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AS 7 PALAVRAS DA CRUZ

09 de Abril de 2023 – PIBAC


Mensagem pregada pelo Pr. Thiago Silva

27 Alguns dos soldados do governador levaram Jesus ao quartel e chamaram todo o


regimento.
28 Tiraram as roupas de Jesus e puseram nele um manto vermelho.
29 Teceram uma coroa de espinhos e a colocaram em sua cabeça. Em sua mão direita,
puseram um caniço, como se fosse um cetro. Ajoelhavam-se diante dele e zombavam:
"Salve, rei dos judeus!".
30 Cuspiam nele, tomavam-lhe o caniço da mão e com ele batiam em sua cabeça.
31 Quando se cansaram de zombar dele, tiraram o manto e o vestiram novamente com suas
roupas. Então o levaram para ser crucificado.
Mateus 27:27-31

-Introdução: Através dos séculos ou milênios, o homem construiu muitos altares e neles
sacrificou para absolver-se dos seus pecados e dos outros. Todavia, um altar foi escolhido no
lugar conhecido como Gólgota (lugar duma caveira), por causa da conformação geográfica
(Mateus 27.33), onde o Cordeiro de Deus Nosso Sumo Sacerdote, porém, ofereceu a si
mesmo como único sacrifício pelos pecados, válido para sempre. Então, sentou-se no lugar
de honra à direita de Deus (Hebreus 10.12). Jesus passou seis horas sobre a cruz e durante
este tempo disse sete frases que têm significado profundo.
Quando passamos por momentos difíceis, ou enfrentamos a nossa cruz, muitas vezes
falamos palavras duras e tristes, sem pensar e depois lamentamos que dissemos aquilo
porque foi num momento de dor ou raiva. Jesus, mesmo se fazendo humano, não fez isso.
Foi no momento mais difícil que disse palavras maravilhosas.

O que Jesus disse na cruz?


Vamos refletir sobre as sete palavras ditas por Jesus na cruz:

1ª Palavra- PERDÃO
“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” Lucas 23.34
Na oração de Jesus, ele expressa seu profundo amor e pede a Deus para perdoar seus
malfeitores. O amor leva-nos a perdoar. O perdão tem mão dupla. Ele cura quem perdoa e
quem se sente perdoado. O perdão é melhor do que dez caixas de sedativo porque alivia a

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angustia do coração humano. Jesus perdoou para testemunhar seu propósito ao subir à cruz e
cumprir seu próprio ensinamento sobre o perdão.
Você está sofrendo com a ofensa de alguém? Foi ferido e machucado? Perdoe! Fará bem a
você. Seu gesto glorificará a Deus. Você poderá dizer: “Mas pastor, ele/ela não muda! Eu
não consigo!”. Lembre-se: a primeira palavra de Jesus na cruz é palavra de perdão, ensina-
nos que é possível perdoar, mesmo enquanto estamos sendo ofendidos.
O segredo está em mantermos relacionamento íntimo e verdadeiro com o Pai, reconhecer
que o ofensor está cego pelo pecado e, então, clamar e interceder pela vida dele ou dela.
Resultado: colheremos os frutos da nossa compaixão; Cristo será glorificado; pessoas
poderão ser salvas para a vida eterna.
Agora, pode ser que você seja o grande ofensor. Cego, você segue pela vida ofendendo a
Deus e ao Filho de Deus, pecando contra o Espírito Santo, entristecendo-o com os seus
pecados. Orgulhoso, você deve estar fazendo outras pessoas sofrerem com as suas ofensas.
Jesus intercede por você junto a Deus: “Pai, perdoa-lhes, ele não sabe o que faz!” Isto não te
toca? O Senhor tem lhe dado tempo, esticando até aqui os anos de sua vida, para que você se
arrependa e se volte para ele com arrependimento e fé. Quanto tempo mais você terá? Só
Deus sabe!
Confesse o seu pecado a Deus, agora! Peça perdão a Deus. De maneira nenhuma ele te
lançará fora. Vá a Deus em nome de Cristo. Ele irá te perdoar e, se for o seu caso, salvar
você da perdição. Além disto, ele te dará poder para não pecar e poder pedir perdão àqueles
aos quais você ofendeu ou tem ofendido. No que depender de vós, busque a paz de Deus e
tende paz com todos.
Qual serão suas últimas palavras antes da morte?
Uma das palavras de Jesus foi: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”. Isto ele disse
e assim ele agiu para te dar perdão e salvação.
Quem você precisa perdoar agora?
Declare o perdão para quem te ofendeu!

2ª Palavra- ESPERANÇA
“Em verdade te digo hoje, que estarás comigo no paraíso” Lucas 23.43
Em meio a tanto sofrimento Jesus não perdeu o foco principal da sua missão de salvar
garantir a felicidade eterna aos que são salvos. Mesmo sofrendo terríveis dores, Jesus foi
capaz de dar uma palavra de esperança para quem estava ao seu lado. Quando todos o
abandonaram Ele nunca abandonou seus amigos. Quantas vezes falamos palavras duras em
momentos de dor e isso só piora as coisas.
Lucas 23.40-42:
40 Mas o outro criminoso o repreendeu: “Você não teme a Deus, nem mesmo ao ser
condenado à morte? 41 Nós merecemos morrer por nossos crimes, mas este homem não
cometeu mal algum”. 42 Então ele disse: “Jesus, lembre-se de mim quando vier no seu
reino”.

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O que se pode notar nessa súplica do ladrão na cruz? Quatro coisas:

Há temor: “Você não teme [nem ao menos temes] a Deus”.


Há confissão de pecado: “Nós merecemos morrer por nossos crimes”.
Há reconhecimento da justiça de Jesus: “Este homem não cometeu mal algum”.
Há clamor por salvação – “Jesus, lembre-se de mim quando vier no seu reino”.
A confissão daquele homem exigiu dele pelo menos atitudes fundamentais para a salvação:
[1.] coragem, pois enquanto todos ao redor escarneciam de Jesus, ele o defendeu e pediu a
ele socorro (Lc 23.40-42); [2.] confiança, pois ele não conhecia Jesus — aliás, tudo o que ele
sabia sobre Jesus era o que estava escrito (homem simples com mania de grandeza: um
nazareno que se fazia passar por rei), o que as autoridades atestavam sobre ele ao pregá-lo na
cruz (criminoso que merecia morrer), a atitude de impotência e fraqueza ao se submeter
mansamente aos castigos da cruz. Veja, pois, nada de espetacular havia em Jesus: homem
simples passando-se por rei, talvez um criminoso e aparentemente fraco e impotente.
O ladrão, no entanto, ficou com as palavras de amor e perdão que ouviu dos próprios
lábios de Jesus — “Pai, perdoa-lhe, pois não sabem o que fazem”, foi pelo testemunho de
amor, mansidão e humildade que enxergou em Jesus e de alguma forma se deixou tocar pela
inscrição sobre a cabeça do bom Salvador: “REI DOS JUDEUS”. Tocado, aquele homem
suplicou por ajuda ao homem certo, no momento certo: “Jesus, lembre-se de mim quando
vier no seu reino”. Faça o mesmo você também. Suplique a Jesus, peça salvação.
A conversão daquele malfeitor aconteceu no momento em que, da perspectiva do momento,
Cristo havia perdido todo o poder para salvar a si mesmo ou a outros. Aquele ladrão
marchou junto com o Salvador pelas ruas de Jerusalém e o viu cair sob o peso da cruz!
Aquele era o primeiro dia que ele colocava os olhos em Jesus, e o que ele viu foi dor,
fraqueza e muita desgraça sobre um homem só. Os inimigos estavam triunfando sobre ele.
Os amigos o abandonaram. A opinião pública era unânime contra ele. Aquela crucificação
era totalmente inconsistente com seu título de Messias. A condição humilde era uma pedra
de tropeço para os judeus desde o início, e as circunstâncias de sua morte devem tê-la
intensificado, especialmente para alguém que nunca o tinha visto, exceto naquela deplorável
condição. Lembre-se: Até mesmo aqueles que creram nele foram levados a duvidar dele por
causa da crucificação. Não havia ninguém na multidão que estava lá com o dedo estendido e
gritando: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”! No entanto, apesar desses
obstáculos e dificuldades no caminho da fé, o ladrão apreendeu a Salvação e o Senhorio de
Cristo. Como podemos explicar essa fé e compreensão espiritual em uma circunstância como
aquela? Como podemos explicar o fato de que aquele ladrão tomou para si como Deus um
homem moribundo, sofredor, ensanguentado e crucificado! Não pode haver explicação à
parte da intervenção divina e da operação sobrenatural do Espírito Santo. A fé em Cristo
daquele ladrão foi um milagre da graça!
Também é preciso observar que a conversão do ladrão ocorreu antes dos fenômenos
sobrenaturais daquele dia. Ele clamou: “Senhor, lembra-te de mim” antes das horas de
escuridão, antes do clamor triunfante, “Está consumado”, antes do rasgar do véu do templo,

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antes do estremecimento da terra e do tremor que partiram rochas ao meio, antes do
centurião confessar: “Verdadeiramente este era o Filho de Deus.” Deus, propositadamente,
colocou a conversão daquele homem antes daquelas coisas para que a graça soberana
pudesse ser magnificada e o poder soberano reconhecido. Deus escolheu salvar aquele ladrão
sob as circunstâncias mais desfavoráveis — para que nenhuma carne se gloriasse em sua
presença. Deus deliberadamente organizou aquela combinação de condições e propósitos não
propícios para nos ensinar que “A salvação pertence ao Senhor”, para nos ensinar a não
engrandecer a instrumentalidade humana acima da ação divina, para nos ensinar que toda
conversão genuína é o produto direto do sobrenatural, operação do Espírito Santo.
Posto isto, ouça as palavras de Jesus ao ladrão salvo pela graça, Lucas 23.43:

“Eu lhe asseguro que hoje você estará comigo no paraíso”.

O que se vê ou se aprende sobre a salvação nestas palavras de Jesus?

Salvação é obra da graça ao pecador que não a merece (Lc 23.41), mas graciosamente ouve o chamado
eficaz para a salvação.

Salvação é garantida ao que crê: “Eu lhe asseguro” (v. 43).

Salvação é pessoal: “você” (v. 43).

Salvação começa aqui e nos leva além: “hoje você estará” (v. 43).

Salvação é estar com Cristo: “comigo” (v. 43).

Salvação é ter a nossa comunhão restaurado com Deus: “paraíso” (v. 43). O paraíso é
outro nome para o céu, a morada de Deus e o lar eterno dos justos (cf. 2Co 12.3; Ap. 2.7).

A Septuaginta usa a mesma palavra grega para se referir ao “jardim do Éden” (Gn 2.8-9).
As palavras de Jesus, portanto, podem sugerir uma restauração da comunhão íntima e
pessoal com Deus que existia no Éden antes da queda, o que faz total sentido com 1Pedro
3.18: “Pois Cristo também sofreu por nossos pecados, de uma vez por todas. Embora nunca
tenha pecado, morreu pelos pecadores a fim de conduzi-los a Deus.”
Eis, pois, a tão maravilhosa salvação do pecador: “Eu lhe asseguro que hoje você estará
comigo no paraíso”.
Precisa de uma palavra de esperança?
Jesus é seu amigo, ELE te fortalece!

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3ª Palavra- RESPONSABILIDADE
“Jesus, vendo sua mãe perto de João, a quem amava,disse-lhe: mulher, ele é seu
filho” João 19.27
Imagine o olhar de Maria para Jesus ali na cruz, quando Jesus demonstra por ela uma,
preocupação familiar. Dá a entender que José já havia falecido e João tornou-se a pessoa
mais próxima capaz de ajudar na sua vida espiritual. Jesus cuidou de sua mãe assumindo a
responsabilidade de filho mais velho, mas sabia que a partir dali não poderia mais. Então
pediu o apoio de João para ajudar sua família.
Alguns detalhes interessantes deste episódio merecem a nossa cuidadosa observação:
Enquanto Jesus proferia as suas palavras lá da cruz, os soldados repartiam entre si os
pertences do Senhor (Jo 19.23-24). O turbante ficou com um dos soldados. As sandálias
ficaram com outro soldado. O manto — uma espécie de toga ou sobretudo — ficou com
mais outro soldado. A cinta ficou com ainda outro soldado. Sobrou ainda uma peça, a túnica:
“sem costura, tecida numa única peça, de alto a baixo” (Jo 19.23). Decidiram, então, sorteá-
la para verem quem ficaria com aquela quinta peça (Jo 19.24).
Muito interessante esses detalhes! Não apenas porque era o cumprimento de uma profecia do
Salmo 22.18:
“Repartiram minhas roupas entre si e lançaram sortes por minha veste” (Jo 19.24),
mas também por revelar o carinho, o cuidado e a atenção de Jesus com as pessoas que mais
se importavam com ele. Leon Morris, renomado estudioso do Novo Testamento, em seu
comentário do Evangelho de João, escreveu que à luz de Mateus 27.55: “Estavam ali [aos
pés da cruz] muitas mulheres, observando de longe; eram as que vinham seguindo a Jesus
desde a Galiléia, para o servirem”; e à luz de Lucas 8.2-3: “e também algumas mulheres que
haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada
Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de
Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens” —
não é improvável que as quatro mulheres ao pé da cruz tinham dado a Jesus as suas vestes e
sandálias. João, portanto, além de demonstrar que a profecia do Salmo 22 estava sendo
cumprida, queria também contrastar a atitude dos quatro soldados com a atitude das quatro
mulheres (Jo 19.23-25). Então, João 19.26, “Quando Jesus viu sua mãe ali, ao lado do
discípulo a quem ele amava, disse-lhe: ‘Mulher, este é seu filho’”.
Outro dado importante: A túnica sem costura, a quinta peça de roupa que fora sorteada
pelos soldados, era culturalmente entregue ao filho pela mãe. Charles Swindoll nos conta de
uma tradição que dizia que Maria entregou essa túnica a Jesus quando ele saiu de casa. A
relevância dessas informações: Há uma aparente associação entre as palavras de Jesus e o
que faziam os soldados romanos. Imediatamente após os soldados lançarem sorte pela túnica
de Jesus, nós lemos: “E junto à cruz estava a mãe de Jesus…” (v. 24-25). Então, João 19.26,
“Quando Jesus viu sua mãe ali, ao lado do discípulo a quem ele amava, disse-lhe: ‘Mulher,
este é seu filho’”.

Charles Swindoll escreve:

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Por que naquele momento? Ela havia estado lá o tempo todo, assistindo e chorando.
Por que ele não a havia reconhecido e falado com ela antes? Teria sido por causa da
túnica sem costura? Creio que sim. Suas vestes externas e suas sandálias não tinham
qualquer significado, mas quando eles tocaram na túnica, tocaram algo mais próximo
do coração dele e da mãe — a veste que Maria havia feito para ele”.
Jesus, então, olhou para a mãe e preferiu-lhes palavras de compaixão, exatamente quando
os soldados começaram a sortear a túnica que ela, com tanto amor, havia lhe dado de
presente! Jesus disse a ela: “Mulher, este é seu filho”. Mulher, eu sei o quanto tudo isso te
faz sofrer, mas eu não te deixarei só: eis aí quem eu tanto amo; eis aí quem você poderá
acompanhar; eis aí quem irá caminhar com você de agora em diante; eis aí quem irá
conversar com você; eis aí quem irá chorar e sorrir com você; eis aí quem irá cuidar de você;
eis aí João, este é seu filho.
Jesus pronunciou palavra de compaixão: Maria, você não ficará sozinha! Maria, você não
sofrerá sozinha! Maria, eis aí teu filho. Maria, eis aí João.
Você tem assumido suas responsabilidades?
Seja responsável ao levar sua cruz!

4ª Palavra- HUMANIDADE
“Tenho sede” João 19.28
Aqui está o grande paradoxo: Jesus é a fonte da água da vida e tem sede. Sua sede era
humana, porém, a sede maior era “buscar e salvar o perdido” e os mortos nos seus delitos e
pecados (Efésios 2.1). O vinagre que deram era um líquido corrosivo, mas Jesus é a água da
vida que elimina o efeito corrosivo do pecado que corrompe a vida humana. A sede revela a
fragilidade humana e nos faz sentir necessidade de buscar a Deus.
Mateus acrescenta outra informação. Antes de pregarem Jesus na cruz (Mt 27.35), “os
soldados lhe deram para beber vinho misturado com fel, mas, quando Jesus o provou,
recusou-se a beber.” No entanto, lá na cruz, para cumprir as Escrituras do Salmo 69.21,
quando teve sede, Jesus provou (NVT) ou tomou (ARA) o vinagre (Jo 19.30).
Mais de 20 profecias do Antigo Testamento haviam sido cumpridas nas últimas 24 horas
de Jesus. Entre as quais, podemos citar:

a que dizia que ele seria entregue por 30 moedas de prata;


a que dizia que ele seria traído por um amigo;
a que dizia que ele seria abandonado e negado pelos discípulos;
a que dizia que ele seria humilhado, ferido e machucado;
a que dizia que ele ficaria em silêncio diante de seus acusadores;
a que dizia que suas mãos e pés seriam trespassados; etc.

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Mas ainda faltava cumprir a profecia do Salmo 69.21. Jesus, então, diz: “Tenho sede!” (Jo
19.28) e tomou o vinagre que lhe deram (Jo 19.29-30). Aquela atitude de Jesus demonstra-
nos o quanto ele era submisso à palavra de Deus. O Filho abraçou o plano com o qual ele e o
Pai haviam traçado desde a eternidade — a morte do Cordeiro (Ap 13.8). Cada detalhe
daquele plano tinha que ser cumprido. Jesus foi até o fim, em seu cumprimento, levando em
conta os mínimos detalhes.
A fidelidade de Jesus à Palavra e aos propósitos de Deus é algo inspirador. Ele veio, não para
fazer a sua própria vontade, mas a do Pai. A comida de Jesus era fazer a vontade daquele que
o havia enviado: o Pai (Jo 4.34). A vontade de Jesus estava sempre submetida à vontade do
Pai. A satisfação e a saciedade de Jesus eram encontradas no cumprimento da vontade do
Pai. Daí que
Paulo escreveu em Filipenses 2.6-8:
6Embora sendo Deus, [Cristo] não considerou que ser igual a Deus fosse algo a que
devesse se apegar [no sentido de se recusar a fazer o que ele veio, como homem, para fazer].
7Em vez disso, esvaziou a si mesmo; assumiu a posição de escravo [servo] e nasceu como
ser humano. Quando veio em forma humana, 8humilhou-se e foi obediente até a morte, e
morte de cruz.
Jesus nos ensina tanto quanto nos inspira: deixar de lado a nossa vontade para viver a do Pai;
deixar de lado os nossos projetos para abraçar os do Pai. Jesus também nos ilustra, com o
próprio exemplo, como viver para Deus e o próximo, negando a si mesmo, tomando a cruz e
morrendo para si mesmo a fim de viver para o Pai.

Sedento, Jesus, ainda assim, intercedeu pelo próximo.


Sedento, Jesus, ainda assim, compadeceu-se dos outros.
Sedento, Jesus, ainda assim, salvou o arrependido.
Sedento, Jesus usou a fraqueza para cumprir uma profecia bíblica.
Jesus estava com sede a muito mais tempo, só que a hora não havia chegado. Fico pensando:
quantos de nós, quando ficam com fome, tornam-se insuportáveis, mal-humorados,
intragáveis!
Jesus, no entanto, com sede, abençoou, serviu e viveu biblicamente, escolhendo glorificar a
Deus e nos abençoar.
Como você acordou nesta manhã? Aflito? Sedento? — Sede de alguma coisa. Sede de
mudança.
Sede de vingança. Sede de prazer. Sede de realização. — Qual é a sua sede?
Curve-se aos pés de Jesus e beba da água da vida. — Você será saciado. Você será
transformado e terá a chance de abençoar outros, levando-lhes água. Você destilará amor.
Você terá prazer. Você viverá para a glória de Deus.
Você está sofrendo? Angustiado? — Achegue-se àquele que sofreu por você e agora se
compadece e está disposto a salvar e cuidar de você.

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Você não vê a hora de tudo voltar ao “normal” e continuar fazendo as “suas” coisas, do
“seu” jeito? — Aprenda com Jesus: viva segundo a Bíblia, segundo a vontade do Pai, para o
Pai e para o próximo.
Jesus Cristo passou pela aflição da cruz para nos dar salvação e saciedade, NELE.
Qual tem sido a sua maior fraqueza?
Jesus pode saciar sua sede e suprir suas necessidades!

5ª Palavra- SACRIFÍCIO
“Jesus clamou: Eli, Eli lama sabactâni? Que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonaste?” Mateus 27.46
Alguém disse que esse clamor tem duplo significado. Primeiro, foi o grito de dor como ser
humano no momento em que, o caldeirão da ira de Deus, que deveria ser derramado sobre
nós, caiu sobre Ele. Segundo, foi o brado de vitória pelo fato de estar cumprindo o projeto de
Deus para salvar o mundo, citando o Salmo 22.1.
Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Por que estás tão distante de meus
gemidos por socorro?
Na cruz, porém, até o Pai o deixou, o abandonou!
Jesus estava sendo feito pecado por nós na cruz – e Deus é demasiadamente Santo para
sequer olhar para o pecado. Warren Wiersbe escreveu:

“Jesus foi abandonado pelo Pai para que nós nunca fôssemos esquecidos. Ele entrou na
escuridão para que tivéssemos luz. Experimentou o terrível isolamento e separação para que
nunca fôssemos deixados sozinhos”.
A QUINTA palavra de Jesus lá da cruz, entretanto, anuncia que Jesus, por graça e amor,
substituiu o pecador na cruz, submeteu-se ao plano eterno de Deus de salvar suas ovelhas.
Assim:

Jesus suportou a escuridão da cruz para que tivéssemos luz.


Jesus foi desamparado para que pudéssemos ser acolhidos.
Jesus foi incompreendido para que conhecêssemos a verdade e fossemos libertos.
Jesus morreu para que pudéssemos viver.
Substituindo-nos na cruz, Jesus gritou: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”.
Uma dor e uma aflição que o crente em Jesus jamais irá conhecer: a dor pela justa punição
por causa do pecado; a angústia pela ausência de Deus.
Substituindo-nos na cruz, Jesus se fez maldição em nosso lugar: Agora podemos ser
perdoados porque Jesus foi condenado, podemos ser acolhidos porque Jesus foi
desamparado, podemos cantar porque Jesus, angustiado, gritou em nosso lugar: “Deus meu,
Deus meu, por que me abandonaste?”.

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Arrependa-se e confesse o seu pecado – não tente se desculpar.
Clame por salvação em Jesus – não existe outro meio de nos religarmos a Deus.
Caminhe pelas Escriturar – não existe outro meio de crescermos na vida cristã.

APLICAÇÕES PESSOAIS EDIFICANTES

Assim como Cristo nos sarou através das suas pisaduras, Deus muitas vezes cumpre o seu
plano em nós e através de nós, valendo-se do nosso sofrimento, ao tomarmos sobre nós a
cruz de Jesus. Dois textos:
Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de
Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja; (Colossenses 1.24).
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a
tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.
Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo
Espírito Santo, que nos foi outorgado.” (Romanos 5.3-5).
Quando Deus nos colocar às portas da fé mais pura e nos provar com o seu silêncio, não
tentemos fugir de sua presença, ao contrário clamemos em alto e bom som: “Deus meu, Deus
meu!”. Jeremias nos diria, Lamentações 3.24-28:
A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. Bom é o
SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é aguardar a salvação
do SENHOR, e isso, em silêncio. Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade.
Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto esse jugo Deus pôs sobre ele;
Submeta-se com fé e amor, aguardando com esperança a voz do SENHOR.
No momento de dor, a quem você tem clamado?
Clame ao Senhor e Ele te responderá!
6ª Palavra- REDENÇÃO
“Está consumado!” João 19.30
Jesus cumpriu com perfeição o plano de salvação projetado por Deus, do Éden até o dia da
sua ascensão ao céu. Jesus selou com seu sangue o pacto na Nova Aliança. Esta
palavra “está consumado” (tetelestai) significa que sua obra está completa, como um
carimbo, cuja tinta é o sangue de Cristo, para a remissão de pecados. Aquele que crer e
aceitar que o sangue de Jesus Cristo foi derramado para a remissão de seus pecados, “está
livre da lei do pecado e da morte” (Romanos 8.1-2).
Caminhe do modo certo, diante de Deus e dos homens. Vá e não peques mais. Tetelestai!
Está consumado! Cristo pagou pelo seu pecado.
Pode ser que você terá que pagar pelas consequências dos seus pecados. Deus não
prometeu livrar-nos delas, mas com certeza você poderá desfrutar do gozo eterno do céu, a
partir de agora.

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Jesus bradou da cruz que os pecados daqueles que creem foram pagos: confesse-os e passe
a viver em novidade de vida.
Jesus bradou da cruz que o sofrimento do crente terá um fim: persevere e aguarde com
alegria o glorioso dia do Senhor.
Jesus bradou da cruz que Satanás foi derrotado e não tem poder para subjugar o crente:
resista-o e ele fugirá de você.
Siga adiante — com fé, esperança e amor —, cumprindo a vocação de Deus para a sua
vida.
E quando a hora de sua morte chegar (cedo ou tarde ela chegará, seja ela como for), esteja
pronto para dizer como disse o nosso Salvador: “Está consumado! — Terminei! Cumpri!

Venci! Conquistei! Tetelestai!”


Face à norte, a poucos dias adiante de si, Paulo escreveu (2Tm 4.6-8):

6 Quanto a mim, minha vida já foi derramada como oferta para Deus. O tempo de minha
morte se aproxima. 7 Lutei o bom combate, terminei a corrida e permaneci fiel. 8Agora o
prêmio me espera, a coroa de justiça que o Senhor, o justo Juiz, me dará no dia de sua volta.

E o prêmio não será só para mim, mas para todos que, com grande expectativa, aguardam
a sua vinda.

E você, o que dirá quando a morte chegar?


O Deus começou em sua vida e precisa completar?
Deus cumprirá suas promessas em sua vida!

7ª Palavra- ENTREGA
”Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” Lucas 23.46
Ele deu um brado em alta voz citando o Salmo 31.5 e constatou-se sua morte física. A
salvação é de graça, mas custou alto preço, o Cordeiro imaculado foi sacrificado por nós na
cruz. Jesus não foi assassinado, Ele morreu voluntariamente e o que o matou não foram os
cravos e espinhos e sim os pecados da humanidade que pesaram sobre Ele.
Jesus Cristo morreu confiante no Pai. Suas fontes de confiança são as mesmas para os
crentes em todas as épocas e em todos os lugares:

PODEMOS CONTAR COM A PRESENÇA DO PAI

“Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mateus 28.20).

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“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te
fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41.10).

PODEMOS CRER NA PROMESSA DO PAI


“Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Quando passares
pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares
pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (Isaías 43.1-2).

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra,
viverá” (João 11.25).

PODEMOS CAMINHAR SOB A PROTEÇÃO DO PAI


“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu
estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam” (Salmos 23.4).

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a
vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai
me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. Eu e o Pai somos um”
(João 10.27-30).

PODEMOS CONFIAR NOS PLANOS DO PAI


“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos,
os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a
terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus
pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Isaías 55.8-9).

“Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de
paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais.” (Jeremias 29.11).

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não


sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com
gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito,
porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos. Sabemos que todas as
coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou
para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre
muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses
também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Romanos 8.26-30).

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“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”
(Romanos 12.2).
Todo mundo, ao morrer, estará nas mãos de Deus: os que creram em Cristo serão guiados
para o descanso do Pai e os que negaram a salvação e o senhorio de Cristo cairão nas mãos
do Deus vivo. Horrível coisa será para os ímpios (Hb 10.31).
Conta-nos a história cristã que quando John Hus (pré-reformador protestante) foi
condenado pelo Concílio de Constança, em 1415, o bispo católico encerrou a cerimônia
dizendo:
“Nós agora confiamos sua alma ao Diabo”.
Ao que Hus contestou, dizendo: “Confio meu espírito em tuas mãos, Senhor Jesus Cristo.
A ti rendo o meu espírito, o qual tu salvaste.”

Estevão (o primeiro mártir cristão), quando pedras começaram a ser jogadas em sua
direção, orou: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito!” (At 7.59). NOTA: Atos 7 é o único
texto do

Novo Testamento no qual lemos que Jesus estava “em pé, à destra de Deus”, pronto para
receber um servo seu (At 7.55-56).

D. L. Moody (grande evangelista norte-americano), quando estava morrendo, declarou:


“A terra recua; os céus se abrem para mim […] Se a morte é isto, é algo agradável”.
Deus não nos prometeu uma passagem tranquila pelo vale da sombra da morte, mas uma
chegada segura ele garantiu. Jesus morreu sendo insultado, com o corpo ferido de morte e
totalmente ensanguentado. Mas ele pôde dizer: “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito!” —
Pai, nas tuas mãos deposito/confio a minha vida!
Não interessa quando morreremos. Não importa como morreremos. A promessa do Senhor
é que, independentemente de quão surpreendente ou turbulenta for a nossa morte,
chegaremos em paz e segurança ao nosso destino final. O espírito sobrevive ao corpo, e
graças à ressurreição, nosso corpo decadente ressurgirá em novidade de vida.
Poder um dia dizer, face a face com a morte: “Pai, pelos méritos de Jesus Cristo na cruz,
nas tuas mãos entrego o meu espírito”, é fonte de grande consolação, é um convite ao
louvor! Cante, pois, ao Senhor, crente! Cante com alegria!
O que você gostaria de entregar para Deus hoje?
Entregue ao Senhor completamente agora!

O que você diria se estivesse na cruz!

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CONCLUSÃO
A cruz é o evangelho que o crente deve viver. Cada situação dolorosa pode ser uma
ferramenta para crucificar o homem carnal e ressuscitar o ser espiritual. Se você está sendo
crucificado por algo que te faz sofrer, tome sua cruz sabendo que após a crucificação vem a
ressurreição. Quantas vezes temos uma sexta-feira de dor, mas depois vem um domingo
quando revivemos para Deus.
Firmado nesta verdade, o grande pastor batista e príncipe dos pregadores,

Charles Spurgeon, perto do fim da vida, disse confiantemente: “Tranquilo e feliz, embora
muito fraco. Minha teologia é muito simples. Eu posso expressá-la em poucas palavras e elas
são suficientes para morrer”. Após uma pausa, ele disse lentamente: “Jesus morreu por
mim”. Que simplicidade!

E você, o que dirá quando a morte chegar?


Você está sendo crucificado?
Deus vai te ressuscitar!

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