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CREIO EM JESUS CRISTO


QUE PADECEU SOB O PODER DE PÔNCIO PILATOS
Mc 15:1-20
A. Você já notou que o único nome humano além de Jesus que aparece
no Credo dos Apóstolos é o nome de um governador romano que
concordou em realizar uma das maiores injustiças que o mundo já viu?
 Além Jesus, apenas Pilatos, o governador da Judéia de 26 a 36 d.C.,
é mencionado no credo apostólico.
B. Isto é pelo menos estranho, não é?
 Tanta gente boa na bíblia e o nome de Pilatos que está no credo.
C. No entanto, é muito importante que o nome de Poncio Pilatos seja
relatado no credo.
 Certo historiador que viveu no século V, escreveu o seguinte:
"Aqueles que proferiram o Credo mostraram grande sabedoria em
enfatizar a data real em que essas coisas aconteceram, de modo que
não deixa nenhuma chance de incerteza ou imprecisão para
perturbar a estabilidade de A tradição."
D. A referência a Pilatos ancora o Credo dos Apóstolos na história,
datando que a morte de Cristo aconteceu na época de Pilatos 26 a 36
d.C.
 E isto afirma que estamos lidando com um evento histórico, que
realmente a crucificação de Jesus Cristo aconteceu.
 O evento central da história do evangelho aconteceu em um lugar
definido em um tempo definido, com pessoas específicas envolvidas.
E. Esta manhã, ao considerarmos a frase: "Creio em Jesus Cristo: que
sofreu sob o poder de Pôncio Pilatos", vamos concentrar na palavra
"sofrer".
 Vamos ver três aspectos do sofrimento de Jesus.

I. O SOFRIMENTO FÍSICO DE CRISTO.


A. Era a terra da Palestina, e o Império Romano estava no controle total
da pequena província da Judéia.
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 A fim de manter seu domínio opressivo, o Império Romano aplicou a


execução por crucificação para demonstrar a autoridade e poder de
Roma, e manter os povos súditos sob seu controle.
 A crueldade desta pena estava na vergonha pública, na tortura física
e na morte lenta.
B. Nos evangelhos lemos que seguindo o veredicto de condenação, Jesus
foi flagelado, isto porque a flagelação era sempre um prelúdio para a
crucificação (Mc 15:15).
 Havia poucas provações mais terríveis do que a flagelação romana.
 A vítima era despida, e amarrada a um pilar com as costas expostas
de modo que ele não podia se mover.
C. O flagelo era feito de tiras de couro cravejadas com pelotas de chumbo
ou ferro e pedaços de osso nas pontas.
 Literalmente este chicote rasgava as costas.
 Muitos desmaiavam sob o chicote.
D. O criminoso, era então, entregue aos soldados.
 No caso de Jesus, fizeram uma coroa de espinhos, deram a ele uma
cana por cetro, e um tecido de púrpura por manto, e zombaram Dele
como rei e profeta.
E. Então Jesus começou a procissão para o Calvário.
 A procissão sempre seguia o mesmo padrão.
 O criminoso era colocado entre quatro soldados.
 Na frente caminhava um arauto carregando uma tábua branqueada
com gesso com e letras pretas.
 No caso de Jesus lia-se: "Este é Jesus, Rei de os judeus."
F. O criminoso era levado ao local da crucificação pelo caminhão mais
longo possível.
 Passava pelas ruas mais movimentadas, para que pudesse servir de
advertência a qualquer um que intentasse um crime.
 E ainda no caminho, a vítima era espancada.
G. O criminoso era obrigado a carregar pelo menos parte de sua própria
cruz para o local de execução.
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 A trave vertical da cruz era chamada de listras, e a travessa era


chamada de patíbulo.
H. A viga vertical geralmente ficava pronta, no lugar da crucificação.
 A travessa, o patíbulo é o que o prisioneiro era forçado a carregar.
I. Quando o local da crucificação era alcançado, a cruz era colocada no
chão, e a pessoa colocada em cima dela.
 A vítima era presa à cruz com cordas e pregos de ferro.
 Os pregos eram cravados no pulso e nos pés.
J. Em seguida, a travessa era levantada e fixada de forma que os pés da
vítima ficassem fora do chão.
 Os ombros e o tronco às vezes eram presos a cruz para limitar ainda
mais o movimento do crucificado.
K. Com relação à causa da morte, a execução em si não danificava
nenhuma parte vital do corpo.
 A morte acontecia lentamente, às vezes depois de vários dias, como
resultado de fadiga, cãibras musculares, sede e asfixia.
 Nada poderia ser mais horrível do que a visão deste corpo vivo,
respirando, vendo, ouvindo, ainda capaz de sentir, e ainda reduzido
ao estado de um cadáver por imobilidade e desamparo absoluto.
L. Assim foi o sofrimento físico que Jesus suportou sob o poder de Pôncio
Pilatos.

II. O SOFRIMENTO ESPIRITUAL DE CRISTO.


A. Começando em Marcos 15:33, lemos que: "Na hora sexta, vieram as
trevas a terra, e à hora nona Jesus clamou em alta voz: 'Eloi, Eloi, lama
sabachthani.
 Que significa: Meu Deus, meu Deus, por que você abandonou?
B. Isto é uma citação do primeiro versículo do Salmo 22, que é um grande
salmo messiânico.
 Esse salmo é um apelo urgente para Deus intervir em favor dos
justos sofredor.
 Enquanto Jesus estava pendurado na cruz do Calvário estava
vivendo a situação descrita neste salmo escatológico de sofrimento.
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 Jesus sentiu abandono e suas palavras eram em consequência do


terror que vivia no Jardim do Getsêmani.
C. Na cruz, Jesus se ofereceu para levar o julgamento de Deus pela
rebelião da humanidade.
 Aquele que viveu totalmente com para o Pai, experimentou a plena
alienação de Deus Pai, porque o julgamento que Ele assumiu
implicava nisto.
 Seu choro expressa o profundo horror da separação de Deus, e a
escuridão que cobriu a terra declarou a mesma verdade.
D. Este grito de abandono falava da dor insondável do abandono real do
Pai, que deu as costas ao Filho.
 O abandono foi total.
E. O Filho de Deus sem pecado morreu a morte do pecador, e Ele
experimentou a amargura da desolação.
 Este foi o custo de "fornecer um resgate para muitos" (Mc 10:45).
F. O grito de Jesus tem a autenticidade implacável que fornece a certeza
de que o preço do pecado havia sido pago integralmente.
 2ª Coríntios 5.21 diz: Aquele que não conheceu pecado, ele o fez
pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
 Isaías 53.5 diz: Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões
e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
G. É o sofrimento de Jesus que preenche a encarnação com seu
significado mais profundo.
 Este Jesus morreu na cruz não por qualquer mal que Ele cometeu,
mas pelos males que você e eu cometemos.
H. Todo o pecado dos eleitos e o castigo que merecemos foi derramado
sobre Jesus.
 Ele sentiu a ira de Deus que você e eu merecemos.

III. A RAZÃO DO SOFRIMENTO DE CRISTO.


A. Algumas pessoas seculares concentram toda a sua atenção na vida e
nos ensinamentos de Jesus.
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 Essas pessoas muitas vezes veem a morte de Jesus como um final


infeliz e trágico para a vida de um rebelde corajoso que se atreveu a
desafiar o poder religioso e político de seu dia.
B. Mas o Credo dos Apóstolos não deixa dúvidas sobre como a igreja
primitiva entendia tudo isso.
 O Credo, depois de afirmar que Jesus Cristo é o Filho unigênito de
Deus, concebido pelo Espírito Santo e nascido da virgem Maria,
omite qualquer referência à Sua vida e ensinamentos.
 Entre o registro do nascimento de Jesus e o relato de Sua morte há
apenas uma vírgula.
C. O silêncio do Credo sobre a vida e os ensinamentos de Jesus não indica
que os apóstolos estavam cegos para as qualidades surpreendentes de
do caráter de Jesus ou surdos aos Seus notáveis ensinamentos.
 Em vez disso, indica que o que Jesus ensinou e as coisas que Ele
fez não eram o foco central de Sua missão para o mundo.
 O foco principal da missão de Jesus foi a cruz e Seu sofrimento em
nosso favor.
D. Os ensinamentos e os milagres de Jesus foi que aconteceu no caminho
para o Calvário.
 Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores.
 Ele veio para morrer por você e por mim.
E. João, o Batista anunciou aos que estavam reunidos às margens do rio
Jordão:
 João 1.29: No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e
disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
F. Quando os apóstolos pregaram o evangelho no Pentecostes e quando
viajaram em todo o mundo proclamando a Boa Nova, sua mensagem
era centrada na morte e ressurreição de Jesus, não na Sua vida e
ensino, e nem em Seus milagres.
 Paulo escreveu: 1 Coríntios 2.2: Porque decidi nada saber entre
vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.
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G. De fato, no Credo dos Apóstolos não lemos nada sobre o Sermão da


Monte, ou a cura dos enfermos, ou a ressurreição de Lázaro, ou sobre
como alimentou os 5.000.
 Nenhuma palavra. Por quê?
 Porque o foco central do ministério e missão de Jesus era Sua morte,
não a Sua vida.
H. Os evangelhos sinóticos, dedicam quase um terço de sua extensão à
última semana da vida de Jesus e metade do evangelho de João é
sobre os eventos que cercam a morte de Cristo.
 Apenas dois dos Evangelhos mencionam a eventos do nascimento
de Jesus, e todos os quatro oferecem apenas algumas páginas sobre
Sua ressurreição.
 Mas cada escritor do Evangelho dá um relato detalhado dos eventos
que circundaram a morte de Jesus.
I. Mateus, Marcos, Lucas e João viram a morte de Cristo como a
mensagem central de Sua vida, ministério e missão.
 O perdão do pecado é um negócio caro.
 Exigiu o sofrimento e a morte do Filho de Deus por você e por mim.
J. Os sofrimentos de Cristo na cruz não foram acidentais ou inúteis.
 Em vez disso, eles eram o meio misterioso e maravilhoso pelo qual
Deus realizou nossa salvação.
 Esta foi a razão do Sofrimento de Jesus o Cristo.

CONCLUSÃO.
A. Como vimos esta manhã, o evangelho declara que Deus realmente
sabe como é sofrer.
 O Credo dos Apóstolos declara com ousadia que o Deus filho se
submeteu ao pior mal e dor que este mundo tinha a oferecer no
terrível evento que ocorreu no Calvário.
B. Deus sofreu em Cristo Jesus, e de forma única e santa, tomou sobre Si
a dor e o sofrimento do mundo que Ele criou.

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