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Rio de Janeiro
Mesmo que tenha se tornado escasso com a vigilância dos britânicos, o tráfico de bantos
perdurou até o século XIX e deixou marcas incontestáveis na cultura do Rio de Janeiro e da
nação. Uma delas é a forte presença na música, a começar pelo lundu, que, segundo vários
pesquisadores, constituiu-se no primeiro ritmo genuinamente afro-brasileiro, tendo sido a
base para o nascimento de outros gêneros musicais, como o choro e o maxixe. Sua dança – de
umbigadas e rebolados ao som de batuques – também teria servido de inspiração para o
samba, que, embora lembre muito o semba (música característica de Angola), é uma mistura
de vários ritmos de origem negra com influências portuguesas e europeias.
O contato linguístico com os bantos promoveu, na verdade, muitas alterações e apropriações
léxicas, fonéticas e sintáticas no português falado no Brasil. Várias palavras usadas aqui –
como dengo, dendê, caçula, senzala, corcunda, moringa, carimbo, cachimbo, marimbondo,
xingamento, moleque etc. – têm origem em línguas faladas no Congo e em Angola,
especialmente o quicongo, o quimbundo e o umbundo. Nosso sotaque também adquiriu
características trazidas por esses povos africanos, como, por exemplo, o afastamento da
pronúncia muito consonantal do português europeu: falamos “rítimo” em vez de ritmo;
“pineu” em lugar de pneu...
Aos bantos ainda devemos incontáveis heranças em nossa culinária, a começar pela
introdução de iguarias como quiabo, jiló, gengibre, feijão fradinho, azeite de dendê, camarão
seco, amendoim, pratos à base de leite de coco... Aliás, a influência africana em nossa
gastronomia merece um capítulo à parte. Afinal, por cinco séculos, foram as mulheres negras
as principais responsáveis pela preparação das refeições nas residências cariocas.
FONTES
https://www.faecpr.edu.br/site/portal_afro_brasileira/3_II.php
https://www.palmares.gov.br/?p=2889
https://www.copene2018.eventos.dype.com.br/resources/anais/
8/1530393388_ARQUIVO_Salvador-RomaNegra.pdf
http://malungoeu.com.br/zumzum/o-brasil-banto-e-a-banto-america-por-nei-lopes/
https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2020/
TRABALHO_EV140_MD1_SA6_ID510_08062020134546.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/
2014/2014_unespar-campomourao_hist_pdp_magda_aparecida_moreira_barbaresco.pdf
https://reginaldoprandi.fflch.usp.br/sites/reginaldoprandi.fflch.usp.br/files/inline-files/
De_africano_a_afro-brasileiro.pdf
http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/reportagens/854-o-matiz-banto-do-rio#:~:text=O
%20contato%20lingu%C3%ADstico%20com%20os,marimbondo%2C%20xingamento%2C
%20moleque%20etc.
RECOMENDAÇÃO
Esta é a obra mais completa já escrita sobre as influências das línguas africanas no
português do Brasil. Resultado de 40 anos de infatigável e meticuloso trabalho na Bahia, na
República Democrática do Congo (ex-Zaire) e na Nigéria,
ICB