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Pejigan Anderson de Bessen com amor e respeito ao culto afro brasileiro

Modulo 3 Festa de
Ogum

Neste modulo estarei passando os oro e homenagens a


este Orixá, e alguns significados.

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Pejigan Anderson de Bessen com amor e respeito ao culto afro brasileiro

Uma das homenagens feita ao Orixá Ogum e o conhecido pão de ogum que se tornou presente
nos axés do brasil em que Ogum sai com um cesto de pão na sala de candomblé, e oferece de
presente aos convidados.

Todos os dias pela manhã, antes de ir ao Retiro, Mãe Simplícia cumpria um ritual. Ia até a
cozinha pegava farinha e fazer sua oferenda a Exú, para que seu dia fosse bom e que não
passasse por dificuldades, cantava uma antiga cantiga ao Galo e partia para sua jornada. Uma
outra vez Mãe Simplícia foi novamente para cumprir com seu preceito antes de sair para sua
jornada e se deparou com ás latas de farinha vazias, contendo dentro da lata somente um pão,
ficou triste e então pediu a Ogun que não deixasse nunca mais faltar algo em sua cozinha e de
sua casa, e prometeu que toda vez que fosse dar a sua festa ela daria pães de presente a todos
que lá estivesse.

Mãe Simplícia era uma Importante Yalorixá do candomblé da Bahia e com muito esforço e
trabalho tinha conseguido comprar um fogão para seu terreiro de candomblé, até então o que
tinha era de lenha no axé e não era comum o uso do fogão a gás. Mãe Simplícia estava muito
contente pois poderia fazer no próprio axé os pães para lembrancinhas da festa de pai Ogum.

Dessa forma, mãe Simplícia organizou tudo para que os pães fossem assados no terreiro,
enfeitados e distribuídos no terreiro aos devotos de Ogum. Porem no dia da festa, durante o
preparo dos pães, o gás acaba e ninguém conseguia achar um local que vendesse para que
todos os pães fossem assados. Pouco antes do início festa conseguiram o gás, mas já era tarde.
Mãe Simplícia pediu que assassem o pão mais que fossem servidos no café da manhã, porque
ela não iria conseguir fazer ás lembrancinhas prometidas a Ogum por conta do pouco tempo.
Muito triste por não conseguir cumprir com sua promessa ela deu início ao candomblé muito
chateada, enquanto os pães eram assados para serem distribuídos no outro dia.

Quando Ogum foi sair para a sala para o (hun), ele surpreendeu a todos, de forma inesperada
Ogum entrou na cozinha pegando os pães que ainda estavam esfriando, sendo que como foi
relatado, a falta do gás atrasou o preparo. Ogum pegou o balaio enfeitou com folhas de
mariwo de sua roupa e colocando neste balaio todos os pães.

Mãe Simplicia que tanto amava Ogum entrou no salão com o balaio e todos aclamavam ogum.

Ogum então começou a distribuir aqueles pães, os filhos do axé recebiam aqueles pães muito
emocionados, para eles, aquele pão carregava uma simbologia muito grande. Aquele pão não
retratava as dificuldades, passada por mãe Simplícia, e sim a conquista obtida pela fé aquele
orixá tão poderoso.

Fonte de pesquisa axé Oxumarê.

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Então amigos tai o simbolismo a festividade ao Orixá Ogum, e o porquê do pão de Ogum sendo
presenteado aos convidados. Algumas casas de Axé fazem suas festas a Ogum e está oferenda
a este grande orixá e em agradecimento a toda conquistas e benção que Ogum nos dá durante
todo ano. Estarei neste modulo passando o candomblé em festividade a Ogum da forma que
eu faço seguindo ás tradições e hierarquia de meus antigos, dentro de meu Ilê.

Após ter acomodado Exú, e finalizado os cânticos de xirê. Chegamos na parte do candomblé
em que invocamos Ogum para que receba a sua homenagem e que se for de sua vontade
chame seus convidados para seu cortejo.

A cantiga que eu gosto de cantar para ogum estar em terra é uma sequencio de cantigas que
pode determina qual é o ogum da pessoa.

Ex. Ogun Já. Ritmo – Adabí ou Alojá

- Ogun Já, Sé Ilájá ... fala Ogun já.

Ogun levanta-se em harmonia e estende seu pano branco.

Ou esta outra cantiga que serve para chamar outros orixás, além de Ogum.

- Kóya Kóya Olu Ayê..

Kóya kóya, Olu Ayê Kóya Kóya

A pós a chegada do Orixá no terreiro recolhe-se o mesmo na Hamunha, para dar continuidade
a festividade e oro.

É de costume dar um intervalo, após o xirê e em sua sequência a chamada ao orixá ogum, para
o vestir com sua roupa que irá distribuir seu pão e em seguida chamar os orixás que
participarão de sua festa.

Quando tudo pronto para Ogum sair para seu 1º Hum. Eu canto a seguinte sequência...

Cantiga para tirar ogum com seu Balaio de pão.

1 - Orí Ofô firiri, Orí Ofô firiri, Padê Onan Kê Odô, Orí Ofô firiri

Cantar esta cantiga e Ogan sai com o balaio de pão e cantar ela até Ogum distribuir todo o pão
aos convidados.

Após ter sido distribuído todo pão costumo cantar algumas cantigas em homenagem a
Ogum antes dele chamar os outros Orixás convidados para sua festa.

Ritmo -Ijexá

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2 – Ogum Erê wô, Ogum Erê wô, Ogum Erê emã, Ogum Erê emã, Ogum Erê emã.

3 – A inbé monã, Ogum Akorô mã inbé xonxô, Ogun Atirí wá pá, Irú agô, Ogum guanã guanã,
Baba um jé, Ogum Atin dê wê, Atin dê wê Ogum, Ogum Megê Ogum megê, Ogum megê, Ogum
megê... Ogum megê, Ogum megê, Ogum megê...

4 – Ogum ará Ibá axá, Ogum ní Kolê Adábí Ogum ará Ibá axá, Ogum ní Kolê Adábí
Ogum megê... Ogum megê, Ogum megê, Ogum megê...

5 - Oro Njé, awá Idé wó, Obédé orun, A... awá idé wó, Obédé orun

6 – Orun ê pá, Orin ló Oyó, aperê Ogum, Orin ló Oyó ô lodo njé, xémí xémí, acajá acajá Ogum
abedé Olorun wô. E... a um guelê, Alá orô, Olorun wô E... a um guelê, Alá orô, Olorun wô

Cantiga a seguir é para recolher Ogum para Vestir sua roupa para o próximo (hum) – Ritmo
Ijexá

7 – Ogum kó, Ibê wá narê, Ibedê wá narê

Após esta sequência de oros, e cânticos em que Ogum, já entregou seu presente e dançou ao
som dos ijexá em sua homenagem.

Ogum Sai para sua segunda saída em sua festividade acompanhado de seu cortejo
convidados.

Cantigas de Hum para Ogun, ritmo - Adá Hum

8 – Agô agô, Ogum Damassa Okê, Belo Já, Aká já, Ogum Massa Oké Belo Já. Acajá Lonin Ogum
Massa wô Oké Belo já, Aká já Ogum Massa Oké Belo já.

9 – Ogum Bragadá, Akorô bragada, Ogum Bragadá aê Ogum Bragada, Ogum Bragadá aê Ogum
Bragada Ogum Bragadá aê Ogum Bragada

10 – Akorô Mã Imbé, Bragada Ogum, E... Ogum Onirê, Ogum Bragada

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11 – E... Awá dê lodê, Akorô um belé, awá dê lodê, Ogun já, Akorô um belé.

12 – Já pele já, pele já, Akorô um belé

13 – Ogun pá, Mejê pá, Ogum pá Ojarê

14 – Pá ní Ogum pá mejê, Ogum Meje Meje

15 – Ogum pá ni Obé, Pá um wô

Ás cantigas de Ogum a seguir em sequência em seu (hum), em atos...

16 – Tani Ojú kê Ará awá, Tani Ojú kê Ará awá, e... Ogum Onirê Tani Ojú kê Ará awá

Nesta cantiga de nº16 Ogum dança cobrindo seus olhos com o seu Mariwô e Obé juntos
cobrindo seus olhos com uma única mão, segundo algumas histórias seria para esconder seu
rosto, para que seus inimigos não o reconheça, e espantando os espíritos dos guerreiros que
teriam sido mortos em batalha. Ogum dança esta cantiga em direção ao atabaque depois vai
em direção ao portão do terreiro, despachando a folha de Mariwô dançando E volta somente
com seu Obé em direção ao Ilê, antes de entrar o atabaque para o cântico entoado de nº16 e
em seguida canta-se...

Ritmo - Hamunha

17 - Obé Ko Han, Ará wárá Obé ko han.

Nesta cantiga de nº 17 Ogum dança como se estivesse cortando abrindo caminho, (nós mesmo
tecemos com a espada)

Ogum dança fazendo este ato até chegar à frente do Atabaque.

Continuação do (hum) de Ogum

18 – E mariwô Laxó, e mariwô, E mariwô Laxó, e mariwô. Ogum dê.

19 – Ogum Ní kosso bo alê, Mariwô Alá oré, Akorô Koto bô, mariwô alá oré.

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20 – Awá nlê wô, Ogum mariwô, Baba nlê wô, Ogum mariwô, Ogum Ako mode, Orixá pele
mariwô, Ogum dê Baba.

21 – Awá nlê kó massê yawô, Awá nlê

22 – érun lé, onin jojo, érun lé, onin jojo, onin awá pá já, érun lé onin jojo

23 – Akorô pálá tin apá já, Alá pá jarê, Akorô apá já, alá pa jarê.

24 – Ogum Damassi Oni, Ogum Damassi Oni, Agô Berê wô, Agô Berê wô.

25 – Inã Alá Korô inã,

26 – Inã Akorô xirê inã

27 - Ogum Xê kunlê um dê

28 – Ogum Já, Ocí Ajá, fala Ogum já

Depois deste belo (hum) para Ogum Canta-se para recolher. Ritmo – Hamunha.

Ilá Ogum pá, nlé awá nají, Ogum Onirê Ibê Nadô, Ogum Onirê Ibá Ilê Bá unló, ewerê werê ewe,
Ogum Onirê ibá ilê bá unló.

Este rum de ogum dura em média de uma hora é vinte a uma hora e quarenta minutos
dependendo da forma que se cantar.

Todas ás cantigas passadas em módulos, são cantigas de nossas salas de candomblé algumas
passadas a mim por meus mais velhos, e também aquelas que aprendi nesta longa caminhada
minha dentro de nosso culto afro brasileiro, as escritas são baseadas na fonética pronuncia
para um melhor entendimento e facilidade para nosso grupo de estudo.

Ass Pejigan Anderson de Bessen

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