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CANAL DIRETO

“Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. ” (Lc 23.42)

O evangelista Lucas foi o autor deste evangelho e teve a rara preocupação de


narrar que os fatos por ele registrados foram confirmados por testemunhas oculares,
dando assim mais credibilidade aos destinatários, inclusive para Teófilo a quem
destinou especificamente seu escrito (Lc 1.2-4).
Este versículo está contextualizado no diálogo ocorrido entre o ladrão que foi
salvo e Jesus Cristo, quando ambos estavam crucificados no local denominado Caveira
(Lc 23.33). Lucas não registrou os nomes dos dois ladrões crucificados, todavia, coube
a um deles entrar para a história do cristianismo, justamente reconhecer a justiça de seu
próprio castigo (Lc 23.41), por enxergar um reino além da cruz, no qual Cristo seria o
rei (Lc 23.42), e por clamar pela sua salvação nos momentos que antecederam sua
morte.
Incrível como muitas pessoas de todas as classes sociais continuam depositando
sua confiança na salvação e vida eterna em tudo, menos em Cristo. Mesmo com a
universalidade da morte, as pessoas preferem apresentar as mais diversas desculpas
quando o assunto é salvação da alma e vida eterna. “Quem sabe amanhã? Hoje não
tenho tempo! Vamos deixar para outra oportunidade. Talvez noutra data. Tenho outras
coisas para fazer. Preciso aproveitar essa vida só mais um pouquinho”. Tudo isso são
alguns dos motivos mais comuns para desviarem-se do assunto.
Saiba que aqueles dois ladrões eram pessoas comuns daquela sociedade, sem
nenhuma condição social que lhes proporcionassem algum privilégio ou mesmo algum
benefício. O Império Romano era extremamente cruel nas aplicações de suas sentenças
e a crucificação era o método mais utilizado. Atente que os dois ladrões estavam
triplamente perdidos, primeiro estavam pendurados na cruz, segundo a morte era
questão de tempo e em terceiro lugar, eles não tinham nenhuma perspectiva de salvação
eterna. Enquanto um deles blasfemava contra Cristo, o outro, tocado pelo poder do
Espírito Santo clamou por misericórdia, arrependeu-se e naquele momento Cristo lhe
estendeu a mão (Lc 23.43).
Perceba nos dias atuais as pessoas murmurarem e reclamarem bastante quando
atingidos por problemas e adversidades, e grande parte das vezes imputam a Deus a
culpa de seus males. Muitos responsabilizam Deus por tudo de errado que lhes acontece
e outros tantos chegam a afirmar que Deus nunca os ajuda quando estão em
dificuldades. Há também um grupo que nos momentos de grande adversidade e angústia
se revoltam e blasfemam contra Deus. Entenda que nas aflições, nas lutas, nas batalhas,
nas angústias e nas atribulações, o momento não é de reclamações. Estes são momentos
mais que oportunos para copiar o malfeitor, que mesmo pendurado na cruz, sem
nenhuma expectativa voltou seu coração a Cristo. Deus não rejeita um coração sincero
(Sl 51.17). Pense nisso!
Veja que mesmo um incrédulo, nos momentos de grande desespero, de extrema
aflição e medo, grita por Jesus. O ladrão viu sua história mudar quando tudo parecia
perdido, e até nos instantes finais que antecederam o seu clamor pela salvação de sua
alma, ele não tinha e nem alimentava nenhuma perspectiva de vida eterna. Para aquela
multidão que assistia sua agonia e que aguardava sua morte, era o fim da linha, o ponto
final. Todavia, ele clamou, Jesus entrou na vida dele, colocou uma vírgula, mudou sua
história e o salvou.
“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo
homem” (1 Tm 2.5). O apóstolo Paulo, instruindo Timóteo deixa essa questão muito
clara quando declara não haver nenhum mediador para remissão dos pecados. Enquanto
muitos batem cabeça procurando por algo diferente que os possa salvar, eis Cristo, que
ocupa lugar ímpar, é o único e exclusivo representante de Deus, capaz de tornar
realidade o propósito salvador para o homem (Hb 8.6).
Os momentos que antecederam a vida daquele ladrão pendurado na cruz, não
mostram que ele buscou por algum outro mediador ou que tenha adotado
preventivamente algum tipo de comportamento que pudesse lhe salvar. Para receber o
milagre da salvação, não diz que ele tinha feito uma campanha, guardado um amuleto,
uma moedinha da sorte ou coisa semelhante para usar nos momentos ruins.
Contrário tudo isso, ele estabeleceu um contato direto com quem realmente
poderia fazer alguma coisa: Jesus Cristo! Ele clamou diretamente a Cristo. Depositou
sua confiança em Cristo. O autor da carta aos Hebreus ensina que somente Cristo pode
salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, ou seja, Cristo vive intercedendo
pelos crentes (Hb 7.25).
“o Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que possa me fazer o homem” (Hb
13.6). Ele não tinha nenhuma esperança, mas Cristo se inclinou, ajudou e salvou aquele
homem. Portanto, compreenda que as bênçãos chegam por meio da fé, quando se
estabelece um canal direto com Cristo, sem intermediários, amém?
Jesus Cristo filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr

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