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Bará inicio do Batuque 1ºOrixa a ser cultuado e tratado no batuque Orixá Princípio de

Movimento e Interligação. O Mensageiro dos Orixás. Bará pode ser o mais benevolente dos
Orixá se é tratado com consideração e generosidade. Identificado como o diabo, por
características peculiares de seu comportamento como: irreverência, prepotência, arrogância,
astúcia.. Ele é dono das chaves dos portais, encruzilhadas e caminhos. Suas saudações,
obrigações e cortes, devem sempre ser feitos em primeiro lugar. Saudação - alupô ou lalupô.
Dia da Semana - segunda-feira. Número - 07 e seus múltiplos. Cor " vermelha. Guia - corrente
de aço(vermelho escuro) Cor: bara Lodê , lana, Adague,Agelú toda vermelho; Ave - galo
vermelho. Bara Elegba e lode Quatro pé - bode preto com aspa inteiro Bara Lana:Quatro pé -
ate 6 meses de idade com aspa ,inteiro de qualquer cor menos preto Bara
adague ,agelú:cabrito ate 4 mês de idade ,com aspa inteiro de qualquer cor menos preto
Algumas plantas arvores pertencente aos orixás Bara Bara
Cambuí,laranjeira,amoreira,platamo,vassoura vermelha. Frutas oferecidas aos Orixás Bará
manga ,laranja azeda ,laranja de umbigo ,butiá ,maracujá,alfarroba,cola toronja, cana de
açúcar,amora. Oferenda " comidas destes Orixás Bara:Elegba Milho torrado ,amendoim,
torrado,feijão,torrado,miamiá gordo (farinha de mandioca com azeite de dendê ),07 bifes com
azeite de dendê ,pimenta verde da costa ,07 cachimbos de taquara recheados com pimenta
verde ao invés de fumo. Bara: (Lodê) Milho torrado ,pipoca,07 batatas inglesas assadas ,01, ou
07 opetés batatas inglesas cozinhas e amassadas sem casca Bara:(Lana,adague ) Milho
torrado ,pipoca ,07 babatas inglesas assadas . Bara:(Agelú) Milho torrada claro com
mel ,pipoca, 07 batatas inglesas assadas, milho torrado ,(axoxó), 07 tiras de coco (fruta).
Adjuntós - Elegba com Oiá Timboá, Bará (elegba) com oia timboá Bara- Lodê com Iansã ou com
Obá, Bara - Lanã com Obá ou com Oiá, Bará -Adague com Oiá ou com Obá, Bará Agelú com
Oxum Pandá e as vezes com Oiá. Ferramentas destes Orixás Bará(elegba) lança ,rebenque ,
foice ,corrente ,ponteira,gadando,tridente,chave,xaiva,,cadeado,canivete,cachimbo de
barro,ou de taquara,moedas ,búzio Bará(Lodê) corrente , porrete de Cambuí,
xaiva ,gadanho,chave
,cadeado,ponteira ,canivete ,cachimbo de barro de taquara ,foice ,sineta ,moedas ,búzios
Bará(Lana,adague ,Agelú) corrente .foice ,chave ,cadeado,ponteira,porrete
,deCambuí,,sineta,canivete,moedas búzios Sincretismo católico Bará Elegba- Não há forma
sincrética para elegba .alguns sincretizam este orixa como na forma de um demônio de
guampa e rabo. Bará Lodê - São Pedro, quando faz adjuntó com Iansã, São Benedito com faz
adjuntó com Obá. Bará Lanã - Santo Antônio do Pão dos Pobres Bará Adague - Santo Antônio
Bará Agelú - Menino no colo do Santo Antônio Os filhos de Bará possuem um caráter
ambivalente, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros, ora
são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadas. As pessoas de Bará não têm paradeiro,
gostam de viagens, de andar na rua, de passear, de jogos e bebidas. Quase sempre estão
envolvidas em intrigas e confusões. Guardam rancor com facilidade e não aceitam ser
vencidas. Por isso para ter-se um amigo ou filho de Exú é preciso que se tenha muito jeito e
compreensão ao tratar-se com ele. Conta a lenda que houve uma demanda entre Bará e Oxalá
para que pudesse saber quem era o mais forte e respeitado, e foi aí que Oxalá provou a sua
superioridade pois, durante o combate, Oxalá apoderou-se da cabaça de Bará a qual continha
o seu poder mágico transformando-o assim em seu servo. Oxalá então permitiria que Bará a
partir de então recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar. A Importância de
Bará é fundamental, uma vez que ele possui o privilégio de receber todas as oferendas e
obrigações em primeiro lugar, nenhuma obrigação deve ser feita sem primeiro saudar a Bará. É
o dono de todas as encruzilhadas e caminhos, é o homem da rua, quem guarda a porta e o
portão de nossas casas, quem tranca, destranca e movimenta os mercados, os negócios, etc.
Bará também nos confirma tudo no jogo de IFÁ (Búzios). Conta-se que Aluman estava
desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam secos e a chuva não caia. As rãs
choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores.
Nenhum Orixá invocado escutou suas queixas e gemidos. Aluman decidiu, então, oferecer a
Bará grandes pedaços de carne de bode. Bará comeu com apetite desta excelente oferenda. Só
que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado. Bará teve sede. Uma
sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha, e que tinham, em suas casas
e dos vizinhos, não foram suficientes para matar sua sede. Bará foi á torneira da chuva e abriua
sem pena. A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia
depois, sem parar. Os campos de Aluman tornaram-se verdes. Todos os vizinhos de Aluman
cantaram sua glória: " Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes; " Dono dos
campos de milho, cujas espigas são pesadas! " Dono dos campos de feijão, inhame e
mandioca! E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não
transbordar! Aluman, reconhecido, ofereceu a Bará carne de bode com o tempero no ponto
certo da pimenta. Havia chovido bastante. O príncipe Custodio batuque RS Detenho-me agora,
mesmo que sucintamente, sobre um dos mais controvertidos personagens do campo
afrogaúcho, um príncipe africano, herdeiro do trono de Benin, que morou no Rio Grande do
Sul de 1899, quando chegou à cidade de Rio Grande, até 1935, quando faleceu em Porto
Alegre. Segundo informações colhidas por Maria Helena Nunes da Silva junto a diferentes
fontes " bibliográficas, intelectuais africanos e, sobretudo, dois filhos biológicos de Custódio "
este descendia da tribo pré-colonial Benis, dinastia de Glefê, da nação Jeje, do estado de
Benin, na
Nigéria. Seu nome tribal era Osuanlele Okizi Erupê, filho primogênito do Obá Ovonramwen
(Silva, 1999). Há diferentes versões sobre sua saída da terra natal. Todas, porém, estão
associadas à invasão britânica ao reino de Benin, em 1897, diante da qual não se sabe ao certo
se Osuanlele teria resistido, ou fugido, ou, então, feito um acordo com os britânicos para
deixar o país e viver no estrangeiro, onde receberia mensalmente uma pensão do governo
inglês (a mais provável). De fato, Dionísio Almeida, filho de Custódio, relatou a Maria Helena
que seu pai teria deixado Benin em direção ao Porto de Ajudá, acompanhado por oficiais
ingleses e por parte do seu Conselho de Chefes, onde teria permanecido por cerca de dois
meses, dali embarcando para o Brasil, tendo chegado ao porto de Rio Grande em 7 de
setembro de 1899, com uma comitiva formada de 48 pessoas, em sua maioria membros do
seu Conselho. Segundo aquele informante, antes de chegar a Rio Grande Custódio teria estado
em Salvador, depois no Rio de Janeiro, tendo se estabelecido em Rio Grande por orientação
dos orixás, através dos ifás. Custódio permaneceu nesta cidade até o dia 4 de outubro de 1900,
quando se transferiu para Pelotas, e no dia 4 de abril de 1901 veio para Porto Alegre, a convite
do então presidente do estado, Julio de Castilhos, que algumas semanas antes o teria
procurado em Pelotas como último recurso para remediar um câncer que tomava conta de sua
garganta. Como teve uma melhora temporária, teria convidado Custódio a morar em Porto
Alegre para continuar a tratá-lo nesta cidade, o que não impediu, porém, a morte de Julio de
Castilhos aos 43 anos de idade, em 1903. Balança o coroamento A balança é o coroamento,é a
confirmação da festa de quatro patas para os orixás.É a reunião de todosd os orixás numa roda
onde somente os prontos e os Babalorixás e Yalorixás podem participar.A balança é o
terômetro que medirá o comportamento da obrigação,pois,de acordo com a suavidade com
que os orixás se comportem ao dançar,na mesma,terá sido a aceitação ou não daquele ebó
pelos orixás.Em hipótese alguma a balança poderá rebentar,depois que a mesma for fechada e
que o tamboreiro começe a tocar o axé de reza para a balança,sob pena de que alguma das
pessoas que integram aquela obrigação ou até mesmo que o chefe do terreiro venha a morrer
decorrente de haver sido rebentada a balança. O orixá,quando a festa for de quatro patas,não
deverá chegar antes de iniciar a balança,pois,o mesmo,só chegará antes se a obrigação estiver
errada ou se algo de muito grave estiver para acontecer e o mesmo veio para avisar. Quando
se fizer uma balança para os orixás novos,de Bará a Chapanã e outra para os orixás
velhos,Oxum,Iemanjá e Oxalá,a pessoa que participar de uma (novos),não poderá participar de
outra(velhos). Balanças de Orixás: *Para Bará(Legba,Lodê)Ogum(Avagã): Composta de 14 ou
07 homens(só homens)e com a porta da rua aberta. *Para Bará,Ogum,Iansã,Obá e Ossanha:
Composta de 14 ou 07 pessoas(homens e mulheres) *Para Xangô: Composta de 12 ou 06
pessoas(homens e mulheres) *Para Chapanã: Composta de 18 ou 09 pessoas(homens e
mulheres) *Para Odé,Otim,Oxum,Iemanjá,Oxalá: Composta de 32,16 ou 08 pessoas(homens e
mulheres). Quando a balança não for específica para um orixá ela deve ser composta por
pessoas em múltiplos de 06 ou de 08:06,12,18,24,30 ou 08,16,24,32. Reza: Amaô eliço bô
xangô acaraô anicéu anicéu R:Eliço godô acaraô anicéu anicéu Abaorô R:Anicéu anicéu
Enicéum abaorô R:Anicéum abaorô Eliço godô acaraô anicéum,anicéum R:Eliço godô acaraô
anicéum,anicéum Alujá. A nação Cabinda, originária de Angola, adotou o panteão dos Orixás
Iorubas, embora estas divindades Bantus teriam como nome correto Inkince. Os Inkinces são
para os Bantus o mesmo que os Orixás para os Yorubás, e o mesmo que os Voduns são para os
Jêjes. Não se trata da mesma divindade, cada Inkince, Orixá ou Vodum possui identidade
própria e culturas totalmente distintas. A linguagem ritual originou-se predominantemente das
línguas Kimbundo e Kikongo; são línguas muito parecidas e ainda utilizadas atualmente. O
Kimbundo é o segundo idioma nacional em Angola. O Kikongo, provém do Congo, sendo
também falado em Angola. Aqui no Rio Grande do Sul a raiz forte da Cabinda foi o Sr.
Valdemar Antonio dos Santos, filho do Orixá Xangô Kamucá Baruálofina; e uma de suas
descendentes foi a Sra. Madalena de Oxum, que se destacou grandiosamente dentro desta
nação. Outros que se iniciaram pelas mãos de Valdemar de Xangô, e alguns, com sua morte
passaram para as mãos de Mãe Madalena de Oxum: Pai Tati de Bará, Mãe Palmira de Oxum,
Ramão de Ogum, Moacir de Xangô (tinha o apelido de Guri Bontito), Pai Mario de Ogum e Pai
Nascimento de Sakpatá, oriundo de outra nação. Depois foram surgindo outros ícones da
nação Cabinda, onde podemos citar Pai Romário de Oxalá, filho de santo de Mãe Madalena de
Oxum; Mãe Olê de Xangô, mulher de Pai Tati de Bará; Pai Henrique de Oxum, enteado e filho
de santo de Mãe Palmira de Oxum; Pai Adão de Bará de Exu Biomi; Pai Cleon de Oxalá; Antonio
Carlos de Xangô, Alabê e Babalorixá, Mãe Marlene de Oxum, filha de santo de Pai Romário; Pai
Paulo Tadeu de Xangô; Pai Genercy de Xangô; Hélio de Xangô, Pai Adão de Bará; Didi de Xangô;
João Carlos de Oxalá, de Pelotas; Juarez de Bará; Pai Gabriel de Oxum, que foi um grande
Babalorixá da Nação Cabinda, filho de santo de Romário de Oxalá; Lurdes do Ogum; Enio de
Oxum, também da casa de Pai Romário; Luiz vó da Oxum Docô, foi filho de santo de Pai
Romário de Oxalá; Ydy de Oxum, filho de santo de Pai Henrique de Oxum, entre muitos outros
que conservam, ainda, os fundamentos desta Nação tão importante nos rituais Africanos do
Sul. Os praticantes da Nação Cabinda também se valem dos rituais da Nação Ijexá, já que esta
última é atualmente a modalidade ritual predominante aqui no Rio Grande do Sul; a diferença
se dá basicamente no respeito à memória de seus ancestrais e a outros fatores como o início
dos A nação Cabinda, originária de Angola, adotou o panteão dos Orixás Iorubas, embora estas
divindades Bantus teriam como nome correto Inkince. Os Inkinces são para os Bantus o mesmo
que os Orixás para os Yorubás, e o mesmo que os Voduns são para os Jêjes. Não se trata da
mesma divindade, cada Inkince, Orixá ou Vodum possui identidade própria e culturas
totalmente distintas. A linguagem ritual originou-se predominantemente das línguas
Kimbundo e Kikongo; são línguas muito parecidas e ainda utilizadas atualmente. O Kimbundo é
o segundo idioma nacional em Angola. O Kikongo, provém do Congo, sendo também falado em
Angola. Aqui no Rio Grande do Sul a raiz forte da Cabinda foi o Sr. Valdemar Antonio dos
Santos, filho do Orixá Xangô Kamucá Baruálofina; e uma de suas descendentes foi a Sra.
Madalena de Oxum, que se destacou grandiosamente dentro desta nação. Outros que se
iniciaram pelas mãos de Valdemar de Xangô, e alguns, com sua morte passaram para as mãos
de Mãe Madalena de Oxum: Pai Tati de Bará, Mãe Palmira de Oxum, Ramão de Ogum, Moacir
de Xangô (tinha o apelido de Guri Bontito), Pai Mario de Ogum e Pai Nascimento de Sakpatá,
oriundo de outra nação. Depois foram surgindo outros ícones da nação Cabinda, onde
podemos citar Pai Romário de Oxalá, filho de santo de Mãe Madalena de Oxum; Mãe Olê de
Xangô, mulher de Pai Tati de Bará; Pai Henrique de Oxum, enteado e filho de santo de Mãe
Palmira de Oxum; Pai Adão de Bará de Exu Biomi; Pai Cleon de Oxalá; Antonio Carlos de Xangô,
Alabê e Babalorixá, Mãe Marlene de Oxum, filha de santo de Pai Romário; Pai Paulo Tadeu de
Xangô; Pai Genercy de Xangô; Hélio de Xangô, Pai Adão de Bará; Didi de Xangô; João Carlos de
Oxalá, de Pelotas; Juarez de Bará; Pai Gabriel de Oxum, que foi um grande Babalorixá da Nação
Cabinda, filho de santo de Romário de Oxalá; Lurdes do Ogum; Enio de Oxum, também da casa
de Pai Romário; Luiz vó da Oxum Docô, foi filho de santo de Pai Romário de Oxalá; Ydy de
Oxum, filho de santo de Pai Henrique de Oxum, entre muitos outros que conservam, ainda, os
fundamentos desta Nação tão importante nos rituais Africanos do Sul. Os praticantes da Nação
Cabinda também se valem dos rituais da Nação Ijexá, já que esta última é atualmente a
modalidade ritual predominante aqui no Rio Grande do Sul; a diferença se dá basicamente no
respeito à memória de seus ancestrais e a outros fatores como o início dos fundamentos da
Nação Cabinda, que é justamente onde termina os das outras Nações: o cemitério. O Orixá
Xangô é considerado Rei desta nação, e é o dono dos Eguns, juntamente com Oyá e Xapanã; E
o culto aos Eguns é tão forte que na maioria dos terreiros desta nação, se encontra o
assentamento de Balé (culto aos Eguns); Os filhos de Oxum, Yemanja e Oxalá, podem entrar e
sair de cemitérios quando necessário for, sem nenhum prejuízo a sua feitura, já nas outras
nações estes só entram no cemitério em extrema necessidade; Se estiver acontecendo uma
festa num terreiro de Cabinda, e se o Orixá Xangô, tendo recebido oferendas de quatro pés, e
vier a falecer algum membro da casa ou da família religiosa, não ficará a obrigação
prejudicada, conforme acontece nos outros terreiros, nos quais teriam que interromper toda a
obrigação. A Nação Cabinda, que é justamente onde termina os das outras Nações: o cemitério
Orixás e Frentes de Nação cabinda 1-Comidas de frentes dos Orixás: *Bará Elegba - Milho
torrado,amendoim torrado,feijão preto torrado,miamiã gordo,07 bifes com epô,pimenta verde
e pimenta da costa,07 cachimbos de taquara recheados com pimenta. *Bará Lodê - Milho
torrado,pipoca,07 batatas inglesas assadas,07 opetés de batatas inglesas cozidas sem casca.
*Bará Lanã e Adague - Milhor torrado,pipoca,07 batatas inglesas assadas. *Bará Agelú - Milho
torrado claro com mel,pipoca,07 batatas inglesas assadas,milho cozido(axoxó),07 tiras de côco.
*Ogum Avagã - Churrasco de costela de gado frito no epô,miamiã gordo,3,5 ou7 pedaçoes de
laranjka azeda. *Ogum Onira,Olobedé,Adiolá - Churrasco de costela de gado frito no
epô,miamiã gordo. *Iansã/Oyá Timboá,Dirã - Pipoca,07 rodelas de batatas doce fritas no epô,1
batata doce assada,feijão miúdo cozido e refogado com azeite comum e tempero verde.
*Xangô Aganju Ibeje - Amalá - Pirão com um pouco de farinha de milho grossa junto com carne
de peito com osso frita no azeite comum,mostarda cozida só no bafo da panela da
carne,depois que a mesma estiver frita,colocar 06 bananas da terra ou catarina,01 maçã
vermelha partida em 04 partes e 06 doces de massa. *Xangô Agandju e Agodô - Amalá sem
doces. *Odé - Costela de porco frita no azeite comum,miamiã doce. *Otim - Costela de porco
frita no azeite comum,miamiã doce,08 ou 13 fatias de batata inglesa fritas no azeite comum.
*Obá - Canjica amarela cozida,feijão miúdo cozido.Refogar a canjica e o feijão miúdo com epô
e salsa. *Ossanha - Um opeté de batata inglesa cozida sem casca,mimiã gordo,03,07 ou 11
folhas de alface que servirá de forro,07 ou 11 rodelas de ovo cozido,07 ou 11 pedços de
linguiça de porco,cágado feito de batata inglesa cozida sem casca e amassada. *Xapanã
Jubeteí,Belujá,Sapatá - Milho bem torrado,feijão preto bem torrado,amendoim bem torrado e
pipoca. *Oxum Epandá e Ibeje - Canjica amarela cozida e refogada com mel,08 doces de
massa,01 ção verde partida em 04 pedaços,03 ou 06 bananas da terra ou catarina. *Oxum
Epandá - Canjica amarela cozida *Oxum Ademum - Couve manteiga partida fina,refogada com
farinha de milho,gema de ovo cozidoesmagado e misturado com a couve. *Oxum Olobá -
Canjica amarela cozida e refogada com mel. *Oxum Adocô - Canjica amarela e canjica branca
cozida misturada. *Iemanjá Bocí,Bomí - Canjica branca cozida refogada com salsa *Iemanjá
Nanã Borocum - Canjica branca refogada com tempero verde e um pouquinho de sal. *Oxalá
Obocum,Olocum,Dacum,Jobocum - Canjica branca cozida. *Oxalá Oromilaia - Canjica branca
cozida,04 ovos partidos cada um em dois pedaços ao comprido. 2 - Tipos de Aves oferecidos
aos Orixás: *Bará Legba - Galo vermelho escuro *Bará Lodê - Galo vermelho *Bará
Lanã,Adague,Agelú - Frango vermelho *Ogum Avagã - Galo prateado escuro *Ogum
Onira,Olobedé,Adiolá - Frango Prateado *Iansã/Oyá Timboá,Dirã - Galinha Carijó escura *Iansã
Oyá - Franga carijó *Xangô Agandjú Ibeje - Frango de raça garnizé(menos preto) *Xangô
Agandjú - Frango branco *Xangô Agodô - Galo branco *Odé - Frango pintado colorido *Otim -
Franga pintada colorida *Obá -Galinha de pescoço pelado(menos preta) *Ossanha - Galo de
raça arrepiado(menos preto) *Xapanã Jubeteí - Frango carijó *Xapanã Belujá - Galo carijó
*Xapanã Sapatá - Galo carijó escuro ou vermelho *Oxum Epandá Ibeje - Franga de raça Garnizé
*Oxum - Galinha amarela *Iemanjá - Galinha ou Franga branca *Oxalá - Galinha ou franga
branca *Oxalá Oromiláia - 1Galinha branca e 1 preta 3 - Tipos de animais de Quatro Patas:
*Bará Legbá - Bode preto com aspa,inteiro com testículos *Bará Lodê - Cabrito ou Bode com
aspa,inteiro,de qualquer cor *Bará Lanã - Cabrito até 6 meses de idade,com aspa,inteiro e
qualquer cor(menos preto) *Bará Adague e Agelú - Cabrito até 4 meses de idade,com
aspa,inteiro de qualquer cor(menos preto) *Ogum Avagã - Bode com aspa,inteiro,de qualquer
cor inclusive preto *Ogum Onira,Olobedé,Adiolá - Bode com aspa,inteiro,de qualquer
cor(menos preto) *Iansã Oyá,Timboá,Dirã - Cabrita com aspa,mãe,de qualquer cor(menos
preto) *Xangô Agandju Ibeje - Cordeiro,inteiro,de cor branca *Xangô Agandju - Carneiro com
aspa pequena(novo),inteiro,de cor branca *Xangô Agodô - Carneiro com aspa
volteada(velho),inteiro,de qualquer cor(menos preto) *Odé - Porco novo,inteiro,de qualquer
cor(menos preto) *Otim - Porca nova,inteira,mãe,de qualquer cor(menos preto *Obá - Cabrita
mocha(sem aspa),de qualquer cor(menos preta) *Ossanha - Cabrito com aspa,inteiro,de
qualquer cor *Xapanã - Bode com aspa,inteiro,de qualquer cor *Oxum Epandá Ibeje - Cabrita
até 4 meses,com aspa,de qualquer cor *Oxum Epandá,Ademum,Olobá,Adocô - Cabrita com
aspa,mãe de qualquer cor *Iemanjá - Ovelha branca *Oxalá - Cabrita branca 4 - Aves de Meio -
Quatro Pé: *De Bará Legbá até Xapanã Sapatá - Casal de galinha d´angola cinza *Oxum - Casal
de marrecos brancos *Iemanjá e Oxalá - Casala de patos brancos 5 - Peixes oferecidos aos
Orixás após os Quatro pés: *Bará Elegbá,Lodê e Ogum Avagã - Peixes Jundiá *Ogum Onira até
Oxalá Oromiláia - Peixes Pintado 6 - Inhalas de Orixá: São partes dos animais sacrificados que
após limpas são destinadas somente aos Orixás: *Inhalas de Pombo e de Aves: A ponta do
pescoço fritas, A ponta das asas fritas, Os pés sem o couro e sem as unhas fritas, O fígado
fritos, O coração fritos, A moela(aberta e limpa) frita, Os ovos do pombo ou ovários da pomba
fritos, *Inhalas de Animais de Quatro patas: A cabeça do animal crua, As patas com couros e
cruas, Os testículos do animal macho crus, As tetas do animal fêmea cruas, O fígado cru, O
coração cru, A passarinha(baço)cru. 7 - Quantidade de Aves para o Bori: * De
Bará,Ogum,Iansã,Obá e Ossanha,sacrificar: Na cabeça:07 aves correspondente ao orixá e 1
casal de pombos. No corpo: 03 aves Em cada passagem:01 ave correspondente ao orixá.
*Xangô,sacrificar:06 aves correspondente ao orixá e 1 casal de pombos. No corpo: 03 aves Em
cada passagem:01 ave correspondente ao orixá. *Odé,Otim,Oxum,Iemanjá,Oxalá,sacrificar: Na
cabeça:08 aves correspondente ao orixá e 1 casal de pombos. No corpo: 03 aves Batuque
preparação A religião Afro-Brasileira, estabelecida no Estado do Rio Grande do Sul, no tocante
à história de suas origens, não guardou uma fonte segura de informações, e o pouco que se
tem guardado vem de opiniões do boca a boca de geração para geração, e as incertezas nas
colocações de como eram os rituais antigos ainda estão contidos nos descendentes, que hoje
pouco revelam os segredos e as histórias, acontecimentos religiosos que se posto à público só
enriqueceriam o nosso aprendizado, exatamente por este motivo muitos sacerdotes tem
maneiras diferentes de cultuar seus Orixás, há regras que ainda se segue sem mudança
alguma, como é o caso da Balança quando há festa de quatro pés, da Obrigação do Atã, na
terminação da festa, do Ecó para levar embora as cargas negativas, e outras obrigações
mudam com o passar dos anos como por exemplo a feitura de um filho de Santo. Na antiga
casa de religião do saudoso Paulino de Oxalá a feitura de um filho de santo começava com
uma lavação de cabeça com o omieró, em seguida um aribibó, e após este fazia-se um Bori e
sentava-se o Bará para aquele filho; este Bará recebia obrigações de quatro pés durante sete
anos e só depois é que ele aprontava o filho com o assentamento do restante das obrigações.
Pai Paulino de Oxalá, nasceu na cidade de Pelotas, no Estado do Rio Grande do Sul, e foi
pronto na religião por uma escrava que veio de navio para o porto de Rio Grande e ali se
estabeleceu, sua origem era da Nigéria (África), provavelmente este grupo de escravos tenha
passado por outros estados no Brasil, mas se estabeleceram, graças a Deus, aqui no Rio
Grande do Sul. Há muitos que pensam que o nosso batuque é filho direto do Candomblé
praticado na Bahia, porém, em visita a uma casa de origem Ketu, de um respeitado Babalorixá
chamado Albino de Paula, descendente direto de raízes africanas, e de pai Ademir de Iansã,
Tata de Inkinsi pronto há muitos anos na nação Angola constata-se que nosso ritual é muito
distante do Candomblé, o que mais nos aproxima é a linguagem yoruba, que também é usado
no candomblé de Ketu, mas, mesmo com as adaptações que foram feitas pelos
afrosdescendentes que se estabeleceram em cada estado brasileiro, para poderem continuar
cultuando seus Orixás, a diferença nos rituais são imensas, fazendo com que nosso ritual seja
quase que único, de uma especialidade inigualável. Temos que dar mais valor a nossa cultura,
procurar saber mais de nossa história religiosa e divulgar o nosso culto, fazer respeitar as
raízes afro do nosso Rio Grande do Sul, e manter esta árvore viva. Tenho sido enfático no
tocante a preservação dos nossos rituais Africanos por que se nota que o batuque puro, fiel às
raízes, vem perdendo espaço para chamada linha cruzada, o fato é que se facilitar surgirá uma
mistura que não se saberá o que se está cultuando, há de ter uma separação para preservação
da "ciência" na prática dos rituais, Umbanda é Umbanda, Quimbanda é Quimbanda e Nação
Africana é outro ritual, seria melhor cultuar um de cada vez. As casas de religião tem
autonomia para decidir sobre seus afazeres no culto de seus rituais, sem que haja
interferências, o Pai ou Mãe de Santo exerce sua autoridade, mas com jeitinho as coisas
acabam mudando; muitas vezes se aproxima da casa, novos filhos que já cultuam a umbanda e
ou os exus, e os sacerdotes, procuram aprender as práticas rituais da umbanda e dos exus; o
que não se pode é deixar um ritual tomar conta de outro, como já se vê em certos lugares, o
melhor é cultuar um de cada vez, e todos os rituais serão preservados. Festa Grande
Chamamos de festa grande a obrigação que tem ebó, ou seja quando há sacrifícios de animais
de quatro pés, oferecemos aos Orixás cabritos, cabras, carneiros, porcos e ovelhas, (quando se
matam somente aves aí é quinzena). Costumamos fazer festa de quatro pés para nossos Orixás
de quatro em quatro anos, e serve para homenagear o Orixá "dono da casa", e é onde os filhos
que ainda não tem sua casa de religião própria aproveitam para fazerem suas obrigações de
dar comida a seus Orixás também. È uma cerimônia que coincide com a data em que aquele
sacerdote teve assentado seu Orixá de cabeça, ou seja a data de sua feitura. A festa dos Orixás
tem um ciclo ritual longo, começando com a feitura de trocas (limpezas de corpo) que é feita
em todos os filhos que irão fazer obrigações para seus Orixás; limpeza na casa compreendendo
todas as construções que fazem parte daquele terreiro, o Pai ou Mãe de Santo também faz
uma troca. Troca é um trabalho de limpeza de corpo que se faz dentro da religião, usando
vários axés de Orixás, varas de marmelo vassouras de Xapanã, um galo para sacrifício e uma
outra ave para soltar viva, geralmente usa-se pombo, mas conforme for o caso podemos soltar
galos ou galinhas, vivos, para acompanhar um axé de troca (que envolve sacrifício). Após tudo
descarregado ainda fizemos um axé doce para os Orixás de praia Bará Ajelú, Oxum, Iemanja e
Oxala e também é passado nos elebós e na casa. No dia da matança é que fizemos a
homenagem para os Barás, que também serve como segurança para a obrigação; no
candomblé chamam este ritual de Padê. Por que são feitos tantos axés antes do começo de
uma obrigação? Muita gente faz esta pergunta e é bom esclarecer que se uma pessoa vai dar
"comida" a seus Orixás, irá fazer um retiro espiritual dedicado ao Santo, tem que estar com o
corpo e a "aura" limpos, sem qualquer vestígio de cargas negativas, sem acompanhamento
espiritual ruim, em fim livre de qualquer perturbação, pois se alguém colocar Axorô (sangue)
na cabeça com cargas ruins no corpo, acabam fortalecendo mais a força negativa; todos
indivíduos que participarem de uma obrigação de Orixá, desde o tamboreiro (alabê) devem
estarem "limpos", também, espiritualmente. Nesta ocasião também se confirmam os graus de
iniciação dos filhos da casa como Bori, e aprontamento, no qual os filhos podem receber seus
axés de facas e de búzios, enfim é nesta ocasião que se realizam as grande solenidades rituais
dos terreiros de nação para o crescimento pessoal e espiritual dos filhos da casa, e também
servem para reforçar os próprios sacerdotes e seus Orixás. Antigamente as casa de religião
afro realizavam a festa do boi, com sacrifício de um touro pequeno, o ritual durava um mês
inteiro, após, era a festa de quatro pés, com sacrifício de bodes, cabras, ovelhas, porcos e
carneiros, depois a matança era de peixe e finalmente a confirmação da festa com sacrifício de
aves e a terminação era com a mesa dos Ibêjes; hoje em dia, quase não existe mais quem faça
este ritual. Após as limpezas todas, logo que se passa o axé de Bará e o galo que será oferecido
no cruzeiro (encruzilhada), os elebós (pessoal de obrigação) tomam um banho de descarga e já
ficam confinados ao templo, ou seja, abandonam provisoriamente a vida social externa em
favor dos rituais. A partir deste momento não se pode dormir em camas, fazer a barba e tomar
banho (nos dois primeiros dias), conversam somente o necessário, não vêem televisão, não
falam ao telefone, não comem com garfo e faca; comida comum come-se de colher, e de
orixás, usa-se os dedos para por os alimentos na boca, de acordo com o chefe da casa estas
imposições podem ser mais ou menos rígidas, por exemplo em certas casas quem tem o axé de
facas podem fazer uso de facas para cortarem os alimentos. Quando o pessoal que foi fazer a
obrigação de corte no cruzeiro voltar aí começa a matança no Bará Lodê e Ogum Avagã, que
habitam uma casa na parte da frente do terreiro, nesta matança é oferecido um quatro pé e
aves para o Lodê e outro quatro e as aves,correspondentes, para Ogum Avagã. Nesta matança
participam somente homens e mulheres que não mestruam mais. Os quatro pés são
apresentados aos Orixás; faz-se uma "chamada", na qual são feitos os pedidos de proteção e
caminhos abertos para tudo aquilo que é bom para todos os filhos presentes e ausentes etc...
encaminha-se os cabritos, já com os pés lavados, do portão até a frente da casa dos Orixás
Lodê e Avagã, onde estão as vasilhas com os assentamentos, os animais devem comer folhas
verdes(orô, folhas de laranjeira, etc.), que é um sinal de aceitação da oferenda pelo Orixá,
assim que o animal comer já é levantado e é feito o corte para o Orixá Lodê e em seguida o
mesmo para Ogum Avagã; a matança é acompanhada com o toque de tambores e agê, e tirase
axés para cada Orixá que receberá o sacrifício, na hora que corre o axorô tira-se um axé
determinado, isto é para todos Orixás que irão ter animais de quatro pés como oferenda. Na
nação Ijexá os animais sacrificados para o Bará Lodê e Ogum Avagã, entram pela porta dos
fundos do salão; neste já esta arriado no chão uma toalha grande com todos os axé de Bará a
Oxalá; coloca-se nesta "mesa" os quatro pés e as aves. E aí canta-se novamente um axé para
cada Orixá do Bará ao Oxalá e levanta-se os quatro pés e leva-se, pela porta dos fundos, para
serem limpos; tira-se o couro, que será aproveitado(para fazer tambores), tira-se a buchada
que será enterrada, e dos miúdos como: fígado, rins, coração etc.. são cozidos e destes são
tirados pedaços que farão parte das inhalas (partes dos animais que pertencem aos Orixás) do
restantes dos miúdos é feito o chamado sarrabulho. Assim que são retirados da "mesa" os
quatro pés dos orixás de rua, começa a obrigação dos Orixás de dentro de casa; o ritual é o
mesmo começando agora com Bará Adague que come cabrito de cor avermelhado ou preto
com branco; Bará Ajelú que come cabrito Branco; Ogum come bode de cores variados menos
preto, Iansã come cabra avermelhada ou preto com branco; Xangô que come carneiro, Odé
come porco, Otim come porca, Obá come cabra mocha (sem chifres), Ossãe come bode de cor
clara; Xapanã come bode de cores variadas, menos preto; Oxum come cabra amarelada,
Iemanja come Ovelha, Oxalá come cabrita branca; Na nação Ijexá não oferecemos animais de
cor preta para nenhum Orixá, nem mesmo para o Bará Lodê, que é Orixá de rua. Para cada
Pessoa que está de obrigação corta-se um quatro pé para o Bará que corresponde para ela,
nesta nação, não se pode dividir um animal de quatro pés para mais de um Bará; e o animal do
Orixá de cabeça também é separado, cada Orixá de cabeça come seu quatro pé
correspondente. Pela ordem, a cada sacrifício os filhos vão recebendo o axorô de seu Orixá no
ori, cobre-se a cabeça com as penas das aves e o padrinho amarra a trunfa. No momento que
se corta para o Orixá de cabeça é guando o Orixá pode se manifestar em seu filho(a). Os
quatro pés oferecidos para os Orixás de dentro de casa também são arreados na toalha que
está estendida no chão (no salão), com os axés de Bará ao Oxala. Após cotar para o último
Orixá, que é o pai Oxalá, tira-se novamente uma reza para cada Orixá (canta para os Orixás) do
Bará até o Oxalá e os Orixás que estão no mundo, incorporados em seus filhos, vão despachar
as águas das quartinhas que estavam na "mesa" de quatro pés, na volta já é levantado a mesa,
retirando-se os animais na ordem em que foram sacrificados; Neste momento entra em ação o
pessoal da cozinha, que já começam a servir a obrigação do pirão do Lodê e do Avagã e todos
devem comer de pé(os fiéis não se sentam, para comer, em respeito a este Orixá), é servido
primeiro para os homens e para as mulheres de cabeça de Orixá masculino, pede-se agô, na
porta da frente e deve ser comido sem o auxilio de talheres, usa-se os dedos para comer o
pirão; Todos os animais que foram sacrificados deverão serem limpos e preparados para servir
para os que estão de obrigação e distribuídos para o pessoal levar para casa no final da festa,
junto com outros axés como: pipoca, rodelas de batata doce frita, feijão miúdo cozido e
refugado com tempero verde ( salsa e cebolinha verde), farofa, bananas, maças, laranjas,
acarajé, axoxó, que são servidos em bandejas e é o que chamamos de mercado; através dos
"mercados" a energia dos orixás, festejados, também chegam até a casa dos participantes em
geral, nesta obrigação. Festa No dia da festa o salão é enfeitado com as cores do Orixá
homenageado, e as cores dos axós (roupas) também obedecem a esse padrão. Numa festa
para Xangô, as cores preferenciais para todos é o vermelho e branco, o que não significa que
todos tenham que usar somente essas cores, os filhos de oxum , por exemplo, podem usar o
amarelo. A abertura da festa se da com a chamada(invocação aos Orixás), feita com a sineta
(adjá), e o sacerdote se ajoelha em frente a seu peji (quarto de santo), saudando de Bará a
Oxala e pedindo para os orixás tudo de bom para este evento. Isto feito, os tamboreiros
(alabês) começam a tirar (cantar) as "rezas" de cada Orixá, forma-se a roda para dançarem, no
centro do salão, movimentando-se no sentido anti-horário. A cada Orixá correspondem
coreografias especiais, relacionadas às suas características; nesta roda só dança quem é
pronto, que tenha bori ou obrigação de quatro pés no ori (cabeça). Tira-se as "rezas" de Bará
até Xangô, quando, interrompe-se tudo para formar a "Balança", nesta só participam os que
tem aprontamento completo, com Orixás assentados; É uma cerimônia realizada somente em
festa que tenha sido sacrificado animais de quatro pés, (em obrigações só de aves não se faz
balança), é considerado o ponto crucial da obrigação, esta "roda" traz Orixás e se mal
executada pode levar "gente". Se romper a balança, algo de muito grave poderá acontecer,
possivelmente a morte de alguém que participa da "roda de prontos"; por isso é bom escolher
bem quem vai participar de uma obrigação tão séria como esta. A balança é de Xangô, e o
número de participantes é de seis, doze ou vinte e quatro pessoas; As pessoas entrelaçam
firmemente as mãos, avançam e recuam para o centro e a periferia da "roda", que gira no
sentido anti-horário, e os Orixás vão se manifestando; logo é tocado o Alujá de Xangô, e neste
momento a roda se desfaz e há grande número de Orixás manifestados em seus filhos, sendo
saudados pelos fiéis. Há um intervalo, para descanso dos alabês e em seguida recomeça o
toque dos tambores cantando-se para Odé, Otim, Obá, Ossãe e Xapanã. No final do axé de
Xapanã, despacha-se o ecó, cujo objetivo é expulsar todas as cargas negativas, também
aqueles males extraídos durante as "limpezas" (axés) conduzidas pelos Orixás nos fiéis, esta
parte da obrigação é destinada ao Orixá Bará. Após a obrigação do ecó, tira-se os axés (cantos)
para os Ibêjes, na qual tem a participação das crianças. Neste dia não tem a tradicional mesa
de Ibêjes, é oferecido para o Orixá Oxum ou Xangô uma bandeja contendo balas, fatias de
bolos, frutas e pirulitos, e estes distribuem para criançada. Na continuação da festa, tira-se o
axé de Oxum, que se manifesta em seus filhos, estas chegam vaidosas, distribuindo alegria,
atiram perfume nos fiéis, que saúdam a deusa da felicidade; em seguida os cantos são para
Iemanja, que se manifestam para serem homenageadas; Seguem-se os axés, tirando agora os
axés do Pai Oxalá, que ao se manifestar sempre é saudado com grande louvor. Os Orixás se
cumprimentam entre si, batem cabeça para os Orixás e sacerdotes mais velhos , há um
respeito mutuo entre eles. Após os axés do pai Oxala tira-se o axés (cantos) para serem
entregues os presentes, como: bolos, bandejas contendo quindins, flores, jóias etc.., que são
oferecidos ao Orixá homenageado. Os orixás(ou Orixá da casa) dão as mensagens finais e de
agradecimento, tiram (cantam) seus axés, e são despachados para virarem erês (aqui no sul
dizem axerê ou axêro, que é um estágio intermediário entre o orixá manifestado e o estado
normal do "filho", falam um vocabulário próprio, e se comportam como crianças, fazem
brincadeiras, e demonstram sua alegria com a festa. Os outros Orixás também cantam seus
axés para serem despachados, e termina a cerimônia . É distribuído os mercados,o qual já
mencionei anteriormente, e o pessoal vai embora. Os filhos que estão de obrigação
permanecem no terreiro para dar continuidade ao ritual. Levantação Das Obrigações
Geralmente, três dias após a "matança", é feita a "levantação" das obrigações. Esta etapa,
corresponde a um momento particular, na qual participam somente os filhos da casa e os que
estão em iniciação. Neste momento, todos os "otás" (ocutás), e objetos sagrados que
receberam o axorô (sangue dos animais) são retirados das "vasilhas" (alguidares e bacias de
louça), e são lavados com omieró, (no Orixá Bará passa-se apenas um pano umedecido no
omieró, não se deve molhar muito os objetos de assentamento deste Orixá). Obrigação Do
Peixe Após a levantação de quatro pés deixa-se os orixás "descansarem" por um ou dois dias; e
no dia da semana, marcado para "matança do peixe" pela manhã, bem cedo vai-se ao mercado
público, ou no cais do porto, buscar o peixes vivos. usa-se na nação Ijexá Jundiá, para os Orixás
Bará, Ogum, Xangô, Odé, Ossãe e Xapanã e peixe da qualidade Pintado para todas iyabás e
também para o pai Oxalá. Os peixes devem chegar vivos ao templo para a cerimônia. Todas as
"vasilhas" com os Otás (ocutás) e ferramentas recebem o axorô (sangue) do peixe. A carne dos
peixes é consumida pelos elebós (iniciados que estão reclusos no templo). A obrigação do
peixe fica arreada por vinte e quatro horas. Após este período levanta-se a obrigação e leva-se
para praia junto com os axés de orixás que acompanham esta obrigação de muito fundamento
da nação africana. O peixe, significa fartura e prosperidade, é o símbolo da riqueza para os
seguidores da religião africana. Geralmente a levantação do peixe é realizada numa sextafeira,
enquanto o pessoal vai na praia para entregar os axés, o pai ou mão de santo (sacerdote de
Orixá) fica fazendo preparando os orixás que estavam arreados; fazem o que chamamos de "
miosé " , e logo os arruma nas prateleiras. Quando o pessoal chega da praia, já começa a
obrigação de matança das aves que é para saudar os Orixás que estavam arreados, e também
cortar as aves para os Ibêjes, pois destas, será feito a canja que será servida na "mesa das
crianças", que antecede a obrigação de terminação. "Mesa Dos Ibejês E Festa Do Peixe" -
encerramento Mesa de Ibêjes: No sábado, após o por do sol, é realizada a cerimônia dedicada
aos Ibêjes, e desta, fazem parte grande número de crianças. Estende-se uma toalha no centro
do salão e coloca-se ali: doces de toda qualidade, inclusive doces de calda, arroz de leite, doce
de abóbora, doce de batata doce, sagu, ambrusia, doce de coco, bolos, tortas, balas, pirulitos,
bombons, um amalá, uma vela grande vermelha e branca, um bouquê de flores, as quartinhas
de Oxum e Xangô, mel. Primeiramente é servido a canja feito com as aves sacrificadas para os
ibêjes, e em seguida os doces. Ao som de "rezas" (axés", cantigas) que fazem parte desta
obrigação, as crianças sentam-se no chão ao redor da toalha, e são servidas em número
múltiplos de 6 (12,24,etc.). As crianças de colo vão acompanhadas, e mulheres grávidas
também sentam-se a mesa, depois de da canja, são servidos doces e refrigerantes; distribui-se
brinquedos. Nesta obrigação sempre "descem" alguns Orixás, principalmente Xangô e Oxum.
Ao terminar de comer, as crianças recebem uma colher de mel, um gole de água, suas mãos
são lavadas e enxugadas, levantam-se, dão voltas na mesa, ao som do alujá de xangô,
enquanto é recolhido o que sobrou na "mesa" para ser colocado no peji. Os orixás são
"despachados" e ficam em axerô (erê), brincam com as crianças, cantam, dançam etc... e é
encerrada esta parte da obrigação. O pessoal descansa um pouco, pois logo em seguida
começará o batuque de encerramento das obrigações. Festa Do Peixe ou "Terminação" È uma
cerimônia semelhante a primeira festa realizada no sábado anterior. Porém, desta vez não
teremos a obrigação da "balança". A obrigação se inicia pela "chamada" dos Orixás à porta do
"quarto de santo". Depois começam as "rezas" (cantos) para Bará, Ogum, Iansã, Xangô, Odé,
Otim, Obá, Ossãe, Xapanã, guando termina o axé de Xapanã despacha-se o "ecó" (conforme
descrito antes) e da Oxum, Iemanja e Oxalá. Os Ibêjes, já foram homenageados anteriormente
na "mesa de Ibêjes". Se tiver entregas de axés (axé de facas e axé de búzios), a cerimônia é
feita após o axé da Oxum, estes graus de investidura são entregues somente aos "filhos" que
tenham "aprontamento completo" e que gozem de confiança do "pai ou mãe de santo", e a
partir daí estão aptos para se tornarem, também, babalorixas ou Ialorixas. Num determinado
momento do axé do pai Oxalá, estende-se o Alá, no "salão"; sob este pano branco, as pessoas
dão uma volta na "roda"(de dança) para obter as bênçãos do orixá. Terminado o axé de Oxalá,
é feito uma obrigação, na qual os Orixás Ogum e Iansã, simulam uma bebedeira e o combate
de espada entre si, para lembrar a "passagem" (história oral) em que Iansã, legitima esposa de
Ogum, embebeda o Orixá para fugir com Xangô. Na dramatização do fato incluem-se a Adaga
de Ogum e a Espada de Iansã, para simulação da luta, e garrafas contento "Atã" (uma bebida
ritualisticamente preparada para o Orixá Ogum) , que os dois Orixás simulam beber , e Ogum
acaba ficando "bêbado", dando margem para traição de Iansã. Terminada a "festa", há
distribuição dos "mercados", as comidas rituais preparadas para os Orixás; neste é obrigado
ter peixe junto com outras iguarias como: acarajé, frutas, pipoca, polenta, etc.... Estes
alimentos são condicionados em bandejas descartáveis e enroladas em papel de embrulho,
para que as pessoas levem para suas casas a energia dos orixás, contidas nas "comidas". É bom
deixar bem claro que nem todos os terreiros e casa de nação tenham um segmento único,
cada um tem seu particular ritual e as diferenças existem, cada um faz de acordo com que
aprendeu na sua raiz. As idéias contidas nestes textos, não são para porem a público os
segredos dos rituais, pois tudo que está escrito não representa um quinto das obrigações feitas
nos terreiros, a cada passo de uma obrigação de festa ou de matança envolve inúmeros
afazeres que se fossemos escrever daria um livro de proporção enorme, já que nossos
fundamentos são passados de forma oral, não teria por que expor os segredos, o conteúdo
deste site, no entanto serve para os interessados na cultura africana, conhecerem um pouco
do nosso batuque praticado no sul do Brasil. Para formar um Babalorixá ou uma Ialorixá, levase
muitos anos, não seria estas poucas linhas o todo de nossa religião,.

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