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Cultivo do cumaru

O cumaru é um produto do extrativismo realizado na floresta amazônica, mas que


também tem excelentes resultados quando cultivado. O cumaruzeiro é uma árvore de
grande porte que demanda grande quantidade de luminosidade para se desenvolver.

Quando cultivado para ter como produto seus frutos e sementes, recomenda-se o
espaçamento de 15 m x 15 m para que seja proporcionado aos indivíduos o melhor
desenvolvimento de copa.

Coleta de sementes

A coleta dos frutos é realizada após seu amadurecimento, momento em que este cai ao
pé do cumaruzeiro. Após sua coleta, o fruto deve ser quebrado com cuidado para que
seja realizada a retirada de sua semente íntegra.

É essa semente que, após passar por processo de secagem e chegar a um teor de
umidade próximo aos 10%, será comercializada e direcionada para a indústria.

Parcerias com os laboratórios universitários como o da Ufopa que faz estudos sobre
identificação de substancias no cumaru ou de outras instituições como forma de realizar
estudos sobre a qualidade e o teor de substancias derivadas do cumaru e da castanha
para certificação também cientifica do produto com auxilio desses laboratórios
parceiros, além de uma forma de tornar o plantio e a coleta mais eficiente, pois se terá
conhecimento da melhor forma a ser realizado.

Fluxograma do processo produtivo da castanha do Brasil na usina beneficiadora


de Brasiléia.

RECEPIÇÃO COMERCIALIZAÇÃO

LIMPEZA
EMBALAGEM

SELEÇÃO

SELEÇÃO/CLASSIFICAÇÃO
AUTOCLAVAGEM

LIMPEZA DESCASCAMENTO ESTUFA/SECAGEM


• Recepção
Toda a castanha comprada pela cooperativa é transportada até a usina em Brasiléia,
onde então é recepcionada no armazém. Na recepção é feita a pesagem e uma avaliação
visual das castanhas para mensuração da qualidade do produto. A pesagem é necessária
para que se tenha uma ideia exata da quantidade a ser industrializada, desde a
quantidade a ser colocada no autoclave, até o resfriamento final do processo.

• Limpeza
As amêndoas, ainda com a casca, passam por um cilindro onde são limpas e separados
todos os materiais estranhos como folhas, pedras, areias e outras impurezas, afim de
evitar a contaminação e também sua deterioração.

• Seleção
Após a limpeza, as amêndoas passam por uma esteira de seleção, onde são selecionadas
todas as possíveis amêndoas que estiverem em condições inadequadas (deterioradas ou
podres). É nessa etapa que ocorre uma grande perda na produção, cerca de 35% das
amêndoas são eliminadas.

• Autoclavagem
É a preparação para o descascamento. As castanhas são submetidas ao processo de
autoclavagem, uma espécie de choque térmico cujo objetivo é o desprendimento da
amêndoa da casca, facilitando o processo de descascamento sem quebrar a amêndoa.

• Limpeza
Nesta, as a etapa, as amêndoas passam por um novo processo de limpeza onde são
retiradas as possíveis amêndoas que se quebraram durante a autoclavagem.

• Descascamento automático
As amêndoas já limpas passam por esteiras onde são submetidas ao descascamento, que
é feito por quebradores automáticos que emitem força mecânica contra as amêndoas.
Depois de quebradas as amêndoas passam por peneiras onde são eliminadas as cascas.

• Estufa/secagem
A secagem visa reduzir a umidade das amêndoas em torno de 4% a uma temperatura de
60ºC a 70ºC. As amêndoas são colocadas em bandejas teladas que devem ser aquecidas
a um tempo determinado a umidade desejada.

• Seleção/classificação
A seleção e classificação das amêndoas são feitas automaticamente. As amêndoas são
postas em bandejas que possuem compartimentos (orifícios com medidas padronizadas)
e por movimentos aplicados nas bandejas, as amêndoas caem nos compartimentos de
acordo com o seu tamanho.

• Embalagem
As amêndoas são embaladas à vácuo em sacos de alumínio. O peso de cada embalagem
se dá de acordo com a necessidade do mercado.

• Comercialização
Parte da produção é comercializada no mercado interno, principalmente para o sudeste e
sul do país. A outra parte é destinada a exportação. A COOPEACRE comercializa a
castanha nas formas in natura, tipo “dry” e beneficiada.
A criação de barreiras sanitárias, que visam um maior controle de qualidade dos
produtos e o aumento no rigor para importação de castanha, por parte dos países
europeus e Estados Unidos, exigiu um maior grau de organização em todas as etapas da
produção da castanha do brasil (COSLOVSKY, 2005).
A certificação da castanha do brasil abre caminho para novos mercados e essa tem sido
a estratégia adotada por algumas comunidades extrativistas no Acre para melhorar os
preços na hora da comercialização. Em 2006, a iniciativa foi ampliada pelo SEBRAE e,
com co-financiamento pelo WWFBrasil, alcançou 260 famílias em nove municípios,
além da adesão de outras duas cooperativas (Caex e Cooperacre).
Preocupação com as questões sanitárias e de higiene, o demonstra ser mais um ponto
positivo para a melhoria da qualidade do produto final para evitar contaminação por
aflatoxina (castanha).
Aflatoxina
A presença do fungo Aspergillus flavus é responsável pela aflatoxina no produto. Os
fungos produtores de aflatoxinas podem penetrar através da casca das castanhas em
ambientes com uma umidade relativa acima de 75% e contaminar as sementes (COSTA,
1991).
Costa (1991) acrescentou ainda que o risco de contaminação por aflatoxinas é bem
menor em castanhas descascadas.

Controle de Estoque.
As diretrizes estabelecidas por Dias (1993, p. 25) são descritas a seguir:
a) Metas quanto ao tempo de entrega de produtos ao cliente;
b) Definição do número de depósitos e/ou de almoxarifados e da lista de materiais a
serem estocados;
c) Registrar entradas e saídas de produtos do estoque;
d) Definição da rotatividade de estoques.

Tratamentos silviculturais e manutenção do castanhal


A abertura de estradas (caminhos) de acesso ou manutenção dos existentes representa à
redução de custos e dos impactos a vegetação causada pela atividade.
Ao se aproveitar os caminhos existentes mantendo os mesmos abertos e limpos, serão
facilitados: o acesso à área para a coleta, a proteção e manutenção da floresta e as
atividades de
monitoramento da produção.
No caso de se identificar necessidade de realizar enriquecimentos como forma de
aumentar a população de castanheiras é recomendável realizar o enriquecimento em
áreas de clareiras devido à boa resposta da espécie em termos de crescimento
Planejamento da coleta
As atividades a serem realizadas antes da coleta, com o preparo e manutenção das áreas
produtivas, realizadas ao longo do ano e fora do período de coleta são importantes para
assegurar a eficiência da coleta e reduzir riscos com acidentes e perda de qualidade dos
frutos.
Estabelecer um plano de coleta
Nessa etapa deverá ser feito um planejamento da coleta, com identificação dos
indivíduos produtivos e definindo um Plano de Coleta, onde serão escolhidos e
identificados todos os indivíduos que serão alvos de coleta e aqueles que deverão ser
mantidos sem coleta com objetivo de atender as necessidades da fauna local e
regeneração natural

Padronização
Como já é de se esperar, as cooperativas necessitam de um processo bastante
organizado para o seu funcionamento, e nada melhor do que um processo de
padronização tanto em seu método de funcionamento, quanto em seus produtos, e de
que maneira eles são organizados e selecionados. De acordo com as informações
repassadas, a cooperativa tem um foco principal na extração de cumaru e de castanha-
do-pará, porém pretende se expandir para a extração de copaíba, andiroba, produção de
farinha, entre outras. E para que isso seja expandido é preciso que a cooperativa tenha
um processo de padronização que acabe destacando esses produtos em meio a tantos
outros. Por se tratar de uma cooperativa em que os produtos são selecionados e
eliminados todos aqueles que estiverem em condições ruins, o que acaba diminuindo
uma certa quantia, pode até parecer prejuízo para alguns, porém esses produtos serão
vendidos por um preço bem mais alto devido sua qualidade, gerando um maior
reconhecimento tanto da cooperativa quanto de seus cooperados.
 Padronização dos meios de coleta
Agora vamos falar sobre como organizar os processos de coleta em relação ao cumaru e
a castanha-do-pará que são considerados uns dos mais importantes produtos extraídos
pela cooperativa. O cumaru na maioria dos territórios possui um tempo certo para sua
produção, sua safra ocorre geralmente tendo início no mês de agosto e fim no mês de
novembro, onde já se inicia a coleta da castanha, porém na maioria das áreas o cumaru
só vinga de 2 em 2 anos, e tendo isso como base, pode ser feito o seguinte para
conseguir uma maior eficiência nos processos, que é mapear quais as áreas que produz
mais em cada ano, para que no próximo ano, novas áreas possam ser trabalhadas, dessa
forma pode ser extraído uma maior quantidade possível, o mesmo pode se aplicar a
castanha, já que sua coleta inicial é logo após a do cumaru e vai até pelo mês de abril. E
nesse período entre os meses de abril a julho em que não há coleta, pode ter um foco na
produção de farinha e outros produtos, visando um melhor aproveitamento do tempo.
 Como é feito o tratamento dos produtos
A um primeiro momento para que haja uma maneira eficiente de como tratar esses
produtos, dependendo de como funcionar a questão de compra da cooperativa, se será
apenas dos cooperados ou de pessoas fora da cooperativa também, pode ser
implementado o seguinte: Separar os produtos que foram coletados internamente pelos
produtos externos; depois pode ser separado os produtos coletados da própria floresta
nativa pelos produtos coletados em plantações tanto de cumaru quanto de castanha, pois
dependendo do local os produtos quem vem da floresta são bem melhores. Assim
ficando bem mais fácil sua organização no quesito qualidade.
 Controle de embalagens e rótulos
Na questão de embalagens pode funcionar da seguinte maneira que geralmente é
utilizado em algumas cooperativas que fazem a coleta e venda do cumaru, isto é, em
cada saca possuir um lacre contendo informações sobre qual o território de origem e de
quem é a empresa que está comprando da cooperativa.

Referências:
SILVA, L. de J. et al. O cooperativismo como instrumento para a autonomia de
comunidades rurais da Amazônia: a experiência dos agricultores extrativistas do
município de Lábrea, AM. 2019.
PIRES, Carlos Rafael. Gestão de estoques como uma ferramenta estratégica em
cooperativas extrativistas. 2014.

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