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Apostila Abian Ile Axé Oxum O’para


Iyalorixá Neusah ty Oxum Opara
Prefacio

Seja bem-vindo ao Ile Oxum Opara.

Que mãe Oxum abençoes sempre os seus caminhos e que nesta casa você sempre encontre paz, aconchego, sabedoria
e prosperidade tendo sempre consigo um axé positivo para você e para que possa compartilhar ente os seus irmão e
visitantes.

Aqui se inicia um novo ciclo, um ciclo de aprendizado e respeito e autoconhecimento para com sigo mesmo os outros
e em principal para com nossos orixás e guias.

Esta apostila tem como base te introduzir da melhor maneira possível a a este novo mundo do candomblé, mundo este
com conceitos tradicionais e antigos com base em uma cultura ancestral, onde devemos sempre com muito respeito se
atentar aos detalhes e aos princípios básicos da mesma, pois em momento algum estamos aqui para se sobressair,
liderarmos ou modificarmos esta cultura e sim para aprendermos com nossos ancestrais a lidar com aquilo que talvez
arisco dizer ser o mais importante perante ao ser humano, nossa espiritualidade.

Nas próximas páginas espero que você consiga se identificar e entender o quão gostoso e proveitoso é se aprofundar
na sua espiritualidade unida a sua ancestralidade. De modo a ter um conhecimento básico sobre a religião e ao modo
de agir e pensar...

E aproveite Abian, pois a caminhada da espiritualidade por muitas vezes será agridoce, mas garanto para você que
nada será tão gostoso quanto ao final de uma função cansativa você ainda conseguir gargalhar ao comer um docinho
dado pelos nos amados eres... ou dançar e girar pela sua cozinha de axé coma energia deixada pelo pombo gira da
casa.

Que os orixás lhe abençoem muito e que você tenha um lindo caminho na sua espiritualidade.

Axé

Sumario
1- Histórico do candomblé

2 - O que é o Candomble

3-Orixas

4 – Ile Oxum Opara

5-Yalorisa Neusah ty oxum

7- Cargos de um ile axé

7 – O que é ser Abian

8 – Abian, yawo,egbomi

8- Como se portar como Abian no ile Axe

8-Principais atividades do Abian

9- Regras do Ile Oxum Opara

10- Anguruci

11-Cantigas

12 – Cantigas de Xire

13 – Quartinhas

14 – Conservação do ambiente.

15 - Anotações

1-Historico do candomblé

O candomblé se desenvolveu entre as comunidades afro-brasileiras em meio ao comércio atlântico de escravos dos
séculos XVI a XIX.
Surgiu através da mistura das religiões tradicionais trazidas para o Brasil pelos escravizados africanos ocidentais e
centrais, a maioria deles iorubás, fons e bantus, e os ensinamentos católicos romanos dos colonizadores
portugueses que então controlavam a área. Ele se formou principalmente na região da Bahia durante o século XIX. Em
alguns lugares, fundiu-se com outra religião afro-brasileira, a umbanda.

Após a independência do Brasil de Portugal, a constituição de 1891 consagrou a liberdade de religião no país, embora
o candomblé permanecesse marginalizado pelo domínio católico romano, que normalmente o associava à
criminalidade.

No século XX, a crescente emigração baiana difundiu o candomblé no Brasil e no exterior. No final do século XX,
surgiram crescentes ligações entre o candomblé e tradições relacionadas na África Ocidental e nas Américas, como
a santería cubana e o vodu haitiano. Desde então, alguns praticantes enfatizaram um processo de re-africanização para
remover as influências católicas romanas e criar formas de candomblé mais próximas da religião tradicional da África
Ocidental.

Cada terreiro é autônomo, embora possa ser dividido em denominações distintas, conhecidas como nações, a partir das
quais o sistema de crenças tradicionais da África Ocidental tem sido sua principal influência.

Existem praticantes do candomblé por todo o Brasil, embora existam comunidades menores em outros lugares,
especialmente em outras partes da América do Sul. Tanto no Brasil quanto no exterior o candomblé se expandiu para
além de suas origens afro-brasileiras e é praticado por indivíduos de várias etnias.

2 – O que é candomblé.

O candomblé é uma religião de origem africana, que segue os ensinamentos de Olorún (DEUS), aplicando sua
doutrina por meio dos Orixás. O candomblé basicamente cultua as forças da natureza, pelos adeptos chamados de
Orixás (divindades africanas). Sua Origem no Brasil deu-se a partir da vinda dos negros africanos, vendidos como
escravos para trabalhar em terras brasileiras.

O culto de candomblé é dividido em nações que recebem o nome de Ketu, Angola, Ijexá, Jeje, Cabinda, entre outras
nações que tem particularidades em seu culto, porém com o mesmo objetivo, seja cultuando Orixá, Nkisis e voduns
(Todas as energias da natureza). Por meio de canto em línguas africanas, danças, oferendas, festas, ritos entre outras
formas de culto, o Candomblé é característico e inconfundível.

Marcado pela prática Incorporação dessas divindades especiais das qual nos aproximam cada vez mais de Deus
(Olorún).

O Candomblé é lindo, é 100% do bem!

Nações: Nação de Ketu e Ketu/Nagô

A Nação de Ketu é a mais comum e a mais conhecida e maior nação do candomblé , ela cultua os Orixás. Dos
escravos Nagôs vindos da África estavam os Yorubas, que vieram para o Brasil com sua cultura e louvação aos Orixás
de Ketu. Essa nação é bem diferenciada das outras pelo Toque dos Atabaques (Ilu), Cantiga, Idioma (Yoruba), Dança,
Cores dos Orixás e as festas. Nessas festas podemos destacar o Padê, Aguas de Oxalá, Olubaje, Axêxê etc…

Nação de Angola/Bantu

A nação de angola é conhecida por cultuar os Nkisi, essa é uma das maiores nação de candomblé. Desenvolvida pelos
escravos que falavam a lingua Kimbundo e Kikongo. Saõ exemplos de Nkisis: Katendê, Nzazi, Nkosi, Dandalunda
etc..

Nação de JeJe

É o Candomblé que cultua os Voduns, do Reino de Dahomey, tazidos para o Brasil pelos escravos da Afria Ocidental
e Central. Como exemplo de Voduns temos: Lissá, Gun, Loko, Bessen etc… Uma curiosidade é que na nação de Jeje,
nas casa de culto é necessário que haja um Poço.

O CANDOMBLÉ a uma estrutura de culto às forças da natureza, a um hino à vida como um eterno movimento, que se
manifesta nas danças, nas cores dos ORIXÁS, nos alimentos sacramentais. Ritual comunidade de cantos, danças e
alimentos sagrados na sua forma pública, o Candomblé é sacramentado pelo Pai ou Mãe de Santo, pelos Filhos de
Santo, pelos tocadores de atabaque (OGAN),que entoam os cantos sagrados permitindo avinda do ORIXÁ, com a
participação da comunidade dos mais velhos às criancinhas. Todos cantam e saúdam os ORIXÁS, executam a dança
sagrada, num hino à Alegria, Amor e Partilha.

O CANDOMBLÉ se expressa nos terreiros os ou roças, onde se cultuamos ORIXÁS e os ancestrais ilustres.

O terreiro contém dois espaços, com características e funções diferentes:

(a) um espaço urbano, construído, onde se dá a dança;

(b) um espaço virgem (árvores e uma fonte, equivalentes floresta africana), que é considerado sagrado.

O chefe supremo do terreiro é o BABALORIXIÁ ou IYALORIXÁ (pai ou mãe que possui o ORIXÁ). Eles são
detentores de um poder sobrenatural - o AXÉ, a força propulsora de todo Universo. O AXÉ impulsionou a prática
sagrada que, por sua vez, realimenta o AXÉ, pondo todo sistema em movimento.

O AXÉ sendo força é neutro transmite-se, aplica-se e combina-se aos elementos naturais, que contam e expressam o
AXÉ do terreiro, que pode ser: (a) o AXÉ década ORIXÁ, realimentado através das oferendas e da ação ritual;

(b) o AXÉ de cada membro do terreiro, somado ao do seu ORIXÁ, recebido na iniciação, mais o AXÉ do seu destino
individual (ODU) e o herdado dos próprios ancestrais;

(c) o AXÉ dos ilustres. O AXÉ como força pode diminuir ou aumentar dependendo da prática litúrgica e rigorosa
observância dos deveres e obrigações.
A força do AXÉ é contida e transmitida através de elementos representantes do reino vegetal, animal e mineral
(oferendas) e podem ser agrupados em três categorias:

(a) sangue vermelho do reino animal (sangue), vegetal (azeite de dendê) e mineral(cobre);

(b) sangue branco do reino animal (sêmen, a saliva), vegetal (seiva), mineral (giz);

(c)sangue preto do reino animal (cinzas de animais), vegetal (sumo escuro de certos vegetais) e mineral (carvão,
ferro).

Estes três tipos de sangue, por onde veicula o AXÉ, com suas cores, vai determinara importância fundamental da cor
no culto. Resumindo: o AXÉ é, portanto, um poder que se recebe, partilha-se e distribui-se através da prática ritual, da
experiência mística e iniciática, conceitos e elementos simbólicos servindo de veículo. É a força do AXÉ que permite
que o ORIXÁ venha entender-se-á existência transcorre em dois planos: o AIYE (mundo, habitação do homem) e o
ORUN (além, habitação dos ORIXÁS, mundo paralelo ao mundo real, que coexiste com todos os conteúdos
deste).Cada indivíduo, árvore, animal, cidade etc, possui um duplo espiritual e abstrato no ORUN.

Os mitos evidentemente que, em tempos remotos, o AIYÉ e o ORUN estavam ligados, e os homens podiam ir e vi
livremente de um local a outro. Houve, porém, a violação de uma interdição e a consequente separação.

Um mito da criação nos conta que nos primórdios, nada existia além do ar. Quando OLORUN começou a respirar,
uma parte do ar transformou-se em massa de água, originando ORIXALÁ - o grande ORIXÄ FUNFUN do branco. O
ar e as águas moveram-se conjuntamente e uma parte deles transformou-se em bolha ou montículo uma matéria
dotada de forma- um rochedo avermelhado e lamacento. OLORUN soprou vida sobre ele e com seu hálito deu a vida
a EXU, o primeiro nascido, o procriado, o primogênito do Universo. OLORUN abrange todo espaço e detém três
poderes que regulam e mantém ativos a existência e o Universo:

IWÁ, que permite ao Universo genérico o ar, a atleta;

AXÉ, que permite a existência a movimentação dinâmica;

ABÁ, que outorga propósito e dá direção.

Ou como diz o poeta Moraes Moreira em “Pensamento Ioruba":

Para tudo ser tem que ter IWA. Para vir a ser tem que ter MACHADO - Axé. R para o sempre ser tem que ter
ABÁ.

Ao combinar esses três poderes de forma específica, OLORUN transmite-os aos IRUNMALÉ, entidades divinas que
remontam aos primórdios do universo, encarregados de mantê-las nas diferentes esferas de seu domínio – Os Orixas.
3-Os Orixás

Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às
manifestações dessas forças. As características de cada Orixá aproximam-nos dos seres humanos, pois eles manifestam-se através
de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema simbólico
particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários.
Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos – água, terra, fogo e ar. Existem mais de 400 orixás na
mitologia iorubá, mas somente alguns deles são famosos e cultuados no Brasil: Exú, Oxalá, Ogum,
Oxóssi, Oxum, Oxumaré, Xangô, Iansã, Iemanjá, Nanã, Omolú, Logunedé, Obá, Ossain, Yewá e Ibeji. Os
conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da
natureza. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias.

No Candomblé cultuam-se muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã,
Oxóssi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente
cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que
afligem o dia-a-dia das pessoas.

Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres
humanos, conseguem reconhecer os nossos caprichos, os nossos amores, os nossos desejos. É muito frequente dizer-se que as
personalidades dos seus filhos são consequência dos orixás que regem as suas cabeças, desenvolvendo características iguais às
destes deuses africanos.

Abaixo uma breve descrições dos 16 Orixás mais cultuados. Recordo no entanto que existem diversas correntes no Candomblé e
por essa razão as informações poderão ser diferentes de acordo com a tradição ou região.

Exú

Exú é o orixá intermediário e mensageiro, responsável pela comunicação entre os orixás e os homens. Exú é o guardião dos
caminhos, é capaz de derrubar barreiras.
O Exú é, por vezes, interpretado como uma divindade má, mas na mitologia iorubá não existe a representação do mau. Assim
como os outros orixás e seres humanos, Exú tem virtudes e defeitos e pode agir para o bem e para o mau.

Ogum
Ogum é o orixá que representa a luta, as conquistas, ele é o deus da guerra e o arquétipo do guerreiro. É o senhor da guerra e
padroeiro de todos os trabalhadores cujo ofício exige a utilização de ferramentas.

Oxóssi

Oxóssi vive nas florestas e representa a fartura, é protetor dos caçadores e rege as lavouras, seu símbolo é o arco e flecha. Ele
pode imitar o som dos animais com perfeição, é um caçador valente e generoso.

Omolu

Omolu é um grande e respeitado feiticeiro, é o senhor da vida e da morte e deus da medicina, senhor da terra e em algumas
culturas o próprio sol. Ele é responsável pela passagem de um plano para o outro, por guiar os espíritos para uma nova vida. Atua
em hospitais e cemitérios.

Logunedé
Logunedé é filho de Oxóssi e Oxum e dono de uma beleza ímpar. É um exímio caçador e pescador, tem expressões masculinas e
femininas.

Ossain

Ossain é o orixá das matas, dono das folhas e das ervas e vive na floresta. É confundido com a lenda indígena do Caipora, que tem
somente uma perna. É o orixá da medicina.

Oxumarê

Oxumarê é filho de Nanã, é a divindade do movimento, do ciclo vital. Esse orixá é homem e mulher ao mesmo tempo, ele
representa as dualidades, como o dia e a noite, o bem e o mal.

Oxum
Oxum é uma divindade feminina, ela é dona da água doce, dos rios e das cachoeiras. Representa a delicadeza, a fecundidade e a
maternidade, por isso, são muitas vezes chamada de “mamãe Oxum”.

Oya

Oya é uma guerreira poderosa, responsável por levar as almas para o céu. É a senhora dos ventos, dos trovões, das tempestades e
representa as mudanças rápidas.

Xangô

Na mitologia iorubá, Xangô é rei, por isso, é o orixá que cuida do poder, da administração e da justiça. Ele age com neutralidade,
é reconhecido pelas sábias decisões e integridade.
Iemanjá

Iemanjá é considerada a mãe de todos os orixás - com exceção de Logunedé. É a grande mãe e rege a educação, a família e as
uniões. Ela é a rainha dos mares, protetora dos marinheiros e um dos orixás mais famosos no Brasil.

Nanã

Nanã é uma divindade mulher, que representa a maternidade, a vida e a morte. Segundo a lenda iorubá, foi Nanã que sugeriu a
Oxalá usar barro para a criação dos seres humanos.

Oxalá

Oxalá é uma divindade masculina, ele é o criador de todos os Ele representa a criação e a vida.
Segundo a mitologia iorubá, Oxalá tentou criar os seres humanos com vários materiais, mas só conseguiu quando utilizou o barro
dado por Nanã.
Oba

Obá é a yabá (orixá feminina) africana que representa as águas revoltas dos rios, as pororocas, as águas fortes e as quedas. Ela
também é a senhora dos redemoinhos, representando uma forma do poder dos ventos.

Ewa

Orixá Ewá ou Yewá, é conhecida por ser símbolo de beleza. Ela á uma Yabá (orixá feminina) de grande sabedoria, pois possui o
dom da vidência.
Também é considerada a Deusa do céu rosado e estrelado, rainha do cosmos. A dona dos horizontes.
Regente da neblina e dos nevoeiros, quem a desafia costuma se perder. Mas quem está disposto a ver além das brumas, poderá se
guiar por sua intuição e vidência.

Ibejis

Orixá Ibeji é a divindade que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade das crianças.
Os Ibejis são divindades gêmeas e, por isso, estão relacionados à dualidade da vida. E por serem crianças, estão relacionados com
tudo que se inicia e brota: o nascimento dos seres humanos, a nascente de um rio, o germinar das plantas.
Ibejis também estão relacionados a criança que temos dentro de nós e as recordações da infância. E na natureza, a tudo que é belo
e alegre: a beleza do canto dos pássaros, o voo das aves, o perfume das flores.
1.0 Dique do Tororó – Salvador Bahia

4 – Ile Oxum Opara


Ilê Axé Oxum O'para é um terreiro de candomblé localizado em Sorocaba, São Paulo, Brasil.
Nosso amado ile , terreiro casa de oxum e nossa casa.
O terreiro foi fundado por Mãe Neusa no ano de 2021, o terreiro é dedicado à orixá Oxum, divindade das águas doces, do amor e
da fertilidade. Comandado pela Mãe Neusa que possui uma história de mais de 30 anos, o Ilê Axé Oxum O'para é um centro de
culto, onde são realizados rituais, toques, aconselhamentos, abertura de jogos.
O espaço acolhe tanto membros da comunidade religiosa quanto visitantes interessados em conhecer mais sobre o candomblé e a
religiosidade afro-brasileira.

O ile Axe Oxum O’para faz parte da nação de Ketu – Tendo suas origens de raiz de família o Pai Vavá Negrinho.

Linha do tempo da Raiz da família.

Sr. VALDEMAR MONTEIRO DE CARVALHO


2.0 - VAVÁ NEGRINHA ou VAVÁ DO BONÉ ou VAVÁ BOM DO PÓ de Òsúmáré;

Iniciado em 1900, em Cachoeira de São Félix por Vodunô Celestino do Amor Divino que era filho de Enoque,KWAIAKU
DANFOMIN da Nação Jeje Mahin;

Pai VAVÁ iniciou várias personalidades do Candomblé, tais como: saudoso ÒYÁ TOLOJI, saudoso Pai JOÃO D'ÒSÚN,
EDUARDO DE LOGUN-EDÉ do Cambuci, Ìyá JANE D'ÒSÚN, Pejigan BOJIDAN, entre outros...;

Era conhecido pelo seu "PÉ DE DANÇA", pela sua ARTE no ATIN (por isso apelidado - VAVÁ BOM DO PÓ), pela sua
variedade de bonés (VAVÁ DO BONÉ), e sua ligeireza e temperamento forte (VAVÁ NEGRINHA)...
...era temível e respeitado!!!

Valdemar Monteiro de Carvalho Filho ou Vavá de Ossãe mais conhecido como Vavá Negrinha, ou Vavá do Pó - iniciado aos
3 anos de idade pelo Vodunô Celestino do Amor Divino que era filho de Enoque, (dizia ser de Jeje Savalu) em Cachoeira e São
Félix na Bahia, teve terreiro em Salvador mas veio para o Rio de Janeiro e em seguida para São Paulo onde abriu sua casa que
mais tarde vendeu para seu filho de santo João da Oxum, no bairro de Vila Margarida em São Vicente.
Em São Paulo iniciou milhares de filhos-de-santo e cuidou de pessoas famosas como Clara Nunes e Cazuza.

 O Pó a que se refere o título também chamado de Zorra era preparado com raízes, folhas, e muitos ingredientes próprios
para feitiço, a receita só era conhecida pelos mais velhos, não ensinavam para ninguém, muitos babalorixás ficaram
famosos por serem Bom no Pó ou Bom de Pó.
Também o Pó a que se refere o Título dizem na verdade fazer aluzão à qualidade do Vodum Kposun, Kpó ou Possun, patrono da
casa onde foi feito.
Pai Vavá Negrinha de Ossãe era muito amigo de Pai Nézinho de Muritiba, Pai Manuel Rufino do Beiru e outros.
Eram muito temidos no círculo do Candomblé, quando chegavam numa festa de candomblé sem serem convidados, o dono da
casa já ficava preocupado se sua casa seria queimada (com a zorra) ou não, eram tratados como reis, pois caso se ofendessem com
alguma coisa queimavam a casa com o tal Pó.
Se o dono da casa não tivesse muito conhecimento, poderia ter brigas e até o fechamento da casa.
Muitas vezes faziam isso por pura maldade, brincadeira ou para testar o dono casa, para saber se estava preparado para se
defender e manter sua casa aberta.
Assim como Seu Nézinho do Ogun, era conhecido como grande feiticeiro e cantor de Candomblé, foi responsável pela introdução
de muitas das Cantigas Jeje no candomblé de São Paulo.
Toninho Grande, vindo de Cachoeira era seu braço direito e Axogum, sendo seu Otun o Ogan Carlinhos de Oxosse, posto dado na
casa de Pai João D´Oxum no bairro da Vila Margarida em São Vicente.
Ogan Getúlio é hoje o Ogan mais velho ainda vivo, feito/confirmado no estado de São Paulo, filho de Santo de Pai Vavá
Negrinha.
***faleceu em 1991 na cidade de Atibaia;

Babálórisa Hélio Festa, T'LóguNédé.


2.1 - Babálórisa Hélio Festa, T'LóguNédé.

Pai Hélio Festa de Logunedé -Iniciado em 13 de Junho de 1970, onde veio a ter vários filhos e três iles, localizados na Vila
Mariana ,Taboão da Serra e Praia Grande.

Pai Reinaldo D’ode

2.2.-Pai Reianaldo D’ode e Mãe Luh ty Oya.

Pai Reinaldo D’odé foi iniciado em Abril de 1978.


Em Novembro de 1987 Afastado da casa de Pai Helio Festa, acompanhado por pai Vavá Negrinha (já debilitado), a finada mãe
Nizete D’Ogum vem a fazer a primeira Ekedi do ile Alasé Ode Inlé, com isso também realiza a mudança do axé que até então fora
sempre Jeje Mahim para o axe Oxumare (Ketu).
2.3.-Mãe Luh Ty Oya.

Iniciou-se em Maio de 2014 em Oya no Ilê Alasé Odé Inle, pelo babalorixá Reinaldo de Ode, fundando assim a Terra de Oya.

5-Yalorisa Neusah ty oxum


7- Cargos de um ile axé
Cargos em um ilê Axé

.A hierarquia no Egbé (barracão) é fundamentada no tempo de iniciação no culto, obrigações realizadas (“tempo de santo”),
qualidade do Orixá, sexo do filho-de-santo e, especialmente, pela indicação do Babalorixá, que o fará segundo a determinação dos
Orixás.

Abaixo alguns dos cargos possíveis dentro da hierarquia do candomblé.

 Olóyè , Ogá e Àjòyè


 Iyalorixá/Babalorixá: Mãe ou Pai em Orixá, é o posto mais elevado do ILê; tem a função de iniciar e completar o ato
de iniciação dos olorixás.
 Iyaegbé/Babaegbé: É a conselheira ou conselheiro responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
Posto somente dado a egbomis muito antigas.
 Iyalaxé: Mãe do axé, a que distribui o axé. É quem escolhe os Oloyes de acordo com as determinações superiores.
 Iya kekere ou baba kekere: Mãe pequena e Pai pequeno do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a
todos no Ilê, substituto eventual da Iyá ou Babalorixá.
 jibonan: o cargo de jibonã (ji- dar/bí-nascer/onã-caminho — “dá caminho ao nascimento”,é a mãe ou pai /que cria e
são responsáveis pela reclusão do iyawo.
 Iyamoro: Responsável pelo Ipadê de Exú. Junto com a Agimuda, Agba e Igèna.
 Iyaefun/Babaefun: Responsável pela pintura dos Iyawos.
 Iyadagan: Auxilia a Iyamoro e vice-versa. Também possui sub-postos Otun-Dagan e Osi-dagan.
 Iyabassé: Responsável no preparo dos alimentos sagrados. Todos Olorixás podem auxiliá-la, sendo ela a única
responsável por qualquer falha eventual.
 Iya Sinjé- ligada a Iyabassé nos rituais.
 Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando. E usa toalha de Orixá no ombro.
 Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos em obrigações de “cantar folhas”.
 Aiybá: Bate o ejé em grandes obrigações. Tem sub-posto Otun e Osi.
 Ològun: Cargo masculino, despacha aos Ebós das grandes obrigações, a preferência é para os filhos de Ogun, depois
Odé e Oluwaiyê.
 Oloya: Cargo feminino, despacha os Ebós das grandes obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
 Mayê: Mexe com as coisas mais secretas do Axé, ligadas a iniciação do Adoxú.
 Agbeni Oyê: Posto paralelo a Mayê, divide a mesma causa.
 Olopondá: Grande responsabilidade na inicição, no âmbito altamente secreto ligado a Oxun.
 Kólàbá: Responsável pelo Làbá, simbolo de Xângo.
 Ajimuda: Ajuda a Yamoro com o Ipadê de Exú. Titulo usado no culto de Oya e Geledé, também é um cargo que cuida
da casa de Omolú.
 Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
 Iyasíhà Aiyabá: é quem segura o estandarte de Oxalá.
 Sarapegbé: Mensageiro de coisas civis e de awo.
 Akòwe: É a Secretária da casa da administração e compras.
 Babalossayn: Responsável pela colheita das folhas. Cargo de extrema importância.
 Axogun: Responsável pelos sacrifícios, Ogan de Ogun. Não pode errar. Responsável direto pelos sacrifícios do
ínicio ao fim do ato. Soberano nestas obrigações, é quem se comunica com o Orixá para quem se destina a
obrigação, transmitindo à Iyalaxé as respostas e mandamentos. Deve ser chamado de Pai. E também possui sub-
posto Otun e Osi.
 Ogalá Tebessê: Dono dos toques, cânticos e danças. Trabalha em conjunto com o Alagbê, possui sub-posto Otun e
Osi.
 Iyá Tebexê: responsável e porta voz do Orixá patrono da casa.
 Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos Ilùs, os instrumentos musicais
sagrados. Se um autoridade de outro Axé chegar ao Ilê, o Alagbê, tem de lhe prestar as devidas homenagens
“dobrar o Ilù”. Também possui sub-posto Otun e Osi.
 Alagbá: Âmbito civil do Axé.
 Àjòiè: Camareira do Orixá. O mesmo que Ekédi, Iyárobá e Makota.
 Ojuoba: Posto de honra no Ilê Xangô e possui sub-posto Otun e Osi.
 Mawo: Grande confiança.
 Balógun: Título ligado ao Ilê Ogun.
 Alagada: Ogan que cuida das ferramentas de Ogun.
 Balóde: Ogan de Odé.
 Aficodé: Chefe do Aramefá (6 corpos) ligado ao Ilê Odé.
 Ypery: Ogan ou Àjòiè de Odé
 Irànsé- iyá responsável pelo ronkó e o iyawo.
 Alajopa: Pessoa de Odé, que leva a caça para ele.
 Alugbin: Ogan de Oxalufan e Oxaguian que toca o Il¦ù dedicado a Oxalá.
 Assogbá: Ogan ligado ao Ilê Omolú e cultos de Obaluaiye, Nanã, Egun e Exú.
 Alabawy: Pessoa que trabalha na área jurídica e que cuida dos interesses civis do Axé.
 Alagbede: Pessoa que trabalha no ramo de ferro e metais e forja as ferramentas do Axé.
 Elémòsó: Ogan ou Àjòiè de Oxaguian, ligados ao Ilê Oxalá e toda sua indumentária.
 Oba Odofin: Ligado ao Ilê Oxalá.
 Iwin Dunse: Ligado ao Ilê Oxalá.
 Apokan: Ligado ao Ilê Omolú.
 Abogun: Ogan que cultua Ogun.
 Iyá Otun / Babá Otun: braço direito do zelador, pessoa de confiança do zelador.
Iyá Osí / Babá Osí: braço esquerdo zelador, pessoa de confinça mdo zelador.
Asògbá- Homem responsável pelo quarto de Omolú.
Axopí- cargo do Ogan da casa

 Obs: Todos os cargos são intransferíveis, uma vez dado através da confirmação no jogo de Orunmilá e o Orixá da
casa, não podem mais serem retirados, os cargos são vitalícios e confirmados em orô interno, só podem serem
substituídos na morte da pessoa. Existem cargos transitórios dados pelos zeladores e não estão aqui descritos.

4.0 - Feitura de Ogans e Ekedis

7 – O que é ser Abian


Abian – uma palavra de origem yorubá que quer dizer Abi= “aquele que” e An= seria uma contração de onã, que quer dizer
“caminho”. A junção destas duas palavras formou o termo abian, que quer dizer “aquele que começa um novo caminho”. Ou seja,
o abian é aquele que está começando um novo caminho, uma nova vida espiritual.
Esse é um momento de uma importância, pois, é nesse período que o noviço ou recém-chegado tem contato com os já iniciados
passando a observar os vários comportamentos e desempenhar também várias tarefas, sem exercer um maior envolvimento com a
religião.

O Abian tem suas funções na casa relacionadas à limpeza e manutenção, salvo se for um Abian antigo e de confiança poderá
exercer outras funções designadas pelo sacerdote. Essa fase é muito importante para se aprender vendo, ouvindo e observando.
Lembre-se que saber ouvir é a melhor maneira de aprender.

A vivência no axé, a disciplina, a observação do comportamento dos mais velhos, ser verdadeiro com seus sentimentos para com o
Orixá, estar despojado de vaidades, e entender que o mais importante não é fazer o santo, e sim saber o porquê de se iniciar para o
axé. Não há pressa para iniciação, pois Orixá entende e nos concede essa oportunidade de aperfeiçoamento e adaptação, salvo as
raras exceções. Ser um bom Abian é estar se preparando para o futuro.

Segue abaixo algumas diretrizes que se espera e se indica para que possa se ter um bom percurso como Abian.

1- Não retrucar o mãe-de-santo. Por uma questão de respeito a aquela pessoa que zela de todos os orixás e família de axé. Sem
contar que a mãe de santo representa de forma direta a autoridade máxima no ile o Orixa da casa.

2- Não retrucar seus irmãos mais velhos e egbomis; São dos Egbomis que você receberá todo o conhecimento e diretrizes para sua
boa vivencia junto a família de axé e sua espiritualidade.

3- Caso tenha algo para falar que não esteja concordando, discretamente peça um minuto da atenção do zelador/zeladora de santo
e exponha a situação civilizadamente, sem precisar realizar qualquer tipo de exposição desnecessária. Dar um escândalo no meio
do barracão não é postura de um filho de santo.

4- Quando tiver visita no barracão (egbomis, ekedes, ogãs, zeladores), seja em dia de festa ou em dia corriqueiro, é bom que os
filhos se abaixem para dirigir a palavra ao zelador/zeladora de santo. Detalhe: Só atrapalhar a conversa caso seja
EXTREMAMENTE necessário. Deve-se chegar junto à ele, mas não muito, e ficar abaixado esperando que ele pergunte o que
deseja. Quando ele perguntar, comece sempre sua frase com “AGÔ”. “Agô, babá etc…

5- Nunca, jamais, em tempo ou hipótese alguma, seja no seu barracão ou no barracão do alheio, deve-se sentar na mesma altura
que o zelador/zeladora de santo. Eles já passaram por vários sacrifícios para estar sentado confortavelmente ali. Você ainda está
no meio do caminho.

6- Iyawô e abian não bebem nenhum líquido em copo de vidro dentro de seu barracão ou no barracão do alheio. Deve-se esperar o
bom e velho copinho de plástico ou então a conhecida DILONGA, BAN ou CANEQUINHA DE ÁGHATA, como você preferir
chamar. Copo de vidro só quem tem direito é egbomi, zelador/zeladora.

7- Iyawô e abian não come em prato de vidro ou louça. Apenas em pratinho de plástico ou ághata. Aliás, devemos lembrar que é
de boa educação cada filho trazer seu devido pratinho de ághata e sua devida canequinha para seu uso pessoal no barracão. Ah!
Garfo? Nem pensar! pode usar a colher, somente. Garfo, só com 7 anos de santo feito, ou então sendo egbomi, zelador/zeladora.

8- Sempre verificar as necessidades de organização e limpeza do ambiente para que o mesmo permaneça sempre em harmonia e
limpo.

9- Resolveu visitar o/a zelador/zeladora? Que maravilha! Eles amarão sua visita, ainda mais se você vier com uma modesta
colaboração para o ajeum, pois como é do conhecimento de todos, o/a zelador/zeladora não são ricos e nem tem obrigação de
alimentar todo mundo.

10- Ao chegar ao barracão, o procedimento correto é realizar a Ronda (veremos mais pra frente a descrição deste).

11- Para se servir do ajeum antes os mais velhos devem se servir, para só depois os abians e iyawôs se servirem.

12- Cuidar de suas vestimentas e estar sempre adequado no ile axé.

Não deve-se frequentar o ile com roupas na cor preta e vermelha. Sempre levar seu kit básico de roupas brancas e caso seja
mulher nunca esqueça sua saia e pano de cabeça.
13- Contribua sempre com a mensalidade da casa, para que possam ser mantidas todas as necessidades básicas para
funcionamento da mesma.

14 – Ao final de cada função sempre verificar junto a mãe de santo o que é necessário para organização final do local antes de ir
embora.

15- Roda de candomblé, seja em sua casa ou na casa do alheio, não é lugar de ficar de cochicho e risinhos irônicos.

16-. Casa de orixá é para louvar e cuidar do Orixá, e não para arrumar casório. Aos que são casados não devem ter tratamento
diferenciado no interior do ilê, pois dentro do ile somos todos irmão e irmãs de santo.

17- Ninguém tem mais ou menos santo que ninguém. Isso é regra. Sempre.

27- Respeito é bom pense duas vezes antes de envolver o zelador/a zeladora e irmãos mais velhos em determinadas brincadeiras
de mau-gosto. Apelidos e avacalhações são da porta do barracão pra fora.

28- Roupa de barracão é saia comprida, camisú e pano da costa. Shortinhos e top’s vestidos curtos devem ser usados.

29- Sempre que for servir algum mais velho de santo, deve-se levar numa bandeja ou prato, e abaixar-se para servir. Nunca olhar
no rosto da pessoa. Responder somente “sim” ou “não”.

30- Benção foi feita para ser trocada. Sempre que você pede a benção, você está na realidade pedindo a bênção ao Orixá da
pessoa, e não à ela própria. Portanto, todos devem trocar a benção, mais velhos com mais novos e vice-versa.

8 – Abian, yawo,egbomi e Zelador

8- Como se portar como Abian no ile Axe

8-Principais atividades do Abian


Candomblé O candomblé é uma religião de origem africana, que segue os ensinamentos de Olorún (DEUS), aplicando
sua doutrina por meio dos Orixás. O candomblé cultua principalmente as forças da natureza, pelos convidados
chamados de Orixás (divindades africanas). Sua Origem no Brasil deu-se apartir da vinda dos negros africanos,
vendidos como escravos para trabalhar em terras brasileiras. O culto de candomblé é dividido em nações que recebem
o nome de Ketu, Angola, Ijexá, Jeje, Cabinda, entre outras nações que têm particularidades em seu culto, porém com o
mesmo objetivo, seja cultuando Orixá, Nkisis e voduns (Todas energias da natureza). Por meio de canto em liguas
africanas, danças, oferenças, festas, ritos entre outras formas de culto, o Candomblé é caracteístico e
inconfundível. Marcado pela prática Incorporação dessas especificidades especiais das qual nos aproximam cada vez
mais de Deus (Olorún). O Canbdomblé é lindo, é 100% do bem! Nações: Nação de Ketu e Ketu/Nagô A Nação de
Ketu é a mais comum e mais conhecida, ela cultua os Orixás. Dos escravos Nagôs vindos da África estavam os
Yorubás, que vieram para o Brasil com sua cultura e louvação aos Orixás de Ketu. Essa nação é bem diferenciada das
outras pelo Toque dos Atabaques (Ilu), Cantiga, Idioma (Yorubá), Dança, Cores dos Orixás e as festas. Essa festa
pode destacar o Padê, Águas de Oxalá, Olubaje, Axêxê etc…

O abiã não participa dos preceitos internos, só participa das festas públicas. Ainda não tem um compromisso com o ilê (casa).
Nesse período, terá a oportunidade de conhecer as pessoas e o funcionamento da casa. Se não gostar de algo, poderá sair e
procurar outra casa que seja do seu agrado ou de sua confiança.

Ao abiã, é permitido ajudar em quase todos serviços da casa, sempre orientado por um mais velho que diga o que ele pode ou
não fazer. Essa fase é muito importante para se aprender vendo e ouvindo. As perguntas não são muito bem-vindas. Observar e
saber ouvir é a melhor maneira de se aprender. Quando um mais velho se dispor a falar e contar, é recomendado se abaixar e
prestar atenção, sem interromper, escutando e gravando na mente.

Os mais velhos já estão cansados e não têm muita paciência para ficar respondendo as milhões de perguntas que o abiã gostaria
de fazer: portanto, é recomendado que este seja paciente, pois tem a vida inteira para aprender.

TODO YAO, ABIAN DEVERIA SE Atentar e seguir as orientações abaixo.

Não entenda as mesmas como regras e normas da religião, mas sim como respeito a ser aplicado a todos os orixás e
entidades em geral que cultuamos e temos como protetores e companheiros do nosso dia a dia, assim como aos
zeladores e mais velhos em geral que tanto estudaram e se especializaram para melhor nos auxiliar e guiar nosso
caminho diante dessa jornada.
1- Não retrucar o pai-de-santo. Você por acaso retruca seus avós?

2- Não retrucar seus irmãos mais velhos e egbomis; Você por acaso retruca alguma tia ou tio mais velho?

3- Caso tenha algo para falar que não esteja concordando, discretamente peça um minuto da atenção do pai de santo e exponha
a situação civilizadamente, sem precisar que a torcida do Flamengo esteja assistindo. Dar um escândalo no meio do barracão
não é postura de um filho de santo, e você ainda corre o risco de tomar um fora na frente de todo mundo.

4- Quando tiver visita no barracão (egbomis, ekedes, ogãs, zeladores), seja em dia de festa ou em dia corriqueiro, é de bom-tom
que os filhos se abaixem para dirigir a palavra ao pai de santo. Detalhe: Só atrapalhar a conversa caso seja EXTREMAMENTE
necessário. Deve-se chegar junto à ele, mas não muito, e ficar abaixado esperando que ele pergunte o que deseja. Quando ele
perguntar, comece sempre sua frase com “AGÔ”. “Agô, mas blá blá blá...”.

5- Nunca, jamais, em tempo ou hipótese alguma, seja no seu barracão ou no barracão do alheio, deve-se sentar na mesma
altura que o seu pai de santo. Ele já passou por vários sacrifícios para estar sentado confortavelmente ali. Você ainda está no
meio do caminho. Portanto, pra que querer sentar aonde você não alcança?

6- Yawo e abian não bebe nenhum líquido em copo de vidro dentro de seu barracão ou no barracão do alheio. Deve-se esperar o
bom e velho copinho de plástico ou então a conhecida DILONGA, BAN ou CANEQUINHA DE ÁGHATA, como você preferir chamar.
Copo de vidro só quem tem direito é egbomi, ekede, ogan e zelador.

7- Yawo e abian não come em prato de vidro ou louça. Apenas em pratinho de plástico ou ághata. Aliás, devemos lembrar que é
de boa educação cada filho trazer seu devido pratinho de ághata e sua devida canequinha para seu uso pessoal no barracão. Ah!
Garfo? Nem pensar! Colher. Somente ela. Garfo, só com 7 anos de santo feito, ou então sendo ekede, ogã, zelador...

8- Terminou seu ajeum? Pegue seu pratinho e sua canequinha, vá para cozinha e lave. Não cai a mão e nem coça, sabia?
Infelizmente ainda não possuímos uma empregada que possa cuidar da limpeza geral enquanto nós descansamos.
9- Como dissemos no ítem anterior, não temos uma empregada para limpar tudo. Portanto, cada um deve se conscientizar e
fazer a sua parte. Ficar protelando, esperando que algum irmão de santo se encha da bagunça e vá arrumar por você não tem
cabimento. Cada um fazendo um pouco fica mais fácil e rápido.

10- Resolveu visitar o pai de santo? Que maravilha! Ele adorará sua visita, ainda mais se você vier com uma modesta
colaboração para o ajeum, pois como é do conhecimento de todos, o pai de santo não é rico e nem tem obrigação de alimentar
todo mundo. Madre Teresa de Calcutá já morreu, e definitivamente, ela não vira na cabeça do pai de santo.

11- Ao chegar ao barracão, o procedimento correto é: a) Amarrar um pano no peito (mulheres) ou na cintura (homens); b) Ir
direto para a cozinha beber um copo d’água para esfriar o corpo da rua, sem fazer paradas para bater-papo e colocar a fofoca
em dia; c) Tomar seu banho e ir trocar de roupa; d) Bater cabeça no axé, na porta do quarto de santo e pro pai de santo; e)
Tomar a bença à TODOS os seus irmãos, sendo mais velhos e mais novos, de acordo com a ordem iniciática. Agora sim, caso não
haja nada em que se possa ajudar (muito embora seja impossível, pois em uma casa de santo sempre tem algo a ser feito), você
pode ir colocar seu tricô em dia.

12- Você trabalhou feito a escrava Isaura e se cansou? Acabou de fazer todo o serviço? Bem, agora você pode pegar o seu
maravilhoso APOTÍ e confortavelmente sentar-se nele. Como dissemos no item 5, cadeiras, sendo com ou sem braço, só ebomis,
ekedes, ogãs ou zeladores que podem sentar. Existe uma variável do APOTI¹, que é a famosa ESTEIRA. Nela você pode se sentar,
se espichar e até relaxar seus ossos. Ela é sua! Aproveite!

13- Em sua casa, quando você faz uma comemoração qualquer e é servida uma refeição, você sai atacando o ajeum na frente de
seus convidados? Acreditamos que não, né? Portanto, na casa de santo é igual. Antes os mais velhos devem se servir, pra só
depois os abians e yawos se servirem. Isso é mais que uma regra, é etiqueta. E você não vai querer ser um deselegante, não é?
Lembre-se: Estão sempre observando você...

14- Você gosta que fiquem pegando suas roupas emprestadas? Pois é, o pai de santo também não gosta. Portanto, que tal ir no
Varejão das Fábricas e comprar um belíssimo tecido de lençol a R$ 4,50 e fazer uma baiana de ração básica pro dia-a-dia? Não
sai caro e fica uma gracinha. E você finalmente pára de pegar a roupa do alheio emprestada. Não é maravilhoso? Todos na casa
contentes e felizes com suas devidas roupas.

15- Quem traz dinheiro para o sustento da casa? Você é que não é. Portanto, trate muito bem os clientes que vão para jogar ou
se consultar, pois é deles que vem boa parte do dinheiro dali. Sorrir sempre e servir um copinho de café ou de água gelada não
mata ninguém. Que tal tentar?

16- E vai rolar a festa! O povo do keto, do jeje, da angola e até da umbanda já mandou convidar. Mas, e o dinheiro para comprar
o ajeum e o otí do povo? Com certeza o Carrefour não irá mandar as coisas de graça para o barracão, nem o Mercadão de
Madureira tão pouco irá dar os bichos e todo o material restante. Portanto, que tal se todos coçassem o bolso um pouco e
ajudassem?

17- Você acha que só por este local ser uma casa de santo, a Light, a CEG e a CEDAE irão fornecer água, luz e gás de graça? É
claro que não. Portanto, contribua sempre com a sua módica mensalidade. Economizar um pouco na Skol e no cigarro no final
de semana já irá ajudar muito no barracão.

18- O mundo está em guerra, existe muita gente por aí passando fome. Portanto, por que desperdiçar comida? Fazer a
quantidade exata só para quem trabalhou dignamente e contribuiu com este maravilhoso ajeum é o coerente, pois você não
está no programa da Ana Maria Braga para comer de graça. Por falar em Ana Maria Braga, lembre-se que você não é o Louro
José para dar palpites no barracão. Se você tem alguma sugestão, leve-a antes ao pai de santo. Espalhar a corrupção sobre a
Terra era coisa da novela passada.

19- Ficou cansado depois da festa? Nada de ir pegando sua bolsa e ir saindo de fininho. Lembre-se da limpeza do barracão.

20- Roda de candomblé, seja em sua casa ou na casa do alheio, não é lugar de ficar de cochicho e risinhos irônicos. Se você quer
fuxicar, vá para um botequim.

21- Anágoas encardidas, só se for depois da festa do candomblé. Antes, NUNCA, JAMAIS, NEM PENSAR! Devem ser brancas
como a neve, salve anágoas de ráfia ou entre-tela.
22- Você, irmãozinho, que vê o mundo cor de rosa-choque com bolinhas amarelas, deve deixar esta sua visão progressiva e
moderna do lado de fora do barracão. Ali dentro você tem que ver tudo branco. O mesmo vale para as coleguinhas que vêem
tudo azulzinho. Casa de orixá é para louvar e cuidar do Orixá, e não para arrumar casório.

23- Vai rolar um churrasquinho de gato na casa do seu coleguinha no meio da semana, no mesmo dia de função do barracão?
Então, peça para ele guardar uma garrinha de carne para você e venha cumprir suas obrigações junto a seus irmãos.

24- Se sua irmã de santo tem uma baiana mais humilde do que a sua, nada de ficar xoxando. Lembre-se, o mundo dá voltas e o
feitiço pode virar contra o feiticeiro. Amanhã pode ser você com uma baiana de chita e ela com uma belíssima saia de rechilieu.

25- Caso assista fora do seu barracão a algo diferente do que ocorre em sua casa, nada de ficar xoxando e chamando de
marmoteiro. Você não é o dono da verdade e nem ninguém o é. O que pode parecer maluquice pra você, pode não ser pro
próximo. Além do mais, comentários sempre são feitos depois. Vai que tem alguém conhecido escutando?

26- Ninguém tem mais ou menos santo que ninguém. Isso é regra. Sempre.

27- Respeito é bom e conserva os dentes. Portanto, deve-se pensar duas vezes antes de envolver o pai de santo e irmãos mais
velhos em determinadas brincadeiras de mau-gosto. Apelidos e avacalhações são da porta do barracão pra fora. Além do mais, a
próxima vítima pode ser você.

28- Roupa de barracão é saia comprida, camisú e pano da costa. Shortinhos e top’s devem ser usados somente pra ir ao baile
funk.

29- Sempre que for servir algum mais velho de santo, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir.
Nunca olhar no rosto da pessoa. Responder somente “sim” ou “não”.

Última parte, prometo! rsrsrs


30- Bença foi feita para ser trocada. Sempre que você pede a bença, você está na realidade pedindo a bênção ao Orixá da
pessoa, e não à ela própria. Portanto, todos devem trocar a bença, mais velhos com mais novos e vice-versa.

APOT͹: A casa constantemente precisa de apotís. Nos grandes supermercados vendem higiênicos banquinhos de plástico a R$
6,50. Coopere com a casa e leve o seu.

Espero que tenha gostado...seria legal se todos colocassem ideias para um manual kd vez melhor...principalmente nossos irmãos
Egbomis podem dar grande contribuição. bjos e muito Asé.

protelando, esperando que algum irmão de santo se encha da bagunça e vá arrumar por você não tem cabimento. Cada um
fazendo um pouco fica mais fácil e rápido.

10- Resolveu visitar o pai de santo? Que maravilha! Ele adorará sua visita, ainda mais se você vier com uma modesta
colaboração para o ajeum, pois como é do conhecimento de todos, o pai de santo não é rico e nem tem obrigação de alimentar
todo mundo. Madre Teresa de Calcutá já morreu, e definitivamente, ela não vira na cabeça do pai de santo.

11- Ao chegar ao barracão, o procedimento correto é: a) Amarrar um pano no peito (mulheres) ou na cintura (homens); b) Ir
direto para a cozinha beber um copo d’água para esfriar o corpo da rua, sem fazer paradas para bater-papo e colocar a fofoca
em dia; c) Tomar seu banho e ir trocar de roupa; d) Bater cabeça no axé, na porta do quarto de santo e pro pai de santo; e)
Tomar a bença à TODOS os seus irmãos, sendo mais velhos e mais novos, de acordo com a ordem iniciática. Agora sim, caso não
haja nada em que se possa ajudar (muito embora seja impossível, pois em uma casa de santo sempre tem algo a ser feito), você
pode ir colocar seu tricô em dia.

12- Você trabalhou feito a escrava Isaura e se cansou? Acabou de fazer todo o serviço? Bem, agora você pode pegar o seu
maravilhoso APOTÍ e confortavelmente sentar-se nele. Como dissemos no item 5, cadeiras, sendo com ou sem braço, só ebomis,
ekedes, ogãs ou zeladores que podem sentar. Existe uma variável do APOTI¹, que é a famosa ESTEIRA. Nela você pode se sentar,
se espichar e até relaxar seus ossos. Ela é sua! Aproveite!

13- Em sua casa, quando você faz uma comemoração qualquer e é servida uma refeição, você sai atacando o ajeum na frente de
seus convidados? Acreditamos que não, né? Portanto, na casa de santo é igual. Antes os mais velhos devem se servir, pra só
depois os abians e yawos se servirem. Isso é mais que uma regra, é etiqueta. E você não vai querer ser um deselegante, não é?
Lembre-se: Estão sempre observando você...

14- Você gosta que fiquem pegando suas roupas emprestadas? Pois é, o pai de santo também não gosta. Portanto, que tal ir no
Varejão das Fábricas e comprar um belíssimo tecido de lençol a R$ 4,50 e fazer uma baiana de ração básica pro dia-a-dia? Não
sai caro e fica uma gracinha. E você finalmente pára de pegar a roupa do alheio emprestada. Não é maravilhoso? Todos na casa
contentes e felizes com suas devidas roupas.

15- Quem traz dinheiro para o sustento da casa? Você é que não é. Portanto, trate muito bem os clientes que vão para jogar ou
se consultar, pois é deles que vem boa parte do dinheiro dali. Sorrir sempre e servir um copinho de café ou de água gelada não
mata ninguém. Que tal tentar?

16- E vai rolar a festa! O povo do keto, do jeje, da angola e até da umbanda já mandou convidar. Mas, e o dinheiro para comprar
o ajeum e o otí do povo? Com certeza o Carrefour não irá mandar as coisas de graça para o barracão, nem o Mercadão de
Madureira tão pouco irá dar os bichos e todo o material restante. Portanto, que tal se todos coçassem o bolso um pouco e
ajudassem?

17- Você acha que só por este local ser uma casa de santo, a Light, a CEG e a CEDAE irão fornecer água, luz e gás de graça? É
claro que não. Portanto, contribua sempre com a sua módica mensalidade. Economizar um pouco na Skol e no cigarro no final
de semana já irá ajudar muito no barracão.

18- O mundo está em guerra, existe muita gente por aí passando fome. Portanto, por que desperdiçar comida? Fazer a
quantidade exata só para quem trabalhou dignamente e contribuiu com este maravilhoso ajeum é o coerente, pois você não
está no programa da Ana Maria Braga para comer de graça. Por falar em Ana Maria Braga, lembre-se que você não é o Louro
José para dar palpites no barracão. Se você tem alguma sugestão, leve-a antes ao pai de santo. Espalhar a corrupção sobre a
Terra era coisa da novela passada.

19- Ficou cansado depois da festa? Nada de ir pegando sua bolsa e ir saindo de fininho. Lembre-se da limpeza do barracão.

20- Roda de candomblé, seja em sua casa ou na casa do alheio, não é lugar de ficar de cochicho e risinhos irônicos. Se você quer
fuxicar, vá para um botequim.

21- Anágoas encardidas, só se for depois da festa do candomblé. Antes, NUNCA, JAMAIS, NEM PENSAR! Devem ser brancas
como a neve, salve anágoas de ráfia ou entre-tela.

22- Você, irmãozinho, que vê o mundo cor de rosa-choque com bolinhas amarelas, deve deixar esta sua visão progressiva e
moderna do lado de fora do barracão. Ali dentro você tem que ver tudo branco. O mesmo vale para as coleguinhas que vêem
tudo azulzinho. Casa de orixá é para louvar e cuidar do Orixá, e não para arrumar casório.

23- Vai rolar um churrasquinho de gato na casa do seu coleguinha no meio da semana, no mesmo dia de função do barracão?
Então, peça para ele guardar uma garrinha de carne para você e venha cumprir suas obrigações junto a seus irmãos.

24- Se sua irmã de santo tem uma baiana mais humilde do que a sua, nada de ficar xoxando. Lembre-se, o mundo dá voltas e o
feitiço pode virar contra o feiticeiro. Amanhã pode ser você com uma baiana de chita e ela com uma belíssima saia de rechilieu.

25- Caso assista fora do seu barracão a algo diferente do que ocorre em sua casa, nada de ficar xoxando e chamando de
marmoteiro. Você não é o dono da verdade e nem ninguém o é. O que pode parecer maluquice pra você, pode não ser pro
próximo. Além do mais, comentários sempre são feitos depois. Vai que tem alguém conhecido escutando?

26- Ninguém tem mais ou menos santo que ninguém. Isso é regra. Sempre.

27- Respeito é bom e conserva os dentes. Portanto, deve-se pensar duas vezes antes de envolver o pai de santo e irmãos mais
velhos em determinadas brincadeiras de mau-gosto. Apelidos e avacalhações são da porta do barracão pra fora. Além do mais, a
próxima vítima pode ser você.

28- Roupa de barracão é saia comprida, camisú e pano da costa. Shortinhos e top’s devem ser usados somente pra ir ao baile
funk.

29- Sempre que for servir algum mais velho de santo, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir.
Nunca olhar no rosto da pessoa. Responder somente “sim” ou “não”.

Última parte, prometo! rsrsrs


30- Bença foi feita para ser trocada. Sempre que você pede a bença, você está na realidade pedindo a bênção ao Orixá da
pessoa, e não à ela própria. Portanto, todos devem trocar a bença, mais velhos com mais novos e vice-versa.

APOT͹: A casa constantemente precisa de apotís. Nos grandes supermercados vendem higiênicos banquinhos de plástico a R$
6,50. Coopere com a casa e leve o seu.

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