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Orixá Bará Lodê e Ogum Avagã

Nos rituais gege-nagô, essencialmente no Batuque do Rio Grande do Sul, é dedicado um espaço
para culto dos Orixás Bará Lodê e Ogum Avagã, geralmente a frente das casas de religião.

Este espaço, contém seu obé (faca utilizada nos rituais de sacralização) específico, já que obé do
quarto de santo não deve ser utilizado neste local, assim como o obé do Lodê e Avagã, não deve
ser utilizado no quarto de santo. O obé para cortar para estes Orixás geralmente é recebido junto
com os assentamento destes, realizado pela maioria dos Babalorixás quando seus filhos estão
com a obrigação completa.

Na maioria das casas de axé o assentamento de Bará Lodê e Ogum Avagã é realizado na casa de
seu filho, onde deve ser construído o espaço específico para recebê-los.

Esses assentamentos tem a função principal, a de cuidar da casa de axé, são Orixás de rua, do
movimento, ficam em local de culto exclusivo de homens ou mulheres que não mestruam mais.
Bará Lodê deve ficar ao lado de Ogum Avagã, no chão, pois são Orixás da terra.

Alguns Babalorixás colocam estes assentamentos em prateleiras, no espaço externo da casa,


prática esta considerada inadequada por muitos Pais de Santo, já que este Orixá tem que ficar no
chão do espaço sagrado para ele.

No espaço destinado ao culto do Bará Lodê e Ogum Avagã, ficam geralmente um ou dois ecós
(espécie de segurança que serve para atrair para sí as energias negativas do local) em alguidar de
barro, com água e azeite de dendê, com farinha de mandioca, que é trocado todas as semanas.

Uma quartinha com água para Bará Lodê e uma quartinha seca para Ogum Avagã acompanham
o local, onde ainda são servidos axés específicos para estes Orixás.

Lodê e Avagã, são Orixás do seco, por isso seus axés não devem ser despachado em dias de
chuva ou com a terra molhada, não adianta parar de chover, e despachar depois. A grande
maioria dos Babalorixás respeita este fundamento.
Bará não é o exu da Quimbanda, nem o diabo do Cristianismo, tampouco possui semelhanças
nesse sentido. Deve ser tratado com muito respeito da mesma forma que os demais Orixás.

Nada se faz sem Bará, Orixá responsável pela abertura dos caminhos, pelo movimento, pela
segurança nas ruas, assim como Ogum Avagã, que é o Ogum responsável pela rua, pela proteção
de quem trabalha com ferro, trânsito e militares.

Na nação oyo-gege, Bará é representado pela cor vermelha e número 7, e Ogum Avagã pela cor
verde e número 7. Algumas nações utilizam ainda a cor vermelha com verde para Ogum Avagã.

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