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A Morte de Jesus

Silvio Ribeiro de Souza / Geral

O Calvário / Redentor / Lc 23.44–49

A reação da criação a morte de Cristo.

A comovente e Impactante morte de Jesus


Foi algo totalmente confrontador para os religiosos da época, um homem
simples, que veio de um lugar simples, que sentava com pecadores, se
hospedava na casa de pecadores e hospedava pecadores, e que realizava
milagres e prodígios em nome do Deus todo poderoso, mais impactante
ainda, era ele se apresentar como sendo o Messias, e então não lhes restou
outra opção a não ser, desejar sua morte, e de fato o fizeram.

Hoje, não queremos focar no que você deve fazer, mas no que Jesus fez.
Contudo, devemos notar as reações em diversas esferas no momento da
morte de Jesus, e pra o que estas reações apontavam.

A reação da matéria 44-45


Amós 8.9 (BEARA)
Sucederá que, naquele dia, diz o Senhor Deus, farei que o sol se ponha
ao meio-dia e entenebrecerei a terra em dia claro.

A penúltima praga que assolou o Egito antes da morte do cordeiro pascal


foram três dias de trevas. Agora, antes de Jesus, o nosso Cordeiro Pascal,
ser imolado na cruz, também houve três horas de trevas sobre a terra.
É como se o sol sentisse vergonha da crueldade com que os homens
trataram o Criador. É conhecida a expressão de Douglas Webster, que
disse: “No nascimento do Filho de Deus, houve luz à meia-noite; na morte
do Filho de Deus, houve trevas ao meio-dia”.

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William Hendriksen diz que a escuridão simbolizou julgamento: o
julgamento de Deus sobre o nosso pecado; sua ira consumindo-se no
coração de Jesus, para que ele, como nosso substituto, pudesse sofrer a
agonia mais intensa, a aflição mais indescritível e o desamparo e
isolamento mais terrível.
O inferno veio até o Calvário nesse dia, e o Salvador desceu a ele,
experimentando os seus horrores em nosso lugar.

Lucas: Jesus, o Homem Perfeito (A Morte de Jesus (23.44–49))


O véu rasgado significa a abolição e o término de toda a lei cerimonial
judaica. Significa que o Santo dos Santos está aberto para toda a
humanidade por meio da morte de Cristo (Hb 9.8).

Lucas, Volumes 1 e 2 (23.44–49. O Calvário: A Morte de Jesus)


No momento da morte de Cristo, essa cortina partiu-se repentinamente
em duas partes, de alto a baixo, como relatam Mateus e Marcos. Isso
aconteceu às 15 horas, quando os sacerdotes estariam oficiando no
templo. Como isso aconteceu? Não por desgaste natural, porque nesse
caso teria havido rupturas em todas as partes, e a ruptura principal teria
sido produzida, com maior probabilidade, de baixo para cima. Tampouco
é provável que, ao mencionar imediatamente um terremoto (27.51),
Mateus esteja tentando comunicar a ideia de que a ruptura foi
ocasionada pelo terremoto.
Tivesse sido essa sua intenção, não teria ele mencionado o terremoto
antes da ruptura da cortina?

O que aconteceu deve ser considerado um milagre. Qualquer meio


secundário utilizado para produzir esse efeito não é mencionado e seria
inútil especular a respeito.

Quanto à importância simbólica, esta vem a lume mediante duas


considerações: primeiro, ocorreu no momento da morte de Jesus;

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segundo, é explicado em Hebreus 10.19,20: por meio da morte de Cristo,
simbolizada pela ruptura da cortina, abrindo o caminho para “o Santo dos
Santos”, isto é, o céu para todos quantos buscam refúgio nele. Para a
lição prática, veja Hebreus 4.16. A explicação poderia estender-se, mas ao
limitar a interpretação a isso estamos em terreno seguro.

Mas também se pode dizer algo em favor da ordem utilizada por Lucas.
Como muitas vezes acontece, ele é uma vez mais temático. Menciona
primeiramente os sinais materiais (as trevas e a ruptura do véu), em
seguida a morte e então, sem interrupção, o efeito da morte de Jesus
sobre pessoas: (a) sobre o centurião; (b) sobre a multidão; (c) sobre as
mulheres da Galileia.

A reação dos inimigos 47-48


Lucas: Jesus, o Homem Perfeito (A Morte de Jesus (23.44–49))
Em quarto lugar, o reconhecimento tardio (23.47,48). O homem
encarregado da centúria, a corporação de 100 soldados romanos que
acompanhou o séquito até o calvário, ao ouvir as palavras de Jesus, teve
seu coração tocado e reconheceu que verdadeiramente Jesus era o Filho
de Deus.
De igual modo, todas as multidões reunidas para este espetáculo, vendo
o que havia acontecido, retiraram-se a lamentar, batendo no peito.
Hendriksen comenta:Isso não é difícil de compreender. Pense no que
essa gente havia presenciado, ouvido e experimentado.
Foram três horas de trevas, o terremoto, o partir de rochas, a abertura de
túmulos. A isso acrescente-se a conduta de Jesus, inclusive suas palavras
de confiança no Pai celestial e as de perdão para os homens. Além disso,
muitas dessas pessoas teriam sido dominadas por um profundo senso de
culpa. Teriam dito repetidas vezes a si mesmas: Nós fizemos isso. E nisso
elas tinham toda razão (At 2.36; 1Ts 2.14,15).26

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Lucas, Volumes 1 e 2 (23.44–49. O Calvário: A Morte de Jesus)
47. Quando o centurião viu o que havia acontecido, começou a glorificar
a Deus, dizendo: Certamente este era um homem justo.O centurião vira
como Jesus se comportara em meio a todas as provações e zombarias,
além da dor que suportava.

E agora, esse grito de serena resignação, antes, de voluntária rendição.


Era um grito de confiança, grito que, uma vez ouvido, não podia jamais
ser esquecido.Com toda probabilidade, esse legionário não era judeu. Seu
coração não fora endurecido contra Jesus, como ocorrera com o coração
de muitos judeus, especialmente o dos líderes.

Além disso, ele vira e teria sentido como até mesmo a natureza reagira
ante a morte de Jesus. Pense no terremoto, as rochas que se partiram, a
abertura de sepulturas (Mt 27.51–54).Portanto, ele começou a louvar e a
glorificar a Deus, dizendo: “Certamente este era um homem justo”. Isso
provavelmente significa que ele glorificou a Deus, reconhecendo a justiça
de Jesus. Mateus 27.54 e Marcos 15.39 declaram que ele disse:
“Certamente este [homem] era Filho de Deus”. Sem dúvida, ele deve ter
feito as duas declarações, proclamando que Jesus era tanto o Filho de
Deus quanto um homem justo.

Lenski expressa de forma admirável o sentimento deles: “Tinham ido para


ver um espetáculo; e se vão com sentimentos de pesar”.Isso explica, pelo
menos em certa medida, por que no dia de Pentecostes houve não
menos de 3.000 conversões. Pode também ajudar a explicar a vacilação
temporária por parte das autoridades judaicas em perseguir os
seguidores de Jesus.

A reação dos amigos 49


Lucas: Jesus, o Homem Perfeito A Morte de Jesus (23.44–49)
Em quinto lugar, as testemunhas fiéis (23.49). Enquanto os discípulos de
Jesus fugiram, com exceção de João (Jo 19.26,27), as mulheres observavam

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o drama do Calvário. Elas demonstraram mais coragem e mais
compromisso do que aqueles que prometeram ir com Jesus para a prisão e
para a morte (Mt 26.35). Elas assistiram Jesus em seu ministério e o
acompanharam até a cruz. Elas observaram onde o corpo de Jesus foi
sepultado e compraram aromas para embalsamar o seu corpo. Elas foram
as primeiras a ver o Cristo ressuscitado e as primeiras a anunciar sua
ressurreição. Warren Wiersbe escreve: “É bastante significativo que essas
mulheres tenham sido as últimas a deixar o lugar da crucificação e as
primeiras a ir ao túmulo na manhã de domingo”
Lucas, Volumes 1 e 2 23.44–49. O Calvário: A Morte de Jesus
49. Todos os seus conhecidos, porém, inclusive as mulheres que o haviam
seguido desde a Galileia, estavam em pé a distância, olhando essas coisas.
Quem eram esses conhecidos que estavam em pé a distância? No que
respeita aos homens, à luz do Evangelho de João sabemos que “o discípulo
a quem Jesus amava” estava parado junto à cruz, a ponto de poder ouvir o
que Jesus lhe disse (Jo 19.26,27). Havia algum outro dentre os 11
presentes? Estariam [presentes] José de Arimateia e Nicodemos?
Nossa passagem diz que os conhecidos, homens e mulheres, estavam em
pé “a distância”, talvez por medo das consequências que lhes poderiam
sobrevir se ficassem perto da cruz. A princípio ficaram longe, e foram se
aproximando à medida que compreenderam que os soldados não os
feririam? É possível que algo desse gênero tenha acontecido.
Quanto à identidade das mulheres, esse grupo incluía algumas, e poderia
ter incluído todas das que em seguida são mencionadas nominalmente: (a)
Maria, mãe de Jesus; não esteve por muito tempo junto à cruz (Jo 19.26,27);
(b) Salomé, irmã de Maria, que era a mãe dos filhos de Zebedeu; (c) Maria,
esposa de Cleofas = a mãe de Tiago, o Menor, e de José; e (d) Maria
Madalena. Esse grupo é sugerido como resultado da comparação de
Mateus 27.56; Marcos 15.40,41 e João 19.25. Lucas 14.10 faz também
menção de Joana. E note também Lucas 8.3, onde uma senhora desse
nome é denominada “esposa de Cuza, mordomo da casa de Herodes” e
onde é acrescentado o nome de Susana. Veja mais a respeito em C.N.T.
sobre João 19.38–40, e veja supra, sobre 8.2,3. Sem dúvida, houve outras
mulheres que não são nomeadas; note a frase entre outras, em Lucas 24.10.
Essas mulheres eram notáveis, e isso no mínimo por três razões:
a. Com a exceção de João, nenhum dos outros discípulos que pertenciam
ao grupo dos 11 é mencionado como estando presente no Calvário; essas
mulheres, porém, estavam presentes! Exibiam rara coragem.

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b. Somos distintamente informados que eram mulheres que tinham
seguido a Jesus desde a Galileia até Jerusalém, e que tinham por costume
ministrar as necessidades de Jesus. Cf. Lucas 8.2,3. Elas deram evidências de
corações saturados de amor e compaixão.
c. Como testemunhas da morte, do sepultamento e da ressurreição de
Jesus, elas eram testemunhas competentes dos fatos da redenção dos
quais, sob a autoridade divina, a igreja depende para sua fé.258

APLICAÇÃO: A reação de Jesus 46


Lucas: Jesus, o Homem Perfeito (A Morte de Jesus (23.44–49))
Jesus foi crucificado na terceira hora do dia, ou seja, às 9 horas da manhã
(Mc 15.25).
Da hora sexta à hora nona, ou seja, do meio-dia às 3 horas da tarde,
houve trevas sobre toda a terra (23.44). Nessas seis horas em que Jesus
ficou na cruz, ele proferiu, sete palavras.

Três delas foram em relação às pessoas: 1) palavra de perdão – Pai,


perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (23.34); 2) palavra de
salvação – Hoje estarás comigo no paraíso (23.43); 3) palavra de afeição –
Mulher, eis aí teu filho […] eis aí tua mãe.

Uma palavra foi em relação a Deus: Deu meu, Deus meu, por que me
desamparaste? (Mc 15.34);

e três frases foram em relação a si mesmo: 1) palavra de agonia – Tenho


sede (Jo 19.28); 2) palavra de vitória – Está consumado (Jo 19.30); 3)
palavra de rendição – Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito (23.46).

A morte de Cristo é o fato mais importante do cristianismo. Jesus clamou


em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto,

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expirou (23.46).

Não devemos entender esse brado como um grito de desespero, mas


como uma voz de triunfo de quem estava consumando a obra da
redenção ao custo infinito de sua morte.
Jesus estava consumando sua obra, esmagando a cabeça da serpente,
triunfando sobre o diabo e suas hostes e comprando-nos para Deus.
Ele morre como um vencedor. Jesus não foi morto; ele voluntariamente
deu sua vida (Jo 10.11,15,17–18).
Ele não morreu como um mártir; ele se entregou como sacrifício pelos
pecados do seu povo. Qualquer pensamento de derrota é abafado pela
força surpreendente do grito de Jesus.
As trevas acabam no momento em que Jesus morre. Com a sua morte,
ele quebrou o poder das trevas.

Mesmo então Jesus chama àquele que o enviou: “meu Deus”.A palavra
final, por meio da qual o Salvador, fazendo uso da fraseologia do Salmo
31.5, confia sua alma aos cuidados de seu Pai, é bela em virtude de: (a) o
que retém do Salmo 31.5; (b) o que lhe acrescenta; e (c) o omite dele.
a. Retém: “confio o meu espírito”. Isso é significativo, pois indica que o
Salvador morreu o único tipo de morte que podia satisfazer a justiça de
Deus e salvar os homens. Tinha de ser um sacrifício voluntário. O próprio
fato de Jesus pronunciar esta palavra em alta voz também revela que ele
dera sua vida de bom grado e voluntariamente (Jo 10.11,15).
b. Acrescenta a palavra significativa, Pai, não encontrada no Salmo. A
importância dessa palavra nesse ponto, já foi indicada.
c. Omite a frase que vem imediatamente em seguida no Salmo, a saber:
“Tu me redimiste”. No caso de Cristo, aquele que é sem pecado, essa
redenção não era necessária nem mesmo era possível.
As palavras finais de Lucas 23.46, a saber: E, ao dizer isto, expirou,
mostram “serena calma” (Geldenhuys) na mente e no coração de Jesus no
momento em que sua alma partiu desta terra. Havendo consumado

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plenamente a obra que o Pai lhe dera para fazer (Jo 17.4), ele desfrutou
plenamente “a paz de Deus que excede toda compreensão”.

E a pergunta que podemos fazer agora é: Porque tudo isto?


Por obediência ao Pai, e por amor a você!
Foi por causa do nosso pecado que ele foi para a Cruz!
Qual a tua reação diante de tudo que você ouviu?

Quer saber o preço que foi pago pela tua vida, olha para a Cruz
Qual o preço você deve pagar por amor a Cristo? olha para a Cruz.

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