JANEIRO DE 2022

O PL ANO DE
FELICIDADE

UMA MENSAGEM DO ÉLDER COOK O VELHO TESTAMENTO

Ajudar outros a alcançar seu destino divino, 6 Como ele pode nos ajudar a conhecer
melhor o Salvador? 12, 42
 A I G R E J A E S TÁ AQ U I

Phnom Penh,
Camboja
Late text change — First Paragraph:
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Crianças brincam e barcos se movem pelo rio Mekong, com
Children play and boats drift along the Mekong River, with a cidade de Phnom Penh ao fundo. A Igreja de Jesus Cristo
the skyline of Phnom Penh in the background. The Church dos Santos dos Últimos Dias recebeu reconhecimento oficial
of Jesus Christ of Latter-­day Saints was granted legal no Camboja em 1994. Hoje no país a Igreja tem:
recognition in Cambodia in 1994. Today, the Church in this
country has:

15.200 membros
(aproximadamente)

2 estacas, 1 missão,
28 congregações

1 templo anunciado

Centralizados no lar
e apoiados pela Igreja
“O currículo do Vem, e Segue-­Me nos ajuda a ter debates
frequentes do evangelho em nosso lar”, diz Kem Chhoeun,
de Krong Ta Khmau. “Falamos do evangelho todos os dias”,
diz sua esposa, Tep Saroeun.
À ESQUERDA, FOTOGRAFIA: LESLIE NILSSON; À DIREITA, FOTOGRAFIA: CODY BELL
B E M - ­V I N D O A E S T A E D I Ç Ã O !

O princípio e o Velho
Testamento

É o começo de um novo ano e parece ser um momento especial-

mente apropriado para se pensar sobre o princípio.
Este ano, o Velho Testamento e a Pérola de Grande Valor nos leva-
rão para alguns dos princípios mais significantes e extraordinários já
conhecidos pela humanidade.
Podemos conhecer melhor Jesus Cristo, Aquele que estava com
o Pai “no princípio” (Abraão 4:1). Podemos ler sobre a Criação do
mundo e o princípio da vida mortal. Podemos aprender sobre os
princípios do arrependimento, das famílias, dos mandamentos e da
adoração no templo aqui na Terra. Podemos estudar o princípio dos
convênios sagrados que continuam a moldar nossa vida hoje.
E, se ainda não amamos o Velho Testamento, hoje pode ser
o princípio de um período de estudo e descobertas. Na página 12,
compartilho algumas verdades que me ajudaram a ficar mais empol-
gado com esse livro de escrituras e enxergar seus ensinamentos
com propósito e energia renovados. Na página 42, o presidente Mark
L. Pace, presidente geral da Escola Dominical, identifica poderosas
bênçãos que podemos receber se estivermos dispostos a ler “de
modo consciente e em espírito de oração”.
Acima de tudo, lembremos que uma vida de novos inícios é possí-
vel graças a Jesus Cristo. Em seu artigo na página 6, o élder Quentin
L. Cook testifica que “nada está perdido” porque o Salvador nos
espera de braços abertos. Por meio de Sua graça, somos capazes Late text change — Photo Credit:
de continuar a jornada espiritual que nossos ancestrais iniciaram há Please translate new text
tantos anos. Jehovah Creates the Earth, by Walter Rane
Photograph from Adobe Stock
Espero que este ano seja cheio de maravilhosos inícios para cada
um de nós!
FOTOGRAFIA: ADOBE STOCK

Marissa Widdison
Gerente editorial assistente, aplicativo Viver o Evangelho

2 Liahona
“Eu sou o Princípio e o Fim, o Deus Todo-­Poderoso; por meio de meu Unigênito eu criei estas coisas;
sim, no princípio criei o céu e a Terra sobre a qual estás.”
MOISÉS 2:1
SUMÁRIO
Revista oficial de
A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias
Janeiro de 2022
Vol. 75 Nº 1
Liahona 18295
C A PA
Fotografia:
Adobe Stock
A Primeira Presidência: Russell M.
Nelson, Dallin H. Oaks, Henry B. Eyring
O Quórum dos Doze Apóstolos:
M. Russell Ballard, Jeffrey R. Holland,
Dieter F. Uchtdorf, David A. Bednar,
Quentin L. Cook, D. Todd Christofferson,
Neil L. Andersen, Ronald A. Rasband,
Gary E. Stevenson, Dale G. Renlund, Gerrit
W. Gong, Ulisses Soares
Editor: Randy D. Funk
4 Liahona
liahona.ChurchofJesusChrist.org | facebook.com/liahona | aplicativo Biblioteca do Evangelho
SUMÁRIO
6 Trilhar o caminho de felicidade
Élder Quentin L. Cook
Saiba como você pode alcançar seu
destino divino e ajudar outros a fazer
o mesmo.
10 Princípios do evangelho
A Queda fazia parte
do plano de Deus
18 História de Santos, volume 3
O primeiro presidente de ramo
brasileiro em São Paulo
20 Princípios para ministrar como
o Salvador
Tornar a ministração
significativa
22 Vozes da Igreja
Histórias de fé de membros da Igreja do
mundo inteiro.
Consultores: Sharon Eubank, Walter F. González,
Jan E. Newman, Michael T. Ringwood
Diretor administrativo: Richard I. Heaton
Diretor das revistas da Igreja: Aaron Johnston
Gerente comercial: Garff Cannon
Gerente editorial: Adam C. Olson
Gerentes editoriais assistentes: Brittany
Beattie, Ryan Carr, C. Matthew Flitton, Mindy Selu
Assistente de publicações: Camila Castrillón
“Nestes dias
de dúvidas
e incertezas,
o conhecimento do
plano de felicidade
é vital para nossa
sobrevivência
espiritual.”
— Élder Quentin L.
Cook, página 9
RECURSO
24 Retratos de fé
Destaque da vida de um membro da
Igreja comum.
25 Servir na Igreja
Como podemos ajudar?
Robbie Jackson
32 Envelhecer com fé
Tranquilidade na aposentadoria
Dennis Sheffield e Christy Monson
36 Para os pais
O plano de Deus é para você
38 Tornar as escrituras uma realidade
para nossos filhos
Merrilee Browne Boyack
Experimente essas ideias para ajudar as
crianças a amar as escrituras e se relacio-
nar melhor com elas.
Editores associados: Garrett H. Garff, Chakell Wardleigh Herbert, Gerente de produção: Ammon Harris
Michael R. Morris, Richard M. Romney, Margaret Willes Produção: Ira Glen Adair, Julie Burdett, José
Estagiários editoriais: Emma E. Benson, Rachel L. Keeler Chavez, Bryan W. Gygi, Marrissa M. Smith
Diretor de arte: Tadd R. Peterson Pré-­impressão: Joshua Dennis
Diagramação: Fay P. Andrus, David Green, Colleen Hinckley, Diretor de impressão: Steven T. Lewis
Eric P. Johnsen, Scott M. Mooy, Aleni Regehr Diretor de distribuição: Nelson Gonzalez
Estagiária de diagramação: Hallie Roberts Endereço para correspondência:
Coordenadora de propriedade intelectual: Priscilla Biehl Liahona, Fl. 23, 50 E. North Temple St., Salt
da Silva Lake City, UT 84150-­0023, USA.
 VEM, E SEGUE-M
­ E
12 Encontrar Jesus Cristo no Velho
Testamento
Marissa Widdison
Cinco verdades que você pode apren-
der sobre o Salvador este ano no Velho
Testamento.
42 As bênçãos de se estudar o Velho
Testamento
Presidente Mark L. Pace
Esse livro antigo de escrituras pode ser
uma bênção e um guia para nós.
46 A Criação
Uma visão geral dos estágios da Criação.
48 Quem foi Enoque?
Alguns fatos sobre o profeta que cons-
truiu a cidade de Sião.
J O V E N S A D U LTO S
26 Lembretes simples para encontrar
seu caminho na vida
Eric B. Murdock
Embora a tomada de decisões importan-
tes possa ser desafiadora, não precisa-
mos fazê-­la sozinhos.
28 Tornar-­se emocionalmente
resiliente
María Isabel Rodríguez Bugatto
Como o curso de resiliência emocional
da Igreja me ajudou a aprender a lidar
com minha ansiedade.
Liahona, termo do Livro de Mórmon que significa “bússola” ou “guia”,
é publicada em albanês, alemão, armênio, bislama, búlgaro, cambojano,
cebuano, chinês, chinês (simplificado), coreano, croata, dinamarquês,
esloveno, espanhol, estoniano, fijiano, finlandês, francês, grego,
holandês, húngaro, indonésio, inglês, islandês, italiano, japonês, letão,
lituano, malgaxe, marshallês, mongol, norueguês, polonês, português,
quiribati, romeno, russo, samoano, suaíli, sueco, tagalo, tailandês,
taitiano, tcheco, tonganês, ucraniano, urdu e vietnamita. (A periodicidade
varia de um idioma para outro.)
© 2022 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados.
Impresso no Brasil.
A R T I G O S A P E N A S E M F O R M ATO
D I G I TA L
Na edição deste mês na Biblioteca
do Evangelho, encontre artigos sobre:
• Nosso chamado para edificar a Igreja
e criar Sião.
• Ajudar crianças e jovens que não pos-
suem o apoio do evangelho no lar.
• E se eu não tivesse seguido CO N T I N U E
o caminho “ideal”? CO N E C TA D O
Encontre edições da revista
• As bênçãos prometidas nos ajudam
em liahona.
a resistir à tentação
ChurchofJesusChrist.org.
Acesse liahona.ChurchofJesusChrist.org Utilize o link dessa
ou o aplicativo Biblioteca do Evangelho página para enviar
para ler esses artigos e mais. perguntas, comentários
ou experiências.
P U B L I C AÇ ÃO S E M A N A L PA R A Além disso, você
J O V E N S A D U LTO S pode nos contatar
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For Readers in the United States and Canada: January 2022 Vol. 46 No. 1. Publication Agreement #40017431)
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J a n e i r o d e 2 0 2 2 5
Élder
Quentin L. Cook
Do Quórum dos
Doze Apóstolos
TRILHAR O CAMINHO
DE FELICIDADE
H
á muitos anos, alguns de meus primos mais jovens foram
designados a fazer um projeto de serviço na fazenda de nosso
avô Crozier Kimball. Como recompensa, foi-­lhes prometido
um delicioso bolo caseiro de nossa avó Clara.1
Quando finalizaram a tarefa designada, eles se dirigiram à cozinha
para receber sua recompensa. Nosso avô, contudo, havia bloqueado
a porta da cozinha. Minha prima Kathy Galloway, que tinha por volta
de 14 anos na época, lembra que ele se sentou em um banco para
piano e convidou os primos a se sentarem no chão. Ele lhes agrade-
ceu por seu trabalho árduo e depois disse que tinha algo importante
para compartilhar antes de comerem o bolo.
“Haverá um tempo em sua vida quando precisarão saber e agir
com base naquilo que estou para compartilhar com vocês”, disse ele.
Ele explicou que seu avô, Heber C. Kimball (1801–1868), e outros
antepassados pioneiros enfrentaram desafios físicos difíceis. Disse
também que os pioneiros logo aprenderam que, para sobreviver,
precisavam trabalhar juntos, amar e servir uns aos outros.
“Esse é um dos grandes legados que eles deixaram para vocês!”,
ele disse com lágrimas descendo por seu rosto.
“Em meu chamado como patriarca e como seu avô, quando olho
para o futuro, (…) meu coração se entristece por vocês”, ele disse.
“Vocês enfrentarão desafios emocionais e espirituais que a maioria de
seus antepassados pioneiros jamais poderia imaginar.”
A não ser que a nova geração honre o grande legado de amor
e serviço deixado pelos pioneiros, ele acrescentou, “muitos de vocês
falharão, pois não serão capazes de sobreviver sozinhos”.
Então, com uma conexão de espírito para espírito, nosso avô
Kimball finalizou: “Precisamos uns dos outros. Além de compartilhar
6 Liahona
nosso testemunho do evangelho uns com os
outros, nosso dever é amar, servir, fortalecer,
nutrir, apoiar e suster uns aos outros, (…)
especialmente em nossa família. Lembrem-­se,
por favor, de que, nestes últimos dias, sua
própria sobrevivência depende de sua dispo-
sição de trabalhar juntos, amar e servir uns
aos outros. Agora, vamos comer bolo!”
Precisamos uns dos outros
Conforme demonstrado pela comoção
mundial que nos rodeia e assim como meu
avô Crozier Kimball previu, precisamos uns
dos outros. Precisamos de famílias amorosas,
quóruns e Sociedades de Socorro que ser-
vem, e ramos, alas e estacas solidários.
“Deus deseja que trabalhemos juntos
e que nos ajudemos mutuamente”, disse
o presidente Nelson. “É por isso que Ele nos
enviou à Terra em famílias e nos organizou
em alas e estacas. É por isso que Ele nos pede
que sirvamos e ministremos uns aos outros.
É por isso que Ele nos pede que vivamos no
mundo, mas que não sejamos do mundo.
Juntos, podemos realizar muito mais do que
FOTOGRAFIA: JIM LILLYWHITE
se estivéssemos sozinhos.” 2
A vida, em nosso segundo estado, é difí-
cil. Em razão da Queda de Adão e Eva,
Conseguimos criar filhos dignos
e promissores em qualquer lugar
no mundo se eles tiverem um firme
alicerce no Salvador.
enfrentamos espinhos e cardos, provações e tentações. Essas expe-
riências são parte do plano de felicidade, mas ajudamos uns aos
outros a resistir às tempestades da vida.
Como Adão e Eva, que foram “[enviados] para fora do jardim do
Éden” (Gênesis 3:23), fomos enviados para fora de nosso lar pré-­
mortal para esta Terra decaída. E, da mesma maneira que Adão
e Eva, regozijamo-­nos em nosso conhecimento do plano de Deus
para Seus filhos:
“E naquele dia Adão bendisse a Deus e ficou pleno; e começou
a profetizar concernente a todas as famílias da Terra, dizendo: Ben-
dito seja o nome de Deus, pois, devido a minha transgressão, meus
olhos estão abertos e nesta vida terei alegria; e novamente na carne
verei a Deus.
E Eva, sua mulher, ouviu todas essas coisas e alegrou-­se, dizendo:
Se não fosse por nossa transgressão, jamais teríamos tido semente
e jamais teríamos conhecido o bem e o mal e a alegria de nossa
redenção e a vida eterna que Deus concede a todos os obedientes”
(Moisés 5:10–11; ver também 2 Néfi 2:25).
“Parte de Seu propósito divino”
Levar a efeito nossa “imortalidade e vida eterna” é Sua grande
“obra” e (…) “glória” (Moisés 1:39). “Fazemos parte”, o presidente
Nelson ensinou, “de Seu propósito divino”.3
A Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos declararam
que, na esfera pré-­mortal, como filhos e filhas gerados em espírito,
conhecíamos e adorávamos “a Deus como [nosso] Pai Eterno” e aceita-
mos “Seu plano, segundo o qual Seus filhos poderiam obter um corpo
físico e adquirir experiência terrena a fim de progredirem rumo à per-
feição, terminando por alcançar seu destino divino como herdeiros
da vida eterna”.4 O presidente Dallin H. Oaks, primeiro conselheiro na
8 Liahona
Precisamos de famílias amorosas,
quóruns e Sociedades de Socorro
que servem, e ramos, alas e estacas
solidários.
Primeira Presidência, ensinou recentemente
que, “sob o plano de nosso Pai Celestial,
[Jesus Cristo] ‘criou os céus e a Terra’ (Dou-
trina e Convênios 14:9) para que cada um de
nós pudesse ter a experiência mortal necessá-
ria para buscar nosso destino divino”.5
As escrituras e os profetas santos dos
últimos dias deixam claro o papel fundamen-
tal de nosso corpo no plano de Deus. Nosso
destino é retornar à Sua presença com um
corpo ressurreto e exaltado para viver como
famílias para sempre.
“Nosso relacionamento com outras pes-
soas, nossa capacidade de reconhecer a ver-
dade e de agir de acordo com ela, e nossa
capacidade de obedecer aos princípios e às
ordenanças do evangelho de Jesus Cristo são
ampliados por meio de nosso corpo físico”,
disse o élder David A. Bednar, do Quórum
dos Doze Apóstolos. “Na escola da mortali-
dade, vivenciamos a ternura, o amor, a bon-
dade, a felicidade, a tristeza, a decepção,
a dor e até os desafios das limitações físicas
de modo a preparar-­nos para a eternidade.” 6
 Ensinar sobre Cristo
Nestes dias de dúvidas e incertezas,
o conhecimento do plano de felicidade é vital
para nossa sobrevivência espiritual. Entre-
tanto, não podemos esperar que o mundo
FOTOGRAFIA: WENDY GIBBS KEELER
ensine princípios de felicidade eterna a nossos
filhos. Como pais, precisamos ensinar nossos
filhos sobre sua origem e seu destino divinos.
Começamos ao ajudá-­los a desenvolver
um testemunho de Jesus Cristo e Sua Expia-
ção, que são centrais para o plano de salva-
ção. Acredito que conseguimos criar filhos
dignos e promissores em qualquer lugar no
mundo se eles tiverem um firme alicerce
no Salvador.
Em nossas reuniões familiares, durante
a oração e o estudo familiar, nas ativida-
des e tradições em família e até mesmo
em momentos de correção, “falamos de
Cristo, regozijamo-­nos em Cristo, pregamos
a Cristo, profetizamos de Cristo (…), para
que nossos filhos saibam em que fonte procu-
rar a remissão de seus pecados” (2 Néfi 25:26).
Ajudamos nossos filhos a entender que, no
plano de salvação, o arrependimento é um
“currículo de toda uma vida” 7 que traz espe-
rança e cura à medida que ele alivia a alma
e ilumina o futuro.
Ao desenvolver fé na Expiação de Cristo,
nossos filhos conhecerão que nada está per-
dido e que o Senhor os espera de braços aber-
tos. Nós os ajudamos a entender que “o que
[precisamos] deixar para trás para seguir
o caminho de volta ao [nosso] lar celestial um
dia (…) não parecerá um sacrifício”.8
Coligar os filhos de Deus
Não alcançamos nosso destino divino
sozinhos. Como santos dos últimos dias,
temos um dever especial de convidar outros
em nossa jornada rumo a nosso lar celestial.
O mundo precisa de membros da Igreja que
estejam dispostos a fazer com que a luz da Restauração brilhe por
meio de seu testemunho, seu exemplo e sua vontade de compartilhar
o evangelho. Quando brilhamos, coligamos.
“Quando falamos sobre coligação”, disse o presidente Nelson,
“estamos simplesmente nos referindo a esta verdade fundamental:
todos os filhos do Pai Celestial, nos dois lados do véu, merecem ouvir
a mensagem do evangelho restaurado de Jesus Cristo. Eles decidem
por si mesmos se desejam saber mais”.9
Assim como meu avô Crozier aconselhou, compartilhamos nosso
testemunho do evangelho de Jesus Cristo. Amamos e servimos, for-
talecemos e nutrimos, apoiamos e sustemos nossos familiares e nosso
próximo.
Ao ajudarmos outros no caminho de seu destino divino, ajudamos
a nós mesmos no mesmo caminho, para sermos “recebidos no reino
do Pai para não mais [sairmos], mas para [habitarmos] com Deus,
eternamente, nos céus” (3 Néfi 28:40). ◼
NOTAS
1. Depois que a primeira esposa de seu avô Crozier Kimball, Mary Lenora Roberts,
faleceu, ele se casou com Clara, prima de sua primeira esposa. Os filhos a chamavam
de “tia Clara”. Os netos a chamavam de “avó”.
2. Russell M. Nelson, “O que estamos aprendendo e que jamais esqueceremos”,
Liahona, maio de 2021, p. 79.
3. Russell M. Nelson, “Seu corpo: Uma dádiva magnífica a ser valorizada”,
Liahona, agosto de 2019, p. 50.
4. “A Família: Proclamação ao Mundo”, ChurchofJesusChrist.org.
5. Dallin H. Oaks, “O que nosso Salvador fez por nós?”, Liahona, maio de 2021, p. 77.
6. David A. Bednar, “Cremos em ser castos”, A Liahona, maio de 2013, p. 41.
7. Lynn G. Robbins, “Até setenta vezes sete”, Liahona, maio de 2018, p. 22.
8. José A. Teixeira, “Lembrar-­se do caminho de volta ao lar”, Liahona, maio de 2021, p. 94.
9. Russell M. Nelson, “Juventude da promessa”, devocional mundial para os jovens,
3 de junho de 2018, HopeofIsrael.ChurchofJesusChrist.org.
J a n e i r o d e 2 0 2 2 9
PRINCÍPIOS DO EVANGELHO
A Queda fazia parte do plano de Deus
Em razão da Queda, temos a oportunidade de vir à Terra e podemos,
um dia, voltar a viver com nosso Pai Celestial.
N
o Jardim do Éden, o Senhor
ordenou a Adão que não
comesse do fruto da árvore
do conhecimento do bem e do mal.
Então, Ele lhes disse: “Podes esco-
lher segundo a tua vontade, (…)
mas lembra-­te de que eu o proíbo”
(Moisés 3:17). Satanás tentou Eva
a comer do fruto da árvore. Ele lhe
disse: “Sereis como deuses, conhe-
cendo o bem e o mal” (Moisés 4:11).
Ela comeu do fruto e depois com-
partilhou dele com Adão. Deus os
expulsou do Jardim do Éden.
10 L i a h o n a
A Queda
Quando Adão e Eva deixaram
o Jardim do Éden, eles não estavam
mais na presença de Deus. Essa
separação de Deus é chamada de
morte espiritual. Deixar o jardim
também significou que Adão e Eva
haviam se tornado mortais e, assim,
eram capazes de morrer. Apesar de
Adão e Eva não estarem mais com
Deus e haverem se tornado mortais,
eles estavam felizes e esperançosos
quando perceberam que poderiam
progredir (ver Moisés 5:10–11).
“Adão caiu para que os homens exis-
tissem; e os homens existem para
que tenham alegria” (2 Néfi 2:25).
Um período de provações
Quando nascemos, vivemos
longe de Deus, assim como Adão
e Eva viveram depois da Queda.
Satanás nos tenta para fazermos
más escolhas. Essas tentações nos
dão a oportunidade de sermos tes-
tados e escolhermos entre o certo
e o errado (ver Alma 12:24). Toda
ADAM AND EVE IN THE GARDEN OF EDEN, DE ROBERT T. BARRET; ADAM AND EVE CAST OUT OF THE GARDEN, DE GARY L. KAPP, NÃO
vez que cometemos um pecado
e não nos arrependemos, nós nos
distanciamos mais do Pai Celes-
tial. Mas, se nos arrependemos,
PODE SER COPIADO; ADAM AND EVE, DE JAY BRYANT WARD; THE RESURRECTION, DE HARRY ANDERSON
aproximamo-­nos Dele.
 Também nesta
edição
Esperamos que você tenha gostado
de aprender sobre a Queda. Aqui
estão outras palavras do evangelho
desta edição:

A morte física Salvos por Jesus Cristo

Esta Terra foi criada para nós
(ver 1 Néfi 17:36). A Queda permi-
tiu que Adão e Eva cumprissem
o mandamento de Deus de ter filhos,
dando-­nos a oportunidade de vir
à Terra com um corpo físico. Nosso
corpo um dia vai morrer, mas nosso
espírito continuará a viver. Quando
ressuscitarmos, nosso corpo e nosso
espírito serão reunidos.
Por meio do poder expiatório de Tentação: Qual-
Jesus Cristo, podemos sobrepujar quer coisa que nos
a morte física e a espiritual. Porque tenta a fazer uma
Cristo ressuscitou, todos os que nas- escolha errada
cem nesta Terra serão ressuscitados (ver páginas 8, 10).
e viverão para sempre. E, em razão
de Cristo ter sofrido por nossos
pecados, podemos nos arrepender
e ser perdoados para que possa-
mos viver com nosso Pai Celestial
novamente. Coligação: Convidar
outros a se juntarem
a nós no evangelho.
Podemos ajudar a coli-
gar outros por meio do
trabalho missionário
(ver páginas 9, 16).

NAS ESCRITURAS Jeová: O nome do Deus

de Israel, Jesus Cristo
O que teria acontecido se Adão e Eva não tivessem comido do fruto da árvore
(ver páginas 12, 42).
do conhecimento do bem e do mal? (Ver 2 Néfi 2:22.)
Quais são algumas bênçãos da Queda? (Ver Moisés 5:10–11.)
O que aconteceria conosco se não tivéssemos as bênçãos da Expiação de Cristo?
(Ver 2 Néfi 9:7–10.)

J a n e i r o d e 2 0 2 2 11
 ENCONTRAR
JESUS CRISTO
NO
VELHO TESTAMENTO
Estas cinco verdades podem nos ajudar a conhecer nosso
Salvador em nosso estudo das escrituras este ano.
Marissa Widdison
Revistas da Igreja
U
m dia, Jesus Cristo encontrou dois
de Seus discípulos em uma estrada
entre Jerusalém e Emaús. Enquanto
caminhavam, Ele os ensinou sobre Seu papel
conforme descrito nas escrituras que atual-
mente chamamos de Velho Testamento.
“E começando por Moisés, e por todos os
profetas, explicava-­lhes em todas as escritu-
ras o que dele estava escrito” (Lucas 24:27).
Aprender sobre o Salvador e Sua missão
foi uma experiência espiritual profunda
para os discípulos, e eles Lhe implora-
ram que ficasse com eles por mais tempo
(ver Lucas 24:28–32).
Assim como os primeiros seguidores de
Cristo, temos a oportunidade de conhecer
nosso Salvador de maneira mais significativa
ao examinarmos o Velho Testamento este
ano. Esse registro, acompanhado dos livros
de Moisés e Abraão na Pérola de Grande
Valor, oferece-­nos uma compreensão mais
plena de quem Ele é — Sua natureza, Seu
relacionamento com Seu Pai e com cada
12 L i a h o n a
um de nós. Precisamos dessa compreen-
são para receber a dádiva da vida eterna
(ver João 17:3).
A seguir, estão cinco verdades que nos aju-
darão a reconhecer e melhor compreender
Jesus Cristo nesse livro antigo e sagrado.
Primeira verdade: Jesus Cristo é Jeová
No Novo Testamento, lemos sobre quando
Jesus Cristo Se identificou certa vez como
Jeová (ver João 8:58, nota de rodapé b ).
As pessoas se escandalizaram e procuraram
apedrejá-­Lo por blasfêmia (ver João 8:59).
LIGHT OF THE WORLD, DE WALTER RANE, NÃO PODE SER COPIADO
Elas não perceberam a preciosa verdade que
continua a ser mal interpretada por muitos
atualmente: que Jesus Cristo é Jeová, o Deus
do Velho Testamento.1
Talvez parte da razão pela qual a iden-
tidade do Salvador seja, com frequência,
incompreendida no Velho Testamento é por-
que o nome “Jesus Cristo” não é usado no
registro. Em vez disso, os autores usaram
vários títulos para se referir a Ele, tais como
Late text change — Credit:
Please translate new text
Christ with Arms Folded, by Rembrandt van Rijn, photo © Fine Art Images/Bridge-
man Images Light of the World, by Walter Rane, may not be copied
 “Deus”, “Eu Sou” ou “o Senhor”.2 Quando
entendemos isso, começamos a enxergar
Jesus Cristo mais claramente no Velho testa-
mento. Por exemplo:
• Quando Moisés conversou com “Deus”
na sarça ardente, ele estava falando
com Jesus Cristo (ver Êxodo 3:6).3
• Do mesmo modo, Jesus Cristo
Se identificou como o “Grande
Eu Sou” para Joseph Smith
Pão e água aparece- (Doutrina e Convênios 29:1).
ram milagrosamente • João Batista foi chamado para preparar
para alimentar o caminho “do Senhor” (Mateus 3:3).
e refrescar o profeta
Isso é em cumprimento de Isaías 40:3,
Elias, lembrando-­
nos que Jesus que profetiza de Jesus Cristo.
Cristo é a Água Viva • Ver o quadro na página 17 para mais
e o Pão da Vida. exemplos de Jeová nas escrituras.
14 L i a h o n a
Segunda verdade: Os objetos e eventos
podem nos ensinar sobre o Salvador
O Velho Testamento é abundante em sím-
bolos e histórias que nos lembram da ajuda
que o Salvador oferece. Por exemplo:
• Muitas escrituras descrevem momentos
em que pessoas fiéis foram ordenadas
a sacrificar animais como parte de
sua adoração. Por exemplo, os filhos
de Israel foram ordenados a sacrifi-
car um cordeiro e marcar o umbral
de suas portas com o sangue do cor-
deiro. Aqueles que fizeram isso foram
protegidos de uma praga mortal no
Egito. Esses sacrifícios nos relembram
que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus,
consentiu que Ele fosse morto como
THE PROPHET ELIAS, DE DANIELE DA VOLTERRA, GALERIA UFFIZI
 parte de Sua Expiação. Seu sacrifício
ADAM AND EVE OFFERING SACRIFICES, DE KEITH LARSON
nos redime da morte física e espiritual
(ver Êxodo 12:13).
• Quando o profeta Elias precisou fugir
e se esconder no deserto para salvar
sua vida, ele se entristeceu e disse que
preferia estar morto. Enquanto dormia,
pão e água milagrosamente apare-
ceram para alimentá-­lo e refrescá-­lo,
fortalecendo-­o para que prosseguisse.
Isso nos lembra que Jesus Cristo
é a Água Viva e o Pão da Vida. Ele
é nossa fonte suprema de esperança
(ver 1 Reis 19:1–8).4
• “A tua palavra é lâmpada para os
meus pés”, um salmista declarou (Sal-
mos 119:105; grifo do autor). Miqueias
testificou: “Se eu morar nas trevas,
o Senhor será a minha luz” (Miqueias
7:8; grifo do autor). Suas palavras nos
lembram de que Jesus Cristo é a Luz do
Mundo, que nos guia de volta ao nosso
lar celestial.
Ao ler o Velho Testamento, você poderá
descobrir outras coisas que lembrem Jesus
Cristo e Sua capacidade de nos salvar — como
a família de Noé que foi salva do Dilúvio por
meio da arca; ou quando o Senhor deu tempo
para Jonas se arrepender enquanto estava
dentro da baleia. Esses eventos nos lembram
que o Salvador pode nos orientar pelas
tempestades da vida e que Ele sempre nos
dá oportunidades de voltarmos ao caminho
certo (ver Gênesis 7:1; Jonas 1:17).
Terceira verdade: Jeová é um Deus pessoal
Às vezes, pode parecer que o Deus do
Velho Testamento está irado ou é vingativo.
Devemos entender que os autores origi-
nais do livro pertenciam a culturas antigas,
com costumes e descrições que podem ser
Adão e Eva foram
ordenados a sacrificar
animais como parte de
sua adoração. Esses
sacrifícios nos relem-
bram que Jesus Cristo,
o Cordeiro de Deus,
consentiu que Ele fosse
morto como parte de
Sua Expiação.
difíceis de entender plenamente nos dias de
hoje. O manual Vem, e Segue-­Me, os debates
em grupo e o esclarecimento do Espírito
Santo podem nos ajudar a harmonizar o que
lemos no Velho Testamento com o que sabe-
mos sobre Jesus Cristo de outros livros de
escritura.
E eis uma característica notória de Jeová
que será familiar para os que estudam sobre
o Salvador: Ele é um Deus pessoal. Sua inter-
venção, seja de maneira simples ou majes-
tosa, mostra como Ele está sempre pronto
para livrar aqueles que confiam Nele. Eis
alguns exemplos de Seu ministério no Velho
Testamento:
• Depois que Adão e Eva transgrediram,
o Senhor os vestiu, ou os cobriu, com
túnicas de pele (ver Gênesis 3:21).
A palavra hebraica para “Expiação”
significa “cobrir” ou “perdoar”.
• Ele convidou Enoque para caminhar
com Ele (ver Moisés 6:34) e tomou para
Si o povo de Sião (ver Moisés 7:69).
• Ele preparou José para salvar sua
família e muitos outros da fome
(ver Gênesis 37–46).
• Ele conduziu os filhos de Israel pelo
deserto (ver Êxodo 13:21–22).
• Ele visitou Aarão e Miriã para
fortalecer sua fé no profeta vivo
(ver Números 12:5).
J a n e i r o d e 2 0 2 2 15
DESCUBRA MAIS • Ele guiou Rute e preservou Sua
Ver “Seção especial linhagem por meio da semente dela
A: Quem é o Deus (ver Rute 3:10–11; 4:14–17).
do Velho Testa- • Ele chamou o menino Samuel pelo
mento?”, O Velho nome (ver 1 Samuel 3:3–10).
Testamento, Manual • Ele fortaleceu Ester para corajosamente
do Aluno: Gênesis salvar seu povo (ver Ester 2:17; 8:4–11).
a 2 Samuel, 1984,
Quarta verdade: Jesus Cristo nos
pp. 43–46.
ajuda a lutar nossas batalhas
Às vezes, nosso cotidiano parece uma
batalha. De fato, estamos em meio a uma
batalha espiritual entre o bem e o mal, não
tão diferente das guerras descritas no Velho
Testamento. Como os soldados da antigui-
dade, clamamos: “Jeová, sê nosso guia”.5 Nas
escrituras a seguir, ouvimos Sua resposta
tranquilizadora:
• “Não te deixarei nem te desampararei”
( Josué 1:5).
• “Não temais, nem vos assusteis por
causa desta grande multidão, pois
a peleja não é vossa, senão de Deus”
(2 Crônicas 20:15).
• “Eu te fortaleço (…) e te sustento”
(Isaías 41:10).
• “Estou contigo para te livrar”
( Jeremias 1:8).
Quinta verdade: As promessas
do Senhor continuam
Estamos mais conectados com os povos
fiéis do Velho Testamento do que pensamos.
Os profetas da antiguidade aguardaram
a vida mortal de Jesus Cristo e escreveram
sobre ela. Isaías, por exemplo, descreveu
o Senhor com palavras tão poderosas
que elas se tornaram parte da música que
compartilhamos na Páscoa e no Natal
(ver Isaías 7; 9; 40 e 53).6
16 L i a h o n a
Como esses profetas, também aguardamos
a vinda de Cristo — desta vez, esperando
Seu retorno para reinar pessoalmente sobre
a Terra.7 E, ao prepararmos o mundo para
Sua Segunda Vinda, obtemos força nas ver-
dades e promessas registradas previamente
no Velho Testamento, como:
• As bênçãos patriarcais, com uma decla-
ração da casa de Israel à qual perten-
cemos. O convênio que o Senhor fez
com Abraão há milhares de anos se
aplica a nós atualmente como membros
da Igreja do convênio, independente-
mente da tribo da qual fazemos parte
(ver Gênesis 13:14–17; Abraão 2:9–11).
• O mandamento de guardar o Dia
do Senhor, o qual Ele disse que seria
“um sinal entre mim e vós nas vos-
sas gerações; para que saibais que
eu sou o Senhor, que vos santifica”
(Êxodo 31:13).
• Abluções, unções e vestimentas sagra-
das, que são parte da adoração no
templo atualmente, foram dados pri-
meiramente a Aarão e sua posteridade
(ver Levítico 8).
Pense em quantos homens e mulheres
justos se sacrificaram para nos trazer até este
ponto da história humana. Edificamos sobre
seus sagrados esforços e compartilhamos
sua visão de um mundo dirigido pelo Salva-
dor. Como o presidente Russell M. Nelson
ensinou: “Após cerca de 4.000 anos de espera
e preparação, este é o dia indicado em que
o evangelho deverá ser levado para as nações
da Terra. Este é o momento da prometida
coligação de Israel. E podemos participar!” 8
CHRIST IN A RED ROBE, DE MINERVA TEICHERT, CORTESIA DO MUSEU DE HISTÓRIA DA IGREJA
Um ano grandioso de estudo
Temos em nossas mãos a história do início
da humanidade — nossa história como cris-
tãos do convênio. Graças à Expiação de Jesus
Cristo, sabemos como essa grandiosa jornada
se encerrará. Satanás será destruído, e os jus-
tos serão vitoriosos. Mas como nossa história
pessoal se desdobrará?
Escolheremos caminhar com Jesus Cristo
este ano? Rogaremos que Ele fique conosco,
ouvindo com entusiasmo o que Ele ensinar?
Ele é o Salvador amoroso e pessoal, cuja
voz ouvimos em Doutrina e Convênios, de
Quem a vida está registrada no Novo Testa-
mento e cujos ensinamentos são claramente
ensinados no Livro de Mórmon. Com um
pouco de treino, também seremos capazes de
perceber Seu ministério entrelaçado nas pági-
nas do Velho Testamento. Ele é o centro do
passado, do presente e do futuro da huma-
nidade. Ele esteve — e sempre estará — ao
nosso lado em cada passo da jornada. ◼
JEOVÁ NAS ESCRITURAS
Velho
Responsabilidade
Testamento
Criador do mundo Neemias 9:6
Salvador Oseias 13:4
Redentor Isaías 43:14
Transpassado por nós Zacarias 12:10
Conquistou a morte Oseias 13:14
Marido ou noivo Isaías 54:5
Alfa e Ômega, o Isaías 44:6
primeiro e o último
NOTAS
1. Ver o segundo parágrafo de “O Cristo Vivo: O Testemu-
nho dos Apóstolos”, ChurchofJesusChrist.org.
2. Em traduções no português, as referências a Jesus
Cristo são geralmente escritas em letras maiúsculas
como “SENHOR”. Em 1 Samuel 1:15, encontramos
dois exemplos da palavra “senhor” referindo-­se a uma
pessoa e “SENHOR” fazendo referência a Jesus Cristo.
Ver também James E. Talmage, Jesus, o Cristo, 1971, p. 36.
3. Em versões da Bíblia publicadas pela Igreja, as notas de
rodapé podem ajudar a esclarecer quando as escrituras
se referem ao Salvador. Por exemplo, ver Êxodo 3:6,
nota de rodapé a.
4. Para mais informações sobre o simbolismo dessa histó-
ria, ver Marissa Widdison, “The Bread and the Water of
Hope”, Ensign, setembro de 2019, p. 56.
5. “Jeová, sê nosso guia”, Hinos, nº 40.
6. Alguns versículos de Isaías foram usados na letra do
oratório Messias, de Handel.
7. Ver Regras de Fé 1:10.
8. Russell M. Nelson, “Convênios”, A Liahona, novem-
bro de 2011, p. 88.
Escrituras santos dos últimos
Novo Testamento
dias
João 1:1, 3 Mosias 3:8
Lucas 2:11 1 Néfi 13:40
Gálatas 3:13 Doutrina e Convênios 18:11
João 19:34–37 3 Néfi 11:13–14
1 Coríntios 15:20–22 2 Néfi 9:10–12
Apocalipse 19:7 Doutrina e Convênios 65:3
Apocalipse 1:8 Doutrina e Convênios 35:1
J a n e i r o d e 2 0 2 2 17
HISTÓRIA DE SANTOS, VOLUME 3

O primeiro presidente de ramo brasileiro em

São Paulo

O texto a seguir é um trecho do volume 3 de Santos, que será lançado no início de

2022. O cenário deste relato é o ano de 1943 no Brasil. Cláudio e Maria dos Santos
conheceram a Igreja e se filiaram a ela em São Paulo. Os missionários estavam
sendo enviados de volta para casa em razão da Segunda Guerra Mundial, e líderes
locais eram realmente necessários. (Alguns dos procedimentos descritos aqui são
diferentes daqueles que a Igreja segue atualmente. Consulte o Manual Geral
para orientação.)

N
ão muito tempo depois que
Cláudio e Maria dos Santos
foram batizados em São
Paulo, Brasil, o presidente de mis-
são, William Seegmiller, perguntou
a Cláudio se ele gostaria de ser um
élder. Cláudio ficou surpreso, mas
disse: “Sim”. Tendo frequentado
a Igreja por apenas alguns meses,
Cláudio não sabia exatamente o que
significava ser um élder. Ele sabia
que os missionários eram chamados
de “élder”, que eram jovens admirá-
veis e dedicavam a vida a Deus. Se
isso era ser um élder, era isso que ele
desejava ser.1
Na manhã do domingo seguinte,
um pouco antes da Escola Domini-
cal, o presidente Seegmiller o orde-
nou ao ofício de élder no Sacerdócio
de Melquisedeque. Quando termi-
nou, ele disse: “Agora vamos prepa-
rar o sacramento e nos organizarmos
para a Escola Dominical”.
Cláudio ficou um pouco desnor-
as instruções do presidente e reali-
zou sua primeira responsabilidade
do sacerdócio.
Naquela noite, durante a reunião
sacramental do ramo, o presidente
Seegmiller solicitou a ajuda de Cláu-
dio novamente. Desta vez, para que
ele traduzisse à medida que o presi-
dente falasse aos membros em inglês.
Cláudio ainda estava aprendendo
inglês e nunca havia traduzido antes,
mas concordou em fazê-­lo.2
No início da reunião, o presidente
Seegmiller pediu aos membros que
apoiassem a ordenação de Cláudio.
Para surpresa de Cláudio, ele com-
preendeu o presidente Seegmiller
claramente e facilmente transmitiu
as palavras em português.
Depois, o presidente Seegmiller
falou à congregação que, no ano
anterior, ele havia escrito uma carta
à Primeira Presidência informando
que não havia um número sufi-
ciente de portadores do sacerdócio
a carta. Homens como Cláudio
haviam provado que ele estava
errado. “Agora”, ele lhes garantiu,
“tenho que escrever outra carta
à Primeira Presidência”.
O presidente Seegmiller conti-
nuou: “Hoje, o irmão Cláudio foi
ordenado élder. Vocês o apoiarão
como o primeiro presidente de ramo
brasileiro de São Paulo?”
Cláudio traduziu as palavras,
mas ficou chocado. Ele pensou em
sua inexperiência. “Que conheci-
mento tenho?”, ele se perguntou.
Ele conhecia a história de Joseph
Smith, mas nunca havia lido o Livro
de Mórmon. A única coisa que tinha
a oferecer era seu entusiasmo pela
restauração do evangelho e, talvez,
isso era tudo o que o Senhor preci-
sava dele.
Ele olhou para a congregação
e viu as pessoas levantando a mão
como sinal de apoio a seu chamado.
Ele se sentiu honrado. Talvez não
ILUSTRAÇÕES: GREG NEWBOLD

teado. Tudo estava acontecendo tão que falavam português no Brasil soubesse muito, mas estava disposto
rápido, e ele não sabia muito bem para apoiar os ramos. Ele agora se a trabalhar.3
o que estava fazendo. Mas seguiu sentia envergonhado de ter escrito

18 L i a h o n a

As responsabilidades de Cláudio
começaram imediatamente. Ele diri-
gia as reuniões dominicais e aben-
çoava o sacramento. Um missionário
ensinou Cláudio a ler música, e ele
logo sabia tocar um repertório de
aproximadamente 20 hinos no órgão
para acompanhar os membros de
São Paulo. No início, ele tinha ape-
nas um conselheiro para ajudá-­lo,
mas os dois homens fizeram seu
melhor para conciliar as responsa-
bilidades profissionais e familiares
enquanto ministravam aos membros
espalhados pela grande cidade.
NOTAS
Apesar de sua inexperiência,
Cláudio acreditava que Deus tinha
um propósito ao chamá-­lo para
liderar o ramo. “Se a é Igreja verda-
deira, se há um Deus no comando,
Ele tinha que escolher alguém”, ele
falava para si mesmo. “Ele tinha que
escolher alguém com entusiasmo,
que poderia receber a responsabili-
dade e realizar o trabalho.” 4 ◼
Quando o volume 3 for publicado,
uma lista completa de obras e tópicos
citados estará disponível em santos.
ChurchofJesusChrist.org.
1. Santos, Memories of Cláudio M. dos Santos,
p. 2; Woodworth, “Cláudio Martins dos
Santos”, p. 2; Santos, Entrevista, p. 2.
2. Woodworth, “Cláudio Martins dos Santos”,
p. 2; Santos, Memories of Cláudio M. dos
Santos, p. 2; Santos, Entrevista, p. 2; Cláudio
Martins dos Santos, Certificado de ordena-
ção, 30 de janeiro de 1944.
3. Woodworth, “Cláudio Martins dos Santos”,
p. 2; Santos, Memories of Cláudio M. dos
Santos, pp. 2–3; Santos, Entrevista, pp. 2,
5; William W. Seegmiller para a Primeira
Presidência, 11 de janeiro de 194[3], Corres-
pondência da Missão Brasileira, Biblioteca
de História da Igreja.
4. Santos, Memories of Cláudio M. dos Santos,
pp. 3–4; Woodworth, “Cláudio Martins
dos Santos”, pp. 2–3; Santos, Entrevista,
pp. 2–3, 5.
19
PR INCÍPIOS PAR A MINIS TR AR COMO O S ALVADOR

Tornar a ministração
significativa
Se você não tem certeza se sua ministração
é significativa, considere estas ideias.

É fácil questionar se nossa ministração faz a diferença, especial-

mente quando estamos passando por nossas próprias dificuldades.
Antes que precisasse usar a cadeira de rodas, eu adorava ver circu- Com a ajuda Dele, você é mais do
lar a lista para serviço voluntário na Sociedade de Socorro. Eu geral-
que capaz
É normal nos sentirmos incapazes
mente colocava meu nome para participar de algum serviço. Era
de fazer o trabalho do Senhor. O pro-
meu jeito de demonstrar minha disposição de “carregar os fardos uns
feta Enoque também se sentiu assim.
dos outros” (Mosias 18:8).
Quando o Senhor lhe ordenou a cha-
Não era culpa da lista o fato de eu não poder mais colocar meu
mar o povo ao arrependimento, ele

A CIDADE DE SIÃO É TRANSLADADA, DE DEL PARSON; FOTOGRAFIA DE UMA LUPA: GETTY IMAGES
nome. Na verdade, eu não conseguia escrever meu nome. Em razão
se preocupou, pois era “um menino
de minha deficiência, não conseguia nem mesmo segurar a pran-
e todo o povo odeia-­me, pois sou lento
cheta com a lista. Ninguém esperava que eu escrevesse meu nome
no falar” (Moisés 6:31).
nela. Mas, oh, como eu desejava fazê-­lo! O serviço nos envolve com
Contudo, o Senhor prometeu que
o amor de Deus e nos conecta com outras pessoas. Eu mesma preci-
estaria com Enoque e que Seu Espírito
sava desesperadamente desse sentimento de conexão.
estaria sobre ele e, “portanto, todas as
Por eu precisar de ajuda para cuidar de mim, o esforço necessário
tuas palavras justificarei”. Ele fez o con-
para que outros me ajudassem a servir não parecia válido. Aquela
vite, “anda comigo” (Moisés 6:34).
lista era um lembrete do que eu não conseguia mais fazer — pelo
Enoque foi obediente ao que
menos até minha irmã ministradora perceber meu desejo.
o Senhor havia ordenado e se tornou
Ela me perguntou o que eu gostaria de fazer para servir, e não ape-
uma grande influência para o povo,
nas se eu precisava de ajuda. Depois, escreveu meu nome na lista. Ela
não em razão de seu próprio poder,
veio à minha casa e me ajudou a preparar as refeições que me ofereci
mas devido ao “poder da linguagem
para preparar para outras pessoas. Em momento algum, ela sugeriu
que Deus lhe dera” (Moisés 7:13).
que eu precisava de ajuda a tal ponto que me impedisse de auxiliar
outras pessoas. Ela ficou feliz em passar um tempo comigo.
No final, percebi que meus esforços valeram a pena. Com a ajuda
de minha irmã ministradora, fui capaz de fazer algo. Se aquilo teve
ou não valor para alguém, não sei, mas fez diferença para mim.
Embora não tenha beneficiado diretamente minha família ou curado
meu corpo, servir me ajudou a curar meu coração.

EmRee Pugmire
Utah, EUA

20 L i a h o n a
Princípios a serem considerados NOTAS
1. Ver Russell M. Nelson, “Ministrar
Se você não tem certeza se sua ministração é significativa, considere
com o poder e a autoridade de Deus”,
estes princípios: Liahona, maio de 2018, p. 68.
1. Compreender a ministração e seu propósito nos ajudará a avaliar nossos 2. Para aprender mais sobre Oliver Gran-
ger e como Deus mede nosso sucesso,
esforços com mais precisão.
leia Boyd K. Packer, “Um destes Meus
• A ministração é mais do que desenvolver relacionamentos fortes; é aju- pequeninos irmãos”, A Liahona, novem-
dar outros a fortalecer o relacionamento deles com o Salvador.1 bro de 2004, p. 86.
3. Henry B. Eyring, “Estar à altura do
• A ministração não é apenas uma designação; é como vivemos nossos chamado”, A Liahona, novembro
convênios de servir a Ele cuidando uns dos outros. de 2002, p. 77.
• A ministração não segue um formato predeterminado. Ela se flexibiliza
à medida que nos adaptamos à situação e buscamos inspiração para
ministrar como o Salvador faria.
2. Compreender como Deus vê nossa ministração pode mudar nossa
perspectiva.
• Deus não mede nossa ministração com base em resultados espetacu-
lares ou se nossos esforços são reconhecidos (ver o exemplo de Oliver DESCUBRA MAIS
Granger em Doutrina e Convênios 117:12–13).2 Saiba mais sobre o que Deus
• Quando nosso desejo é bom e nos esforçamos verdadeiramente, nossa espera de nós em nossos esforços
ministração é significativa para Ele (ver Doutrina e Convênios 4:2, 5). para ministrar. Leia:
• Deus está disposto a magnificar até mesmo se “seu trabalho pareça • Russell M. Nelson, “Ministrar
pequeno ou insignificante” 3 (ver Doutrina e Convênios 123:17). com o poder e a autoridade
de Deus”, Liahona, maio
de 2018, p. 68.
• Jeffrey R. Holland, “Estar com
[eles] e fortalecê-­los”, Liahona,
O que podemos fazer? maio de 2018, p. 101.
Em vez de se preocupar com o que você acha que não consegue fazer, • Jean B. Bingham, “Ministrar
em espírito de oração, pense no que você consegue fazer. E, então, aja. tal como o Salvador”, Liahona,
À medida que você agir em nome do Senhor, Ele pode magnificar seus maio de 2018, p. 104.
esforços e usá-­los para abençoar você e outras pessoas (ver 2 Néfi 32:9). ◼

J a n e i r o d e 2 0 2 2 21
VOZES DA IGREJA

A almofada
no chão
Corina Bolivar, Santiago, Chile

Não havia problema algum em ajudar minha

mãe com as tarefas domésticas, mas por que
eu sempre encontrava uma almofada no chão?

P
or muitos anos, visitei a casa de minha mãe para
ajudar com as tarefas domésticas. Ela tem 80 anos e
é membro fiel de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias.
Minha mãe vive sozinha desde que meu pai faleceu.
Sua grande satisfação é visitar a casa de cada um de seus
três filhos, passar tempo com eles e os netos, e preparar
refeições que nos alegram.
Sempre que eu ia à casa de minha mãe para limpar
e me certificar de que tudo estava bem, eu encontrava
uma velha almofada no chão. Todas as vezes, eu pegava
a almofada, colocava sobre a poltrona e reclamava para
mim mesma sobre o descuido de minha mãe.
Na visita seguinte, quando voltava para ajudá-­la,
encontrava a almofada novamente no chão. Nunca falei
com minha mãe sobre isso, mas um dia finalmente des-
cobri a razão de sempre encontrar a almofada no chão.
Minha mãe precisava de algo macio em que pudesse
se ajoelhar para orar. Ela era uma mulher idosa, mas sua
fé inabalável a colocava de joelhos para orar todos os
dias. Orava por seus filhos e netos. Orava por seus ami-
gos. Orava por aqueles que mais precisavam de ajuda.
E orava por aqueles que ela sempre amou e dos quais,
mesmo em sua idade avançada, ainda cuidava.
Hoje em dia, não reclamo mais quando vejo uma
almofada no chão. Às vezes, eu mesma me ajoelho na
superfície macia da almofada para orar ao Pai Celestial
e expressar minha gratidão pela fé e pelo exemplo de
minha mãe. ◼

22 L i a h o n a
 Eles têm um Livro de Mórmon aqui!
Nathan Cordner, Massachusetts, EUA

Ao segurar o Livro de Mórmon nas mãos, senti meus fardos serem tirados de mim pelo calor do amor do Salvador.

E m um sábado, em meio ao inverno, minha esposa

e eu aproveitamos um dia de sol, porém frio, para
conhecer melhor nossa vizinhança. Tínhamos viajado
casal era que seu testemunho fosse lido por aqueles que
não eram de nossa religião. Possivelmente, eles deram
essa cópia para alguém que conheciam. Quem sabe
recentemente milhares de quilômetros em mudança quantas vezes o livro havia passado de uma pessoa para
para a costa leste dos Estados Unidos buscando oportu- outra ou quantos quilômetros havia viajado até chegar
nidades acadêmicas e profissionais. à biblioteca da universidade?
Decidimos caminhar para uma universidade próxima Ao segurar o livro em minhas mãos, meu coração se
que nenhum de nós havia visitado ainda. Em pouco encheu do Espírito. Por um momento, senti meus fardos
tempo, encontramos a biblioteca principal da univer- serem tirados de mim pelo calor do amor do Salvador.
sidade. Gostamos muito de ler, e minha esposa, uma Aquele dia na biblioteca ainda continua a me lembrar
estudante de pós-­graduação, ficou curiosa para ver que das bênçãos que recebo ao ler o Livro de Mórmon e da
recursos ela poderia encontrar para seus estudos. Devido importância de compartilhar meu testemunho dele.
a seus estudos sobre história religiosa, olhamos os livros Nossos testemunhos podem cair “em pedregais” ou “em
na seção sobre religião da biblioteca. Ao olharmos boa terra” (ver Mateus 13:3–9), mas é importante que os
rapidamente para alguns dos títulos interessantes, um compartilhemos. Deus Se certificará que os testemunhos
pequeno livro com uma capa azul conhecida chamou serão transmitidos no tempo certo, no lugar certo, para
minha atenção. a pessoa certa. ◼
“Eles têm um livro de Mórmon aqui!”, sussurrei
emocionado.
Tirei o livro da estante. Era uma cópia mais antiga
e me perguntei há quanto tempo estaria ali. O que
realmente chamou minha atenção foi um
pequeno encarte colado no lado de den-
tro da capa.
O encarte era um breve testemunho
de um casal de Blackfoot, Idaho, EUA.
Em seu testemunho, eles explicaram
o que o Livro de Mórmon é e por
que é importante. Eles comparti-
lharam um breve, porém poderoso
testemunho do livro, e convidaram
FOTOGRAFIA: JACOB A. BROWN

o leitor a orar para saber se ele era

verdadeiro.
Suas palavras eram simples, mas
a mensagem atingiu diretamente
meu coração. Talvez o objetivo do
 RETR ATOS DE FÉ

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Ed Bravenec, Texas, USA Please translate new text
The rest of the story

Ed Bravenec, Texas, EUA O restante da história.

FOTOGRAFIA: CARTER HYDRICK

Alguns problemas de saúde fizeram com que Ed Bravenec perdesse vários dedos
das mãos, dois dedos do pé e uma de suas pernas. Porém, esse pesado desafio não
enfraqueceu sua fé ou o impediu de magnificar seu chamado como organista da ala.
“Toco para transmitir meu testemunho e o amor de Deus”, disse ele.
Late text change — Credit:
Please translate new text
Photograph by TBD Carter Hydrick
 SERVIR NA IGREJA
Como podemos ajudar?
Robbie Jackson
Como um jovem missionário, eu enxergava o serviço
como algo a ser agendado em vez de algo que
oferecemos quando necessário.
E nquanto me preparava para ensi-
nar uma lição na reunião familiar,
quis dar aos meus filhos um pouco
da perspectiva do rigor e dos desa-
fios diários do trabalho missionário.
Ao abrir meu diário missionário para
procurar um exemplo adequado,
encontrei um resumo de um dia
bem comum.
Primeiro, meu companheiro e eu
fomos ver Maria, que estava lavando
roupa. “Vocês poderiam passar aqui
mais tarde?”, ela perguntou.
Fomos visitar outro pesqui-
sador, mas ele estava dormindo.
Quando voltamos para a casa de
Maria, por volta das 11 horas e 30
minutos da manhã, ela ainda estava
lavando roupas.
Mais tarde, às 3 horas da tarde,
tínhamos um compromisso com
ILUSTRAÇÃO: KATHLEEN PETERSON
outro pesquisador. Quando chega-
mos, ele estava fabricando graxa.
“Estou muito ocupado agora”,
ele nos disse. “Vocês podem
voltar depois?”
Voltamos à casa de Maria, mas,
desta vez, ela estava lavando os
pratos. Então, fomos visitar
outro pesquisador chamado
Junior. Ele estava ocupado
na cozinha.
“Pode ser amanhã?”, ele
nos perguntou.
Escrevi em meu diário: “Fizemos
um esforço para planejar direito,
fazer o melhor que podíamos para
cumprir nossos compromissos e cria-
mos o plano B e o plano C. Oramos
pedindo inspiração. Deve haver
um jeito mais prático de ajudar
as pessoas”.
Ao reler aquelas experiências com
olhos mais maduros, sorri. A lição
que eu pretendia ensinar aos meus
filhos sobre desenvolver resiliência
para enfrentar a decepção parecia,
agora, menos importante que a lição
que eu acabara de aprender.
Meu apelo indignado há 30 anos
agora me parecia engraçado. A res-
posta para minha irritação estava
bem ali, em minha oração. Ao pen-
sar sobre meu “eu” mais jovem,
refleti: “Élder Jackson, e se você
tivesse procurado ajudar as pessoas
socorrendo-­as em um momento
de necessidade?”
Atualmente, se meu companheiro
e eu encontrássemos Maria lavando
as roupas ou os pratos, diríamos:
“Como podemos lhe ajudar?”
Hoje, se o homem com quem
tínhamos um compromisso estivesse
fabricando graxa, exclamaríamos:
“Você pode nos ensinar? Adoraría-
mos ajudar!”
Se encontrássemos Junior hoje,
ocupado preparando a comida, diría-
mos: “Estamos aqui para servi-­lo!
O que gostaria que fizéssemos?”
Como um jovem missionário, eu
enxergava o serviço como algo a ser
agendado em vez de algo que ofe-
recemos quando necessário. Hoje,
procuro ensinar as pessoas sobre
o amor de Jesus Cristo mostrando
o amor Dele por elas. ◼
O autor mora em Utah, EUA.
J a n e i r o d e 2 0 2 2 25
JOV E N S A DULTOS

Lembretes Descobrir o que você

simples para quer fazer na vida pode

ser estressante. Feliz-
encontrar mente, você não precisa

seu caminho
fazer isso sozinho.

na vida
Eric B. Murdock

M
Revistas da Igreja

ilhões de pessoas no mundo assistiram na

televisão quando os primeiros humanos
andaram na Lua. Meu pai foi um deles. De
repente, com apenas 7 anos, ele sabia o que
queria fazer na vida.
Quando descobriu que muitos astronautas começavam
como pilotos de caça, ele decidiu de imediato em que área
gostaria de se concentrar na escola — engenharia aeroes-
pacial. Por fim, ele se tornou um piloto de caça da Marinha
dos Estados Unidos com o sonho de ser um astronauta.
À medida que crescia, senti que minha vida precisava
ser planejada também. Mas, para mim, não foi fácil decidir
o que queria fazer. Sentia que não era inteligente, dedicado
ou corajoso o suficiente para estabelecer um rumo para
minha vida e me ater a ele. Para ser honesto, às vezes,
ainda tenho dificuldades com isso.
Ao ficar mais velho, aprendi que muitos jovens se sen-
tem do mesmo modo. Poucas pessoas sabem exatamente
que caminho percorrer desde cedo. A maioria de nós des-
cobre isso com o passar do tempo. E tudo bem! Felizmente,
não precisamos fazer isso sozinhos. Há ajuda ao longo
do caminho.

26 L i a h o n a
 Lembrar o que é mais
importante
Com frequência, eu me sentia inseguro sobre que dire-
ção eu desejava seguir, e isso me deixava desconfortável.
Sentia que devia fazer outra coisa ou estar em outro lugar.
Era como se tivesse apenas uma coisa que o Pai Celestial
queria para mim e, se eu não fizesse, todas as minhas
oportunidades ficariam eternamente comprometidas.
Como pode imaginar, isso criou muita ansiedade desne-
cessária em minha vida!
Então, aprendi que o Pai Celestial abençoou a cada
um de nós com dons espirituais e que há muitas coisas
boas que podemos fazer para agradá-­Lo. Não precisa-
mos nos preocupar em encontrar um único caminho em
nossa vida. Enquanto estivermos vivendo o evangelho,
fazendo e guardando convênios sagrados, Ele nos ajudará
a tirar o maior proveito de onde estamos agora e saber
como prosseguir.
ILUSTRAÇÃO FOTOGRÁFICA: GETTY IMAGES
Nossas pequenas escolhas
fazem a diferença
Quando recebi minha bênção patriarcal, uma parte me
pareceu muito importante — algo que se aplica a todos
nós. Fui lembrado de que, para chegar ao reino celes-
tial, não dependo de um ato decisivo ou de uma grande
façanha. Isso é feito por meio de escolhas — grandes
ou pequenas — que fazemos todos os dias, especial-
mente quando escolhemos seguir Jesus Cristo e viver
Seu evangelho.
Ao agirmos com fé no Pai Celestial e em Jesus Cristo em
todas as áreas de nossa vida, colocamo-­nos à disposição
para sermos orientados. Também saberemos que, aonde
quer que Eles nos coloquem, será exatamente onde quere-
mos estar.
Tudo vai dar certo
Mesmo nos planos mais elaborados, as coisas nem sem-
pre funcionam como achamos que funcionariam. Com meu
pai, não funcionou. Ele não se tornou um astronauta, mas
ele seria o primeiro a dizer que o Senhor o guiou para o que
era o melhor para ele e nossa família.
As escrituras nos ensinam a “[buscar] diligentemente,
[orar] sempre e [ser] crentes; e todas as coisas contribuirão
para o [nosso] bem” (Doutrina e Convênios 90:24). O Pai
Celestial e Jesus Cristo sabem como todas as coisas funcio-
nam em conjunto. Eles também sabem o que é bom para
nós porque nos conhecem e nos amam com perfeição.
O Pai Celestial e Jesus Cristo não esperam que deci-
fremos nossa vida sozinhos. Se confiarmos Neles e per-
mitirmos que caminhem conosco nesta vida, seremos
incentivados a seguir em frente e fazer as boas escolhas que
nos ajudarão a aproveitar o máximo de nossa vida. ◼
J a n e i r o d e 2 0 2 2 27
JOV E N S A DULTOS

Tor nar-­s e
emocionalmente
resiliente
28 L i a h o n a
 Eu nunca havia sentido ansiedade até retornar
da missão para casa, então eu não tinha
certeza de como seguir em frente.
A
María Isabel Rodríguez Bugatto
vida estava indo conforme o planejado.
Eu estava perto de terminar minha missão.
Durante os últimos 18 meses, meu testemunho
se fortalecera e minha visão do plano de salvação
aumentara. Nunca me senti tão perto de meu
Salvador e do Pai Celestial. A vida parecia simplesmente boa.
Claro, minha família e eu estávamos passando por algu-
mas provações, mas, no geral, eu estava animada e tinha
muitos planos para o que viria depois. Mas, então, voltei para
casa. E o choque foi brutal. Tive dificuldades em me ajustar
ao cotidiano novamente. Eu me preocupava constantemente
em fazer boas escolhas e ser perfeitamente obediente. Colo-
quei muita pressão sobre mim mesma para manter o mesmo
nível espiritual elevado da missão, porque temia que, se não
fizesse isso, eu regrediria espiritualmente.
À medida que essa pressão aumentou, comecei a ter
ansiedade e ataques de pânico. Eles se tornaram cada vez
mais frequentes e, finalmente, senti como se estivesse
me afogando.
Infelizmente, escondi meus sentimentos de minha família
e meus amigos. Eu sabia que não deveria ter vergonha por
sentir ansiedade e depressão, mas fiquei tão fora de controle
e perdida que não sabia como expressar o que estava acon-
tecendo comigo e procurar ajuda.
Felizmente, o Senhor está sempre presente para nos
orientar quando O procuramos. Depois de ponderar e orar,
FOTOGRAFIA COM PARTICIPAÇÃO DE MODELO
senti-­me inspirada a conversar com meu irmão e sua esposa.
Eles me ajudaram a reconhecer que eu não estava tão “louca”
quanto pensava e que desafios emocionais podem acontecer
com qualquer um.
A irmã Reyna I. Aburto, segunda conselheira na presi-
dência geral da Sociedade de Socorro, testificou sobre esta
verdade: “Queridas amigas, isso pode acontecer com qual-
quer uma de nós — especialmente quando colocamos fardos
desnecessários sobre nós mesmas, por conhecermos o plano
de felicidade e acharmos que precisamos ser perfeitas agora.
Tais pensamentos podem ser opressivos. A perfeição é um
processo que ocorre ao longo de nossa vida mortal e depois
da morte — e somente é possível pela graça de Jesus Cristo”.1
Um curso inspirado
Ao orar ao Pai Celestial para pedir orientação, percebi que
precisava olhar para os recursos que Ele havia providenciado
para nós e precisava aprender e mudar para melhor. Feliz-
mente, tive a oportunidade de frequentar o curso de resi-
liência emocional da Igreja na época. A oportunidade parecia
ter vindo no momento certo e não acredito que tenha sido
coincidência.
No manual do curso, resiliência emocional
é definida como:
• “A capacidade de se adaptar a desafios emocionais
com coragem e fé centralizadas em Jesus Cristo.
• Ajudar a si mesmo e a outras pessoas da melhor
maneira possível.
• Solicitar mais ajuda quando necessário”.2
Em outras palavras, a resiliência emocional é algo de
que todos precisamos.
Para mim, esse curso inspirado é um sinal claro de que
o Pai Celestial está ciente dos desafios que enfrentamos
atualmente como membros da Igreja de Jesus Cristo. Ele
deseja que sejamos capazes de prosseguir no caminho que
nos leva de volta a Ele. Ver os vários aspectos maravilhosos
desse curso me ajudou a perceber quão profundamente
o Senhor conhece cada um de nós e cada uma de nossas
necessidades. Imediatamente, senti paz quando iniciei os
estudos. O curso ensina verdades eternas claras e poderosas
que podem ser aplicadas em nossa vida quando lidamos
com problemas de saúde mental, seja nós mesmos ou
alguém que amamos.
J a n e i r o d e 2 0 2 2 29
 Um dos ensinamentos que mais me chamou a atenção
está no capítulo 9, “Fortalecer o próximo”. Esse capítulo foi
o que me ajudou a finalmente solicitar mais ajuda. Ele ensina
o princípio de servir uns aos outros. Aprendi como é impor-
tante servir ao próximo, valorizando seus sentimentos, suas
emoções e suas opiniões, e estendendo a mão com empatia
e compreensão. Também percebi que precisava confiar nas
outras pessoas para me auxiliarem em minhas dificuldades.
Quando fui capaz de colocar essas ideias em prática e
me abrir com minha família e meus amigos sobre minhas
dificuldades de saúde emocional, fiquei surpresa ao ver
como foram solidários e não me julgaram. Recebi muito
apoio deles.
Senti que minha ansiedade teria se tornado mais pro-
funda e sombria caso não tivesse falado sobre meus desafios
com meus entes queridos. E essa experiência me ajudou
a estender a mão e sentir empatia por outras pessoas, com
suas preocupações e seus problemas também.
Podemos encarar o futuro
com esperança
Acho engraçado que, quando voltei de missão, eu estava
tão preocupada em não perder a “base espiritual” que
havia adquirido durante minha missão, mas agora
percebo que voltar para casa foi apenas o início de
um novo capítulo no qual eu poderia encontrar novas
maneiras de fortalecer minha fé.
AS BÊNÇÃOS DO CURSO DE RESILIÊNCIA
EMOCIONAL
Muitos jovens adultos no mundo realizaram mudanças
positivas graças ao curso de resiliência emocional.
Eis alguns exemplos:
30 L i a h o n a
Meu relacionamento pessoal com o Pai Celestial e Jesus
Cristo cresceu e se aprofundou muito desde que voltei para
casa, especialmente graças aos princípios que aprendi no
curso de resiliência emocional e por confiar que o Pai Celes-
tial e Jesus Cristo me ajudariam. Eles são muito mais reais
e presentes em meu cotidiano.
Aprendi e aceitei que, como filhos de Deus, mudamos,
aprendemos e evoluímos constantemente. E, ainda assim,
em nossos desafios na vida, o Pai Celestial é imutável. Ele
não esperava que eu fosse perfeita na missão e não espera
isso agora. Ele simplesmente me ama e deseja que eu conti-
nue a me esforçar para chegar a Ele e que faça o melhor que
posso em minha jornada de volta à Sua presença.
Agora, só porque participei desse curso de resiliência
emocional, não significa que não tenho mais ansiedade ou
ataques de pânico, ou momentos em que me sinto oprimida
pelo medo do futuro. Ainda tenho isso às vezes. Mas agora
reconheço esses padrões e descobri ferramentas que me
ajudam a lidar com eles de modo saudável, melhorando
a qualidade de minha vida diária.
No final, esse curso me ensinou mecanismos para lidar
com a ansiedade e com meus desafios. Aprendi a ter paciên-
cia e compaixão comigo mesma e com minhas imperfeições.
E aprendi a compreender como Deus me vê e não ficar
aterrorizada com as incertezas do futuro.
“O curso de resiliência emocional me
ajudou a aceitar alguns desafios pessoais
que eu estava enfrentando. Tive dificulda-
des para encontrar paz, continuar a crescer
e prosseguir. Não sou perfeita de modo algum, mas,
com as ferramentas que aprendo, estou muito mais
feliz e satisfeita com minha vida. Sei que o Pai Celes-
tial deseja que continuemos a crescer e melhorar,
e esse programa tem me ajudado a me relacionar
melhor com Ele e aprofundar meu testemunho
sobre Seu plano de felicidade para nós”.
— Abigail Claire Ward,
Minnesota, EUA
 Por meio de ajuda profissional e celestial, percebi que temos as
ferramentas necessárias para saber como “[agir] (…) e não (…)
[receber] a ação” (2 Néfi 2:26) de nossas emoções e nossos sentimen-
tos ao continuarmos a nos mover em direção a Cristo. ◼
A autora mora em Sevilha, Espanha.
NOTAS
1. Reyna I. Aburto, “Comigo habita, ó Deus, a noite vem!”, Liahona, novembro
de 2019, pp. 57–58.
2. Encontrar Forças no Senhor: Resiliência Emocional, 2020, p. 8,
Churchof JesusChrist.org.

ENCONTRAR UMA CLASSE EM SUA ÁREA

O curso de resiliência emocional é parte do programa de autossuficiên-
cia da Igreja. Você pode encontrar mais informações e aprender como
participar ou iniciar uma classe em sua área em ChurchofJesusChrist.org/
self-­reliance?lang=por.

MAIS PARA VOCÊ!

Encontre mais artigos para jovens adultos na publicação sema-
nal para jovens adultos, na Biblioteca do Evangelho, na seção
Revistas ou Audiências > Jovens adultos.
“Com o curso de resiliência emocional,
aprendi a confiar mais no Pai Celestial e em Sua
promessa de que, se nos esforçarmos, Ele nos
abençoará. Esse programa também me ajudou
a sentir gratidão por todos os desafios em minha
vida, porque essas coisas me fizeram mais forte
e fortaleceram meu testemunho.”
“Esse curso me ajudou a reco-
nhecer minha dificuldade com
padrões de pensamento incorretos.
Eu geralmente tinha pensamentos
negativos e sentia como se estivesse
me preparando para o pior resultado
em todas as situações. Graças ao que
aprendi no curso, comecei a me perguntar: ‘Isso
é algo que o Salvador desejaria que eu pensasse
ou sentisse?’ E, ao fazer isso, consegui ser mais
solidária comigo mesma e ter pensamentos mais
produtivos. Essa classe abriu muito minha visão
e me ajudou a ser uma pessoa melhor!”
— Lexy Wagner,
Utah, EUA

— Anli Jay Naelga Emano,

Cagayan de Ouro, Filipinas

J a n e i r o d e 2 0 2 2 31
ENVELHECER COM FÉ

Com planejamento,
a aposentadoria pode

Tranquilidade na aposen- ser um tempo de alegria,

realização e serviço.
tadoria
Dennis Sheffield, contador público, e
Christy Monson, missionária sênior

E star livre das obrigações do trabalho diário quando se aposenta pode

trazer uma sensação de liberdade, um tempo para desfrutar de ativi-
dades recreativas e para estar com a família, e a chance de devotar mais
tempo para sua história da família, o trabalho de templo e outros proje-
tos que você gosta. Contudo, se você está constantemente preocupado
com as finanças, apreensivo sobre permanecer ocupado ou não está
totalmente preparado, a aposentadoria pode ser um tempo de estresse
e ansiedade.

Quer você esteja pronto para a aposentadoria ou sinta que ela está
chegando, examinar as experiências que outras pessoas já tiveram pode
lhe ajudar a facilitar a transição para a aposentadoria.

Como estão suas finanças?

Julie (o nome foi mudado) foi inteligente. Ela estabeleceu um plano
financeiro quando tinha por volta de 30 anos de idade e o seguiu fiel-
mente. “Se você estiver conversando com seus filhos ou netos sobre
finanças, explique-­lhes que precisam começar a economizar dinheiro
enquanto são jovens”, ela diz. “Desse modo, eles conseguem construir
uma reserva ao longo do tempo e ganhar com os juros também.”
Mas a regra número um de Julie é “sempre pagar meu dízimo pri-
meiro”. Com o passar dos anos, ela diz que “o Senhor abriu as janelas
dos céus para mim de tantas maneiras que não consigo enumerar”
(ver Malaquias 3:10). Ela cita o presidente Russell M. Nelson: “Seu inves-
timento no dízimo continuará a render grandes dividendos — aqui e na
vida futura”.1
Julie, que mora na Califórnia, EUA, possuía um plano de saúde para
ajudar a pagar os custos da assistência médica de seu esposo e tinha
dinheiro guardado para gastos funerários. Depois que ele faleceu, ela
continuou a trabalhar até que sentiu que tinha o suficiente para suas
necessidades. Agora que está aposentada, ela tem sua casa própria e um
pouco de dinheiro guardado para uma missão. Ela adora visitar todos os
filhos e levar os netos para o teatro e os museus. “Não sou rica”, ela diz,
“mas tenho dinheiro suficiente para criar memórias maravilhosas com
minha família”.

32 L i a h o n a
 Você consegue viver com seus recursos?
Mesmo se não tiver planejado tanto quanto gostaria, você ainda pode
fazer planos. Esses planos, contudo, talvez exijam uma mudança em seu
estilo de vida.
Muitos aposentados precisam se ajustar quando percebem que não têm
a renda que tinham antes. Rene, por exemplo, vivia em um belo aparta-
mento em Michigan, EUA. Mas, quando se aposentou, seu seguro social e
sua pensão não eram suficientes para cobrir seus gastos. As finanças se tor-
naram uma preocupação tão grande que os filhos sugeriram que ela procu-
rasse uma casa de baixo custo.
Ela encontrou uma casa de repouso e se mudou para lá. “Agora estou
livre do estresse, pois tenho dinheiro suficiente para viver”, ela diz. “Gosto
de minha ala e meus vizinhos, e este apartamento é perfeito para festas
em família.”

Quanto você consegue administrar?

Por anos, Jerry e Linda, do Colorado, EUA, viveram em uma casa grande,
com um amplo jardim e uma piscina. “Despendíamos um tempo excessivo
todos os anos só cortando a grama, varrendo as folhas e cuidando da pis-
cina”, Jerry explica. “Por fim, decidimos que seria melhor passar esse tempo
com nossos filhos e netos, e que faríamos missão.”
“Mudamos para uma casa menor”, disse Linda. “Há menos coisas para
cuidar e ainda há um apartamento no porão que podemos alugar a fim de
ILUSTRAÇÕES: CAROLYN VIBBERT

ter uma renda extra.”

Em Atenas, Grécia, Ismena reduziu os gastos mudando para o aparta-
mento dos avós, em uma área menor de sua casa, depois que seu esposo
faleceu. Ela deu a casa principal para a filha, Helena, e sua família. “Faz mais
sentido deixar a casa maior para a família que está crescendo”, Ismena diz.
“Convidei minha irmã Delphine para morar comigo, e adoramos cuidar dos
netos enquanto Helena e seu esposo estão trabalhando. Jantamos e estuda-
mos as escrituras juntos muitas noites.”

J a n e i r o d e 2 0 2 2 33
PREPARAÇÃO FINANCEIRA
Em muitas partes do mundo,
preparar-­se para a aposentado-
ria é um desafio. Quando você
está buscando ter o suficiente
para se alimentar, um lugar para
morar e roupas para vestir, não há
muitas outras escolhas a não ser
continuar trabalhando o máximo
possível. Geralmente se espera
que os avós cuidem dos netos
para que as gerações mais jovens
consigam trabalhar. Alguns gover-
nos fornecem pouca ou nenhuma
assistência médica ou auxílio de
renda para idosos. Contudo, alguns
princípios financeiros se aplicam
em qualquer lugar:
• Pague o dízimo. A obediên-
cia a essa lei espiritual vai
ajudá-­lo de maneiras que
talvez você não consiga vis-
lumbrar agora.
• Estabeleça um orçamento
e viva dentro dele.
• Evite dívidas.
• Economize o que puder.
• Aprenda como os juros
aumentam o dinheiro em
sua poupança.
• Faça o que for possível onde
você vive. Na África do Sul,
por exemplo, muitas pessoas
poupam dinheiro em grupos
coletivos chamados stokvels.
Os membros do stokvel con-
tribuem regularmente com
valores fixos para um fundo
central. Posteriormente,
os membros se revezam
para receber os fundos
acumulados.
34 L i a h o n a
O que fazer com o condicionamento
físico e os cuidados com a saúde?
Sung, de Seul, Coreia do Sul, acredita que
um corpo sadio significa ter uma vida longa.
Sung também diz que é capaz de pensar melhor
quando se exercita regularmente. Ele e outros
membros de seu bairro organizaram um grupo
de exercícios que se reúne diariamente.
Muitos aposentados têm problemas de saúde
e não conseguem seguir o exemplo de exercí-
cios de Sung, mas a maioria consegue encontrar
uma maneira de fazer uma caminhada e muitos
conseguem seguir uma dieta mais saudável.
Frieda, que mora em Hamburgo, Alema-
nha, precisa de cuidados médicos especiais
que sua família não consegue prover. Por isso,
ela vive em um local onde pode receber trata-
mento apropriado. Ela mantém contato com
os filhos e gosta de se relacionar com os apo-
sentados da comunidade em que vive.
O que você vai fazer com seu tempo?
Em Lagos, Nigéria, quando um professor
chamado Abasi se aposentou, ele se sentia
sozinho e sentia falta de trabalhar com os
jovens. Ávido por encontrar algo para fazer,
com a ajuda de sua comunidade, ele abriu
uma escola particular. Ele adora estar com
as crianças novamente.
David, de Utah, EUA, teve alguns proble-
mas de saúde que o forçaram a se aposentar
aos 72 anos. Enquanto se recuperava, sua
esposa, Sheila, continuou servindo como
presidente da Sociedade de Socorro da ala.
Quando foi desobrigada, eles conversaram
com o bispo sobre outras oportunidades de
serviço, e o bispo sugeriu que David poderia
usar sua experiência como administrador de
recursos humanos e Sheila poderia usar seu
conhecimento como consultora de empregos
para servir no centro de empregos da Igreja.
Eles logo foram chamados para servir mis-
são. “Nós adoramos”, disse David. “Nós dois
podemos fazer coisas que sabemos como fazer
e podemos servir em nosso próprio ritmo.”
 Muitos aposentados encontram satisfação ao servir como missionários de Com esse conselho em mente,
serviço, missionários seniores ou voluntários oferecendo serviço comunitário. eis algumas coisas que você tal-
É provável que você tenha habilidades específicas que poderiam abençoar vez queira considerar quando
outras pessoas e ajudá-­lo a contribuir de maneiras significativas. Você não se aposentar:
precisa esperar até se aposentar. É possível começar hoje descobrindo as
• Mantenha o Salvador como
oportunidades de serviço onde você mora. Verifique nas escolas, nos centros
o centro de sua vida.
comunitários, nas bibliotecas, entre outros. Em áreas em que o ServirAgora.
• Sirva uma missão — ou várias
org estiver disponível, verifique as opções disponíveis para saber como você
missões.
pode ajudar. E, quando você se aposentar, terá uma ideia do que poderá fazer.
• Concentre-­se no trabalho de
templo e história da família.
Quais são as melhores coisas a se fazer? • Desfrute do convívio familiar.
Ao se aproximar da aposentadoria, você pode facilitar essa transição esta-
• Seja voluntário em sua
belecendo metas que funcionarão para você. O presidente Dallin H. Oaks,
comunidade.
primeiro conselheiro na Primeira Presidência, deu o seguinte conselho: “Ao
• Comece uma horta. Comparti-
refletirmos sobre várias escolhas, convém lembrar que não basta que algo
lhe o que você cultiva.
seja bom. Há outras escolhas melhores, muito boas, e outras melhores ainda,
• Ajude seus netos ou outros
excelentes”.2
estudantes em seus estudos.
• Matricule-­se em cursos on-­line
gratuitos.
• Aprenda uma nova habilidade
ou adquira um hobby.
• Banqueteie-­se com as escrituras.
• Desenvolva ou continue um
programa de exercícios para
manter sua saúde e fortalecer
seu corpo.

Como o presidente Russell M.

Nelson disse: “Eu os convido a cada
vez mais voltar o coração, a mente e
a alma para nosso Pai Celestial e Seu
Filho, Jesus Cristo. Que esse seja seu
novo normal”.3 Com planejamento,
você será capaz de prever e aceitar
a aposentadoria como um tempo de
novos inícios. ◼
NOTAS
1. Russell M. Nelson, “Neither Trust in
the Arm of Flesh”, discurso de abertura
da Universidade de Brigham Young,
23 de abril de 2009, p. 2, speeches.byu.edu.
2. Dallin H. Oaks, “Bom, muito bom, exce-
lente”, A Liahona, novembro de 2007, p. 105.
3. Russell M. Nelson, “Um novo normal”,
Liahona, novembro de 2020, p. 118.

J a n e i r o d e 2 0 2 2 35
PA R A O S PA I S
O plano
de Deus
é para você
Prezados pais,
Ao estudarmos as imagens, os
símbolos e os ensinamentos do
Velho Testamento, conseguimos
entender melhor o plano de nosso
Pai Celestial para nós e o papel de
Jesus Cristo nesse plano.
Os artigos na edição deste mês
podem nos dar ideias de como ensi-
nar as crianças usando o Velho Testa-
mento e ensiná-­las sobre o plano de
Deus para nós.
36 L i a h o n a
DEBATES SOBRE O EVANGELHO
O Pai Celestial tem um plano divino para Seus filhos
Por que é importante entender o plano de salvação de Deus? Use a seção
“Princípios do evangelho”, na página 10, para ensinar a seus filhos a impor-
tância da Queda de Adão e Eva. Juntos, vocês poderiam criar uma lista de
bênçãos e oportunidades que temos nesta vida por virmos a esta Terra.
Após ler o artigo do élder Quentin L. Cook, na página 6, debata com sua
família sobre as bênçãos que recebem por saber que Deus tem um plano para
salvar Seus filhos.
Ensinar as crianças usando as escrituras
Veja na página 38 ideias de como ajudar as crianças a se envolverem com
as escrituras. Melhore seu estudo do Velho Testamento lendo os artigos das
páginas 12 e 42. O que você aprende e como isso o ajuda a entender o Velho
Testamento? Em espírito de oração, debata com sua família quais são suas
metas para o estudo do Vem, e Segue-­Me deste ano.
Recursos do Vem, e Segue-­Me
Veja na página 46 uma explicação
ilustrada da Criação e outros
materiais para apoiar seu estudo
semanal do Vem, e Segue-­Me.
DIVERSÃO EM FAMÍLIA
COM O VEM, E SEGUE-­ME
Mordomos da Terra
Moisés 2:28 explica que foi dado à
humanidade o domínio sobre todas
as coisas viventes. O presidente
Russell M. Nelson disse: “Devemos
cuidar da Terra, ser mordomos
prudentes e preservá-­la para as
futuras gerações” (“A Criação”,
A Liahona julho de 2000, p. 104).
1. Saiam para uma breve caminhada
na área onde vivem ou olhem
fotos e vídeos de belas paisagens.
2. Apontem para as diferentes partes
do ambiente que estão obser-
vando. Poderia ser as plantas, os
animais ou o relevo.
3. Observem cada ser vivo e tro-
quem ideias sobre diferentes
maneiras de cuidar deles e do
meio ambiente ao seu redor.
Debate: De que maneira o Pai
Celestial e Jesus Cristo cuidam de
nós? Como podemos seguir o exem-
plo Deles ao cuidarmos de todos
os seres vivos ao nosso redor? De
que maneira nossas ações podem
demonstrar gratidão pelas cria-
ções de Deus?
Enviado por Mitzi Schoneman
DA REVISTA FORÇA DOS JOVENS
“Encontrar Jesus Cristo no
Velho Testamento”
Reserve um tempo para aprender
como você pode encontrar Jesus Cristo
à medida que estuda o Velho Testa-
mento este ano.
Manter-­se conectado
Use esse artigo para pensar sobre
como usar a tecnologia para se divertir
com amigos e familiares que moram
longe de você.
“Confia no Senhor”
Um novo ano, um novo tema dos
jovens. Leia como os membros das
presidências gerais das Moças e dos
Rapazes aprenderam a “[confiar]
no Senhor”.
Auxílio de estudo para
o Vem, e Segue-­Me
Já se perguntou se Deus conhece
você? Leia a história de Moisés para
entender melhor o amor de Deus por
você individualmente.
DA REVISTA MEU AMIGO
Vem, e Segue-­Me para crianças
Encontre mais auxílios de estudo
para sua família em um só lugar em
nossa nova seção do Vem, e Segue-Me!
Use ideias semanais para reuniões
familiares, uma história ilustrada
das escrituras e mais para ajudar
seus filhos a aprender sobre o Velho
Testamento.
Ideias para crianças e jovens
Ajude seus filhos a estabelecer uma
nova meta com a atividade “O que tem
em mente?”, na seção “Para crianças
maiores”.
Mãos Que Ajudam no Japão
Conheça um novo amigo que ajuda
outras pessoas assim como Jesus.
Viaje também com Margo e Paolo para
aprender mais sobre a vida no Japão!
Jovens pioneiros
Leia todo mês uma história sobre
uma criança de alguma parte do
mundo que é uma pioneira! Este mês,
descubra como Dinis, de Portugal,
encontrou uma resposta quando ele
se perguntava se a Igreja realmente
era verdadeira.
Jesus disse
Ensine seus filhos as palavras de
Jesus Cristo com nossa mais nova
página na seção “Para os amiguinhos”.
J a n e i r o d e 2 0 2 2 37
 Tornar as escrituras uma
realidade para nossos filhos

38 L i a h o n a

Considere estas ideias para ajudar as
crianças a sentir a realidade e a influência
das escrituras.
Merrilee Browne Boyack
N
CORTE DE PAPEL DA ARCA DE NOÉ: BRITTANY CALL; ILUSTRAÇÕES: DAVID GREEN;
unca me esquecerei daquele dia. Em minha classe
da Primária, Brandon e seu amiguinho estavam
usando roupões de banho, com o resto da classe
em pé atrás de uma cadeira. Estávamos encenando a his-
tória de Alma e Amuleque de quando os justos estavam
sendo queimados, e Brandon fazia o papel de Alma. Ao
ler a escritura em que Alma se sentiu constrangido pelo
Espírito a não salvar as pessoas, lágrimas escorreram
FOTOGRAFIAS: RYAN HENDER
pelas bochechas de Brandon. Ele finalmente olhou para
mim, em desespero: “Irmã Boyack, não consigo ler isso!
É triste demais!”
Geralmente não era muito fácil manter Brandon com-
portado em sala de aula. Mas, naquele dia, ele sentiu um
espírito poderoso. Naquele dia, o Livro de Mórmon foi
muito real para ele.
Tornar as escrituras uma realidade
O mandamento que o Senhor deu a Adão também se
aplica a nós: “Ensina a teus filhos que todos os homens,
em todos os lugares, devem arrepender-­se, ou de
maneira alguma herdarão o reino de Deus” (Moisés 6:57).
O Senhor continuou, com palavras semelhantes: “Dou-­te
o mandamento de ensinares estas coisas liberalmente a
teus filhos” (Moisés 6:58).
Como adultos que se importam com os filhos, que-
remos ajudá-­los a aprender a amar as escrituras. Uma
maneira de fazermos isso é tornar as escrituras uma reali-
dade para eles. As crianças ficarão empolgadas e dispos-
tas a estabelecer metas para estudar o Velho Testamento
se as ensinarmos de um jeito que elas sintam que as
escrituras são importantes na vida delas (ver 1 Néfi 19:23).
Há várias maneiras de ajudar nossos filhos a sentir
a realidade e a influência das escrituras.
Encenação
Damos vida às histórias do Velho Testamento por meio
da encenação. A encenação dá vida às histórias do Velho
Testamento, seja se vestindo como Noé e juntando todos
os bichos de pelúcia na “arca”, criando uma “caverna”
embaixo da mesa com um leão de pelúcia dentro e seu
filho mais novo no papel do corajoso Daniel, ou vendo sua
filha no papel da destemida profetisa Débora, que liderou
seus irmãos e suas irmãs como o exército de Israel.
Nunca me esquecerei do dia, há décadas, quando eu
estava assistindo à aula do seminário em Michigan, que
J a n e i r o d e 2 0 2 2 39
acontecia bem cedo de manhã. Meu professor falava sobre a missão As experiências podem ser incríveis
aos zoramitas no Livro de Mórmon. De repente, ele pulou para cima para ajudar as crianças a sentir a realidade
da mesa e começou a ler a oração do Rameumpton em voz alta. das histórias das escrituras que elas estão
Aquilo nos fez acordar de imediato! Faz anos que isso aconteceu, mas ouvindo e lendo. Tais experiências também
ficou marcado em minha memória. Um grupo de adolescentes foi pro- criarão ótimas lembranças para seus filhos,
fundamente influenciado por um professor que estava encenando. e essas lembranças darão vida às escrituras.
Com o passar dos anos, cada um de meus filhos se encantava
quando ficava de pé, por trás do sofá, fingindo ser Samuel, o Lama- Fazer perguntas
nita, pregando da muralha ou quando segurava um cajado como Podemos ajudar nossos filhos a com-
Moisés, proclamando: “Deixai ir o meu povo!” preender melhor as escrituras fazendo
Quando as crianças vivenciam as histórias das escrituras por meio perguntas.
da encenação, elas se tornam muito reais. A história de Noé pode se tornar real
com a pergunta: “Como se sentiriam se
Ambiente ninguém lhes desse ouvidos?”
Para as crianças, ter experiências reais as ajuda a aprender, enten- A história de José ganha vida com a per-
der e aplicar a informação. Podemos fazer isso criando um ambiente gunta: “Como seria estar na prisão, em um
que faça uma ligação entre as escrituras e as coisas que as cercam. país distante, onde ninguém acredita em
Por exemplo, quando nossos quatro filhos eram pequenos, estudá- Deus como vocês acreditam?”
vamos o Livro de Mórmon juntos. Fizemos uma reunião familiar em A história de Sadraque, Mesaque
nossa barraca de acampamento, onde falamos sobre Leí e sua família e Abede-­Nego se torna real com a per-
atravessando o deserto. Falamos sobre como foi para a família de Leí gunta: “Como acham que foi ser lançado
viajar e viver em uma tenda por tanto tempo. A história se tornou real em uma fornalha ardente?”
para eles. Quando fazemos perguntas, é muito
Ao ensinarem sobre a experiência de Abraão quando aprendeu importante que nossos filhos fiquem à von-
sobre as estrelas e os céus, o ambiente pode fazer uma grande dife- tade para expressar seus pontos de vista
rença. Imagine dar essa lição à noite, deitado na grama com seus sem nossa crítica. Deixe-­os
filhos sob as estrelas. A experiência de Abraão será significativa para falar. Deixe-­os processar
eles de modo muito mais profundo. a história e os incen-
Em vez de apenas ler sobre a destruição das muralhas de Jericó, tive a fazer muitas
você poderia se sentar sobre uma parede alta e ler a história de lá. As perguntas.
crianças ficarão profundamente impressionadas pelo
milagre.
Melhor que falar sobre a construção do Templo de
Salomão, é levar seus filhos ao templo, caso exista um
por perto, ler a história nos jardins do templo e falar
sobre a importância da casa do Senhor na vida deles.
Em vez de apenas falar sobre a ida dos membros da
casa de Israel para a terra prometida, você poderia levar seus filhos
para uma trilha e cantar músicas da Primária.

40 L i a h o n a
Aplicação
Algumas das melhores perguntas que
podemos fazer ajudam nossos filhos a apli-
car as escrituras a eles mesmos.
“O que vocês aprenderam com a expe-
riência de Joseph Smith? Vocês já pensaram
em orar para obter respostas? Que expe-
riências tiveram?”
“Ao ler sobre Jonas na baleia, como isso
os ajuda a escolher seguir os mandamentos
de Deus?”
“Como acham que Maria se sentiu
quando o anjo falou que ela teria um bebê
que era o Filho de Deus?” “Como o conhe-
cimento dessas coisas ajuda vocês a seguir
o plano de Deus em sua vida?”
A aplicação é especialmente importante
para nossos adolescentes à medida que
começam a meditar sobre a doutrina e os
princípios ensinados nas escrituras e come-
çam a incorporá-­los em sua vida. Isso
também ajuda a reforçar que a maioria das
respostas às perguntas que eles têm pode
ser encontrada nas escrituras e que elas
são importantes para as experiências de
vida deles.
Tipos de aprendizado
As pessoas aprendem de diferentes
maneiras: alguns aprendem pela visão,
como a leitura; outros por meio da audição;
e outros por meio do tato, movendo-­se,
realizando alguma atividade ou fazendo
algo com as mãos.
Para ajudar as crianças a compreender e aplicar as escrituras,
é melhor utilizar a abordagem que mais combina com seu tipo de
aprendizado. É útil avaliar qual é o tipo de aprendizado que atrai cada
criança. Os professores da Primária podem trabalhar com os pais para
entender o tipo de aprendizado das crianças, podendo assim adaptar
seus métodos de ensino e ajudar cada criança individualmente.
Os alunos visuais serão mais beneficiados se possuírem seu próprio
conjunto de escrituras para que possam ler e marcar. Você também
pode colocar figuras das histórias das escrituras no quarto deles ou em
algum lugar da casa.
Alunos auditivos gostam de ouvir as escrituras. As crianças pode-
riam ler as escrituras em voz alta, ouvir as escrituras no computador
ou celular, ou ouvir os pais ou os irmãos lendo.
Alunos sinestésicos precisam de um componente de atividade
física em seu estudo das escrituras. Convide-­os a desenhar uma figura
da história da escritura à medida que você a ler. Essas crianças tam-
bém serão beneficiadas se possuírem suas próprias escrituras, as quais
poderão marcar e colorir.
Combinar os tipos de aprendizado pode ser especialmente eficaz
para dar vida às escrituras. Então, em vez de falar sobre Moisés e os
Dez Mandamentos, peça que as crianças criem tábuas de argila ou
façam um desenho de Moisés ao receber os Dez Mandamentos na
montanha enquanto você lê a história para elas. Isso facilitará o apren-
dizado delas. Ao estudar o Vem, e Segue-­Me, distribua giz de cera ou
lápis de pintar e peça que as crianças maiores marquem suas escritu-
ras por cores e as crianças pequenas desenhem enquanto a mãe ou
o pai conta a história das escrituras. Essa é uma combinação do apren-
dizado visual, auditivo e sinestésico que é altamente eficiente.
Podemos fazer muitas coisas que tornarão as escrituras reais para
nossos filhos. Ao fazermos isso, nossos filhos aprenderão mais com as
escrituras, terão um apreço maior por elas e as aplicarão em sua vida
com muito mais eficiência. A esperança é que, durante esse processo,
eles aumentarão profundamente seu amor pelas escrituras. Isso faz
tudo valer a pena. ◼
J a n e i r o d e 2 0 2 2 41
V E M , E S E G U E - ­M E

Jeová é Jesus Cristo. O Espírito Santo nos

Os profetas do Velho mostrará versículos
Testamento profetiza- específicos que nos
ram e ensinaram sobre fortalecerão em nossos
Jesus Cristo. desafios.

AS BÊNÇÃOS DE SE ESTUDAR O
VELHO
TESTAMENTO
B
em-­vindos ao estudo de 2022 do Velho Testamento, com os
Ao lermos os recursos do Vem, e Segue-­Me como guia! O Velho Testamento
capítulos e ver- é um conjunto sagrado de escritura que foi preservado pela
sículos desse mão de Deus para lermos e ponderarmos. Ele pode ser uma bênção
e um guia para nós nestes últimos dias.
livro antigo de
O Velho Testamento nos fornece um panorama de 3.500 anos de fé
escrituras, sere- e devoção, aproximadamente de 4.000 a.C. até 500 a.C. Há 39 livros
mos fortalecidos no Velho Testamento. O livro de Gênesis engloba quatro dispensa-
ções: Adão, Enoque, Noé e Abraão. Os 38 livros restantes, de Êxodo
espiritualmente.
a Malaquias, são dedicados à dispensação de Moisés.
Ao lermos o Velho Testamento, ficaremos mais familiarizados com
seus profetas e seus ensinamentos. Eles ensinaram o evangelho de
Jesus Cristo. Profetizaram e aguardaram ansiosamente a vinda do
Messias. Seus ensinamentos inspirados estão preservados até hoje.
Ao lermos os capítulos e versículos do Velho Testamento, seremos
CHRIST AND THE CREATION, DE ROBERT T. BARRETT

fortalecidos espiritualmente. O Espírito Santo nos mostrará versícu-

los específicos que nos fortalecerão enquanto aguardamos a Segunda
Vinda do Salvador.

42 L i a h o n a
 O Velho Testamento nos
ensina sobre o convênio
abraâmico que ainda
está vigente.
Uma pergunta inspiradora
Gostaria de compartilhar uma história
sobre como um único versículo do Velho
Testamento me influenciou por toda a vida.
Em 1974, eu tinha 17 anos. Eu aproveitava
ABRAHAM ON THE PLAINS OF MAMRE, DE GRANT ROMNEY CLAWSON; FOTOGRAFIA DE MISSIONÁRIOS: ALICIA CERVA; FOTOGRAFIA DA TERRA: GETTY IMAGES
a vida como um aluno do segundo ano do
Ensino Médio. Aguardava ansiosamente
minha missão. Na revista Ensign de outubro
de 1974, li uma poderosa mensagem do presi-
dente Spencer W. Kimball (1895–1985) inti-
tulada: “Quando o mundo for convertido”.1
Eu a li muitas vezes desde aquele dia. Ela me
inspira até hoje.
O presidente Kimball apresentou uma
perspectiva global abrangente do cresci-
mento de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias nesta dispensação. Ele
ensinou sobre nossa responsabilidade e opor-
tunidade de levar o evangelho ao mundo.
O presidente Kimball citou um versículo do
livro de Gênesis. Essa escritura me inspirou
naquela época e continuou a me inspirar por
toda a vida: “Haveria coisa alguma difícil ao
Senhor?” (Gênesis 18:14, cujo estudo está
agendado para o mês de fevereiro.)
O presidente Kimball revisou a história
de Abraão e Sara. Sara riu da promessa
do Senhor de que ela e Abraão teriam um
filho. Eles não haviam sido abençoados
Presidente
Mark L. Pace
Presidente
geral da Escola
Dominical
com filhos. Eles tinham, respectivamente, 90 e 100 anos de idade.
Já não tinham idade para ter filhos.
“E disse o Senhor a Abraão: Por que se riu Sara…?
Haveria coisa alguma difícil ao Senhor? Ao tempo determi-
nado, retornarei a ti por este tempo da vida, e Sara terá um filho”
(Gênesis 18:13–14).
Abraão e Sara exerceram fé. O Senhor cumpriu Sua promessa.
Isaque nasceu. Abraão se tornou o pai de nações.
Força para enfrentar desafios
“Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?” Essa escritura do Velho
Testamento tem me fortalecido quando enfrento os desafios e as
preocupações da vida:
• Como um novo missionário que se sentia sobrecarregado.
“Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?”
• Após minha missão, quando Anne Marie e eu estávamos pen-
sando em nos casar e ficamos apreensivos a respeito de como
compraríamos comida, pagaríamos o aluguel e as despesas
acadêmicas. “Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?”
• Como recém-­casados, ao ter nossos filhos e perceber as pressões
financeiras da vida. “Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?”
• Enfrentar os desafios de uma pós-­graduação, do crescimento da
família e do início de uma carreira. “Haveria coisa alguma difícil
ao Senhor?”
• Quando fui presidente da Missão Espanha Barcelona, Anne
Marie e eu repetidamente citamos essa escritura quando
ensinávamos os missionários. “Haveria coisa alguma difícil
ao Senhor?” As cartas para nossos missionários geralmente
incluíam a referência: “Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?”
J a n e i r o d e 2 0 2 2 43
 O Velho Testamento
contém doutrinas
e princípios de impor-
tância eterna.
Um alicerce escriturístico
Esse versículo é apenas um exemplo de muitos ver-
sículos inspiradores encontrados no Velho Testamento.
Tenho certeza de que há muitos que já o inspiram. Ao
lermos o Velho Testamento este ano de modo consciente
e em espírito de oração, o Espírito Santo nos mostrará
outros versículos específicos que fortalecerão nossa con-
versão a Jesus Cristo e Seu evangelho.
O Velho Testamento contém doutrinas e princípios de
importância eterna. Contém profecias que ainda serão
cumpridas. Ele nos ensina de onde viemos. E nos ensina
sobre o convênio abraâmico que ainda está vigente.
O Velho Testamento fornece um alicerce para nossas
outras escrituras. Quanto mais entendermos o Velho
Testamento, maior será nossa compreensão de outros
volumes de escrituras, pois seus ensinamentos aparecem
nesses outros livros de escrituras:
• Durante Seu ministério, o Salvador ensinou usando
as escrituras do Velho Testamento.
• Leí e sua família possuíam as placas de latão, que
continham as escrituras do Velho Testamento.
• Néfi ensinou Jacó citando Isaías, do Velho
Testamento.
• Durante Sua visita aos nefitas após Sua Ressurrei-
ção, Jesus Cristo citou Isaías e Malaquias, do Velho
Testamento.
Os profetas e os ensinamentos no Velho Testamento
também são centrais para a mensagem da Restauração
do evangelho em nossos dias:
44 L i a h o n a
Quanto mais entendermos
o Velho Testamento, maior será
nossa compreensão de outros
volumes de escrituras.
• Em suas primeiras visitas ao profeta Joseph Smith,
Morôni citou Malaquias.
• A Pérola de Grande Valor contém os livros de Moi-
sés e Abraão.
• Moisés, Elias e Elias, o Profeta, conferiram as chaves
do sacerdócio ao profeta Joseph Smith no Templo
de Kirtland.
MOSES PARTING THE RED SEA, DE ROBERT T. BARRETT; ADAM AND EVE IN THE GARDEN, DE LOWELL BRUCE BENNETT; REPRODUÇÃO DAS TÁBUAS
Qual é o propósito?
Ao lermos os livros do Velho Testamento, devemos
levar em consideração que os livros foram selecionados,
DE PEDRA: GETTY IMAGES; FOTOGRAFIA DO TEMPLO DE SAN DIEGO CALIFÓRNIA: MONICA GEORGINA ALVARADO ZARATE
enfatizados e organizados de maneira particular por um
motivo teológico. Podemos nos perguntar apropriada-
mente: “Por que essa informação foi incluída e com que
propósito?”
Embora algumas partes do Velho Testamento sejam
um pouco difíceis de compreender, devemos nos lem-
brar de que ele contém uma riqueza que não deve ser
negligenciada. Assim como Joseph Smith ensinou:
“Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, desde que esteja
traduzida corretamente” (Regras de Fé 1:8). Certamente,
somos abençoados ao estudarmos a palavra de Deus!
Pode ser útil em nosso estudo do Velho Testamento
procurar temas e ideias. Devemos buscar meios para
melhor compreender que o Deus do Velho Testamento
é também o Deus do Novo Testamento. Jeová é Jesus
Cristo. Como o estudo do Velho Testamento nos ajuda
a conhecer mais o Salvador?
Outros temas importantes que encontramos no Velho
Testamento incluem: convênios, santidade, profetas
 Os profetas e os ensi- O Velho Testamento
namentos no Velho contém profecias que
Testamento são centrais ainda serão cumpridas.
para a mensagem da
Restauração do evange-
lho em nossos dias.

As promessas do
vivos, sacrifício e obediência, fé e arrepen- santuário de fé e em um centro de apren- presidente Nelson são
dimento, louvores ao Senhor e a soberania dizado do evangelho, receberemos quatro profundas e elas são
de Deus. bênçãos específicas: verdadeiras.
Ao estudarmos, lembremos que a revela-
1. “Com o tempo seu Dia do Senhor será
ção nos últimos dias fornece uma compreen-
um verdadeiro deleite”.
são mais completa do Velho Testamento. Por
2. “Seus filhos ficarão entusiasmados
exemplo, graças à revelação atual, sabemos
para aprender e viver os ensinamentos
que os profetas do Velho Testamento porta-
do Salvador.”
vam o Sacerdócio de Melquisedeque e que
3. “A influência do adversário em sua vida
os profetas das dispensações anteriores
e em seu lar diminuirá.”
conheciam e ensinavam o evangelho de
4. “As mudanças em sua família serão
Jesus Cristo.
drásticas e contínuas.” 3

Uma promessa do profeta As promessas do presidente Nelson são

Nesta dispensação, somos mais uma vez profundas e elas são verdadeiras. Essas bên-
abençoados em saber que os profetas e após- çãos se tornaram realidade e continuarão em
VISION IN THE KIRTLAND TEMPLE, DE GARY SMITH; A SEGUNDA VINDA, DE HARRY ANDERSON

tolos proporcionam ensinamentos e conse- 2022 à medida que estudamos e aprendemos

lhos inspirados. com o Velho Testamento. ◼
O élder Quentin L. Cook, do Quórum NOTAS
1. Ver Spencer W. Kimball, “Quando o mundo for conver-
dos Doze Apóstolos, foi quem apresentou
tido”, A Liahona, setembro de 1984, p. 1.
o programa Vem, e Segue-­Me — Estudo Pessoal 2. Ver Quentin L. Cook, “Uma conversão profunda
e Familiar na Conferência Geral de Outubro e duradoura ao Pai Celestial e ao Senhor Jesus Cristo”,
Liahona, novembro de 2018, p. 8.
de 2018.2 Esse recurso tem sido uma grande
3. Russell M. Nelson, “Tornar-­nos santos dos últimos dias
bênção para todos nós. Nos últimos três exemplares”, Liahona, novembro de 2018, p. 113.
anos, tive algumas das experiências mais
significativas e profundas de minha vida com
o estudo das escrituras. Estou certo de que
uma bênção assim nos espera em 2022.
O presidente Russell M. Nelson disse
que, ao transformarmos nosso lar em um

J a n e i r o d e 2 0 2 2 45
 Gênesis 1–2;
Moisés 2–3; A Criação
Abraão 4–5

A Terra foi criada por

Jesus Cristo sob a dire- Primeiro dia:
ção do Pai Celestial para Luz e trevas
que tivéssemos um lugar “E disse Deus: Haja
onde viver, aprender luz”, e Ele fez a “separação
entre a  luz e as trevas”,
e usar nosso arbítrio a fim
criando o dia e a noite
de fazer boas escolhas (ver Gênesis 1:3–5).
(ver Abraão 3:24–26).
O profeta Joseph Smith
declarou: “Criar (…) não
significa criar do nada,
mas organizar, assim como
um homem organiza
materiais e constrói um Segundo dia:
navio”.1 A palavra hebraica Águas e céus
para “criar” significa deli- Deus separou as águas
near, moldar, organizar e os céus. “E disse Deus:
Haja uma expansão
e dar forma (ver Gênesis
no meio das águas
1:1; Abraão 3:24). (…). E chamou Deus
O presidente Russell à expansão Céus”
M. Nelson explicou que: (ver Gênesis 1:6–8).
“A Criação física propria-
mente dita foi dividida
em períodos de tempo
bem ordenados”, não
nos dias como contados
no calendário. “Quer
receba o nome de dia, Terceiro dia:
tempo ou era, cada fase Mares e terra
foi um período entre dois “E chamou Deus à porção
acontecimentos identifi- seca Terra; e (…) [às] águas
cáveis — uma divisão da chamou Mares” (Gênesis
ADAM AND EVE IN THE GARDEN, DE LOWELL BRUCE BENNETT

1:10). A Terra, então, estava

eternidade.” 2
pronta para a vida vegetal
(ver Gênesis 1:11–12).

46 L i a h o n a
Quarto dia:
Sol e estações
Deus fez o Sol, a Lua e as
estrelas para “haver sepa-
ração entre o dia e a noite”
e fossem “eles para sinais,
e para tempos determinados,
e para dias e anos”
(ver Gênesis 1:14–16).
Quinto dia:
Almas viventes
Deus criou toda “alma
vivente” (Gênesis 1:21). Essas
almas viventes receberam
o mandamento de se
multiplicar e encher a Terra
e o mar (ver Gênesis 1:22).
Sexto dia:
Adão e Eva
A criação da vida por Deus
continuou com as “bestas da
Terra”, o “gado” e as “coi-
sas que rastejam” (Abraão
4:24–25). Ele, depois, criou
Adão e Eva “à imagem de seu
próprio corpo” (Moisés 6:9)
e lhes ordenou que “[frutifi-
cassem] e [multiplicassem],
e [enchessem] a terra, (…)
e [dominassem] (…) sobre
todo animal” (Gênesis 1:28).
Sétimo dia:
Dia de descanso
Após completar Sua obra,
Deus descansou no sétimo
dia. “E abençoou Deus o dia
sétimo, e o santificou, por-
que nele descansou de toda
a sua obra, que Deus criara
e fizera” (Gênesis 2:3).
Posteriormente, Deus
ordenou que também nos
“[lembrássemos] do dia do
sábado, para o santificar”
(Êxodo 20:8).
Podemos santificar o Dia
do Senhor indo à igreja,
partilhando do sacramento
e nos lembrando do Salvador.
O Senhor ensinou: “Porque
em verdade esse é um dia
designado para descansares
de teus labores e prestares
tua devoção ao Altíssimo”
(Doutrina e Convênios 59:10).
No Dia do Senhor, “nossos
pensamentos, ações e com-
portamento são sinais que
damos a Deus e um indicador
de nosso amor por Ele”.3
NOTAS
1. Joseph Smith, discurso dado
em 7 de abril de 1844, em
History, 1838–1856, volume
E-­1, 1º de julho de 1843–
30 de abril de 1844, p. 1973,
josephsmithpapers.org.
2. Russell M. Nelson, “A Criação”,
A Liahona, julho de 2000, p. 103.
3. David A. Bednar, “Grandíssi-
mas e preciosas promessas”,
A Liahona, novembro de 2017,
p. 92; ver também Russell M.
Nelson, “O Dia do Senhor
é deleitoso”, A Liahona, maio
de 2015, p. 129.
J a n e i r o d e 2 0 2 2 47
 Moisés 6–7
Quem foi Enoque?

E
sta árvore familiar ADÃO E EVA
mostra dois homens
chamados Enoque
na linhagem de Adão
e Eva. O filho de Caim,
Enoque, neto de Adão
(ver Moisés 5), é diferente Caim Abel Outros Sete
de Enoque, filho de filhos
Jarede, seis gerações após
Adão e que construiu
a cidade de Sião (ver Enoque Enos
Moisés 6–7).

Cainã

Como o profeta Enoque reagiu a seu chamado? Maalalel

Quando Enoque foi chamado para pregar arrependimento,
ele se sentiu inadequado e falou para o Senhor que ele
era “lento no falar” (Moisés 6:31). Contudo, Deus deu poder
a Enoque e prometeu: “Abre tua boca e ela encher-­se-­á e dar-­ Jarede
te-­ei palavras” (Moisés 6:32). Muitos acreditaram em suas
palavras, e Enoque estabeleceu a cidade de Sião.
Ao recordar o exemplo de Enoque, o élder David A.
Bednar garantiu para aqueles de nós que se sentem ENOQUE
sobrecarregados, diferentes ou desqualificados para
um novo chamado ou uma nova responsabilidade que
“a promessa do Senhor a Enoque também se aplica (…)
hoje” (“Na força do Senhor”, Conferência Geral de Outu-
bro de 2004).

EVENTOS IMPORTANTES NA
VIDA DE ENOQUE

430 anos: Transladado,

65 anos: Abençoado por Adão. com a cidade de Sião.
ILUSTRAÇÕES: DENIS FREITAS

25 anos: Ordenado ao 365 anos: Falou com o Senhor “face

sacerdócio por Adão. a face” (Moisés 7:4) e “[andava] com
Deus” (Moisés 7:69).

48 L i a h o n a Ver Doutrina e Convênios 107:48–49.

 ARTE SOBRE O VELHO
TES TAMENTO “E Enoque continuou pregando em retidão ao povo de Deus. E aconteceu em seus dias que
Enoque e a cidade de Sião ele edificou uma cidade que foi chamada Cidade da Santidade, sim, Sião.” Moisés 7:19
ILUSTRAÇÃO: JUSTIN KUNZ
 JOVENS ADULTOS

Ajudar a prosseguir
na vida

26

DÊ UMA OLHADA
UM TRECHO DO
VOLUME 3 DE SANTOS

18
PRONTO PARA SE
APOSENTAR?
DICAS PARA
UMA TRANSIÇÃO
TRANQUILA

32
PAIS
COMO ENVOLVER
SEUS FILHOS COM
AS ESCRITURAS

38
T1