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Curso Online:

Classificador de Grãos
Armazenamento de grãos, produtos agrícolas....................................................2

Principais condições e estruturas de armazenagem de grãos............................3

Amostragem, determinação de umidade e impurezas........................................5

Legislação: as exigências de qualidade oficial e de mercado.............................8

Padronização: cultivo e produção de grãos.......................................................11

Teoria de classificação......................................................................................13

Práticas de classificação - produtos: Sorgo, Feijão, Milho, Soja e Trigo...........14

A tecnologia: método utilizado para classificar grãos........................................17

Referências bibliográficas..................................................................................22

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ARMAZENAMENTO DE GRÃOS, PRODUTOS AGRÍCOLAS

A utilização de silos para armazenagem de grãos é uma alternativa viável


para produtores que desejam manter a produção por perto e ter o controle
sobre o que foi produzido.

Com isso, eles têm a possibilidade de comercializar os grãos em momento


mais rentável e assim evitar a perda de dinheiro na pós-colheita.

Controle de Temperatura: A medição da temperatura e da umidade são


fundamentais para a manutenção da qualidade dos grãos

Controle da Aeração: A aeração é importante para a manutenção e conversão


do produto. Previna a migração de umidade ocasionadas por condições
climáticas e de vazão.

Controle de pragas: Tenha sempre um controle efetivo de pragas. O


desenvolvimento das pragas ocorre muitas vezes por causa da baixa umidade
do grão.

Tenha um inventário completo do seu produto: É importante listar qual grão


está será armazenado e em qual quantidade antes de estoque em um silo. Isso
garante que o local de armazenagem suporte o produto a ser estocado.

Monitore o nível de armazenagem do silo: É importante contar com tecnologias


de monitoramento do inventário para ganhar mais eficiência no gerenciamento
do seu produto. Existem tecnologias que auxiliam todo o processo de
armazenagem desde medição até monitoramento remoto do seu estoque.

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PRINCIPAIS CONDIÇÕES E ESTRUTURAS DE ARMAZENAGEM DE
GRÃOS

A armazenagem de grãos é o processo de guardar os grãos produzidos com o


intuito de preservar suas qualidades físicas e químicas desde a colheita até o
abastecimento.

Em síntese, esse processo envolve uma sequência de operações como


limpeza, secagem, tratamento fitossanitário, transporte, classificação, entre
outros.

A aeração de grãos armazenados consiste em promover a passagem de baixa


vazão de ar natural ou resfriado por meio de ventiladores através da massa
granular.

Nesse sentido, o intuito é baixar e uniformizar a temperatura dos grãos


armazenados, prevenir a migração de umidade e, dependendo das condições
climáticas e da vazão de ar, viabilizar a secagem ou reumedecimento dos
grãos.

Contudo, essa ferramenta é muito útil na manutenção e conservação do


produto armazenado, uma vez que diminui a umidade e a temperatura da
massa de grãos. No entanto, se manejada de maneira errada, pode promover
umedecimento ou secagem excessiva da massa, afetando negativamente a
qualidade e a conservação.

Em grãos armazenados, o organismo mais importante é o próprio grão.


Embora esteja com seu ciclo de vida temporariamente suspenso (estágio de
dormência), tem todas as propriedades de um organismo vivo. Os grãos devem
ser colhidos logo após atingirem a maturidade fisiológica, isto é, quando sua
matéria seca atingir o peso máximo. A partir desse ponto, se o produto não for
colhido, processado e armazenado adequadamente, as perdas serão cada vez
maiores.

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Imagem: cnabrasil.org.br

As perdas durante o armazenamento podem ocorrer devido a:

• Descarga inadequada do produto no armazém, o que gera danos mecânicos


(grãos quebrados e trincados);

• Massa de grãos com muitas impurezas;

• Massa de grãos com diferentes teores de água;

• Secagem incorreta de grãos; e

• Circulação de ar deficiente no local de armazenagem.

Importante:

A temperatura e a umidade podem ser alteradas para garantir a qualidade dos


grãos durante a armazenagem. Por isso, devem ser medidas e controladas.

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AMOSTRAGEM, DETERMINAÇÃO DE UMIDADE E IMPUREZAS

A coleta de amostras é feita tanto no recebimento do produto como durante as


etapas de pré-processamento e armazenagem, ou ainda, por ocasião da sua
expedição ou comercialização. Na recepção, de preferência antes da pesagem
da carga que está sendo recebida, faz-se a pré-amostragem, quando procura-
se verificar a qualidade e determinar o percentual de impurezas e o percentual
de umidade do produto. Pela pré-amostragem decide-se sobre o destino do
produto, ou seja, se há necessidade de limpeza, secagem ou armazenamento
imediato, ou até se deve ser rejeitado. Antes da descarga, é feita a
amostragem para determinar o teor de umidade, teor de impurezas,
classificação do produto e, no caso do trigo, a determinação do peso
hectolítrico. Durante o armazenamento, é feita amostragem para verificar a
ocorrência de insetos, roedores, deterioração, teor de umidade do produto,
além da sua classificação. Por ocasião da expedição ou comercialização, a
amostragem tem por finalidade dirimir dúvidas posteriores quanto à natureza e
características do produto expedido.

A origem dos danos causados ao grão a ser estocado encontra-se relacionada


ao manejo da cultura, estado de maturidade do grão, forma de colheita e
transporte. Assim sendo, os primeiros cuidados a serem observados para o
início de uma atividade armazenadora estariam intimamente relacionados ao
conhecimento da sanidade, teor de umidade e grau de impurezas do grão.

Desse modo, o procedimento de amostragem relativo a um determinado lote de


grãos a partir de seu recebimento em uma Unidade Armazenadora é um dos
pontos de grande importância para o sucesso de seu armazenamento, já que
esta vai proporcionar o perfeito conhecimento das condições qualitativas dos
grãos para adoção dos adequados procedimentos operacionais no decorrer de
sua armazenagem nos armazéns e silos.

Saiba mais. Para um melhor aprendizado, vamos aprende um pouco mais


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Amostra: é parte, porção, fragmento ou unidade de produto natural ou
fabricado, sem valor comercial e destinada a indicar a sua natureza, qualidade
e tipo do produto.

Amostragem de grãos: é a prática que consiste em obter uma porção


representativa de um lote de grãos, objetivando o conhecimento de sua
qualidade. A finalidade da amostragem é obter uma amostra de tamanho
adequado para os testes, na qual estejam presentes os mesmos componentes
do lote a ser classificado e em proporções semelhantes.

Lote: é a quantidade de produto vegetal, seus subprodutos e resíduos de valor


econômico com especificações de identidade, qualidade e apresentação
perfeitamente definidas. É identificado por número, letra ou combinação dos
dois, na qual cada porção é uniforme quanto às determinações contidas na
identificação.

Representatividade: é conseguida quando a amostra final, obtida a partir da


mistura de pequenas quantidades de grãos retiradas de diferentes pontos de
um lote, possui todas as características dessa carga amostrada.

Amostra simples: é uma pequena porção do produto retirada de diferentes


pontos do lote, por meio de amostrador.

Amostra composta: é a formada pela combinação e mistura de todas as


amostras simples retiradas do lote. Por ser geralmente bem maior que a
necessária para as diferentes análises, necessita ser reduzida antes de ser
enviada ao laboratório ou posto de classificação.

Amostra média: é a recebida pelo laboratório para análise, sendo resultante


da homogeneização e redução da amostra composta.

Amostra de trabalho: é a obtida por homogeneização e divisão da amostra


média pra ser usada nas determinações analíticas.

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Canecos ou baldes

São coletores de amostras para produtos a granel em queda livre (dutos de


descarga) ou na saída dos transportadores como correias transportadoras,
elevadores de caneca, roscas sem fim e outros.

Os canecos são constituídos do bico, onde é coletada a amostra, e um cabo


que pode variar de tamanho, dependendo da necessidade para cada caso (os
canecos pelicanos, por exemplo, o apresentam em maior comprimento). Os
baldes podem ser também utilizados para depósitos das pequenas amostras à
medida que elas vão sendo retiradas, visando posterior homogeneização.

Coletores de amostra

Imagem: conab.gov.br

Embalagens de polipropileno: São utilizadas para a colocação e proteção


das amostras retiradas (após a sua homogeneização e redução), visando a
realização posterior dos testes necessários à identificação das condições
qualitativas do produto e à manutenção dessas amostras em local próprio na
unidade (armário ou prateleiras) de uma forma adequada à preservação de sua
representatividade em relação ao lote.

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LEGISLAÇÃO: AS EXIGÊNCIAS DE QUALIDADE OFICIAL E DE MERCADO

A pré-amostragem consiste no procedimento de retirada de amostras na


recepção de produtos a granel, que deve ser realizado, de preferência, antes
da pesagem do veículo, para verificar a qualidade e determinar o percentual de
impurezas e o percentual de umidade do produto, verificando se há
necessidade de limpeza, secagem ou armazenamento imediato, permitindo
escolher a moega onde será descarregado o produto ou optar pela rejeição da
carga, caso haja algum fator que a desclassifique.

As amostras devem ser colhidas utilizando-se sondas manuais ou pneumáticas


e devem ser coletadas ao acaso, em profundidades que atinjam o terço
superior, o meio e o terço inferior da carga a ser amostrada, já que os grãos
localizados na parte superior do caminhão ou vagão podem ter sofrido
influência dos ventos, chuva ou sol e, além disso, durante o transporte, as
impurezas mais pesadas tendem a se acomodar no fundo da carroceria do
caminhão ou vagão e as impurezas mais leves na parte superior. Esse
fenômeno denomina-se segregação e os fatores envolvidos na segregação são
o tamanho, a forma e a densidade das impurezas.

Na utilização de sondas manuais, estas devem ser introduzidas na massa de


grãos em posição oblíqua e na utilização das sondas pneumáticas as
instruções de uso dos fabricantes devem ser observadas.

Nos dois casos, o esquema de coleta a ser utilizado será determinado pelo
responsável técnico pela unidade, que poderá inclusive modificá-lo para cada
operação, de modo que o transportador ou proprietário da mercadoria não
saiba a priori onde irão ser coletadas as amostras. Dessa maneira, os pontos
de coleta poderão ter diversas distribuições para a consequente realização da
operação.

Deve ser retirada uma quantidade mínima de 2 kg por ponto de amostragem e


a distância entre os pontos nunca deve ser superior a 2 metros.

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A massa de grãos possui determinadas características que poderão
comprometer ou garantir sua qualidade devendo, portanto, ser observadas:

Porosidade da massa: quando armazenados em silos, vasilhas ou sacos, os


grãos formam uma massa porosa constituída por eles próprios e pelo espaço
ocupado com ar, que representa em torno de 40 a 45% do volume total.

Condutibilidade térmica: os grãos trocam calor entre si e sua massa porosa.


O calor passa de uma região mais quente para uma mais fria, de grão para
grão – pois estes estão em contato (condução) – e pelo fluxo de ar que passa
pela massa porosa (microconvecção).

Equilíbrio da umidade dos grãos: a umidade da massa de grãos mantém-se


em equilíbrio quando há uma relação positiva entre a umidade relativa do ar e a
temperatura. Se a umidade relativa do ar e a temperatura variam muito, os
grãos perdem ou ganham umidade de acordo com a baixa ou alta umidade
relativa do ar.

Importante:

Para armazenar grãos adequadamente, estes devem ser mantidos sob


condições que dificultem ou evitem o crescimento de microrganismos e insetos
que causam perdas ou estragos. Para tanto, o teor de água, a umidade relativa
do ar e a temperatura devem estar em equilíbrio.

A operação deverá ser realizada por ocasião do recebimento e expedição do


produto, bem como visando a sua inspeção e em casos de transferência de
propriedade.

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A classificação de grãos é um processo que fiscaliza a qualidade dos produtos
vendidos pelo produtor a uma cooperativa, cerealista, trading ou indústria. Se o
grão de soja não estiver de acordo com parâmetros estabelecidos pelo
Ministério da Agricultura, o agricultor pode ter o desconto no pagamento da
carga.

A classificação de grãos foi instituída pela Lei nº 9.972, de 25 de maio de 2000


e regulamentada pelo Decreto nº 3.664, de 17 de novembro de 2000.
A lei exige que, em determinadas situações, os grãos sejam classificados e
estipula quem pode executar essa classificação.

Art. 1o Em todo o território nacional, a classificação é obrigatória para os


produtos vegetais, seus subprodutos e resíduos de valor econômico:

I - quando destinados diretamente à alimentação humana;

II - nas operações de compra e venda do Poder Público; e

III - nos portos, aeroportos e postos de fronteiras, quando da importação.

§ 1o A classificação para as operações previstas no inciso II será de


responsabilidade do Poder Público, que poderá repassá-la aos agentes
credenciados nos termos desta Lei.

§ 2o É prerrogativa exclusiva do Poder Público a classificação dos produtos


vegetais importados.

§ 3o A classificação será realizada uma única vez desde que o produto


mantenha sua identidade e qualidade.

Art. 2o A classificação a que se refere o artigo anterior fica sujeita à


organização normativa, à supervisão técnica, à fiscalização e ao controle do
Ministério da Agricultura e do Abastecimento.

Art. 3o Para efeitos desta Lei, entende-se por classificação o ato de determinar
as qualidades intrínsecas e extrínsecas de um produto vegetal, com base em
padrões oficiais, físicos ou descritos.

Art. 6o Fica instituído, no Ministério da Agricultura e do Abastecimento, para


fins de controle e fiscalização, o Cadastro Geral de Classificação, destinado ao
registro de pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado,
envolvidas no processo de classificação.

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PADRONIZAÇÃO: CULTIVO E PRODUÇÃO DE GRÃOS

A contaminação por matérias estranhas e outros danos que afetam a qualidade


dos grãos para a agroindústria estão entre os fatores que levam às perdas de
qualidade. A contaminação pode se dar de forma biológica, física e química,
podendo ocorrer sozinha ou agrupadas.

Perda física ou quebra: ocorre quando o produto sofre uma perda de peso
pelos danos causados, principalmente, por ataque de insetos. Outros animais,
como os roedores e os pássaros, também ocasionam perdas, mas são
menores se comparadas àquelas provocadas por insetos.

Perda de qualidade: ocorre quando a qualidade do produto muda,


principalmente pela ação de fungos, que causam fermentação, alteração do
gosto e do cheiro natural do produto e redução do valor nutritivo dos grãos.

Para saber o ponto de colheita dos grãos é necessário determinar sua umidade
nas condições de campo. O resultado indica se estão prontos para serem
colhidos e se necessitarão ou não de redução da umidade com secagem
artificial para o armazenamento.

Os teores de água recomendados para a colheita manual dos grãos são


apresentados na Tabela 2. Para a maioria deles, como arroz, feijão e milho, os
teores de água variam entre 18 e 20%.

Para serem armazenados, os grãos colhidos necessitam ficar com 12 ou 13%


de umidade, nível alcançado com secagem em terreiro ou no secador.

A operação de amostragem deve ser efetuada da forma mais cuidadosa


possível, com a finalidade de obtenção de uma amostra que, mediante sua
análise, indique com precisão a qualidade real do lote de grãos, seja em sua
entrada, transferência de propriedade, saída ou nas inspeções que porventura
ocorram. Uma amostragem deficiente acarretará sempre em resultados

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errôneos na análise posterior, o que impossibilitará o estabelecimento de um
manejo adequado para a perfeita estocagem e conservação dos grãos.

Recomenda-se, por conseguinte, o rigor absoluto por parte dos empregados


competentes no tocante à realização da operação em pauta dentro das normas
estabelecidas, bem como uma constante fiscalização pelos responsáveis
técnicos e setores operacionais, de modo a garantir-se sempre a sua adequada
execução.

Por exemplo, a espécie de granífera, a quinoa (Chenopodium quinoa) pertence


à mesma família do espinafre e da beterraba, a Chenopodiacea. Por muito
tempo, seu cultivo ficou restrito à agricultura de subsistência. Porém, com as
descobertas de suas inúmeras propriedades nutricionais, o alimento indígena
ganhou visibilidade. Fácil de plantar e com o apelo de produto saudável, essa
cultura nova no cenário nacional pode se tornar uma alternativa rentável para o
agricultor.

Solo: Evite solos rasos, com possibilidade de encharcamento e elevado índice


de acidez

Clima: adaptou-se bem sob temperaturas entre 20 e 28 graus, na região do


cerrado

Área mínima: pode começar por um canteiro

Colheita: quando as sementes apresentarem nível de umidade de 20%

Sementes: a Embrapa fornece amostra grátis para multiplicação.

As semeaduras de safrinha e de entressafra (inverno, sob irrigação) são


melhores para a produção de grãos, enquanto para forragem pode chegar até
a estação das chuvas. O plantio pode ser feito tanto na superfície quanto, no
máximo, com dois centímetros de profundidade, numa densidade de 40 a 50
sementes por metro.

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TEORIA DE CLASSIFICAÇÃO

A coleta de amostras visa obter uma porção representativa de um lote de


grãos, o que se consegue quando a amostra final possui todas as
características dos lotes. Para compor a amostra final devem ser coletadas
várias amostras simples, de diversos pontos da lavoura.

Material utilizado:

• Balde;

• Pedaços de madeira limpa;

• Sacos plásticos;

• Etiquetas; e

• Cordões.

O tamanho dos talhões dependerá da época de plantio e do estágio de


desenvolvimento da cultura. Os talhões devem ser separados por épocas de
plantio e estágio de desenvolvimento da cultura, de modo a se obter amostras
representativas do lote.

Deverão ser coletadas pelo menos 5 amostras simples por talhão. O percurso,
na forma de zigue-zague, permite coletar as amostras mais representativas do
lote.

Separação num zigue-zague em talhão

Nessa operação faz-se a debulha dos grãos, deixando os seus envoltórios


(palha) no campo. A coleta de amostras de grãos deve ser feita quando não
houver orvalho na planta, para evitar alterações na medição do teor de água
dos grãos.

Coloque a amostra de grãos numa peneira

Misture bem as amostras dentro do recipiente

Componha a amostra final

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PRÁTICAS DE CLASSIFICAÇÃO - PRODUTOS: SORGO, FEIJÃO, MILHO,
SOJA E TRIGO

Teor de umidade dos grãos na colheita:

A importância da secagem de grãos aumenta à medida que cresce a produção,


dadas as seguintes vantagens:

• Permite antecipar a colheita, disponibilizando a área para novos cultivos;

• Diminui a perda do produto no campo;

• Permite armazenagem por períodos prolongados, sem o risco de deterioração


do produto;

• O poder germinativo de sementes é mantido por longos períodos; e

• Impede o desenvolvimento de microrganismos e insetos.

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A secagem dos grãos pode ser feita naturalmente no terreiro ou artificialmente
em secadores. Para a escolha do sistema de secagem mais apropriado, é
importante conhecer as características técnicas dos diferentes tipos de
secadores. A correta escolha e operação dos secadores permite preservar a
qualidade do produto, economizar tempo, mão de obra e combustível, além de
reduzir os riscos de incêndio.

A velocidade de secagem de um produto depende, além do sistema de


secagem, das características do grão. Grãos pequenos secam mais rápido que
grãos maiores. Grãos sem cascas perdem umidade mais rápido do que
aqueles que têm a estrutura integral. Os grãos de milho, por serem maiores
que os de arroz e trigo, secam mais lentamente. Por outro lado, apesar de
apresentarem tamanho comparável, os grãos de arroz em casca secam mais
lentamente que os de trigo. Da mesma maneira, podemos fazer comparações
com os grãos de café.

No terreiro, a umidade dos grãos é retirada pela ação do sol e do vento e pela
movimentação manual do produto. Podem ser construídos com facilidade e são
de simples manuseio. Os terreiros apresentam como vantagem a possibilidade
de secarem qualquer tipo de grão e de serem utilizados na pré-secagem de
produtos com elevada umidade (acima de 20%). Suas principais desvantagens
são:

• É suscetível às condições climáticas, que podem deteriorar o produto; e

• Utilizam mão de obra intensiva para o manuseio do produto.

Existem diferentes tipos de secadores mecânicos, que se diferenciam pela


capacidade de secagem, pelos sistemas de fluxo do ar e dos grãos no secador,
pela temperatura do ar de secagem, pela existência de câmara de repouso e
pelo número de vezes em que os grãos retornam à câmara de secagem.

O paiol ou tulha é muito utilizado para armazenar o milho em espiga. Nesse


sistema de armazenamento podem ocorrer perdas devido à presença de
insetos, fungos e roedores. Estima-se que pelo menos 15% das perdas de
grãos armazenados são causados diretamente por insetos e fungos.

As estruturas para o armazenamento de milho em espigas em propriedades


devem apresentar algumas características gerais:

• Barreiras contra a penetração de ratos, mas que permitam bom arejamento; e

• Praticidade das operações de carga e descarga

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Os grãos ou espigas de safras diferentes não devem ser misturados e devem
ficar em lotes separados;

Os grãos de safras anteriores devem ser expurgados (aplicação de gás para


eliminação dos insetos);

As espigas devem ser protegidas da umidade e mantidas longe das paredes do


local de armazenamento; e

Classifique e selecione as espigas conforme o empalhamento, separando


aquelas bem empalhadas das mal empalhadas.

A estocagem de grãos a granel nas unidades armazenadoras fixas pode


ocorrer em silos (metálicos, de alvenaria ou de concreto), em armazéns
convencionais (sacarias), em armazéns graneleiros e em sistemas de
armazenagem temporária (silo bag). Essas estruturas devem ter os
equipamentos necessários para o recebimento, expedição, separação de
impurezas, transporte e secagem.

Pontos a serem considerados no uso dos bags:

• Silo bags são mais adequados para uso de curto prazo (alguns meses, no
máximo);

• Armazenam alto volume de grãos para auxiliar na logística da colheita;

• O local deve ser preparado para receber os bags. É o passo mais importante
para o armazenamento bem sucedido; e

• Inspecione os silo bags semanalmente, ou mais frequentemente, e remende


buracos, de modo a reduzir a chance dos grãos estragarem por excesso de
umidade ou por ataques de pragas.

Os silo bags são difíceis de arejar e têm uma grande área exposta ao
aquecimento do sol. Isso significa que eles permanecem aquecidos por meses
após a colheita, o que pode afetar as taxas de germinação das sementes e a
qualidade do malte da cevada.

Faça o teste da qualidade do saco e verifique se não há rachadura ou


rompimento do material, apertando o polegar em uma das bordas da bolsa.
Assim, será possível fazer um julgamento subjetivo sobre sua qualidade. Teste
diferentes marcas antes de comprar.

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A TECNOLOGIA: MÉTODO UTILIZADO PARA CLASSIFICAR GRÃOS

Os cereais são produzidos em todo o mundo e, por conterem grande


quantidade de carboidratos, são a principal fonte de energia ingerida pelos
seres humanos. Eles também apresentam, em média, água (12-13%), proteína
(9-13%), lipídios (2-5%), fibras (0,5-2%) e minerais (1-3%). As proteínas
apresentam baixa qualidade biológica, devido à deficiência de aminoácidos
essenciais, como a lisina e a metionina.

O principal uso dos cereais é para a fabricação de farinha destinada a produtos


de panificação e as fibras e farelos, para fabricação de ração animal. Durante o
processamento, muitos dos nutrientes separam-se, concentram-se ou até
mesmo perdem-se:

1. Partes são separadas ou removidas como gérmen de trigo e óleo de milho.

2. Como os nutrientes estão distribuídos não uniformemente dentro do grão,


alguns componentes são concentrados durante a separação, como na
produção de amido de milho, que é o principal constituinte do endosperma.

3. Podem ocorrer mudanças de nutrientes como a migração das vitaminas


presentes nas camadas mais externas para o interior do grão durante a
parbolização do arroz.

Dentre os grãos, existem também as leguminosas como a soja, o feijão, a


ervilha, o grão de bico e a lentilha. Estes são ricos em proteínas e são
utilizados tanto na alimentação humana como de animais, além de serem fonte
de fibras e minerais.

A qualidade do grão de trigo pode ser definida como resultado da interação que
a cultura sofre no campo, as condições do solo, clima, incidência de pragas e
moléstias, manejo da cultura, cultivar, bem como das operações de colheita,
secagem, armazenamento, moagem e das características genéticas
(POMERANZ, 1987). No Brasil existem cultivares de trigo adaptadas e com alta
força de glúten, as quais são denominadas de melhoradores (BRASIL, 2001).
As avaliações físicas, reológicas e funcionais de trigos são de vital importância
para a indústria de panificação, pois permite definir a proporção a ser utilizada
nas mesclas de trigos e de farinhas (RAO & RAO, 1993).
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Amostras de 15 kg de grãos de trigo dos genótipos Embrapa 22, Embrapa 42,
Ônix, Taurum e Fundacep 27, plantados no cerrado brasileiro, safra 2003/2004
pela OR Melhoramento de Sementes foram submetidos à limpeza em
separador de impurezas modelo Sintel e às análises realizadas em
delineamento inteiramente casualizado no laboratório de Cereais do Centro de
Pesquisa em Alimentação da Universidade de Passo Fundo.

Peso do hectolitro. Determinado de acordo com Regras de Análise de


Sementes (BRASIL, 1992), pelo uso de balança marca Dalle Molle e os
resultados expressos em kg.hL-1.

Peso de mil grãos. Determinado de acordo com a metodologia descrita por


Regras de Análise de Sementes (BRASIL, 1992) através da contagem manual
de cinqüenta grãos em quadruplicata e os resultados expressos em gramas.

Moagem experimental. Realizada em moinho piloto marca Chopin, de acordo


com o método número 26-10 da AACC (1999), através de uma passagem pelo
sistema de quebra e duas passagens pelo sistema de redução. Foram
determinados a porcentagem de farinha de quebra e extração de farinha,
realizado em duplicata.

Número de queda. Determinado em farinha de trigo através do uso do


aparelho Falling Number, marca Perten Instruments, de acordo com o método
56-81B da AACC (1999), utilizando sete gramas de amostra, corrigido para
14% de umidade e realizado em triplicata.

Proteína bruta. Determinada em espectrômetro do infravermelho próximo,


marca Perstorp Analytical e utilizado a curva de calibração fartam construída
pelo laboratório de Físico-Química do Cepa a partir do método Kjeldahl (AACC,
1999), em triplicata.

Alveografia. As características viscoelásticas da farinha de trigo foram


determinadas no alveógrafo marca Chopin, modelo NG (Villeneuve-la-Garenne
Cedex, França) utilizando o método nº 54-30 da AACC (1999), através da
pesagem de 250 gramas de farinha e volume de 129,4 mL de água, corrigido
na base de 14% de umidade. Os parâmetros obtidos nos alveogramas são
tenacidade (P), que mede a sobrepressão máxima exercida na expansão da
massa (mm); extensibilidade (L), que mede o comprimento da curva (mm) e
energia de deformação da massa (W), que corresponde ao trabalho mecânico
necessário para expandir a bolha até a ruptura, expressa em 10-4 J.

Farinografia. As características da massa durante a mistura foram


determinadas no Promilógrafo marca Max Egger, modelo T6 (Blasen, Áustria),
pelo uso de 100 g de farinha de trigo e realizadas de acordo com as

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recomendações do manual do aparelho (PROMYLOGRAPH, 2001). Os
parâmetros avaliados foram absorção de água, que indica a qualidade da
farinha refletida pela capacidade de intumescimento do glúten e o teor de
amido danificado; tempo de desenvolvimento, que corresponde ao intervalo
decorrente desde a primeira adição de água até o ponto de máxima
consistência (pico); estabilidade, definida como a diferença de tempo entre o
ponto em que o topo da curva intercepta a linha média de 500 UP e o ponto da
curva que deixa a linha.

Panificação experimental. O preparo da massa foi realizado de acordo com o


método nº 10-80B da AACC (1999), com adaptações, sendo utilizado farinha
(100%), gordura vegetal hidrogenada (3%), sal refinado (1,75%), ácido
ascórbico (0,01%), açúcar (5%), fermento biológico (3%) e água a 4ºC,
adicionada de acordo com a absorção no promilógrafo.

Os ingredientes foram misturados na misturadora marca Kitchen Aid, modelo


K5SSWH2, na velocidade média por sete minutos. Adicionou-se o fermento
biológico e misturou-se por mais seis minutos. A massa foi retirada da
misturadora, dividida em porções de 175 g, sendo estas colocadas em formas
de tamanho padrão, e deixada em descanso por dez minutos. Na operação de
fermentação, as massas foram colocadas em câmara marca Multipão, regulada
na temperatura de 30 ±1 ºC e umidade relativa de 80%. O monitoramento foi
realizado pelo uso de termo-higrógrafo. O cozimento foi realizado no forno,
marca Labor Instruments, modelo QA 226, regulado na temperatura de 220 ºC
por 18 minutos, e após os pães esfriarem por uma hora foram realizadas as
análises.

A classificação granulométrica é uma técnica pela qual os diversos tipos


de solos são agrupados e designados em função das frações preponderantes
dos diversos diâmetros de partículas que os compõem. Estas frações são
obtidas através da análise granulométrica. Este tipo de classificação deve ser
avaliado com cautela pois, o comportamento do solo nem sempre é
condicionado pela fração predominante, apesar dessa restrição, a análise
granulométrica é universalmente utilizada.

Não há uma única definição para os intervalos de variação dos diâmetros das
partículas. Existem várias escalas em uso pelo mundo como, por exemplo, a
Classificação Internacional utilizada pelo MIT - Instituto de Tecnologia de
Massachusetts, e o Sistema de Classificação da ABNT - Associação Brasileira
de Normas Técnicas.

No Brasil, segundo a ABNT NBR 6502/95, a classificação dos solos, de acordo


com sua granulometria, é realizada conforme quadro abaixo.

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Escala segundo a ABNT

Classificação Diâmetro dos grãos

Argila menor que 0,002 mm

Silte entre 0,002 e 0,06 mm

Areia entre 0,06 e 2,0 mm

Pedregulho entre 2,0 e 60,0 mm

Para o armazenamento em sacaria, chamado de convencional, os sacos


devem ser empilhados em estrados de madeira com altura mínima de 12 cm do
chão para manter a circulação do ar. Sempre que possível, as pilhas de sacos
devem ter, no máximo, 4,5 m de altura.

Silos de madeira: para volumes pequenos de sementes – 60 a 80 toneladas;

Silos de alvenaria: podem armazenar de 100 a 1.200 toneladas;

Silos de concreto: de uma a três mil toneladas ou mais; e

Silos metálicos: podem ser para seis mil toneladas ou mais.

Os silos mais utilizados atualmente, principalmente no Brasil, são os fabricados


a partir de concreto e os metálicos.

Os cuidados durante o armazenamento de grãos em sacaria precisam ser


seguidos diariamente, uma vez que os problemas com insetos e roedores
talvez sejam maiores do que aqueles na armazenagem de espigas. Os
roedores merecem especial atenção, pois suas fezes e sua urina podem
causar estragos às sacarias e contaminação do produto. Devido ao seu
potencial de infestação por insetos, o milho em espigas jamais deve ser
armazenado juntamente com o milho em sacaria.

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Referências bibliográficas:

Genuine.Como fazer o controle correto de armazenamento de grãos em silos.

Disponível em:

https://automation.sptech.ind.br/como-fazer-o-controle-correto-de-
armazenamento-de-graos-em-silos?gclid=CjwKCAjw6qqDBhB-EiwACBs6x-
RFVfNXlV_GYq2MzrNX6xRXcQ5W7Yzv1EK1njA256v3dtg_4EHyAhoCg9YQAv
D_BwE

MyFarm.Armazenagem de grãos: saiba tudo sobre silos.

Disponível em:

https://myfarm.com.br/tudo-sobre-
silos/#:~:text=A%20utiliza%C3%A7%C3%A3o%20de%20silos%20para,de%20
dinheiro%20na%20p%C3%B3s%2Dcolheita.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

Grãos: armazenamento de milho, soja, feijão e café. / Serviço

Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: Senar, 2018.

100 p.; il. – (Coleção SENAR 216)

ISBN: 978-85-7664-201-5

1. Armazenamento de grãos. 2. Grãos, colheita. 3. Grãos, controle

de insetos. II. Título. CDU 633.682 (81)

Disponível em:

https://www.cnabrasil.org.br/assets

631.563(05)

C737b Companhia Nacional de Abastecimento.

Boletim Técnico: Série Armazenagem / Companhia Nacional de Abastecimen-


22
to – v.1 (2015- ). – Brasília : Conab, 2015-

v. 1, n. 1

Trimestral

Disponível em: http://www.conab.gov.br

ISSN: 2359-5612

1. Armazenagem. I. Título.

Disponível em:

http://www.conab.gov.br

CANAL RURAL.Saiba como funciona a classificação de grãos para a soja e


milho.

Disponível em:

https://www.canalrural.com.br/projeto-soja-brasil/saiba-como-funciona-
classificacao-graos-para-soja-milho-68011/

LEI No 9.972, DE 25 DE MAIO DE 2000.

Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9972.htm

Texto João Mathias.Consultor Wellington Pereira de Carvalho.Quinoa.A


nutritiva semente, cultivada há pouco tempo no país, já tem uma variedade
adaptada às condições de solo e clima brasileiro.

Disponível em:

http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC1629938-
4529,00.html

Cristina Yoshie Takeiti.Agência Embrapa de Informação Tecnológica.

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Disponível em:

https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_alimentos/arvore/
CONT000fid57plx02wyiv80z4s47384pdxjo.html

Luiz Carlos Gutkoski; Bruna Klein; Fernanda Arnhold Pagnussatt; Ivone


Pedó.Características tecnológicas de genótipos de trigo (Triticum aestivum L.)
cultivados no cerrado.

Disponível em:

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
70542007000300027

Wikipédia, a enciclopédia livre.Classificação granulométrica.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Classifica%C3%A7%C3%A3o_granulom%C3%A9tri
ca

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