é narrado, quando a médium de nome
Celina socorre um encarnado de nome Pedro, em transe mediúnico e obsessivo:
Dona Celina não consegue atingir o obsessor com a palavra falada, mas ao
orar, libera jactos de forças luminescentes que envolvem em sensações de alívio
tanto ao encarnado quanto ao desencarnado. O obsessor aspira uma espécie de
substância anestesiante e desprende-se AUTOMATICAMENTE da vítima. Guar-
das e socorristas do plano espiritual completam o atendimento conduzindo-o a um
local de emergência.
O mesmo acontece com as entidades bulhentas, quando atingidas pelas irra-
diações mentais do grupo, emudecem de PRONTO qual se fossem contidas por
forças que desconhecem.
O que é a desobsessão por Corrente Magnética senão a emissão destes jactos
de forças luminescentes ou fluxos de energia mental que, em processo de asso-
317
ciação humano-espiritual, são emitidos por vários médiuns em benefício de inú-
meros pacientes encarnados e desencarnados? Ação conjunta, assistida, desen-
volvida e completada pela equipe espiritual. Processo de ação rápida, automática
e de efeitos imediatos. Vontade consciente e ativa a aliviar, sem que haja neces-
sidade da palavra articulada. Emanações mentais e espirituais a conter, assistir e
transformar falanges ou multidões.
Chegamos à conclusão que a desobsessão por doutrinação verbal e por Corrente
Magnética aplicam os mesmos princípios - As emissões mentais e fluídicas -. As
bases reais de auxílio, as fontes de atuação são as mesmas, o que muda é o uso da
palavra, maior em uma, do que em outra. Se conjugarmos e compararmos as
ações de Raul Silva e Celina, veremos que elas correspondem em identidade a
todas as explicações e descrições dos mecanismos de ação da Corrente Magné-
tica desobsessiva.
Esta diferença é capital no que diz respeito ao dinamismo e condições de
atendimento. A explicação é simples e, tangencia os domínios da física. A veloci-
dade do som é em torno de 340 m/s, a da luz de 300.000 km/s e a do pensamento
é muito superior à da luz:
Ao pensar, já agimos.
A palavra atua em uma velocidade muito menor, dessa forma, um trabalho de
desobsessão que se estrutura na velocidade da energia mental reveste-se de um
dinamismo surpreendente. A rapidez oferece oportunidades de socorro a vários e
múltiplos casos. A eficiência do atendimento é diretamente proporcional à quali-
dade da emissão vibratória, e não ao tempo, maior ou menor de exposição. No
caso do auxílio prestado pela médium Celina, toda a assistência e seus efeitos, da
absorção fluídica realizada pelo obsessor ao sono reparador da vítima, com con-
seqüente desligamento automático dos litigantes e encaminhamento do sofredor,
durou apenas o intervalo de uma prece, realizada com verdadeiro sentimento de
compaixão divina.
A Corrente Magnética é um método desobsessivo que emprega "O dínamo
gerador de forças criativas", representado pela nossa mente, somando e unifican-
do vibrações, não apenas de um doutrinador e médium, mas de todos os seus
componentes. Em clima adequado de prece, disciplina, recolhimento e i n t e r e s s e
fraterno geram-se "forças luminescentes" em forma de "jactos de energia" que
alcançam e beneficiam automaticamente vários enfermos encarnados e desen-
carnados, doando a todos substâncias reparadoras e renovadoras. Magnetismo
humano a influir na recuperação de obsidiados e obsessores. Magnetização men-
tal como campo inicial de doutrinação e transformação. Ponto de partida de uma
318
cadeia de socorro e auxílio, que permite o encaminhamento das entidades atendi-
das a postos, núcleos especializados, colônias, hospitais e institutos do plano espi-
ritual para a continuidade da ação regeneradora.
Por outro lado, a doutrinação verbal em determinados casos facilita a solu-
ção desejada, além de proporcionar exemplos vivos que despertam os nossos
corações."Doutrinando acabaremos igualmente doutrinados". Daí a necessidade,
que pela centésima vez repetimos, de não substituirmos a desobsessão por doutri-
nação verbal pela desobsessão por Corrente Magnética. Devemos especializar,
objetivar e delimitar a atuação de cada uma das atividades, completando-se mutu-
amente. Aliás, a especialização nas tarefas mediúnicas é defendida pelo nobre
Espírito Emmanuel (O Consolador, perg.388):
"Ora, para isso, não se faz mister que o pensamento se exteriorize por
palavras; quer ele se externe, quer não, a irradiação existe sempre."
319
A vontade individual de cada medianeiro, direcionada e unificada pelo diri-
gente, é a mola propulsora da desobsessão por Corrente Magnética. Por ela e
através dela torna-se possível a formação da salutar Corrente Fluídica a vencer a
matéria, a doença, a morte, a obsessão. Ação pessoal e coletiva beneficiando
multidões.
Muitos encontram enorme dificuldade em realizar e promover as ações men-
tais pela vontade, chegando a questionar e a desacreditar os trabalhos de
desobsessão conduzidos sobre estas bases. Mas, seja o que for que fizermos, o
resultado só virá se o pensamento conduzido pela vontade consciente e ativa for
força atuante; caso contrário, produziremos apenas som em uma caixa vazia.
Antes, no mesmo livro citado (p. 99) de forma eloqüente, Leon Denis repe-
tia-nos:
12.2.1.4) Conclusão
320
O que o Espiritismo mais toma a peito é evitar as funestas conseqüênci-
as da ortodoxia.
A sua revelação é uma exposição livre e sincera de doutrinas, que nada
têm de imutáveis, mas que constituem um novo estádio no caminho da Ver-
dade Eterna e Infinita. Cada um tem o direito de analisar-lhe os princípios,
que apenas são sancionados pela consciência e pela razão. Mas, adotando-
os, deve cada um conformar com eles a sua vida e cumprir as obrigações
que deles derivam. Quem a ele se esquiva não pode ser considerado como
um adepto verdadeiro.
Allan Kardec pôs-nos sempre de sobreaviso contra o dogmatismo e o
espírito de seita; recomenda-nos sem cessar, nas suas obras, que não dei-
xemos cristalizar o Espiritismo e evitemos os métodos nefastos, que arrui-
narão o espírito religioso do nosso país.
321
Não há de nossa parte nenhuma incoerência. Entendemos que, dada a espe-
cialidade da desobsessão por doutrinação verbal, o número de 14 médiuns não
deve ser "nunca" ultrapassado.
As razões que fundamentam esta orientação podem ser divididas em dois
itens, que serão mencionados e comparados com a desobsessão por corrente
magnética.
É baseado neste item que André Luiz sugere a formação de uma nova equi-
pe, quando se ultrapassar a quota de quatorze participantes.
Estudamos este mesmo trecho no capítulo 3, quando discutimos o crescimen-
to das obrigações e responsabilidades dos núcleos espíritas, no momento atual.
Vamos repeti-lo para auxiliar o desenvolvimento dos nossos raciocínios:
322
O recolhimento e a comunhão de pensamentos sendo as condições es-
senciais de toda reunião séria, compreende-se que um muito grande núme-
ro de assistentes deve ser uma das mais contrárias causas da
homogeneidade. Certamente não há nenhum limite absoluto a este número
e concebe-se que cem pessoas, suficientemente recolhidas e atentas, esta-
rão em melhores condições do que dez que estiverem distraídas e barulhen-
tas; mas é evidente também, que quanto maior é o número, mais estas con-
dições são difíceis de preencher.
323
"Idêntica advertência faz Cahagnet, acrescentando que a harmonia pro-
duz a harmonia e a desarmonia produz a desarmonia." ( Michaellus, Mag-
netismo Espiritual, 4. ed., p.115).
324
"A essa altura, diversas entidades do nosso plano colocaram-se junto
dos médiuns que estariam de serviço." (André Luiz, Nos Domínios da
Mediunidade, p.45).
12.2.3) O Mobiliário
325
Empregamos apenas uma pequena mesa ao canto para os recipientes com
água que após fluidificada, será utilizada pelos médiuns no desenrolar dos traba-
lhos.
Os cuidados com os recintos destinados aos diferentes grupos da terapêutica
básica e aos pacientes encarnados são os mesmos. Nada de objetos e apetrechos
que recordem rituais, amuletos, símbolos e ídolos de qualquer espécie. Ambientes
simples, sem tapetes, jarros, telas, enfeites, etc. "Peças simples e resistentes".
As cadeiras principalmente devem ser, principalmente, objetos de maior atenção,
devido à movimentação maior dos médiuns durante a passagem das entidades.
Agitação natural, resultante do reflexo do choque anímico percebido e sentido
pelas entidades e transmitida aos médiuns pelas ligações fluídico-perispirituais.
Evitem-se - diz André Luiz - as cadeiras desconjuntadas ou rangedoras que só
ruídos desnecessários e perturbações outras provocam no ambiente.
12.2.4) A Iluminação
326
A regra é esta: diminuir ou suprimir, quando não houver necessidade da sua
potencialidade normal, tanto no socorro aos encarnados, quanto aos desencarna-
dos.
12.2.5) Os Visitantes
327
e
2 - Nos casos graves, pode-se admitir e atender o doente junto com os
outros pacientes já previamente triados e, ao final, orientá-lo a procurar a triagem
ou conversação fraterna.
328
O paciente nunca irá permanecer durante todo o trabalho na sala, onde os
integrantes da corrente magnética se situam. De preferência, em sala contígua ou
próxima, receberá o tratamento pelo passe sendo, em momento próprio, encami-
nhado aos ambientes de estudos e comentários evangélicos, conforme já explica-
mos no capítulo 5.
No dia reservado à desobsessão, só terão acesso, excetuando-se os casos já
comentados no item anterior, os pacientes cujos nomes constarem nas fichas de
freqüência preparadas pela equipe de recepção e encaminhamento. Somente os
enfermos que anteriormente tiverem participado das atividades de Triagem ou
Conversação Fraterna poderão freqüentar os trabalhos de desobsessão propria-
mente ditos.
A desobsessão por corrente magnética é um conjunto de medidas
harmonicamente integradas, desenvolvidas pelos servidores encarnados e desen-
carnados, que pede ordem e disciplina para alcançar os efeitos desejados. Deve-
se evitar toda e qualquer precipitação, improvisação e medidas de última hora. A
atividade, por sua complexidade, é prévia e meticulosamente programada, e mu-
danças imprevistas no roteiro já estabelecido podem criar problemas de difícil
solução, notadamente, para os trabalhadores do plano espiritual. Exceções devem
ser tratadas com discernimento e bom senso. Inclusive dentro das possibilidades,
algumas situações que se incluam nas exceções, mas que são previsíveis, mere-
cerão soluções antecipadas, com orientações a toda equipe, para que muito rara-
mente se necessite da intervenção direta do dirigente geral.
A entrada de acompanhante, junto com os pacientes, só deve ser permitida
para os casos em que haja real necessidade. A avaliação e autorização que per-
mitirão a freqüência de acompanhantes devem ser feitas e dadas no dia da Tria-
gem ou Conversação Fraterna. Uma sala especial será reservada e, durante o
espaço de tempo em que os enfermos estiverem em tratamento, os acompanhan-
tes poderão participar de palestras ou estudos dirigidos, realizados por um dos
membros da equipe, evitando-se que venham a receber as medidas terapêuticas
destinadas aos pacientes previamente triados mas, ao mesmo tempo, permitindo a
todos eles oportunidade de esclarecimento evangélico, que possa, inclusive, auxi-
liar na recuperação de seus entes queridos.
Não se deve permitir a entrada de crianças, sejam como acompanhantes ou
como pacientes, nas reuniões noturnas de triagem, estudos ou de desobsessão. A
corrente magnética desobsessiva permite também o tratamento de crianças com
problemas psíquicos e espirituais, mas em dia próprio, com metodologia seme-
lhante destinada às condições de participação, entendimento e compreensão das
mentes infantis. São cuidados especiais e adequados a esta fase da vida.
Os dirigentes dos grupos espíritas, que vagarosamente forem implantando
a terapêutica básica, devem preocupar-se no momento certo, quando houver o
crescimento da equipe, em implantar igualmente todas as medidas socorristas,
329
da triagem à assistência pela corrente desobsessiva para os pequenos enfermos.
Não podemos esquecer que a criança é um Espírito Eterno Reencarnado e muitas
vezes com problemas espirituais muito mais complexos que de um adulto. Temos
o dever de desenvolver atividades de assistência psíquica aos nossos irmãozinhos,
nos primeiros e muitas vezes difíceis passos de uma nova vida.
A despeito das possibilidades do método desobsessivo, não podemos iniciar
as tarefas assistenciais atendendo grande número de pacientes. As condições são
ilimitadas, mas a conquista deve se dar passo a passo. Após a implantação da
triagem e da corrente magnética, o ideal é que seja estabelecido um número de
vagas à semelhança de uma agenda médica e, somente após a alta de um pacien-
te é que outro será admitido. Quando o grupo estiver fortalecido e os médiuns
adequadamente preparados, o trabalho poderá, então, acolher a todos os sofredo-
res que lhe batam à porta. A seara é grande, o trabalho intenso, os necessitados
inúmeros, mas sem paciência, preparo e experiência não conseguiremos ser úteis
verdadeiramente. A pressa, muitas vezes, pode nos conduzir a atividades de
subnível. Saibamos aguardar o momento certo.
330
A ação dos benfeitores espirituais na desobsessão por corrente magnéti-
ca é fundamental, ampla e diversificada, sobretudo na área de coordenação,
inspiração e orientação do dirigente encarnado, auxiliando-o na planificação,
na determinação do ritmo, dinâmica e tempo das diferentes fases da corrente
magnética. A interferência direta, raramente, ou quase nunca ocorre, porque
não sucedendo a comunicação verbal e conseqüentemente a doutrinação pela
palavra, os deslizes vibratórios e comportamentais deste ou daquele médium
podem ser perfeitamente sanados pelo dirigente, sem a necessidade da inter-
ferência direta dos mentores. Mas o auxílio magnético, mental, fluídico dos
benfeitores e técnicos espirituais presentes é indispensável, principalmente na
fase de expulsão e absorção, visando à homogeneização das mentes e assimi-
lação energética para o melhor e mais adequado funcionamento da corrente.
A comunicação ao final, após as ações da corrente magnética, é mais
indicada, seja dos mentores ou de algum visitante da Espiritualidade Maior.
Quando ocorrer, a gravação da mensagem é condição essencial, não só para
reouvi-la, mas para incentivar o estudo, avaliação e aprendizagem de toda a
equipe.
331
por doutrinação verbal, além de oferecer possibilidade de manifestação aos so-
fredores, participa de várias outras atividades na seqüência do trabalho, como a
cooperação mental, as radiações, a concentração devida à manifestação do mentor,
etc, por duas horas consecutivas.
Em relação à corrente magnética, estes fatores tão essenciais à dialética
evangélica, sofrem algumas modificações, a saber:
332
encontraremos o tempo real de contato ou desgaste energético, sofrido por cada
um dos componentes, igual a quatro minutos.
Quatro minutos, ou dezesseis minutos a menos, quando comparamos
o tempo de contato ou desgaste energético entre um servidor da corrente
magnética desobsessiva e um médium da desobsessão por doutrinação
verbal.
Este tópico não constitui uma diferença, mas poderíamos dizer que é
uma síntese do que é, e como atua a corrente magnética desobsessiva: con-
junto de servidores como um dínamo em cujas engrenagens a corrente men-
tal do amparo fraterno circula; o dirigente assumindo o comando, ativando o
ânimo dos médiuns, direcionando, chamando a atenção nos momentos de des-
lizes, coordenando todas as ações mentais. A única diferença é que, no mé-
todo tradicional, estas ações são requisitadas durante o esclarecimento ende-
reçado ao sofredor desencarnado pelo diálogo evangélico, enquanto na cor-
rente magnética, em todos os momentos, principalmente, durante a doutrina-
ção mental.
333
12.2.11) Os Médiuns Como Pilhas ou Lâmpadas
334
Sabemos, com Allan Kardec (O Livro dos Médiuns, 48. ed., FEB, p.255,
item 221), que "o exercício muito prolongado de qualquer faculdade acarreta fadi-
ga; a mediunidade está no mesmo caso principalmente a que se aplica aos efeitos
físicos, ela necessariamente ocasiona um dispêndio de fluido, que traz a fadiga,
mas que se repara pelo repouso."
Na desobsessão por corrente magnética o dispêndio fluídico é menor em
razão da interação entre os médiuns e o emprego do magnetismo humano-espiri-
tual, onde os fluidos espirituais predominam. A fadiga é quase nula, porque os
medianeiros se colocam como beneficiários que recebem antes de doar. Os flui-
dos que veiculam em prol dos pacientes encarnados e desencarnados são os mes-
mos que antes lhe são doados pela espiritualidade. Porém, não podemos, pelos
motivos apresentados, vir a desrespeitar as linhas da lógica. A conduta mais ade-
quada também nos é sugerida pelo Codificador na seqüência do item acima: "Há
casos em que é prudente, necessária mesmo, a abstenção, ou, pelo menos, o exer-
cício moderado, tudo dependendo do estado físico e moral do médium. Aliás, em
geral, o médium o sente e, desde que experimente fadiga, deve abster-se."
12.2.13.3) A Música
335
que auxilie a harmonia dos pensamentos e dos fluidos. Como a palavra é muito
pouco utilizada, a música ao fundo é um elemento indutor, propício ao trabalho.
Mas, como diz León Denis, isto não é suficiente. O que realmente importa, e é
fundamental, é a união dos pensamentos e dos corações.
336
CAPÍTULO XIII
M A G N E T I S M O E D E S O B S E S S Ã O POR
CORRENTE MAGNÉTICA
339
trabalhado e a sua missão neste mundo estava plenamente cumprida. Não
lhe seria dada outra tarefa, mesmo porque a revelação continuaria a pro-
cessar-se dentro dos altos desígnios, à medida que os conhecimentos pu-
dessem ser ministrados ao homem. A resposta n. 388 d' "O Livro dos Espí-
ritos", [...], talvez fosse a advertência de que não lhe seria dado prosseguir
nos trabalhos sobre assunto que somente mais tarde poderíamos melhor
compreender.
Como quer que seja, Kardec deixou desbravado o caminho, tendo
coligido observações preciosas e estabelecido os princípios norteadores da
nova ciência através de artigos e notas, algumas das quais foram posterior-
mente publicadas em "Obras Póstumas". (Michaelus, Magnetismo Espiri-
tual, 4. ed., p.07).
13.1.1.1) Comparando
340
Esta comparação não deve, a nosso ver, ser interpretada no sentido que o
Magnetismo e o Espiritismo são uma e a mesma coisa. Há várias diferenças.
Mas, no campo científico, elas se aproximam, tocam-se, completam-se, fundem-
se. Compete-nos estudá-las, colocando em prática as suas diretrizes teóricas.
341
não só para entendermos os fenômenos que nos rodeiam, bem como, para afastar
e negar racionalmente as idéias supersticiosas e crendices ridículas.
342
para pôr em circulação o fluido", sendo um dos métodos de escolha para o trata-
mento das multidões de enfermos e os postulados espíritas demonstram que doen-
tes existem dos dois lados da vida, e é a mediunidade, aliada à vibração amorosa,
a forma ideal de tratá-los; basta que unifiquemos conceitos e condutas, e, trans-
formaremos a Cadeia Magnética em Cadeia Magnética Desobsessiva. Em outras
palavras, da mesma forma que partindo do Passe Magnético chegamos ao Passe
Espírita, podemos e devemos partir das Correntes Magnéticas e constituir as
Correntes Espíritas com múltiplas e variadas possibilidades de assistência e so-
corro a quem sofre. Da vibração aos trabalhos de cura, da assistência fluídica à
desobsessão; em todas estas áreas é possível a atuação satisfatória da Corrente
Magnética.
Um passo é muito pouco para tantos benefícios!
343
3.1.1.5) Allan Kardec e os Pioneiros do Magnetismo
Devíamos aos nossos leitores esta profissão de fé, que terminamos com
uma justa homenagem aos homens de convicção que, enfrentando o ridícu-
lo, o sarcasmo e os dissabores, dedicaram-se corajosamente à defesa de
uma causa tão humanitária. Seja qual for a opinião dos contemporâneos
sobre o seu proveito pessoal, opinião que é sempre mais ou menos o reflexo
das paixões vivazes, a posteridade far-lhes-á justiça: ela colocará os nomes
do Barão Du Potet, diretor do Journal du Magnétisme, do Sr. Millet, dire-
tor da Union Magnétique, ao lado de seus ilustres pioneiros, o Marquês de
Puységur e o sábio Deleuze. Graças aos seus esforços perseverantes, o
magnetismo, popularizado, fincou pé na Ciência oficial, onde já se fala dele
aos cochichos. Este vocábulo passou à linguagem comum: já não afugenta
e, quando alguém se diz magnetizador, já não lhe riem no rosto. (Revista
Espírita, mar. 1858, p.96). (Grifos Originais).
344
hoje, distribuem os tesouros da riqueza cultural e da experiência adquiridos em
reencarnações laboriosas, entre as paredes simples de nossos Centros Espíritas,
contribuindo através do livro mediúnico para a melhor compreensão e vivência
dos fundamentos doutrinários, alicerçando os nossos pálidos e pequenos esforços.
E o caso do instrutor Áulus, personagem marcante do livro Nos Domínios da
Mediunidade (12. ed., p.14), cuja história nos é resumidamente apresentada:
345
uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual cuja
qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;
346
13.1.2.2) Médiuns, Magnetizadores e Ação Magnética
A partir da descrição das três principais maneiras pelas quais a ação magné-
tica é produzida, começamos a pensar se os magnetizadores, em todos os tempos,
não seriam na realidade médiuns; e os médiuns, não seriam magnetizadores em
ações magnéticas humano-espiritual.
Para saber, voltemos a Kardec, mais precisamente, em O Livro dos Mé-
diuns (48. ed., FEB, item 176):
Eis aqui as respostas que nos deram os Espíritos às perguntas que lhes
dirigimos sobre este assunto:
a
I . Podem considerar-se as pessoas dotadas de força magnética como
formando uma variedade de médiuns?
"Pensas então que os Espíritos só atuam nos que crêem neles? Os que
magnetizam para o bem são auxiliados por bons Espíritos. Todo homem que
nutre o desejo do bem os chama, sem dar por isso, do mesmo modo que,
pelo desejo do mal e pelas más intenções, chama os maus."
a
4 . Agiria com maior eficácia aquele que, tendo a força magnética, acre-
ditasse na intervenção dos Espíritos?
13.1.2.2.1) Correlacionando
347
Não há como separar magnetizador de médium. Todos nós somos portadores
de força magnética em maior ou menor grau e, da mesma forma, todos somos
médiuns. Conseqüentemente, independente das possibilidades e sensibilidades pes-
soais, podemos atuar em benefício do próximo com maior ou menor intensidade.
Esta regra é válida para a nossa participação nas atividades desobsessivas
por Corrente Magnética, bastando que nos situemos na posição mais adequada às
nossas possibilidades.
Unindo pergunta e resposta, confirmamos mais uma vez que, sob qualquer
aspecto que venhamos a analisar, não há como afastar a Ciência Magnética do
Espiritismo.
Quando agimos para o bem, somos invariavelmente intermediários, porque o
Amor e a Fraternidade é uma cadeia de solidariedade extensa e infinita, cujo
centro é o coração paternal de Deus.
348
a
I - Passamos a ter certeza que cada entidade socorrida e cada encarnado
assistido receberá segundo as suas necessidades, dentro dos parâmetros da Lei
de Justiça e Misericordia.
2
2 - A presença de entes familiares, espíritos que se interessam pela cura
dos enfermos (encarnados e desencarnados), qualifica as doações energéticas
permitindo não só a atração, como a interação das entidades, em passagens
rápidas e transitorias pelos fluidos da corrente magnética desobsessiva. A in-
corporação, para os que necessitam, é facilitada, porque o campo de sintonia,
tão necessário à manutenção do circuito mediúnico, ganha a qualificação das
vibrações dos seres que verdadeiramente amam e querem a recuperação dos
espíritos sofredores.
e) "Os que magnetizam para o bem são auxiliados por bons Espíritos.
Todo homem que nutre o desejo do bem os chama, sem dar por
isso, do mesmo modo que, pelo desejo do mal e pelas más inten-
ções chama os maus."
349
dos médiuns em regime de associação com a espiritualidade é que consegui-
mos desenvolver todo o gênero de assistência psíquica, tão comum em nossas
instituições.
Enriquecendo e aprofundando a nossa análise, vamos abordar os vários as-
pectos atinentes a esta faculdade, verificando em primeiro plano se é possível
tratar a obsessão através dela.
Na Revista Espírita de Setembro de 1865 (p.250), Allan Kardec faz uma
longa dissertação a respeito. Já citamos alguns trechos deste texto anteriormente
e o faremos também nos próximos capítulos. Agora, iremos separar pequenas
anotações que versem sobre a qualidade dos fluidos e destaquem as característi-
cas principais dos médiuns curadores. Imediatamente após cada citação, faremos
os comentários e as correlações com a desobsessão por corrente mento-eletro-
magnética.
"A mediunidade curadora deveria ter a sua vez; posto que parte inte-
grante do Espiritismo, ela é, por si só, toda uma ciência, porque se liga ao
magnetismo, e não só abarca as doenças propriamente ditas, mas todas as
variedades, tão numerosas e complexas, de obsessões que, também estas
influem no organismo." (Revista Espírita, set.1865, p.250).
350
13.1.3.2) O Fluido Humano x O Fluido Espiritual
351
Ao compararmos a doação solidária de um magnetizador, poderemos dizer
que a corrente magnética espírita representa 10 a 100 vezes esta mesma
ação.
Este mesmo conceito é expresso por Kardec no livro A Gênese (21. ed.,
FEB, cap. 14, p.296, item 34):
352
13.1.4) A Mediunidade Curadora Como Ciência
Este artigo foi publicado por Kardec em Setembro de 1865, portanto, há pou-
cos anos do término de sua missão na Terra. Novos princípios surgiram, comple-
tando e desenvolvendo os já existentes.
Dentro destes princípios, está o emprego da mediunidade curadora na
desobsessão, de forma coletiva, graças ao redirecionamento do método das
correntes magnéticas. Os Espíritos Reveladores, ao responderem a questão
388 em O Livro dos Espíritos (74. ed., FEB), já antecipavam a necessidade
de contarmos com a colaboração do tempo para a compreensão de todos os
princípios:
353
13.1.4.1) Ás Ligações Entre os Seres Pensantes
Falarei do estranho fenômeno que se passa nas reuniões, seja qual fôr
o seu caráter. Quero falar da eletricidade do pensamento, que se espalha,
como que por encanto, nos cérebros menos preparados para recebê-la. Tal
fato, por si só, poderia confirmar o magnetismo aos olhos dos mais incrédu-
los. Surpreende-me sobretudo a coexistência dos fenômenos e a maneira
por que se confirmam reciprocamente. Sem dúvida direis: O Espiritismo os
explica a todos, porque dá a razão dos fatos até então relegados ao domínio
da superstição. É preciso crer no que ele vos ensina, porque transforma a
pedra em diamante, isto é, eleva incessantemente as almas que se aplicam
a compreendê-lo e lhes dá, nesta Terra, a paciência para suportar os males,
e lhes proporciona, no céu, a elevação gloriosa que aproxima do Criador.
Volto ao ponto de partida, do qual me afastei um pouco: a eletricidade que
une o Espírito dos homens em reunião, e os faz a todos compreender, todos ao
mesmo tempo, a mesma idéia. Essa eletricidade também será um dia em-
pregada tão eficazmente entre os homens reunidos, quanto o é para as comu-
nicações afastadas. (Revista Espírita, out. 1860, p.343). (Grifos nossos).
354
empregada como o é a sua irmã, a eletricidade física. Com efeito, reunidos,
os homens desprendem um fluido que lhes transmite, com a rapidez do
relâmpago, as menores impressões. Por que jamais se pensou nesse meio,
por exemplo, para descobrir um criminoso, ou fazer que as massas com-
preendam as verdades da religião ou do Espiritismo? Nos grandes proces-
sos criminais ou políticos os assistentes dos dramas judiciários puderam,
todos, constatar a corrente magnética que, pouco a pouco, forçava as pes-
soas mais interessadas a ocultar o pensamento, a descobri-lo, até mesmo a
se acusar, pois não mais podiam suportar a pressão elétrica que, malgrado
seu, fazia brotar a verdade, não de sua consciência, mas do seu coração.
Fora dessas grandes emoções, o mesmo fenômeno ocorre nas idéias inte-
lectuais, que se comunicam de cérebro a cérebro. O meio já foi, pois,
encontrado. Trata-se de aplicá-lo: reunir num mesmo centro homens
convictos, ou homens instruidos, e lhes opor a ignorância ou o vício. Essas
experiências devem ser feitas conscientemente, e são mais importantes
que os debates sobre palavras. (Revista Espírita, out.1860, p.344).
(Grifos nossos).
355
tomada de consciência, passando a receber, pela comunicação de cérebro a cére-
bro, as idéias amorosas e generosas emitidas pelos servidores encarnados e
desencarnados. O mesmo fenômeno ocorre com o paciente encarnado, que ao re-
ceber o passe espírita e as irradiações da corrente magnética, renova os fluidos e os
pensamentos, permitindo a reflexão mental e a mudança de hábitos e condutas.
A corrente mento-eletromagnética exerce uma espécie de pressão vibratória
ou elétrica, indução mental, agindo na área emocional e intelectual de quem a
recebe, levando-o a revelar-se; revelando-se, permite o socorro espiritual, abrin-
do as portas da recuperação moral.
"Um dia a eletricidade do pensamento será empregada como é a sua irmã, a
eletricidade física". A corrente magnética desobsessiva é a concretização dessa
previsão. Um dia é o nosso Hoje.
a) A Eletricidade do Pensamento
"O espírito humano lida com a força mental, tanto quanto maneja a ele-
tricidade, com a diferença, porém, de que se já aprende a gastar a segunda,
no transformismo incessante da Terra, mal conhece a existência da primei-
ra, que nos preside a todos os atos da vida." (Libertação, 12. ed., p.14).
b) Eletricidade e Magnetismo
356
Estabelecendo algumas idéias, com respeito ao assunto, consignaremos que
a corrente elétrica é a fonte de magnetismo até agora para nós conhecida na
Terra e no Plano Espiritual.
Nessa mesma condição entendemos a corrente mental, também corrente
de natureza elétrica, embora menos ponderável na esfera física.
Em tomo, pois, da corrente elétrica, através desse ou daquele condutor, sur-
gem efeitos magnéticos de intensidade correspondente, e sempre que nos pro-
ponhamos à produção de tais efeitos é necessário recorrer ao apoio da corrente
referida. (Mecanismos da Mediunidade, 8. ed., p.68). (Grifos nossos).
c) O Efeito Imã
357
3) Essa bateria, por pulsos energéticos, em diferentes fases, emite raios de
profundo poder, constituindo-se pelo deslocamento dos elétrons mentais em um
mento-eletroímã, que por estar invariavelmente voltado às fontes superiores da
vida, atrairá, em regime de interação, sintonia e ressonância vibratória, em pro-
cessos rápidos e transitórios de enxertia neuro-psíquica as entidades sofredoras,
como faz o ímã ao atrair limalhas de ferro ou de aço.
358
a) O Cérebro Humano como Gerador
359
individual do cérebro, conta com recursos avançados para serviços de emis-
são e recepção simultâneos. (Mecanismos da Mediunidade, 8. ed., p.87).
360
pirita ou corrente de força ou corrente mento-eletromagnética ou, ainda, corrente
magnética humano-espiritual.
361
Sabemos igualmente que todo encarnado, animado pelo desejo de aliviar
o seu semelhante, agindo com fé, pode, por meio de passes fluídicos, senão
curar, ao menos aliviar sensivelmente um doente.
Termino as sessões de quinta-feira fazendo notar que nenhum Espírito
obsessor continuou rebelde. Todos aqueles de que nos ocupamos termina-
ram reconhecendo os seus erros, abandonaram as suas vítimas e entra-
ram em melhor caminho. (Revista Espírita, jun. 1867, p.183). (Grifos
nossos).
"A maneira por que procede para o tratamento das obsessões é ao mes-
mo tempo notável e instrutiva, e a melhor prova que essa maneira é boa, é
que dá resultado." (Revista Espírita, jun. 1867, p.185).
362
Esta afirmação é de uma modernidade a toda prova. Apesar de tudo que
recebemos e sabemos, graças ao trabalho incansável dos Espíritos Superiores e
dos médiuns dedicados, ainda não compreendemos bem tudo quanto podemos
sobre os espíritos sofredores e, mais do que isso, não sabemos utilizar e temos
desprezado recursos inestimáveis, dentre eles a corrente magnética.
363
e) "Termino as sessões de quinta-feira fazendo notar que nenhum es-
pírito obsessor continuou rebelde. Todos aqueles de que nos ocu-
pamos terminaram reconhecendo seus erros, abandonaram as suas
vítimas e entraram em melhor caminho."
364
3) Conquistando as condições básicas, estaremos aplicando o magnetismo
misto, semi-espiritual ou humano-espiritual. Mediunidade curadora racional que
está intimamente ligada ao Espiritismo, desde que repousa, essencialmente, no
concurso dos Espíritos;
8) Este mais poderoso meio, ampliado de dez a cem vezes pela assistência
dos servidores espirituais, tornar-se-á uma fonte poderosíssima capaz de realizar
verdadeiros milagres, tendo múltiplos empregos, da vibração às curas físicas, das
curas espirituais à desobsessão;
365
O conjunto das emissões energéticas formado pela conjugação dos servido-
res encarnados e desencarnados gera uma salutar corrente fluídica, que expres-
sa, com a rapidez, de um relâmpago as menores impressões das emissões em
associação.
Esta salutar corrente, ao ser derramada sobre os obsidiados e obsessores,
rompe os laços fluídicos existentes entre ambos, permitindo a assistência, enca-
minhamento, recuperação e alívio dos envolvidos em ligações simbióticas e para-
sitárias;
366
CAPÍTULO XIV
369
14.1.1) Como Devemos Desenvolver o Magnetismo
370
Para transformar a corrente magnética dos magnetizadores em corrente mag-
nética desobsessiva é necessário o beneplácito dos Bons Espíritos.
A nossa pesquisa já respondeu e demonstrou todos os itens levantados aci-
ma, mas como de outras vezes, vamos fazê-los novamente, para que exaustiva-
mente possamos responder e tornar a esclarecer todos os questionamentos e dú-
vidas existentes.
"Também não esquecer que a prece coletiva tem uma força muito
grande, quando feita por certo número de pessoas agindo de acordo,
com uma fé viva e um ardente desejo de aliviar." (Revista Espírita, jan.
1864, p.16).
Opinião de Kardec:
371
O primeiro exemplo vem do livro Missionários da Luz ( 21. ed., p.289):
372
a) Alexandre explica a André Luiz que a cadeia formada era Magnética e
não Física.
b) André Luiz descreve que o Espírito a ser atendido, foi colocado dentro do
círculo magnético e quando este quis recuar, não pôde, não porque o
xmçeàixamfisicamente, mas porque a fronteira vibratória estabelecida pelos
colaboradores impossibilitou-lhe a fuga.
373
indispensável, não se teria elementos para se conter as entidades perversas e
recalcitrantes. Segundo o Novo Dicionário Aurélio, "necessário" significa: "que
não se pode dispensar, que se impõe, essencial, indispensável". Como deixar uma
tarefa essencial, e indispensável entregue a servidores sem as condições morais,
mentais e espirituais necessárias? Seria imprudência e irresponsabilidade dos di-
rigentes maiores. Por outro lado, a cadeia magnética é uma atividade de assistên-
cia magnética e o próprio Alexandre, a respeito, nas páginas do mesmo livro cita-
do anteriormente (p.321), lista as condições mínimas para que um Espírito venha
a participar de um trabalho de doações fluídicas: "[...], na execução da tarefa que
lhes está subordinada, não basta a boa vontade, como acontece em outros seto-
res de nossa atuação. Precisam revelar determinadas qualidades de ordem
superior e certos conhecimentos especializados." E completa afirmando: "que
semelhantes requisitos, em nosso plano, constituem exigências a que não se pode
fugir." (Grifos nossos).
A cadeia magnética "é o meio mais poderoso para aumentar a força do mag-
netismo e para pôr em circulação o fluido", portanto, subentende-se que de todos
os processo magnéticos, o mais poderoso é a cadeia magnética. Se aos técnicos
em auxílio magnético no plano espiritual, na execução de suas tarefas não basta
ter apenas boa vontade, necessitando revelar determinadas qualidades de ordem
superior; o que não se pedirá para os que venham a participar da mais poderosa
ação magnética que se conhece?
Nem com muita boa vontade dá para aceitar que os Espíritos que formavam
a corrente magnética descrita eram limitados, apenas movidos pelo desejo de
serem úteis. Pelo contrário, tinham qualidades morais e conhecimento para sabe-
rem exatamente como e por que procediam daquela forma.
374
entre ambas, não só serão contidos vibratoriamente, como também receberão o
derramamento dos fluidos, podendo ainda se ligarem aos médiuns em incorpora-
ções rápidas e transitórias, beneficiando-se de ações vibratórias simultâneas, como
a doutrinação mental.
Teríamos assim não só uma rede de forças positivas expressando vigilância,
mas também, ação terapêutica curativa de renovação moral e mental. Atendi-
mento rápido, dinâmico, de vários necessitados, através de diversos médiuns, as-
sistidos por inúmeros Espíritos.
a) Exemplo 1
b) Exemplo 2
c) Exemplo 3
375
Recebi a explicação com interesse e, em breve, penetrávamos a modes-
ta residência de Dimas. Aliviado por injeção repousante, não encontramos
dificuldade para subtraí-lo à atenção dos parentes. [...].
O ex-sacerdote recomendou-me tomar a dianteira e, de mãos dadas os
três, rumamos para o Rio, em busca da moradia de Fábio. (André Luiz,
Obreiros da Vida Eterna, 21. ed., p.192).
d) Exemplo 4
2.2. A corrente não é formada a esmo, sem critério, mas com orientações
seguras quanto à sua organização e disposição;
Não podemos dizer que o entrelaçar das mãos foi uma conduta efetivada tão
somente porque os espíritos assistidos eram frágeis, sem conhecimentos e expe-
riências, ou que a conduta tivesse uma finalidade física, objetivando a formação
de um cordão para facilitar o deslocamento. As exemplificações de André Luiz
são diametralmente opostas a estas hipóteses.
377
Exemplos de volitação ou formação de correntes vibratórias, sem que ocorra
qualquer tipo de contato "físico" entre os emissores, também não nos faltam. Os
próprios magnetizadores empregavam a cadeia magnética ora com contato, ora
sem contato. Daí podermos concluir que o contato das mãos pertence muito mais
ao campo dos efeitos pretendidos do que ao mundo das causas.
Ao darmos um passe, aplicando técnica de transferência fluídica, o movi-
mento dos braços, a distância, a dinâmica resultarão em efeitos diversos. A impo-
sição das mãos, o passe longitudinal, o rotatório, os transversais, etc, são utiliza-
dos justamente porque permitem alcançar resultados diferentes, apesar do em-
prego dos mesmos princípios. O primordial é a ação mental, a vontade, a movi-
mentação dos fluidos, tendo o perispírito como intermediário. A técnica é um
elemento secundário, que só tem o seu valor se os requisitos básicos forem cum-
pridos.
O mesmo ocorre em relação à corrente magnética: o contato das mãos é
uma ação técnica. A sua existência ou não, produzirá determinados efeitos que
pouco a pouco, a experiência e a prática vão demonstrando. Todas as correntes
magnéticas espirituais, até aqui analisadas, foram formadas com este contato,
naturalmente, porque esta técnica era necessária para os efeitos que se pretendi-
am alcançar.
Em qualquer técnica, se a mente não estiver presente, ela por si só de nada
vale. Mesmo em uma técnica, por exemplo, cirúrgica, se a mente do médico não
estiver atenta, se for simplesmente uma ação mecânica, não resolverá o problema
do paciente; deslizes poderão ocorrer, porque em essência: "A mente é que co-
manda a vida". Mas, quando os fatores causais e complementares são associados
em uma ação única, formando um todo orgânico, os melhores resultados poderão
ser facilmente alcançados. Adequar técnica a cada situação significa obter efei-
tos com o máximo de ganho e dispêndio mínimo de energia.
378
Na noite de 27 para 28, tendo a sra. Maurel desarranjado o braço, em
conseqüência de uma posição falsa, tomada durante o sono, declarou-se
uma febre alta, pela primeira vez. Era urgente remediar esse estado de
coisas. Assim reuniram-se novamente no dia 28 e, uma vez declarado o
sonambulismo foi formada a cadeia magnética, a pedido dos bons Es-
píritos. Após diversos passes e manipulações, em tudo como as acima
descritas, o braço foi recolocado em bom estado, não sem ter a pobre se-
nhora experimentado dores muito cruéis. [...]. A 4 de junho, dia fixado pelos
bons Espíritos para a redução da fratura complicada de distensões, reunimo-
nos à noite. A sra. Maurel, apenas em sonambulismo, pôs-se a desenrolar
as faixas ainda enroladas no braço, imprimindo-lhe um movimento de rota-
ção tão rápido que dificilmente o olho seguia os contornos da curva descri-
ta. A partir desse momento, servira-se do braço como habitualmente. Esta-
va curada.
No fim da sessão houve uma cena tocante, que merece ser relatada. Os
bons Espíritos, em número de trinta, no começo formavam uma ca-
deia magnética, paralela à que nós próprios formávamos. Tendo-se
levantado, a sra. Maurel, pela mão direita, punha-se em comunicação dire-
ta, sucessivamente, com cada dois Espíritos, colocada no interior das duas
cadeias, recebia a ação benéfica da dupla corrente fluídica enérgica.
Radiosa de satisfação, aproveitava a ocasião para agradecer com efusão o
poderoso concurso que tinham prestado à sua cura. Por sua vez, recebia
encorajamento a perseverar no bem. Terminado isto, ela experimentou suas
forças de mil modos; apresentando o braço aos assistentes, fazia-os tocar
nas cicatrizes da soldadura dos ossos; apertava-lhes a mão com força, indi-
cando com alegria a cura operada pelos bons Espíritos. Ao despertar, ven-
do-se livre em todos os movimentos, desfaleceu, dominada por profunda
emoção!
Quando se foi testemunha de tais fatos não se pode deixar de os procla-
mar alto e bom som, pois merecem atrair a atenção de gente séria.
Porque, então, no mundo inteligente se encontra tanta resistência em
admitir a influência do Espírito sobre a matéria? Porque se encontram pes-
soas que crêem na existência e na individualidade do Espírito, mas lhes
recusam a possibilidade de se manifestar? É porque não se dão conta das
faculdades físicas do Espírito, que se lhes afigura imaterial de maneira ab-
soluta. Ao contrário, a experiência demonstra que, por sua própria nature-
za, êle age diretamente sobre os fluídos imponderáveis e, por conseguinte,
sobre os fluídos ponderáveis, e mesmo sobre os corpos tangíveis.
Como procede um magnetizador ordinário? Suponhamos que queira agir,
por exemplo, sobre um braço. Concentra sua atenção sobre esse membro
e, por um simples movimento dos dedos, executado à distância e em todos
os sentidos, agindo absolutamente como se o contacto da mão fosse real,
dirige uma corrente fluídica sobre o ponto desejado. O Espírito não age
379
diversamente. Sua ação fluídica se transmite de perispírito a perispírito, e
deste ao corpo material. O estado de sonambulismo facilita consideravelmente
essa ação graças ao desprendimento do perispírito, que melhor se identifica
com a natureza fluídica do Espírito, e sofre, então, a influência magnética
espiritual, elevada ao seu maior poder. (Revista Espírita, set. 1865, p.256).
(Grifos nossos).
380
2) Os Espíritos, como no exemplo de André Luiz, formaram igualmente uma
cadeia magnética, com a participação de 30 elementos.
Quando a carta enviada a Kardec fala em cadeia magnética, todos, inclusive
o Codificador, sabiam perfeitamente que o autor se referia ao método desenvolvi-
do pelo Magnetismo.
381
Comentando as observações de Kardec
2) Refere que "a cura foi realizada pelo fluido emanado do Espírito, e que
este fluido, posto que é etéreo, não deixa de ser matéria, e que pela corrente que
lhe imprima, o Espírito pode com ele impregnar e saturar todas as moléculas da
parte doente."
Se tal fato pode ocorrer de um Espírito para um encarnado, nada impede que
o mesmo seja realizado de um encarnado para um Espírito. E se esta ação é
viável, não existirá obstáculo para que ela venha a ser coletiva e mista, ou seja,
vários encarnados assistidos por vários servidores espirituais, beneficiando não só
doentes do corpo, mas, igualmente, desencarnados sofredores. Haverá, da mes-
ma forma, a impregnação e saturação de todas as moléculas, no caso dos espíri-
tos necessitados, tanto da parte doente, como de todo o perispírito.
Seria interessante que voltássemos aos capítulos anteriores e recordássemos
o que já mostramos a respeito das reações fisico-químicas que as emanações
fluídicas da cadeia magnética pode produzir e dos efeitos do átomo etérico, para
melhor compreendermos as observações de Kardec.
382
5) Ao dizer que o Espírito não curou por milagre, e que a eletricidade e o
calor não são fluidos especiais, mas modificações ou propriedades de um fluido
elementar universal, que devem fazer parte dos elementos constitutivos dos flui-
dos perispirituais, isso nos chama a atenção para os aspectos elétricos em dimen-
sões que não conhecemos, que devem estar presentes nas ações desenvolvidas
pela cadeia magnética. Não é por acaso, como já explicamos, que a denominamos
também por corrente mento-eletromagnética. Isso equivale a dizer que devemos
levar em consideração os ascendentes elétricos (comparativamente), mentais e
magnéticos, com as suas respectivas leis, para que venhamos entendê-la e aplicá-
la de maneira correta.
Verificamos que:
3º. Que igualmente nos orientam a fazê-lo, não existindo qualquer diretriz
que negue ou impossibilite a utilização deste método em nossos trabalhos.
Ouçamos os magnetizadores.
14.3.1) Formação
383
A corrente magnética desobsessiva não se utiliza desse tipo de formação,
devido às dificuldades que surgiriam durante o desenvolvimento de suas variadas
e múltiplas funções. Empregamos a disposição em série ou longitudinal, paralela
ou perpendicular, circular ou rotatória.
No nosso caso, o operador é o dirigente encarnado da corrente que necessa-
riamente, por processo intuitivo, deve se associar ao dirigente espiritual.
A proximidade entre os integrantes da cadeia já era fato verificado pelos
magnetizadores, mesmo na cadeia em fila. A medida se explica pela necessidade
de se formar um corpo contínuo, uma grande bateria mento-eletromagnética,
condensador energético, possibilitando e facilitando a emissão, integração e a cir-
culação dos fluidos.
"Se um espírito quiser agir sobre uma pessoa, dela se aproxima, envol-
ve-a com o seu perispírito, como num manto, os fluidos se penetram, os dois
pensamentos e as duas vontades se confundem e, [...]." (Revista Espírita,
dez. 1862, p.359). (Grifos nossos).
384
Voltando ao texto inicial, o dirigente, igualmente, pode atuar como passista,
por meio de imposições e passes à distância ou favorecendo este ou aquele mé-
dium, não se esquecendo, porém, que sua maior atribuição é a coordenação segu-
ra das quatro fases em que a corrente desobsessiva se estabelece.
A prática desobsessiva por corrente magnética foi aos poucos nos levando à
compreensão e ao emprego destas três diferentes disposições, que causam efei-
tos diversos quando aplicadas.
Algumas páginas atrás, ressaltamos que os próprios Espíritos também a utili-
zam. A razão desta diversidade se deve a determinadas leis pertinentes às doa-
ções fluídica e mentais. Somente no segundo volume de nossa pesquisa, ser-nos-
á possível desenvolver argumentação mais sólida a respeito, mas de uma maneira
geral e superficial não nos é difícil entender o porquê dessas formações.
Na técnica de transmissão fluídica, os magnetizadores e hoje os espiritistas
sabem, por comprovação prática, que diferentes efeitos podem ser alcançados
quando se aplica o passe longitudinal, circular, perpendicular e transversal. O mesmo
se dá com a cadeia magnética.
A cadeia em formação longitudinal corresponde ao passe magnético de lon-
go curso, o mesmo ocorrendo nas disposições circular e paralela. Como a corren-
te forma um corpo único, a maneira como é constituída leva a efeitos diversos que
podem ser comparados às técnicas do passe. Michaellus (Magnetismo Espiritu-
al, 4. ed, p.78) nos diz:
385
drenando e destruindo formas pensamentos, atraindo as entidades, provocando a
maior ou menor emissão dos fluidos, levando a um maior ou menor efeito dispersivo,
conseqüentemente, potencializando em diferentes graus a ação mento-eletromag-
nética coletiva oriunda da associação dos médiuns entre si e destes com a
espiritualidade.
A disposição circular leva a um maior efeito atrativo, dispersivo e de emissão
fluídica. A longitudinal é de menor efeito e a paralela corresponderia a uma forma
intermediária entre ambas. O objetivo de se usar uma ou outra formação, deve-se
à busca de adequar o método às diferentes situações de atendimento com o ganho
máximo e o dispêndio mínimo de energia. A regra geral, ditada por Michaellus
(Magnetismo Espiritual, p. 68) para o passe, no caso das cadeias magnéticas
desobsessivas, também é válida:
386
A menor distância entre os médiuns, nesta formação, possibilita e facilita a
maior aproximação dos campos áuricos. Quando ainda ocorre o contato das mãos,
teremos então o máximo de potencialização; os circuitos fluídicos, mentais e ações
eletromagnéticas estarão em todos os níveis "fechados", permitindo a circulação
mais ativa do manancial energético.
Em relação ao contato, os únicos que realizamos é o das mãos (quando indi-
cado) e o dos campos áuricos, levando à interação perispiritual. Não achamos
necessário e adequado o toque dos joelhos e das extremidades dos pés.
O dirigente da corrente poderá conservar-se dentro ou fora do círculo, e não
precisará usar qualquer objeto (varinha de madeira, de aço, de vidro, etc.) para
transmitir fluidos, lembrando sempre, que os verdadeiros coordenadores ou ope-
radores são os técnicos, os auxiliares e os dirigentes espirituais.
387
Detalhemos os conceitos emitidos:
388
5) Desnecessário repetir que não utilizamos a ligação entre os médiuns atra-
vés de cordão de cânhamo, fios de lã ou qualquer outro meio material. A união
deve e precisa ser vibratória, emocional, perispiritual. O único contato físico é o
das mãos, quando indicado, e dentro das orientações já estudadas detalhadamente.
389
No nosso caso, também é verdadeira a informação de que a cadeia magnéti-
ca duplica a potência da corrente individual de cada médium passista. Poderíamos
dizer que até triplica ou quadruplica, em virtude da contribuição simultânea da
atividade de Vibração.
390
ensinos dos magnetizadores e dos Bons Espíritos, é a verdadeira chave da saúde
espiritual, mental, psíquica e física da humanidade encarnada e desencarnada.
Certamente, novos horizontes, novas práticas alicerçadas no estudo e na ex-
periência irão surgir, levando-nos inclusive à retificação do que fazíamos na vés-
pera; mas nada poderá mudar o princípio inconteste que "o Espiritismo e o Mag-
netismo são, com efeito, duas ciências gêmeas."
391
CAPÍTULO XV
PASSE ESPÍRITA
E
CORRENTE MAGNÉTICA DESOBSESSIVA
395
A transmissão do passe deve, no dizer de Emmanuel: "Obedecer à fórmula
que forneça maior porcentagem de confiança, [...]." Acreditamos que para o
médium que estuda, analisa e busca aperfeiçoar-se, a fórmula que mais lhe dará
confiança é a que nasce da aprendizagem teórica e prática, das conclusões que
possa realizar, alicerçadas na razão e na assistência rotineira. O próprio Emmanuel,
no mesmo livro (perg.392), é peremptório, ao se referir à necessidade do estudo
por parte dos médiuns:
396
do socorro magnético, tal qual é administrado aqui, convém lembrar que a
tarefa é de solidariedade pura, com ardente desejo de ajudar, sob a invoca-
ção da prece. [...]. Analisada a questão nestes termos, todas as pessoas
dignas e fervorosas, com o auxílio da prece, podem conquistar a simpatia
de veneráveis magnetizadores do Plano Espiritual, que passam, assim, a
mobilizá-las na extensão do bem.
1) "A transmissão do passe deve obedecer à fórmula que forneça maior por-
centagem de confiança [...]."
397
- Observem o fígado! [...].
- E como será socorrida?
Conrado [orientador espiritual dos trabalhos], impondo a destra sobre a
fronte da médium, comunicou-lhe radiosa corrente de forças e inspirou-a a
movimentar as mãos sobre a doente, desde a cabeça até o fígado enfermo.
Notamos que o córtex encefálico se revestiu de substância luminosa que,
descendo em fios tenuíssimos, alcançou o campo visceral. (Nos Domínios
da Mediunidade, 12. ed., p. 168-169).
Falamos que Clara, para atender a solicitação do mentor, deveria ter a noção
mínima da localização do órgão em desajuste da senhora enferma. Será que seria
conveniente dentro deste investimento cultural o estudo da constituição humana?
399
"Impôs-lhe as mãos, e logo ela se aprumou, glorificando a Deus" (Lucas,
13:13).
"Dito isto, cuspiu na terra, fez um lodo com a saliva, untou com o lodo os
olhos do cego e disse-lhe: "Vai e lava-te no tanque de Siloé: que quer dizer
Enviado." Foi; lavou-se e voltou vendo" (João, 9:6-7).
"Jesus nos deu a primeira lição nesse sentido, impondo as mãos divinas
sobre os enfermos e sofredores, no que foi seguido pelos apóstolos do Cris-
tianismo primitivo.
"Toda boa dádiva e dom perfeito vêm do alto" - dizia o apóstolo, na
profundeza de suas explanações."
"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face,
em todas as épocas da humanidade." {O Evangelho Segundo o Espiritis-
mo, 4. ed., FEESP, p.242).
400
No dizer de Emmanuel, Jesus nos deu a primeira lição. Estudando e pratican-
do chegaremos a outras lições; hoje, a nós ministradas pelos Espíritos, ou às "gran-
des vozes do céu."
O Espiritismo, revivendo o Cristianismo, busca retirar os erros de origem
humana que se enraizaram no Cristianismo, "iluminando caminhos, abrindo os olhos
aos cegos".
401
No Mestre está a lição que não deve ser tomada ao pé da letra, mas inter-
pretada segundo o espírito. Jesus representa a influência fluídica máxima, excep-
cional e divina, enquanto todos nós através da boa vontade representamos a influ-
ência magnética relativa, dimensionada ao patamar evolutivo em que nos situa-
mos.
Jesus não necessitava e não necessita de fórmulas, meios e métodos. Mas
nós, na prática do bem que intentamos realizar, quando buscamos direcionar me-
lhor os nossos esforços, poderemos encontrar técnicas facilitadoras a nortear de
forma segura as nossas ações. Conjunto de medidas acessórias, mas úteis, secun-
dárias, mas adequadas, auxiliando no êxito de nossas doações, enriquecendo as
nossas faculdades radiantes.
"Toda boa dádiva e dom perfeito vêm do Alto". Sendo assim, perguntaría-
mos:
[...], na execução da tarefa que lhes está subordinada, não basta a boa
vontade, como acontece em outros setores de nossa atuação. Precisam
revelar determinadas qualidades de ordem superior e certos conhecimentos
especializados. O servidor do bem, mesmo desencarnado, não pode satisfa-
zer em semelhante serviço, se ainda não conseguiu manter um padrão su-
perior de elevação mental contínua, condição indispensável à exteriorização
das faculdades radiantes. O missionário do auxílio magnético, na Crosta ou
aqui em nossa esfera, necessita ter grande domínio sobre si mesmo, espon-
tâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta com-
preensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino. Cum-
pre-me acentuar, todavia, que semelhantes requisitos, em nosso plano, cons-
tituem exigências a que não se pode fugir, quando, na esfera carnal, a boa
vontade sincera, em muitos casos, pode suprir essa ou aquela deficiência, o
que se justifica, em virtude da assistência prestada pelos benfeitores de
nossos círculos de ação ao servidor humano, ainda incompleto no terreno
das qualidades desejáveis. (Missionários da Luz, p.321).
402
Em nível de plano espiritual não basta a boa vontade, é necessário determi-
nadas qualidades de ordem superior e certos conhecimentos especializados.
Na esfera carnal, a boa vontade sincera, em muitos casos, em virtude da
assistência espiritual, pode suprir essa ou aquela deficiência.
A boa vontade supre deficiências. Naturalmente, quanto menores elas fo-
rem, maiores os resultados. Sabemos das nossas dificuldades mentais e morais,
mas não podemos compreender a ausência de estudos em relação a certos co-
nhecimentos especializados, envolvendo doações magnéticas igualmente já exis-
tentes no plano terreno. Muitas vezes, acomodamo-nos em frases como essas:
"Eu estendo as mãos e os Espíritos atuam." Ora, nem necessitamos fazer a impo-
sição das mãos, para que ocorra a atuação dos bons Espíritos auxiliando a quem
sofre. Necessitamos, isto sim, perguntar de que forma, com quais conhecimentos,
com que condições morais nos candidatamos a ser instrumentos desses técnicos
que se preparam em padrões de elevação mental e moral contínuos, para
exteriorizarem as suas faculdades radiantes.
A lei das afinidades espirituais é a lei que rege a sintonia entre duas mentes
que se propõem a beneficiar. Não pode haver interação vibratória entre um ser
que se dedica ao próprio aperfeiçoamento e um outro que se justifica em plano
inferior e displicente de acomodação intelectual, mental e moral. A Boa Vontade
há de ser sincera para cobrir deficiências. Boa Vontade sincera é aquela que nos
ajuda a avançar. Paralisia, desculpismo, justificação sistemática é campo de oci-
osidade a nos conduzir a atividades de subníveis.
403
Revelada a disposição fiel de cooperar, as autoridades do plano espiritual
designam entidades sábias e benevolentes que passam a orientar o neófito. Neófito
segundo o Novo Dicionário Aurélio é: "Indivíduo admitido há pouco em uma
corporação, principiante, novato."
Quantos de nós continuamos a ser eternos novatos, principiantes, repetindo
velhos erros e ainda justificando-os ou transferindo as nossas responsabilidades
para os benfeitores espirituais? Alexandre evidencia que "são muito raros, porém,
os companheiros que demonstram a vocação de servir espontaneamente" e que
"muitos aguardam a mediunidade curadora, como se ela fosse um acontecimento
miraculoso em suas vidas."
Na verdade, o que permanentemente necessitamos é do milagre do estudo e
do esforço pessoal de aperfeiçoamento íntimo: espiritualização.
A partir da edificação real de nossa boa vontade, muito ainda nos competi-
rá fazer: da disciplina emocional à fiscalização dos elementos destinados aos
404
armazéns celulares; da eliminação dos tóxicos advindos dos vícios ao estudo con-
tínuo e metódico. Desenvolver faculdades irradiantes, assistidos convenientemente,
está longe de ser uma atividade simples a nos pedir apenas o esforço inicial de
participação. Elevação pessoal urgente com imediata e direta elevação das obras
que realizamos é a meta a ser desenvolvida por todos nós.
Para aqueles que possam achar a lista longa e difícil, recordamos as expres-
sões de Alexandre: "Falaremos tão-só das conquistas mais simples e imediatas
que deve fazer dentro de si mesmo."
Iº. "[...], Anacleto assumiu nova atitude, dando-me a entender que ia favore-
cer suas expansões irradiantes e, em seguida, começou a atuar por impo-
sição.[...]. Foi então que o magnetizador espiritual iniciou o serviço mais
ativo do passe, alijando a maligna influência. Fêz o contacto duplo sobre o
epigastro, erguendo ambas as mãos e descendo-as, logo após, morosa-
mente, através dos quadris até os joelhos, repetindo o contacto na região
mencionada e prosseguindo nas mesmas operações por diversas vezes."
(Missionários da Luz, 21. ed., p.326).
3º. "Logo após, muito cuidadosamente, atuou por imposição das mãos sobre
a cabeça da enferma, como se quisesse aliviar-lhe a mente. Em seguida,
aplicou passes rotatórios na região uterina." (Missionários da Luz,
p.332).
405
5º. "Jerônimo, [...]. Começou aplicando passes de restauração ao sistema
de condução do estímulo, [...]. Em seguida, forneceu certa quantidade de
forças ao pericárdio, [...]. Logo após, meu orientador magnetizou,
longamente, a zona em que se localizava o tumor [...]." (Obreiros da
Vida Eterna, 21. ed., p.262).
9º. "Como o passe, que pode ser movimentado pelo maior número de pessoas,
com benefícios apreciáveis, também o sopro curativo poderia ser utiliza-
do pela maioria das criaturas, com vantagens prodigiosas." (Os Mensa-
geiros, 17. ed., p.105).
406
corretamente, como elementos coadjuvantes das emissões fluídicas que têm na
elevação moral e mental a sua essencialidade.
15.4) CONCLUSÃO
407
Jesus, muitos males serão evitados e frutos opimos recolhidos." (Grifos
nossos).
408
CAPÍTULO XVI
CHOQUE ANÍMICO
411
a) Um choque fluídico, pela diferença dos fluidos que as envolvem e o manan-
cial energético da corrente;
Esse procedimento pode ser confirmado por nós, através de algumas narra-
ções:
"Vendo Jesus que o povo se aglomerava cada vez mais numeroso, ame-
açou ao espírito impuro, dizendo: "Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai
dele e não tornes a entrar nele!" Por entre gritos e violentas convulsões
saiu dele" (Marcos, 9:25-26). (Grifos nossos).
Segundo Kardec (vide item 9.5.3), para que ocorra o tratamento das afecções
obsessivas (individuais ou coletivas), é necessária uma tríplice ação:
412
Certamente, em todas as ações desobsessivas realizadas pelo Mestre Jesus,
esse tríplice aspecto também ocorria, porém de maneira imediata, rápida, instan-
tânea, simultânea (em relação às legiões) e divina.
Se ocorria uma ação fluídica, uma ascendência e autoridade moral do Cristo
em relação aos espíritos, onde podemos inferir a ação moralizadora dos conselhos
que certamente haveria de ser dada às entidades sofredoras? Kardec chega a
dizer que a primeira ação é simples acessório das outras duas. Ora, não podemos
imaginar que Jesus, ao libertar os obsidiados, não cuidasse, igualmente dos
obsessores. E se cuidava, como se dava o processo?
Este processo, sem dúvida, deveria ser mental. Jesus ao explicar aos discípu-
los a razão deles não expulsarem determinados espíritos malévolos disse: "Esta
casta não se expulsa senão à força de oração" (Marcos, 9:29).
Já sabemos que a oração é uma magnetização mental. Podemos, a partir
desses raciocínios, inferir que na desobsessão desenvolvida pelo Mestre Nazareno
ocorria uma ação fluídica, moral e mental, advinda da sua vontade enérgica e
sublime. Esta ação mental certamente era divinamente dirigida com conhecimen-
to total das necessidades dos espíritos.
Os evangelistas Lucas (5:22) e João (2:25) falam-nos das possibilidades que
o Cristo possuía:
413
No livro Memórias de um Suicida (10. ed., p.441), o autor espiritual se
refere assim a Jesus:
Como Jesus é taxativo em dizer que viera para os doentes e não para os
sãos, fica claro que nas ações desobsessivas, o Mestre certamente corporificava
quadros, formações que tocavam os espíritos, obsessores e obsidiados, levando-
os a visões interiores, à semelhança e em grau superlativo às ações dos arquitetos
espirituais e dos médiuns em nossas reuniões de desobsessão por corrente mag-
nética.
Mais uma vez, podemos confirmar que até diante de condutas simples como
o fenômeno - Choque Anímico - tal qual o entendemos hoje, as expressões sábi-
as de João Evangelista (1:2-3) estão perfeitamente corretas:
"Por ele foram feitas todas as coisas; e nada do que foi feito, foi feito
sem ele."
"Em verdade, em verdade, vos digo: Quem crê em mim fará as obras que
eu faço, e fará obras maiores que esta."
414
a
2 "Crescia cada vez mais o número dos homens e das mulheres que abra-
çavam a fé no Senhor, a ponto de se trazerem os doentes para as ruas,
estendidos em leitos e macas, para que, ao passar Pedro, cobrisse ao
menos sua sombra alguns deles. Afluía também muita gente das cida-
des vizinhas a Jerusalém, trazendo doentes e vexados de espíritos im-
puros, e eram todos curados" (Atos, 5:14-16).
a
3 "De caminho para o lugar de oração deparou-se-nos uma escrava que
tinha espírito de adivinha, e com as suas adivinhações dava grande
lucro a seus senhores. Deitou a correr no encalço de Paulo e de nós,
gritando: "Estes homens são servos do Deus altíssimo e vos anunciam
o caminho da salvação." Fazia isto por muitos dias. Paulo, aborrecido,
voltou-se e disse ao espírito: "Eu te ordeno em nome de Jesus Cristo
que saias dela!" E na mesma hora saiu" (Atos, 16:16-18).
a
4 "Também alguns dos exorcistas judeus, que percorriam o país, tentaram
invocar o nome do Senhor Jesus sobre os endemoninhados, dizendo:
"Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo anuncia." Quem isto pratica-
va eram os sete filhos de um tal Scevas, sumo-sacerdote judeu. O
espírito maligno, porém, replicou-lhes: "Conheço a Jesus, e sei quem é
Paulo; mas vós quem sois?" E com isto o homem possesso do espírito
maligno investiu contra eles, subjugou dois deles e a tal ponto lhes fêz
sentir o seu poder que, nus e feridos, tiveram de fugir daquela casa"
(Atos, 19:13-16).
a
5 "A propósito dos dons espirituais, meus irmãos, não quero deixar-vos na
ignorância. Sabeis que, quando pagãos, vos deixáveis levar cegamente
aos ídolos mudos. Ora, faço-vos saber que ninguém que fala pelo espí-
rito de Deus diz mal de Jesus; e ninguém pode proclamar a Jesus como
Senhor, senão pelo Espírito Santo" (I Coríntios, 12:1-3).
415
Daí voltarmos a afirmar que a ação moralizadora dos conselhos a serem
dados aos obsidiados e obsessores era realizada pelo campo mental, em um
processo imediato, rápido, instantâneo, simultâneo e no caso dos Apóstolos, se-
cundada pelo Espírito Santo ou dentro da nomenclatura e ensinos da Doutrina
Espírita: Bons Espíritos ou Espíritos Superiores. Não podemos deixar de reco-
nhecer, também, que essas falanges superiores deveriam, após a assistência
prestada por Jesus, auxiliar, à semelhança do que acontece em nossas reuniões,
os sofredores desencarnados em fase inicial de recuperação, encaminhando-os,
certamente, para as colônias, postos e núcleos espirituais em condições de recebê-
los e tratá-los.
No momento em que não havia força mental e ascendência moral, que não só
qualificam os fluidos, mas igualmente atraem os Espíritos Superiores, a ação era
ineficaz e os obsessores, como no exemplo, reagiam verbalmente e até fisicamen-
te, chegando ao ponto de agredir os pretensos doutrinadores ou exorcistas.
Todas essas situações nos levam a acreditar que tanto Jesus, quanto os Após-
tolos teriam utilizado o choque anímico nas oportunidades que tiveram diante de si
os enfermos envolvidos em processos obsessivos. Alguns poderão discordar, por
diversos motivos, dentre eles que o choque anímico é uma expressão praticamen-
te recente. Sim, a expressão é atual, mas não o ato.
A Doutrina Espírita, conforme as promessas de Jesus, veio ao mundo para
nos iniciar em todas as verdades e dar testemunho do Cristo ou, em outras pala-
vras, erguer o véu que cobre os mistérios, explicando os milagres de forma lógica
e natural e todos os fenômenos, incluindo aí o poder de Jesus e dos Apóstolos em
expulsarem os espíritos malignos ou demônios.
Se o choque anímico faz parte das leis que regem as relações psíquicas,
naturalmente, ele terá sido utilizado em todos os tempos, sob diferentes formas,
mas dentro dos mesmos princípios. O Cristianismo não poderia fugir à regra, por-
que conforme nos assegura o Espírito da Verdade: "No Cristianismo encontram-
se todas as verdades..."
416
Passemos a palavra ao Espírito Manoel P. de Miranda:
417
A ação ocorreu não só em relação a uma entidade, mas a todo o grupo, de
forma simultânea, sem que houvesse a necessidade da utilização de uma única
palavra. Todo o processo foi mental.
A luz irradiada pelo mentor, ao se exteriorizar, envolveu inicialmente os qua-
tro companheiros que formavam junto a Bezerra a caravana assistencial, da mes-
ma forma que, após a prece, ocorre na corrente magnética a interação psíquica
dos médiuns e, do conjunto formado com os Espíritos Superiores, desencadeando,
a seguir, efeitos semelhantes aos aqui descritos.
O choque narrado por Manoel Philomeno nada mais é que uma reação fluídica
desenvolvida pela força do pensamento, fato este de conhecimento até dos mal-
feitores mais pertinazes. A diferença em relação à cadeia desobssesiva é que no
caso da corrente, ele é completado por uma doutrinação mental, ação conjunta
dos médiuns e dos arquitetos espirituais, visando não apenas dispersar as falanges
obsessoras, mas tratá-las no campo perispiritual, vibratório, moral e emocional.
418
16.3.3) Mediunidade e Choque anímico
419
"Bons espíritas, meus bem-amados, todos vós sois trabalhadores de últi-
ma hora." (p.248).
16.5.1) O QUE É
420
em sofrimento, perturbação ou desespero, de imediato experimentam me-
lhora no estado geral, por diminuir-lhes a carga vibratória prejudicial, a re-
cíproca é verdadeira... Trazido o Espírito rebelde ou malfazejo ao fenôme-
no da incorporação, o perispírito do médium transmite-lhe alta carga fluídica
animal, chamemo-la assim, que bem comandada aturde-o, fá-lo quebrar
algemas e mudar a maneira de pensar...
E não se trata de violência, como a pessoas precipitadas pode parecer. É
um expediente de emergência para os auxiliar, pois que os nossos propósi-
tos não são os de socorrer apenas as criaturas humanas, sem preocupação
com os seus acompanhantes espirituais. A caridade é uma estrada de duas
mãos: ida e volta. (Loucura e Obsessão, 2. ed., p.135).
421
"Cabe considerar que as analogias de circuitos apresentadas aqui são
confrontos portadores de justas limitações, porquanto, na realidade, nada
existe na circulação da água que corresponda ao efeito magnético da cor-
rente elétrica, como nada existe na corrente elétrica que possa eqüivaler ao
efeito espiritual do circuito mediúnico." (Mecanismos da Mediunidade,
10. ed., p.64).
16.5.2) Explicações
423
"correntes" ou "cargas" nela existentes, enfatizando a importância das irradia-
ções mentais, entendidas como força eletromagnética.
Da mesma forma, se um médium pode ser considerado como um ímã e os espí-
ritos sofredores como limalhas de ferro, vários medianeiros reunidos em uma mesma
faixa vibratória, homogênea e harmônica, poderão ser definidos como um grande e
potente ímã, ou melhor um mento-eletroímã, que conforme o potencial poderia atrair
uma quantidade considerável de limalhas de ferro (falanges de espíritos sofredores),
que fixados temporariamente passariam a receber em regime de circuito fechado as
emanações fluídicas e, conseqüentes induções mentais, imantando-se energeticamente,
absorvendo as doações, "carregando-se" e sofrendo, por assim dizer, uma espécie de
choque, devido às suas condições de "pilhas ressecadas" com perda absoluta de "po-
tência elétrica" (mental, energética, psíquica e espiritual).
Ao contato com essas forças psíquicas de alto potencial, os sofredores reto-
mam com mais segurança as próprias faculdades sensoriais, incluindo a melhora
do estado emocional e mental, tornando-se maleáveis às orientações transmitidas
por formas pensamento, por processo de doutrinação mental, levando-os a uma
nova tomada de consciência, ficando acessíveis à condução para o bem,
reequilibrando-se com a eficiência possível.
Continua Felinto:
425
Não existe, porém, a necessidade da incorporação do dirigente, apenas liga-
ção intuitiva pelos laços mentais, gerando ressonância vibratória superior.
426
16.5.5) Efeitos do Choque Anímico
427
Os efeitos do choque anímico em relação aos sofredores atendidos na
corrente magnética são profundamente variáveis, podendo ser assim re-
sumidos:
428
Prestamente Felinto me acudiu, esclarecendo:
- Ele irá ouvir uma ligeira palestra de orientação, que lhe consolidará os
propósitos nascentes, permitindo-lhe fixá-los no imo do ser, a fim de levá-
los a bom termo. Ao terminar os serviços será conduzido ao tratamento das
chagas morais, refletidas no corpo perispiritual, em lugar apropriado, em
nossa Esfera. A sua resolução positiva é débil e deve ser ajudada, a fim de
que não retroceda. (Loucura e Obsessão, p.143).
429
recebendo da espiritualidade fluidos que qualificam o manancial energético for-
mado, direcionando a "salutar corrente fluídica" em benefício dos sofredores, atra-
indo-os, permitindo que os espíritos mergulhem, passem ou se liguem à corrente
como um todo, ou aos médiuns em particular, é que o choque anímico se caracte-
riza, ocorrendo com toda a intensidade possível.
Querendo novamente mostrar o que acontece espiritualmente nestas duas
fases (emissão e recepção), relacionando-as agora ao mecanismo do choque
anímico, é que escolhemos mais um texto do livro Memórias de um Suicida (10.
ed., p.163) que foi dividido nos dois itens a seguir. A descrição é feita a partir de
um trabalho desobsessivo por doutrinação verbal, mas em tudo, nos mínimos deta-
lhes, mostra o que ocorre durante as fases mencionadas.
430
a fim de torná-la em condições de suportar a verdadeira terapêutica requi-
sitada pelo melindroso caso. Era como sedativo divino que piedosamente
gotejasse virtudes hialinas sobre suas chagas anímicas, através do filtro
humano representado pelo magnetismo mediúnico, sem o qual o infeliz
não assimilaria, de forma alguma, nenhum benefício que se lhe desejasse
aplicar! E era como transfusão de sangue em moribundo que voltasse à
vida após ter-se encontrado às bordas do túmulo, infiltração de essências
preciosas que a médium recebia do Alto, ou dos mentores presentes, em
abundância, transmitindo em seguida ao padecente. {Memórias de um Sui-
cida, p. 163-164). (Grifos Originais).
a) "[...] sem que uma única palavra tornasse a ser proferida, e enquanto
apenas as forças mentais de desencarnados conjugadas com as de encar-
nados mourejavam, efetivou-se a Divina Intervenção."
431
d) "O qual, materializando-a, adaptando-a em afinidades com o pacien-
te, tornava a assimilável por este, cujo envoltório astral fortemente se
ressentia das impressões animalizadas deixada pelo corpo canal que se
extinguia sob a pedra do sepulcro."
432
propício às dulçorosas revelações imateriais do amparo maternal de Maria,
da misericórdia inefável de seu Filho Imaculado. Pelo recinto repercutiam
ainda as tonalidades blandiciosas da melodia evangélica, quais cavatinas
siderais harpejando esperanças:
"- Vinde a mim, vós que sofreis e vos achais sobrecarregados, e eu
vos aliviarei..."
enquanto ele chorava em grandes desabafos, entrevendo possibilidade de
melhor situação. Suas lágrimas, porém, já não traduziam os estertores vio-
lentos do início, mas expressão agradecida de quem sente a intervenção
beneficente... {Memórias de um Suicida, p.164). (Grifos Originais).
433
círculo movimentado. Em certo ponto, despejava elementos vitais, à manei-
ra de fonte miraculosa, com origem nos corações e nos cérebros humanos
que aí se reuniam. As energias dos encarnados casavam-se aos fluidos
vigorosos dos trabalhadores de nosso plano de ação, congregados em vasto
número, formando precioso armazém de benefícios para os infelizes, extre-
mamente apegados ainda às sensações fisiológicas.
Semelhantes forças mentais não são ilusórias, como pode parecer ao ra-
ciocínio terrestre, menos esclarecido quanto às reservas infinitas de possi-
bilidades além da matéria mais grosseira. (Missionários da Luz, p.12).
434
As energias dos servidores do plano físico são bem distintas das emitidas
pelos trabalhadores do mundo maior, mostrando que a interação das duas equipes
é necessária para se alcançar os efeitos desejados, além de demonstrar a impor-
tância da equipe de encarnados em atividades semelhantes.
435
No livro Vozes do Grande Além (lição 09), o Espírito F. Labouriau explica
este mecanismo minuciosamente:
436
Os médiuns que a integram funcionam como verdadeiros eletroímãs carrega-
dos de força magnética positiva e negativa, constituindo uma corrente alternada
de alta freqüência. Sob o comando e a assistência do Plano Superior, o dirigente
encarnado conduz as mentes participantes e em interação a exteriorizarem ver-
dadeiros projéteis de luz (partículas mentais ou raios luminosos) sobre os desen-
carnados em sombra que, à semelhança de um núcleo atômico, são bombardea-
dos, quer na fase de emissão ou no momento da recepção, quando permanecem
justapostos ao alvo mediúnico ou dentro do circuito vibratório da cadeia
desobsessiva.
Esse bombardeio imprime transformações compulsórias, rápidas, dinâmicas
e imediatas à estrutura mental e perispiritual dos espíritos em atendimento, ele-
vando-lhes espiritualmente, à medida que forem assimilando ou absorvendo a car-
ga dos corpúsculos mentais e vitais, que naturalmente lhe vão agregando a cons-
tituição.
Sobre o impacto das energias emitidas pelo plano espiritual, somadas às ema-
nações dos médiuns, sob a coordenação do dirigente da cadeia magnética, con-
tando com a doutrinação mental por imagens em vibrações iguais e contrárias, em
base de radiações por enquanto inacessíveis à perquirição terrestre, as entidades
sofrem sensíveis alterações mentais, inclinando-se à modificação pelas vias
cristianizadoras.
As consciências estagnadas nas trevas da ignorância são trazidas previa-
mente ou atraídas no momento da assistência, quando recebem o bombardeio
controlado de forças e idéias transformadoras que lhes renovam o campo íntimo.
Este bombardeio de forças fluídicas e idéias renovadoras é o que de-
nominamos de choque anímico.
437
No campo psicoperispirítico, prevalece realidade similar, pois o poder de
atuação energética de um espírito sobre outro subordina-se a dupla condi-
ção, isto é, ao comprimento de onda da radiação luminosa do atuante e à
capacidade de absorção do atuado, sendo fundamental não perdermos de
vista que em todos os fenômenos desse tipo o regime inelutável é o das
trocas, cujo escopo natural é sempre o do equilíbrio.
438
3ª O poder e a qualidade das radiações da corrente magnética sofrerão enor-
memente com a falta de preparo e desatenção dos médiuns. Quanto maior a
invigilância mental e moral, maior a resistência e menor as condições de auxílio.
16.7.1) Primitividade
439
levantada como argumento contrário à desobsessão por corrente magnética. Para
refutá-lo, vamos aproveitar os esclarecimentos oferecidos pelo instrutor:
440
- Este encontro dos trabalhadores é muito útil para eles mesmos, tanto quan-
to para as nossas atividades. Não se aprofundando pelo estudo, na realidade e
mecânica das Leis, ficam na periferia do fenômeno mediúnico, repetindo atos
sem conhecer-lhes a função ou a estrutura, desarmados para ocorrências dife-
rentes ou eventualidades inesperadas. Temo-los estimulado à conversação,
porquanto, ainda sob a inspiração dos seus Protetores, logram penetrar, a pou-
co e pouco, no funcionamento das técnicas de que nos utilizamos, bem como na
razão que nos leva a aplicá-las, adquirindo consciência de si mesmos e da fina-
lidade superior da vida. Os mais esclarecidos opinam e sugere, interrogam e
discutem, abrindo espaço para o raciocínio que desperta e o interesse de saber
que se lhes instala. É um primeiro passo para o estudo que oferece o conheci-
mento e a libertação da ignorância.
Ao encerrar mais este capítulo, não poderíamos deixar de abordar esse tema.
O desconhecimento da técnica do choque anímico, independente se pelo método
da corrente magnética ou não, ainda é um dos obstáculos ao desenvolvimento de
certos meios, que facilitariam enormemente a desobsessão de irmãos nossos em
desequilíbrio.
Alguns relatos do Espírito Manoel P. de Miranda expressam esta realidade.
Como todos sabemos, foi ele, quando encarnado, abnegado trabalhador das lides
espíritas, dedicando-se à tarefa da divulgação doutrinária como verdadeiro missi-
onário do Espiritismo nas terras da Bahia. Segundo a sua biografia, o seu conhe-
cimento evangélico e seu aprofundamento no estudo do Espiritismo, dele fizeram
um verdadeiro discípulo de Allan Kardec e um legítimo espiritista. Mas, ao se
deparar com o processo de desobsessão no plano maior da vida pelo choque
anímico, surpreende-se e diz:
441
do o homem para a sua destinação gloriosa e amparando a vida nas suas
variadas expressões. Havia muito que aprender, observando e meditando.
Dr. Bezerra acompanhava, em silêncio e reconhecimento, as técnicas
de socorro que ali se realizavam." (Loucura e Obsessão, p.135, 137, 144
respectivamente.).
442
CAPÍTULO XVII
445
- É a operação limpeza - acrescentou-me judiciosamente Felinto. -
Após a absorção de fluidos de teor vibratório diferente, caracterizados pela
densidade material que tipifica este gênero de trabalho, vêm os Espíritos
Protetores liberar os médiuns e renová-los sob a ação de diversa carga de
energia, permitindo-lhes o bem-estar e a satisfação do serviço realizado.
Aplicando-se o autopasse eram retiradas as cargas fluídicas perniciosas, en-
quanto outras, de qualidade superior, vitalizavam os cooperadores encarnados.
Não foram trazidas mensagens mais amplas ou feitas quaisquer conside-
rações adicionais. Tratava-se de saudação, por cada um dos Amigos
desencanados, com brevíssimas palavras de contentamento e gratidão a
Deus pela oportunidade de agirem em favor do próximo em nome do Bem.
A Mentora, por fim, entreteve conversação mais demorada, endereçando
expressões de estímulo e conforto a cada um dos participantes mais ativos,
e estendendo-as a uns e outros, membros da Casa.
Logo depois, seguindo a praxe, foi encerrada a reunião. (Grifos Origi-
nais).
446
De igual forma, para cada médium que integra a corrente magnética, haverá
um Espírito que exercerá a função de Controlador Mediúnico, orientador do medi-
aneiro, auxiliando-o em todos os momentos, da mesma maneira que o dirigente
espiritual dos trabalhos, pelos laços intuitivos, coordena e ajuda o dirigente encar-
nado a melhor e a bem conduzir o trabalho desobsessivo.
447
transformá-lo em palavras, excetuando-se o dirigente que antecipa, unifica e co-
ordena as ações mentais, levando a efeito a força do Pensamento Coletivo.
448
17.3.2) Sensações e Mecanismos da Fase de Emissão
Fizera Ismália nova pausa, agora mais longa. Enxuguei os olhos ume-
decidos de pranto. Suave calor, todavia, apossava-se-me da alma. E tão
intensa era essa nova sensação de conforto, que interrompi a concentração
em mim mesmo, a fim de olhar em torno. Fixando instintivamente o alto,
enxerguei, maravilhado, grande quantidade de flocos esbranquiçados, de
tamanho variadíssimos, a caírem copiosamente sobre nós que orávamos,
exceto sobre os que dormiam. Tive a impressão de que eram derramados
do céu sobre nossa fronte, caindo com a mesma abundância sobre todos,
desde Ismália ao último dos servidores. Não cabia em mim de admiração,
quando novo fenômeno me surpreendeu. Os flocos leves desapareciam
ao tocar-nos, começando, porém, a sair de nossa fronte e do peito gran-
des bolhas luminosas, com a coloração da claridade de que estávamos
revestidos, elevando-se no ar e atingindo as múmias numerosas. Ainda aí,
reparava o problema da gradação espiritual. As luzes emitidas por Ismália
eram mais brilhantes, intensas e rápidas, alcançando muitos enfermos de
uma só vez. Em seguida, vinham as fornecidas pelas senhoras do seu
círculo pessoal. Depois, tínhamos as de Aniceto, de Alfredo e dos de-
mais. Os servos de corpo obscuro emitiam vibrações fracas, mas visivel-
mente luminosas. Cada qual, naquele instante de contacto com o plano
superior, revelava o valor próprio na cooperação que podia prestar. (Os
Mensageiros, p.132).
449
17.4) FASE DE RECEPÇÃO
Esta fase, como sabemos, é a que predomina nas ações da corrente magné-
tica, como também, é aquela onde as manifestações mediúnicas são muito
mais evidentes e visíveis.
Allan Kardec estuda a questão das reações dos médiuns, durante o transe
mediúnico, no capítulo 24 do O Livro dos Médiuns (Edição Especial, LAKE,
item 268, perg.28):
450
Durante as fases de expulsão, absorção e emissão, como os espíritos que se
aproximam dos médiuns são elevados, portanto, tranqüilos, leves e calmos, os
integrantes da corrente magnética irão refletir estas sensações. Mas no momento
da recepção, como as entidades são infelizes, agitadas e febris, esta agitação
passa naturalmente para o sistema nervoso do médium, causando os tremores ou
abalos tão visíveis.
lº. "A união fluídica era de tal forma que parecia ter havido uma quase
fusão, ser-a-ser, que se harmonizavam. O rosto pálido da médium adquiriu
um tom vermelho-escuro, conseqüência da aceleração sangüínea, e uma
transfiguração modelou-lhe um quase símile do comunicante." (Manoel P.
de Miranda, Loucura e Obsessão, 5. ed., p. 138).
2º. "Ao receber o jato de ar, aturdiu-se e teve ligeira convulsão, sendo
atendida carinhosamente." {Loucura e Obsessão, p.138).
451
3º. "Subitamente desmaiou, provocando na médium um vagado simultâ-
neo." (Idem, p.140).
5º. Quando a Diretora espiritual informou que ele iria sofrer já o efeito
da prisão na qual se achava e cujo corpo não podia manipular, o Espírito,
que descarregava suas energias de violência no médium, que as eliminava
mediante sudorese viscosa abundante e fluídos escuros, em quantidade, co-
meçou a sentir-se debilitado. Neste momento, a ação do perispírito do en-
carnado sobre ele fez-se mais forte e começou a encharcá-lo do fluido
animal, que lhe constitui o envoltório e é retirado do "fluido universal de
cada globo", encarregado de manter o equilíbrio dos órgãos, das células e
das moléculas do organismo material. Essa energia, de constituição mais
densa, produzia no comunicante sensações que o angustiavam, como se lhe
gerassem asfixia contínua. As forças que lhe eram aplicadas pela Benfeito-
ra e a psicosfera geral incidiam sobre ele de forma desagradável, demons-
trando-lhe o limite da própria vontade e a debilidade de meios para prosse-
guir no alucinado projeto do mal a que se afervorava. {Loucura e Obses-
são, p.142). (Grifos Originais).
452
quais suas vibrações, ardentes e tempestuosas, esbarrando brutalmente, vol-
tavam plenamente animalizadas para produzirem no seu torturado corpo
astral repercussões minuciosas do que fora passado! Gritos lancinantes,
estertores macabros, terrores satânicos, todo o pavoroso estado mental que
arrastava, refletiu ele sobre a médium, que traduziu, tanto quanto lho permi-
tiam as forças do sublime dom que possuía, para os circunstantes encarna-
dos ali presentes -, a assombrosa calamidade que o túmulo encobria!
(Yvonne A. Pereira, Memórias de um Suicida, 10. ed., p.160).
453
princípios essenciais e sagrados da Iniciação Cristã heroicamente
exemplificados pelo Mestre Insigne que a legou: - Amor e Abnegação!
(Memórias de um Suicida, p.140). (Grifos Originais).
a
2 . "Daí a minutos, providenciava-se a incorporação de Marinho, que
tomou a intermediária sob forte excitação. Otávia, provisoriamente desliga-
da dos veículos físicos, mantinha-se agora algo confusa, em vista de encon-
trar-se envolvida em fluidos desequilibrados, não mostrando a mesma luci-
dez que lhe observáramos anteriormente; todavia, a assistência que recebia
dos amigos de nosso plano era muito maior." (André Luiz, Missionários
da Luz, 21. ed., p.291).
a
3 . "Obsidiando Julinda, a sua era uma ação que ele provocava ao pró-
prio talante, enquanto que, imantado a um médium educado psiquicamente,
se sentia parcialmente tolhido, com os movimentos limitados e porque utili-
zando os recursos da mediunidade, recebia, por sua vez, as vibrações
do encarnado que, de alguma forma, exercia influência sobre ele."
(Manoel P. de Miranda, Nas Fronteiras da Loucura, 2. ed., p.182). (Grifo
Original). (Negritos nossos).
454
17.5) RESUMO DAS SENSAÇÕES DOS MÉDIUNS
17.6) CORRELACIONANDO
As principais sensações da fase de recepção: agitação, abalos ou convul-
sões, gemidos, resmungos e gritos podem ser também observadas nas narra-
ções dos Evangelistas, durante as ações desobsessivas nos primeiros dias do
Cristianismo. Vamos repetir algumas passagens, para novamente reafirmar a
nossa tese do provável emprego do Choque Anímico pelo Mestre Jesus e seus
discípulos:
455
"Ao que o espírito impuro o agitou violentamente e saiu dele, soltando um
grito estridente" (Marcos, 1:26).
456
CAPÍTULO XVIII
CONTRADIÇÕES, DÚVIDAS
E
ESCLARECIMENTOS
459
tomando a obra de leitura obrigatória para todos aqueles que se dedicam, de manei-
ra sincera e responsável, à assistência fluídica aos nossos irmãos em sofrimento.
No entanto, como geralmente acontece com qualquer obra, torna-se impossí-
vel a concordância integral com todos os conceitos e conclusões que estão nela
contidos, principalmente com relação ao item que se refere às correntes.
Devido à forma com que o autor aborda o assunto se adequar perfeitamente
as nossas discussões referentes às contradições, achamos por bem refazer este
capítulo e alguns trechos de capítulos anteriores, para analisarmos a sua argu-
mentação, contrapondo raciocínios, procurando mostrar o outro lado das questões
por ele suscitadas. Queremos esclarecer, no entanto, que não nos move qualquer
sentido de crítica a quem quer que seja, e nem estamos aqui na posição de avali-
adores de uma obra espírita de tal envergadura. Não possuímos autoridade para
tal. Apenas movidos pelo desejo de sermos úteis e de apresentarmos com segu-
rança doutrinária a nossa tese, advinda de uma prática de longos anos, é que nos
dispomos a este mister.
Efetivado esses esclarecimentos, passemos à discussão de item por item das
objeções apresentadas no livro O Passe: Seu Estudo, Suas Técnicas, Sua Prá-
tica.
460
2. Por ser um "meio material", a corrente não tem a condição intrínseca
de, por seu intermédio, vencer uma situação sobremaneira moral. Sua ação,
portanto, é apenas material e, se quisermos exceder seu alcance, chegare-
mos à evidência de que ela se dá nos limites dos "reflexos condicionados"
mas não efetivamente "direcionados".
3. A verdadeira "cadeia se dá pelo pensamento, sem qualquer sentimen-
to de orgulho ou personalismo, onde reine com perfeição a mútua cordiali-
dade". Isto quer dizer que nos grupos mediúnicos não vale alimentar senti-
mentos negativos, de qualquer ordem, pois eles rompem a "verdadeira cor-
rente" que é a mental, a psíquica, a moral." (p.246). (Grifo Original).
18.1.1.1) Contra-argumentando
Jacob Melo escreve que a "verdadeira corrente" é a mental, psíquica, moral; fato
aliás, já plenamente destacado e explicado em quase todos os capítulos precedentes.
461
Mas nem por isso podemos concluir que fazer o contato das mãos na formação ou
durante os seus procedimentos funcionais, quando indicado, não tenha a sua razão
de ser, a sua explicação coerente e lógica, porque, como já afirmamos, esse con-
tato pertence muito mais ao campo dos efeitos pretendidos do que ao mecanismo
causal do fenômeno em si.
Falamos no início que Kardec fez uma pergunta de cunho geral e não especí-
fico.
A esse respeito, o Mestre Lionês, no O Livro dos Médiuns (Edição Especi-
al, LAKE, item 286), diz:
1. "Sob o aspecto da forma, elas devem ser redigidas com clareza e precisão,
evitando-se as perguntas complexas."
2. "O fundo da pergunta requer uma atenção ainda mais séria, porque é mui-
tas vezes a natureza da pergunta que provoca uma resposta justa ou falsa;
[..]."
462
18.1.1.2) Continuando o Estudo das Opiniões do Codificador
Dando prosseguimento, Jacob Melo (p.247) traz a citação que consta no ca-
pítulo 14 da nossa pesquisa:
463
Não resta dúvida que o termo "corrente" empregado por Kardec se refere
ao "campo fluídico" ou à "salutar corrente fluídica" formada, porém, não a partir
de uma ação descoordenada, mas através de um método que o Codificador deve-
ria perfeitamente conhecer: a Cadeia Magnética.
Por outro lado, a correspondência de Montauban não esclarece se a cadeia
magnética formada pelos encarnados e pelos desencarnados foi realizada com
contato das mãos ou não. Mas Jacob Melo, como muitas vezes acontece com
outros confrades, reduz todo o processo ao simples "dar as mãos", confundindo
efeito com causa, aspecto secundário com prioritário.
Todas as vezes que se fala em cadeia magnética, a questão das mãos sempre
surge como se fosse algo peremptório e essencial, transformando todo o processo
ao simples dar as mãos, como se a corrente se reduzisse a esse quadro. Já tive-
mos a oportunidade de afirmar e reafirmar que o dar as mãos na cadeia magnéti-
ca desobsessiva não é causa ou fator absoluto, mas sim condição para determina-
dos efeitos que se possa desejar, podendo ser realizada com ou sem este contato.
A principal pecha atribuída à cadeia magnética a este respeito é que o "dar
as mãos" é um ritualismo e que a doutrina espírita não compactua com rituais,
concluindo a partir daí que o método não é adequado à prática doutrinária.
Em nosso ver tais raciocínios são semelhantes a este: "Todo elefante é um
animal superior", "O homem é um animal superior", portanto "Todo elefante é um
homem." E a partir daí, cria-se uma enorme batalha, onde inúmeros argumentos e
citações são apresentadas para justificar a não aceitação ou condenar o método,
sem a devida fundamentação doutrinária, ou experiência prática que contribua
para o esclarecimento real da questão.
Sentimos como nos primeiros dias do Cristianismo, quando a questão da cir-
cuncisão era abordada com veemência e colocada como fator central nos encon-
tros ou concílios realizados pelos Apóstolos.
Da mesma forma, guardadas as proporções, a questão de dar as mãos na
formação ou no desenvolvimento da corrente magnética vem se tornando um fa-
tor de discussão capital, esquecendo-se de todos os outros aspectos nela contidos,
principalmente a grande possibilidade de assistência e socorro aos necessitados
de medicação espiritual, sejam encarnados ou desencarnados. Discutir o assunto
é semelhante a entrar em um labirinto, onde parece ser impossível achar o fio
racional que nos leve à saída superior.
Ao nos dispormos a voltar ao tema, rediscutindo-o e aprofundando-o, não
nos move qualquer sentimento de querer colocar um ponto final na questão que
julgamos secundária e acessória ou vir a desrespeitar, com esta ou aquela argu-
mentação, irmãos de ideal que possam ser refratários ou que tenham convicções
contrárias às nossas. O objetivo é buscar esclarecer e contribuir para o entendi-
mento tão necessário e, sobretudo, mostrar que a ligação das mãos, quando efetu-
ada, não representa nenhum ritualismo ou desrespeito aos ensinos doutrinários
que nos sustentam a prática espírita, notadamente, na desobsessão.
464
18.1.1.3) As Manifestações Físicas
"Quando uma mesa se move sob suas mãos, o Espírito evocado vai tirar
do fluido universal o que anima a mesa com uma vida artificial. A mesa
465
assim preparada, o Espírito a atrai e a move sob a influência de seu próprio
fluido irradiado por sua própria vontade." (O Livro dos Médiuns,Edição
Especial, LAKE, item 74, perg.9).
"Pode agir sem o médium saber; isto é, muitas pessoas servem de auxili-
ares aos Espíritos para certos fenômenos, sem o perceberem. O Espírito
tira delas, como de uma fonte, o fluido animalizado do qual tem necessida-
de; é assim que o concurso de um médium tal como você o entende não é
sempre necessário, o que acontece principalmente nos fenômenos espon-
tâneos." (O Livro dos Médiuns, Edição Especial, LAKE, item 74, perg.15).
5) Vontade do médium
5.1) Papel
466
6) Magnetismo como princípio, mas não como o entendemos
"O magnetismo é sem dúvida o princípio destes fenômenos, mas não tal
como o entendemos geralmente; a prova é que há magnetizadores muito
fortes que não fariam mover-se uma mesinha e pessoas que não podem
magnetizar; crianças mesmo, às quais basta pousar os dedos sobre um pe-
sada mesa para fazê-la agitar-se; logo, se a força mediúnica não está em
proporção da força magnética, é porque há uma outra causa." (Allan Kardec,
O Livro dos Médiuns, Edição Especial, LAKE, item 74, perg.19).
467
18.1.1.3.2) Comparando
Para facilitar o exame das diferenças, voltemos aos capítulos passados (prin-
cipalmente ao item 9.5.5) e através das palavras chaves, vamos analisar os méto-
dos e os mecanismos das Manifestações Físicas, comparando-os aos da Cura e
da Corrente Magnética.
Necessário um Magnetiza-
O Magnetismo É o princípio, mas não qual dor experimentado e perfei-
o entendemos. tamente convicto da verda-
de Espírita.
468
18.1.1.3.3) Meio que Dá Bom Resultado
469
Um dos mecanismos básicos é que a mão de cada médium passa a ser um
"apêndice" da mão do outro, integrando-os, formando um todo orgânico, uma ver-
dadeira bateria.
Concebe-se que existindo ou não o contato, a vontade consciente e ativa de
cada integrante da cadeia é preponderante. O contato das mãos auxilia, é útil,
ajuda a superar obstáculos, mas é a confiança na própria força, em interações
humano-espirituais, que desempenha, também aqui, um grande papel.
No livro que inicialmente nos serve de base para o estudo das contradições
referentes à cadeia magnética, o autor traz duas citações das obras de André
Luiz, fundamentando a sua análise, destacando a inutilidade do contato das mãos
e, conseqüentemente, da corrente magnética.
470
O primeiro texto vem do livro Obreiros da Vida Eterna, quando André Luiz
descreve uma série de entidades, formando corrente, dando-se as mãos a fim de
fugir das regiões de sofrimentos e atingir a Casa Transitória, comentando que
"esse processo de troca instintiva dos valores magnéticos infundia-lhes prodigiosa
renovação de poder, porquanto levantavam, sobrepondo-se ao desvairado ajunta-
mento."
Ao analisar, Jacob Melo conclui que "como se tratava de Espíritos recém saídos
do umbral", que mal vislumbravam o imenso paraíso a se lhes descortinar, "a corrente
magnética" carecia do "condicionamento instintivo das mãos dadas", ou em outras
palavras, os Espíritos só se utilizaram desse procedimento, porque eram inferiores e
sem conhecimento.
O fato das entidades estarem em condição inferior, não significa que o méto-
do ou a ação instintiva, por elas empregado, visando à sua elevação conjunta,
também o seja. Ora, esses mesmos Espíritos utilizaram da prece e da elevação do
pensamento, para conseguirem sair das regiões infelizes em que se situavam e,
nem por isso, podemos concluir que orar e iluminar a mente sejam ações condici-
onadas e provenientes de entidades inferiores e ignorantes.
No XIV, verificamos por várias citações que André Luiz, Hipólito, Jerônimo,
Silas também utilizaram este mesmo recurso, realizando ações similares, sendo
que a principal explicação para este procedimento foi que esta medida destinava-
se à permuta energética em regime de assistência mútua.
Se dar as mãos, ao formar uma corrente magnética, é expor limitações na
maneira de agir e pensar, acreditamos que tais limitações também fazem parte da
prática assistencial realizada por Espíritos de comprovado saber e bondade.
471
"(...) Sentindo, agora, o ambiente em que se achava, Marinho quis recu-
ar, mas não pôde. A fronteira vibratória estabelecida pelos nossos cola-
boradores, a reduzida distância da mesa de fraternidade, impedia-lhe a fuga."
Trocaremos, igualmente, em itens, esta citação.
1. Aqui vemos alguns colaboradores do Plano Espiritual dando-se as
mãos para formar uma "extensa corrente protetora". Sabemos que os
colaboradores do plano espiritual não são todos Espíritos Superiores;
muitos são Espíritos com especialidade em determinados trabalhos, mas
que não alcançaram ainda um nível de elevação moral suficiente para
serem classificados como superiores. Depois, é igualmente universal a
informação de que os trabalhos espirituais mais "pesados" são entre-
gues, quase sempre, a Espíritos de "boa vontade" e não, precipuamente,
aos Espíritos Superiores.
2. Como já frisado pelo Espírito Bezerra de Menezes, lembremos
que para determinadas atividades, a polícia impõe mais respeito que a
gravidade de homens sérios, ou seja: a aparência muitas vezes é
requerida para conter, mesmo psiquicamente, Espíritos bem inferiores.
3. A "cadeia magnética" de que fala Alexandre tem a função primordial
de favorecer um clima de segurança à doutrinação e não de congregar
fluidos para simplesmente aplicá-los nos Espíritos; funciona, no caso, como
um "cordão de isolamento".
4. Com barreiras fluídicas dessa natureza, no Plano Espiritual, se evita a
evasão dos perturbados que vêm para serem atendidos, ou o assédio direto
dos outros que, de fora, ficam tentando perturbar os trabalhos mediúnicos.
5. Como no caso anterior, não dá para inferir que nem André Luiz nem a
Espiritualidade estejam sugerindo demo-nos as mãos para procedermos o
atendimento pelos passes ou ainda que correntes de mãos sejam condições
indispensáveis ao atendimento dos necessitados das intervenções magnéti-
cas. (p.251).
472
Notemos que em momento algum foi comentado o emprego pelos Espíritos
de aparelhos ou apetrechos magnéticos à semelhança dos descritos no capítulo
XI, quando se torna possível contar com a colaboração de entidades movidas
apenas de boa vontade. Aqui não, os Espíritos que integram a cadeia magnética
realizavam uma fronteira vibratória.
Fronteira vibratória é uma ação mental, moral. Ninguém poderá realizar esta
ação se não for superior, principalmente no caso em estudo, onde as entidades
assistidas eram rebeldes, difíceis e violentas. Kardec, a respeito, diz o seguinte:
Podemos mais uma vez confirmar que não bastava aos Espíritos que integra-
vam a cadeia magnética em foco, terem apenas "Boa Vontade", pelo contrário,
devido à inferioridade das entidades socorridas, tornava-se indispensável a supe-
rioridade e autoridade moral, além de conhecimentos especializados como já foi
demonstrado e comentado.
Se Espíritos dessa ordem, ao formarem uma cadeia magnética, davam-se as
mãos, é porque este contato tem a sua razão de ser, uma utilidade prática, uma
explicação lógica, e não simplesmente reflete uma ação condicionada de Espíritos
de "Boa - Vontade", realizando trabalhos mais "pesados", infundindo respeito por
ação psicológica à semelhança de policiais terrenos, como acredita o autor nas
ponderações em estudo.
473
"Abrangendo essa primeira corrente magnética produzida pelas vibra-
ções harmoniosas dos encarnados, existia uma segunda, composta por
entidades translúcidas e formosas, cujas feições mal podíamos fixar,
tais os reflexos vivos que emitiam..." (Grifos nossos).
474
Confirmamos ainda, que mesmo no plano espiritual, a cadeia magnética pode
ser utilizada com contato, à semelhança do que já nos ensinavam os magnetizadores
há mais ou menos duzentos anos atrás.
A grande polêmica que se forma em torno deste tipo de contato vai muito
mais pela inadequação de seu uso ou pelo extremismo do seu não uso, do que da
real compreensão do motivo e momento adequado para o seu emprego, como
fator, por exemplo, de assistência mútua, troca ou permuta energética. É exata-
mente dentro deste e de outros parâmetros já mencionados que aceitamos, con-
cordamos e o empregamos.
475
contrárias que obedecidas normalmente ou praticadas rotineiramente, devido a
consagração pelo uso, poderão exprimir da mesma forma um cerimonial ou um
ritualismo. O ritual de dar as mãos e o ritual de não se dar as mãos.
É o que temos visto acontecer no movimento espiritista. A pretexto de não
compactuarmos com práticas ritualísticas, temos através de palestras, textos, en-
trevistas, comentários, etc, estabelecido os Rituais do Não.
Para fugirmos de um, como de outro, os estudos orientados nas bases sólidas
da lógica é que devem nortear as diretrizes práticas por nós exercidas nas casas
espíritas. Segundo Kardec (O Livro dos Médiuns, Edição Especial, LAKE, p.6,
introdução):
Não basta que o estudo seja sério, necessário é que também seja completo.
E é aí, a nosso ver, que entra a questão do contato das mãos. Este contato poderá
ser inconveniente e desnecessário em várias ocasiões, mas se fizermos um estu-
do completo sobre a questão, poderemos ver que ele também é freqüentemente
útil em algumas situações, como no exemplo citado pelo Codificador e sobretudo
no nosso caso, quando desejamos determinados efeitos no desenrolar da assistên-
cia prestada pela cadeia desobsessiva.
Outro fator de suma importância é a questão do verdadeiro ensino espírita.
Na opinião de Allan Kardec (O Livro dos Espíritos, Edição Especial, LAKE,
introdução, item 17):
476
Nós já repetimos e estudamos, incansavelmente, através de inúmeras cita-
ções, o mecanismo básico das doações energéticas. Mas o conhecimento dos
princípios fundamentais não descartou a possibilidade de haver o contato em cer-
tas situações, quando dependendo do momento e da forma como é aplicado pode
se tornar tremendamente útil.
André Luiz nos dá inúmeros exemplos a respeito, mostrando Espíritos de
ordem superior empregando o contato das mãos em ações fluídico-mentais. Veja-
mos algumas narrações:
Exemplo 1
Exemplo 2
Exemplo 3
Exemplo 4
477
Notei que a viúva de Isidoro entrara em profunda concentração por alguns
momentos, como se estivesse absorvendo a luz que a rodeava. Em seguida,
revelando extraordinária firmeza no olhar, iniciou o comentário." (Os Men-
sageiros, 17. ed., p. 185-186).
Exemplo 5
Exemplo 6
Poderíamos aqui listar mais de cem situações como essas, não só das obras de
André Luiz, como de Manoel P. de Miranda e outros autores. Acreditamos, porém,
que só essas que aqui estão nos bastam para completar os nossos raciocínios.
Em todas as cenas descritas, Espíritos de hierarquia superior, apesar de sa-
berem que a transmissão fluídica se dá de mente a mente e de perispírito a
perispírito, podendo, portanto, ser utilizada somente a magnetização pela vontade,
fazem o contato das mãos com a fronte não só de encarnados como dos próprios
desencarnados, como atesta o exemplo em que André Luiz foi beneficiado. Tal
contato não expressou ritualismo, limitações, reflexo condicionado, sortilégio, ig-
norância, superstição ou mistificação. Pelo contrário, foram ações coerentes e
simples com resultados extremamente adequados, onde ocorreram, segundo as
expressões do autor espiritual: "comunicação de radiosa corrente de força", "emis-
são de raios fulgurantes", "vigoroso influxo magnético, transmitindo idéias" e "co-
operação magnética".
Podendo este contato existir de Espírito para Espírito e desses para os en-
carnados, por que não poderá existir entre os encarnados, quando no desenvolvi-
mento de ações magnéticas sob o influxo fluídico dos servidores desencarnados,
necessitarem de promover a assistência mútua, a cooperação magnética ou a
comunicação de radiosa corrente de força, agindo em bloco, buscando promover
de maneira rápida, simples e eficiente a permuta energética?
Se as mãos podem agir como veículo de transmissão, por que não servirão,
igualmente, como aparelhos de recepção, permitindo a permuta e assistência mag-
nética recíproca?
478
18.1.4.1.1) As Mãos Como Aparelho de Recepção
A vaidade de certos homens, que crêem saber tudo e tudo querem expli-
car à sua maneira, dará origem a opiniões dissidentes; mas todos os que
tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão no mesmo
479
sentimento de amor ao bem, e se unirão por um laço fraterno, que envolve-
rá o mundo inteiro; deixarão de lado as mesquinhas disputas de palavras,
para somente se ocuparem das coisas essenciais. E a doutrina será sempre
a mesma, quanto ao fundo, para todos os que receberem as comunicações
dos Espíritos superiores.
Não poderíamos terminar a nossa análise das objeções apresentadas por Jacob
Melo, a respeito da corrente magnética, sem discutirmos mais uma de suas pon-
derações:
480
A questão das mãos e da utilidade da corrente magnética, principalmente da
corrente magnética desobsessiva, foi, a nosso ver, amplamente discutida, não ha-
vendo necessidade de voltarmos ao assunto.
Mas gostaríamos de analisar a afirmação de Jacob Melo a respeito de ser a
corrente uma "infiltração indevida", por ser oriunda das escolas maçónicas que,
por sua vez, segundo o autor, se pautam no esoterismo egípcio antigo e, como
ele mesmo diz, tem seus rituais e motivos próprios e que por essa razão não
podem ser Espíritas, já que essa Doutrina não possui rituais.
Se por esse motivo fosse a corrente uma infiltração indevida, tudo que em
termos práticos realizamos em nossas casas espíritas, também o seriam. O passe,
a comunicação com os Espíritos, a desobsessão, a utilização dos dons medianímicos
e até as palestras elucidativas remontam aos primórdios da humanidade, sendo
impossível não identificar esses processos em quase todas as religiões ou escolas
de conhecimento e educação humana. Agora, como cada uma dessas seitas, es-
colas, instituições ou religiões utilizam ou empregam essas ações, acreditamos
como Jacob Melo que não nos diz respeito, pois não fazemos parte de suas fileiras
e nem servimos em suas searas.
O nosso compromisso é com a Doutrina Espírita, competindo-nos, ao aplicar
determinados métodos, só os fazer com base nos seus postulados e dentro das
orientações e exemplos dos Espíritos superiores.
É justamente dentro desses parâmetros que estamos compondo esse nosso
trabalho. Partindo das correntes magnéticas dos magnetizadores, procuramos de-
monstrar a utilidade, a importância e os benefícios da assistência desobsessiva por
esse método, depois de adequá-lo e explicá-lo conforme as diretrizes doutrinárias.
Allan Kardec, na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo (94. ed.,
FEB, p.43), faz algumas observações que neste momento, poderão ser-nos úteis:
481
formas ritualísticas ou inexatas que porventura tenham sido ou venham a ser em-
pregadas por esta ou aquela escola.
Emmanuel ao responder a pergunta 353, do livro O Consolador:
a) Os reflexos condicionados
b) O fantasma do animismo
482
do próprio medianeiro, o qual agiria em lugar das entidades desencarnadas.
Seria essa teoria adequada ao caso vertente? Sob a evocação de certas ima-
gens, o pensamento do médium não se tornaria sujeito a determinadas associ-
ações, interferindo automaticamente no intercâmbio entre os homens da Ter-
ra e os habitantes do Além? Tais intervenções, em muitos casos, poderiam
provocar desequilíbrios intensos. Ponderando observações ouvidas nos últi-
mos tempos, em vários centros de cultura espiritualista, com referência ao
assunto, inquiria de mim mesmo se o problema oferecia relações com os
mesmos princípios de Pavlov. (No Mundo Maior, p.123).
d) Os teóricos
e) Mediunidade e evolução
483
f) Apelos mais altos
484
fluídicas em benefício de encarnados e desencarnados, sem que lhe seja cobrado
espetáculos de precisão absoluta e sem outorgar-lhe a responsabilidade única pelo
trabalho espiritual. Pelo contrário, a desobsessão por corrente magnética é uma
atividade assistencial desenvolvida totalmente no campo mental em associações
recíprocas, em processos de sintonia e interação de almas que buscam se afinar
com as fontes superiores do bem para beneficiar multidões de sofredores do cor-
po e do espírito.
Não é meio de avaliação e comprovação de personalidades que um dia vive-
ram em organismos físicos, mas é trabalho para aqueles que já sabem do poder de
uma mente humana em sintonia mediúnica.
Não é campo de pesquisas de teóricos, mas lavoura de intensas atividades
práticas que podem ser avaliadas por todos os meios, preferencialmente pelos
padrões individuais, coletivos, concienciais, morais e notadamente pelos frutos.
Não se exige para a sua realização instrumentos mediúnicos de absoluta pre-
cisão e harmonia, médiuns de faculdades completas, mas companheiros de boa -
vontade que passo a passo se determinem à elevação com o suor do próprio es-
forço.
Enfim, é uma enorme seara para aqueles que aceitaram o compromisso mediúni-
co, mobilizando os recursos disponíveis, movimentando-os em múltiplas direções, vi-
sando ao bem geral.
485
Perg.: Não parece que esta explicação confirma a opinião dos que en-
tendem que todas as comunicações provêm do Espírito do médium e não de
Espírito estranho?
Resp.: "Os que assim pensam só erram em darem caráter abso-
luto à opinião que sustentam, porquanto é fora de dúvida que o Espírito do
médium pode agir por si mesmo. Isso, porém, não é razão para que outros
não atuem igualmente, por seu intermédio."
Essas respostas caem como luva aos mecanismos das ações mediúnicas na
cadeia magnética desobsessiva. O espírito do médium pode e deve agir por si
mesmo, seja na expulsão, na absorção, na emissão ou na fase de recepção, quan-
do realiza a doutrinação mental. Mas isto não é razão para descartar a atuação da
espiritualidade superior e o socorro fluídico, magnético e mental às entidades em
desequilíbrio. Os que assim pensam, erram ao darem à questão da participação
dos médiuns um caráter absoluto.
Na corrente, durante a fase de recepção, não há afastamento maior do espí-
rito do médium, a sua liberdade é muito relativa. Neste estado, e não havendo
comunicação verbal, os sinais objetivos e subjetivos classificados e explicados no
capítulo anterior passam a ser o meio mais adequado de distinguir e caracterizar o
transe mediúnico, principalmente na fase de recepção, quando os sofredores se
ligam em processos de enxertia neuropsíquica aos medianeiros, causando sen-
sações variadas com repercussões mentais e físicas. Basta estudar e observar.
486
Nas comunicações mediúnicas, o médium recebe o pensamento do espírito,
interpreta-o e transmite-o, utilizando-se da palavra escrita ou falada.
A diferença em relação à cadeia desobsessiva é que os médiuns após a re-
cepção interpretam o pensamento das entidades, mas não o veicula pela palavra,
mas age em sentido igual e contrário, beneficiando direta e rapidamente o
comunicante sofredor. O processo, como temos dito, é o mesmo, mudando-se
apenas a forma de expressão. Todos os outros sinais que demonstram a interação
medianímica estarão presentes, inclusive de forma mais intensa, devido ao núme-
ro de entidades socorridas, o número de médiuns e a simultaneidade das comuni-
cações.
Quais são estes sinais?
- Não será, porém, tão fácil estabelecer a diferença entre a criação mental
que nos pertence daquela que se nos incorpora à cabeça... - ponderou meu
colega intrigado.
- Sua afirmativa carece de base - exclamou o Assistente. - Qualquer
pessoa que saiba manejar a própria atenção observará a mudança, de vez
que o nosso pensamento vibra em certo grau de freqüência, a concretizar-
se em nossa maneira especial de expressão, no círculo dos hábitos e dos
pontos de vista, dos modos e do estilo que nos são peculiares.
E, bem-humorado, comentou:
- Em assuntos dessa ordem, é imprescindível muito cuidado no julgar,
porque, enquanto afinamos o critério pela craveira terrena, possuímos uma
vida mental quase sempre parasitária, de vez que ocultamos a onda de pen-
samento que nos é própria, para refletir e agir com os preconceitos consa-
grados ou com a pragmática dos costumes preestabelecidos, que são cris-
talizações mentais no tempo, ou com as modas do dia e as opiniões dos
afeiçoados que constituem fácil acomodação com o menor esforço. Basta,
no entanto, nos afeiçoemos aos exercícios da meditação, ao estudo edificante
e ao hábito de discernir para compreender onde se nos situa a faixa de
pensamento, identificando com nitidez as correntes espirituais que passa-
mos a assimilar. ( André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade, p.50).
487
18.2.2.1.2) Aspectos Fluídicos
"Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre
o organismo material com que se acha em contacto molecular. Se os eflúvios
são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus,
a impressão é penosa." (Allan Kardec, A Gênese, 21. ed., FEB, cap. 14,
item 18).
18.2.3) A Dúvida
488
- Consciente a médium, qual se encontra, e ouvindo as frases do
comunicante, que lhe utiliza a boca assim vigiado por ela, é possível que
Dona Eugênia seja assaltada por grandes dúvidas... Não poderá ser induzida
a admitir que as palavras proferidas pertençam a ela mesma? Não sofrerá
vacilações?
- Isso é possível - concordou o Assistente -; no entanto, nossa irmã
está habilitada a perceber que as comoções e as palavras desta hora não
lhe dizem respeito.
- Mas... e se a dúvida a invadisse? - Insistiu meu colega.
- Então - disse Aulus, cortês -, emitiria da própria mente positiva
recusa, expulsando o comunicante e anulando preciosa oportunidade de
serviço. A dúvida, nesse caso, seria congelante faixa de forças negativas...
(Nos Domínios da Mediunidade, 12. ed., p.60). (Grifos nossos).
18.3) MISTIFICAÇÕES
489
Organizemos núcleos de assistência cristã às mentes enfermiças da Terra
e do Além, mas não nos esqueçamos de que só pela caridade fraternal
acenderemos bastante luz no coração para que o nosso agrupamento seja
uma luz, brilhando na Vida Espiritual. (Grifos nossos).
18.4) CONSIDERAÇÕES
Gostaríamos de mais uma vez registrar a nossa posição diante das críticas e
objeções apresentadas em relação à prática da corrente magnética. Não nos move
qualquer sentimento de desconsideração ao analisar ponderações de companhei-
ros nossos de ideal. Ao discutirmos os pontos de vista contrários, a partir da
argumentação de Jacob Melo, só o fizemos porque ele nos apresentou de modo
geral e sintético todas as objeções que por várias vezes nos defrontamos ou fo-
mos chamados a opinar. Acreditamos, como sempre, que não estamos dando nem
a primeira nem a última palavra e que é bem possível que outros irmãos, diante
dos mesmos textos, tenham interpretações diversas. Trouxemos apenas breves
raciocínios, que esperamos sejam úteis àqueles que se dedicam ao estudo sério e
completo, bem como à prática mediúnica dentro das fileiras de nossas Instituições
Espíritas.
O interesse cristão e a busca de aperfeiçoamento são o que nos impulsiona.
O nosso trabalho visa sobretudo mostrar que a cadeia magnética é um.exce-
lente método terapêutico, podendo ser aplicada à desobsessão, beneficiando
sofredores encarnados e desencarnados em ações simultâneas e coletivas.
Para provar e desenvolver esta afirmativa é que nos apoiamos nos postulados
490
espíritas, nos princípios doutrinários que invariavelmente devem nortear a nossa
prática.
Procuramos confirmar as nossas assertivas através dos textos de Kardec e
das mensagens dos Espíritos Superiores, bem como pelos seus exemplos, que
incansavelmente vêm nos mostrar de maneira simples, fraterna e amiga como
devemos proceder em nossas ações de intercâmbio e auxílio espiritual. Por várias
vezes recorremos ao significado de determinadas expressões, a fim de melhor
interpretar o conteúdo dos ensinos apresentados, porque segundo os próprios Es-
píritos, no campo da palavra e da forma, nós, os encarnados, é que devemos nos
entender, porque para eles o pensamento é tudo, "Chamai as coisas como quiserdes,
desde que vos entendais". "E uma questão de palavras com a qual nada temos,
começai por vos entenderdes". Objetivando o início do nosso entendimento é que
assim procedemos.
Há, sem dúvida, inúmeras outras objeções e questionamentos que poderiam ser
aqui ainda discutidos. Acreditamos, porém, que os capítulos anteriores e o segun-
do volume de nossa pesquisa poderão perfeitamente dar-lhes respostas. Caso não
consigamos responder a todos, gostaríamos de pensar e agir como a Ministra
Veneranda, personagem do livro Nosso Lar (25. ed., p.206):
491
ANEXO
495
FIGURAI
2. Aspectos Principais
a) A Equipe
c) Note o raio de ação da cadeia magnética, caracterizado pela sua aura conjunta, configurada pelas diferentes faixas magnéticas
em expansão. Conjunto das irradiações dos servidores encarnados e desencarnados.
3. Para saber mais, leia os itens 6.2.2 (perg. 9, 10, 13 e 13a), 6.3, todo o Capítulo 7 (principalmente os itens 7.3 e 7.5),
9.6 e 14.3.
FIGURAII
"Vós, quando não vedes sinais e prodígios, não credes" (João, 4:48).
CADEIA MAGNÉTICA DESOBSESSIVA
1. Disposição: Série ou Longitudinal (visão frontal). Mesma configuração anterior sendo detalhada a atuação dos médiuns de
incorporação. Aqui não há contato das mãos.
2. Interseção ou Interpenetração dos Campos Áuricos: É através desse processo que a salutar corrente fluídica ou as
partículas mentais e vitais se movimentam ou se deslocam. É o fio elétrico condutor, representado pela expansão do corpo
perispiritual.
3. Os Setes Principais Centros de Forças estão Evidenciados: São os plugues por onde se efetivam as ligações e emissões
mais abundantes.
4. As Faixas Magnéticas em Expansão: São as diferentes emanações energéticas, fluidos densos e sutis. Emissão e propaga-
ção de raios de natureza diversa. Manancial energético a refletir a força do pensamento coletivo.
5. Para saber mais, leia todos os itens da figura anterior, acrescidos dos itens 16.5 e 16.6.
FIGURA III
"Enquanto tendes a luz crede na luz, para que sejais filhos da luz" (João, 12:36).
CADEIA MAGNÉTICA DESOBSESSIVA
2. A cadeia magnética desobsessiva na disposição paralela é, na verdade, duas cadeias longitudinais formadas pelo mesmo número
de médiuns e colacadas uma em frente da outra.
3. Observe que a intersecção do campo áurico não só ocorre lateralmente, mas também entre os médiuns que formam as duas
cadeias longitudinais, ampliando e fortificando a ação fluídica. Podemos dizer que se desenvolve uma dupla ação, c o m maior
possibilidade de auxílio.
5. Para saber mais, leia todos os itens das figuras anteriores, em particular o item 14.3.3.
FIGURA IV
"Creste, porque me viste; bem-aventurados os que não viram e contudo crêem" (João, 20:28).
CADEIA MAGNÉTICA DESOBSESSIVA
2. A única diferença em relação à imagem anterior são os dois médiuns colacodos nas extremidades.
Damos preferência a esta disposição na formação da Corrente Magnética de atendimento geral.
3. Chamamos a atenção, novamente, para a dupla intersecção ou interpenetração do campo áurico dos médiuns e as diferentes
faixas magnéticas que, por assim dizer, estruturam a aura conjunta da cadeia desobsessiva.
Já nâo é por causa das tuas falas que eremos..." (Joâo, 4:42).
CADEIA MAGNÉTICA DESOBSESSIVA
2. Fizemos questão de realçar a interação dos halos vitais ou aura, porque nesta formação ela ocorre em todos os níveis.
Intersecção lateral, frontal, permitindo o contato de todos os médiuns entre si.
Damos preferência a essa disposição na formação das Correntes Magnéticas Especiais.
3. As figuras que representam os médiuns passistas (à esquerda) e o dirigente geral (à direita), também são visíveis, bem c o m o a
interação de suas auras com as dos médiuns de incorporação e a corrente como um todo.
4. As diferentes faixas magnéticas se expandem de forma concêntrica à semelhança do que observamos quando lançamos uma
pedra em um lago de água stranqüilas.
5. Para saber mais, leia igualmente todos os itens anteriores, em particular os itens 14.3.1.1.1 e 14.3.2.
FIGURA VI
2. As correntes formadas
b. A segunda corrente magnética: Abrange a primeira e é composta por várias entidades (Espíritos Guias do centro, prote-
tores dos médiuns, assistentes e familiares desencarnados das pessoas presentes).
c) A terceira corrente magnética: Além das anteriores, ocupadno maior espaço no recinto e, c o m o as duas primeiras, e m
disposição circular, a super corrente, composta pelas entidades especializadas (técnicos em serviços magnéticos, arquitetos
espirituais, médicos, enfermeiros, e t c ) .
3. O desenho ainda mostra a interação fluídica e mental entre os médiuns e os Bons Espíritos, além das diversas faixas magnéticas
em expansão.
4. Para saber mais, leia os itens: 11.3, 11.5, 14.2.2, 14.2.2.1 e 14.2.3.
FIGURA VII
a) Situada no Plano Maior e formada por Entidades Veneráveis, responsáveis pela reunião desobsessiva.
b) Os arrebóis níveo-azulados ou cascatear azulíneo representam as emanações vibratórias desses Espíritos, que caem sobre as
diversas correntes formadas como verdadeiras duchas.
3. A corrente magnética de atração e as duas outras formadas apenas pelos Espíritos, também estão representadas. Da mesma
forma, a interação das auras e a integração fluídico-mental, além das diversas faixas magnéticas.
4. Para saber mais, leia os itens da figura anterior, particularmente o item 11.5.4.
FIGURA VIII
"Era a luz verdadeira, que ilumina a todo homem que vem ao mundo" (João, 1:9-10).
O ATENDIMENTO AS ENTIDADES NECESSITADAS
2. Compõe a imagem a corrente de atração formada pelos encarnados, e a segunda e terceira correntes, constituídas pelos
Espíritos Superiores.
3. Os sofredores se ligam às diversas faixas magnéticas da Cadeia Desobsessiva ou a cada médium em particular, através de
incorporações rápidas ou trnasitórias.
4. Em cada passagem o fenômeno se repete, sendo atraído e tratado o mesmo número de entidades ou falanges que vivem ou se
situam no mesmo padrão vibratório.
5. Para saber mais, leia os itens 6.2, 7.2 (principalmente os sub-itens á à d ), 8.3.1, 9.7, 11.2, 13.1.4.1, 13.2, 16.3,
t 17
16.5 e 16.6.
FIGURA IX
2. Observamos os médiuns de incorporação sendo assistidos pelos Controladores Mediúnicos, enquanto os outros servidores
espirituais localizam os sofredores junto aos medianeiros ou os ligam às diversas faixas magnéticas da corrente.
3. A luz que emana do mais alto, são os fluidos sutis, dentre eles as irradiações da quarta corrente magnética formada pelas
Entidades Veneráveis e que se situam no plano espiritual.
4. Pra saber mais, leia os itens da figura anterior acrescidos dos itens 12.2.12 e 17.11.
FIGURA X
1. A figura destaca três das principais atividades da desobsessão por corrente magnética:
a) A Vibração;
2. Os participantes do Trabalho de Vibração emitem jactos de forças luminescentes que duplicam a potência e qualificam as
emanações da cadei.i magnética e as dos médiuns passistas.
3. O mesmo fenômeno o< jrre em relação aos eflúvios que os integrantes da corrente doam, na fase de emissão, aos passistas que
atuam sobre os encarnados.
Além dessa ação é destacada a atração dos sofredores que estão ainda acompanhando os pacientes que buscam o socorro
espiritual.
4. Os passistas irradiam luminosas chispas ou raios de espécie múltipla sobre os pacientes e os seus acompanhantes espirituais.
Estes raios expressam, em conjunto, as doações da Cadeia Magnética, do Trabalho de Vibração, dos Espíritos Superiores que os
assistem e os seus Próprios Fluidos.
"Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho pela luz" (João, 1:8).
APARELHOS UTILIZADOS
2. O aparelho representando atua à semelhança de um Condensador e um Exaustor de forma simultânea. Emite fluidos especializados
e ajuda a reitrar as emanações doentias do campo magnético da corrente. Realiza uma verdadeira assepsia psíquica, além de
auxiliar na fixação de imagens positivas no inconsciente dos comunicantes em sofrimentos, durante a doutrinação mental.
3. A interação fluídico-mental entre os médiuns e os sofredores é bem evidenciada. Podemos notar que ocorre uma verdadeira
reação físico-química pelo envolvimento perispiritual, conforme menciona Allan Kardec.
4. A luz que emana do mais alto, as faixas magnéticas da corrente e os Controladores Mediúnicos também são visíveis.
que apareceu um anjo do Senhor, e uma luz resplandeceu no recinto" (Atos, 12:7).
O AMBIENTE DA DESOBSESSÃO
1. A gravura mostra, de forma esquemática, o ambiente físico e espiritual da desobsessão por corrente magnética.
a) Ambiente Físico:
Podemos ver a sala de trabalhos onde se situa a cadeia magnética em formação longitudinal.
b) Ambiente Espiritual:
Notamos:
bj) Os sofredores que serão atendidos, previamente triados, agrupados por vibrações comuns e separados por faixas fluídicas
ou divisões magnéticas.
b ) Os leitos onde são localizaods a maioria dos espíritos, após os atendimentos, para seqüência do socorro espiritual.
2
b ) Os vigilantes ou sentinelas que impedem o acesso da turba compacta que ainda não pode partilhar, de maneira mais íntima,
3
2. As Três Principais Faixas Magnéticas protetoras que garantem as nossas reuniões estão caracterizadas pelas cores rosa,
amarela e azul.
"Ficai na cidade até que sejais munidos da força do alto" (Lucas, 24:49).
AÇÃO DOS ESPÍRITOS SUPERIORES
1. Os desenhos que mostram a cadeia longitudinal em corte lateral, e a luz que emana do mais alto, já estão plenamente explicados.
Objetivamos agora destacar a atuação dos servidores do Plano Maior da vida.
2. Os colaboradores espirituais formam uma vasta equipe, integrada por médicos, religiosos, enfermeiros, guardas, padioleiros,
arquitetos espirituais, magnetizadores e t c .
3. Na parte inferior da figura, é detalhada a participação dos padioleiros e a assistência prestada pelos médicos, enfermeiros e
magnetizadores.
"E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor..." (Lucas
FASE DE EXPULSÃO
1. Momento em que todos os médiuns que integram a atividade de desobsessão por corrente magnética "expulsam do próprio
mundo interior os sombrios remanescentes da atividade comum, que trazem do círculo diário de luta e sorvem do plano espiritual
as substâncias renovadoras de que se repletam, a fim de conseguirem operar com eficiência, a favor do próximo".
"Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo que quiserdes, e vos será feito" (João 15:7)
FASE DE ABSORÇÃO
1. Momento em que os componentes do trabalho, absorvem as substâncias renovadoras, casando os fluidos da corrente com as
irradiações dos trabalhadores do plano maior e de todos os médiuns entre si, formando uma bateria mento-eletromagnética, onde
cada participante funciona como uma pilha ou uma tomada, gerando e dando passagem às forças que não lhes pertencem e que
serão dirigidas aos pacientes, tanto encarnados como desencarnados.
2. Os médiuns absorvem Trilhões de raios ou partículas de várias ordens e, após, emitem forças que lhe são peculiares:
a) Em sentido vertical pela fronte e pelos pés, assimilam desde os raios cósmicos até os raios gamas.
1. Após o momento anterior, os médiuns através da vontade e da atenção, com o auxílio do dirigente da cadeia magnética, direcionam
mentalmente os raios ou partícularas, assimiladas e metabolizadas, aos enfermos encarnados e desencarnados, bem c o m o aos
ambientes do Grupo Espírita e aos lares dos sofredores. Desenvolve-se dessa forma uma verdadeira magnetização mental.
2. Estabelce-se c o m esta ação conjunta um poderoso envolvimento, levando aos obsessores e obsidiados pelo pensamento, uma
salutar corrente fluídica, gerando laços fluídicos entre a cadeia desobsessiva e os enfermos psíquicos.
3. Para saber mais, leia os itens anteriores, notadamente os itens 7.1 e o 7.2.
FIGURA XVII
"Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (João 13:15).
FASE DE RECEPCÇÃO
1. Momento em que a cadeia desobsessiva atua à semelhança de um eletroímã, permitindo a passagem, em seu campo de força,
dos espíritos sofredores, atraindo-os em bloco ou em falanges, agrupados pelas vibrações similares.
2. A s entidades desequilibradas, por assim dizer, mergulham nos fluidos, ou se ligam aosplugues energéticos representados pelol?
Centros Perispirituais dos médiuns psicofônicos em ação ou se imantam à corrente como um todo.
3. A disposição representada é a Paralela ou Perpendicular, em corte lateral, sendo novamente visualizada a atuação dos Espíritos
Superiores.
4. Para saber mais, leia todos os itens anteriores, acrescidos dos itens 8.3.1.1, 16.6 e 16.6.3.
FIGURA XVIII
"Ainda muitos outros milagres fêz Jesus aos olhos dos seus discípulos, que não se acham escritos neste livro" (João, 20:29-30).
O CHOQUE ANÍMICO
a) O Choque Fluídico:
As entidades sofredoras, através de incorporações rápidas ou transitórias, interagem com os fluidos da corrente como
um todo, ou se ligam a cada médium em particular. Mergulhando ou Passando nos fluidos da cadeia magnética sofrem a
ação do pensamento coletivo, absorvendo os raios vitais e mentais, que são enriquecidos pela participação da espiritualidade.
b) O Choque Mental:
Causado pela diferença de vibrações dos espíritos desequilibrados e as irradiações nobres emitidas pela corrente
desobsessiva.
As vibrações mentais dos assistentes encarnados em associação com a espiritualidade reagem contra as dos
comunicantes, por radiações e imagens ou clichês mentais, iguais e contrários, promovendo sensíveis alterações nas mentes
perturbadas. O Bombardeio controlado de forças e idéias transformadoras, à semelhança de uma Homeopatia Espiritual
(onde doses infinitesimais de paciência, calma e resignação, são veiculadas conforme o caso), renova e ilumina o mundo
íntimo de cada personalidade assistida.
As Formas Pensamentos superiores são geradas pelos Arquitetos Espirituais com a participação ativa dos medianei-
ros, revitalizando a visão, audição, tato, memória e sentimento dos espíritos sofredores ainda em trevas mentais.
2. Para saber mais, leia os itens 7.2 (d.17), 11.3 e todo o Capítulo 6.
PALAVRAS DE DESPEDIDA
ESPIRITISMO
571
É uma fonte generosa
De compreensão compassiva,
Derramando em toda parte
O conforto d'Água Viva.
É o templo da Caridade
Em que a Virtude oficia,
E onde a bênção da Bondade
É flor de eterna alegria.
É a claridade bendita
Do bem que aniquila o mal,
O chamamento sublime
Da Vida Espiritual.
Se buscas o Espiritismo,
Norteia-te em sua luz:
Espiritismo é uma escola,
E o Mestre Amado é Jesus.
Casimiro Cunha
572
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
12. .Nosso Lar. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 25. ed. Rio de
Janeiro : FEB, 1982.
575
15. ÁUREO (Espírito). Universo e vida. Psicografia de Hernâni T. Sant'Anna.
3. ed. Rio de Janeiro : FEB, 1990.
21. DENIS, Leon. No invisível. 14. ed. Rio de Janeiro : FEB, 1992.
25. . Fonte viva. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 19. ed. Rio
de Janeiro : FEB, 1994.
576
30. EMMANUEL e ANDRÉ LUIZ (Espíritos). Estude e viva. Psicografia de
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. 4. ed. Rio de Janeiro : FEB,
1978.
35. HOLANDA, Aurélio Buarque de. Novo dicionário Aurélio. 2. ed. Rio de
36. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 4.ed. São Paulo :FEESP, 1988.
41. . O livro dos médiuns. 48. ed. Rio de Janeiro : FEB, 1983.
LAKE, [19—?].
578
62. MELO, Jacob. O passe: suas técnicas, sua prática. 2. ed. Rio de
Janeiro : FEB, 1992.
71. PER ALVA, Martins. Estudando a mediunidade. 10. ed. Rio de Janeiro
: FEB, 1984.
579
75. REFORMADOR. Rio de Janeiro : FEB, jan. 1973.
76. ROHDEN, Huberto. Novo Testamento. 4. ed. São Paulo : União Cultural,
[19-?].
78. SILVEIRA, Adelino da. Chico, de Francisco. 3. ed. São Paulo : CEU,
1987.
580
SINGELA HOMENAGEM DA EDITORA AUTA DE SOUZA, A
TRÊS BALUARTES DO ESPIRITISMO NO
PLANALTO CENTRAL.
DE SACRAMENTO A PÁLMELO,
DE PÁLMELO A BRASÍLIA,
DE BRASÍLIA AO INFINITO,
583
o
EURÍPEDES BARSANULFO, nasceu em Sacramento - MG, a I de maio de
o
1880, e aí desencarnou a I de novembro de 1918. Emérito educador e Espírita perfeito.
O modelo de Centro Espírita e de Movimento Espírita deixados por ele, ainda não
foi superado por nenhum outro.
A seu respeito diz Zeus Wantuil:
"A obra que Eurípedes erigiu, com sacrifício e abnegação, em honra do Espiritismo,
em Sacramento, é um desses monumentos grandiosos e imperecíveis que atestam a
sua fortaleza moral e a pujança de sua fé luminosa."
Para deleite dos leitores transcrevemos a seguir em nossa singela homenagem a
Eurípedes, algumas páginas do livro EURÍPEDES O HOMEM EA MISSÃO de autoria
de Corina Novelino.
1. O educador
585
O porte mediano de Eurípedes é elegante e o conjunto fisionômico revela o
homem belo, cujos traços delicados atraem as atenções, embora todos se quedem
ante o seu olhar meditativo e profundo - comumente refletindo as belezas do
Céu. [...].
A voz sonora e vibrante de Eurípedes ergue-se na reprodução do Pai Nosso, de
Jesus, na sua opinião, a prece que traz em cada palavra um potencial magnético capaz
de transformar o mundo, porque proveio dos lábios sublimes do Cristo, derramando
nos corações a bênção do convite para as alturas.
O nome de Deus é, então motivo da exaltação comovida de Eurípedes.
Sua voz assume ressonâncias indescritíveis. Toda a cidade ouve a palavra do
moço, em todos os recantos, até os mais distantes, numa época em que não se conhecia
esse milagre da ciência, que é a eletrônica. [...].
Dir-se-ia que numerosos altos-falantes transmitem, com cristalina pureza os
conceitos sábios de Eurípedes.
As ruas apinham-se de pessoas não espíritas, também atraídas pelo fascínio daquela
palavra, ungida do poderoso magnetismo do Amor.
1.1 As aulas
O método aplicado por Eurípedes nos três cursos do Colégio, que dirigiu desde a
fundação em 1.907 até seu desencarne, em 1.918, obedecia ao sistema adotado pelo
586
Prof. Miranda, no que tange à intensividade dos cursos. A promoção de um aluno podia
fazer-se mesmo no primeiro semestre, segundo o aproveitamento registrado pelo mesmo.
Era muito comum encontrarem-se alunos com vários anos de escolaridade atrás
de outros, que se esforçaram e avançaram, conquistando as promoções almejadas, em
breve espaço de tempo.
Iniciava-se o Curso Elementar com a aprendizagem da leitura e das quatro
operações fundamentais da aritmética.
Quando o aluno já sabia 1er - muitos deles aprendiam em poucas semanas - passava
ao estudo das seguintes matérias: Aritmética Prática e Teórica, Morfologia da Língua
Portuguesa, História do Brasil e Geografia do Brasil.
A conclusão do programa estabelecido ensejava ao aluno - em qualquer época do
ano - a freqüência ao Curso Médio, que contava as seguintes disciplinas: Aritmética e
Geometria, História do Brasil e Universal, Geografia Geral, Noções de Vida Prática,
Ciências Naturais e Gramática Portuguesa (morfologia e sintaxe).
Critério idêntico de promoção efetuava-se com o Médio.
Eurípedes era o professor do Curso Superior, cujo currículo incluía as matérias
que se seguem: Português (Sintaxe e Literatura), Francês, Geometria, História Universal,
Cosmografia, Física e Química.
Eurípedes lecionava Astronomia para todo o Colégio, bem como Evangelização.
2. O médium
3. O desencarne
587
o exemplo, formaram uma CORRENTE MAGNÉTICA VIBRACIONAL, auxiliando no
seu desenlace.
"Na manhã do dia anterior, anunciara a sua desencarnação para as seis horas da
o
manhã do dia I de novembro.
Realmente, naquele dia e hora, Eurípedes libertara-se dos laços fluídicos, que o
traziam preso ao veículo carnal.
D.Meca achava-se acamada com a gripe, mas chamada para junto do filho amado,
assistiu-lhe os derradeiros momentos.
Uma equipe de médiuns curadores, incluindo-se a própria secretária, rodeavam o
enfermo nas vibrações fraternas do Amor.
No momento, em que D.Meca penetrara o quarto, percebeu que o filho exalava
os derradeiros haustos de vida orgânica.
Os médiuns formavam uma corrente, dando-se as mãos.
Na sua dor, D.Meca desfez a cadeia vibratória num dos elos indo ajoelhar-se à
cabeceira do filho, deixando cair uma exclamação dolorida:
- Meu filho está morto!
Depois, amparada por invisíveis forças superiores, tomou lugar na
corrente quebrada e auxiliou os irmãos na prece pelo filho bem amado."
(Grifos da Editora).
4. Aos Companheiros
588
Jamais vos sintais sozinhos na luta. Estamos convosco e seguiremos ao vosso
lado. Invisibilidade não significa ausência.
O Mestre espera que façamos do coração o templo destinado à sua Presença
Divina.
Enche-vos o mundo de sombra? Verificam-se diserções, dissabores, tempestades?
Continuemos sempre. Atendamos ao programa de Cristo. Que ninguém permaneça
nas ilusões venenosas de um dia.
Deste "Outro Lado" da vida, nós vos estendemos as mãos fraternas. Jamais vos
entregueis à hesitação ou ao desalento, porque, ao nosso lado, flui a fonte eterna das
consolações como amor de Jesus Cristo.
5. Deus e o Universo
589
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor na formação das nebulosas, na origem
dos mundos, na gênese dos sóis, no berço das humanidades; na maravilha, no
esplendor, no sublime do Infinito!
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, com Jesus, quando ora: "Pai nosso
que estais nos céus..."ou com os anjos, quando cantam: "Glória a Deus nas
Alturas..."
Aleluia!
Eurípedes Barsanulfo
Sacramento, 18 de janeiro de 1914.
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JERÔNIMO CÂNDIDO GOMIDE
1. O exemplo do Mestre
"Meu dever foi o do serviço aos meus irmãos sofredores pois isto, aprendi com meu
mestre Eurípedes. Quem tem saúde deve ajudar o doente, quem tem o que comer deve
ajudar a quem tem fome. Assim tem sido o objetivo de minha existência à luz do Espiritismo."
(Jerônimo Cândido Gomide).
"De Jerônimo Candinho, como era chamado o fundador de Palmeio, quem ainda dele
não ouviu falar? Intemerato discípulo de Eurípedes, deu prosseguimento à missão de seu
mestre; sua existência constitui autêntico trabalho de desbravador em todos os sentidos,
nas viagens a terras goianas. Sua luta, seu desprendimento, sua humildade, seu bom-senso,
sua boa-fé, sua visão extraordinária, levaram-no ao desempenho de trabalho de verdadeiro
missionário, cujas conseqüências salutares permanecerão como exemplo a ser seguido por
toda a posteridade da família espírita."
3.1 As injustiças
"Jerônimo Candinho, apesar das injustiças que sofreu e incompreensões até dos
companheiros, superou todas as barreiras com confiança nos conselhos e advertências de
seus Guias Espirituais, dos quais se destacaram constantemente: Eurípedes Barsanulfo,
Bezerra de Menezes, Vicente de Paulo, Azevedo Costa, Maria Madalena e outros
benfeitores de suas atividades."
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3.2 Parte do trabalho realizado
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Para conhecer mais sobre esses Missionários do Amor, sugerimos os livros:
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CRÍTICAS E SUGESTÕES
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MAURÍCIO NEIVA CRISPIM