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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais


Disciplina: Cultura Religiosa – Fenômeno Religioso
Professora: Anete Roese
Alunos: Luiz Felipe da Silva, Emília Carvalho,
Sandra Gonçalves Caldas, Vairson Cassio dos Santos
O candomblé chegou ao Brasil no
século XVI, vindo com os escravos,
estes, oriundos de Congo, Angola e
Moçambique.
Os povos da África que viviam nos
territórios onde estão hoje os países
Nigéria, Benim e Togo são
conhecidos no Brasil como Iorubás
ou Nagôs. Os primeiros terreiros de
Candomblé se constituíram com
base na reunião de pessoas de
mesma etnia que buscavam manter
vivas as práticas religiosas de sua
origem.
É uma religião derivada do animismo africano onde se cultuam os orixás,
voduns ou nkisis, dependendo da nação.
A palavra nação é usada no candomblé para
distinguir seus segmentos, diferenciados pelo dialeto
utilizado nos rituais, o toque dos atabaques, a liturgia.
A nação também indica a procedência dos escravos
que lhe deram origem na nova terra e das divindades
por eles cultuadas.
As civilizações sudanesas  representadas pelo
grupo yorubá/nagô:
 Ketu
 Efan
 Ijexá
 Nagô Egbá
 Batuque do Rio Grande do Sul
Xambá de Pernambuco
O grupo dos daomeanos  nações jeje:
 Fon
 Éwé
 Mina
 Fanti
 Ashanti
 e outros menores como Krumans, Agni, Nzema, timini.
As civilizações islamizadas são representadas por Fulas
(peuhls), Mandingas, Haúça e, em menor número,
Tapa, Bornu, Gurunsi ou Grunci.

As civilizações bantos do grupo angola-congolês são


representadas pelos ambundos de Angola (cassanges,
bangalas, in-bangalas, dembos), os congos ou
cabindas do estuário do Zaira e os benguela com
diversas tribos escravizadas.
As civilizações bantu da Contra-Costa são
representadas pelos moçambiques (macuas e
angicos), tendo sido o grupo Bantu reduzido às
nações:
Candomblé Bantu
 Angola
 Congo
 Cabinda
Guardiões da cultura oral, os escravos guardaram em
sua memória os movimentos de dança, os toques dos
atabaques, a comida ritual, as rezas e cânticos, na
nova terra chamados de Cantiga no candomblé e
pontos cantados na Umbanda.

A resistência dos negros ao regime de subordinação ou


exploração do qual foram vítimas encontram portas
abertas na religião, nos quilombos, confrarias e
santidades, locais de reuniões assim chamados antes
de receberem o nome de candomblés que também
foram usados como esconderijo.
Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões de
matriz africana mais praticadas, tendo dois milhões de
seguidores em todo o mundo, principalmente no Brasil.
Também é possível encontrar o chamado povo do santo
em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela,
Colômbia, Panamá, México, Alemanha, Itália, Portugal e
Espanha.

Cada nação africana tem como base o culto a um único


orixá. A junção dos cultos é um fenômeno brasileiro em
decorrência da importação de escravos onde, agrupados
nas senzalas nomeavam um zelador de santo também
conhecido como babalorixá no caso dos homens e
iyalorixá no caso das mulheres.
A religião que tem por base a anima (alma) da
Natureza, sendo, portanto, chamada de anímica. Os
sacerdotes africanos que vieram para o Brasil como
escravos, juntamente com seus
Orixás/Nkisis/Voduns, sua cultura, e seus idiomas,
entre 1549 e 1888, é que tentaram de uma forma ou de
outra continuar praticando suas religiões em terras
brasileiras, portanto foram os africanos que
implantaram suas religiões no Brasil, juntando várias
em uma casa só para sobrevivência das mesmas.
Portanto, não é invenção de brasileiros.
Embora confinado originalmente à população de negros
escravizados, inicialmente nas senzalas, quilombos e terreiros,
proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns
governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e
expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em
1888º.

Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba,


e/ou Omoloko, e outras religiões afro-brasileiras com similar
origem; e com religiões afro-americanas similares em outros
países do Novo Mundo, como o Vodou haitiano, a Santeria
cubana, e o Obeah, em Trinidade e Tobago, os Shangos (similar
ao Tchamba africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil)
o Ourisha, de origem yorubá, os quais foram desenvolvidas
independentemente do Candomblé e são virtualmente
desconhecidos no Brasil..
Candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns
defendam a ideia que são cultuados vários deuses, o
deus único para a Nação Ketu é Olorum, para a Nação
Bantu é Nzambi e para a Nação Jeje é Mawu, são
nações independentes na prática diária e em virtude
do sincretismo existente no Brasil a maioria dos
participantes consideram como sendo o mesmo Deus
da Igreja Católica.
Os Orixás/Nkisis/Voduns recebem homenagens
regulares, com oferendas de animais, vegetais e
minerais, cânticos, danças e roupas especiais:

os Orixás da Mitologia Yoruba foram criados por um


deus supremo, Olorum (Olorum) dos Yorubá;
os Voduns da Mitologia Fon foram criados por Mawu,
o deus supremo dos Fon;
os Nkisis da Mitologia Bantu, foram criados por
Zambi, Zambiapongo, deus supremo e criador.
Orixás têm individuais personalidades, habilidades e
preferências rituais, e são conectados ao fenômeno
natural específico
 
Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou
vários "patronos" Orixás, que um babalorixá
identificará. Alguns Orixás são "incorporados" por
pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé,
outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores
pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun
(branco), que fizeram parte da criação do mundo,
também não são incorporados.
Acreditam na vida após a morte, e que os espíritos dos
babalorixás falecidos possam materializar-se em
roupas específicas, são chamados de babá Egum ou
Egungun e são cultuados em roças dirigidas só por
homens no Culto aos Egungun, os espíritos das
iyalorixás falecidas são cultuados coletivamente
Iyami-Ajé nas sociedades secretas Gelede, ambos
cultos são feitos em casas independentes das de
candomblé que também se cultuam os eguns em
casas separadas dos Orixás.
“O candomblé cultua a natureza em suas várias
vertentes representadas pelos orixás, considerados
espíritos supremos , divindades que auxiliam a Deus
no governo do mundo . A religião é monoteísta ,
portanto cultua Zambi ou Olorum, dependendo da
nação, que significa DEUS.”

(Washington Luís)
A origem africana forneceu, como vimos, parâmetros de
comportamento entre o bem e o mal. Os ideais da
proteção à vida, a solidariedade clânica, a busca da
força e da harmonia regeram a estrutura da sociedade
africana.
O princípio ético do “certo e errado”, sendo limitado ao
momento do rito no Candomblé, deixa margem a
diferentes interpretações morais no cotidiano.
O Candomblé não conta com um corpo ético próprio.
O Candomblé não impõe dogmas. Entende-se que quando
você está aqui na Terra é para viver suas emoções,
provações e tentações, e para enfrentar suas fraquezas,
dificuldades e caminhar. Aquilo que é certo para alguns é
errado para outros. Ele ressalta que não temos como
determinar ou impor a verdade a ninguém; baseado nesse
parâmetro, que cada um siga sua vida.
Deus criou o homem, o universo e a terra baseados no
princípio universal que é respeitado por quase todas as
religiões, o livre arbítrio. Deus não impõe a nós condições,
como amá-lo, respeitá-lo ou segui-lo, e sim coloca o livre
arbítrio que é a liberdade de escolha, e conforme as suas
ações, seu comportamento, sua postura, você irá colher na
sua vida os seus merecimentos, que nem sempre é algo
que você tenha escolhido.
Ao redor dos redutos tradicionais do Candomblé, como em
Salvador-BA, continua afirmando-se uma originalidade
ética do Candomblé centrada nos grandes valores africanos
da solidariedade, da religião, da harmonia e da vida.

“No candomblé se aceita qualquer tipo de pessoa, a divindade


não está ligada a sua orientação sexual, escolha partidária,
cor, basta que se dedique à caridade e à evolução espiritual,
que são doutrinas pregadas.”

(Washington Luís)
Embora confinado originalmente à população de negros
escravizados, inicialmente nas senzalas, quilombos e
terreiros, proibido pela igreja católica, e criminalizado
mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos
quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim
da escravidão em 1888. Estabeleceu-se com seguidores de
várias classes sociais e dezenas de milhares de templos.
Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões
de brasileiros (1,5% da população total) declararam o
candomblé como sua religião. Na cidade de Salvador
existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de
Cultos Afro-brasileiros e catalogados pelo Centro de
Estudos Afro-Orientais da UFBA, (Universidade Federal da
Bahia) Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de
Salvador.
Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são
vistas como mutuamente exclusivas, e muitas pessoas
de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de
acordo com algumas organizações culturais Afro-
Brasileiras — participam em rituais do candomblé,
regularmente ou ocasionalmente. Orixás do
Candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte
integrante da cultura e uma parte do folclore
brasileiro.
Os praticantes do
Candomblé se
concentram – como
era de se esperar – na
Bahia, e mais ainda no
Rio de Janeiro
Olorum – Deus no Candomblé

Orixás segundo uma ordem hierárquica:


Exu é um orixá africano, também conhecido como: Esu,
Eshu, Bara, Ibarabo, Legbá, Elegbara, Eleggua,
Akésan, Igèlù, Yangí, Ònan, Lállú, Tiriri, Ijèlú.
Algumas cidades onde se cultua o Exu são: Ondo,
Ilesa, Ijebu, Abeokuta, Ekiti, Lagos. Exu é o orixá da
comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas
e do axé, das coisas que são feitas e do
comportamento humano. A palavra Èșù em yorubá
significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do
movimento.
Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de
assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de
mensageiro entre o Orun e o Aiye, o mundo espiritual e o
mundo material, seja plenamente realizada.

No Brasil, no candomblé, Exu é um dos mais importantes Orixás e


sempre é o primeiro a receber as oferendas, as cantigas, as rezas,
é saudado antes de todos os Orixás, antes de qualquer cerimônia
ou evento. O Exu Orixá não incorpora em ninguém para dar
consultas como fazem os Exus de Umbanda, eles são assentados
na entrada das casas de candomblé como guardiões, e em toda
casa de candomblé tem um quarto para Exu, sempre separado
dos outros Orixás, onde ficam todos os assentamentos dos exus
da casa e dos filhos de santo que tenham exu assentado.
Ogum (em yorubá: Ògún) é, na mitologia yorubá, o orixá
ferreiro, senhor dos metais. O próprio Ogum forjava suas
ferramentas, tanto para a caça, como para a agricultura, e
para a guerra. Na África seu culto é restrito aos homens, e
existiam templos em Ondo, Ekiti e Oyo. Era o filho mais
velho de Oduduwa, o fundador de Ifé, identificado no jogo
do merindilogun pelos odu etaogunda, odi e obeogunda,
representado materialmente e imaterial pelo candomblé,
através do assentamento sagrado denominado igba ogun.
Ogum é considerado o principal orixá a descer do Orun (o
céu), para o Aiye (a Terra), após a criação, um dos
semideuses visando uma futura vida humana. Em
comemoração a tal acontecimento, um de seus vários
nomes é Oriki ou Osin Imole, que significa o "primeiro
orixá a vir para a Terra".
OSSAIN conforme as religiões africanas, é o orixá das folhas
sagradas, ervas medicinais e litúrgicas, identificado no
jogo do merindilogun pelo odu iká e representado material
e imaterialmente pela cultura Jeje-Nago, através do
assentamento sagrado denominado igba ossaim. Sua
importância é primordial. Nenhuma cerimônia pode ser
realizada sem sua interferência. O seu sacerdote é o Babá
Olosayin.

É o detentor do axé (força, poder, vitalidade), de que nem


mesmo os Orixás podem privar-se. Esse axe encontra-se
em folhas e ervas específicas. O nome dessas folhas e o seu
emprego é a parte mais secreta do ritual do culto dos
Orixá, Vodun e Inkice.
O símbolo de Osanyin é uma haste de ferro de cuja
extremidade superior partem sete pontas dirigidas para o
alto. A do centro é encimada pela imagem de um pássaro.

No Brasil é conhecido com os seguintes nome: Ossaniyn,


Ossaim, Ossãe, Ossain (como se escreve habitualmente),
ou (como é chamado na Umbanda) Ossanha que é o
Orixá das ervas, no candomblé Jeje é chamado de Agué é o
Vodun da caça e das florestas e conhece os segredos das
folhas, no Candomblé Bantu é chamado de Katendê,
Senhor das insabas (folhas). Seria de ambos os sexos assim
como Oxumarê, segundo alguns pesquisadores 6 meses
seria homem e 6 meses seria mulher. Ossaniyn, Oxumarê
e Obaluayê são filhos de Nanã com Oxalá.
Comanda as folhas medicinais e litúrgicas, chamadas de
folha sagrada, que são utilizadas numa mistura
especial chamada de abô. Muitas vezes, é
representado com uma única perna. Cada orixá tem a
sua folha, mas só Ossaim detém seus segredos. E sem
as folhas e seus segredos não há axé, portanto sem ela
nenhuma cerimônia é possível.
OMULU Obaluaê, sincretizado como São Roque, é o orixá da
medicina, da cura, da transformação. É o orixá jovem, que
corresponde ao velho Omulu, orixá da varíola, das doenças. São
dois orixás em um. Obaluaê é muito cultuado e
incompreendido ao mesmo tempo dentro dos terreiros de
Umbanda. Como também é o senhor das doenças, No
candomblé há uma lenda que Ôbaluaê, filho de Nanã, nasceu
doente com o corpo coberto de chagas, e por isso Nanã o
abandonou na beira da praia para que o mar o levasse. Iemanjã
o achou e o escondeu em uma gruta na praia, cuidou de suas
chagas e o cobriu com palha para que suas cicatrizes não fossem
vistas. Um dia, próximo à praia acontecia uma festa em que
todos os orixás dançavam em volta de uma fogueira. Iansã o viu
observando de longe, veio até ele, levantou a palha de seu rosto
e com sua ventarola provocou um vento tão forte que as feridas
de Obaluaê saíram do corpo dele se transformando em pipoca.
KITEMBO, Kitembo, na Mitologia Bantu Kindembu, mais
conhecido no Brasil como 'Tempo', é um Nkisi ligado ao
tempo cronológico e mitológico. É o Nkisi das
transformações o que guia o seu povo nômade através da
sua bandeira branca, assim todos, por longe que esteja
pode se unir ao líder, por que o mastro da sua bandeira é
tão alto que pode ser visto de qualquer lugar. O que não
deixa os caçadores perdidos (pois os Nkisis são, em sua
natureza primeira todos caçadores e guerreiros, pois assim
a aldeia e seus descendentes estariam garantidos). É
representado, nas casas Angola e Congo, por um mastro
com uma bandeira branca, também chamada de Bandeira
de Tempo. Kitembo é um nkisi raro com poucos filhos.
Associado com o Iroko Yorubá é também visto como a
Gameleira Branca, árvore sagrada.
OXUMARÉ, É a cobra-arco-íris em nagô, é a mobilidade, a atividade,
uma de suas funções é a de dirigir as forças que dirigem o
movimento. Ele é o senhor de tudo que é alongado. O cordão
umbilical que está sob o seu controle, é enterrado, geralmente com a
placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-
nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.

Ele representa também a riqueza e a fortuna, um dos benefícios mais


apreciados no mundo dos iorubás. É o símbolo da continuidade e da
permanência, algumas vezes, é representado por uma serpente que
morde a própria cauda. Oxumarê é um orixá completamente
masculino, porém algumas pessoas acreditam que ele seja macho e
fêmea, porém o orixá feminino que se iguala a Oxumarê é Ewá sua
irmã gêmea que tem domínios parecidos com o dele.
XANGÔ, Xangô, Shango ou Sango, é Orixá, de origem Yorubá. Seu mito conta que
foi Rei da cidade de Oyo, identificado no jogo do merindilogun pelos odu obará,
ejilaxebora e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do
assentamento sagrado denominado igba xango. Xangô, no seu aspecto divino,
permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yemanjá como mãe e três
divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.

Xangô orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido,
violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse
motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa
atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô. Xangô é o Orixá
do Poder, ele é a representação máxima do poder de Olorum.

Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua


ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes. Xangô é o Orixá do Poder, ele é a
representação máxima do poder de Olorun.
OBÁ, Obá, Orixá africano do Rio Obá ou rio Níger, primeira
esposa de Xangô, identificada no jogo do merindilogun pelos
odu odi, obeogunda e ossá.

Guerreira, veste vermelho e branco, usa escudo, Arco e flecha Ofá.


Obasy é a senhora da sociedade elekoo, porém no Brasil esta
sociedade passou a cultuar egungun. Deste modo, obasy é a
senhora da sociedade lesse-orixa. Obá representa as águas
revoltas dos rios. As pororocas, as águas fortes, o lugar das
quedas são considerados domínios de Obá. Ela também
controla o barro, aguá parada, lama, lodo e as enchentes.
Trabalha junto com Nanã. Representa também o aspecto
masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos
alimentos de crus em cozidos.É também a dona da roda. Orixá,
embora feminina, energética, temida, e forte, considerada mais
forte que muitos Orixás masculinos, vencendo na luta Oxalá,
Oyá, Oxumarê, Exú e Orumilá.
EWÁ, Iyewa ou Ewá, Orixá do rio Yewa, que fica na antiga
tribo Egbado (atual cidade de Yewa) no estado de Ogun na
Nigéria. Orixá identificada no jogo do merindilogun pelo
odu obeogunda. Ewá, Euá, Iyewa, Orixá feminino, é a
divindade do rio Yewa em Lagos na Nigéria. Uma das
iabás, considerada ora irmã de Iansã, ora irmã de
Oxumarê. Seu nome significa mãezinha do caráter. As
cores de seus colares (fio-de-contas) são o vermelho e
azul(tranparentes). Usa como insígnias a âncora e a
espada, ofá que utiliza na guerra ou na caça, brajás de
búzios, roupa enfeitada com iko (palha da costa) tingida.
Gosta de pato, também de pombos, odeia galinhas. Há um
vodun daomeano com o mesmo nome, cultuado em São
Luís do Maranhão. Saudação – "Riró!".
Ewa/yewá é o orixá da beleza, geralmente cultuada
junto a seu irmão inseparável oxumaré, juntos
conduzem o arco íris e o ciclo da água, por ser orixá
pouco cultuado é muitas vezes identificada como
Oxumaré fêmea, devido também levar uma cobra só
que pequena.
YANSÃ, Iansã, ou Oyá, é um orixá cuja figura, no Brasil, é sincretizada com Santa
Bárbara, católica.

Oyá, a deusa do Rio Niger,1 é representada com um alfange e uma cauda de animal
nas mãos, e com um chifre de búfalo na cintura.

Na mitologia iorubá, Xangô casou-se com três de suas irmãs, deusas de rios: Oyá,
Oxum, deusa do rio Osun e Obá, deusa do rio Obá.1

Nas lendas provenientes do candomblé, Iansã foi mulher de Ogum e depois de


Xangô, seu verdadeiro amor. Xangô roubou-a de Ogum.

O nome Iansã é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao
entardecer, Iansã pode ser traduzido como a mãe do céu rosado ou a mãe do
entardecer. Ao contrário do que muitos pensam Iansã não quer dizer a mãe dos
nove. Xangô a chamava de Iansã pois dizia que Oyá era radiante como o
entardecer ou como o céu rosado e é por isso que o rosa é sua cor por
excelência.
OXUM, Oxum, na religião yoruba, é uma orixá que reina sobre a água
doce dos rios, o amor, a intimidade, a beleza, a riqueza e a diplomacia.
Também é um orixá do candomblé. Oxum é dona do ouro e da nação
ijexá. Tem o título de Ìyálòdè1 entre os orixás. Osun, Oshun, Ochun
ou Oxum, na Mitologia Yoruba, é um orixá feminino. O seu nome
deriva do Rio Osun, que corre na Iorubalândia, região nigeriana de
ijexá e Ijebu. Identificada no jogo do merindilogun pelos odu ejioko e
Ôxê, é representada pelo candomblé, material e imaterialmente, por
meio do assentamento sagrado denominado igba oxum. É tida como
um único Orixá que tomaria o nome de acordo com a cidade por onde
corre o rio, ou que seriam dezesseis e o nome se relacionaria a uma
profundidade desse rio. As mais velhas ou mais antigas são
encontradas nos locais mais profundos (Ibu), enquanto as mais jovens
e guerreiras respondem pelos locais mais rasos. Ex.: Osun Osogbo,
Osun Opara ou Apara, Yeye Iponda, Yeye Kare, Yeye Ipetu, etc. Em
Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor,
uma vez que ela é a responsável pelas uniões, e também na vida
financeira, a que se deve sua denominação de "Senhora do Ouro", que
outrora era do Cobre, por ser o metal mais valioso da época.
LOGUM -EDÉ, Logunedé ou Logun Ede, do iorubá Lógunède, é
um orixá africano que na maioria dos mitos costuma ser
apresentado como filho de Oxum Ipondá e Oxóssi Ibualama, do
iorubá Ibùalámo. Segundo as lendas, vive seis meses nas matas
caçando com Oxóssi e seis meses nos rios pescando com Oxum.
É cultuado na nação Ijexá como sua mãe, mas também nas
nações Ketu e Efan, sendo o seu culto muito difundido no Rio de
Janeiro. Simultaneamente caçador e pescador, Logunedé é o
herdeiro dos axés de Oxum e Oxóssi que se fundem e se
mesclam como mistério da criação, trata-se de um orixá que tem
a graça, a meiguice e a faceirice de Oxum à alegria, à expansão
de Oxóssi. Se Oxum confere a Logunedé axés sobre a
sexualidade, a maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe
passa os axés da fartura, da caça, da habilidade, do
conhecimento.
Como símbolo da pureza, muitas vezes Logunedé
também é visto como um ser andrógino. Ao contrário
do que muitos pensam, Logun Ede não é de
características masculina e feminina, não é bissexual.
Na verdade possui uma grande relação com Òsun, sua
mãe e com Erinlé, seu pai, trazendo consigo a
personalidade desses dois Òrìsà e algumas
características marcantes, mas nada que o transforme
em um hermafrodita que durante seis meses é Oboró e
seis meses Ìyábá como algumas pessoas assim o dizem
e usam deste artifício para denotações homossexuais.
YEMANJÁ, Yemanjá ou Iemanjá é um orixá africano, cujo
nome deriva da expressão yoruba Yéyé omo ejá ("Mãe
cujos filhos são peixes")1 2 , identificada no jogo do
merindilogun pelos odus ejibe e ossá. É representado no
candomblé através do assentamento sagrado denominado
igba yemanja. Na mitologia yoruba, o dono do mar é
Olokun, que é pai de Iemanjá, sendo ambos de origem
Egbá. Yemojá é saudada como Odò ("rio") ìyá ("mãe") pelo
povo Egbá, por sua ligação com Olokun, orixá do mar
(masculino no Benim e feminino em Ifé), referida como
sendo a "rainha do mar" em outros países. É cultuada no
rio Ògùn, em Abeokuta. No Brasil, a orixá goza de grande
popularidade entre os seguidores de religiões afro-
brasileiras e até por membros de religiões distintas.
Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de fevereiro,
a maior festa do país em homenagem à "Rainha do
Mar". A celebração envolve milhares de pessoas que,
trajadas de branco, saem em procissão até o templo
mor, localizado no bairro Rio Vermelho, onde
depositam variedades de oferendas, tais como
espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte
de agrados. Todavia, na cidade de São Gonçalo, os
festejos acontecem no dia 10 de fevereiro.
Outra festa importante dedicada a Iemanjá ocorre durante a
passagem de ano no Rio de Janeiro e em todo litoral
brasileiro. Milhares de pessoas comparecem e depositam
no mar, oferendas para a divindade. A celebração também
inclui o tradicional "banho de pipoca" e as sete ondas que
os fiéis, ou até mesmo seguidores de outras religiões,
pulam como forma de pedir sorte à orixá.

No ano de 2008, dia 2 de fevereiro, a Festa de Iemanjá do Rio


de Janeiro, na Bahia, coincidiu com o carnaval. Os desfiles
de trios elétricos foram desviados da região até o fim da
tarde, para que as duas festas acontecessem ao mesmo
tempo.
NANÃ, Nanã Buruku1 2 (ou Nanã, Nanã Buluku, Nanã Buru, Nanã
Boroucou, Nanã Borodo, Anamburucu), é um nome pertinente a
um vodun e orixá das chuvas, dos mangues, do pântano, da lama
(barro molhado), senhora da Morte, e responsável pelos portais de
entrada (reencarnação) e saída (desencarne). Identificado no jogo do
merindilogun pelos odu ejilobon e representado materialmente pelo
candomblé através do assentamento sagrado denominado igba nanã.
Em sua passagem pela Terra, foi a primeira Iyabá e a mais vaidosa, em
nome da qual desprezou seu filho primogênito com Oxalá, Omolu,
por ter nascido com várias doenças de pele. Não admitindo cuidar de
uma criança assim, acabou abandonando-o numa praia, Iemanjá o
achou abandonado, quase morrendo e o curou e o criou como se fosse
sua mãe, dando todo o amor e carinho. Sabendo do que Nanã fez,
Oxalá condenou-a a ter mais filhos, os quais nasceriam anormais
(Oxumarê, Ewá e Ossaim), e a expulsou do reino, ordenando-lhe que
fosse viver num pântano escuro e sombrio, lugar onde pensou em
abandonar seu pobre filho, mas desistiu, pois na praia seu filho
morreria mais rápido.
Nanã é dona de um cajado, o ibiri. Suas roupas parecem
banhadas em sangue, Orixá das águas paradas que
mata de repente, ela mata uma cabra sem usar faca.
Nanã Buruku é cultuada no Candomblé Jeje como um
vodun e no Candomblé Ketu como um orixá da
chuva, das águas paradas, mangue, pântano, terra
molhada, lama e considerada a mãe dos orixás
Obaluaiyê, Iroko, Osanyin, Oxumarê e Yewá.
Oxaguian na mitologia yorubá é um jovem guerreiro, um Oxalá jovem,
seria filho de Oxalufan, identificado no jogo do merindilogun pelo odu
ejionile e representado materialmente e imaterial pelo candomblé,
através do assentamento sagrado denominado igba oxaguian. Seu
templo principal é em Ejigbo, estado de Ọsun, onde ostenta o título
de Eléèjìgbó, ou Rei de Ejigbo.

Oxaguian é um Oxalá jovem. Sempre de branco. Usa espada, escudo,


polvarim e mão de pilão. Guerreiro, seu dia da semana é sexta-feira.
Come cabra, e é o dono do inhame. Oxaguian é apontado como o
aspecto jovem de Oxalá, outras vezes é apontado como filho de
Oxalufã, o qual é tido como o aspecto velho de Oxalá. Oxaguian, "o
moço", na sua forma "guerreira" de Oxalá, carrega uma espada, cheio
de vigor e nobreza. É sempre retratado como um guerreiro forte,
astuto e conquistador, Oxaguian rege as inovações, a busca pelo
aprimoramento, o inconformismo. É um Orixá relacionado com o
sustento do dia a dia, gostando de mesa farta. Seu sustento vem do
fundo da terra ou da floresta. Ele detém todas as armas e as usa para
alcançar seus objetivos, que são: dar para quem tem fome e até tomar
de quem tem muito e não tem fome.
Oxalufan, Oxalufã ou Oxalufon, Orixá africano cultuado em todo o
Brasil por todas as religiões afro-brasileiras, identificado no jogo do
merindilogun pelo odu ofun ou êjiokô e representado materialmente e
imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado
denominado igba oxalufan. Considerado um Oxalá muito velho,
curvado pelos anos, que anda com dificuldade e hesitação, como se
estivesse atacado pelo reumatismo. Ele apoia seus passos
cambaleantes sobre um paxorô (ou opaxorô, ou ainda em Yorubá, Opá
Oşòró), grande bastão de metal branco, encimado pela imagem de um
pássaro e ornado por discos de metal e pequenos sinos. Considerado
como o Orixá da Paz, da paciência, tudo que se refere à Oxalá é ligado
a calma e a tranquilidade. Sua cor é o branco e seus filhos não podem
usar roupa preta, vermelha e tons escuros. Seu dia da semana é a
sexta-feira, e por respeito ao pai mais velho, todo povo-de-santo usa
branco nesse dia. Sua dança é lenta como o passo do Igbin.
No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá,
Vodun e Nkisi, são separados por tipo de iniciação ao
sacerdócio.
 Culto de Ifá participam tanto homens quanto mulheres, sendo
um Culto patriarcal conduzido pelos Babalawos.
 Culto aos Egungun participam tanto homens quanto mulheres,
sendo Culto patriarcal que lida diretamente com a
ancestralidade, conduzidos pelos Ojés.
 Candomblé Ketu participam tanto homens quanto mulheres,
sendo conduzido tanto por homens (Babalorixás) quanto por
mulheres (Iyalorixás), entram em transe com Orixá.
 Candomblé Jeje participam tanto homens quanto mulheres,
sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres
Vodunsis, entram em transe com Vodun.
 Candomblé Bantu participam tanto homens quanto mulheres,
sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres inicia
Muzenzas, entram em transe com Nkisi.
Sacerdotes na África
 BANTU (ANGOLA-KONGO).
 Kubama..................adivinhador de 1a categoria.
 Tabi....................adivinhador de 2a categoria.
 Nganga-a-ngombo.........adivinhador de 3a categoria.
 Kimbanda................feiticeiro ou curandeiro.
 Nganga-a-mukixi.........sacerdote do culto de possessão
(Angola).
 Niganga-a-nikisi........sacerdote do culto de possessão
(Kongo).
 Mukúa-umbanda...........sacerdote do culto de possessão
(Angola-Kongo).
Hierarquia no candomblé Ketu
 Iyá / Babá: significado das palavras iyá do yoruba significa mãe,
babá significa pai.
 Iyalorixá / Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais
elevado na tradição afro-brasileira.
 Alagbá: Cargo masculino, chefe dos Oyê. Em algumas casas é
também chamado de Ogan. Pode desempenhar diversas tarefas
de cunho espiritual e civil e não entra em transe.
 Mogbá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Ministro
de Xangô.
 Tojú Obá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Olhos
do Rei.
 Iyaegbé / Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira,
responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
 Aficodé: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Oxossi.
 Iyabassê: (mulher): Responsável no preparo dos alimentos sagrados as
comidas-de-santo.
 Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
 Iyatebexê ou Babatebexê: Responsável pelas cantigas nas festas públicas de
candomblé.
 Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos e obrigações de "cantar folhas.
 Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
 Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente
os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.
 Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun.
São filhas de Oya.
 Iyalabaké: A guardiã do alá de osaala.
 Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
 Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na
hirarquia.
 Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e
preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em
transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada
para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao
terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No
Candomblé Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também
outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.
 Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
 Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete
anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
 Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa
Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No
Terreiro do Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota
de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é
conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil.
 Iaô: filho-de-santo (que já foi iniciado e entra em transe com o
Orixá dono de sua cabeça), nem todo Iaô será um pai ou mãe de
santo quando terminar a obrigação de sete anos. Ifá ou o jogo
de búzios é que vai dizer se a pessoa tem cargo de abrir casa ou
não. Caso não tenha que abrir casa o mesmo jogo poderá dizer
se terá cargo na casa do pai ou mãe de santo além de ser um
egbomi.
 Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que
entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de
contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do
Orixá pedir a iniciação.
 Sarepebê ou sarapebê é responsável pela comunicação do egbe
(similar a relações públicas).
 Otun e Osy Axogun são os auxiliares do Axogun
 Apokan responsavel pelo culto de Olwuaye e o Olugbajé
 Iyalaxé (mulher): Mãe do axé, a que distribui o axé e cuida dos objetos
ritual.
 Iyakekerê (mulher): Mãe Pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da
comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
 Babakekerê (homem): Pai pequeno, segundo sacerdote do axé ou da
comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados.
 Ojubonã ou Agibonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na
iniciação.
 Iyamorô: ou BabamorôResponsável pelo Ipadê de Exu.
 Iyaefun ou Babaefun: Responsável pela pintura branca das Iaôs.
 Iyadagan e Ossidagã: Auxiliam a Iyamorô.
 Axogun: Sacerdote responsável pelo sacrificio dos animais.
Dependendo do caso, no ritual de iniciação, este sacerdote pode
assumir outro cargo, ja que axogun é um ogan.
 Aficobá: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Xangô.
 Hierarquia do candomblé Bantu
 Títulos Hierárquicos Bantu, Angola, Congo
 Tata Nkisi - Zelador.
 Mametu Nkisi - Zeladora.
 Tata Ndenge - pai pequeno.
 Mametu Ndenge - Mãe pequena(há quem chame de Kota Tororó, mas
não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida).
 Tata NGanga Lumbido - Ogã, guardião das chaves da casa.
 Kambondos - Ogãs.
 Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
 Tata Kivanda - Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios
animais (mesmo que axogun).
 Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e
cabaças.
 Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de
preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher mestrua e só
deve mexer depois da menopausa, quando não mestruar mais, portanto, pelo
certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja
pessoa de alta confiança).
 Mametu Mukamba - Cozinheira da casa, que por sua vez, deve de prefer~encia
ser uma senhora de idade e que não mestrue mais.
 Mametu Ndemburo - Mãe criadeira da casa (ndemburo = runko).
 Kota ou Maganga - Em outras nações EKEJI (todos os mais velhos que já
passaram de 7 anos, mesmo sem dar obrigação, ou que estão presentes na
casa, também são chamados de Kota).
 Tata Nganga Muzambù - babalawo - pessoa preparada para jogar búzios.
 Kutala - Herdeiro da casa.
 Mona Nkisi - Filho de santo.
 Mona Muhatu Wá Nkisi - Filha de santo (mulher).
 Mona Diala Wá Nkisi - Filho de santo (homem).
 Tata Numbi - Não rodante que trata de babá Egun (Ojé).
Principais representantes:

Ketu: Mãe Menininha do


Gantois
Angola: Joãozinho
da Gomeia
Os Templos de candomblé são chamados de casas, roças ou
Terreiros.

Casas grandes, que são organizadas tem uma hierarquia


rígida, não é de propriedade do sacerdote, nem toda casa
grande é tradicional, é uma Sociedade civil ou beneficente.

A progressão na hierarquia é condicionada ao aprendizado e


ao desempenho dos rituais longos da iniciação. Em caso de
morte de uma iyalorixá, a sucessora é escolhida,
geralmente entre suas filhas, na maioria das vezes por
meio de um jogo divinatório Opele-Ifa ou jogo de búzios.
Entretanto a sucessão pode ser disputada ou pode não
encontrar um sucessor, e conduz frequentemente a rachar
ou ao fechamento da casa.
Há pelo menos dois canais através dos quais se realiza a
união entre os seres humanos e os deuses e antepassados.

O oráculo é o canal que preside todas as cerimônias do


Candomblé. Popularmente conhecido como jogo dos
búzios, trata-se de uma técnica em que o babalorixá
desvenda os mistérios da vida.

Processos mais intuitivos ou formais podem ser usados,


como o tempo de consulta pode variar, mas o objetivo é
sempre o mesmo: clarear e desvendar os mistérios que
envolvem a vida e a história humana.
Jogam-se os búzios, é feito o diagnóstico e os resultados
são tratados com o ebô, uma espécie de sacrifício
ritual. Os males que se encontram dentro do cliente
são espantados e desviados em objetos e animais que
são levados para lugares determinados ou enterrados,
segundo a indicação da consulta. O ebô tem um
caráter terapêutico e libertador.

A magia é sempre eficaz em si mesma sem recorrer a


particulares referências ao transcendente.
O processo ritual de iniciação é o outro canal que une
diretamente o indivíduo ao sagrado. É o caminho sem
volta sobre o qual é centrada toda a organização do
Candomblé. Representa o primeiro passo para subir na
escala social, contribui para manter o grupo coeso e
favorece a entrada na nova vida.

Os estágios da iniciação incluem os aspirantes (abiãs) que


fazem os trabalhos humildes da casa e que devem revelar
aptidão para o estado de santo.
Conhecidos os deuses tutelares e confirmados pelo jogo de
búzio, a abiã se submete ao segundo estágio de iniciação.
Este momento consiste no oferecimento da comida à sua
cabeça, numa cerimônia chamada bori.
O ritual de dar comida à cabeça é um dos mais registrados
pela etnografia brasileira. É necessário alimentar o bori
como é necessário alimentar o orixá. Faz-se o bori para
fortalecer a cabeça.

Os banhos do abô, contendo diferentes ervas acompanham


este estágio e representam cerimônias preparatórias de
purificação.

O tempo de confinamento da abiã no roncô (local separado


preparado pela iaô) pode ser de vários dias ou de meses. É
a iniciação propriamente dita, onde o iniciado apreende a
lidar com seus deuses. O momento de passagem é a
depilação, geralmente da cabeça. O iniciado torna-se
familiar com as comidas, os sacrifícios e os animais típicos
de seu orixá.
O momento ritual da saída de Iaô é o terceiro estágio de
iniciação. É o dia do nome, o dia do Oruncó ou nome
do santo. No barracão de danças a iaô aparece em
público por três vezes, sendo a última vez com a
roupa e os objetos rituais de seu orixá. Ela fala o nome
de seu orixá e acompanha o ritual com danças e
música especiais.

Em seguida a iaô continua a cumprir suas práticas


rituais, mas já se encontra num estágio particular de
ascensão na hierarquia do terreiro.
Todo o processo iniciatório representa uma fase de grande
significação religiosa. Adquire, às vezes, uma característica de
experiência extática de grande intensidade. O contato íntimo do
indivíduo com a divindade atinge níveis de fusão mística e
permanece envolvido por toda a vida.

Cada orixá tem um dia, ao longo do ano, que lhe é especialmente


consagrado. Roupas rituais e cantos especiais que narram
episódios míticos acompanham os dias de festa.

Além das cerimônias anuais para cada orixá, são de grande


importância os ritos de casamento, de nascimento, de iniciação
e também os ritos fúnebres. É nestes momentos que se celebra a
vida como triunfo da vida sobre a morte. Especial destaque
merecem os ritos fúnebres e os sacrifícios.
O sacrifício, como oferenda, visa conservar o equilíbrio entre
o plano visível e o invisível. Desta maneira continua
garantindo o fluxo da vida. A ação de graça por algo bem
sucedido e a retribuição por algo oferecido, fazem com
que se estabeleça uma relação de troca entre os adeptos e
as divindades.

Há rituais também regionalizados e específicos para


determinados orixás.
Famosa é a cerimônia das ‘águas de Oxalá’ que deu origem à
cerimônia da lavagem do santuário da Igreja do Bonfim
(em Salvador-BA) ou de Iemanjá, a mãe d’água que recebe
homenagens no dia 02 de fevereiro ou 08 de dezembro.
No Rio de Janeiro é famosa a comemoração da
passagem do ano (de 31 de dezembro para o 1º de
Janeiro), quando barquinhos cheios de flores, de
perfumes, de espelhos e de comida são oferecidos à
grande mãe Iemanjá.
“Existem fundamentos específicos para várias situações .
Existem ebós, que são limpezas espirituais feitas a partir
de rezas, cantos e com auxílio de elementos da natureza
como folhas, grãos, cereais diversos . O Bori e outro
importante processo litúrgico ja que se destina ao
equilíbrio do "ori" (cabeça). Alem disso existem os rituais
de iniciação que são mais complexos demandam dias e são
reservados à iniciados da religião e as festas temáticas em
que se destacam: o Olubajé, festa da chamada Família Real
do candomblé (Omulu, Oxumare, Nana, Kitembo), Festa
das Yabás, que são orixás femininos e a festa de Oxalá ,
denominada águas de Oxalá”
(Washington Luís)
Cantigas

 Cantigas de Sassayin - sequência de cantigas usadas durante o


ritual de rezar as folhas ou Sassayin, dirigido pelo babalosanyin
sacerdote de Osanyin, na falta deste dirigido pelo babalorixá ou
iyalorixá. Onde cada folha tem sua cantiga, que deve ser
entoada para ativar o axé da mesma.
 Cantigas de Xirê - sequência de toques e cantigas que são
executados durante uma festa de candomblé.
Antes de começar o xirê é necessário despachar o padê, que
poderá ser feito durante o dia ou um pouco antes do começo da
festa.
O xirê sempre começa com as cantigas de Exú, em seguida as de
Oxóssi, tem uma sequência pré-estabelecida de cantigas para
todos os Orixás que varia de Nação para Nação.
 Cantigas de Rum - são as cantigas executadas para o Orixá dançar
em uma festa, costuma dizer-se (dar Rum ao santo), nessas cantigas
os Orixás fazem a coreografia conforme a cantiga e o desempenho do
alagbê no atabaque maior (Rum), caso o alabê cometa algum engano,
Orixás mais antigos podem parar de dançar, corrigindo o ogan para
que ele cante a cantiga na sequência certa ou no ritmo certo. Não
devem ser cantadas fora da cerimônia.
 Cantigas Fúnebres - são as cantigas do ritual de enterro de uma
pessoa ilustre do candomblé, essas cantigas não devem ser cantadas
fora dessa cerimônia.
 Cantigas de Axexê - são as cantigas executadas durante o ritual do
axexê, não devem ser cantadas fora dessa cerimônia.
 Cantigas de Sotaque - segundo Edison Carneiro, são cantigas de
segundas intenções, contra alguém que se encontra na assistência
durante as festas.
Dicionário do Candomblé:

Disponível em:
<Dicionário:http://ocandomble.wordpress.com/vocab
ulario-ketu/>. Acesso em: 20 mar. 2014.
http://www.pime.org.br/missaojovem/mjregafrocand
omble2.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Candombl
%C3%A9#Templos

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