Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Acompanhamento do Fluxo do Arroz Branco
Santa Maria
2018
Introdução
Histórico da Empresa
2
Figura 1:Vista aérea filial Pirahy Alimentos
3
Linha de Produtos
A empresa conta com uma linha de produtos tradicional e diferenciada, que inclui
arroz branco tipo 1, tipo 2, parboilizado, integral, tipo japonês, tipo oriental, tipo italiano e o
orgânico integral. Atualmente são produzidos mais de 400 mil fardos de arroz na unidade
2, utilizando em cada fardo, pacotes de 5kg, 2kg e 1kg.
4
Estrutura física
Para obter uma visão mais ampla de toda empresa, visitamos a Unidade 1 da Pirahy,
onde são produzidos os mesmos produtos, porém em quantidades menores, em
comparação à filial. Isso deve-se ao fato da sede ser localizada em área urbana,
dificultando a sua ampliação por questões ambientais e espaço físico limitado.
5
Análise do Processo
Figura 7: Balança
6
Figura 8: Calador Figura 9: Processo de calagem
7
As amostras chegam ao laboratório da balança, no qual é feito um estudo
simulando o que irá acontecer no engenho, incluindo pré-limpeza, verificação de umidade,
secagem do grão, descasque, brunimento e classificação por tamanho. Nesse processo
também é utilizado um classificador estatístico S21, com o objetivo de gerar um relatório
preciso com as porcentagens de defeitos da amostra. Os dados dessa análise servirão
para definir se o arroz entra ou não no engenho e para onde será destinada a carga. Os
critérios de qualidade usados para determinar se a carga será aceita são: cargas com até
3% de arroz vermelho são aceitas normalmente; cargas com arroz vermelho entre 3% a
5% serão avaliados pela direção; cargas com arroz vermelho ou impurezas acima de 5%
reter e comunicar a direção.
8
Estabelecido os critérios de classificação do arroz, o caminhão recebe uma
identificação e segue para o estacionamento oblíquo, onde irá aguardar para fazer a
descarga do produto na moega. A ordem de descarga irá se dar de acordo com a
variedade do grão, umidade, rendimento, etc. Quando autorizado, o caminhão é chamado
para descarregar o arroz em uma das moegas selecionadas, seguindo então para o setor
de pré-limpeza, utilizando uma peneira que separa o arroz das impurezas maiores. Essa
operação tem como função limitar a quantidade de materiais indesejáveis.
9
O processo segue quando a carga é transportada para um silo de armazenagem,
e posteriormente para um silo pulmão, onde será direcionado ao secador definido através
do Plano Básico de Recebimento (manual que prevê o abastecimento de silos, feito
anualmente). O método utilizado na secagem ocorre através de calor, gerado pela queima
de casca.
Do secador o arroz ainda em casca seco vai para os silos pulmão, onde
permanece até ser realizada uma outra análise para averiguar se os dados obtidos no
laboratório de secagem estão semelhantes aos da balança. A partir daí o grão será
transportado para um dos silos já definidos anteriormente, conforme seu nível de umidade
e variedade. O arroz permanece durante um tempo no silo até ser necessária à sua
utilização e, posteriormente, é transportado para o setor de beneficiamento.
10
Figura 17: Controle de umidade Figura 18: Laboratório de secagem
11
Iniciando o ciclo do beneficiamento, o primeiro passo é o translado dos grãos por
rosca transportadora, sendo conduzidos até um silo máquina, que descarrega no
descascador onde começa o processo de retirada da casca. O funcionamento desse
equipamento se dá por meio da passagem dos grãos entre dois roletes de borracha que
giram em sentido contrário, com rotações diferentes. Essa diferença de rotação junto com
a pressão radial dos roletes produz um esforço sobre os grãos, provocando o rompimento
da casca, consequentemente, desprendendo-a do grão.
12
Após o grão passar pelos roletes, ele é arremessado para uma câmara, onde
ocorre a separação em 3 fases distintas: casca, arroz integral com marinheiro (grãos
descascados e entre eles alguns ainda com casca) e recuperação (arroz malformado). O
fato de porções ainda saírem o arroz com casca se dá em virtude de que a máquina não
pode operar com a sua capacidade máxima, devido ao risco de quebra ou deformação do
grão.
Para evitar problemas como quebras, fissuras ou trincas no grão ou até um
grande percentual de grãos não descascados (gerados por falhas na regulagem do
equipamento) é fundamental instaurar programas de manutenção e limpezas periódicas,
para controlar a pressão de trabalho e realizar o ajuste dos roletes.
13
Figura 23: Arroz integral com marinheiro
14
Nesse momento, a casca é transportada por uma rosca que a leva até uma
peneira, onde será feita mais uma seleção do arroz que ainda pode ser aproveitado. A
casca que sobra é transportada para o seu respectivo silo, que posteriormente será
utilizada no processo de geração de energia. A parcela que pode ser reaproveitada volta
para o descascador novamente. Em época de safra, a casca é reaproveitada como
recurso de produção energética para o funcionamento do secador.
A aplicação da casca como biomassa, beneficia o engenho de diversas formas,
tais como: redução da agressão ao meio ambiente evitando queimadas a céu aberto e a
redução de custos com o aproveitamento do subproduto.
15
Figura 26: Silo da casca
O arroz integral com marinheiro é levado até o silo por meio de roscas e
elevadores, cuja função é abastecer o separador de marinheiro. O princípio de
funcionamento desse equipamento considera a diferença de tamanho e densidade dos
grãos (peso específico arroz com casca = 600 kg/m³ e o peso específico do arroz
descascado = 800 kg/m³). A separação resulta em 3 subprodutos: marinheiro (que volta
para o descascador), mistura (que retorna para o separador) e o integral (que segue o
fluxo do beneficiamento).
Basicamente, esse processo consiste em uma superfície cheia de grãos,
inclinada, que faz um movimento de vibração, induzindo o marinheiro (arroz com casca) a
dirigir-se as camadas superiores.
16
Figura 27: Separador de marinheiro Figura 28: Arroz integral
17
O fluxo segue quando o arroz sem casca é levado até o saca-pedras através de
elevadores e roscas, que tem como função separar pequenas impurezas mais pesadas
que os grãos, tais como: pedras, fragmentos de vidro, metais, etc. A separação é feita
utilizando a diferença de densidade, por meio da ventilação do ar ascendente, através dos
furos do teto, que aumenta a dispersão entre as impurezas e os grãos, juntamente com o
movimento vibratório e a inclinação da peneira garantem a separação das impurezas mais
densas.
18
Figura 32: Arroz integral
19
Do saca-pedras, o arroz integral é transportado gravitacionalmente para o
classificador de perfil, que difere o arroz vermelho (mais grosso) do integral, levando em
consideração a variação de tamanho, onde o arroz integral irá seguir o fluxo enquanto o
vermelho segue para a área dos derivados.
Esse equipamento é composto por cilindros rotativos, confeccionado de telas com
pequenas aberturas, onde o arroz é separado por suas dimensões, direcionando cada um
dos tipos para orifícios diferentes.
20
Figura 35: Arroz integral
21
O grão integral segue o fluxo sendo levado por meio de roscas transportadoras e
elevadores para iniciar o processo de brunição. Esse processo ocorre com o auxílio de
um brunidor, usando uma ferramenta de superfície abrasiva (pedra) e uma tela, onde
ocorre uma fricção entre o arroz e a pedra, e do arroz com a tela. Os resíduos decorren-
tes da operação (farelo) são extraídos através da tela pela ação da força centrífuga, pelo
ar injetado e pela aspiração do farelo simultaneamente, ocorrendo o resfriamento dos
grãos na tela.
22
Figura 38: Arroz brunido
23
O polimento, processo posterior a brunição, tem a finalidade de promover o aca-
bamento do grão do arroz. Sua função é melhorar o aspecto visual da massa de grãos,
onde é retirado o farelo aderido à superfície que se deteriora e torna-se propício para o
desenvolvimento de micro-organismos e fungos.
O funcionamento é dado através de uma rosca localizada na entrada do polidor,
abaixo da moega de entrada, que envia a massa de grãos para a câmara de polimento,
composta por um jato de água, com geometria desenvolvida para provocar pressão entre
grãos de arroz em meio com umidade controlada, promovendo a remoção do farelo sem
ferir os grãos, obtendo excelente acabamento superficial com aspecto vítreo sem riscos e
(ou) pó.
24
A seguir, o grão chega ao Trieur que será classificado conforme o comprimento de-
le. Esse equipamento é composto por um cilindro rotativo, tendo sua superfície interna
formada por pequenas cavidades denominadas alvéolos, no qual durante o processo
prende os grãos quebrados, fincando presos, enquanto os com dimensões maiores são
forçados a caminhar seguindo para uma das saídas.
No interior do cilindro, os grãos quebrados após algum tempo ficam livres do efeito
provocado pelos alvéolos, enquanto isso o seu peso vence a força centrifuga, caindo para
o interior de uma concha que possui uma rosca acoplada que irá transportá-lo para outra
saída. O grão inteiro segue para o classificador de perfil e o quebrado irá para o classifi-
cador plano rotativo.
25
Figura 43: Arroz inteiro Figura 44: Arroz quebrado
O processo continua com a separação dos grãos bons dos grãos gessados. Quem
realiza esse processo é o classificador de perfil, onde o arroz bom vai para o silo Tempe-
ring (silo de armazenamento interno) e o grão mais fino realiza um novo passe em um
trieur e um classificador de perfil. Os grãos inteiros provenientes desse processo seguem
para um silo de armazenagem, local que será subdividido e vendido como arroz tipo 2. Já
o quebrado irá para a eletrônica, enquanto o gessado irá para o setor de derivados.
26
Enquanto isso, o classificador plano rotativo utiliza o auxílio de diversas telas para
separar os grãos por dimensão. São classificados 4 subprodutos distintos: grão inteiro,
3/4 de grão, 1/2 grão (cangica) e 1/4 de grão (quirera). Visando um maior aproveitamento
de grãos, a cangica e a quirera são destinadas a repasses em trieurs e classificadores de
perfil, onde o grão inteiro irá para o tempering e os quebrados passam por uma seleção
eletrônica, onde os resíduos vão para os derivados e os bons seguem para o silo.
Os grãos inteiros e o 3/4 retornam ao Trieur, onde depois de separado os bons se-
guem para o silo Tempering. Logo, os grãos serão transportados por elevadores e roscas
para o setor das eletrônicas.
27
Figura 48: Grão inteiro e 3/4 de grão
28
Neste setor, os silos descarregam em selecionadoras ópticas (chamadas de eletrô-
nicas), onde o arroz será classificado de acordo com sua cor, através de componentes
como câmeras e luzes, que conseguem facilmente identificar e rejeitar os grãos defeituo-
sos com maior precisão.
Figura 50: Eletrônica vista frontal Figura 51: Eletrônica vista traseira
Durante o processo ocorrem alguns repasses nessas máquinas para se obter me-
lhores resultados. Depois de concluídos, o arroz é encaminhado para um silo pulmão que
mandará, através de uma rosca, o grão para passar por uma nova seção de polimento e
em seguida para um passe no trieur. Nesta etapa o grão é classificado como inteiro e
quebrado, onde o inteiro é conduzido para um elevador que fará o transporte do grão para
o silo da mistura, já os grãos quebrados resultantes, serão repassados em um outro trieur.
29
Este repasse visa retirar a maior porcentagem de grãos inteiros que ainda estão
misturados com os quebrados.
Após esta classificação os grãos seguem para o silo da mistura onde irão repou-
sar até próximo passo do fluxo, que implica em mais uma seleção no classificador de per-
fil.
Finalmente o grão desejado, é transportado por elevadores e roscas para o silo do
pacote. Os pacotes são embalados conforme sistema de controle de estoque. Este con-
trole é realizado através de um software ERP desenvolvido para a empresa, no qual são
gerados relatórios que contém a quantidade diária exata a embalar. Para agilizar o pro-
cesso de transporte e carregamento e facilitar o armazenamento, os fardos são empilha-
dos em paletes.
O beneficiamento determina quantos fardos diários irão sair de acordo com os
pedidos realizados e o controle de estoque. Em média são embalados 18.000 fardos por
dia na unidade 2 e 9.000 por dia na matriz.
30
Figura 53: Empacotamento Figura 54: Caminhão sendo carregado
31
Considerações Finais
32