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A Festa do Batuque
Após cumpridas as obrigações e encerrado o levantamento, das mesmas, é
iniciada a festa, ou própriamente, o Batuque. O Babalorixá ou Yalorixá(Pai e Mãe de
Santo), ajoelhados em frente ao quarto de santo, juntamente com todos seus filhos
e demais convidados, toca-se o adjá, puxando todos os cantos, e fazendo a
chamada de todos os Orixás, de Bará a Oxalá com suas saudações específicas,
pedindo-se aos Orixás, as coisas que a eles competem. Terminada a invocação, o
Babalorixá ou yalorixá(Pai e Mãe de Santo), autoriza o Ogan ou atabaqueiro a
começar os toques, que correm, na ordem de Bará a Oxalá. Todos que estão na
roda, gira dançam com as características de cada Orixá aos quais estam sendo
tocado os pontos.
Ritual do Alujás
Logo após a balança, os Orixás que estão incorporados em seus respectivos
médiuns, dançam o Alujá do Xangô e de Iansã, respectivamente. São ritmos dos
atabaques, característicos destes Orixás.
Ritual do Aforiba
Já o aforiba, é o momento em que o orixá Ogum e Iansã demonstram a passagem
em que Iansã embebeda Ogum para fugir com Xangô. O Babalorixáou Yalorixá(Pai
e Mãe de Santo) convida um Ogum e uma Iansã para fazerem o Aforiba, então
colocam-se no centro do salão duas garrafas contendo atã (aforiba) e as armas
inerentes a estes Orixás (espadas). Iansã pega as garrafas e oferece a Ogum que
logo se embriaga, mas logo em seguida Ogum volta a si e vai atrás de Iansã
empunhando a sua espada. Os dois digladiam, mas Iansã consegue acalmar Ogum
e os dois reconciliam-se e assim voltam a dançar juntos. Tendo um Xangô no
mundo poderá vir a fazer parte do Aforiba. Xangô vem em defesa de Iansã e com
seu machado de dois gumes entra na luta com Ogum. Aí então, Iansã acalma os
dois Orixás(que por natureza, não se dam bem), tanto que numa gira, se tiver um
filho de Xangô e um de Ogum, coloca-se um “filho” de outro orixá, no meio dos dois,
para não haver quizila.
Ritual do Axé do Ecó
Terminado os Erís de Xapanã é hora da Saída do Ecó, que nada mais é do que o
despacho do axé de Bará, e do ecó de Bará Lanã e do Bará Lodê (alguidar com
água, farinha de mandioca e gotas de epô) e do ecó de Oxum (Vasilha de vidro com
farinha de milho, água, mel e perfume e flores) que servem como imãs de energias
negativas. A saída do ecó simboliza a saída de toda a negatividade que existe no
ambiente e nas pessoas presentes. Prepara o ambiente para os erís dos Orixás
mais velhos, que tem um toque mais brando. Enquanto sai o ecó, os alabês
continuam puxando os erís, só que agora puxam os erís dos Orixás da rua – Bará
Lodê, Ogum Avagã e Iansã Timboá – não há movimento da roda e a assistência
evita olhar para o que está acontecendo, virando para a parede. Diz a crença que
quem olhar a saída do ecó atrai para si a negatividade ali contida.
Ritual do Passeio
O término da obrigação para os filhos de santo que estão em reclusão é o passeio
no dia posterior a Levantação. Pela manhã, o Babalorixá ou Yalorixá os leva até a
porta da frente do Ilê e apresenta-os à rua (aos Orixás da Rua), liberando-os para
saírem fora dos limites do Ilê. Vão até o centro visitar lugares de grande significado:
a igreja, o mercado público (onde compram velas, grãos, ervas, cereais, etc. ). Em
seguida, vão visitar algum Ilê(casa), de um conhecido onde batem cabeça
cumprimentando os Orixás do Ilê(casa), e lá depositam parte das compras feitas no
mercado. De volta ao Ilê(casa), batem-se a cabeça no quarto de santo e arriam-se o
restante das compras feitas. Cumprimentam o Babalorixá ou Yalorixá(Pai e Mãe de
Santo), agora na nova condição de filho de santo.
Ritual das Quinzenas
As obrigações das, quinzenas, são obrigações que duram normalmente dois ou três
dias onde é feito a matança e os toques. Geralmente, um número não muito grande
de pessoas fazem parte desta fase, que estão associadas a alguma data especial
ou a obrigação de bori de filhos de santo do Ilê(casa). Começasse com os toques
das rezas, pontos onde as comidas de santo são oferendadas aos Orixás, e as
comidas servidas a todos, como: canjas, canjicas brancas e amarelas, os amalás.
Sendo uma obrigação menor, exige-se um mínimo de aves a serem sacrificadas. As
carnes das aves são consumidas e ofertadas nos intervalos do toque e dos pontos
dos atabaques, servindo-se, enfarofados e as canjas, comidas que por tradição são
ofertadas às pessoas que comparecem ao ebó. Há ainda as “quinzenas secas”,
quando não se sacrificam animais.