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Colheita e
beneficiamento
Olá! Receba nossas boas-vindas ao Módulo 5, o último deste curso!
Durante esta jornada de aprendizado, você pôde conhecer muitos aspectos importantes do cultivo de
cacau, sua história, botânica até aspectos da produção, como os diferentes sistemas sustentáveis de
cultivo, a implantação da cultura e o manejo fitossanitário.
Neste último módulo, vamos abordar aspectos de beneficiamento, produção e comercialização de cacau
fino. Outro ponto importante, que não podemos deixar de lado, é a gestão financeira da propriedade
rural.
Tudo pronto para adquirir todo esse conhecimento? Então, avance para a Aula 1 e comece seus estudos!
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Módulo 5 - Aula 1
Importância do manejo
correto da colheita e
beneficiamento
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podcast
O resgate de Santo Isidoro
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- Edu, finalmente tamo chegando na época mais esperada: a colheita! Isso lembra tanto mi-
nha infância… Os cheiros, a movimentação, o cuidado com as amêndoas, a casa de benefi-
ciamento… Agora quero construir novas lembranças com você, de uma safra perfeita!
- Que bom, Gabi! Mas, pra uma safra perfeita, a gente precisa de alguns cuidados agora,
tipo identificar o ponto exato da colheita. Vem cá que eu vou te mostrar como ver se o
cacau tá maduro…
A colheita representa uma das principais etapas da cacauicultura. É nesse momento que o produtor, lite-
ralmente, colhe os frutos de todo o árduo trabalho desde o início do trabalho na lavoura.
Mas engana-se quem pensa que o trabalho é simplesmente retirar os frutos dos cacaueiros! Tanto a co-
lheita quanto o beneficiamento exigem muito planejamento.
Os frutos do cacau atingem a maturidade fisiológica, ponto no qual a semente não recebe mais nutrien-
tes da planta-mãe, entre 140 e 200 dias. Portanto, o Brasil colhe duas safras por ano, confira.
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Temporão Principal
E o beneficiamento?
Bem, este é o tratamento de produtos agrícolas sem a alteração das características fundamentais do
produto in natura. É um conjunto de técnicas que varia conforme as peculiaridades de cada produto.
Após a retirada da casca das amêndoas e depois da moagem, obtemos os nibs. Crocantes e com um sabor
singular, nibs são o chocolate em sua forma mais pura e menos processada. São basicamente sementes de
cacau fermentadas, secas, torradas e trituradas.
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Atenção!
A qualidade do cacau não depende apenas da variedade cultivada!
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Vamos ver como é o passo a passo desse processo?
Na prática
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Mas o facão ou uma faca amolada também podem ser
usados se os frutos estiverem a uma altura adequada.
Durante a colheita, alguns cuidados devem ser tomados para não compromete
a produção futura.
Evite puxar os frutos com as mãos, pois isso pode causar dano ao tronco. Tam-
bém é preciso evitar empurrar a ferramenta em direção ao tronco, pois pode ferir
outras almofadas florais e, consequentemente, afetar a produtividade da planta.
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Muito bem! Mas o trabalho não termina por aqui. Ainda há muito a ser feito ainda na lavoura depois de
retirar os frutos do cacaueiro. Conheça agora quais atividades são estas.
podcast
Direto do campo
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Eles devem ser recolhidos do chão com um apanhador ou uma haste com uma pinça de me-
tal na ponta. Agrupe-os em montes ou bandeiras, também chamadas de rumas. Considere
a variedade, a maturação, o tamanho e a data da colheita e não misture frutos colhidos em
dias diferentes! Isso é muito importante para as próximas etapas do processo. Exclua os
frutos que têm coloração variada e perfurações. Elimine também os doentes ou danifica-
dos para não influenciar o resultado final da sua produção.
Depois dessa etapa, tem início a quebra, que pode ser feita no campo e deve acontecer até dois dias
após a colheita. Descubra agora como proceder.
Na prática
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As amêndoas devem ser acondicionadas em caixas de ma-
deira ou baldes plásticos depois de soltas da placenta.
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Critérios técnicos para a fase de
fermentação
A fermentação é a etapa mais importante do processo de beneficiamento do cacau, pois, nesta fase,
ocorre a redução do amargor e da adstringência do fruto e a formação dos precursores do sabor, do
aroma e da cor do chocolate.
Atenção!
Atenção! Nenhuma etapa posterior é capaz de corrigir as falhas que possam aconte-
cer na fermentação ou melhorar a qualidade do chocolate.
O processo deve ser feito em um galpão próprio, conhecido como casa de fermentação. Em algumas
regiões, associações e cooperativas de produtores de cacau contam com essa estrutura para uso dos
associados. Não é ótimo? Conheça mais sobre esse local.
Videoaula
De olho no horizonte
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com este conteúdo.
Agora você vai conhecer alguns critérios técnicos para a fase de fermentação, etapa essen-
cial do beneficiamento. Acompanhe!
Esse processo deve ser realizado em um galpão próprio para isso, conhecido como casa
de fermentação. Em algumas regiões, as associações e as cooperativas de produtores
de cacau contam com essa estrutura para uso dos associados. Então, procure saber como
funciona onde você vive.
Na casa de fermentação, os cochos têm formato quadrado. Eles são feitos com madeira
e possuem canais de drenagem para a saída do mel do cacau, que é o líquido produzido
durante a fermentação. A dimensão dos cochos depende do volume de produção. Os mais
comuns são cochos com três a seis metros de comprimento, com divisórias a cada um
metro, com um metro e vinte de largura por um de altura.
Durante o processo, fique atento! Sempre que for iniciar uma nova fermentação, os cochos
devem ser limpos e lavados com água e sabão.
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Algumas informações, como a data da colheita e da quebra, a variedade de cacau, o volu-
me de entrada, o tempo de fermentação e de secagem, devem ser anotadas para controle
e monitoramento dos lotes.
O processo fermentativo é uma etapa crucial para o beneficiamento do cacau, por isso
exige alguns cuidados específicos. Por exemplo, evite a mistura de variedades genéticas de
cacau, pois isso torna essa etapa menos homogênea. A massa deve ser revolvida de tem-
pos em tempos para que mantenha a aeração do sistema. Outra dica é o planejamento. A
fermentação pode durar de cinco a sete dias, dependendo do tipo de cacau, da época do
ano e do método utilizado.
Tenha atenção às condições meteorológicas da época: em dias mais frios, o tempo de fer-
mentação tende a se prolongar.
Muito bem! Agora, continue seus estudos para saber sobre o que acontece dia a dia na casa
de fermentação.
Diz o Currículo…
Segundo o Currículo de Sustentabilidade do Cacau, o produtor deve sempre se
atentar e registrar todas as operações feitas na propriedade. É importante manter
atualizados os registros de uso de produtos, as variedades de cacau, a densidade de
plantio, as práticas de manejo, a condução e o beneficiamento do cacau de todas as
áreas da propriedade, sempre com data e nome do executor.
Muito bem! Você já aprendeu muitas coisas sobre o beneficiamento do cacau. Mas que tal conferir o que
acontece na casa de fermentação?
1.º dia
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2.º dia
3.º dia
4.º dia
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5.º ou 6.º dia
Natural
É o processo mais usado pelos cacauicultores, feito pela ação direta dos raios solares, em barcaças ou em
estufas solares. Apresenta como vantagens os custos reduzidos com infraestrutura, a operação simplifi-
cada e a obtenção de um processo mais prolongado e eficiente. Vamos, primeiro, conhecer como acon-
tece o processo nas barcaças.
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Na prática
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A umidade do lastro será sua referência: sempre que es-
tiver seca, altere a posição das leiras com o auxílio de um
rodo. No primeiro dia, o revolvimento do cacau deve ser
feito a cada 1 hora; no 2.º dia, a cada 2 horas; no 3.º dia, a
cada 3 horas. Aumente o intervalo de tempo do revolvi-
mento dia a dia, até fazê-la apenas duas ou três vezes/dia
para evitar a quebra das amêndoas.
A secagem do cacau nas barcaças é a forma mais tradicional de continuar o beneficiamento do cacau.
Mas será que existem outras formas de seguir com esse processo? Descubra agora!
podcast
Direto do campo
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A resposta é sim! A secagem natural, com as barcaças expostas ao sol, não é a única forma
de seguir com esse processo. Uma nova tecnologia para secar o cacau naturalmente tem
sido utilizada através do uso de estufas com cobertura plástica. Elas têm proteção aos raios
UVs, laterais móveis e estrutura fixa. Nessas estruturas, as amêndoas são secas em pisos de
madeira ou lastros suspensos.
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Mas qual é o benefício em relação a sua antecessora?
Bem, o uso de estufas é mais vantajoso, porque o processo de secagem não depende de fatores climá-
ticos. O único cuidado é que, nos dias quentes, é preciso abrir as laterais da estufa para evitar a forma-
ção de substâncias voláteis que podem retornar para as amêndoas. Já o revolvimento deve ser feito da
mesma forma que nas barcaças.
Artificial
A secagem artificial usa secadores que têm uma fonte de calor, como lenha, gás, biodiesel, entre outros,
para a secagem do cacau. É uma prática que requer muito cuidado e atenção, pois os lotes podem ser
contaminados com a fumaça produzida durante a secagem, o que pode prejudicar a qualidade e o valor
final do produto!
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Armazenamento
Nesta aula, você já aprendeu sobre os critérios técnicos durante a colheita do cacau, para a fase de fer-
mentação, e os diferentes métodos de secagem. Agora, resta saber o que fazer a seguir.
O armazenamento das amêndoas beneficiadas deve ser feito em um armazém com as seguintes caracte-
rísticas:
Armazém
Deve ter janelas O piso e as
voltadas para a paredes devem
direção dos ventos, ser livres de
protegidas com infiltrações
telas de malha fina
Atenção!
A estocagem na propriedade deve ser de até 90 dias, pois o risco de desenvolvimen-
to de mofo, ataques de insetos e pragas e absorção de odores é altíssimo.
Mais do que apenas um espaço para guardar o produto, um armazém organizado ajuda na gestão de
toda a cadeia produtiva. Descubra a seguir como armazenar o cacau corretamente.
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podcast
Direto do campo
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Para garantir a qualidade do seu produto, utilize coberturas plásticas de tipo lona sobre os
sacos, que devem ser de juta ou material similar. As janelas do armazém devem ser abertas
nos dias ensolarados, durante o período entre as nove e as dezesseis horas, e fechadas à
noite ou nos períodos chuvosos. Observe o teor de umidade dos lotes para verificar se não
está ocorrendo reumidificação, o que pode prejudicar a qualidade. É importante também
fazer o monitoramento constante do armazém, buscando a presença de insetos ou roedo-
res.
Para manter a organização do local, identifique os sacos utilizando etiquetas com lote,
variedade, data de armazenamento, teor de umidade, dentre outras informações importan-
tes. Dessa forma, você protege todo o trabalho que foi feito desde antes de ser plantada a
primeira semente e contribui para a rastreabilidade dos lotes!
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E na sua porteira?
Esta aula teve por objetivo apresentar as boas práticas sobre a colheita
e o beneficiamento do cacau, os diferentes métodos e os equipamentos
usados. Você aprendeu sobre:
Agora, diante do cenário que foi apresentado e pensando na sua realidade, reflita: há algo que
possa ser melhorado durante a colheita?
Muito bem! Agora que você já conhece as boas práticas da colheita e do beneficiamento do cacau, avan-
ce para a Aula 2 e saiba mais sobre o cacau fino e sua comercialização.
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Módulo 5 - Aula 2
Cacau fino
e comercialização
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podcast
O resgate de Santo Isidoro
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- Ah, Edu! Estou muito satisfeita com todo o progresso que fizemos até aqui! É impressio-
nante ver o sítio Santo Isidoro voltar a produzir novamente! Agora, vou colocar minhas
habilidades de administradora em ação: quero aumentar a lucratividade! Andei lendo sobre
o cacau fino, mas ainda não entendi a diferença da produção na prática.
- Tem razão, Gabi! O cacau fino é uma novidade no Brasil e pode ser muito lucrativo. Vou te
explicar o que tem de diferente na produção dele…
O cacau fino pode ser definido como um cacau com sabores e aromas especiais. Dividimos os tipos de
cacau em duas categorias. Conheça-as agora!
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Videoaula
De olho no horizonte
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Conheça agora os dois tipos de cacau e as certificações que podem ser obtidas.
O primeiro é o cacau comum, conhecido como cacau não aromático. É o cacau padrão, co-
mercializado normalmente e representa 95% do mercado. A análise de qualidade é basea-
da em três critérios.
O segundo tipo de cacau é o fino, também conhecido como cacau flavor. A análise de qua-
lidade considera os três parâmetros citados anteriormente, além de, principalmente, sabor
e aroma.
Existem também certificações de cacau como: orgânico, fair trade, rainforest, entre outros.
Elas podem aumentar o valor das amêndoas na hora da venda.Para obter essas certifica-
ções, é preciso seguir normativas desde a implantação, o manejo até a colheita, como a Lei
de Orgânicos.
Agora, continue seus estudos para saber mais sobre o cacau fino.
Vá além!
Para o cacau ser considerado orgânico, não basta ser produzido sem o uso de
agrotóxicos. Ele precisa seguir a Lei de Orgânicos, que trata de outras etapas do
processo, além do cultivo. Há orientações a respeito do manejo e da colheita e, por
isso, todo cacau considerado orgânico é também considerado especial, ou seja, de
qualidade mais alta que o cacau comum.
Clique aqui para conhecer a Lei n.º 10.831, de 2003, que dispõe sobre a agricultura
orgânica.
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No caso do cacau fino, existem três tipos de aromas formados durante o beneficiamento: o aroma de
constituição, o aroma de fermentação e o aroma térmico. Confira a seguir.
Aromas formados
durante o
beneficiamento
Aroma de Aroma de
Aroma térmico
constituição fermentação
Está presente na É produzido durante o É formado durante a
amêndoa fresca e processo fermentativo e secagem das amêndoas.
depende da genética da depende dos Durante a fermentação,
variedade de cacau e do microrganismos que são formados os
local de produção. A atuam nessa etapa, pois a precursores, que, na
composição desses ação deles produz secagem, se propagam e
aromas varia também em substâncias que penetram formam o aroma.
função da maturidade do na semente e enriquecem
fruto no momento da os precursores do aroma,
colheita e do tempo de com sabores de frutas
armazenagem da quebra. frescas ou secas, madeira,
tabaco, entre outros.
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Notou que o local de produção tem relação com o aroma? Por exemplo, algumas variedades cultivadas
no Equador apresentam aroma floral inerente. As amêndoas frescas têm grupamentos químicos como
ésteres, álcoois e ácidos que formam os aromas florais, frutais e doces do cacau.
Na prática
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A colheita do cacau fino segue os mesmos princípios e cuida-
dos do cacau comum. Entretanto, retire apenas os frutos ma-
duros e respeite o intervalo de colheita, que é de até 14 dias.
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Se possível, faça uma análise sensorial das amêndoas para
avaliar os potenciais aromas e sabores do cacau, feito por
um profissional especializado, o degustador de cacau.
Diz o Currículo…
O Currículo de Sustentabilidade do Cacau pode ser um aliado do produtor na im-
plementação das BPAs. Não se esqueça dos critérios técnicos que envolvem as fases
de colheita, pós-colheita, beneficiamento e armazenamento das amêndoas.
Estimativas apontam que, até 2024, ele deve representar 8,7% de todo cacau comercializado no mundo.
Os preços dessa categoria podem ser até quatro vezes maiores que o alcançado pelo cacau comum. Isso
ocorre porque seu estoque é instável e, durante a negociação, são necessárias amostras e avaliações.
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Até 2010, o Brasil não fazia parte da comitiva de países produtores de cacau
fino, mas isso mudou depois do concurso Internacional Cacau de Excelên-
cia, promovido pelo Salão do Chocolate de Paris, onde um produtor brasilei-
ro, de Rondônia, ficou na primeira colocação no ranking da América do Sul.
O mapa dos países produtores de cacau fino mudou, e o Brasil entrou neste refinado grupo de produto-
res. Confira agora os outros países e as características dos seus produtos:
1
6
2
8 11
3 7 10
4
5 9
1 - Ilhas do Caribe e República Dominicana (20%): aromas de madeiras, de frutas secas e de fumo
4 - Peru, Bolívia e Colômbia: cacau com notas de mel, caramelo, nozes doces, às vezes, até mesmo
flores.
5 - Brasil: novato entre os produtores de cacau fino. O cacau apresenta um duplo aroma, com notas de
alcaçuz, frutas secas e especiarias.
6 - Venezuela: Cacau “Porcelana”, que apresenta notas de mel, caramelo e nozes frescas
8 - Amelonado Oeste Africano: sabor de chocolate básico e pronunciado, apropriado para as misturas e
para os chocolates ao leite
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10 - Malásia: aroma de chocolate com notas frutadas e especiarias
podcast
Direto do campo
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Por aqui, Bahia, Pará, Espírito Santo e Rondônia se destacam na produção de cacau fino,
com três por cento do cacau fino brasileiro. Atualmente, o país comercializa cacau fino para
Europa, Estados Unidos, Japão e para o mercado interno. No Japão, empresas com desta-
que mundial lançaram marcas exclusivas com o cacau brasileiro; o país prioriza a produção
de chocolate com selo sustentável, chamado de “Ecochoco”. Na Europa, o cacau brasileiro
está presente na linha de produção de grandes empresas.
Vá além!
Que tal aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto? Clique nos links a seguir e
aproveite os materiais complementares, cuidadosamente selecionados para melho-
rar sua aprendizagem!
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E na sua porteira?
Nosso objetivo nesta segunda aula foi apresentar a você o cacau fino e
sua comercialização. Você aprendeu sobre:
Agora, pense na realidade da propriedade em que você atua e reflita: você se vê produzindo
cacau fino?
Escreva sua resposta na caixa de texto abaixo.
Salve este arquivo novamente em seu computador para registrar a reflexão.
Muito bem!
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Módulo 5 - Aula 3
Gestão financeira
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podcast
O resgate de Santo Isidoro
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- Então, Edu, mais uma vez vou colocar meus conhecimentos administrativos em ação! Tô
acompanhando de perto os números da gestão financeira do sítio e tenho certeza que
estamos no caminho certo! Mas às vezes eu fico me perguntando como as outras fazendas
por aqui estão se saindo…
- Gabi, pra saber individualmente, só se a gente bater de porta em porta e perguntar! Mas a
gente pode dar uma olhada nos estudos de viabilidade econômica. Tem muita informação
valiosa lá!
Você chegou à última aula deste curso! Durante esta jornada, você aprendeu sobre todo o processo da
produção de cacau, desde os aspectos botânicos do cacaueiro até o beneficiamento das amêndoas com
vistas ao comércio de cacau fino, certo?
Mas há um ponto muito importante que ainda não foi tratado, a cereja do bolo: a gestão financeira.
Amada por uns, odiada por outros, não há quem negue sua importância. Por isso, aproveite esta aula e
descubra a importância da gestão financeira da atividade de produção de cacau.
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Uma boa capacidade de gestão vai resultar na manutenção da capacidade de
investimentos futuros na atividade.
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No estado da Bahia, foram analisadas informações de campo disponibilizadas por diferentes elos da
cadeia produtiva do cacau, desde os produtores rurais, a indústria, os órgãos de pesquisa até os especia-
listas em cacau.
Antes de acompanharmos os resultados, que tal entender melhor como é feita a análise de viabilidade?
podcast
Direto do campo
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Um parâmetro bastante importante para ser avaliado durante a gestão do seu empreendi-
mento é o tempo de retorno necessário para recuperar o investimento feito, bem como os
riscos e a viabilidade do seu negócio. Lembre-se de considerar o valor total do investimen-
to, atentando para incluir todas as receitas, as despesas e os custos da sua plantação, desde
o início da atividade até o beneficiamento do cacau.
Agora que você já sabe o que é considerado na análise de viabilidade, vamos acompanhar os resultados
das pesquisas feitas na Bahia?
Nessa região, prevalecem os modelos com produtividade média de amêndoas secas em dois sistemas:
Conheça agora os resultados dos estudos de viabilidade econômica obtidos na análise da região da
Bahia.
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Cabruca adensada Cabruca rala
(30%de sombra)
O tempo de retorno O tempo de retorno
financeiro por hectare financeiro por hectare
é de 21 anos. Dados é de 13 anos. Dados
os valores de renda os valores de renda
livre média após o 3.º livre média após o
ano de cultivo, este 3.º ano de cultivo,
modelo apresenta este modelo apre-
uma média de R$895 senta uma média de
ha/ano. R$5.414 ha/ano.
Como você pôde perceber, o modelo cabruca rala, além de ser ambientalmente correto e sustentável,
que proporciona ganhos de produtividade elevados, também gera renda para o produtor e torna o culti-
vo economicamente rentável.
De acordo com estudos feitos na região, a produtividade nos sistemas agroflorestais com cacau varia de
0,91 a 1,25 kg/planta, com preço de R$9,80 por kg.
Quer saber mais sobre os resultados desse estudo? Então confira a seguir.
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podcast
Direto do campo
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O SAF cacau e açaí demonstrou ter maior retorno financeiro, com renda elevada após o
terceiro ano de implantação. O retorno do investimento para todos os sistemas é de oito a
nove anos.
Mas, é preciso ressaltar que, para que o sistema de cultivo do cacau traga retorno financei-
ro, é crucial haver boa produtividade. Os sistemas que utilizam mais espécies de plantas se
mostram bem menos sensíveis às oscilações de preços do mercado e também aos efeitos
climáticos. Especialmente, no caso do modelo cabruca, o cuidado e a atenção devem ser re-
dobrados: o manejo deve ser intensivo para garantir sombreamento adequado, mantendo
níveis de produtividade elevados e, assim, obter rendimentos positivos.
Além dos parâmetros financeiros apresentados, o produtor deve levar em consideração outros aspectos
que podem auxiliar o planejamento e a decisão do modelo a ser adotado, como:
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Atenção!
Não esqueça do crédito rural!
Diz o Currículo…
Além da gestão financeira da sua propriedade, é preciso se atentar a outros aspec-
tos de gestão social! O Currículo de Sustentabilidade do Cacau traz recomenda-
ções sobre a legislação trabalhista, o período de trabalho, a prevenção de acidentes
e a saúde do trabalhador. Consulte o documento sempre que precisar.
Vá além!
Que tal aprofundar seus conhecimentos sobre a gestão financeira e o estudo de
viabilidade econômica? Então, confira os materiais complementares selecionados. É
só clicar nos títulos a seguir.
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E na sua porteira?
A última aula do curso teve por objetivo ressaltar a importância da gestão
financeira da atividade de produção de cacau e apresentar dados atuais
dos estudos de viabilidade feitos na Bahia e no Pará.
Agora, pense na realidade da propriedade em que você atua e reflita: ela está dentro do que
foi identificado nos estudos de viabilidade?
Muito bem!
Este é um momento de autoavaliação, em que você vai poder refletir e validar o que aprendeu neste mó-
dulo. Leia com atenção a pergunta e, no ambiente virtual de aprendizagem, escolha a resposta adequada.
38
Atividade
de aprendizagem
Atividade de aprendizagem
Questão 1
O beneficiamento do cacau é uma etapa crucial para a comercialização
das sementes, pois a indústria necessita da semente beneficiada como
matéria-prima para a produção de chocolates e derivados. Assim, confor-
me os cuidados necessários nessa etapa, assinale a alternativa correta:
Os frutos podem ser retirados com canivetes ou facas amoladas, os quais são agrupa-
dos em rumas no chão conforme o grau de maturação. Não deve ser levado em consi-
deração o tamanho e a incidência de pragas ou de doenças. Os frutos colhidos em dias
diferentes também podem ser amontoados nas rumas, para posterior quebra.
A secagem vem logo após a fermentação e pode ser do tipo natural ou artificial.
Durante essa etapa, a massa de cacau fermentada deve ser colocada sobre o piso
de cimento no qual é feito o revolvimento constante até que não seja mais obser-
vada umidade nas amêndoas e atinja-se o grau mínimo de umidade de 3%.
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Atividade de aprendizagem
Questão 2
A produção de cacau fino é recente e viável nas três esferas: econômi-
ca, social e ambientalmente. Esse novo ramo de produção surgiu como
alternativa aos cacauicultores tradicionais para aumentar a rentabilidade
do negócio. Com base no entendimento sobre cacau fino, assinale verda-
deiro ou falso:
Para que o produtor tenha amêndoas do tipo fino, são necessários dedicação e
controle total dos processos adotados no cultivo, desde a escolha adequada das
técnicas de manejo, os parâmetros escolhidos durante a colheita até o beneficia-
mento e a secagem das amêndoas.
O Brasil passou a ter destaque no mercado internacional de cacau fino após uma
premiação em concurso mundial, em 2010, quando passou a ocupar posições
importantes nesse cenário. Hoje, o país exporta cacau de qualidade superior para
Europa, EUA, Japão e abastece o mercado interno.
41
Atividade de aprendizagem
Questão 3
O cacauicultor deve ter conhecimento sobre os custos diretos e indiretos
de produção e as receitas geradas com a produção de cacau. Isso permi-
te ter um melhor direcionamento na tomada de decisões e no acesso às
políticas públicas. Conforme a gestão financeira usada na produção de
cacau, marque a única alternativa correta:
O modelo SAF cacau x açaí é o que apresenta maior rentabilidade econômica, com
uma renda líquida alta após o 3.º ano de cultivo e retorno financeiro de 8 anos.
Os sistemas SAF de cacau não são viáveis economicamente, mesmo com um inves-
timento inicial baixo. A produtividade é inferior se comparada aos demais modelos
e não proporciona um retorno financeiro significativo.
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Conclusão do curso
Estamos encerrando nosso curso. Parabéns por ter chegado até aqui! Foi uma longa jornada cheia de
aprendizados!
Módulo 1
Você viu, ainda, os aspectos botânicos do cacaueiro e suas variedades, incluindo os grupamentos
Criollo, Forastero e Trinitários.
Você também pôde conhecer os principais métodos de propagação do cacaueiro: seminal, com
estaquia e enxertia, e a propagação vegetativa, por meio de ramos plagiotrópicos e ortotrópi-
cos.
Módulo 2
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Módulo 3
Você aprendeu sobre a instalação de viveiros de produção de mudas de cacaueiro, como produ-
zi-las, as diferentes técnicas de produção e sua manutenção no viveiro.
Você também conheceu os fatores preponderantes para a escolha ideal da localização de im-
plantação definitiva dos cacaueiros. Além disso, estudou sobre o preparo da área, com destaque
para os sistemas de preparo da área de implantação, as técnicas usadas para o plantio e a manu-
tenção da lavoura.
Módulo 4
Você aprendeu sobre a nutrição de cacaueiros, com destaque para como devem ser feitas as
adubações de manutenção, de produção, foliar, bem como a fertirrigação.
Na sequência, você aprendeu sobre as principais pragas e doenças do cacaueiro, como controlá-
-las e a importância do manejo integrado nesse processo.
Por fim, você viu os diferentes tipos de poda do cacaueiro e seus impactos na produção.
Módulo 5
Você também aprendeu a produzir o cacau fino, seus métodos de beneficiamento específicos e
o acesso a esse mercado.
Esperamos que você tenha aproveitado o curso e, mais ainda, que seja útil na sua vida diária e profissio-
nal.
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REFERÊNCIAS
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de cacaueiros. 2013. 36 p.
ALBUQUERQUE, E. M. B.; MELO, B. A.; GOMES, J. P.; QUEIROGA, V. P. Cacau (Theobroma cacao, L.) or-
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nitrogênio. Revista Caatinga, v. 27, n. 4, p. 171 – 182, 2014.
ALVIN, R. et al. Agrossilvicultura como ciência de ganhar dinheiro com a terra: recuperação e remune-
ração antecipadas de capital no estabelecimento de culturas arbóreas. Ilhéus: Ceplac. Boletim Técnico
161. 136 p. 1989.
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BRASIL, E. C.; CRAVO, M. S.; VIÉGAS, I. J. M. Recomendações de calagem e adubação para o estado do
Pará. 2. ed. – Brasília, DF: Embrapa, 2020.
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caueira no estado do Pará. Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Comissão Execu-
tiva do Plano da Lavoura Cacaueira. 2020. 64 p.
COCOAACTION BRASIL (WCF); INSTITUTO ARAPYAÚ; WRI BRASIL. Viabilidade econômica de sistemas
produtivos com cacau cabruca, pleno sol e sistemas agroflorestais nos estados da Bahia e do Pará.
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