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30/06/2020 Candomblé jeje – Wikipédia, a enciclopédia livre

Candomblé jeje
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Candomblé Jeje, é o candomblé que cultua os Voduns do Reino do Candomblé


Daomé levados para o Brasil pelos africanos escravizados em várias
regiões da África Ocidental e África Central. Essas divindades são da rica,
complexa e elevada Mitologia Fon. Os vários grupos étnicos - como fon, Religiões afro-
ewe, fanti, ashanti, mina - ao chegarem no Brasil, eram chamados djedje brasileiras
(do iorubá àjèjì, 'estrangeiro, estranho'), designação que os iorubá, no
Daomé atribuíam aos povos vizinhos,[1] Introduziram o seu culto em Princípios básicos
Salvador, Cachoeira e São Felix, na Bahia, em São Luís, no Maranhão, e,
posteriormente, em vários outros estados do Brasil. Deus
Ketu | Olorum | Orixás
Jeje | Mawu | Vodun
Bantu | Zambi | Nkisi
Índice
História
Religiões
Bahia Babaçuê | Batuque |
Rio de Janeiro Cabula
São Paulo Candomblé | Culto de
Voduns Ifá
Culto aos Egungun |
Ritual Quimbanda
Hierarquia Macumba | Omoloko
Tambor-de-Mina |
Ver também
Terecô
Referências Xambá | Xangô de
Bibliografia Pernambuco
Ligações externas
Temáticas
Confraria | Hierarquia
História Sacerdotes |
Sincretismo
Assim, como os Nagôs ou iorubás, os jejes língua ewe, língua fon, língua Templos afro-
mina e os fanti ashantis, formam grupos sudaneses que englobam a África brasileiros
Ocidental hoje denominada de Nigéria,Gana, Benin e Togo. Sua entrada
no Brasil ocorreu em meados do século XVII.
Religiões
A palavra djedje (jeje) recebeu uma conotação pejorativa, como “inimigo”, semelhantes
por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey. Quando os Religiões Africanas |
conquistadores eram avistados pelos nativos de uma aldeia, muitos Abakuá
gritavam dando o alarme “Pou okan, djedje hum wa!” ("Olhem, os jejes Arará | Lukumí |
estão chegando!). Obeah
Palo | Regla de Ocha |
Quando os primeiros daomeanos chegaram ao Brasil como escravos, Santeria
aqueles que já estavam aqui reconheceram o inimigo e gritaram “Pou
okan, djedje hum wa!”; e assim ficou conhecido o culto dos Voduns no
Brasil ou Nação Jeje.
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Bahia

A daomeanaLudovina Pessoa, natural da cidade Mahi (pron. marri), foi escolhida pelos Voduns para
fundar três templos na Bahia:

um templo para Dan; Kwé Sejá Hundé, mais conhecido como a Roça do Ventura ou Kpó Zehen
[pó zerrêm] de Jeje Mahi, em Cachoeira e São Felix;
um templo para Heviossô Zoogodo Bogun Male Hundô Terreiro do Bogum, em Salvador;
um templo para Ajunsun, que não se sabe por que não foi efetivamente criado. Esse é o
segmento Jeje Mahi do povo Fon.

O templo de Ajunsun-Sakpata foi criado mais tarde pela africana Gaiaku Satu, em salvador e recebeu
o nome mais conhecido por Cacunda de Yayá, que tem como sua representante a Gaiaku Maria de
Lourdes Buana (Gaiaku Ominibu Kafae foobá), filha de Mãe Tança de Nanã (Jaoci), que era filha de
Gaiaku Satu.A Cacunda de YáYá funcionou muitos anos no bairro da "Sussuarana" em Salvador, onde
tiveram que se deslocar do lugar original pela construção da rodovia, onde foram indenizados pelo
governo baiano, e foram se instalar na parte mais alta do terreno, que dizem ser tão grande que não
sabiam a dimensão exata, tinha mata, fontes, riachos, tudo no terreno da Cacunda.

Gaiaku Lourdes, teve roça em Salvador, no Bairro Alto do Cabrito, e também em Nilópolis, cidade na
região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, e viveu até os seus 90 anos, falecendo em Outubro
de 2014, marcando sua tradição no Kwe Foobá, com diversos descendentes do Jeje Savalu. Seguindo
a tradição Kwe Foobá está a Doné Maira Bohana de Jesus, filha carnal e descendente espiritual de
Gaiaku Lourdes. O Kwe Foobá está localizado na Rua Coronel França Leite, 1591 - Nilópolis - RJ.

São os Jeje Savalu ou Savaluno. Sakpata era rei da cidade de Savalu em Benin, segundo alguns
historiadores, e foi o único rei que preferiu o exílio a se render aos conquistadores do Daomé. O
dialeto dos savalus também é o Fon.

Na Rua do Curuzu, no bairro da Liberdade, em Salvador, Amilton Costa de Adaen segue a luta pela
preservação da tradição do Jeje Savaluno, na condição de Doté, à frente do Hunkpame Savalú Vodun
Zo Kwe (Templo do Vodun/Espírito do Fogo). Amilton é descendente espiritual da Cacunda de Yayá,
onde teve o seu nascimento para zelar do Panteão Savaluno, pelas mãos de Jaoci Mãe Tança de
Nanã.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, foi fundado pela africana Gaiaku Rosena, natural de Allada, o Terreiro do
Kpodagbá no bairro da Saúde, que foi herdado por sua filha Adelaide São Martinho do Espírito Santo,
também conhecida como Ontinha de Oiá (Oya Devodê), mais conhecida como Mejitó, que transferiu
a casa de santo para o bairro Coelho da Rocha, e esse axé foi herdado por Glorinha Tokweno (lê-se:
Toqüeno), com terreiro no bairro de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro. O Kpodabá é a casa
matriz , mas deixou ramificações, como o Kwesinfá fundado em Agostinho Porto, por Natalina de
Oxum (Ezintoede) tendo como herdeira Helena de Dan que transferiu o axé para Parque Paulista, em
Duque de Caxias. A sacerdotisa Ercylia Braz da Silva mais conhecida como Cecília de Bela Vista, tinha
o seu terreiro fundado no Rio de Janeiro e foi iniciada no Jeje por mãe Runhó no terreiro do Bogum,
após a morte de sua mãe de Santo ercylia migrou para o engenho Velho casa branca pois por motivo
de força maior pois no terreiro do bogum não tinha nenhum pessoa q fosse mais velha do que a mãe
ercylia pois mãe ercylia não ficou de mãe de Santo no terreiro do bogum bogum por grandes motivos,
ao chegar no engenho Velho mãe maci deu obrigação em dona ercylia foi aí que ela ganhou o seu
cargo de ya morô e yalê apois muitos anos ganhou o cargo de ya tebexé da casa branca, aos seus 115
anos de vida ela faleceu pois só tinha uma pessoa q poderia ficar como babalorixá era o babá kekerê
de sua casa Jorginho de logum pois Antônio Jorge só era um dois últimos filhos de Santo dela com o
seu terreiro fundado em Caxias ela tinha mais de 350 filhos de Santo raspado pois o único q poderia
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ser o herdeiro legal de tudo é Jorge de logum pois pai jorge o famoso ODÉBABAOMIM do rio de
janeiro pois hoje ele exerce o seu cargo de babalorixá em Nova Iguaçu geneciano pois lá no seu yle ele
tem mais de 200 filhos de Santo raspado pois hoje ele tem o seu grande Palácio a casa do grande rei
odé e o príncipe logum. Tendo ramificações do Axé em Brasília, fundado pelo sacerdote Rui
D'Osaguian filho de Natalina de Aziri. Em Manaus/Amazonas o kwensinfá teve sua ramificação
através do Babalorixá Edmilson D´Oxossi, filho do sacerdote Rui D´Osaguian.

Depois, descendente do Zogbodo Bo Gu Ma Le Seja Hunde, veio Antonio Pinto de Oliveira, Tata
Fomotinho que fundou o Kwe Sejá Nassó, no bairro de Santo Cristo, depois mudou-se para
Madureira na Estrada do Portela, depois para São João de Meriti onde finalmente se estabeleceu na
Rua Paraíba.

Dizem os mais velhos, que Mejitó, ajudou muito Tata Fomotinho no começo de sua vida de santo no
Rio de Janeiro.

Ele deixou uma legião de filhos, netos e bisnetos. Dentre esses, Jorge de Iemanjá que fundou o Kwe
Sejá Tessi, Pai Zézinho da Boa Viagem que fundou o Terreiro de Nossa Senhora dos Navegantes, Tia
Belinha que fundou a Colina de Oxosse, Etemi Marcelo de Avimaje, mais conhecido no Rio de Janeiro
como Doté Marcelo de Jagun, filho de Tia Belinha do Oxossi que fundou o Kwe Sejá Ji Dan, Amaro
de Xangô, Djalma Souza Santos (Djalma de Lalu) que fundou o Kwe Lonã. Djalma de Lalu iniciou
Doné Mirtéia de Ogun que fundou o Axé Kwe Azon, que por sua vez iniciou Doté Wildes de Obaluayê
que fundou o Axé Kwe Egi, Doté José Luiz Nunes de Ogun, primeiro filho de Doné Mirtéia do Ogun,
que fundou o Hunkpame Guniké, Doné Vilma da Oxum (Hunsó do Hunkpame Guniké), filha do Pai
Bira de Bessen, Doné Dilcéia de Oxum que fundou o Kwe Kawì (neta de mãe Mirtéia), Doné Dezinha
de Oxum que fundou o Kwe Ellè e Heraldo Sanches de Araújo (Doté Heraldo de Xangô ((filho de
Doné Mirtéia) iniciado no Nago Egbá) após mudar as águas, fundou o Axé Kwe L'Ossu, Doné Maria
de Iansã (in memoriam) (também filha de Mirtéia), que fundou o Kwe Sejá Demi, Doté Nelson de
Logun Edé (in memoriam), que fundou o Kwè Sejá Singbo.

Ressaltamos ainda, a importância do Jeje Mahi quanto ao Vodun Azunsun ou Ajunsun - Azansu,
Sakpatá. [Todos os Voduns, pertencentes ao panteão de Sakpatá, são da família Dambirá. Nesse
panteão temos vários Voduns. O mais velho que se tem notícia é Toy Akossu, no transe, ele se
mantém deitado na azan (esteira). Dizem os mais velhos, que Toy Akossu é o patrono dos cientistas,
ele lhes dá inspirações para a descoberta das fórmulas mágicas que curarão as doenças e as pestes.
Ele é a própria "doença e cura", como também um excelente conselheiro.]

São Paulo

Pai Vavá de Bessém era da nação Jeje Savalu de Cachoeira de São Félix iniciado aos 3 anos como era
comum na época, quando jovem foi para Salvador onde teve um terreiro de candomblé e viveu por
muitos anos, depois foi morar no Rio de Janeiro e por último em São Paulo onde morou até morrer.

Voduns
Os Voduns no Jeje são basicamente os da Mitologia Ewe e Fon.

Dangbé é a serpente sagrada que representa o espírito de Vodum Dan.


Mawu é o Ser Supremo dos povos Ewe e Fon.
Lissá que é masculino, e também co-responsável pela Criação.
Loko é o primogênito dos voduns.dono da joia de mahi que e o rungbe
Gu vodun dos metais, guerra, fogo, e tecnologia.
Heviossô vodun que comanda os raios e relâmpagos.
Sakpatá vodun da varíola.
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Dan vodun da riqueza, representado pela serpente do arco-íris.


Agué vodun da caça e protetor das florestas.
Agbê vodun dono dos mares.
Ayizan vodun feminino dona da crosta terrestre e dos mercados.
Agassu vodun que representa a linhagem real do Reino do Dahomey.
Aguê vodun que representa a terra firme.
Legba o caçula de Mawu e Lissá, e representa as entradas e saídas e a sexualidade.
Fa vodun da adivinhação e do destino.
Aziri vodun das águas doces.
Possun vodun do po e da terra seca representado pelo tigre.
Bessem é o dono das águas doces em Abomey e Ouidah, do qual é patrono.
Sogbô vodun do trovão da família de Heviossô.
Tobossi, Naê ou Mami Wata, são todas as voduns femininas das ezins jeçuçu, jevivi e salobres.
Nanã considerada por todos os adeptos do Culto Vodun como a grande Mãe Universal.

Ritual
Na Nação Jeje existe a necessidade do poço (se não existir uma nascente nas terras), o ideal é um sítio
com nascente, mata natural, plantas e animais.

Infelizmente nas casas urbanas isto já não é tão possível, pois as Casas cada vez mais diminuem de
tamanho. Mas ainda assim toda casa Jeje deverá ter pelo menos um poço, um local reservado
exclusivamente para as plantas e árvores necessárias ao culto, que chamamos "kpamahin", e alguns
animais que são muito importantes no culto.

Voduns não usam roupas luxuosas não gostam de roupas de festa e geralmente preferem a boa e
velha roupa de ração. As danças são cadenciadas em um ritmo mais denso e pesado.

A iniciação ao culto dos voduns é complexa, longa e pode envolver longas caminhadas a santuários e
mercados e períodos de reclusão dentro do convento ou terreiro humpagme, que podem chegar a
durar um ano, onde os neófitos são submetidos a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem
de línguas sagradas e votos de segredo e obediência.

Hierarquia
Bokonon - Sacerdote do Vodun Fa equivalente ao Babalawo
Doté Sacerdotes (homens) da família de Sogbô e Doné Sacerdotisas (mulheres) esse título é
usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó.
Noche - Sacerdotisas do Jeje-Mina
Vodunsi - após 1 ano da iniciação.
Kajekaji - iniciado que ainda não completou o ciclo de obrigações.

Curiosidades: Tasén = cerimonia equivalente ao bori dos iorubás

Hundote (rundote) = O mesmo que abiasé dos iorubás, quando a mãe é iniciada com o filho no
ventre, esse filho se torna um hundote.

Ahehun (Arerrum) = o mesmo que yao.

Ahuretè- ahè ( arrurete, arre ) = termo usado para pessoas nao iniciadas, o mesmo que abiã dos
iorubá.

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Adla' = o mesmo que ebo' dos iorubás.

Azan/Zan = o mesmo que mariô/esteira dos iorubás.

Agrala = o mesmo que pade dos iorubás.

Ta = o mesmo que ori dos iorubás.

Hundeime = ronco

Mlam mlam = rezas

Dope= o mesmo que pao'

Aban= prato.

Abaman/Apomi= caneca.

Abieé = o mesmo que ago, perdão.

Huyin = o mesmo que nome, orukó dos nagôs.

Dohozan ( odorozan)= o mesmo que xire dos iorubás.

Durozan= despachar

Ver também
Candomblé
Candomblé Ketu
Candomblé Bantu
Religiões afro-brasileiras
Templos afro-brasileiros
Sacerdotes do Candomblé

Referências
1. CACCIATORE, Olga Gudolle. Dicionário de cultos afro-brasileiros.

Bibliografia
CHARLES, Hùngbónò. Iniciação no Jeje Mahi. Jeje Mahi no sul do país, mai. 2011. link (https://h
unkpameayinon.wordpress.com/2011/05/).
MATORY, J. Lorand. Jeje: repensando nações e transnacionalismo. Mana, Rio de Janeiro, v. 5, n.
1, p. 57-80, 1999. link (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-9313199900
0100003&lng=en&nrm=iso).
PARÉS, Luis Nicolau. A formação do candomblé: história e ritual da nação jeje na Bahia. 2. ed.
Campinas: Editora da UNICAMP, 2007. link (http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/64
670/67304).

Ligações externas
Origem dos Jejes (http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-93131999000100003&script=sci_a
rttext&tlng=/)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Candomblé_jeje 5/6
30/06/2020 Candomblé jeje – Wikipédia, a enciclopédia livre

JEJE: Repensando Nações e Transnacionalismo (http://www.scielo.br/pdf/mana/v5n1/v5n1a03.p


df)

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