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Ap 2.

8-11

[V.8]

Jesus Cristo é o Primeiro e o Ultimo.

A nós é permitido um pequeno período neste mundo, mas nosso


Redentor é o primeiro e o último.

Ele é o primeiro, pois por meio dele todas as coisas foram criadas, e Ele
estava antes de todas as coisas com Deus e era Ele mesmo Deus.

Ele é o último, pois todas as coisas foram feitas para Ele, e Ele será o Juiz
de tudo. Esse certamente é o título de Deus, de eternidade a eternidade, e
é o título de um que é o

Mediador imutável entre Deus e o homem, Jesus, o mesmo ontem, hoje e


para sempre. Ele foi o primeiro, por que por Ele foi posto o fundamento
da igreja;

Ele é o último, porque por meio dele será trazida a pedra final e será
colocada no final dos tempos.

Ele foi morto, e reviveu. Ele foi morto, e morreu por nossos pecados; Ele
está vivo, e ressuscitou para a nossa justificação, e Ele vive para sempre
para fazer intercessão por nós. Ele foi morto, e ao morrer obteve a
salvação por nós; Ele está vivo, e por meio da sua vida aplica essa salvação
a nós.

A Igreja em Esmirna estava atravessando um momento de prova e o


futuro imediato era ainda mais sombrio.

Esmirna foi perseguida por sua fé


Rm 8.36, os cristãos em Esmirna são ―considerados como ovelhas que
vão para o matadouro‖.

[V.9]

As coisas não eram fáceis para a igreja de Esmirna! Seus membros eram
perseguidos, provavelmente por sua recusa em ceder às exigências do
mundo e dizer "César é Senhor".

Aparentemente, tribulação gerou pobreza (cf. v. 10).

Hebreus 10.34 diz: “Porque também vos compadecestes dos que estavam
nas prisões e com gozo permitistes a espoliação dos vossos bens, sabendo
que, em vós mesmos, tendes nos céus uma possessão melhor e
permanente”.

Em uma situação semelhante em Esmirna, parece que bandos judeus e


pagãos estavam saqueando a propriedade dos cristãos.

A palavra grega para tribulação (thlipsis) é forte, significando


“pressionado” ou “espremido”. Tribulação vem do latim tribulum, que
significa uma debulhadora, usada para debulhar os grãos. Assim, temos
duas figuras. A palavra grega sugere a figura de um lagar, no qual o suco
das uvas era espremido. A palavra latina transmite a figura do grão sendo
batido com uma vara, para tirar os grãos da casca. Juntos, eles sugerem a

natureza da tribulação. E uma questão de pressão e golpes.

Embora exteriormente a igreja em Esmirna fosse caracterizada pela


pobreza, ela era, na verdade, rica. Materialmente pobre, espiritualmente
rica — essa combinação é observada mais de uma vez no Novo
Testamento.
Jesus também conhecia a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são.
Paulo escreveu aos Romanos: “Porque não é judeu o que o é
exteriormente [...] Mas é judeu o que o é no interior” (Rm 2.28-29). Esses
perseguidores em Esmirna eram judeus por raça e religião, mas não eram
verdadeiros filhos de Abraão.

Que os judeus perseguiram os cristãos é amplamente evidenciado no livro


de Atos, bem como nos escritos do segundo século de Justino, o Mártir, e
Tertuliano. Os judeus odiavam de uma maneira especial os convertidos do
judaísmo ao cristianismo. Ao se opor ao evangelho, eles com frequência
recorriam à blasfêmia (cf. At 13.45). A palavra grega blasphemia
significava “difamação” quando dirigida aos homens, mas blasfêmia
quando dirigida a Deus. Aqui provavelmente significava as duas coisas.

A luz dessa atitude hostil não é de surpreender que os judeus sejam


chamados de a sinagoga de Satanás. Por causa da oposição dos judeus, os
cristãos evitaram o uso da palavra sinagogue e preferiram ecclesia (gr.,
assembléia) para suas congregações. O único texto no Novo Testamento
em que sinagogue é usado para identificar uma assembléia cristã se
encontra em Tiago 2.2. Isso pode ter sido escrito antes que a perseguição
judaica aos cristãos se tornasse generalizada.

E uma coincidência interessante que a expressão sinagoga de Satanás


ocorra somente aqui e na carta à igreja de Filadélfia. Essas são as duas
únicas cartas sem uma palavra de censura. Assim, na mensagem a essa
igreja passamos diretamente da aprovação para a exortação.
[V.10]

Com a expressão não temas João passa adiante o que ele próprio recebeu
em Ap 1.17. A locução as coisas que tens de sofrer torna a avivar a
memória dos relatos da Paixão.

Não há qualquer palavra de acusação para a congregação de Esmirna! É


possível que não tivessem a aprovação dos homens, mas certamente
recebiam o louvor de Deus. O Senhor, porém, lhe dá uma admoestação
solene diante do sofrimento crescente: "Não temas!"

Coisas piores aguardavam essa congregação: Eis que o diabo lançará


alguns de vós na prisão, para que sejais tentados. Isso mostra que os
judeus se uniriam às autoridades pagãs na perseguição. Ambos seriam
instigados pelo diabo. Era ele que, em última análise, lançava os cristãos
na prisão.

A tribulação (perseguição) duraria dez dias. Essa expressão indica um


breve período (cf. Dn 1.12,14). Swete comenta: “O número dez
provavelmente é escolhido porque, embora seja suficiente para sugerir a
continuidade do sofrimento, ele aponta para um final que está se
aproximando”. Deus cuidaria para que não sofressem acima do que
poderiam suportar. Se fossem fiéis até à morte — provavelmente uma
alusão ao martírio — receberiam a coroa da vida. A palavra grega para
coroa não é diadema, significando coroa real, mas stephanos, a coroa do
vitorioso. Apropriadamente, Estêvão (gr.,Stephanos), o primeiro mártir
cristão, tinha esse nome. Provavelmente, a frase coroa da vida significa
que a coroa é vida eterna.
[V.11]

Considerem-se todos os dias como candidatos à vida.

Sob tribulação, pobreza e difamação, permaneçam positivos! Gloriem-se


até das tribulações (Rm5.3), porque assinalam para vocês a comunhão
com Cristo.

Cristo foi ressuscitado e nunca mais morrerá, pois, a morte não tem mais
poder sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre
morreu para o pecado‖ (Rm 6.9,10 [BLH]). Nenhuma segunda morte para
Cristo! Para ele a morte está morta, e a vida é realmente vida, sem uma
margem de morte.

Assim, a igreja na via da cruz está a caminho para a vida verdadeira, para
dentro da claridade total.

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